JORNAL MARTIM-PESCADOR 192

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Representantes do Turismo de Base Comunitária de Caruara dão sugestão para uma ceia caiçara. Pág.4 e 5

CEIA CAIÇARA

assado

Experimente o doce de mandioca, uma receita de Moçambique. Pág. 6

Deputado Luiz Marcolino, durante audiência da Frente Parlamentar da Pesca na Alesp, recebe pedido para a volta de uma representação da Superintendência da Pesca na Baixada Santista. Pág.3

Dona Arlete, falecida em junho, dá o nome à rua principal de Ilha Diana na Área Continental de Santos. Pág.8.

O adeus a Yukito Yumoto que trouxe a arte de seus ancestrais à pesca da rua Japão, em São Vicente. Pág. 5

Livro homenageia (in memoriam) pescador de Cubatão empenhado em proteger o mangue. Pág. 8

Peixe
na folha da bananeira é o astro da festa.

Audiência Pública discute nova redação do Código de Pesca

Evento foi promovido pela Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento e Proteção à Pesca Artesanal e à Aquicultura, coordenada pelo deputado Luiz Claudio Marcolino (PT); desenvolvimento sustentável e participação social foram alguns dos temas discutidos

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) recebeu dia 25/11, uma Audiência Pública, que discutiu os principais desafios da pesca artesanal e da aquicultura no estado de São Paulo. A Sessão aconteceu no Auditório Teotônio Vilela e foi promovido pelo deputado Luiz Claudio Marcolino, coordenador da Frente Parlamentar dedicada a discutir o tema. Condições de trabalho, proteção ambiental e a formulação do novo Código de Pesca foram alguns dos tópicos discutidos durante o evento. Marcolino ressaltou que a audiência é uma oportunidade de garantir a participação popular, ao trazer representantes da sociedade civil e do

Poder Público. “O Código não pode ficar sendo discutido apenas entre o Parlamento e o Executivo. Precisamos ouvir a população que está enfrentando o dia a dia do trabalho na pesca”, defendeu o parlamentar.

A presidente da Colônia dos Pescadores e Aquicultores Z-12 de Santa Fé do Sul, Yoko Arita, defendeu que os pescadores precisam participar ativamente das discussões envolvendo o novo Código de Pesca. “Eu acho que a nossa categoria precisa ser ouvida mais atentamente e com mais prazo. A gente tem um grande potencial na produção de pescados. Mas para isso, nós precisamos de apoio”, defendeu

EXPEDIENTE

www.jornalmartimpescador.com.br

Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Nenê (Z4), Izaura Bilro (ALPESC), Doraide Lima (Z1) e Luciana Cirila (Z4)

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350

Fone: (013) 3261-2992

a presidente.

O Presidente de Colônia de Pescadores Z-7 de Iguape, Paulo de Moura relacionou a prática da pesca artesanal com a responsabilidade ambiental e social. “O pescador artesanal é um guardião dos rios e mares, garantindo que a prática da pesca seja feita de maneira sustentável e respeitosa com a natureza”, defendeu. Assessor técnico da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Luiz Henrique Bambini comentou sobre os desafios para fomentar a renda e o desenvolvimento social entre os pescadores. “A comercialização é um dos principais desafios no âmbito das colônias de pescadores. Eu acho que a Ceagesp, uma empresa pública, pode representar um apoio neste processo”, afirmou Bambini. Também estiveram presentes ao evento representantes do Governo do Estado, do Governo Federal e do Ibama.

Outros desafios já identificados pela Frente, são a falta de infraestrutura e de apoio para o beneficiamento e a comercialização do pescado, a necessidade de abertura de linhas de crédito, a desburocratização dos processos de licenciamento, a exigência de renovação anual das portarias que regulam a atividade, a redução de impostos, a falta de capacitação, entre outros problemas, como o reconhecimento das pescadoras. “As mulheres precisam ser reconhecidas como pescadoras e não como acontece hoje, como colaboradoras, ajudantes”, disse o deputado Marcolino. A pescadora da Colônia Z-6 de Ilhabela, Benedita Aparecida Leite Costa, 62 anos, sendo 50 vividos na pesca artesanal, definiu bem seu sentimento, que é compartilhado com todos os pescadores: “Nossa vida é de luta e essa audiência é histórica, porque queremos construir juntos o decreto”.

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com

Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobureau.com.br

Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

Fabiana Bras e Izaura Bilro (Alpesc), Eliana Diniz (Colônia Z5),Sidnei Bibiano de Cachoeira
Deputado Luiz Claudio Marcolino coordena audiencia publica
Nando Bonfim

O presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado de São Paulo, Edivando Soares

Pescadores solicitam representação da SFPA-SP na Baixada

No dia da Audiência Pública sobre o Código de Pesca (25/11/2024) representantes de pescadores da Baixada Santista apresentaram solicitação ao deputado Luiz Marcolino pedindo a volta de uma representação da Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura na região.

Ofício nº 026/2024 em 25 novembro de 2024

Da Presidente da Colônia de Pescadores Z-04 “ANDRÉ REBOUÇAS”

Ao Superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura em São Paulo

Ilmo. Sr. Audrey Rodrigues de Oliveira Prezado Sr. Superintendente,

As Colônias de Pescadores Z-1 “José Bonifácio” (Santos), Capatazia de Cubatão, Z-4 “André Rebouças” (São Vicente), Z-13 “José de Anchieta” (Itanhaém) e Alpesc – Associação Litorânea da Pesca Extrativista Classista do Estado de São Paulo (Guarujá) vem mui respeitosamente solicitar que a Superintendência Federal de Pesca e AquiculturaSFPA-SP volte a ter uma representação na Baixada Santista. A atuação poderia ser feita através de um atendimento itinerante, deslocando um dos servidores que atuam na Secretaria em São Paulo um dia por semana para atender no Posto de Atendimento. Isso poderia diminuir o pesado afluxo de pescadores que necessitam destes serviços.

Os pescadores e seus representantes, sejam colônias ou associações, enfrentam muitas dificuldades para obter documentação e manter sua situação regularizada. As lideranças têm visitado a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura - SFPA em São Paulo, mas com altos custos e com grande dificuldade, já que o posto de Atendimento da Pesca no TPPS não tem previsão para reabertura. Fechado desde o mês de maio de 2024, o Posto de Atendimento da Pesca loca-

lizado no Terminal Pesqueiro Público de Santos-TPPS costumava atender todo o Estado de São Paulo. Este endereço era o único lugar físico no litoral que atendia pescadores da área marinha e de águas interiores, pois a própria sede da Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura -SFPA está situada na capital de São Paulo. Utilizam estes serviços os pescadores do interior que trabalham com a pesca de água doce e também os do litoral. Existem hoje cerca de 20 colônias de pescadores artesanais, somados a inúmeras associações de pesca. Durante mais de 20 anos o escritório atendeu tanto os presidentes de colônias e associações como diretamente os próprios pescadores. O procedimento de registro é informatizado, porém é fundamental a atuação de um servidor público para atualizar e deferir. Atualmente o setor precisa de mais atenção para desenrolar processos de registros de pescador que ultrapassam hoje a quantia de 12 mil em situação de análise ou aguardando análise. Com esse volume de demanda, existe a necessidade de uma representação na Baixada. Embora os procedimentos estejam se informatizando, o Posto de Atendimento é um importante canal de comunicação do setor da pesca com o MPA, imprescindível para uma boa atuação do ministério com pescadores, colônias e despachantes. É também real a necessidade de atender pescadores que não estão ligados a colônias ou associações e necessitam de orientação segura. Para atender a Baixada Santista a atuação de um funcionário no Posto de Atendimento no Terminal Pesqueiro Público-TPPS, ainda que de forma itinerante, é uma necessidade premente para a classe dos pescadores artesanais. Diante do exposto acima, agradecemos antecipadamente pela atenção que o caso merece, contando com a vossa consideração ao nosso pedido e principalmente que o apoio dessa Superintendência é de suma importância para a continuidade no atendimento a todos os pescadores artesanais que estas entidades de classe representam em nossos municípios.

Izaura Bilro da ALPESC enfatizou a importância da participação dos pescadores
Representantes da pesca na Baixada Santista entregam ao deputado Luiz Marcolino pedido para a volta de representação da Superintendência da Pesca na região.
Deputado Luiz Marcolino, pescador Rocha e esposa
Deputado Marcolino entre Yoko Arita de Santa Fé do Sul e vereador Lucas Orlandini de Cananeia.

DP WORLD REVITALIZA ESPAÇOS NA ILHA DIANA EM CELEBRAÇÃO AO DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTÁRIO

No último dia 5 de dezembro, a DP World realizou uma ação de revitalização na Ilha Diana, em Santos, como parte das celebrações pelo Dia Internacional do Voluntário.

A iniciativa integrou a Semana Global de Voluntariado (Global Volunteering Week), evento anual promovido pelo Grupo DP World para estimular ações sociais e fortalecer o vínculo com as comunidades onde atua.

A mobilização reuniu 14 voluntários da empresa, que, com o apoio da equipe de Manutenção, dedicaram três dias consecutivos ao projeto, somando 120 horas de trabalho voluntário.

Durante a atividade, foram realizadas melhorias significativas na Centro Comunitário na Unidade Básica de Saúde (UBS) e nos arredores.

O Centro Comunitário, um espaço essencial para a vida comunitária, recebeu uma nova cobertura, além de pintura e limpeza. O local funciona como ponto de referência para reuniões, eventos e ações dos moradores. A Unidade Básica de Saúde também passou por revitalizações, e os arredores da ilha foram transformados por meio de serviços de limpeza e roçagem, promovendo um ambiente

STATUS DAS OBRAS DE AMPLIAÇÃO DO TERMINAL

As obras de ampliação dos pontos de apoio administrativo e operacional do Complexo de Celulose foram concluídas e estão em fase de vistoria dos órgãos responsáveis pelo licenciamento para operação.

Esta obra é licenciada pelo IBAMA – Licença de Instalação nº 1232/2018 1º renovação e 2º retificação.

mais acolhedor e organizado para todos.

Além das melhorias em estruturas físicas, a DP World promoveu um almoço especial para 50 pessoas da comunidade local. O evento não apenas celebrou os esforços coletivos, mas também destacou a rica cultura caiçara da região, promovendo a integração entre os voluntários e os moradores da Ilha Diana.

A ação reflete o compromisso contínuo da DP World com o desenvolvimento social e o respeito às comunidades que fazem parte do entorno de suas operações.

Antiga moradora é homenageada em Ilha Diana

Dona Arlete dá nome à via principal e central que margeia o Rio Diana

Quem já foi à Ilha

Diana num simples dia de semana poderia encontrar pescadores e pescadoras descansando de seu trabalho à sombra das árvores e batendo um papo descontraído.

Dona Arlete, falecida em junho, dá o nome à rua principal de Ilha Diana na Área Continental de Santos.

Dona Arlete de Souza Gomes, uma das mais antigas moradoras do local estava entre elas. Especialista na pesca do marisco ensinou muitas mulheres da Ilha sua arte. Essa modalidade era o sustento de muitas moradoras do local. Falecida em 1 de junho ficará para sempre na memória com a homenagem feita a ela pela Prefeitura de Santos dando seu nome à principal alameda da Ilha. “Era uma pessoa alegre que tinha carinho por todos ao seu redor, até mesmo aqueles que ela não conhecia”, define sua nora Elisa, exprimindo a saudade que Arlete deixou na Ilha. Devota de Bom Jesus, viveu toda sua vida na Ilha com seu marido Antônio Gomes, mais conhecido como Chora. Deixou cinco filhos, 12 netos e nove bisnetos. O projeto de lei que dá o nome da tradicional pescadora à via principal e central que margeia o Rio Diana foi criado pelo vereador Benedito Furtado. Através do projeto, a via principal e central que margeia o Rio Diana, na Comunidade da Ilha Diana, Área Continental de Santos, passou a se chamar Alameda Arlete de Souza Gomes. “Ela trabalhou um bom tempo com as mulheres, até ela se aposentar” lembrou sua nora Elisa enaltecendo sua contribuição para formar novas pescadoras de marisco. “O marisco é o sustento de muitas mulheres”, explicou. Elisa acrescenta que a homenagem foi muito emocionante e a família ficou muito grata pela iniciativa.

Dona Arlete, falecida em junho, dá o nome à rua principal de Ilha Diana.

Ceia Caiçara

Os ingredientes mais típicos da cultura caiçara compõem essa refeição

Que tal comemorar o Natal com receitas típicas caiçaras? Fomos até Caruara, bairro da área continental de Santos e pedimos as melhores sugestões para as integrantes do TBC-Caruara-Turismo Ecológico e Comunitário na Área Continental de Santos. Fomos recebidos por Sandra e Helena Assumpção, Lygia Mesquita e Josefa Candido da Silva. Sandra Assumpção, uma das idealizadoras do grupo conta que desde 2008 as participantes se dedicam a desenvolver receptivo de turistas com a verdadeira comida caiçara com elementos da roça dos pescadores, e passeios que incluem Trilha na Mata Atlântica, cachoeiras, caminhada com monitoria comunitária, feiras e oficinas de artesanato e roda de conversa.

Nessa sugestão da ceia caiçara o cardápio inclui: carapau recheado com cebolinha enrolado na

folha de bananeira, salada quilombola (feita com o coração da bananeira), arroz com taioba, farofa de banana, purê de batata doce, bolinho de taioba, suco de cambuci, pé de moleque caiçara, doce de mamão verde, café feito no caldo de cana. A dica da Sandra para preparar a folha de bananeira para enrolar o peixe é: Cortar a folha inteira. Lavar dos dois lados com água. Passar no fogo para secar e amolecer, parte brilhante para cima e a opaca para baixo. Enrolar o peixe com a parte brilhante para dentro e opaca por fora.

Reserva para visita monitorada à Caruara : O roteiro é feito mediante agendamento e os interessados podem entrar em contato com Sandra Assumpção, presidente do Turismo de Base Comunitária-Caruara em: (13) 99751-7484

Começando com o suco de cambuci, desfilam na mesa os pratos mais típicos caiçaras Vista do Canal

Caruara é um bairro na Área Continental de Santos, que faz limite com a cidade de Bertioga, ocupa área de 1.317km de Mata Atlântica, sendo o maior desta região. Tem cachoeiras, rios e manguezais e atrai atividades do chamado turismo de base comunitária exercido pelos moradores. Começou a surgir em 1951, com o loteamento da Fazenda Caruara, formada por 142 chácaras, e cresceu na década de 1970, com a construção da rodovia Rio-Santos. Possui aproximadamente mil moradores que ainda preservam a tradicional cultura caiçara.

Adeus a Yukito, o homem que revolucionou a pesca

O pescador deixa como legado a tradição da pesca da rua Japão em São Vicente

Nascido em dezembro de 1939, Yukito Yumoto partiu em outubro de 2024, deixando forte marca de sua passagem em vida. Sua trajetória no Brasil começou com a chegada do avô, Takichi com sua avó Syono, que vieram no vapor Rio Jun Maru em 1908. O casal pretendia descer na Bahia para trabalhar na lavoura, mas uma mudança de planos os trouxe ao litoral de São Paulo. Moraram um ano na Ponta da Praia em Santos, depois decidiram tentar a vida em São Vicente. Essa mudança foi determinante para o desenvolvimento da pesca na cidade. Na época pescavam com um aparelho chamado jau, para pegar manjubas. A peça consistia numa rede armada em 3 varões de madeira que desciam a cerca de 5 metros de profundidade em cima do cardume. A manjuba era preparada com uma salga leve usada na sopa de missoshiru. Quase toda a produção era levada para São Paulo. Essa atividade prosperou até 1950/60, quando a manjuba começou a rarear.

Yu e uma caranha de 50 quilos pescada na década de 90

“Minha vida sempre foi na água,” dizia Yukito, ou apenas Yu, como os amigos o chamavam. “Pesquei de tudo: peixe ou camarão com cerco, rede, caniço, tarrafa e jerivá”, acrescentava. Os maiores peixes viraram retrato na parede e até notícia no jornal. Seu filho Ricardo aprendia com o pai as artes da pesca e em maio de 1998 pescou um mero de 150 kg próximo à Ponte Pensil, que teve que ser rebocado na chatinha de alumínio de 6 metros para ser trazido em terra. ‘Gosto de fazer experiências”, afirmava Yu. Por isso aperfeiçoou o jerivá, uma rede presa numa haste feita originalmente com uma madeira da árvore guanandi. “Não dava certo, envergava”, dizia. Daí mudou para o alumínio e depois para cano de PVC, que ficou mais firme. A moda pegou e todo mundo adotou a nova fórmula. “Quando comprei a minha primeira chatinha de alumínio na década de 80, os amigos caçoaram”, lembrava-se com um sorriso. “Sou louco de pescar numa lata de sardinha” disseram. Depois perceberam que era mais prático que o barco de madeira e aderiram. Dos quatro filhos, Marcos, 58, Sílvia,55, Viviane, 50 e Ricardo,48, apenas o caçula seguiu a árdua carreira da pesca. Além de praticar a pesca, administra a Náutica Cortamar, que ele criou em 2003. Embora formado em Ciências Contábeis, confessa que não consegue viver fechado num escritório. O amor pela pesca herdou do pai. “Passei muitos anos embarcado com ele”, afirma Ricardo. Ele me ensinou a arrastar camarão-sete-barbas lá fora, remendar rede, fazer entralhe, pegar caranguejo. “Eu o vejo como um guerreiro, um vencedor”, afirma. Assim o filho dá continuidade aos ensinamentos que o pai deixou. Yukito Yumoto partiu, mas seu nome fica no rol dos pioneiros da pesca que ficaram na lembrança por ter desenvolvido a pesca rua Japão. Yukito Yumoto, Antonio de Castro Lanccha (seu Tonico), Mariano Ruiz Sobrinho (Rei do Camarão), Roberto Mario Ruiz Sobrinho (Beto Camarão), Claudemiro Nobre, Firmino Gonçalves dos Santos, são apenas algumas figuras que fizeram história da pesca na Rua Japão.

O filho Ricardo com um mero de 150kg pescado em 1998.

Uma visita à horta com Helena.

Instalação de comportas avança e obra de canal está prestes a ser concluída no maior projeto contra enchente da história de SV

Intervenções reduzirão consideravelmente incidência de alagamentos em pontos críticos da Cidade

A incidência de alagamentos é um problema crônico que afeta toda a Baixada Santista de forma recorrente. No entanto, São Vicente nos últimos tempos tem sido caracterizada por tirar projetos do papel e colocá-los em prática. Dessa forma, surgiu o maior plano de combate às enchentes da história da Cidade, cujas intervenções avançam cada vez mais. Com mais de 700 metros, o canal da Avenida Eduardo Souto (Cidade Náutica) passou por revestimento em toda a sua extensão, ampliando a capacidade de escoamento. As intervenções estão prestes a ser concluídas, com quase 100% dos trabalhos já executados, restando apenas algumas interligações de microdrenagem e acabamentos nas travessias das ruas Stélio Machado Loureiro e Antero de Moura. A reestruturação do canal é acompanhada por um grande plano de reurbanização também na área externa, com a pavimentação sendo realizada em todo o trecho, adequando a infraestrutura da região no combate às enchentes e, consequentemente, em prol da mobilidade urbana. Paralelamente, o munícipe pode se deparar com avanços já na instalação dos conjuntos de comportas que compõem o projeto. As estruturas metálicas contribuirão no controle do fluxo das águas provenientes das chuvas e/ou alta da maré, criando um sistema de drenagem que bloqueará as inundações sobre os canais. Ao todo, sete conjuntos contemplarão o Município, com instalações já concluídas no Sambaiatuba, em andamento no Pompeba, Dique das Caixetas, Castelo Branco

e Jóquei, e a serem efetuadas no Dique do Piçarro, Divisa e trecho final do Sambaiatuba. As obras do canal da Avenida Eduardo Souto e implantação das comportas são fiscalizadas pelo Daee-SP (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo).

Já as intervenções urbanas são monitoradas pela Prefeitura.

O investimento é fruto de articulação entre Prefeitura e Governo do Estado, que destinou o recurso de R$45 milhões ao Município, sendo R$25 milhões para drenagem.

“Nossa condição financeira inviabiliza grandes investimentos, mas como prefeito, meu papel é lutar pelo vicentino e buscar soluções. Essas obras são bem significativas para mim. Mostram que, com força de vontade, planejamento e execução, a gente consegue.

O maior projeto de combate às enchentes da história de São Vicente”, destacou o prefeito Kayo Amado.

Africanicidades:

A influência africana no Brasil está presente em muitos campos. Ela pode ser observada em manifestações de arte, culinária, religião e na própria linguagem. Segundo o antropólogo Raul Lody “a formação social e cultural do Brasil pode ser entendida pelo que comemos e pelo modo como fazemos”. Um estudo gastronômico da influência africana ele traz em seu livro Kitutu-Histórias e receitas da África na formação das cozinhas do Brasil. “Tantas, muitas e diversas são as maneiras de trazer a África ao Brasil”, afirma o antropólogo. Entre tantas ele escolheu os sistemas alimentares e suas inúmeras formas, em seu livro Kitutu, palavra derivada do kimbundu banto que designa comida

da língua

gostosa. A receita de doce de mandioca traz a presença do coco, considerado produto proveniente da costa africana, misturado à mandioca, um produto da terra brasileira. Desta feliz mistura nasce o doce de mandioca. Experimente.

Doce de mandioca de Moçambique

Ingredientes: 500g de mandioca/1 coco seco ralado/1 litro de água morna/500g de açúcar/Canela em pó a gosto

Preparo: Descasque a mandioca e corte em pedaços pequenos. Coloque numa panela com o açúcar. Reserve. Separe 3 colheres (sopa) do coco ralado e reserve num prato.

Desenvolvimento - As intervenções de combate às enchentes compõem um grande planejamento de infraestrutura traçado pela Administração Municipal de São Vicente, com entregas também na mobilidade urbana (nova ciclovia da Avenida Antônio Emmerich e alça de acesso à Rodovia dos Imigrantes), comércio (Boulevard Martim Afonso, novas coberturas e calçadas no Centro e reurbanização da Avenida Ulisses Guimarães) e turismo (Nova Orla do Gonzaguinha, Parque da Juventude).

Vale lembrar que segue em tramitação o lançamento do programa ‘Rios Vivos Baixada’, pleiteado pelo Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista) - presidido pelo prefeito Kayo Amado -, que consistirá na destinação de recursos do Estado para o desassoreamento de rios e canais em toda a região.

Fonte: SEICOM-São Vicente

à culinária

Depois, misture o coco ralado restante com 1 litro de água morna. Em seguida, coloque um pano de prato novo encaixado numa panela e aos poucos despeje a mistura de água com o coco ralado. Deixe escorrer e no final esprema bem o pano para tirar bem o líquido restante. Despeje este líquido na panela que contém a mandioca e o açúcar. Misture com uma colher. Leve ao fogo baixo, deixando atingir o ponto de espadana (quando a calda escorre com fitas largas ou espadas), cerca de uma hora e meia. Coloque o doce em uma compoteira, polvilhe com canela e jogue por cima o coco ralado que foi reservado num prato.

Como manter limpas as garrafinhas de água

A hidratação é um ato importante para manter o corpo saudável, e para que isso ocorra é necessária a ingestão diária de pelo menos 2 litros de água potável, que é desprovida de organismos patógenos. Observa-se que a maioria das pessoas tem por hábito carregar garrafinhas de água descartáveis ou recicláveis. Porém, deve-se ter cuidado com a higienização desses recipientes, uma vez que eles entram em contato direto com a boca, e assim bactérias, fungos e vírus podem ser transferidos para as garrafas, que passam a ser risco para a saúde.

As principais bactérias, Staphylococcus e Streptococcus, que podem contaminar as pessoas, são encontradas na pele, gengiva, dentes, lábios e língua, e são transferidas da boca da pessoa para o gargalo, no momento que este encosta a boca para beber água. Como existe o hábito de se carregar a garrafa na mochila, também ocorre a possibilidade de contaminação pela bactéria Escherichia, que também traz risco à saúde humana. Outro modo de contaminar as garrafas é no momento de abrí-las, pois nossas mãos sempre estão em contato com objetos como maçanetas, corrimões, botões de elevador, entre outros.

Toda água que sobra na garrafa deve ser eliminada e jamais devemos completar a garrafa com água limpa. Também não adianta apenas enxaguar esses recipientes e em seguida encher com água limpa. Apenas enxaguar as garrafinhas não se elimina os micróbios presentes nesses utensílios. O procedimento correto para a limpeza das garrafas é lavar com água e sabão neutro sempre que for encher a garrafa.

Médico veterinário Augusto Pérez Montano

Unidade de Vigilância de Zoonoses realiza capacitação para 40 profissionais da Secretaria de Serviços Públicos

Trabalhadores foram contemplados com ensinamentos sobre métodos contra acidentes de trabalho, contágio de doenças

Cuidados para evitar acidentes com escorpiões, métodos de prevenção contra a leptospirose e uso correto de equipamentos de segurança. Esses foram alguns tópicos apresentados na capacitação de 40 profissionais da Secretaria de Serviços Públicos, dia 22/10, no auditório da Sesp.

O foco da ação foi instruir os profissionais que trabalham na limpeza, manutenção e coletas das ruas da Cidade. Durante o evento foram abordados temas como: prevenção a acidentes com escorpião e quais os cuidados devem ser tomados; possíveis formas de transmissão da leptospirose, doença transmitida por bactéria que pode estar presente na urina dos ratos e o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) na rotina para evitar contaminações e acidentes. A palestrante e supervisora da equipe IEC (Informação, Educação e Comunicação), Roberta Fernanda de Oliveira Cabral, trouxe mais detalhes a respeito dos temas aplicados e completou ressaltando a importância desse treinamento para os servidores que trabalham em campo: “Diante da relevância do papel deles para o município, é de extrema importância orientá-los sobre as formas de prevenção, a fim de evitar possíveis acidentes e contaminações, tendo em vista, os ambientes de riscos que estão expostos”. “A capacitação de hoje é uma forma de integrar o trabalho entre as Secretarias, com o objetivo de dar conhecimento para esses servidores realizarem o melhor trabalho possível e com total segurança”, enfatizou Michelle Santos, secretária da Saúde.

BOX

“No caso de picada por escorpião, deve-se lavar o local da picada com água e sabão e procurar atendimento médico o mais rápido possível. Sobre a leptospirose o importante é eliminar os quatro A’S do Controle de pragas (água, abrigo, alimento e acesso). Além de usar botas e luvas de borracha, caso precise entrar em contato com enchentes ou lama, pois, pode ser um local de contato”.

Fonte: SEICOM-São Vicente

Mediação pode

solucionar conflitos dos pais sobre vacinação

Quando não existe um consenso dos pais em relação à aplicação de vacina, a mediação pode trazer solução. Este é o resultado de uma pesquisa realizada pelas advogadas Sandra Stein, Ana Carolina Aguiar e a doutora Patrícia Gorisch, coordenadora da Pós-graduação em Direito das Famílias e Sucessões da Universidade Santa Cecília em Santos. A pesquisa “Mediação em Situação de Desacordo Parental Sobre Vacinação: infodemia” mostra um caminho que promove o diálogo e estimula as decisões conjuntas entre os responsáveis. A vacinação infantil é essencial para a saúde pública, garantindo proteção contra doenças infecciosas e contribuindo para o bem-estar coletivo. No entanto, divergências entre pais sobre a vacinação de seus filhos são cada vez mais comuns, refletindo preocupações com segurança, eficácia e crenças culturais ou religiosas. Segundo o estudo, a informação precisa e baseada em evidências acaba sendo trazida nas sessões de mediação, afastando, dessa forma, a infodemia, ou seja, as fake news no contexto da saúde. A implementação da Mediação em Situações de Desacordo Parental sobre a Vacinação de Crianças e Adolescentes, pode contribuir de diversas formas para a família e sociedade. A mediação pode resultar em maior adesão à vacinação, pois facilita o entendimento entre os pais sobre a importância e benefícios das vacinas, impactando no aumento nas taxas de vacinação e melhor proteção da saúde pública. Uma das conclusões do estudo é que durante esse processo de mediação, o mediador atua como um facilitador neutro, garantindo que ambas as partes tenham acesso a informações precisas e baseadas em evidências sobre a vacinação, corrigindo mal-entendidos ou crenças errôneas que possam ter sido influenciadas por fake news. Pais que recebem informações corretas e confiáveis sobre a vacinação, podem, por sua vez, compartilhar essas informações com outras pessoas, tornando-se multiplicadores de informação correta.

Sandra Stein apresenta trabalho no XIII Encontro Nacional de Pós-Graduação na Unisanta em outubro

Brasil substitui vacina de gotinha contra a poliomielite por imunizante injetável mais seguro

A partir de 4 /11 o Ministério da Saúde já está substituindo a aplicação da vacina oral da poliomielite (VOP), conhecida como gotinha, pela vacina inativada poliomielite (VIP). As doses devem ser administradas aos dois, quatro e aos seis meses, com um reforço também injetável aos 15 meses. A segunda dose de reforço, que tinha aplicação oral com vírus atenuado aos quatro anos, não será mais necessária. A vacina oral foi introduzida no Brasil na década

de 1960 e agora se alinhará a países como Estados Unidos e Inglaterra que não fazem mais o uso da gotinha, apenas do imunizante injetável em seus programas de imunização. Com o avanço tecnológico, será possível garantir uma maior eficácia do esquema vacinal. Atualmente, há cerca de 38 mil salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o país. O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989 e, cinco anos depois,

em 1994, recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de I munizações (DPNI), Eder Gatti, a mudança é significativa e pode ser observada no mundo inteiro. Países como o Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a VIP. “O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência mundial e está substituindo

as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as nossas crianças”, explica Gatti. A nova estratégia para uso do imunizante injetável é mais um passo para garantir que o Brasil se mantenha livre da poliomielite. O país está há 34 anos sem a doença, graças à vacinação em massa da população. Fonte: site do Ministério da Saúde

Seu Inácio-O pescador e o manguezal

Livro busca inspiração em pescador de Cubatão para mostrar o respeito destes trabalhadores pela natureza

O livro “Seu Inácio- O pescador e o manguezal” nasceu das ações de um projeto de recuperação de áreas degradadas de mangue em Cubatão na década de 90. A iniciativa uniu biólogos e moradores da Vila dos Pescadores. A participação dos pescadores foi importante, pois eles têm sempre sua vida integrada ao meio ambiente. Conhecem as mudanças de tempo, a sazonalidade dos peixes e o ciclo das marés e principalmente conhecem o manguezal.

Por essa importante contribuição ao projeto, os autores do livro quiseram homenagear seu Inácio (19412015) e sua esposa dona Helena e através deles, todos os pescadores que têm contato com os manguezais. Inácio é o apelido de José Tobias, pescador nascido na Paraíba que chegou aos 19 anos em Cubatão. Ali começou a praticar a pesca, com a coleta de mariscos, caranguejos e siris de maneira sustentável. Ficou muito conhecido na Vila dos Pescadores por trabalhar duro na pesca. Por seu vasto conhecimento da região foi chamado a participar de um projeto de recuperação dos manguezais que aconteceu de 1992 a 1996. Inicialmente desenvolvido pelo órgão Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB, foi coordenado pela equipe do biólogo Geraldo Eysink, com apoio do Instituto Oceanográfico. Após seu término, os participantes, os biólogos Eysink, Iris Poffo e Gisela Menezes, deram continuidade ao projeto, de forma voluntária, contando com a participação de seu Inácio, e de outros pescadores. A equipe também sensibilizou crianças e jovens para promover plantios de mangue em

áreas degradadas. Sérgio Pompeia, articulador do projeto inicial, trabalhava então na CETESB, sendo hoje Presidente do Conselho da CPEAConsultoria, Planejamento e Estudos Ambientais.

Eysink lembra-se do empenho de seu Inácio no projeto, e como de forma coordenada conseguiram a colaboração das crianças. “Juntamos a criançada lá na vila e recolhemos um montão de propágulos, que são as sementes”, lembra-se o biólogo. A equipe saiu de barco com maré alta e à medida que ela baixava iam fincando as sementes. “Nesse grande dia sem nem precisar sair da canoa plantamos 5 mil propágulos”, conta Eysink. A ação fez parte de um evento que contou também com concurso de desenho do manguezal, sendo vencedor o trabalho “Muitas vidas numa vida”, feito pelo menino apelidado de Prego. Outra criança também exibiu seu talento, o menino Wagner dos Santos Almeida que escreveu letra e música de um rap mostrando sua preocupação com o manguezal. O mérito desse projeto foi provar que os manguezais são passíveis de serem recuperados e com resultados positivos ainda mais envolvendo pescadores e seus filhos.

A partir disso a empresa HC 2, especializada em gestão ambiental criada pelo biólogo Eysink, deu continuidade ao plantio para que o mangue prossiga se recuperando. Hoje, após 30 anos de atuação, a área de manguezal restaurado compreende cerca de 1.200 hectares de mangue, seguramente o maior projeto de restauração dos manguezais no Brasil. Diante da significância do projeto, os autores

decidiram escrever um livro contando a história do replantio do mangue na Vila dos Pescadores, que envolveu biólogos e moradores. O livro “Seu Inácio-O pescador e o manguezal” foi escrito por Geraldo Eysink, Iris Poffo e Gisela Menezes e ilustrado por Sayuri Feijó. Seu lançamento aconteceu dia 12 de outubro, Dia das Crianças, na Vila dos Pescadores em Cubatão. Compareceram ao evento os autores do livro, Sérgio Pompeia, presidente do CPEA, Marly Vicente presidente do Instituto Socioambiental da Vila dos Pescadores-ISACVP, os sobrinhos de seu Inácio, Wagner Barros e Williams Barros e o amigo Benedito Aparecido Menezes.

”O ideal, e essa é a nossa intenção, é que cada criança que vive

ao longo do litoral brasileiro, em especial os filhos dos pescadores e das marisqueiras, leiam esse livro, para que se entusiasmem e também comecem a desenvolver projetos de proteção a esse importantíssimo ecossistema”, afirma Eysink. Ele complementa que outra grande meta é fazer com que as pessoas se envolvam e protejam a natureza. “Eu sou da opinião que a gente só protege, o que amamos e só amamos o que conhecemos, por isso, temos que incentivar a educação, que é para conhecer o nosso ambiente e assim, conciliarmos a preservação e o desenvolvimento”’, complementa Eysink. Uma bonita surpresa do livro vem na Galeria Mágica das Aves do Manguezal na contracapa do livro.

Ali, direcionando o smartphone para o QR-Code é possível ouvir o canto de diversas aves do manguezal. Os autores já distribuíram cerca de 500 livros na Vila dos Pescadores, em Cubatão e a proposta seria que a Secretaria de Educação de Cubatão e Santos adotassem esse livro como material pedagógico nas escolas da Baixada Santista, a fim reafirmar o conceito de conservação do mangue e estimular o surgimento de outras ações conservacionistas. O livro seu Inácio-O pescador e o manguezal, foi editado pela Editora Neotrópica, com patrocínio do CPEA e apoio do IPBio-Instituto de Pesquisas da Biodiversidade. Contato para compra: geraldo@hc2solucoes.com.br Fone: (19)994943937

Geraldo Eysink, Williams Barros, Benedito Menezes, Wagner Barros
Marly Vicente do ISAC -Instituto SocioAmbiental de Cubatão e crianças prestigiaram o evento
Sergio Pompeia, Williams e Wagner Barros, Geraldo Eysink, Iris Poffo e Gisela Menezes

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