JORNAL MARTIM-PESCADOR 145

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JANEIRO/ FEVEREIRO 2017 Número 145 Ano XIII Tiragem 3.000 exemplares

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As irmãs Marilene e Sonia Azevedo e...

Anderson Mariano Paulino fala do dia a dia nas salinas de Cabo Frio. Págs. 4 e 5

Salinas

...o biólogo Geraldo Lima falam da vida na praia de Geribá em Cabo Frio antes da expansão imobiliária. Págs. 6 e 7

A diretora do Museu de Pesca de Santos, Thais Moron, convida todos para uma visita. Págs. 10 e 11

4ª Semana da Cultura Caiçara em Santos - De 15 a 21 de março


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Reunião da APA Marinha Litoral Centro faz balanço da gestão de 2016 O Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Centro se reuniu dia 13 de dezembro no auditório do Parque Estadual Xixová-Japui em São Vicente. Na sua 47ª reunião, foi apresentado o Relatório de Execução do Plano de Metas de 2016 e feito o balanço da gestão de 2016. Nas atividades relacionadas à pesca, em 2017 tem continuidade a discussão sobre a regulamentação do uso de redes de emalhe no território da APAMLC. Nas reuniões da Câmara Temática de Pesca foi proposta a elaboração de um laudo técnico sobre esta atividade para embasar a solicitação de uma regulamentação diferenciada da IN no 12 para a APAMLC, através de um ajuste a ser solicitado ao Ministério do Meio Ambiente e MAPA na norma federal. A demanda partiu dos pescadores artesanais que explicam que a normativa proíbe esta atividade na primeira milha náutica a partir da praia, e assim inviabiliza

a pesca para a categoria. Em 2016 também foi solicitada atualização da Resolução SMA no 51 de 28/06/2012, que regula o exercício de atividades pesqueiras profissionais realizadas com o uso de redes nas praias inseridas nos limites da APAMLC. A modificação visa deixar claro que a utilização exclusiva de tração humana no arrastão de praia refere-se ao momento em que a rede é puxada para a praia para a despesca. O uso de embarcação motorizada deverá ser facultado apenas para o lançamento da rede no mar. O pedido se encontra na Assessoria Jurídica da Fundação Florestal. Neste ano também foram expedidas 95 autorizações de captura do caranguejo-uçá, realizadas pela Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais da SMA. A autorização é válida para um período de dois anos, quando a proibição contida no Decreto Estadual Nº 60.133/14 será reavaliada. A pedido dos

pescadores artesanais o Conselho Gestor da APAMLC enviou uma moção ao Ministério de Agricultura e Abastecimento/ MAPA reclamando sobre a demora para obtenção de licenças, registros iniciais de pesca e de embarcações. O ministério enviou resposta afirmando que o serviço de licenças e registros iniciais está parado. A justificativa é de que o MAPA adquiriu esta nova atribuição, após o fechamento do Ministério da Pesca e Aquicultura, e que seu quadro funcional está sendo reestruturado para atender esta nova demanda. A próxima reunião do Conselho Gestor da APAMLC deverá ser agendada para fevereiro de 2017. A Câmara Temática de Pesca se reúne dia 16 de fevereiro, às 09 h, no auditório do Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente. Os assuntos em pauta serão: apreciação da proposta de laudo técnico do emalhe, proposta de elaboração de um documento para ser enviado ao

A gestora Ana Paula Garcia durante reunião em dezembro

MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) solicitando a regularização dos RGPs dos pescadores do Estado de São Paulo. Ainda serão realizados informes gerais

Ampliada a validade de autorizações de pesca das embarcações A validade das autorizações de pesca para embarcações foi ampliada de um para três anos. A medida foi determinada pelo Decreto 8.967 publicado dia 24/01/2017 no Diário Oficial da União. O mesmo decreto determina que o seguro desemprego/defeso, no valor de um salário mínimo só poderá ser concedido aos pescadores artesanais profissionais que exercerem a atividade sem interrupções e que tenham a atividade pesqueira como a única fonte de renda, sem ter nenhum vínculo empregatício fora da pesca. Outra

medida é a exigência de que o cadastro do pescador informe o local de moradia e da pesca. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) terá 180 dias para adaptar o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) às alterações. Um novo sistema para realizar o recadastramento nacional dos pescadores artesanais profissionais está sendo desenvolvido pelo MAPA. Ele possibilitará o cruzamento de informações entre os dados do RGP e demais registros administrativos oficiais.

Portaria 445 volta a vigorar A Portaria MMA 445/2014 que estabelece as espécies de peixes e invertebrados ameaçados de extinção no Brasil voltou a vigorar a partir de 25 de janeiro de 2017. A medida que já havia sido suspensa por duas vezes, proíbe a captura e comercialização de 475 espécies marinhas e de água doce classificadas como ameaçadas de extinção. Entre elas várias espécies de raias, tubarões, lambaris, bagres e cascudos, entre outros. O último pedido de suspensão da Portaria, deferido em agosto de 2016, foi feito pelo Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura, Federação Nacional EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br

dos Engenheiros de Pesca, Confederação Nacional de Pescadores e Aquicultores. As entidades na época alegaram que caberia ao Ministério da Pesca e Aquicultura e Ministério do Meio Ambiente, em conjunto, e sob a coordenação do primeiro, fixar as normas, critérios, padrões e medidas de ordenamento do uso sustentável de recursos pesqueiros. Neste caso, a Portaria nº 445/2014 foi editada pelo Ministério do Meio Ambiente, sem a participação do Ministério da Pesca e Aquicultura. Conheça a Portaria 445/2014 na íntegra no site www. jornalmartimpescador.com.br

Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992

sobre os seguintes assuntos: restabelecimento da Portaria MMA n° 445/2014, que define a Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção - Peixes

e Invertebrados Aquáticos e sobre a publicação do Decreto Federal n° 8.967/2017, que define novas regras de acesso ao seguro defeso e registro das embarcações.

Defesos

Caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10/2016 a 31/03/2017 Lagosta vermelha e lagosta cabo verde (Panulirus Argus e P. laevicauda) 01/12/2016 a 31/05/2017 Mexilhão (Perna perna) 01/09/2016 a 31/12/2016 Ostra 18/12/2016 a 18/02/2017 Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2016 a 28/02/2017 Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/16 a 28/02/17 Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/16 a 31/07/16 e 1/11/16 a 15/02/17 Tainha (Mugil platanus e Mugil liza) 15/03/16 a 15/08/16 (proibida em todas as desembocaduras estuarino-lagunares do litoral das Regiões Sudeste e Sul). A partir de 15 de maio, a temporada anual da pesca da tainha será aberta somente no litoral, permanecendo fechada até 15 de agosto nas desembocaduras estuarino-lagunares. (veja Instrução Normativa 171 9/5/2008 em www.jornalmartimpescador.com.br/legislação)

Moratórias

Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www.jornalmartimpescador. com.br (legislação)

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos Fotos e ilustração: e ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia


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Eduardo Pimenta assume pasta de Meio Ambiente em Cabo Frio Com muitos projetos na cabeça, o biólogo e professor universitário Eduardo Pimenta assumiu em janeiro a Coordenadoria Geral do Meio Ambiente da Secretaria de Desenvolvimento de Cabo Frio-RJ. Nascido em Niterói em 1959, Pimenta chegou com dois anos de idade à cidade. Explicando que sempre morou próximo à Lagoa de Araruama, diz ser apaixonado por questões ligadas à Biologia Marinha.

Um dos desafios de sua gestão será lidar com a população flutuante do local. Com uma área de 410.418 km2, a cidade possui 212.289 habitantes. Nas férias esse número aumenta, e no carnaval pode chegar a 1 milhão de pessoas. O coordenador sugere medidas para amenizar o impacto desse grande fluxo de pessoas como exercer fiscalização contínua, realizar ações de educação ambiental e estudos de suporte de carga para algumas praias.

“O excesso de carros impacta a mobilidade urbana”, explica. A solução seria limitar acesso, já que o local oferece opções de transporte coletivo via barco-taxi. “Afinal, o trajeto aquático pelo canal, é mais prazeroso”, acrescenta. Sobre o problema de lixo na praia, sugere uma abordagem educativa para sensibilizar o usuário da praia e o ambulante. O usuário deve levar seu lixo embora ou depositar em local apropriado. Para isso prevê colocação de lixeiras e promoção de um recolhimento eficiente pela Prefeitura. “O fornecedor de produtos consumidos na praia também deve fazer sua parte, como por exemplo, destinar as cascas de coco para reuso, que gera renda”, explica. Outro objetivo é voltar a implementar a coleta seletiva que existe de maneira precária hoje, combinando reciclagem de sólidos e óleo de cozinha. Hoje o lixo da cidade é depositado num novo aterro sanitário, com o custo de R$82,00 a tonelada. A reciclagem assim gera também economia de dinheiro, diminuindo a quantidade de material a ser depositado no aterro, além de gerar renda no reaproveitamento do material reciclado que é descartado. Pimenta pretende desenvolver ações que permitam obter o dinheiro do ICMS Verde. Segundo a Lei 5.100 de outubro de 2007, o Estado pode devolver parte do ICMS arrecadado ao município, des-

4ª Semana da Cultura Caiçara de Santos resgata identidade tradicional Formação, lazer e esporte compõem a programação desta quarta edição que começa dia 15 de março A 4ª Semana da Cultura Caiçara de Santos, instituída pela lei 2.920 de 2013, de autoria do então vereador Sandoval Soares, será realizada de 15 a 21 de março. As atividades acontecerão por toda a cidade, da Área Continental à Orla da Praia de Santos. O festejo caiçara é uma parceria entre as Secretarias Municipais de Cultura, Educação e Turismo, com o apoio da Fundação Arquivo e Memória de Santos. A abertura será no SESC Santos, parceiro desde a primeira edição. Acontecerá no dia 15 de março, às 19h30, com Viola Caiçara, de Rodolfo Vidal. O SESC também trará uma extensa programação que conta com atividades do projeto Ramal Caiçara, turismo de base comunitária, exposição e oficina. Locais: Santos – SESC Santos, Frontaria Azulejada, Restaurante-Escola Bistrô, Instituto de Pesca, Concha Acústica, Escolas da Zona Noroeste, Área Continental e Centro de Santos.

de que este gere manifestos comprobatórios da realização de ações ambientais. Outro sonho do biólogo é obter a Bandeira Azul para uma praia cabofriense. O Programa é uma iniciativa da FEE (Foundation for Environmental Education – Fundação para Educação Ambiental) que conta com apoio de diversas instituições internacionais. No Brasil é operado pelo Instituto Ambientes em Rede, com sede em Florianópolis/ SC. Para uma praia obter esta certificação tem que atender

34 requisitos relacionados à educação e informação ambiental, qualidade da água e segurança e serviços. Pimenta acredita que medidas ambientais realizadas em bases sólidas podem gerar ganho ambiental na região. Cita como exemplo a criação de lei federal para o defeso de toda espécie de pescado na Lagoa de Araruama, atingindo cinco municípios. A lei, editada em 2013, época em que Pimenta trabalhava no Ibama, suspende a pesca amadora e profissional de 1 de

agosto a 31 de outubro. Hoje os pescadores já observaram que após do término do período de defeso, a tainha vem em maior tamanho e quantidade. O biólogo acredita também que novos empreendimentos que possam melhorar a capacidade de empregabilidade na cidade devem ser baseados no desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade será a palavra chave nas metas para os próximos quatro anos de gestão de Eduardo Pimenta na pasta do meio ambiente de Cabo Frio.

COMUNICADO COMUNICADO

APA Marinha Litoral Centro

DEFESO DA OSTRA PORTARIAS SUDEPE N- 40 DE 16 DE DEZEMBRO DE 1986 E N - 46 DE 11 DE DEZEMBRO DE 1987

De 18 de dezembro a 18 de fevereiro É proibida a extração de ostras em todo o litoral do Estado de São Paulo Fora do período de defeso A extração de ostras ficará restrita a exemplares de tamanhos superiores a 5cm (cinco centímetros) e inferiores a 10cm (dez centímetros).

O tamanho referido é a medida tomada entre as extremidades da concha, a partir de seu umbo e definida como altura.

Aquicultores devem fazer declaração de estoque para o período de defeso Infratores: penalidades previstas na Lei n° 9.605 de 12/02/1998 e no Decreto n° 6.514 de 22/07/2008

Pratique o comércio e o consumo responsável! APA Marinha Litoral Centro Unidade de Conservação gerenciada pela Fundação Florestal/ Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo. Tel.: (13) 3567-1506/ (13) 3261-3445 apamarinhalc@fflorestal.sp.gov.br


Salinas

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As últimas salinas resistem às margens da Lagoa de Araruama no Rio de Janeiro

Anderson Mariano Paulino puxa o sal das 7 horas da manhã até o final da tarde durante a semana. Ali na salina de Cruzeiro em Praia Seca, na Lagoa de Araruama o sol esteve escaldante no mês de janeiro. A água vem da Lagoa e é bombeada à força gerada pelos moinhos. Fica depositada em grandes quadrados das salinas, chamados de cristalizadores, onde a água evapora e os cristais começam a se formar ao atingir o grau 25 de salinidade. O sal então é puxado com enormes rodos para fora dos cristalizadores e com um carrinho de mão é depositado num galpão. O trabalho exige força e minúcia, e isso tudo Anderson aprendeu com o pai, Luiz Celso Paulino, que foi salineiro desde 20 anos de idade até falecer aos 65 anos. O verão é a melhor época para extrair sal na região, devido ao calor e menor frequência de chuvas. Seus quatro irmãos seguiram outras profissões. Puxar sal exige força e resistência. Anderson gosta do que faz. “Trabalho por produção, às vezes dá para tirar mais de um salário mínimo por mês”, afirma. No inverno a salina para, pois as chuvas atrapalham, é necessário o sol para evaporar a água e cristalizar o sal. Anderson procura então outros serviços como servente de pedreiro em construções. O homem que tem a força de puxar o sal, nos mostra com

olhos aguçados, os primeiros cristais de sal que se formam na superfície da água, que ele recolhe entre as mãos, com precioso cuidado. Ele explica que esses cristais são chamados de flor do sal, colhidos com uma peneira, após secagem são comercializados em sua forma natural. Para quem trabalha nas salinas, o inimigo é a chuva, afirma Antonio Gilberto Batista de Lima. Nascido em Pernambuco em 1962, mora desde 2003 em Araruama. Faz serviço de parceria com o dono da salina Cru-

Anderson Paulino é puxador de sal, profissão herdada do pai

Os cristais de sal na superfície da água formam a flor do sal

zeiro. Coordena toda a mão-de-obra, comanda todo o trabalho necessário e entrega 30% do valor de venda para o dono da salina. O preço do produto hoje está por volta de R$80,00 a tonelada. “Eu trabalho todo dia, tenho que olhar moinho de água”, explica. “Vento e o sol se encarregam do resto”, conclui. O sal que já foi depositado nos galpões é levado por uma carregadeira nos caminhões rumo à Refinaria. São apenas seis homens trabalhando. Os quatro filhos de Antonio também ajudam, mas não por muito tempo, pois


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estão cursando faculdade. “Em quatro meses produzimos neste espaço 1.600 toneladas de sal”, e lamenta que a luta seja achar comprador. Essa produção Antonio está negociando para vender para a Sal Cisne-Refinaria Nacional de Sal, instalada em Cabo Frio desde 1949, com a produção mais forte da região. “Três anos atrás a produção de sal era muito boa, mas não tinha para quem vender. Fazia montes de 10 metros de altura”, conta Antonio. “A maioria das salinas da região acabou, os donos não se interessam mais”, comenta. “Esse ano está ruim por causa da chuva”, lamenta. Entre as décadas de 30 e 60 as salinas prosperaram, ocupando lugar de importância para a economia das cidades que beiram a Lagoa de Araruama, como Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama. Com a construção da ponte Rio-Niterói na década de 70, um grande fluxo de pessoas começou a chegar proveniente dos grandes centros urbanos, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo, Minas Gerais. Então o turismo passou a ser mais incrementado na região, tornando os espaços valiosos para o setor imobiliário. O clima mais seco, calor acima de 30 graus e com menos chuvas do nordeste favoreceu as salinas situadas no Rio Grande do Norte que são hoje responsáveis por cerca de 95% da produção nacional. Muitos defendem a manutenção das salinas que são parte da tradição da região. Para Eduardo Pimenta,

Canção do sal Trabalhando o sal é amor o suor que me sai Vou viver cantando o dia tão quente que faz Homem ver criança buscando conchinhas no mar Trabalho o dia inteiro pra vida de gente levar Água vira sal lá na salina Quem diminuiu água do mar Água enfrenta sol lá na salina Sol que vai queimando até queimar (Milton Nascimento)

Antonio Gilberto Batista de Lima coordena os trabalhos da extração do sal

coordenador do Meio Ambiente da Secretaria de Desenvolvimento de Cabo Frio, o turismo deveria incluir em seus roteiros visitas às salinas. Um resgate de uma história que está se perdendo. Afinal, os moinhos de vento das salinas e as árvores casuarinas plantadas para servir de quebra-vento, por muito tempo foram o cartão postal das cidades à beira da Lagoa de Araruama. E com a ajuda do turismo podem assim continuar.

A lagoa e o sal, um amor antigo A riqueza do sal na Lagoa de Araruama tem uma longa história. Os índios tupinambás já colhiam o produto de maneira manual que se incrustava à beira da lagoa e com ele criaram o gecay, uma mistura do sal triturado com a pimenta nativa. No início da colonização portuguesa a exploração e comercialização de sal e até o consumo próprio eram proibidos pela coroa, pois o sal tinha que ser comprado de Portugal. Mesmo assim, a exploração do sal na Lagoa era feita de maneira natural desde o século16. A Salina de Perynas, em Cabo Frio, foi construída em 1823. Em 1930 já havia cerca de 120 salinas às margens da Lagoa, entre Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama. Entre as décadas de 30 e 60 a produção atingiu seu maior volume, declinando após a construção da Ponte Rio-Niterói, que mudou o foco da região para o turismo.

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Novembro/Dezembro 2016

Coluna Durante o mês de janeiro, a Embraport realizou o Ecoférias, um evento que é feito anualmente no período de férias com as crianças da comunidade da Ilha Diana. A 12ª edição do projeto teve como tema “A arte e a responsabilidade ambiental”. Com oficinas todas as quartas e sextas feiras do mês, as crianças puderam aprender mais sobre música, artesanato, lendas e costumes caiçaras através de atividades que ajudaram a desenvolver a concentração e a coordenação motora com muita criatividade e diversão. Para mostrar na prática a influência da cultura na vida das pessoas, os jovens visitaram o casarão branco da Pinacoteca Benedicto Calixto, o qual é patrocinado pela Embraport, e puderam conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra deste grande artista da cidade de Santos. Após a visita, as crianças fizeram um exercício de observação das muretas de Santos que foram pintadas por artistas da região, e na semana seguinte elas produziram uma grande mureta com referências do local onde vivem. A produção chamada “As Muretas da Ilha” foi feita com carimbo de mãos, colagem de imagens e contou com a assinatura de todas as crianças participantes. Além disso, os pequenos tiveram aulas de arte circense, onde fizeram exercícios de improvisos e cenas teatrais curtas, acrobacia de solo e malabares com pratos, lençóis e diabolô (brinquedo semelhante a um ioiô). Aulas de slackline, modalidade de exercício em que o praticante deve se equilibrar e andar em cima de uma fita, também entraram no roteiro do programa, que teve oito encontros em um mês. No final, as crianças apresentaram um show chamado “O circo na Ilha!”, que colocou em prática tudo o que foi ensinado durante as aulas.

Ecoférias – Ilha Diana Embraport promove Ecoférias com o tema “A arte e a responsabilidade ambiental”

Praia de Geribá em 2017

Geribá, man De manhã bem cedo pescadores vendem o fruto de seu trabalho na praia A paisagem confirma. Geribá ainda é um reduto de pescadores artesanais. Ao chegar a esta agitada praia de Búzios não são apenas guarda-sóis e banhistas que vemos. No canto esquerdo da praia é possível observar barcos de pesca e pescadores vendendo o peixe recém-pescado. E se o turista quiser provar é só sentar num quiosque e pedir uma anchova grelhada preparada por moradores da comunidade pesqueira. As irmãs Marilene, Mariluze e Sonia Azevedo, no quiosque Por do Sol, preparam com carinho várias receitas com frutos do mar que aprenderam a fazer desde pequenas. A família faz parte da comunidade de pescadores que permanece há muitas gerações no local. O pai, Jotemar Gouvea do Couto, já falecido, veio de Minas Gerais e casou-se com Deodorina, filha e neta de pescadores de Geribá. Tiveram seis filhos, três mulheres e três homens. “Somos “minhoquinhas da terra”, passamos toda infância aqui, criadas na comida do fogão a lenha”, diz Marilene em tom bem humorado. “Lembro ainda de, na infância, ajudar meu pai a puxar a rede de espera

OUVIDORIA EMBRAPORT: 0800 779-1000 faleconosco@embraport.com www.embraport.com Os jovens, Claudio Jr. e Marquinhos, dão continuidade à tradição da pesca


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Homens de terra, sol e mar Pesca, roça e salinas eram base de sustento de antigos moradores de Búzios

A mãe de Geraldo, Elexina...

A casa da família de Geraldo no mesmo local em Geribá em 1961

...e o pai Osnério

antendo a tradição

a

Pescadores limpando o peixe são parte da paisagem da praia de Geribá

para tirar os peixes“, acrescenta. “Tudo era roça aqui, da praia de Geribá à praia de Ferradura”, completa, lembrando da fartura da terra. “Na roça dava banana, quiabo, milho, aipim, mamão, goiaba, cajá, tamarindo, limão galego, lima da pérsia, maxixe”, explica e acrescenta que a família também fazia farinha de mandioca na casa de farinha. “Além de pescar, meu pai criava galinha, ganso, porco e pato”, diz. O porco e o peixe muitas vezes eram conservados salgados, em tempos em que não havia geladeira. Hoje, Marilene acredita que ainda existam cerca de 50 pescadores ativos no local. Muitos jovens ainda ingressam nas atividades de pesca e coleta de mariscos e ostras nos costões locais. A continuidade da pesca exercida pelas novas gerações irá garantir o peixe fresco de cada dia na praia de Geribá, se Deus quiser, por muitos anos.

As irmãs Sonia e Marilene poem a mão na massa para o preparo de pratos como...

...a anchova grelhada no quiosque Por do Sol

Salineiro de profissão. Pescador nas horas livres que vinham depois do trabalho diário árduo nas salinas e nos fins de semana. Era o jeito de trazer mais alimento à mesa da família. Assim era a vida de Osnério dos Santos Lima, casado com Elexina Maria Pereira Lima, moradores da praia de Geribá, em Buzios, Rio de Janeiro. Outros habitantes do local também conjugavam a vida da salina com a pesca de praia e de costão. Ainda com uma mãozinha na roça para garantir a subsistência. “Meu pai Osnério era pescador artesanal e salineiro”, lembra-se Geraldo Lima, biólogo cabofriense. A família da mãe, descendente de portugueses e índios estava há mais de três gerações em Geribá, nome indígena que significa palmeira. O pai nasceu na Baía de Formosa, em Búzios, local de descendentes de quilombolas e índios. Geraldo nasceu em 1966, um ano depois de os pais terem se mudado da praia de Geribá para Cabo Frio. Hoje, o local é um reduto de turistas, mas a pesca artesanal ainda ali persiste. Geraldo lembra que aprendeu a pescar com o pai, uma geração que vivia em íntimo contato com a natureza, passando esse exemplo para os filhos. “No canto direito da praia havia quatro casas de pau a pique de minha família”, conta. A vida era regida no fogão a lenha e água de poço. Do lado esquerdo havia uma comunidade de pescadores mais numerosa, que persiste até os dias de hoje, embora mais reduzida. “Minha mãe, Elexina, também saia às vezes para pescar com meu pai com linha de mão e tarrafa”, explica. Geraldo, que aprendeu a pescar com o pai, conta que o ritual da pescaria consistia em sair com cerca de cinco amigos para pescar no costão ou na praia. “Quando minha irmã Gilceia nasceu em 1974, o pai tinha ido pescar e chegou três dias depois, quando a mãe estava voltando da maternidade do Hospital Santa Isabel”, recorda. Descendentes de uma prole numerosa, Osnério com 17 irmãos e Elexina com oito, tiveram apenas três filhos, Geraldo, 51, Joelma, 47 e Gilceia, 42. “Depois que meus pais se foram de Geribá, os outros irmãos foram saindo à medida que iam casando”, relata Geraldo. “No final ficaram ainda a madrasta de minha mãe, meu avô e sua filha caçula Jurema”, rememora. “Os terrenos foram vendidos meio que na pressão imobiliária, peixe grande engolindo pequeno”, lamenta. Hoje ao olhar a paisagem do canto direito da praia de Geribá, Geraldo reconhece ao lado de um muro branco a amendoeira que resistiu ao tempo, assim como o antigo caminho que saía da casa de seus avós até a praia. Saudades da acolhedora moradia, que tantas vezes o recebeu exalando o cheiro do café fresco com garapa e do biju feitos no fogão a lenha, pequenas receitas culinárias e grandes receitas de vida que os antigos deixaram como legado.

Geraldo fala da vida em Cabo Frio antes da expansão imobiliária


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Coluna

O Porto na Comunidade

“O Porto me rendeu muitas oportunidades” Gustavo de Sousa, morador da Ilha Diana, trabalha há dez anos no Porto de Santos e orgulha-se de seu aprendizado e de suas conquistas pessoais

Gustavo de Sousa Alves, morador da comunidade da Ilha Diana, é um dos funcionários mais antigos da Embraport, terminal de contêineres instalado na Ilha Barnabé. Dos 29 anos de idade recém completados, dez foram dedicados ao Porto de Santos. Filho de um trabalhador portuário, Gustavo seguiu os passos do pai, e aos 18 anos começou a trilhar o seu caminho profissional e hoje se diz feliz com o seu desenvolvimento. Assistente Administrativo, Apontador, Almoxarife... Ao longo dos anos ele passou por várias funções dentro da empresa, e pôde aprender de tudo um pouco. “Onde faltava alguém, eu ia. Graças a Deus sempre me dei bem com os encarregados das áreas, e como eu aprendo rápido, quando os setores precisavam, eles se lembravam de mim. Assim eu fui fazendo um pouco de cada coisa”, se recorda. Há cerca de seis anos ele ingressou na área de Meio Ambiente, e junto com a equipe realiza um trabalho de grande importância, hoje na função de Assistente de Meio Ambiente. Atualmente a rotina de Gustavo é bastante movimentada, e todas as atividades ambientais realizadas no Terminal contam com um toque do seu trabalho. Ele explica que o setor de Meio Ambiente tem a responsabilidade de realizar todo o monitoramento da fauna e da flora da região onde o terminal está instalado, conforme determinado pelo Ibama no Licenciamento Ambiental do terminal. Inclusive, ele é o único da equipe que junto com a equipe técnica realiza o monitoramento de programas

Cheguei sem experiência na empresa. Sempre perguntei tudo o que não sabia, e graças a Deus meus encarregados tiveram muito para me ensinar. Eu sou curioso, se não sei vou perguntando. Hoje em dia me considero um bom profissional

como o da “ictiofauna” (nome dado ao conjunto de espécies de peixes que existem em determinada região). Gustavo explica que no início da construção do Terminal este trabalho precisava ser realizado mensalmente, já que não havia informações no banco de dados e a equipe não conhecia o conteúdo da fauna e da flora. Hoje, a periodicidade do trabalho vem diminuindo aos poucos, já que o banco de dados conta com material suficiente.

Para exemplificar o que é o trabalho de monitoramento, ele cita o trabalho de Avistagem de Aves. “Nós vamos até um ponto do terminal com o objetivo de observar uma determinada espécie de pássaro. Passados 20 minutos, nós anotamos a quantidade de pássaros daquela espécie que foram vistos e passamos para o próximo ponto. O intuito desse monitoramento é perceber se alguma espécie desapareceu ou diminuiu, ou se alguma nova surgiu. Com os peixes é a mesma coisa. Temos pontos fixos de observação e jogamos a rede sempre nesses pontos. Após coletar o material, nós mandamos para análise no Instituto de Pesca”. O mesmo tipo de trabalho é feito com relação à flora. “Nós tiramos constantemente os dados das plantas em volta do Terminal. Já temos as parcelas fixas e precisamos ver se as atividades do terminal estão afetando ou não a flora local”. Orgulhoso de sua trajetória, ele relembra os tempos em que começou a trabalhar no Porto. “Cheguei sem experiência na empresa. Sempre perguntei tudo o que não sabia, e graças a Deus meus encarregados tiveram muito para me ensinar. Eu sou curioso, se não sei vou perguntando. Hoje em dia me considero um bom profissional”. Além das muitas conquistas profissionais, o trabalho no Porto também rendeu conquistas na vida pessoal de Gustavo. “Comprei um carro e tenho minha casa. Graças ao meu trabalho, posso comprar minhas roupas e tudo o que o eu preciso no meu dia a dia”, finaliza.


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Coluna

Você conhece o Porto?

Porto de Santos: 125 anos de progresso No último dia 2 de fevereiro, o Porto de Santos celebrou 125 anos. Inaugurado em 1892, com apenas 260 metros de cais, o maior Porto da América Latina foi fundamental para o crescimento da Baixada Santista e do país, há mais de um século atrás. A primeira embarcação a atracar no cais foi o navio a vapor Nasmith, de bandeira inglesa, do armador Lamport&Holt, considerado um dos mais modernos da época. Construído pela então Companhia Docas Santos (CDS), o Porto de Santos está intimamente ligado a história brasileira. Por ele passaram as primeiras exportações de café, e nele atracaram os navios de imigrantes que vieram trabalhar nos cafezais paulistas, no século 19. Hoje, o cais santista é um gigante de 15.960 metros de extensão, que conta com 65 berços de atracação e 55 terminais marítimos e retroportuários. Em 2016, a movimentação total de cargas foi de 113.815.752 toneladas, entre as quais 71,5% foram de exportação, e 28,5% de importação, segundo dados da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo). Atualmente, o Porto segue prosperando. Novos terminais chegaram e tecnologias cada vez mais modernas vêm sendo implantadas, para que ele siga sendo o número um da América Latina por muitos outros anos. O local também responde por cerca de 70% da economia regional, gerando desenvolvimento e postos de trabalho.

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Porque manter o pescado fresco à temperatura de 0 a 4°C A pesca e a aquicultura são importantes fontes de alimentos, renda e meio de vida para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Porém, o tratamento que é dado ao pescado capturado deixa muito a desejar e este acaba se estragando. O Brasil é um país onde o desperdício de pescado é muito grande, e nos dias de hoje é incompatível nada fazer para frear esta grande perda que gera prejuízo econômico e ocorre devido ao desconhecimento nutritivo do alimento. O desperdício ocorre desde a captura até a comercialização. Um bom exemplo de desperdício, é a pesca de arrasto que traz consigo muitas espécies que têm baixo valor comercial, animais de pequeno porte, machucados, mortos e que são simplesmente devolvidos ao mar. Outra forma responsável pela perda é o mau acondicionamento do pescado que gera deterioração. Todo pescado que não é preservado resfriado após sua morte rapidamente deteriora. De um modo geral o consumo de pescado vem aumentando e para que este alimento alcance todas as pessoas, é necessário que a sua utilização ocorra de forma consciente, sem desperdício. É importante ressaltar que a população humana também está aumentando e segundo a FAO o pescado será o alimento responsável para tirar a população da fome. O cultivo de frutos do mar vem crescendo desde a década de 1980 para atender a demanda de consumo, uma vez que o pescado da pesca extrativa diminuiu sensivelmente devido ao uso descontrolado dos estoques pesqueiros. O consumo de pescado por pessoa em nível mundial registrou um valor médio de 9,9 kg na década de 1960, passando para 14,4 kg na década de 1990 e 19,7 kg em 2013. superando em 20 kg Em 2014 e 2015 esse valor chegou a 20 kg (FAO, 2016). A recomendação de consumo de pescado para os brasileiros está em torno de 12kg/ha/ano, e é válida para pessoas de todas as idades, incluindo mulheres grávidas, crianças e adultos e idosos. Assim, conclui-se que para assegurar a alimentação humana à base de pescado, é imprescindível o uso adequado de gelo conforme a referência técnica brasileira que, estipula que o pescado fresco e seus produtos resfriados devem ser mantidos à temperatura de 0 a 4°C durante todo o tempo para reduzir a deterioração durante toda a cadeia de produção e distribuição, do produtor ao varejista, evitando que toneladas de pescado se estraguem e tenham que ser descartadas. A manutenção adequada da temperatura é um alerta para todos os atores da cadeia produtiva da indústria do pescado, incluindo produtores, importadores, varejistas e autoridades reguladoras com o objetivo de assegurar a qualidade e produtividade, além de diminuir as perdas, e assim contribuirá para diminuir percepções negativas e desconfiança dos consumidores, o que causa um impacto prejudicial sobre a indústria de pescado.

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

APA Marinha Litoral Centro

Defeso da LAGOSTA VERMELHA E LAGOSTA CABO VERDE (Panulirus argus e P. laevicauda)

Instrução Normativa IBAMA no 206, de 14 de novembro de 2008. A Lagosta encontra-se sobreexplotada (Anexo II da IN/MMA N° 05, de 21 de maio de 2004). Assim, este período garante a proteção da época mais vulnerável do ciclo de vida da lagosta, a recuperação dos estoques, a manutenção da atividade, a redução dos conflitos e a preservação das espécies!

Fora do período de defeso O comprimento total mínimo para a captura de lagosta vermelha é restrito a exemplares de tamanhos superiores a 13 (treze) centímetros de cauda, e para a lagosta verde, exemplares com mais de 11 (onze) centímetros de cauda (Instrução Normativa IBAMA no 138/2006). Estes tamanhos mínimos garantem que o animal é adulto e já se reproduziu! Aos infratores destas disposições, serão aplicadas as penalidades previstas na Lei n° 9.605, de 12/02/1998 e no Decreto n° 6.514, de 22/07/2008.

Pratique o comércio e o consumo responsável! APA Marinha Litoral Centro Unidade de Conservação gerenciada pela Fundação Florestal/ Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo. Tel.: (13) 3567-1495 / 3567-1506 apamarinhalc@fflorestal.sp.gov.br


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Janeiro/Fevereiro 2017

A sala dos tubarões

Vem para o Museu de Pesca Muitas atrações e eventos atraem visitantes ao local Quando você teria oportunidade de estar cara a cara com uma enorme baleia ou uma raia e uma lula gigantes? Essas são apenas algumas das atrações que o Museu de Pesca de Santos oferece, além de eventos artísticos e educativos. “Tivemos cerca de 8 mil visitantes no mês de janeiro de 2016. Em janeiro deste ano o número subiu para 10 mil”, explica diretora do Museu Thaís Moron Machado. “Esse aumento foi possível graças a vários eventos que tem acontecido no local”, explica. Entre eles oficinas de arte para crianças com o artista plástico Alexandre Huber, tardes musicais com orquestras e cameratas de violinos do Projeto Fábrica Cultural de Santos, assim como apresentações de teatro com o Grupo Marulhos e dança com o Grupo Percutindo Mundos. Em parceria com o Museu Joias da Natureza de Guarujá foi feita a revitalização da Sala Maravilhas do Oceano e intercâmbio de peças de corais e fósseis. A reabertura do Quarto do Capitão fez a alegria


Janeiro/Fevereiro 2017

A ossada da baleia pode ser vista do primeiro andar

da criançada, por ser uma das atrações preferidas. Outra boa surpresa é a criação de painéis para tirar fotos tipo selfies que estão sendo elaborados por Alexandre Huber. Nele estarão retratados o capitão, raias, tartarugas e baleias, com um espaço para o visitante se inserir na foto. Outra boa novidade será a criação do concurso para dar um nome à baleia Fin (Balaenoptera physalus) exposta no andar superior do edifício. A ossada tem 23 metros de comprimento está em exposição desde 1942. Tudo isso faz do museu uma das melhores atrações de Santos: um grande acervo e a constante programação de eventos. “Nosso espaço é usado para a popularização da ciência e da cultura”, conclui Thais. O Museu de Pesca de Santos fica na av. Bartolomeu de Gusmão, 192, Ponta da Praia. Aberto para visitação de quarta a domingo, das 10 às 18 horas. O ingresso custa R$ 5,00, estudantes e professores da rede público com documento pagam meia entrada, crianças até 6 anos e idosos acima de 60 têm entrada franca. Escolas municipais e estaduais podem agendar visitas gratuitas. Telefone: (13)3261.5260. Saiba dos eventos pelo site oficial em: www. facebook.com/museudepescaoficial/

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A ossada da baleia Fin de 23 metros

A lula-gigante

O quarto do capitão

Aleandre Huber em oficina de arte

O leão-marinho Macaé

Alunos da oficina de arte


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Janeiro/Fevereiro 2017

Vem pra Ilha Diana!

Terezinha Lima convida todos a um passeio em Ilha Diana

Valmir de Souza, o Mica, é um dos pilotos da barca que leva à Ilha Diana Olha só quem foi Mamãe Noela em 2016 no Natal da Ilha Diana! A Madalena Panhoci, funcionária da Prefeitura de Santos, aproveitou a festa organizada pelo professor Anderson e contou bonitas histórias sobre os Reis Magos para as crianças da Ilha.

Embarque nesta viagem. É só pegar a barca no pier atrás da praça da Alfandega no Centro de Santos e em cerca de 30 minutos você chega em Ilha Diana, na área continental de Santos. No trajeto é possível avistar o porto e o imponente prédio da Base Aérea de Santos. Lá na ilha o Bar e Lanchonete da Ilha Diana, dirigido por Hélio e Terezinha, oferece variados pratos de frutos do mar. Entre eles peixe azul-marinho, tainha assada na brasa, moqueca de peixe, risoto de frutos do mar, risoto de camarão, bolinho de bacalhau, camarão na moranga, além de caipirinha de limão, abacaxi, morango, bebidas, refrigerantes, sucos naturais. Aceitam cartões de crédito. Veja os horários em www.cetsantos.com.br. Agende sua visita com antecedência (13) Endereço: Ilha Diana, casa 6. Telefones: 3019.5418, 98122.0681 99156.6719/facebook.com/barelanchonetedailhadiana/terezinha0401@yahoo.com.br (Veja os horários das barcas em www.cetsantos.com.br)

Madalena Panhoci

Visite Ilha Diana o ano inteiro Ilha Diana, a apenas 20 minutos do centro de Santos, é o local ideal para passeios turísticos. A comunidade da Ilha recebe os visitantes com um delicioso café da manhã e almoço, com direito a visita monitorada com passeio de barco no mangue. Durante o passeio, o visitante pode observar a comunidade em sua faina do dia a dia, como pescadores consertando redes ou trazendo o peixe que acabaram de pescar. Mais informações com Patrícia no telefone: (13) 99741.8690.

Beatriz, Flavia e Kaic

Eduardo ganhou sua primeira tarrafa aos 5 anos e quer também ensinar o filho cedo

O pequeno Kaic com o pai Eduardo, a mãe Flavia e a irmã Beatriz

Kaic chega para alegrar a família Hipólito O pequeno Kaic chegou dia 6 de dezembro para alegrar a família Hipólito, uma das mais tradicionais da Ilha Diana, na área continental de Santos. O pai, Eduardo, 45 anos, pratica a pesca artesanal, assim como seus dois irmãos, Carlos e Clodoaldo e as irmãs Maria Luiza e Camila Aparecida. A esposa Flavia, 38, diz que o marido é viciado em pesca, se puder leva todo mundo junto. Até a filha mais velha do casal, Beatriz Eduarda, 21 anos, gosta de sair com o pai para pegar peixe na tarrafa, e a esposa Flavia também pesca de caniço e na linhada. Se valer o ditado “Filho de peixe, peixinho é”, daqui a pouco o Kaic já entra na pescaria! Eduardo conta que aos cinco anos de idade ganhou uma pequena tarrafa de seu pai, que ao chegar da pesca já ensinava o filho a manejar. “Isso é o que eu quero ser quando crescer”, pensava ainda pequeno ao aprender os ensinamentos do pai. Pois ele garante que assim vai ser com Kaic, vai ganhar sua tarrafinha logo cedo.


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