JORNAL MARTIM-PESCADOR 144

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NOVEMBRO/ DEZEMBRO 2016 Número 144 Ano XII Tiragem 3.000 exemplares

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Presépio na Ilha

Thiago Martori, professor de Artes da Prefeitura de Santos, trabalhou com os moradores na construção do presépio

A comunidade de Ilha Diana, na área continental de Santos, inaugura seu presépio de Natal. Pág. 8

Alunos de Gastronomia da Unimonte apresentam pratos caiçaras. Pág. 6 A dançarina Célia Faustino no lançamento do CD Cinema Invisível do coletivo Percutindo Mundos. Pág. 6

O chef Daniel Stucchi do restaurante Oca, em Santos, é um de nossos convidados para criar uma ceia de Natal bem brasileira. Págs. 4 e 5


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Museu de Pesca reabre Sala Maravilhas do Oceano Conchas e areias de diversas partes do Brasil e do mundo estão em exposição na sala Maravilhas do Oceano do Museu de Pesca de Santos desde dia 30 de novembro. As amostras de areia foram doadas pelo engenheiro Nelson Rodrigues Alonso Filho que durante décadas separou e armazenou o material. Como homenagem a exposição de areias recebeu o nome de seu doador. O espaço foi revitalizado com o apoio do biólogo Paulo Anselmo Matioli, diretor do Museu Joias da Natureza do Guarujá. “O Dr. Paulo tem um histórico de colaboração com o Museu de Pesca desde a década de 80 e mais uma vez nos deu todo o apoio na limpeza de nosso acervo de conchas e na montagem de uma exposição de corais, além de colaborar com a triagem e catalogação do acervo de areias do Brasil e do mundo”, afirma a diretora do Museu de Pesca Thaís Machado Moron. Segundo a diretora, o Museu de Pesca, inaugurado

Orlando Melo de Castro, Solange Ferreira, Luiz Ayrosa,Thais Moron, Cristiane Neiva, Nelson Alonso e Paulo Matioli

em 1950, é considerado uma das atrações turísticas mais famosas de Santos, e recebe cerca de 50 mil visitantes por ano. Estão incluídos no acervo da instituição a ossada da baleia com 23 metros de comprimento e sete toneladas, tubarões taxidermizados, uma lula gigante de 5 metros e a raia-manta de 4,4 metros, entre outros. A inauguração contou com a presença Dr. Orlando Melo de Castro - Coordenador da APTA, Dr. Luiz Ayroza – Diretor do Instituto de Pesca, Cristiane Neiva, Diretora do Centro APTA do Pescado Ma-

rinho. Na ocasião, o engenheiro Nelson Rodrigues Alonso Filho e o biólogo Paulo Anselmo Matioli receberam placas de agradecimento. O Museu de Pesca pertence à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e está localizado à av. Bartolomeu de Gusmão 192, Ponta da Praia, Santos. Funcionamento de quarta-feira a domingo, das 10h as 18h. Ingressos: crianças até 6 anos e maiores de 60 não pagam, estudantes R$2,50, inteira R$5,00. Agendamento de visitas para grupos: (13)3261-5260.

Representantes da Z-3 são recebidos na Codesp O presidente da Colônia Z-3 em Itapema, Fábio Nascimento Oliveira e o vice José Antonio Rodrigues, o Passarinho, foram recebidos pelo diretor-presidente da Codesp, José Alex Botelho de Oliva, dia 21 de novembro no escritório da companhia. Estiveram presentes ao encontro assessores do presidente e o vereador do Guarujá Luciano de Moraes, o Toddy. Na ocasião, vários temas foram discutidos, como a dragagem do Porto de Santos e as áreas que ficam proibidas para pesca durante este traba-

Defesos

Pescador: Atenção à área de proibição de pesca no Parque Estadual Xixová-Japui Fabio Oliveira e José Rodrigues (segundo da esq. para direita) e o presidente da Codesp (quinto) e assessores

lho. Neste caso, afirmaram os representantes da empresa, os pescadores são sempre avisados através de cartazes informativos e reuniões. “Fomos

Caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10/2016 a 31/03/2017 Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 01/10/2016 a 30/11/2016 (machos e fêmeas)01/12/2016 a 31/12/2016 (somente fêmeas) Mexilhão (Perna perna) 01/09/2016 a 31/12/2016 Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2016 a 28/02/2017 EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br

muito bem recebidos”, comentou Rodrigues, que acredita que o encontro abriu um caminho de diálogo entre a empresa e os pescadores artesanais.

Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/16 a 28/02/17 Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/16 a 31/07/16 e 1/11/16 a 15/02/17 Tainha (Mugil platanus e Mugil liza) 15/03/16 a 15/08/16 (proibida em todas as desembocaduras estuarino-lagunares do litoral das Regiões Sudeste e Sul). A partir de 15 de maio, a temporada anual da pesca da tainha será aberta somente no litoral, permanecendo fechada até 15 de agosto nas

Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992

O Parque Estadual Xixová-Japui-PEXJ está localizado nos municípios de São Vicente e Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. Essa unidade de conservação é uma das poucas que detêm uma área marinha dentro dos seus limites. O parque tem 301 hectares (3 km2) de área marinha, totalizando 12

km de costões rochosos e quatro praias arenosas: Paranapuã, Itaquitanduva, Comandante e Canto do Forte. Ali é proibido acampar e fazer fogueiras. Segundo o gestor do PEXJ, o engenheiro agrônomo Paulo Vasquez Menna, O PEXJ possui um limite marinho que se estende numa faixa de 250

desembocaduras estuarino-lagunares. (veja Instrução Normativa 171 9/5/2008 em www. jornalmartimpescador.com.br/legislação)

Moratórias

Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado

m a partir do costão rochoso, onde é proibido qualquer tipo de pesca e coleta de mariscos. Inserido em meio a um ambiente urbano, o parque possibilita aos seus visitantes um contato direto com a natureza, além do desenvolvimento de atividades de educação ambiental e do potencial para pesquisas.

Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)comercialização proibida Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – comercialização proibida Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www.jornalmartimpescador.com.br (legislação)

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos Fotos e ilustração: e ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia


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Pescadores discutem danos ambientais do incêndio da Ultracargo

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Ficou decidido na reunião do dia 18/11 que pescadores de São Vicente e Vicente de Carvalho deveriam ser incluídos na ação da Promotoria Dia 18 de novembro, pescadores participaram de Inquérito Civil sobre apuração de danos ambientais decorrentes do incêndio nos tanques de combustível da Ultracargo ocorrido de 2 a 10 de abril de 2015. O acidente causou a mortalidade de cerca de 8 toneladas de peixes, afetando o estuário e a atmosfera. A reunião aconteceu em Santos na sede do GAEMA-Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente/MPSP/Baixada Santista. Também estiveram presentes representantes do Instituto de Pesca de Santos da Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Unifesp-Universidade Federal de São Paulo, USP/ Universidade de São Paulo, Instituto Maramar, entre outros. Os 18 participantes foram recebidos pela promotora de Justiça Dra. Flavia Maria Gonçalves do GAEMA/BS e pelo procurador da República Antonio José Donizetti Molina Daloia do Ministério Público Federal-MPF. A Dra. Flavia falou sobre o andamento do Inquérito Civil 28/2015, explicando que a investigação foi dividida em três linhas visando acompanhar e apurar os danos ambientais decorrentes do incêndio, e também os reflexos para a comunidade pesqueira e um novo licenciamento ambiental do terminal sinistrado. Os representantes do MPSP e MPF ressaltaram que foram realizadas várias reuniões com representantes da empresa Ultracargo para se chegar a um consenso sobre um acordo parcial para a reparação dos danos morais coletivos envolvendo os pescadores atingidos pelos reflexos do evento quanto à atividade de pesca. Com a ajuda do pes-

quisador Alberto Amorim do Instituto de Pesca se chegou a uma listagem dos prováveis pescadores atingidos em suas atividades de pesca. Na época os pescadores que já haviam ingressado com ações na justiça não puderam ser incluídos na realização do acordo. O cadastro passou pelo crivo e concordância da empresa que checou a informação através de antropólogas contratadas. As negociações evoluíram numa proposta de moratória de pesca por 12 meses na região do estuário de Santos. Essa seria uma forma indireta de incentivar os pescadores a não pescarem em uma determinada área afetada pelo incêndio, visando estimular a reposição natural do estoque pesqueiro do local. Em contrapartida esses pescadores receberiam da empresa um incentivo financeiro correspondente a um salário mínimo paulista no período de 12 meses. Em caso do pescador ser flagrado na atividade de pesca no local da moratória, teria suspenso o pagamento de tal incentivo. Foi ressaltado que o pagamento pelo incentivo a não pescar não se trata de reparação individual dos danos diretos eventualmente sofridos pelos pescadores da listagem, sendo que estes poderiam, por ações individuais, proporem a reparação de tais danos. No aspecto da reparação dos danos morais coletivos foi proposta pela empresa a implantação de um Programa de Apoio das Comunidades Pesqueiras. A Ultracargo, por meio de sua assessoria na área social, realizou um diagnóstico socioeconômico e cultural das comunidades da Vila dos Pescadores em Cubatão, Monte Cabrão e Ilha Diana, ambas na área

A reunião teve 18 participantes

continental de Santos, considerando que a pesca artesanal é para todas as comunidades culturalmente relevante e necessária como fonte de renda. O programa de apoio visa à qualificação e treinamento para os pescadores, melhoria das estruturas nos portos comunitários, construção de fábrica de gelo, organização de cooperativa, entre outros. Durante a reunião, a professora Silvia Maria Tagé Thomaz da Unifesp propôs projeto de aquicultura com a criação do peixe bijupirá, visando reduzir a pressão no estoque pesqueiro natural, com monitoramento ambiental dos locais onde houver a engorda dos animais em tanques redes. A bióloga e oceanógrafa Silvia Sartor, da USP, também apresentou projeto, construído em parceria com moradores da Vila dos Pescadores em Cubatão, para melhorar a saúde e infraestrutura de pesca e realizar gestão de resíduos sólidos. O oceanógrafo Fabrício Gandini, do Instituto Maramar, afirmou que os pesca-

dores atingidos são em maior número do que os vizinhos ao local do incêndio, devido à extensão da área de influência do dano decorrente do incêndio e porque pescadores mais afastados também visitavam o local para a pesca. Citou a Convenção Internacional do Trabalho no169 da qual o Brasil é signatário, enfocando que o critério da auto-declaração refletiria a possibilidade de uma listagem mais fidedigna, lembrando as dificuldades que estas comunidades pesqueiras têm para serem representadas, ficando muitos pescadores que sequer tem documentos pessoais. Assim foi proposto que a listagem de pescadores fosse ampliada para outras áreas como Vicente de Carvalho, em Guarujá e São Vicente. Foi lembrado que também na presente listagem estavam excluídos pescadores que resolveram ingressar com ações judiciais individuais para reparo de danos do incêndio. Após discussão, o Instituto de Pesca considerou justa a entrada dos pescadores de Vicente de Carvalho em

Guarujá e de São Vicente para complementar o cadastro. Todos os presentes concordaram. Ficou assim decidido que fosse promovido pelo Instituto de Pesca, com apoio do Instituto Maramar, junto aos líderes das comunidades pesqueiras da Colônia Z-4 de São Vicente, Z-3 de Guarujá, Z-1 de Santos e ALPESC do Guarujá, um chamamento para a auto-declaração dos pescadores, conforme sugerido pelo oceanógrafo Fabrício Gandini, visando atualizar a listagem dos reais pescadores que se utilizam do estuário para a pesca e que poderiam ter sido atingidos pelos reflexos do evento. Ficou decidido que a listagem deveria ser enviada ao GAEMA até dia 5 de dezembro, e posteriormente ser apresentada à Ultracargo para negociações. Logo após a reunião o Instituto de Pesca enviou aos lideres de Vicente de Carvalho e São Vicente o cadastro de pescadores existente para serem atualizados. No dia 6 de dezembro foi entregue no Ministério Público do Estado de São

Paulo, com cópia para o Ministério Público Federal, um manifesto dos pescadores impactados pelo incêndio da Ultracargo. Assinaram o manifesto a Federação das Colônias de Pescadores do Estado de São Paulo, Colônia de Pescadores Z-1 de Santos, Colônia de Pescadores Z-3 de Guarujá, Colônia de Pescadores Z-4 de São Vicente e Alpesc-Associação Litorânea da Pesca Extrativista Classista do Estado de São Paulo. Em anexo enviaram as listagens de seus associados, pescadores artesanais prejudicados pelo incêndio. A Z-4 apresentou uma listagem com 256 pescadores, a Z-3 um total de 92 e a Alpesc 398. As entidades citam no documento a Convenção Internacional do Trabalho no 169 que reconhece como critério fundamental a auto-identificação, no intuito que sejam aceitos aqueles pescadores que não possuem e RGP (Registro Geral da Atividade Pesqueira). Pedem que seja requerida a participação dos representantes legais das Colônias de Pescadores e Alpesc em todas as reuniões referentes às negociações em andamento com a Ultracargo. No documento se mostram também contrários à moratória de pesca e também não concordam com o repasse de um salário mínimo paulista aos pescadores dentro do acordo da moratória. O documento afirma ainda que o poder judiciário das comarcas da Baixada Santista não tem reconhecido os danos aos pescadores causados pelo incêndio da Ultracargo, tendo os advogados dos pescadores artesanais recorrido destas decisões às instâncias superiores. Estas eram as informações disponíveis até o fechamento da edição, dia 7 de dezembro.


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Coluna

Uma pitada

ESPECIAL

Embraport está entre as melhores do Brasil na Gestão de Pessoas

Vamos esquecer as renas, a neve produtos nacionais para incrementa

Levantamento é feito anualmente pelo jornal Valor Econômico e, em 2016, a empresa aparece na 5ª colocação na categoria 501 a 1000 funcionários A Embraport conquistou no último mês de outubro um importante reconhecimento que a coloca entre as melhores empresas do país, segundo pesquisa realizada em 2016 pelo jornal Valor Econômico, com a Consultoria Aon (uma das maiores consultorias em gestão de riscos, benefícios e capital humano do mundo). A empresa conquistou a 5ª colocação entre as melhores empresas do país no quesito Gestão de Pessoas, na categoria entre 501 e 1000 pessoas. O evento de premiação ocorreu no Espaço Casa Bisutti, na cidade de São Paulo, e contou com a presença do Diretor Presidente da Embraport, Ernst Schulze, o gerente de Pessoas e Organização, Lenilton Jordão, o Diretor de Novos Negócios, Fábio Siccherino, o Diretor Jurídico, Bruno Dias, e demais representantes de outras áreas do terminal. A pesquisa analisou mais de 200 empresas buscando identificar as melhores de acordo com o número de funcionários. Em pouco mais de três anos de operação no Porto de Santos, a Embraport se junta a outras 34 grandes empresas do País neste reconhecimento, sendo a única do setor portuário a conquistar o prêmio. Ernst Schulze, Diretor Presidente da Embraport, destaca que é um prazer receber este prêmio, principalmente por saber que este é um reconhecimento dos próprios integrantes a um trabalho que vem sendo construído. “É um desafio para nós atender nossos clientes com eficiência e ainda obter a satisfação e engajamento de nossos integrantes. Continuaremos investindo e valorizando nosso capital humano, pois sabemos que é isso que tem feito a diferença para o mercado”, destaca. Lenilton Jordão, gerente de Pessoas & Organização, aproveita para agradecer o esforço de todos na conquista

O chef Daniel Stucchi

do prêmio e atribui o reconhecimento a todos os integrantes do terminal. “Nosso público interno é essencial e estratégico para nós e por isso prezamos por uma comunicação assertiva e transparente com todos eles. Manteremos nossos esforços na construção de uma cultura sólida, com base no crescimento sustentável, formando pessoas e realizando sonhos”, finaliza. Vale destacar que este resultado é fruto do investimento da Embraport em ações

que tem como objetivo manter as pessoas engajadas e satisfeitas com o ambiente de trabalho. Entre as iniciativas, destacam-se pesquisas de clima, programas de saúde e bem-estar, campanhas de comunicação interna, ações de voluntariado, entre outros. A empresa realiza ainda programas de formação de pessoas, que totalizam mais de 130 mil horas de capacitação desde início das operações, e estimula práticas de gestão como o recrutamento interno, por exemplo, que oferece oportunidades de crescimento a integrantes, além de manter um estruturado plano de sucessão, visando preparar possíveis substitutos para as posições internas, sem que haja a necessidade de reposição pelo mercado.

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O chef Daniel Stucchi, do restaurante em Oca em Santos, criou um prato especial para a sugestão de ceia de Natal do jornal Martim-Pescador. Sugerimos produtos bem caiçaras e ele escolheu um peixe acompanhado de banana e taioba. A banana sempre esteve presente na culinária dos pescadores de nosso litoral e a taioba crescia livremente em locais úmidos, se tornando assim uma folha muito usada pelos antigos. Daniel, que morou nos Estados Unidos e trabalhou com chefs franceses como Serge Fel e Laurent Suadeau, faz pratos variados, mas acredita muito na valorização dos produtos da terra. “Procuro usar sempre produtos locais como o cambucu, o carapau, frutos do mar variados, mandioca, taioba e muito feijão”, explica. Em suas viagens pelo mundo observou como países europeus valorizam sua culinária local. “No Brasil, temos esse rico berço cultural e não aproveitamos. Vamos valorizar nossa comida”, conclui o chef. O restaurante Oca fica na rua Azevedo Sodré, 155, Gonzaga, Santos.

Peixe com chutney de banana e taioba Ingredientes: 2 filés de carapau com 100 g cada 5 Bananas nanicas verdolengas Vinho branco seco Salsa e cebolinha picadas manteiga sal/pimenta Ingredientes do caldo: 1 cabeça de peixe /casca de camarão em pó/ Pimentão/cebola/alho poro/tomilho/alecrim/manjericão/salvia/cenoura Preparo: Preparar um caldo com a cabeça de peixe, casca de camarão em pó e legumes. Coar, separar um pouco do líquido, adicionar vinho branco e deixar o peixe marinando por cerca de duas horas. Retirar os filés do caldo, colocar uma pitada de sal e um pouquinho de limão e passá-los na frigideira antiaderente. Acertar no final o sal e a pimenta. Para preparar o chutney, cortar a banana em rodelas, colocar numa panela com bem pouca água e deixar até amolecer. Colocar numa vasilha alta. Amassar com o garfo e mexer vigorosamente. Temperar com um pouco de sal e pimenta. Acrescentar uma colher de sopa rasa de manteiga, salsinha cebolinha picadas. Bater bem com o garfo. A taioba é cortada fininha e passada na frigideira antiaderente com um pouco de manteiga, acrescentando sal a gosto.


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a bem brasileira na festa de Natal

eve e os pratos de sabor importado. Com sugestões de especialistas em culinária reunimos ideias com mentar sua ceia em 2016. Peixes, camarões, frutas nacionais podem rechear bem suas receitas natalinas Ramon Aiala chef do Hotel Ilha do Boi do Senac

Hercílio Alves da Silva Filho do restaurante Pirão

Sabor capixaba

A moqueca capixaba é a sugestão de Hercílio Alves da Silva Filho, dono do restaurante Pirão em Vitória- ES. Parada obrigatória para os turistas é ponto de encontro de gente famosa. Já passaram por lá Chico Anísio, Elba Ramalho, Ziraldo, Zezé de Camargo, entre outros, e seus retratos nas paredes guardam a lembrança das visitas. O que faz a moqueca capixaba tão atrativa? Hercílio, apelidado de Pirão, explica que o prato tem características muito especiais, como o uso do coentro e do urucum. A receita, que Hercílio aprendeu com a mãe Almerinda, dispensa leite de coco e óleo de dendê, típicos das receitas nordestinas e vem acompanhado de um delicioso pirão. Quem quiser conferir o sabor pessoalmente, o Restaurante Pirão fica na Rua Joaquim Lírio 753-Praia do Canto-Vitória-ES (www.piraovitoria. com.br). Quem quiser incrementar a sua ceia com o famoso prato, segue aqui a autêntica receita do Restaurante Pirão.

O sabor da garapa no café e nos doces Como açúcar era raro nas tradicionais comunidades de pesca de nosso litoral, o hábito era adoçar quase tudo com o caldo da garapa. Ismael Teixeira da Silva, 69 anos, mecânico náutico, nascido em 1947 na Barra do Sahy, em São Sebastião, lembra que a cana de açúcar plantada na roça dava um bom caldo para adoçar o café e os doces. O açúcar refinado era muito raro e a garapa ou o açúcar cristal eram as opções da época. Do pai Sedião Teixeira da Silva, construtor de canoas e pescador, Ismael guarda a lembrança do peixe pego na linha e no corrico em canoa à vela quando o pai arriscava seus trajetos até a Ilha do Montão de Trigo. Muita garoupa, sargo, anchova, salgados e pendurados para secar no varal eram parte da dieta. A mãe, Rita Maria da Conceição, cozinhava tudo no fogão a lenha em panelas de ferro ou alumínio. Com a banana, que era farta, era possível fazer um delicioso doce. Vamos reproduzir um pouco do sabor caiçara preparando dois doces de banana com ingredientes típicos das comunidades tradicionais. Um com açúcar mascavo substituindo a garapa e outro com açúcar cristal à moda antiga.

Receita de Moqueca Capixaba Moqueca de badejo 1,8 kg de badejo em postas/500 g de tomates maduros grandes picados em cubos médios/500 g de cebola média picada em cubos médios/1 maço de coentro fresco picado/20 g de alho picado/50 ml de azeite de oliva/300 ml de tintura de urucum líquido/2 limões/Sal a gosto Preparo: Pegue as postas de badejo, lave-as com limão e deixe-as descansando (por mais ou menos 30 minutos) em um recipiente com alho amassado, sal e limão. Em seguida, pique o tempero verde, acebola e o tomate. Pegue uma panela de barro tamanho médio, já preparada para uso( deve estar queimada), regue com azeite, arrume os temperos picados em camadas, coloque as postas de peixe, virando-as de um lado para o outro. Arrume-as de modo que não fiquem umas por cima das outras e por último uma camada de tempero picado. Em seguida regue com azeite e tintura de urucum. Levar ao fogo forte por 15 a 20 minutos. Quando começar a abrir a fervura, verifique se o sal está a gosto. Não ponha a água e nem vire as

Os doces capixabas O chef Ramon Aiala do Hotel Senac da Ilha do Boi em Vitória, Espírito Santo, nos fala da influência portuguesa, indígena e africana na culinária capixaba. Outros sabores foram acrescentados no início do século 20 com a chegada de imigrantes europeus entre eles italianos, poloneses, austríacos, holandeses, sírios e libaneses. Aiala explica que uma extensa pesquisa sobre o assunto está presente no livro Dos Comes e Bebes do Espírito Santo-A Culinária Capixaba no Hotel Ilha do Boi, lançado pela Editora Senac. Em matéria de doces, a simplicidade da banana-da-terra frita com açúcar e canela vem lado a lado com a sofisticação da doçaria de tradição lusitana. De tantas delícias descritas no livro escolhemos para nossa ceia brasileira a brevidade e o muxá. Muxá

Doce de banana caseiro

postas, pois pode quebrá-las. Deixe cozinhar com a tampa bem fechada e de vez em quando balance a panela, com o auxílio de luvas e um pedaço de pano grosso, para que as postas de peixe não agarrem no fundo da panela. Servir com arroz branco e pirão.

Ingredientes: Cerca de 600 g de bananas-nanicas bem maduras/250 g de açúcar cristal/Açúcar cristal para enrolar Preparo: Escolher uma panela de alumínio com fundo grosso. Cortar as bananas em rodelas. Despejar o açúcar por cima. Deixar em fogo bem baixo. Depois que começar a borbulhar mexer vigorosamente. Mexer constantemente por cerca de uma hora, sem deixar o doce grudar no fundo. Se necessário, jogar um pouquinho de água. Parar de mexer quando o doce adquirir uma cor escura e começar a desgrudar da panela. Enrolar no formato de brigadeiro e passar açúcar cristal.

Doce de banana preto Ingredientes: Cerca de 1 kg de bananas-nanicas bem maduras/300 g de açúcar mascavo/Açúcar cristal para enfeitar Preparo: Preparar numa panela de ferro para deixar o doce bem escuro. Cortar as bananas em rodelas, jogar o açúcar mascavo por cima. Deixar cozinhar no fogo mínimo e mexer com vigor até desmanchar as bananas. Mexer por pelo menos uma hora até dar ponto de soltar da panela. Espalhar a massa numa forma e polvilhar com açúcar cristal. Levar à geladeira.

Ingredientes: 250 g de canjiquinha (xerém)/4 xícaras (chá) de leite/4 xícaras (chá) de água/300 g de coco fresco ralado/1 pitada de sal/200 g de açúcar Preparo: Lavar a canjiquinha e deixar de molho por meia hora. Cozinhar em 4 xícaras de água, mexendo sempre até ficar macia, por cerca de 10 minutos. Mexendo sempre, acrescentar leite, açúcar e uma pitada de sal. Misturar bem. Acrescentar metade do coco ralado à massa. Mexer por cerca de 40 minutos até a massa começar a desgrudar da panela. Ajeitar com uma colher numa forma

retangular molhada, alisando a superfície, e cobrir com restante do coco. Deixar esfriar e colocar na geladeira para depois cortar em quadradinhos. Rende cerca de 20 pedaços. Brevidade Ingredientes: 500g de polvilho doce/500g de açúcar/6 ovos Preparo: Bater as claras em neve. Reservar. Bater as gemas e o açúcar na batedeira. Acrescentar a clara em neve, batendo bem. Jogar o polvilho aos poucos e ir batendo lentamente, parando às vezes, se necessário. Colocar numa forma com furo ou em forminhas untadas e assar em fogo moderado pré-aquecido.


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Arte caiçara no Sesc

Música, dança, depoimentos e poemas fizeram parte do espetáculo de lançamento do CD Cinema Invisível no Sesc-Santos dia 8 de outubro. Primeiro CD do coletivo Percutindo Mundos é fruto de pesquisa e produção artística pioneira referendada por pesquisadores como Gilberto Mendes, Livio Tragtenberg e Laert Sarrumor. Traça um panorama da arte contemporânea caiçara - um processo de ressignificação das identidades culturais indígena,

europeia e africana, misturando a música às outras linguagens. Com o Coletivo Percutindo Mundos, se apresentaram Márcio Barreto, Célia Faustino, Fernando Ramos, Erik Morais, Anak Albuquerque, Bruno Davoglio, Jota Amaral. Participações especiais de Laert Sarrumor, da banda Língua de Trapo (concorrente ao Grammy 2016 em três categorias), o decompositor Livio Tragtenberg, o compositor e organizador do Festival Música Nova Rubens

Ricciardi, o pianista Antonio Eduardo Santos, a cantora lírica Daniela Amaral, o escritor Flávio Viegas Amoreira, o ator Plinio Augusto, a atriz Juliana Bordallo e a pesquisadora Heloísa A. Duarte Valente. A apresentação homenageou o compositor Gilberto Mendes (1922-2016), patrono da Cultura Contemporânea Caiçara, que este ano completaria 94 anos (13/10) de uma vida plena, marcada pela criatividade, o carisma e a genialidade.

O coletivo Percutindo Mundos no Sesc

Um prato, uma história

A professora de Culinária Caiçara, Luciana Marchetti da Unimonte em Santos, lançou um desafio aos alunos. Resgatar pratos da culinária caiçara através de entrevistas nas comunidades tradicionais. Desafio aceito, dia 1 de dezembro todos se reuniram no laboratório de Gastronomia da Unimonte para contar suas histórias e mostrar os variados sabores. Muitos prepararam

Marcos Ferigato, Andressa Prestes, Danilo Intrieri, Aline Zorzin, Fernanda Prado com o peixe azulmarinho como manda o figurino, na panela de ferro

os pratos da forma tradicional e outros fizeram a releitura das receitas coletadas. O passeio foi longo, percorrendo lugares como Peruíbe, Ubatuba, Guarujá, Santos, São Sebastião, entre outros. Ao apresentar os pratos, os grupos dividiram suas experiências e ao final celebraram o dia num delicioso banquete com os pratos preparados no capricho!

Mattheus Gusmão, José Paulo Adriani, Josenildo Santana, Iracimo Jr., Alessandra Fernandes e José Victor Coelho capricharam na apresentação do peixe azul-marinho

Juliana França, Luís Gonzaga, André Sanches, Thamires Oliveira, Daniel Sandoval e Andressa Augusto fizeram a releitura da sopa dágua, prato de reistência caiçara

Pescador Dema deixa sua mensagem para conservação do meio ambiente

A professora Luciana Marchetti de Culinária Caiçara da Unimonte

Beatriz Oliveira, Marcela Cristina, Patrícia Cristiana, Caio de Jesus e Gabriela Coutinho apostaram no peixe azul-marinho

Bianca Araujo, Barbara Costa e Victor Gaspar resgataram e memória afetiva caiçara com um delicioso bolinho de arroz, feijão e carne

Sabrina Costa, Alessandra Olimpio, Michell Viana e Dereck Vale buscaram a inspiração na Praia do Goes em Guarujá e criaram a pescada cambucu ao molho de palmito com banana da terra

Aline Lima, Victor Rodrigues, Pedro dos Santos Filho e YonaraTessarolo recriaram a panqueca de mariscos de Ilha Diana, na área continental de Santos

Wagner Moreira, Talita Nascimento, Guilherme Cardoso, Etiene Jr. e Vânia Ferreira com o azul-marinho, azul da cor do mar! Melissa Ribeiro, Izabella Gonçalves, Bruno Aló e Barbara Viana resgataram uma lembrança de famíla. Melissa lembrou-se do vôngole que a avó preparava em São Sebastião e inspirou o grupo na criação do linguine com vôngole

Não ao lixo no mar. Para 2017, o pescador Dema deixa sua mensagem para um futuro melhor. Acredita que se cada um fizer sua parte teremos um meio ambiente mais preservado. Ele pede mais solidariedade entre os pescadores e cuidados com o mangue. Para quem vai sair ao sair no mar ou ao estuário, é bom lembrar de acondicionar todo o lixo para ser descartado adequadamente em terra.


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Como comprar polvos e lulas

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

Polvos e lulas são conhecidos como frutos do mar e pertencem à classe dos moluscos. Apresentam o corpo mole, vivem em ambientes marinhos e são muito utilizados no cardápio por ser um alimento muito nutritivo e por agradar o paladar de muitas pessoas. No momento da compra o consumidor deve saber diferenciar os polvos das lulas. O corpo do polvo é arredondado e o da lula é alongado. Os polvos têm oito tentáculos, enquanto que as lulas têm 10. Os polvos medem de 5 centímetros a quase 6 metros, sendo que a espécie mais numerosa é o Octopus vulgaris, que mede cerca de 70 cm. As lulas medem de 1,5 cm a 10 m, e a espécie mais comum de lula é a Loligo plei, abundante na costa brasileira e com tamanho próximo a 70 cm, apresenta carne saborosa e para muitos chefs, trata-se de uma saborosa iguaria. Apesar de os brasileiros não terem o hábito em consumir carne de polvo e lula, atualmente o consumo vem aumentando. O sabor da carne do polvo e da lula é muito semelhante. Ambos têm como característica a consistência firme da carne, porém após o preparo torna-se macia e delicada. Podem ser utilizados de várias formas assados, cozidos e grelhados. São muita utilizados em vários pratos como paella, moqueca, salada, risoto, molhos, caldeirada, entre outros. O tempo de preparo é curto e é um dos segredos para manter a maciez da carne, bem como não se deve utilizar calor muito forte, enquanto está se preparando. Para que o prato terminado apresente qualidade e bom sabor é fundamental que a matéria-prima adquirida tenha condições adequadas, porque o preparo não melhorará o sabor. Como esta carne é de fácil deterioração o consumidor deve atentar para que o odor destes moluscos seja agradável, apresentem olhos vivos e salientes, pele lisa e úmida. A coloração não deve estar vermelha ou roxa, principalmente nos tentáculos. A lula tem coloração clara levemente rosada enquanto que o polvo a cor varia de rosada a acinzentada. Para que a qualidade não se perca é necessário manter a todo tempo a carne refrigerada a 4 a 5 graus Celsius. Tudo isto acima afirmado é importante, porém, mais importante é adquirir produtos com rótulo do SIF (Serviço de Inspeção Federal), porque a sua saúde está na segurança que os produtos inspecionados lhes conferem. Dê preferência à carne de lula e de polvo congelada.

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Estudo sobre alimentação escolar conquista prêmio Trabalho de pesquisadoras do Instituto de Pesca de Santos visa inclusão do peixe na merenda escolar Imprensa Oficial - Fotos/cleo Velleda - Publicado no DOE Poder Executivo Seção I - de 15 de Outubro de 2016

Erika Furlan, Cristiane Neiva, Ana Ramos, Thais Moron, Lília Evangelista, Rúbia Tomita, e o diretor do IP Luiz Ayrosa (fundo)

Afinal por que não incluir o pescado na merenda escolar? Rico em cálcio, fósforo, iodo e cobalto é também fonte de vitaminas A, D e B. Com tantas qualidades, o produto tem grande valor para estudantes em fase de crescimento. A ideia da inclusão do pescado na merenda surgiu com um grupo de pesquisadoras do Instituto de Pesca de Santos, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os primeiros passos para o estudo foram em 2011, segundo a bióloga Rúbia Tomita, diretora técnica da Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia de Pescado do IP. “A Prefeitura de Itanhaém recebeu kit de despolpadeira do Ministério de Pesca e Aquicultura e nos pediu respaldo técnico para desenvolver um projeto”, explica Rubia. “A bióloga Cristiane Neiva já vinha trabalhando nisso, assim fomos juntando as peças do quebra-cabeça”, explica. A despolpadeira é um equipamento que processa o peixe inteiro para obter uma polpa de carne, conhecida como CMS (Carne Mecanicamente Separada). “A polpa de peixe é versátil como a carne moída e permite uma grande variedade de preparos”, acrescenta. Para o uso da despolpadeira pela Prefeitura de Itanhaém, a equipe do IP está elaborando um projeto para a implantação de estrutura de planta de processamento, com estudos para obtenção de licença junto ao serviço de inspeção estadual e ambien-

O projeto “Inclusão do Pescado na Alimentação Escolar no Município de Itanhaém”, desenvolvido pelo Instituto de Pesca (IP-APTA), recebeu o prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e à Desnutrição de melhor pesquisa científica na área. A equipe responsável pelo estudo é formada pelas pesquisadoras do IP Rúbia Yuri Tomita, Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, Erika Furlan e Thais Moron Machado. O prêmio, entregue em 14 de outubro, é promovido pela Secretaria de Agricultura, por meio do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. tal, além de supervisão técnica para toda parte de equipamentos necessários. Com a despolpadeira provisoriamente montada no laboratório do IP começaram a ser feitos os experimentos de produção da polpa a ser incluída na merenda escolar. “A polpa permite uma facilidade maior na estocagem e oferece todos benefícios nutricionais do pescado sem risco das espinhas, sem pele e escamas”, explica. Com o apoio dos cursos de Nutrição e Gastronomia da UniSantos foram elaborados dois pratos para serem testados nas escolas: macarrão com molho de tomate e polpa e escondidinho de purê de

batatas intercalado com polpa e legumes. As receitas foram testadas com 240 alunos de duas escolas municipais de Itanhaém, Diva do Carmo Alves Lima, no Jardim Tanise e Eugenia Pitta Rangel Veloso, no bairro Cidade Anchieta. Participaram crianças de sete a 10 anos, de ambos sexos. “O resultado foi excelente”, comemora Rúbia. A avaliação das crianças variou de 85% a 90% de “gostei e gostei muito”. A equipe capacitou as merendeiras das escolas de Itanhaém a lidar com o produto. “Agora vamos capacitar os pescadores artesanais” que serão os fornecedores do peixe, complementa. A ideia é ensiná-los a selecionar, descabeçar, eviscerar, lavar os peixes na lavadora automática de pescado e finalmente processá-los na despolpadora. Depois disso o produto deve ser embalado em pacotes de 1 quilo para ser congelado. Dessa maneira o pescador poderá agregar valor ao seu produto. Há 27 pescadores artesanais cadastrados na cidade, que podem participar do projeto. Com o curso de qualificação estes profissionais aprendem novas técnicas de beneficiamento do pescado que possibilitam ganhos extras no trabalho. Segundo a Prefeitura de Itanhaém já existe um local onde a Unidade de Beneficiamento do Pescado poderá ser construída, na área do antigo Mercado Municipal. O próximo passo será a obtenção do financiamento para a construção da unidade.


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Novembro/Dezembro 2016

Visite Ilha Diana o ano inteiro Nezinho, o maior pescador de robalo da Ilha Diana, consertando sua rede

Ilha Diana, a apenas 20 minutos do centro de Santos, é o local ideal para passeios turísticos. A comunidade da Ilha recebe os visitantes com um delicioso café da manhã e almoço, com direito a visita monitorada com passeio de barco no mangue. Durante o passeio, o visitante pode observar a comunidade em sua faina do dia a dia, como pescadores consertando redes ou trazendo o peixe que acabaram de pescar. Mais informações com Patrícia no telefone: (13)99741.8690. O pirão é um dos pratos típicos da Ilha

Pescando Lendas

Casamento na Ilha Diana O casamento de Fernanda e Francklyns Felipe foi motivo de grande comemoração dia 8 de outubro em Ilha Diana, na área continental de Santos. Fernanda é filha de Sonia e Roberto da Silva Alves e Francklyns é filho de Maria Gorete e Francisco de Assis. O jornal Martim-Pescador deseja muitas felicidades aos noivos.

Casamento de Fernanda e Francklyns Felipe

Passeio em Ilha Diana O Bar e Lanchonete da Ilha Diana, dirigido por Hélio e Terezinha, oferece variados pratos de frutos do mar. Entre eles peixe azul-marinho, tainha assada na brasa, moqueca de peixe, risoto de frutos do mar, risoto de camarão, bolinho de bacalhau, camarão na moranga, além de caipirinha de limão, abacaxi, morango, bebidas, refrigerantes, sucos naturais. Aceitam cartões de crédito. A

lancha para Ilha Diana sai do píer atrás da Alfândega, ao lado da lancha para Vicente de Carvalho. O trajeto é de 20 minutos. Veja os horários em www. cetsantos.com. br Agende com antecedência (13) Endereço: Ilha Diana, casa 6. Telefones: 3019.5418, 98122.0681 99156.6719/ facebook.com/barelanchonetedailhadiana/terezinha0401@ yahoo.com.br

Lendas e muito da sabedoria caiçara estão no espetáculo Pescando Lendas apresentado no Sesc-Santos dia 16 de outubro. A representação retrata um dia de pesca, quando três pescadores contam causos exagerados, divertindo o público com dança, literatura, música, lendas e culinária caiçara. Os espectadores são levados ao universo dessa rica identidade promovendo a reflexão sobre cultura caiçara e meio ambiente. Objetos inusitados pegos em seus

anzóis mostram que o mar não está para peixe. O espetáculo é um alerta contra a poluição de nossos mares e rios e incentiva a reciclagem como meio de minimizá-la, utilizando instrumentos com material reciclado. No elenco estão Márcio Barreto, Plinio Agusto Soares e Juliana Bordallo, com direção e dramaturgia: Plinio Augusto Soares, trilha sonora: Márcio Barreto, bonecos: Marcia Alves, cenário: BellaCia. e Valério Luz, fotografia: Anak Albuquerque, produção: BellaCia.

Juliana Bordallo, Plinio Soares e Márcio Barreto

As crianças se encantaram com o som do quarteto de cordas

Comunidade cria presépio em Ilha Diana Um presépio feito com muita imaginação e material reciclado alegra a entrada da Ilha Diana. Inaugurado dia 6 de dezembro pela Associação Vida Caiçara, vai ficar um mês em exposição para celebrar o espírito das festas. Thiago Martori, professor de Artes da Prefeitura de Santos, conta que foram usados galões de água, cabos de vassoura e papel-machê para reproduzir as figuras humanas. O professor ficou contente com o envolvimento da comunidade, que conseguiu montar tudo em seis dias de oficina. Um delicioso almoço com pratos típicos caiçaras foi

preparado pela comunidade para recepcionar os visitantes. A inauguração foi embalada ao som do Quarteto de Cordas Martins Fontes da Prefeitura de Santos. A realização foi da Associação Vida Caiçara, que trabalha com turismo de base comunitária em Ilha Diana, por meio de parceria entre a Associação, a Embraport e a Prefeitura de Santos. “Esse foi um momento especial com as famílias da Ilha, numa união por um projeto onde cada um pode contribuir com seu esforço”, afirmou Jeová Cardoso, gerente de Meio Ambiente da Embraport, ressaltando a importância da parceria.


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