Março 2014 Número 123 Ano X Tiragem 3.000 exemplares
www.jornalmartimpescador.com.br www. jornalmartimpescador.com.br O pescador Arara e o diretor da Colônia Z-4, de Cabo Frio-RJ , Ideraldo Rodrigues, falam das dificuldades da pesca. Pág. 8
O poeta Ricardo Rutigliano durante a abertura da I Semana da Cultura Caiçara em Santos. Página 8
Semana Caiçara
Porta-bandeira da escola de Samba Renascer Borel da comunidade de Santa Cruz dos Navegantes em Guarujá. Páginas 4 e 5
O fluminense Clair Pereira dos Santos fala de suas raízes na pesca artesanal. Página 2
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Com a pesca no sangue Aos 68 anos, o fluminense Clair Pereira dos Santos fala do amor à pesca em várias gerações de sua família
“Pessoa que nasce com aquele dom de gostar do que faz, morre velho”, diz Clair Pereira dos Santos, falando do avô paterno Felix Caboclo, que morreu aos 90 anos, dedicando toda sua vida à pesca artesanal. “Sempre que podia, ia à praia e fazia uma fezinha na rede”, lembra-se Clair. A praia, na realidade, era a beira da lagoa de Araruama, em São Pedro da Aldeia, RJ. O pai de Clair, Eliaques, não seguiu a profissão, mas tinha na pesca uma fonte complementar de renda. “Quando chegava do trabalho, às seis horas da tarde, ia puxar a rede”, lembra-se. A rede de calão era de porte médio, cinco braças de boca e uma de comprimento. Eram dois calões (hastes de madeira) colocados na boca da rede, de modo que duas pessoas podiam arrastar até a praia. Os conhecimentos são praticados até hoje. Embora Clair não tenha exercido a pesca como profissão na idade adulta, usou durante muito tempo a atividade como lazer. Aos 68 anos, aposentado como motorista de caminhão, ensina o neto Lucas, 18 anos, as artes mais simples de pesca, como aprendeu com seu pai e seu avô. Com eles também aprendeu a arte de tecer e remendar redes, que hoje são um passatempo. “O legítimo pescador é o que faz sua ferramenta de trabalho”, diz, mostrando a importância da arte de cuidar das redes e de todo equipamento. Clair nasceu em 1943 no bairro de Baixo Grande, em São Pedro da Aldeia-RJ, e passou a infância à beira da lagoa de Araruama. O pai quando chegava do trabalho às 6 horas da tarde o chamava para ajudar a puxar a rede de arrasto na lagoa, quase me frente à sua casa. “A gente pegava carapicu, carapeba, corcoroca, parati. A água é salgada demais por isso dá peixe de mar”,
A arte de tecer e remendar redes exige paciência e precisão
Clair mostra a rede de calão ao neto Lucas
explica. O camarão vinha muito na pesca de gancho, semelhante à de cerco fixo praticada pelos paulistas. Havia muita fartura na época, hoje a lagoa tem época de defeso para conter o declínio da pesca, do início de agosto ao final de outubro. Clair nasceu nas mãos da parteira, assim como seu irmão e suas sete irmãs. Na infância no bairro de Baixo Grande, havia cerca de 20 famílias, todos
pescadores. As casas eram feitas de pau a pique com telhado de zinco, sapê ou pita, em sistema de mutirão. “Cerca de cinco a seis pessoas construíam uma casa, rápido, numa semana”, conta. Era hábito na época servir caldeirada de peixe e cachaça para os ajudantes. “Davam também um dinheirinho para quem ajudava, cinco tostões”, comenta. O pessoal gostava de trabalhar cantando músi-
ca de viola e muitas vezes o trabalho era encerrado com um baile. Até o início da juventude, Clair viveu da pesca de camarão e peixes da lagoa. Aos 18 anos, foi cumprir o serviço militar em Niteroi e quando deu baixa por lá ficou. Em 1963 voltou para Cabo Frio e casou-se com Odália, com quem teve seis filhos, dois homens e quatro mulheres, Kelly, 40 anos, Clovis, 42, Cleonice, 44, Carla, 46, Cleide, 48 e Claudecir, 50. Trabalhou como motorista de ônibus, taxista e motorista de caminhão. “Ia para todo lugar transportar carga, Rio Branco, Acre, Pará, Rondônia”, recorda. “Aprendi muita coisa, lidar com gente que não conhecia, gente muito boa que encontrei”, comenta referindose à sua vida nas estradas. Nesse tempo conheceu muitas cidades distantes, aldeias indígenas, muita coisa interessante. “Vida de caminhoneiro é muito dura, muitas vezes tem que rodar 24 horas direto, a carga tem horário de chegada e ninguém quer saber se
o caminhão quebrou”, se queixa. Aguentou essa vida agitada até sofrer um infarto em Aparecida do Norte, e acabou se aposentando aos 53 anos. “De cinco anos para cá moro em Campo Grande, no Rio de Janeiro”, diz, explicando que está sempre visitando os filhos em Cabo Frio e Rio das Ostras. “Dos filhos, apenas a Kelly gosta de pescar”, comenta. Hoje o bairro onde morou na infância, Baixo Grande, cresceu muito. “Antigamente a vida era melhor, a gente se alimentava do que tinha. Não existia violência”, recorda com saudades. “As pessoas ficavam a qualquer hora na praia. Hoje a gente vive espantado no próprio lugar da gente”, comenta. Por outro lado reconhece que naquela época não havia o conforto de hoje. Mas com toda a tecnologia atual, sua grande distração é passar horas a consertar redes, trabalho que exige concentração e paciência. Arte que ele promete a passar à nova geração da família, que irá aprender também a gostar do que faz.
Troca da carteira de pescador artesanal: -A partir da data de seu aniversário você tem 30 (trinta) dias para solicitar a troca de sua carteira de pescador (RGP-Registro Geral de Pesca). -Procure a Colônia de Pescadores mais próxima, ou o escritório do Ministério de Pesca Aquicultura-MPA para mais informações. -Se perder o prazo, deve comparecer ao escritório do MPA para fazer o registro. Se até 60 (sessenta dias) após a data de seu aniversário a solicitação de troca de carteira não tiver sido feita, sua licença ficará suspensa por 2 (dois) anos. Mais informações no escritório do MPA em Santos: (13) 3261.3278/ ou em São Paulo: (011) 3541-1380 ou 3541-1383.
EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - belacarrari@hotmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Cursos de Piloto Avançado de ROV
O Nutecmar oferece Cursos de Piloto Avançado de ROV (Remotely Operated Vehicle) de 24 a 27 de fevereiro. Os cursos de capacitação nesta especialidade da robótica subaquática abordam o uso desta tecnologia no crescente mercado offshore de exploração de óleo e gás, porém não se limitam a este segmento. As informações se estendem a outras aplicações da robótica subaquática em diversas frentes de trabalho, como apoio a mergulhadores, inspeções de cascos e hélices de navios, inspeções de obras de engenharia
subaquáticas (pontes, cais, molhes, reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto etc.), inspeções de usinas hidrelétricas e nucleares, aquicultura e fazendas marinhas, resgate subaquático, policiamento marítimo e segurança portuária e aplicações em pesquisas científicas. Mais informações em: NUTECMAR - Núcleo de Tecnologia Marinha e Ambiental- Av. General San Martin, 148 - Ponta da Praia-Santos - SP – Brasil.Tel.:(13) 3345-6766.Cel.: (TIM)(13) 98162-6491/(13) 981947520. www.nutecmar.com.br
Plataforma Educativa Repsol Sinopec inicia 2014 por Ubatuba
A Plataforma Educativa Repsol Sinopec, que este ano está completando cinco anos, retomará suas atividades agora em março. A primeira cidade a receber, a partir do dia 17, o programa será Ubatuba. Os pescadores da cidade terão a oportunidade de se inscrever nos cursos “POP (Pescador Profissional)”, “Mecânica preventiva de motores”, “Gestão de resíduos de embarcações” e “Processamento de pescados”. Todos os cursos são gratuitos. Para realizar a inscrição, basta ir até a unidade
móvel do programa, que funciona das 9h e às 17h, e fazer a matrícula. A Plataforma Educativa Repsol Sinopec é uma iniciativa da companhia em parceria com o Instituto Atlantis e já atendeu a mais de 10 mil pessoas, sempre com o objetivo de promover a capacitação profissional da comunidade litorânea. Depois de Ubatuba, a Plataforma Educativa segue para São Sebastião, Ilhabela, Magé, Angra dos Reis, Cabo Frio, Búzios, Macaé e São João da Barra.
O patrulhamento do Canal do Estuário voltará a ser feito para reforçar a segurança de todo o cais santista. A ação será feita pelo Grupo de Operações Táticas-Náutico (GOENáutico), segundo o comando regional
da Polícia Civil. O Grupo irá atuar ao lado do Núcleo Especial da Polícia Marítima (Nepom), da Polícia Federal de Santos, e da Capitania dos Portos , órgãos que já efetuam a vigilância do complexo portuário.
Mais segurança no Porto de Santos
Não descarte petrechos de pesca no mar! Redes de pesca usadas e descartadas no mar continuam pescando. Ou seja, vários animais marinhos acabam se enroscando nelas e morrem afogados ou asfixiados. Se você quiser ver como isso acontece num vídeo feito pelo Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar-Blue Line System acesse: www.bluelinesystem.blogspot.com. br. Um espinhel removido do mar pelo Projeto no Parque Estadual
Marinho da Laje de Santos trazia muitos peixes mortos, principalmente cações-frango. A equipe conseguiu salvar um peixe sargentinho, uma rêmora e uma tartaruga-verde. Ajude a conservação dos animais marinhos, se você identificar um petrecho de pesca perdido causando a pesca fantasma, entre em contato por e-mail com a equipe do Projeto em:bluelinesystem@gmail.com.
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Kelly, seguindo as pegadas da pesca Kelly Silva dos Santos aprendeu com o pai, Clair, a arte da pesca na infância à beira da Lagoa de Araruama. Pegar peixes, siri e camarão era quase uma brincadeira de criança, assim como tomar banho de lagoa, parte de uma infância feliz. Muitas vezes acompanhava os adultos em pescarias de arrastão na praia à noite, iluminadas com a luz de lampião. O carapicu, peixe típico local chegava a 10 centímetros e era saboreado fritinho. “Hoje o tamanho mal chega a 4 centímetros”, compara. Na horta do avô tinha mamão, coco, goiaba, limão galego, mandioca, banana, chuchu, bertalha e mamão, entre outros. Muitos ingredientes entravam nas receitas de pescado, como o peixe com banana, e o camarão com chuchu, bertalha ou mamão verde. “Tenho saudades da infância, uma época muito boa, muito pura”, diz. Hoje, aos 40 anos, mora em Cabo Frio e é decoradora de interiores, mas ainda gosta de pescar em suas horas de lazer com o marido, o biólogo Eduardo Pimenta. O filho, Lucas, 18 anos, adora pescar, mas as filhas gêmeas, Maria Eduarda e Maria Clara, 10, gostam mais é do peixe já prontinho feito pelas cuidadosas mãos de Kelly. A maioria das receitas com frutos do mar, Kelly aprendeu com a mãe, Odá-
Kelly fala de sua infância à beira da lagoa de Araruama
lia, nascida na praia da Tartaruga, em Búzios. Das receitas de pescado que usavam os produtos da horta gosta do camarão com mamão verde, que faz
até hoje. Assim, mantém a tradição de uma culinária que nasceu com os produtos fresquinhos cultivados pela família.
Camarão com mamão verde Ingredientes: 1 kg de camarão limpo 1 kg de mamão Formosa médio verde 4 tomates grandes picados 1 cebola inteira e 4 dentes de alho picados Coentro, cebolinha e salsinha picados a gosto 5 colheres de azeite Preparo: Fazer cortes para tirar o leite do mamão, deixar por 20 minutos. Tirar a casca, picar em quadrados. Colocar numa panela com água e deixar por 25 minutos O camarão pode ser feito com o depois que começar a ferver. Escorrer. mamão verde ou verdolengo Reservar. Refogar alho e cebola. Acrescentar o com o mamão verdolengo, aquele que por dentro já está camarão, deixar por 8 minutos. Juntar tomate, deixar amolecer. Ao final adicionar mamão, um pouco alaranjado e com as sementes pretas, não é coentro, cebolinha e salsinha. Se a receita for feita necessário fervê-lo na água.
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Coluna
Acionistas da Embraport participam de ação solidária em Monte Cabrão Comitiva veio ao Brasil para participar de Encontro Regional com executivos de diversas unidades do mundo e aproveitou para conhecer os projetos sociais apoiados pela empresa Fotos: Wilson Mello
A voz do
Em Guarujá, escolas buscaram inspiração em raízes africanas, astrologia e em sua própria história
Ao homenagear a cidade angolana de Lobito, na África, a Imperador da Ilha obteve 177 pontos e conquistou o título de campeã, pela terceira vez nos últimos quatro anos na passarela do carnaval de Guarujá. A astrologia foi o tema da segunda colocada, Mocidade, que obteve 173,5 pontos, com o enredo “Meu Destino Traçado no Caminho das Estrelas”. A terceira colocada, a Academia do Samba Vem que é Dez, exaltou a África, alcançando 166,5 pontos. Com apenas meio ponto de diferença, a Renascer de Santa Cruz dos Navegantes ficou em quarto lugar, contando a história da escola. A Mocidade Amazonense, que desfila em Santos e é hors concours no Guarujá, encerrou a festa no carnaval da cidade. Em Santos, pegou a terceira colocação com 172,50 pontos. Christina Amorim
No último dia 14 março, cerca de 20 executivos da Dubai Ports World, um dos acionistas da Embraport, participaram de uma ação solidária na UME (Unidade Municipal de Ensino) de Monte Cabrão, área continental de Santos. A ação fez parte do calendário de atividades da comitiva, que veio ao Brasil para participar do Encontro Regional das Américas, realizado este ano no Terminal. Como parte da agenda, o grupo visitou a Ilha Diana, e conheceu o projeto
‘Vida Caiçara’ – Edução Ambiental e Turismo de Base Comunitária, que está capacitando os moradores para a realização de visitas monitoradas, contribuindo para o resgate dos valores culturais da comunidade e a geração de renda dos moradores. Após a visita, eles se deslocaram para Monte Cabrão, para conhecer a UME, onde participaram de um plantio de árvores e assistiram apresentações musicais e de capoeira realizadas pelas crianças da comunidade.
A reforma de duas casas que fazem parte da Unidade de Ensino é uma iniciativa da Embraport em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Santos (Seduc) e o Departamento Regional da Área Continental. Uma das casas será utilizada como creche e irá abrigar crianças de 0 a 3 anos e a outra funcionará como a extensão da própria UME. O investimento total da Embraport no local é de R$ 60 mil, repassado à Prefeitura de Santos.
Ouvidoria Embraport: 0800 362-7276 faleconosco@terminalembraport.com.br www.terminalembraport.com.br
O presidente da Colônia de Pescadores Z-3, de Vicente de Carvalho e o filho Edmir, diretor de eventos da Prefeitura
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o samba
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ISCS imperador da Ilha
Laços e Abraços-Lobito festeja 100 anos na Ilha do Dragão Compositores: Ernesto Abelha, Anderson Hulk, Biro, Renato Jr., Bolinha e Erasmo Intérpretes: Leleco, Adilson Mocidade, Erick, Kall, Thiliê e Luciano Cavaco, Xandy do Cavaco e Biro Atravessando o mar de Yemanjá... E seus mistérios Vem comemorar, vem festejar... Nessa viagem de encantos e magia Fascínio da corte angolana Rainha Nzinga e a realeza Palancas negras, símbolos de uma nação Flamingo rosa a enfeitar sua beleza
Christina Amorim
GRES Mocidade São Miguel
Os sambistas da Renascer Borel soltam a voz
Christina Amorim
Fotos/Pedro Rezende/pmg
Meu destino traçado no caminho das estrelas Compositores: Caride Bernardino, Ramiro Perre e Wagner Barata Vou caminhar no infinito Embalado em poesia Bailar com estrelas, a lua, o sol Através da astrologia Buscar as respostas da vida Na humanidade decidida A encontrar seu amanhã Na fé, as antigas civilizações Foram em busca de orientações No universo estelar Nasceram assim, as primeiras manifestações Revelando em profecias, a era zodiacal
GRE Samba Renascer/ Borel de Santa Cruz dos Navegantes A Renascer é Fogo que Arde no Peito e Incendeia a Avenida Compositores: Xuxu do Cavaco, Marquinhos, Carlinhos do Casqueiro, Vina, Beto Mocidade e Bolinha da X-9 Intérprete: Chitão e Rodney Sou Renascer de Santa Cruz Me faz do samba a força que me conduz Trago no peito o fogo da alegria Pulsando forte na explosão da bateria Explode...um brilho no ar Clareando a escuridão É a chama da minha inspiração “O fogo”... vai renascer nossa paixão Astro rei sempre a brilhar O primata se espantou Veio do céu, terra ou mar As labaredas marcam histórias De toda civilização O fogo é vida e a toda criação
Escola Imperador recebe troféu do vice-prefeito Duíno Verri Fernandes
Academia do Samba Vem que é Dez Negra África! !!Um canto, uma raça... Compositores: Cunha Bueno, Zeca Foguete, Erasmo, Léo Bueno, Barata e Everaldo Marimba Intérpretes: Everaldo Marimba, Paulinho Lima e Caldeira Com a bênção dos divinos Orixás Rufam os tambores da “ACADEMIA” Para exaltar a Negra África Sua raça e tantas maravilhas Sua devoção fez ecoar O seu cantar na imensidão E viu brilhar o sol...Anunciando um novo dia As crenças, fé e raiz, o faz Narciso feliz Negro é força, é arte, é alegria Vive em perfeita harmonia Sua beleza o consagra e alucina A Negra Negritude que fascina
Mocidade Amazonense
“Mãe África, a exuberante realeza de uma rica civilização que o mundo não viu” Compositores: Gilson Café, Sandro Simões, Hermes Sobral, Junão Lima, Caraúba, Tim Cardoso, Pedrinho da Rima e Peter Pan Intérpretes: Ricardo Jacaré e Anderson Atração Negro sim...Sou mais um filho
Deste chão de uma mãe acolhedora Uma terra promissora...África O que os olhos não viram Sentiu meu coração Pulsando forte o sangue de um guerreiro Que de fato e de direito é o dono da riqueza Respeite a natureza abençoada De um jardim misterioso que já foi minha morada Tambor ô ô ô...ecoa no ar...
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Perequê: símbolo da pesca artesanal
O biólogo Jorge Luís dos Santos tem a vida ligada à pesca no Perequê
Quem passa pela praia do Perequê, em Guarujá, pode apreciar a vista dos barcos artesanais no mar, um cartão postal do bairro. Mas as embarcações não são o único indício da forte presença da pesca no local. O mercado de peixes e os restaurantes especializados em frutos do mar são um convite para o turista experimentar as delícias que vêm dessa atividade tão tradicional. “Os relatos de antigos moradores é de que a presença de pescadores na praia do Perequê remonta ao início do Brasil colonial”, afirma o biólogo Jorge Luís dos Santos, professor da Universidade Santa Cecília-Unisanta, em Santos. Ele diz que pela localização da casa grande da fazenda Perequê, do século 17, demolida
para dar lugar a um grande mercado atacadista, é possível verificar que já havia pesca naquela época. “A casa grande da fazenda tinha proximidade com o mar e o rio, o que facilitava os antigos moradores a manter escravos praticando pescarias na praia e no rio Perequê, que hoje é chamado de rio do peixe”, complementa. Jorge tem na lembrança a capela da casa grande, que era usada pela comunidade do bairro até o ano de 1992 com uma imagem fixa nas paredes com datação de 1610. “A existência de ossadas de baleias no canto direito da praia possivelmente se vinculem às informações históricas da retirada de óleo de baleia nesse local da Praia do Perequê”, explica. “Na história recente pode se destacar
Inscrição inicial de pescador artesanal está liberada Está liberada a entrada de novos profissionais na pesca artesanal, de acordo com a Instrução Normativa nº 2 de 11 de fevereiro de 2014. Os requerimentos de inscrição inicial no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) na categoria de pescador profissional artesanal não podiam ser aceitos de acordo com a
Instrução Normativa MPA nº 6 de 29 de junho de 2012, reafirmada pela IN nº 21 de 30 de dezembro de 2013 que prorrogava a proibição por mais um ano. Com a suspensão desta medida em razão de determinação judicial, as inscrições de iniciantes na pesca artesanal voltam a ser aceitas em todo o território nacional.
primeiramente a influência caiçara com a forma de moradia familiar aglutinada em quintais, com um baixo impacto no ambiente adjacente”, acrescenta. O biólogo, morador do Perequê, também tem a história de sua família ligada à pesca local. O pai, Joaonaldo, ao chegar de Sergipe ao Guarujá na década de 60, se dedicou à pesca estuarina de camarão-branco com tarrafa. Até a década de 80 trabalhou também na construção de barcos pesqueiros da frota de grande porte e em paralelo com a pesca de camarão-sete-barbas no Perequê. A mãe, Florise, veio de Alagoas, nessa época em que houve grande migração de nordestinos ao bairro, que contribuíram com o
desenvolvimento do comércio e da pesca-de-emalhe. Outras influências marcaram o desenvolvimento da pesca local. A migração de pescadores catarinenses trouxe inovações na pesca do camarão-sete-barbas, como o uso de tangones (estruturas de madeira que descem na parte lateral do barco com as redes). Neste caldeirão de culturas, os pescadores japoneses implantaram o uso do cerco fixo. Segundo Jorge, de acordo com pesquisa realizada em 2010, existem 105 embarcações na praia do Perequê, 70% dedicadas exclusivamente ou eventualmente à pesca do camarão sete-barbas. O restante inclusive parte desses 70% dedicam-se à pesca-de-emalhe. No panorama atual, o
biólogo acredita que faltem medidas efetivas por parte do poder público para a melhoria nas condições da pesca de pequeno porte. Outros problemas apontados ainda são a falta de atuação sobre os barcos não documentados e sobre a frota de grande porte sobre o recurso e algumas vezes o desrespeito ao defeso. Há também a carência de moradia e infraestrutura de manutenção das embarcações por conta do impasse na posse das terras do Perequê. Enfrentando todas as adversidades, a comunidade do Perequê mantém a pesca, o comércio e a culinária de frutos do mar como um atrativo ponto de turismo, resultado do encontro de diferentes culturas.
Defesos
Bagre rosado (Genidens genidens, Genidens barbus, Cathorops agassizii) 01/01/2014 a 31/03/2014 Camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis), camarão-branco (Litopenaeus schmitti), camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus Kroyeri), camarão-santana ou vermelho (Pleoticus muelleri), camarão-barba-ruça (Artemesia longinaris)- 1/03/14 a 31/05/14 Caranguejo guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10/13 a 31/03/14 Lagosta vermelha (Panulirus argus) e lagosta verde (P. laevicauda) 01/12/2013 a 31/05/2014 Camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis), camarão-branco (Litopenaeus schmitti), camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus Kroyeri), camarão-santana ou vermelho (Pleoticus muelleri), camarão-barba-ruça (Artemesia longinaris) 1/03/14 a 31/05/14 Sardinha (Sardinella brasiliensis)-15/06 a 31/07/12 (recrutamento) - 01/11/13 a 15/02/14 (desova) Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2013 a 28/02/2014 Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/13 a 28/02/14 Pargo (Lutjanus purpureus) 15/12/2013 a 30/04/2014
Moratórias
Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015 Mero (Epinephelus itajara) 17/10/2012 a 17/10/2015
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Aquicultura, fonte de pescado Apesar da crença que os recursos pesqueiros dos mares e dos rios seriam ilimitados, hoje já se depara com o decréscimo da pesca extrativista, mostrando a fragilidade deste setor. Para suprir esse déficit, a criação de animais aquáticos de forma controlada vem se tornando cada vez mais a solução para esse problema. Essa atividade, chamada de aquicultura, é muito antiga, existindo registro de criação de tilápia do Nilo pelos egípcios há pelo menos 4.000 anos.A aquicultura é a produção de organismos aquáticos (peixes, camarões, moluscos, anfíbios, jacarés, plantas aquáticas, entre outros), com a finalidade de alimentar o homem. O Brasil, sem dúvida, apresenta inúmeras características para o desenvolvimento desse segmento, temos água em abundância, ou seja uma costa marítima de 8.400 quilômetros e 5.500.000 hectares de reservatórios de água doce. O Brasil tem grande variedade de peixes, acima de 3.000 espécies e algumas já vem sendo cultivadas, como o pacu, tambaqui, pintado e outras como, o matrinxã, jundiá mostram potencial para produção, porém ainda dependem de mais estudos para apresentar um pacote tecnológico.Outra vantagem é quanto ao clima do país que favorece o desempenho de espécies tropicais. Porém, o que se observa no momento é a criação de espécies exóticas, como tilápia, carpa, truta, bagre americano, camarão, rã e ostra (a única cultivada também com a espécie nativa de mangue), As espécies exóticas já possuem tecnologia desenvolvida para sua criação, o que as torna uma opção mais atraente. Pode se dizer que a aquicultura brasileira mostrou um desenvolvimento a partir de 1990, porém a atividade existe no país desde a colonização holandesa. Hoje o país ocupa a décimanona posição de produção total
Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo de pescado (pesca e aquicultura) e décima-sétima posição em produção de pescado da aquicultura. Em 2011, a produção foi de 628.704,3 toneladas, representando um incremento de 31,1% em relação à produção de 2010 (Boletim de estatística - MPA, 2011) .A partir dos anos 90, a criação de camarão marinho no Nordeste, que são também exportados, e de ostra e mexilhões em Santa Catarina, tiveram um bom desenvolvimento para o país. Hoje a criação de tilápia vem despontando no país e a demanda é grande para o mercado interno e externo, em função da qualidade e sabor da carne.Se a aquicultura mundial tem a finalidade de suprir a pesca extrativista, que vem ano a ano reduzindo seu estoque pesqueiro, é necessário cada vez mais investir nesse setor para que seu objetivo seja alcançado. Segundo a FAO, no início do terceiro milênio, a produção de pescado extrativista registrará um déficit de, no mínimo, 5,5 milhões de toneladas. É necessário lembrar que a aquicultura, que tem registrado um índice de crescimento de 220%, representa importante alternativa para suprir o déficit de proteínas no mundo.
Curso em Aquicultura A FAO oferece Curso de Extensão em Aquicultura à distância (E-learning) de 14 de abril a 14 de setembro. O público alvo abrange engenheiros agrônomos, biólogos, zootecnistas, oceanógrafos, engenheiros de aquicultura, engenheiros de pesca, veterinários, técnicos agropecuários, estudantes
dos cursos citados, extensionistas com formação na área de humanas e dirigentes públicos. O cuso é de US $300 e US $200 (convênio). Inscrições vão de 4 a 23 de março, no site: http:// www.rlc.fao.org/es/capacitacion/ nucleo/como-postular/ Contato: rlc-nucleo@fao.org
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Carnaval de ontem O presidente da Colônia de Pescadores, Edson Cláudio, relembra os antigos carnavais
Edson dos Santos Cláudio, presidente da colônia de Pescadores Z-3, de Vicente de Carvalho, tem saudades dos blocos da década de 50. Nascido em 1935 em Vicente de Carvalho, Guarujá, aos 15 anos se divertia ao ver passar o bloco das Viuvinhas Divertidas, que nada mais eram que homens vestidos de mulher, tradição de muitos carnavais. Os marmanjos vestiam uma sainha vermelha, turbante azul e vermelho e a blusa azul amarrada acima da cintura e saiam de Itapema para desfilar na Praça Mauá em Santos. Além das canções divertidas, outros grupos escreviam músicas fazendo sátiras a políticos ou pessoas do bairro. Os blocos antigos acabaram entre a década de 50 e 60 quando os clubes começaram a fazer os bailes de carnaval. “Tiravam as cadeiras do cinema do Zé Nunes, onde hoje é a estação da barca, e virava um salão”, lembra-se. O gosto pelo samba estava na família, a mãe, Judith, era porta-estandarte no bloco das Sempre-vivas, na Bocaina, em Guarujá, e o pai, Eduardo, acompanhava tocando bandolim. Edson preferia as músicas das serenatas que fazia na juventude com um grupo de amigos que tocavam pandeiro, violão e cavaquinho. “Araquém, Milton Ferri, Edegar, o falecido Teco e eu fazíamos serenata no tempo de frio, na época das festas juninas”, lembra-se Edson. Os músicos tocavam e cantavam embaixo da janela das namoradas e os casados homenageavam as próprias mulheres. Edson conta que uma vez, o violonista Milton Ferri foi cantar uma serenata para sua mulher, e ela disse, “Meu bem, entra em casa que está muito frio”. “Pronto, naquele dia ficamos sem o nosso cantor”, arremata. “Pros-
Edson dos Santos Cláudio
Nós somos viuvinhas divertidas As rainhas da folia Onde nós passamos Irradiamos alegria Cantamos nossa marcha com cadência Entusiasmo e perfeição Deixando ao povo da cidade as nossas recordações seguimos sem ele, e fomos cantar na praça”, diz Edson, referindo-se à praça próxima ao colégio Marcílio Dias, bairro Cunhambebe. “Quando surgiu a TV em 1958, paramos”, lamenta. O carnaval de rua também teve seu apogeu até os anos 60, daí passou para os clubes Brasil e Sociedade Esportiva Itapema. Naqueles tempos o lança-perfume era liberado e muita gente sambava de óculos escuros para proteger os olhos das esguichadas. “Hoje ainda tem baile, mas está fraco”, lamen-
ta. Em Guarujá, os desfiles das escolas de samba montados pela Prefeitura na av. Santos Dumont, em Vicente de Carvalho ganharam força. Com seus dois filhos adultos, Edmir e Wagner, uma nova geração vem chegando com cinco netos e quatro bisnetos, Edson observa que o costume de pular o carnaval de salão está em declínio. As novas gerações não conservaram o hábito de frequentar esses bailes de carnaval, um costume que tende a desaparecer.
Defeso da Tainha inicia em maio A proibição não se aplica à pesca com tarrafa e não impede que a atividade pesqueira seja exercida nas áreas adjacentes às limitadas No período entre 15 de março e 15 de agosto, segundo a Instrução Normativa do IBAMA N° 171, de 09 de maio de 2008, a pesca do peixe tainha (Mugil platanus e Mugil liza) está proibida em todas as desembocaduras
estuarino-lagunares do litoral das Regiões Sudeste e Sul. A medida inclui os territórios das Áreas de Proteção Ambiental Marinha do Estado de São Paulo, nos litorais: norte, centro e sul. A partir do dia 15 de maio, a temporada anual da pesca da tainha será aberta somente no litoral, permanecendo fechada até 15 de agosto nas desembocaduras estuarino-lagunares. Define-se como “desembocaduras
estuarino-lagunares”, as áreas entre 1000 m da boca da barra para fora (em direção ao oceano), a 200 m à montante da boca da barra (para dentro do rio), e de 100 m de extensão nas margens adjacentes às desembocaduras dos estuários. Veja a IN 171 na íntegra em www.jornalmartimpescador.com. br (legislação) Fonte: APA Marinha Litoral Centro
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Março 2014
Semana da Cultura Caiçara
A ‘I Semana da Cultura Caiçara de Santos’, de 10 a 15 de março, veio em ritmo de comemoração e reflexão. Os artistas festejaram em poemas, música e danças a abertura do evento, dia 10/03, na praça ao lado da estátua do Pescador, próxima ao Aquário Municipal de Santos. Estiveram presentes à cerimônia, o secretário da Cultura do município, Raul Christiano, o vereador Sandoval Soares, criador do projeto de lei que instituiu a semana, o músico e poeta Márcio Barreto,
curador do evento e os organizadores Sergio Willians (Secretário Adjunto de Cultura de Santos) e a jornalista e pesquisadora Catharina Apolinário. Poetas santistas, como Ricardo Roque Rutigliano, Madô Martins e Regina Alonso, recitaram seus poemas em referência ao mar e ao universo caiçara. Bailarinos performáticos do Fórum de Dança de Santos e músicos santistas que possuem estreita relação com a questão caiçara também se apresentaram.
O projeto, que propõe resgate cultural das tradições do povo caiçara, ofereceu debates, poesia, música, cinema, roteiros turísticos e gastronomia, em vários pontos da cidade. Na Fortaleza da Barra, dia 12/03, aconteceu o debate “A identidade caiçara na contemporaneidade” com o antropólogo Antonio Carlos Diegues (NUPAUB-USP), Márcio Barreto (Imaginário Coletivo de Arte) e Christina Amorim, jornalista, autora do livro Café com Peixe, com
mediação da jornalista e pesquisadora Catharina Apolinário. A secretária da Cultura de Guarujá, Mariângela Duarte, sugeriu na ocasião que o evento seja instituído em outros locais da Baixada Santista. A ‘I Semana da Cultura Caiçara de Santos’, parte do Calendário Oficial de Santos, é comandada pela Secretaria Municipal de Cultura e conta com o apoio da Secretaria de Turismo, Secretaria de Educação, Secretaria de Cultura de Guarujá e SESC Santos.
Nasce uma ideia
O músico e poeta Márcio Barreto lutou por muitos anos para a criação de uma data que homenageasse a cultura caiçara. Em 2012, sua sugestão para a criação de um projeto de lei nesse sentido foi apresentada ao diretor executivo da AGEM (Agência Metropolitana da Baixada
Santista) Luciano Cascione, pelo vereador Marcelo Del Bosco. Em 2013 o vereador Douglas Gonçalves analisou o projeto e enfim, através da pesquisadora Catharina Apolinário foi apresentado ao vereador Sandoval Soares, instituindo a Semana da Cultura Caiçara através da lei 2920/2013.
Mãe-menina Lagartixa é azar mau agouro, chuva! Era assim a vida: um acontecer e um interpretar – geralmente previsões de perigos — ali, na vila caiçara, caá-içara —o pai insistia com orgulho, antes de pegar a canoa e procurar algum peixe no curral de galhos fincados na água... O secretário de Cultura, Raul Christiano, abre a semana ao lado de Sérgio Willians, Sandoval Soares e Márcio Barreto
Mas a menina sonhava cor-de-rosa e punha saia de algodão na lagartixa, pra tirar o mau agouro. Era a mais nova. A caçulinha, o dengo da casa! – enfezavam-se os irmãos mais velhos empoleirados no alto das árvores que se refletiam nas águas...
O antropólogo Antonio Carlos Diegues fala sobre a cultura caiçara
Na casinha de paredes brancas, a mãe vigiava as panelas: banana verde no peixe pra ele ficar azulado... E abanando as brasas do fogão à lenha nem levantava os olhos, o pensamento indo e vindo entre as fagulhas... Acho que vou botar babado com sianinha na saia florida da lagartixa... Regina Alonso
Escala
O sabor caiçara em Ilha Diana A tainha recheada é o prato mais típico de Ilha Diana, feito na Festa do Bom Jesus no início de agosto, desde 1954. Mas, durante o ano todo é possível visitar o local, situado na área continental de Santos, e apreciar as especialidades de cada barzinho da Ilha. O bar do Xilico fica logo na entrada, servindo diferentes petiscos de peixe. Caminhando mais à direita do caminho principal está o bar e lanchonete da Ilha, dirigido pelo Hélio e a Terezinha. Ali, é possível encomendar com antecedência peixe azul-marinho, marisco lambe-lambe e peixe com mandioca, pelos telefones: (13)98122.0681/3019.5418. Ilha Diana está a 20 minutos do centro de Santos, num agradável passeio de barca. A estação de embarque fica atrás da Alfândega de Santos, junto à Praça da República (Centro). Consulte os horários das barcas em www.cetsantos.com.br (transporte/barca da Ilha Diana).
Amanhã, vamos conferir o vento, estudar os mapas, azeitar as máquinas. Zarparemos outra vez Netuno nos aguarda. Em nossas retinas oceânicas, a cidade se apequenará pouco a pouco, até tornar-se lembrança. Madô Martins
O pescador Xilico.
O caiçara traz marisco, uma ostra virá pra com pérola poder sertão virar mar Ricardo Rutigliano Roque
Terezinha e o peixe azul-marinho