NOVEMBRO/DEZEMBRO 2020 • Número 168 • Ano Ano XVII • Tiragem 3.000 exemplares
www. jornalmartimpescador.com.br
Comilança de Natal Experts ensinam pratos diferentes e deliciosos para as festas
Elisa da Silva Alves (esq.) e Patrícia Sa ensinam pra ntos (dir.) tos típicos d a Ilha Diana continental , na área de Santos. Pá gs. 5 e 8)
DA
Andressa Pa nhoci mand aa receita de b iscoitinhos d e Natal direto de Barcelona .
BE M D E
TI
Cida Ivanov produz cerâmica tradicional em seu ateliê em São Sebastião. Pág. 3
CU I
O chef Junio r França prepara pra tos baianos deliciosos no programa de Edu Gued es na Band. Pág. 5
Os Três Reis Magos e o presépio (com apenas 3 cm) são delicados artesanatos do mestre Zé Marques esculpidos em lápis. Pág. 7
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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2020
Defesos
Bagre, rosado (Genidens genidens, Genidens barbus, Cathorops agassizi) 1/01 2021 a 31/03/2021 Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 1/10 a 30/11 (machos e fêmeas), 1/12 a 31/12 (somente fêmeas) Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) 1/10 a 31/03 Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus) 1/11/2020 a 28/02/2021 Mexilhão (Perna perna) 1/09 a 31/12 Defeso da piracema-1/11/2020 a 28/02/2021-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape). Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- 1/10/2020 a 28/02/2021 Temporada de pesca Tainha (Mugil liza)- S/SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada) Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)- S/SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP>10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www. jornalmartimpescador.com.br (legislação) EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Ministério da Saúde prepara estratégia de vacinação contra a Covid-19 Eixos prioritários que vão guiar processo de imunização da população foram apresentados em coletiva de imprensa
O Ministério da Saúde divulgou, dia 19/11, os dez eixos prioritários que vão guiar a campanha de vacinação dos brasileiros, a fim de reduzir a morbidade e mortalidade pela doença, além de diminuir a transmissão do vírus entre as pessoas. O objetivo é imunizar, tão logo uma vacina segura seja disponibilizada, os grupos com maior risco de desenvolver complicações e óbitos pela doença e as populações mais expostas ao vírus. Ao apresentar os eixos, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, reforçou que o público-alvo será detalhado apenas após a conclusão dos estudos de fase 3 dos imunizantes testados. “Só assim conseguiremos avaliar em quais grupos (a vacina) teve maior eficácia”, afirmou. Além do Ministério, integram a Câmara Técnica Assessora em Imunizações e Doenças Transmissíveis, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), a Fiocruz, o Instituto Butantan, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades médicas,
conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems). Na coletiva, Arnaldo Medeiros disse que a importância da estratégia é dar transparência ao processo de elaboração da campanha, de modo que a população sinta segurança no processo. “Esse ministério tem um compromisso sério com a população brasileira de só vacinarmos quando tivermos certeza de que estamos diante de uma vacina registrada com garantia de eficácia”. A campanha de divulgação do processo de produção e aprovação do imunizante, bem como da capacidade do país de distribuir os insumos, está prevista para ser lançada entre dezembro e janeiro. A mobilização para chamar os públicos prioritários para aplicação das doses e locais de vacinação é o passo seguinte, e deve ocorrer assim que houver definição sobre as vacinas. O desenvolvimento do plano de ação nacional e sua execução
nos estados e municípios tem como base dez eixos prioritários: situação epidemiológica; atualização das vacinas em estudo; monitoramento e orçamento; operacionalização da campanha; farmacovigilância; estudos de monitoramento pós marketing; sistema de informação; monitoramento; supervisão e avaliação; comunicação e encerramento da campanha. O primeiro eixo, que avalia a situação epidemiológica, busca identificar grupos de maior risco para adoecimento, agravamento e óbito pela Covid-19. Dentre os grupos prioritários estão: idosos e pessoas com comorbidades (Diabetes, HAS, Doenças cardíacas/cerebrovasculares, DPOC, Renal, Obesidade, Câncer, Transplantado e Anemia Falciforme). Arnaldo Medeiros explicou que os profissionais de saúde também foram considerados grupos de risco “Estamos priorizando a manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e esses trabalhadores estão entre os grupos mais expostos ao vírus”, disse. Neste eixo, a Pasta também avalia as condições de ar-
mazenamento e duração da vacina e os dados de segurança. Em relação à armazenagem dos imunizantes, as especificações serão orientadas pelo laboratório fornecedor. Toda a rede de frio do Brasil dispõe de equipamentos para armazenamento de vacinas a -20°C, com exceção da instância local - que são as salas de vacinas e onde o armazenamento se dá na faixa de controle de +2°C a +8°C. Atualmente, o padrão de vacinas no mundo segue orientações de armazenamento entre +2°C e +8°C. A avaliação da atualização das vacinas em estudo mostra que atualmente, há mais de 400 projetos em desenvolvimento. Destes, metade estão registrados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao todo, 154 estão em estágio de pesquisa pré-clínica e há 44 projetos em estudos clínicos, das quais 10, estão em fase 3. Neste eixo, a Pasta pretende acompanhar as plataformas em estudo, o panorama geral de vacinas em desenvolvimento e a descrição das vacinas brasileiras. Fonte: site do Ministério da Saúde
Qual é o trabalho das Colônias de Pesca? Existem 22 colônias de pescadores artesanais no Estado de São Paulo, 12 no litoral e 11 em águas interiores. As primeiras, como a de Santos e São Vicente foram criadas em 1921. Vivendo apenas da contribuição de seus associados, muitas vezes enfrentam dificuldades em cobrir a manutenção do prédio onde estão instaladas e de seus equipamentos. Até o ano 2.000 muitas não possuíam computadores e acesso à internet, o que dificultava seu trabalho de obtenção de documentação e de requisição de benefícios sociais para os pescadores associados. Além de representar e defender os direitos e interesses dos pescadores artesanais relativo ao setor da pesca, as colônias podem: • Requerer ou renovar a licença de pescador profissional (RGP) • Requerer ou renovar a licença e registro de seu barco • Requerer benefícios sociais como:
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
aposentadoria rural, auxílio-natalidade, auxílio-enfermidade, auxílio-reclusão, seguro-defeso. O pescador deve sempre procurar sua colônia para estar com sua documentação em dia e esclarecer dúvidas sobre a documentação e legislação de pesca. Endereço de colônias, capatazias e associações na Baixada Santista Colonia Z-1 Av. Dino Bueno, 114-Santos (13)997170358/(13)32612992 (segunda à sexta– 9h às 12/13h) Capatazia da Z-1 na Vila dos Pescadores Rua Amaral Neto, 320, Vila dos Pescadores, Cubatão Capatazia da Colônia Z-1 em Monte Cabrão (Área Continental de Santos) Rua Principal 8- Monte Cabrão-Área Continental de Santos
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Email: liliabritez@gmail.com Colônia Z-3 Rua Itapema, 75-Vicente de Carvalho-Guarujá (13)3341.6481/(13)997196793 (segunda à sexta-9h30 às 12h/ 14h às 17h) Colônia Z-4 São Vicente Av. Newton Prado 503-São Vicente (13)3468.6939/(13)99138.8375 (segunda à sexta- 10h as 17h) Colônia Z-5 Peruíbe Rua Monsenhor Lino Passos, 122 (13)996256744 (Eliana)/ (13)997268945 (Totó/)(13)3455.7092/ mulheresdapesca_diniz@hotmail. com /Colônia.z5.peruibe@gmail.com/ (segundas e terças-9h30 às 12h30/14h às 17h) Colônia de Pescadores Z-13 Rua João Farah, 10, Praia do So-
nho- Itanhaém Tel/whatsapp: (13) 99751-7711 (segunda à sexta exceto feriados- 9 às 17h) Colônia de Pescadores Z-23 Av. Vicente de Carvalho 295-Bertioga (13)33177836 (segunda à sexta- 8h às 12h- 14h às 17h) Alpesc (Associação Litorânea da Pesca Extrativista Classista do ESP) Av. Senador Salgado Filho 365, Jardim Santense-Guarujá Tel/whatsapp: (13)3341.7070 (segunda à sexta- 9h às 12h-14h às 17h) Associação de Pescadores Artesanais Aquicultores e Prestadores de Serviços de Turismo de Guarujá Estrada de Bertioga 80 – Praia do Perequê- Guarujá-SP - fone: (13)99665.3444
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Você pode estranhar uma ceramista fazendo obras tão belas de influência indígena e africana, com um sobrenome tão gringo. É que a Cida, de descendência russa, se apaixonou por esta arte caiçara depois de fazer um curso em 2001 com Adélia Barsotti em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, onde mora há 25 anos. “Fui apresentada à cerâmica do São Francisco e fiquei encantada com sua história”, afirma Cida, 58 anos, paulistana de nascimento e caiçara de coração. “Desde então, sigo produzindo e ensinando essa riqueza”, conclui. Em 1906 havia 100 paneleiras produzindo peças de cerâmica utilitária no bairro de São Francisco, atividade iniciada na época da colonização, seguindo a técnica já antiga dos indígenas, que mais tarde se mesclou à técnica dos escravos africanos e dos colonizadores europeus. Hoje, apenas Cida continua produzindo este tradicional artesanato. Além da beleza e o aspecto artístico da cerâmica, sua produção também tem função terapêutica. “Lidar com o barro de onde viemos, desenvolver uma peça do nada, é uma maneira de cuidar da manutenção de nossas habilidades”, explica Cida, mostrando a simbologia desta arte. Por isso a artista faz oficinas de ce-
râmica na Apae-Associação de Pais e Amigos de Excepcionais e CAPS – Centro de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde. “O resultado de lidar com barro tem sido positivo para os participantes das oficinas”, afirma Cida. “O carro-chefe de nossa produção sãos as panelas e utilitários como moringas, filtros e assadeiras”, acrescenta. O bom mesmo, segundo a artesã, é degustar os pratos preparados com a cerâmica feita de argila. Para ela, o sabor e a textura da comida ficam diferentes. A comida leva mais tempo para esquentar, num processo de cocção semelhante ao de uma panela de inox de fundo duplo. Mas, ao desligar o calor se mantém por mais tempo, e a comida continua cozinhando. Uma das delícias que Cida costuma preparar é o peixe enrolado na folha de bananeira, dentro da panela de argila em cima do fogo. O Ateliê Cerâmica de São Francisco fica na rua Martins do Val, 400, bairro de São Francisco em São Sebastião. No local, o visitante pode acompanhar o processo de criação, assim como participar de cursos. Encomendas podem ser feitas pelo whatsapp. Saiba mais em: Ateliê Cerâmica do São Francisco, instagram:@ mariaaparecida.ivanov/whatsapp:12 99227.1551.
Filtro de água
A arte que transforma Para Jhoni Morgado a força da expressão artística é acima de tudo um elemento de transformação. Artista plástico há 25 anos, desperta, com seu talento, a inspiração em outras pessoas podendo assim transformar suas vidas. Sua obra está presente em escolas, comunidades e ruas. Nascido no Paraná em 1981, está há 20 anos em Guarujá, mas já conquistou fama internacional. “Tenho inspiração todo o dia”, explica Morgado, que é incansável na sua produção artística. Começou a pintar desde pequeno, e depois frequentou escolas de arte, mas já tinha cristalizado seu estilo de forma autodidata. Com o Instituto Nova União da Arte (Nua) em São Paulo, fez um dos trabalhos mais gratificantes de sua carreira. A entidade tem por missão promover o desenvolvimento social, econômico e comunitário da União de Vila Nova, por meio da arte, educação, esporte e geração de renda em prol do desenvolvimento da comunidade. Ali sentiu o verdadeiro significado de tocar crianças e adolescentes com seu trabalho. Seu próprio filho, Pablo Augusto, de 13 anos, foi contagiado pela arte do pai e faz pinturas e esculturas. Jhoni segue assim sua carreira, que vai além da arte, e se transforma numa missão na sociedade. Uma de suas últimas obras inclui a sede da ASPE-Associação de Pescadores Artesa-
Fábio Laurindo presidente da Associação dos Pescadores -ASPE (praia do Perequê, Guarujá), em frente à sede revitalizada pela arte urbana de Jhoni Morgado ARQUIVO PESSOAL
Cida Ivanov, a russa mais caiçara do Brasil
Jhoni Morgado
nais Aquicultores e Prestadores de Serviços de Turismo de Guarujá, na Praia do Perequê, em Guarujá. Segundo o presidente da ASPE, Fabio Luiz Laurindo, o tema da pintura é “O Caiçara”, representando peixes, pescadores e petrechos de pesca. Foi
COVID-19 no Brasil Dados até 26/11/2020 Óbitos acumulados 170.769 Casos novos (últimas 24 h) 37.614 Óbitos registrados (últimas 24 h) 691
finalizado em outubro. Hoje, Jhoni continua seu trabalho a todo vapor, transmitindo a alegria e leveza de seu traço à arte urbana. Saiba mais em: Jhonimorgado_artgallery www.jhonimorgado. com @jhonimorgado/@ateliejhoni
Disque Saúde: 136 Fonte: site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/covid) Para sua proteção contra COVID-19 é básico usar máscaras e manter distanciamento, além de seguir as regras básicas de higiene, como lavar bem as mãos e alimentos
Casos e internações por Covid crescem
Mandala
São Francisco O prato de cerâmica faz uma bela apresentação da refeição
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O número de pessoas internadas com Covid em UTI no Estado aumentou 22% até dia 25 de novembro, comparado a duas semanas anteriores. Na Grande São Paulo o aumento foi de 30%. Diante da situação, o governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciou dia 30/11, que todas as cidades ficam na fase amarela. A Baixada Santista, que já se encontrava na fase 4-Verde (a menos restritiva) volta à fase 3- amarela. A fase amarela caracteriza uma ocupação hospitalar entre 80% e 75-70% e taxa de incidência de casos e óbitos entre 1 e 2 e abaixo de 1, respectivamente. Está permitida (na fase amarela) a abertura (com medidas de distanciamento e higiene, capacidade máxima de 40% e horário reduzido a 10h por dia,permanecendo até no máximo às 22h) de locais como bares, restaurantes, shoppings, comércio, salões de beleza, barbearias e academias. Estão proibidos eventos públicos em pé. A medida não fez alteração na programação de volta às aulas e neste momento as escolas não serão fechadas. A próxima reclassificação ordinária está agendada para 4/01/2021.
TELEFONES ÚTEIS
SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) 192 Disque-Saúde-136 (Informações sobre coronavírus/Aedes aegyti/ Deixar de fumar/febre amarela/aplicativos do SUS)
Corpo de Bombeiros ..... 193 Disque Denúncia .......... 181 Polícia Civil ................... 197
Polícia Militar ................ 190 Sabesp ......................... 195 CPFL ...................0800-0102570
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Andressa Panhoci
COLUNA
DP World Santos conta com 40 mulheres motoristas de carretas Um dos legados do Grupo DP World é priorizar e valorizar o empoderamento das mulheres dentro do ambiente de trabalho. E essa iniciativa está contemplada nos pilares de sustentabilidade da empresa, com a realização de programas internos que desenvolvem e reconhecem os talentos das mulheres, além de oferecer suporte a elas. Na DP World Santos, terminal localizado na margem esquerda do cais santista, o compromisso
de aumentar a representação feminina se consolida a cada ano. Atualmente, a empresa conta com mais de 180 mulheres no quadro de funcionários, número 90% maior do que em 2013, quando iniciou suas operações. Do quadro geral de mulheres, 94 atuam na área de operações, sendo que 40 são motoristas das carretas que transportam contêineres ou celulose. Conheça abaixo a história de três mulheres que estão no volante destes veículos.
Ana Paula Nunes
Ana Paula, de 41 anos, é mãe de um menino que sonha em seguir os seus passos na área portuária. Ela já teve algumas profissões ao longo da vida: foi frentista em um posto de gasolina, garçonete, operadora de caixa de supermercado e auxiliar em açougue. Antes de ingressar no terminal, atuava como instrutora de autoescola, função que exerceu durante quatro anos. O interesse pela direção começou ainda muito pequena. Seu pai trabalhou como motorista de carreta durante muitos anos no cais, e ela sempre quis fazer o mesmo.
Camila Garcia Sasso Barbosa
Camila tem 37 anos, é mãe de um menino de 23 e de uma menina de 14. O interesse genuíno pela direção de carretas teve início com o incentivo do marido, que também trabalha no porto. Na época, Camila trabalhava em uma escola de idiomas e estava prestes a ser promovida para o cargo de Gerente Comercial, mas a proposta de mudar de cargo fez com que ela deixasse de realizar o seu sonho. Segundo ela, o momento em que dirigiu a primeira carreta em um terminal portuário foi único, e a fez perceber que tinha encontrado a área certa. “Todas as pessoas devem correr atrás de seus objetivos e seguir a carreira profissional que traga mais felicidade”, comenta.
Brasileira radicada em Barcelona na Espanha, dá uma sugestão de biscoitinhos para o Natal. Eles podem ser feitos para saborear no dia, ou embalados para presente em saquinhos, ou em recipientes de vidro reciclado. Conheça mais receitas vegetarianas de Andressa em: facebook.com/comidasemrestaurante, Instagram: @comidasemrestaurante. Biscoitinho de Barcelona 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 2 colheres (sopa) de maisena 2 colheres (chá) de fermento 2 pitadas de sal 2 colheres (chá) de canela em pó 6 colheres (sopa) de óleo 8 colheres (sopa) de açúcar refinado Cerca de 6 colheres (sopa) de água 1 colher (sopa) de mel Açúcar de confeiteiro para enfeitar Preparo: Numa tigela misturar bem farinha de trigo, maisena, sal, canela, açúcar. Acrescentar fermento, mexendo bem. Misturar mel e óleo, e depois colocar a água suficiente para deixar a massa lisa e dar o ponto de esticar com as mãos. Colocar num recipiente coberto com papel-filme ou alumínio e deixar na geladeira por 1 hora. Esticar e cortar a massa nas forminhas. Se fizer o bonequinho maior, pode dobrar seu bracinho antes de assar e ali prender uma castanha-do-Pará, amêndoa ou nozes para enfeitar. Levar ao forno pré-aquecido em 170 graus por cerca de 15 minutos. Para ver se está assado olhar quando começar a dourar embaixo. Depois de prontos, com uma peneirinha, espalhar açúcar de confeiteiro por cima dos biscoitinhos para enfeitar. As forminhas, em forma de boneco, ou variadas, como estrelas, corações, podem ser encontradas em lojas de produtos para festa.
Formas em variados desenhos podem ser utilizadas
Rosangela Fernandes
A carreira de Rosangela, de 55 anos, no setor portuário teve início em 2004, como vigilante. Mãe de dois filhos, criou sua família sozinha e, para oferecer a eles sempre o melhor, decidiu dar um passo maior na carreira. Esse impulso a levou para a especialização em equipamentos. Fez um curso de Empilhadeira de Grande e Pequeno Porte e tirou a habilitação necessária para dirigir caminhões. Trabalhou por nove anos como Operadora de Empilhadeira de pequeno porte em um terminal retroportuário da região. Entre 2016 e 2020, Rosangela ficou desempregada e buscou soluções para obter uma renda extra. Trabalhou como Uber, faxineira e até arriscou arrumar um novo emprego em Portugal, país em que viveu por seis meses. Recentemente, decidiu voltar para a área que sempre gostou de trabalhar e, em junho deste ano, iniciou na DP World.
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworldsantos.com
Biscoitos acondicionados em vidros são uma boa lembrança de Natal
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Sabor da terra Inventar moda com produtos regionais é uma das qualidades do chef baiano Júnior França. Estas receitas foram apresentadas por Júnior no programa The Chef de Edu Guedes, exibido de segunda a sexta às 9h na Band, com reprise garantida no youtube. Trabalhando atualmente como chef do Ilhéus North Hotel (@ilheusnorth), na Bahia, valoriza a gastronomia de raiz e produtos locais. Há 15 anos no ramo da Gastronomia, desenvolve também atividades como consultor, palestrante e coordenador gastronômico. Aqui vai uma receita tradicional do bobó de camarão e também uma criação do chef feita com camarão empanado na tapioca. Conheça seu trabalho no: Instagram: @chefjuniorfranca/ Facebook: Júnior França Bobó de camarão Ingredientes: 300 g de camarão/Alho a gosto/½ xícara (chá) de cebola/½ xícara (chá) de tomate/ Coentro a gosto/Coentro largo a gosto/Pimenta-de-cheiro/½ xícara (chá) de pimentão amarelo/1 xíca-
ra (chá) de leite de coco/Dendê a gosto/1 colher (sopa) de pimenta doce/300 g purê de aipim Preparo: Numa frigideira colocamos azeite de oliva, alho e tostamos levemente. Em seguida adicionamos tomate, pimentão, coentro largo e continuamos refogando. Logo após, acrescentamos dendê, camarão, leite de coco e creme de aipim (mandioca). Para finalizar colocar o coentro ou salsa. Camarão empanado na tapioca com molho de mostarda de manga Ingredientes: 300g de filé de camarão/½ limão/Sal a gosto/10 ml de azeite de oliva/1 xícara (chá) de farinha de trigo/2 ovos/1 xícara (chá) de farinha de tapioca granulada/500 ml de óleo para fritura Preparo: Temperar o filé de camarão com sal, limão e azeite e reserve por alguns minutos. Num refratário colocamos ovos e condimentamos com sal e pimenta-do-reino e um pouco de água. Em seguida, passamos o camarão na farinha de trigo, depois no ovo e por
Pirão Caiçara
Patrícia dos Santos mora há 26 anos na Ilha Diana, e ali aprendeu o modo caiçara de cozinhar, usando muito pescado e farinha de mandioca. Ingredientes: 1 bagre cabeçudo em postas/6 a 7 carapebas médias em postas/2 cabeças de alho/3 cebolas grandes/2 pimentões/2 tomates picados/azeite/sal/1/2 maço de salsinha/1/2 maço de coentro/extrato de tomate/ vinagre/limão/farinha de mandioca Preparo: Prepare uma marinada com vinagre, limão, alho picado e sal, e deixe o peixe de molho por uma hora (na geladeira). Refogar cebola e alho no azeite e colocar as postas. Acrescentar massa de tomate, salsinha e coentro. Cobrir com água. Deixar por 5 minutos. Retirar os peixes com uma escumadeira. Engrossar com farinha de mandioca. Servir as postas de peixe acompanhadas do pirão.
Bobó de camarão
último na tapioca em flocos. Levamos para fritar em uma temperatura de 180 graus por alguns minutos ou até dourar.
Camarão empanado na tapioca
Mostarda de manga- Ingredientes: 2 xícaras (chá) de manga em cubos/1/3 xícara (chá) de vinagre de maçã/1/3 de xícara (chá) de pimenta
calabresa/150 ml de óleo de girassol/Sal a gosto/Limão Preparo: levar todos os ingredientes ao liquidificador e adicionar o óleo gelado até criar uma consistência cremosa.
No Novo Mercado de Santos,
é possível encontrar uma grande variedade de pescados para fazer as mais deliciosas receitas. A vendedora Ivone, da Gabrimar (box 10), exibe um namorado que pode ser preparado assado ou em postas. O Mercado fica na av. Mario Covas Junior, 3050, na Ponta da Praia.
No Mercado de Peixes de Santos é possível encontrar toda variedade de pescados. A vendedora Ivone, da Gabrimar exibe um namorado que fica bom assado ou em postas
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Mães do fogo acende a discussão sobre ancestralidade e resistência cultural Mãe do fogo é a tora de madeira que sustenta o fogo aceso por uma noite ou vários dias. “Esse foi o nome escolhido para um documentário longa metragem que fala sobre cultura tradicional com foco nas mulheres que são baluarte dessas comunidades”, explica Catharina Apolinário. A jornalista, o cineasta Danilo Tavares e o advogado Renato Azevedo se uniram para produzir o roteiro de um filme que será ambientado em comunidades caiçaras, quilombolas, indígenas e povo de terreiros de São Paulo. Catharina acrescenta que a obra traz muitas reflexões sobre agricultura, território, turismo de base comunitária, meio ambiente e empoderamento feminino. “Estamos felizes em colaborar com o cenário santista da produção audiovisual”, argumenta, acrescentando que a participação das mulheres será enfatizada. O projeto foi contemplado com verba do PROAC- Programa de Ação Cultural de incentivo à Cultura do Estado de São Paulo e foi usado para a produção do roteiro do filme. O tema suscitou a produção de uma série de lives. Elas são parte da contrapartida ofertada, onde a equipe compartilha a pesquisa e traz a comunidade para tratar de temas importantes. A primeira foi “A luta pelo território ancestral no Quilombo da Fazenda”, em 29 outubro, abordando ancestralidade e direito ao território. Participaram Isadora Brandão, defensora pública e coordenadora do NUDDIR/SP, Laura de Jesus Braga, líder comunitária do Quilombo da Fazenda de Picinguaba-Ubatuba e Walquiria Imamura Picoli, Procuradora da República. Na segunda live o tema foi “Tapera a resistência das mulheres caiçaras na Jureia”, realizada dia 7/11. Participaram Vanessa Muniz, caiçara, membro da Associação dos Jovens da Jureia, Karina Otsuka, educadora, artista plástica e mãe na comunidade do Rio Verde. No dia 21 de novembro a live abordou o Candomblé de Angola: uma conversa sobre tradições, com a sacerdotisa Mametu Kissuanga e a historiadora Cinthia Tescare. No dia 28 de novembro aconteceu a live “Quilombo São Pedro: cultiva avó, cultiva mãe, cultiva filha”, com a agricultora e universitária quilombola Regiane França e a pesquisadora Cris Américo. A última live desta temporada será sobre cultura indígena com a pesquisadora e morubixaba Itamirim da Aldeia Tabaçu Reko YPY e as Nhandetsys Dina e Catarina, do território Indígena Piaçaguera. Os debates tiveram a mediação da jornalista Catharina Apolinário, operação e efeitos audiovisuais de Danilo Tavares e produção de Fabiola Moraes. Em 2021, o projeto realizará ainda oficinas gratuitas técnicas, vivências de saberes tradicionais e medicina alternativa, e atividades de arte e cultura. O roteiro será entregue em março. A pesquisa foi finalizada e a equipe está trabalhando em fase de escrita do roteiro do documentário. Com o isolamento social e todas as consequências da pandemia de covid-19 as entrevistas que seriam presenciais foram todas feitas por telefone e aplicativos de celular. “Mais de 40 mulheres foram entrevistadas, em conversas que buscam compreender as suas motivações, cultura, sentimentos, subjetividades e relações de ancestralidade e identidade”, explica Catharina. O projeto é realizado com verba do ProaC Express, do Governo do Estado de São Paulo, e desenvolvido pela Produção Preta. Você pode encontrar mais informações nas páginas do Projeto nas redes sociais, You Tube, Facebook e no Instagram (@maesdofogodoc).
Danilo Tavares e Catharina em live com a designer Marcia Okida
Catharina Apolinário (acima) entrevista a quilombola Laura Braga de Ubatuba
Mametu Kissuanga (esquerda) com Dida Dias e Catharina Apolinário
Obras de infraestrutura são discutidas com as comunidades pesqueiras dentro do acordo com Ultracargo O TAC firmado dia 15 de maio com o Ministério Público Federal e o Ministério Público de SP dia 15 de maio de 2019, relativo ao incêndio nos tanques da Ultracargo ocorrido em 2015, é um acordo assinado de forma parcial, atendendo
num primeiro momento a proteção do meio ambiente do estuário e os pescadores, mas as negociações em outras áreas continuam. Dentro do acordo, no momento estão sendo discutidas obras de infraestrutura, como reforma de píer, fá-
brica de gelo, entre outros, que atendam as comunidades atingidas. Também estão sendo avaliados programas de formação profissional, como o curso de Aquaviário (carteira POP e MAC) ministrado pela Capitania dos Portos do Estado de SP,
e cursos de capacitação como Mecânica de Motores, Instrumentos de Navegação, Carpintaria Naval, Elétrica Naval, Informática, Primeiros Socorros, Guia Turístico, Meio Ambiente, Pescado/ Conservação e Pescado/Qualidade.
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2020
Arte do tamanho da imaginação
Como conservar alimentos
Quanto um artista pode expressar sua arte numa peça tão pequena como um lápis? “Entalho quase tudo que pode caber num lápis sem perder as características”, afirma Zé Marques, especialista em entalhes delicados que exigem ferramentas especiais, muita habilidade e aguçada visão. Aos 63 anos, já fez diferentes tipos de esculturas em madeira, xilogravura, sempre com temas folclóricos como tipos e lendas caiçaras, e religiosos. Para este Natal, produziu delicados oratórios com figuras dos Reis Magos, e também um pequeno presépio. Tudo isso num trabalho de cerca de 3 centímetros. Conheça mais sua arte em: facebook: Zé marques ou Canjerê artesanato. Contato para adquirir suas obras: (41) 8523.7205 (whatsapp)
Zé reproduz figuras religiosas e folclóricas
Exercícios simples para fazer em casa Para quem passa horas sentado em frente ao computador, aí vão alguns conselhos. Manter a postura sentado por muito tempo não é recomendável. Para manter a qualidade de saúde e também não se cansar nessa posição, é importante levantar-se um pouco, fazer uma pausa de 5 minutos a cada 2 horas de trabalho e estudo, alternar posições e realizar moEleve os braços acima da cabeça, estique bem como se quisesse pegar uma corda lá em cima
vimentos simples de alongamento. Isso ajuda a recuperar a atenção em todos os sentidos. Os chamados exercícios laborais, são geralmente simples, e podem ser feitos, sempre que você começar a sentir cansaço da posição. Podem ser feitos antes, durante e depois de cada atividade. Simone Butler-fisioterapeuta
Um braço acima da cabeça, incline o corpo, e alongue. Alterne os lados
Pressione as palmas das mãos, alongando os punhos, aponte para cima, aponte para baixo
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Simone Butler, fisioterapeuta
Faça movimentos com o ombro, para cima e para baixo
Movimente o pescoço, de um lado ao outro, para cima e para baixo
A importância em conservar coco, figo, goiaba, laranja, lichia, os alimentos reside no fato de di- melancia, morango, nêspera, romã, minuir o desperdício, e além disso tangerina, uva e melão. a conservação dos alimentos de As frutas, verduras e legumes forma adequada garante qualidade sensíveis fracionados ou descascapara o consumo seguro. Alimentos dos, sucos e polpas e caldo de cana deteriorados trazem riscos à saúde. têm durabilidade de três dias, na Segundo a FAO-Organização das temperatura de 4 – 5 graus Celsius. Nações Unidas para a Alimentação As carnes bovinas e suínas cruas e Agricultura os alimentos que mais em peça ou moídas, guardadas no sofrem desperdícios são frutas, legu- refrigerador devem ser consumidas mes e verduras. no máximo de 2 a 3 dias, já as aves Os alimentos podem ser conser- em dois a três dias e os peixes e vados na forma natucrustáceos em um ral, refrigerada e condia. A carne, quando gelada. Na forma napreparada, pode ter tural, os alimentos são seu consumo em até frescos dependendo quatro dias, porém apenas de higienizaquando se tratar de ção quando chegam à espetos mistos, bife residência e de serem rolê, carnes empamantidos em temperanadas cruas e pretura ambiente (21 - 22 parações com carne graus Celsius). Nesta moída, o tempo para condição necessitam consumo passa para ser consumidos em dois dias. menor tempo para Os laticínios Augusto Pérez Montano Médico Veterinário, membro que não apodreçam. refrigerados têm da Comissão de Aquicultura Podem ser enquadratempos variados do Conselho Regional de dos nesta categoria de conservação, a Medicina Veterinária do Estado de São Paulo as frutas (abacaxi, manteiga pode ser melancia, caju, caconsumida em até rambola, cereja, coco, figo, goiaba, dois meses, a margarina em um mês. lichia, nêspera, romã, tangerina, uva, Os queijos variam com a forma de melão, abacate, pêssego, manga, apresentação, o queijo prato em morango, maçã, pera, banana, limão, peça dura dois meses, e o fatiado laranja) e alguns legumes (cenoura, somente três dias. O queijo fresco e abobrinha, pepino, chuchu, tomate, a ricota, cinco dias e o iogurte, até berinjela, beterraba, milho verde, duas semanas. O leite aberto pode pimentão cebola, mandioca, feijão, ser consumido em até sete dias. ervilha, soja, arroz, castanha, nozes, Os frios e embutidos picados batatinha, amêndoas, batata doce). ou moídos duram três dias a quatro Na forma refrigerada (4 - 5 graus Celsius, e os ovos duram de graus Celsius) após higienização e 15 a 30 dias a cinco graus Celsius. secagem, frutas, legumes e verduras A forma congelada é ideal para devem ser ensacados e colocados estocar carne no freezer (-18 graus nos gavetões, na parte baixa da Celsius), que mantém o alimento geladeira. Na primeira prateleira em condição de consumo por até da geladeira devem ser acondicio- 90 dias. É importante não limpar nados: carne, pescado, laticínios a carne antes de congelar, pois (manteiga, margarina, iogurte, a gordura serve como uma capa queijos), frios (salsicha, mortadela, protetora evitando ressecamento presunto, linguiça), ovos e resíduos do produto. O descongelamento de comida. Na segunda prateleira de produtos deve ser feito sempre devem ser colocados os enlatados, em geladeira. doces e leite. É importante conhecer o alimenAlgumas frutas como banana to bom para consumo para rejeitar e pera liberam grande quantidade aquele que esteja impróprio, pois o de um gás chamado etileno que alimento deteriorado exibe caractepromove a maturação rápida de rísticas estranhas como alterações outras frutas quando guardadas na aparência, cor, odor, sabor e juntas. Outras frutas liberam menor podem causar agravos à saúde, tais quantidade de gás, tais como: aba- como diarreia, cólicas abdominais, caxi, caju, limão, carambola, cereja, náuseas, vômitos e perda do apetite.
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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2020
Peixe recheado Elisa da Silva Alves, nascida e criada em Ilha Diana, fala sobre a tradição da tainha assada no dia dos festejos do padroeiro Bom Jesus em agosto. Para as festas de fim de ano, adaptamos a mesma receita, usando a pescada-cambucu que é mais abundante em dezembro. Outros peixes que podem ser encontrados no fim do ano são o namorado e robalo. Ingredientes: 1 peixe (robalo, pescada-cambucu, namorado) de 2 kg aberto pelo dorso (retirando espinha e vísceras) 1 cebola picada e 2 dentes de alho picados Pimenta-do-reino Vinagre Limão Farinha de mandioca Cascas de batata bem lavadas Óleo e sal Palitos ou agulha para prender o recheio Papel-alumínio Preparo: Temperar o peixe na noite anterior com sal, limão, pimenta-do-reino, cebola, alho e
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Pescadacambucu aberta e limpa pelo dorso
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Costurado com agulha e linha
vinagre. Manter na geladeira. Rechear com farofa de farinha de mandioca. Costurar com agulha ou amarrar o corpo do peixe com linha de costura. Colocar numa assadeira forrada com cascas de batata e um pouco de óleo. Cobrir a forma com folha de papel-alumínio (lado brilhante para dentro). Levar ao forno por cerca de 10 minutos, retirar o papel-alumínio e deixar por mais 30 minutos. Recheio de farinha de mandioca Ingredientes: ½ xícara (chá) de linguiça calabresa picadinha/1 fatia de bacon picado/6 azeitonas picadas/cebola e alho picados a gosto/1/2 xícara (chá) de farinha de mandioca/ salsinha picada a gosto/óleo e sal Preparo: Refogar o alho e a cebola no óleo. Acrescentar calabresa e bacon. Colocar farinha de mandioca, misturar e por último, colocar a salsinha e azeitona. Retificar o sal. A receita tradicional da festa do Bom Jesus de Ilha Diana era feita com farofa de farinha de mandioca com ovas previamente cozidas na água, mas com o passar do tempo as ovas foram substituídas por calabresa e bacon.
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Fechado
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Recheado com a farofa
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Assado e pronto para comer!
Lição de um antigo pescador “Meu finado pai dizia: Nunca pegue peixe demais para sobrar se não tem para quem dar ou vender.” Seu Tonico (1913-2012)
Antônio de Castro Lancha, nasceu em Monte Cabrão, mas passou a maior parte de sua vida em São Vicente. Era considerado um pai e guia dos pescadores mais novos, a quem ensinava a arte da pesca. Depois da morte da mãe, aos sete anos, trabalhou numa lavoura em São Vicente, mas sempre escapava para o mar à noite. Das lições na lavoura, aprendeu a cultivar na própria casa a árvore que produzia a cabaça, que se transformava em cuia. Um petrecho usado para armazenar comida, peixe pescado e até para tirar a água que entrava no barco por descuido. Ele como outro companheiro, seu Pelicas de Cubatão (falecido com mais de 90 anos), tinham como lema o respeito à natureza “Arrancou uma mandioca, plante duas. Comeu um mamão, plante a semente.”, dizia Pelicas. Hoje, você pode colocar em prática esta ideia, plantando o que usar para comer, cortando a raiz e plantando. Os antigos pescadores aprendiam na prática a plantar sua rocinha e também soltar o peixe pequeno, a fêmea de caranguejo com ovas, antes da instituição dos períodos de defeso. Eles inventaram o verdadeiro significado da palavra sustentabilidade, sem mesmo perceber.
Sustentabilidade é reservar a raiz do vegetal que consumiu, separar a raiz, e replantar.
1-Corte a raiz da cebolinha em cerca de 5 cm Seu Tonico com cuia feita do fruto da árvore de seu quintal
2-Plante com uma pazinha
3 - Em um dia a mudinha já mostra a pontinha verde, sinal de crescimento.