MAIO/ JUNHO 2017 Número 147 Ano XIII Tiragem 3.000 exemplares
www.jornalmartimpescador.com.br www. jornalmartimpescador.com.br A apresentação O Pescador na abertura da Semana Caiçara da Praia Grande no Palácio das Artes. Pág. 12
Antonio de Castro Lancha, Seu Tonico (1913-2012). Págs 6 e 7
NA REDE CAIÇARA
Firmino Gonçalves dos Santos, (à dir) pescador registrado aos 73 anos na Colônia de Pescadores de São Vicente em 1921. Págs. 6 e 7 A memória de pescadores tradicionais de São Vicente, seu Firmino e Seu Tonico, foi enaltecida na Semana da Cultura Caiçara do município. Págs 6 e 7
José Miguel Wisnik faz apresentação na abertura da Semana da Cultura Caiçara em São Vicente. Págs 6 e 7
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Sindicato dos Pescadores instala subsede em Monte Cabrão Um espaço para recreação e lazer dos pescadores será inaugurado em novembro em Monte Cabrão, na área continental de Santos. “Poderão ser feitos aqui vários tipos de eventos, de churrascos a festas de casamento” explica Jorge Machado presidente do SINPESCATRAESP-Sindicato dos Pescadores e Trabalhadores Assemelhados do Estado de São Paulo. A casa, situada na rua Principal do bairro, 85, está sendo reformada. “Queremos trazer
A subsede fica na rua Principal de Monte Cabrão
Jorge Machado do SINPESCATRAESP
crianças para fazer atividades como karatê, tawkendô, ca-
sanais e industriais, e também moradores do bairro.
poeira”, acrescenta. Poderão usar o local pescadores arte-
O que fazer numa emergência? O médico Carlos Alberto Yoshimura, chefe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) de Guarujá, explica que os casos mais frequentes de emergência são os chamados clínicos e em sua maioria, chamados desnecessários, muitos deles de origem social ou mau uso do aparelho emergencial que é o 192. Ele explica que os acidentes, em linhas gerais, também entram nos registros em Guarujá, principalmente com veículos, especificamente motocicletas e bicicletas. Muitos pescadores vivem em áreas próximas a polos petroquímicos e se questionam como agir num caso referente a incêndios ou vazamentos de produtos químicos. Segundo o médico, a principal conduta para os pescadores é se afastar do local e acionar o socorro, neste caso 193 (Bombeiros), 199 (Defesa Civil), 192 (SAMU) informando tudo o que foi identificado. Se o
No México, há altofalantes nos postes para comunicar emergências
solicitante estiver próximo ao evento é importante passar o maior número de informações, podendo acionar o meio de suporte (ambulância básica ou avançada) mais adequado. “O público tem que entender que existe todo um protocolo na Central de Regulação do SAMU que está localizado em Santos, e que todos os questionamentos devem ser respondidos”, explica Yoshimura. “O plano de contingência tanto na municipalidade, como
T E L E F O N E S Corpo de Bombeiros ..................... 193 SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ...................... 192 Disque Denúncia .......................... 181 EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
regionalmente falando, é fato que já deveria estar implementado, face às peculiaridades da nossa área insular, com poucas rotas de fuga”, explica. “Os últimos eventos de 2015 e 2016 mostraram a fragilidade do sistema. Temos muitos riscos químicos na região e com potencial destrutivo muito grande, podendo comprometer várias cidades simultaneamente”, acrescenta. Assim o envolvimento é multiprofissional e complexo. Na opinião de Yoshimura, a implantação de uma rede de comunicação é imprescindível, condição prima e sine qua non para um plano de emergência. O médico esteve recentemente no México para realizar palestras, onde observou sistemas simples como instalação de alto-falantes nas comunidades, que poderiam ser implantados em Guarujá. “No México existe um sistema de alerta por mensagens a todos os celulares também”, acrescenta Yoshimura.
Ú T E I S
Polícia Civil ................................... 197 Polícia Militar ................................ 190 Sabesp ......................................... 195 CPFL ...............................................................0800-0102570
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Cancelamento da Reunião da Apa Marinha A reunião do Conselho Gestor da Apa Marinha Litoral Centro-APAMLC marcada para dia 16 de maio foi suspensa e interessados devem aguardar o agendamento de nova data. Com o comunicado do cancelamento veio a informação do desligamento da gestora Ana Paula Garcia de Oliveira da Fundação Florestal. Profissional especializada na área de Gestão Ambiental conduziu com competência e habilidade um cargo que exige, além do conhecimento, a capacidade de manter um diálogo produtivo e aberto nos diversos segmentos que compõem o Conselho Gestor. A bióloga foi designada para responder pelo cargo a partir de 19 de novembro de 2015, conforme Portaria 211 da Fundação Florestal. Formada pela Universidade Estadual Paulista-Campus do Litoral Paulista (UNESP/ CLP) trabalhava desde 2009 na APAMLC, desenvolvendo como função principal a Secretaria Executiva do Conselho Gestor. O jornal Martim-Pescador deixa aqui seu agradecimento à Ana Paula, sempre pronta a colaborar e esclarecer detalhes técnicos nas matérias jornalísticas sobre as reuniões.
Portaria 445 continua em vigor A Portaria 445/14 continua válida, acrescida de algumas restrições determinadas pela Portaria MMA no 161/2017. As restrições previstas no art. 2o da Portaria no 445, de 17 de dezembro de 2014, somente entrarão em vigor em 30 de abril de 2018, para apenas 12 espécies. Até essa data ficam admitidas as capturas dessas referidas espécies, assim como o desembarque e a respectiva comercialização, desde que realizadas de acordo com normas vigentes de ordenamento. Entre as 12 espécies listadas estão o guaiamum (Cardisoma ganhumi), pargo (Lutjanus purpureus) e bagre branco (Genidens barbus) (Veja a Portaria no 161 na íntegra no site www.jornalmartimpescador.com.br legislação) A Portaria 201 de 31/05/17 do Ministério do Meio Ambiente institui Grupo de Trabalho para avaliar e recomendar ações de conservação e uso sustentável para as espécies listadas no Anexo I da Portaria 445, de 17 de dezembro de 2014. O Grupo de Trabalho será constituído de representantes do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes, Ibama, organi-
zações não-governamentais, titulares do setor de pesca industrial e pesca artesanal, representantes de sociedades científicas. Poderão ainda ser convidados especialistas com conhecimento da matéria para participarem dos trabalhos a serem desenvolvidos. A Portaria 445/2014 do Ministério do Meio Ambiente, a captura e comercialização de 475 espécies marinhas e de água doce classificadas como ameaçadas de extinção e estabelece a obrigatoriedade da elaboração de planos de manejo para esses animais. Na lista estão incluídas espécies como cações, garoupas, badejos, tubarões, raias, chernes. A Portaria 445 tem enfrentado oposição do setor pesqueiro por abranger várias espécies de interesse comercial. Seus representantes alegam que deveriam ser feitos mais estudos para comprovar que determinadas espécies estão ameaçadas. Outra queixa é que várias espécies ameaçadas são capturadas acidentalmente em pescas permitidas durante arrasto na plataforma interna. O que ocorre então é o descarte dessas espécies já capturadas no mar.
Defesos
Lagosta vermelha e lagosta cabo verde (Panulirus Argus e P. laevicauda) 01/12/2016 a 31/05/2017 Camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis, F. brasiliensis e F.subtilis), sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri), branco (Litopenaeus schmitti), Santana ou vermelho (Pleoticus muelleri) e barba-ruça (Artemesia longinaris) 1 de março a 31 de maio Tainha (Mugil liza)- Portaria Interministerial nº 23, de 28 de abril de 2017, estabelece novas normas, critérios e padrões para o exercício da pesca em áreas determinadas para a captura de tainha (Mugil liza), no litoral das regiões Sudeste e Sul do Brasil e revoga a anterior (Portaria Interministerial nº 4/2015).Veja a portaria na íntegra em www.jornalmartimpescador.com.br (legislação)
Moratórias
Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www.jornalmartimpescador.com.br (legislação)
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos Fotos e ilustração: e ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Cadastramento de pescadores afetados pelo incêndio da Ultracargo tem início em Monte Cabrão Coleta de autodeclarações visa estimar número de pescadores prejudicados para um possível acordo com a empresa
O Ministério Público Federal em Santos/SP, em conjunto com o Ministério Público do Estado de São Paulo, está convocando pescadores de 14 comunidades afetadas pelo incêndio da Ultracargo para que façam a autodeclaração de pescador artesanal. A autodeclaração é uma medida prevista na Convenção Internacional nº 169, da OIT, ratificada pelo Brasil, e tem como objetivo identificar os pescadores prejudicados. A coleta teve início dia 30 de maio em Monte Cabrão, na área continental de Santos, com apoio da Ong Maramar. Foram atendidos profissionais que moram em Monte Cabrão, Caruara e Cachoeira. Dia 1 de junho a coleta foi feita no bairro de Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá. O trabalho se estende até 27 de junho, com visitas a nove bairros de Guarujá, Cubatão, São Vicente, Praia Grande e área continental de Santos para coletar autodeclarações de 14 comunidades de pescadores artesanais afetados pelo acidente. Os 453 pescadores que já foram cadastrados inicialmente pelo Instituto de Pesca em Vila dos Pescadores em Cubatão, Ilha Diana e Mon-
Promotores Flávia Gonçalves, Daury de Paula Jr e procurador Antonio Daloia em audiência pública
te Cabrão na área continental de Santos não precisam fazer a autodeclaração. Os pescadores artesanais que atuam na área afetada pelo incêndio devem comparecer aos locais de coleta com duas testemunhas que atestem o exercício de sua atividade profissional na pesca. Eles poderão aderir a um possível acordo entre o Ministério Público e a Ultracargo, para a criação de um programa para recuperação do estoque pesqueiro do estuário. A medida não teria caráter indenizatório e sim representaria uma contrapartida aos envolvidos pela participação em um futuro programa de manejo de área de pesca, com o objetivo de recuperação do
estoque pesqueiro. Caso o acordo seja firmado, aqueles que se abstiverem de pescar nas áreas a ser determinadas receberiam como forma de compensação uma bolsa de um salário mínimo paulista, R$1.076,20 por mês durante um ano. Caso o pescador desrespeitar o acordo e for pego pescando na área, perde direito ao benefício. Durante as negociações, além da discussão sobre o programa de recuperação do estuário, foram discutidas medidas que atendessem reforma de portos comunitários, capacitação na área econômica, apoio ao cooperativismo, melhoria de infraestrutura para a pesca e apoio à cultura local. Após o término da coleta das autodeclarações, o Ministério Público
irá proceder a uma conferência geral da listagem, e em seguida marcar uma reunião com a empresa envolvida para apresentar uma proposta de acordo final. Após a conclusão do acordo, os pescadores cadastrados na listagem deverão ser chamados pelo Ministério Público para assinarem a adesão ao programa de recuperação do estuário. Histórico Incêndio ocorrido de 2 a 10 de abril de 2015 em seis tanques de combustível da Ultracargo no bairro de Alemoa em Santos causou a morte de cerca de 8 toneladas de peixes. Os pescadores da área de influência do acidente foram afetados num primeiro momento pela a falta do peixe, e depois pela desconfiança do consumidor em comprar o pescado. As negociações para estabelecer compensação do dano ambiental coletivo tiveram início logo após a ocorrência do incêndio, promovidas pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), Núcleo Baixada Santista do Ministério Público do Estado de São Paulo em Santos.
A autodeclaração de pescador artesanal é um termo de responsabilidade do declarante, assinado sob as penas da lei, dentro do princípio da boa fé, e deve ser validado por duas testemunhas. Confira os locais para o preenchimento da autodeclaração: LOCAL DE ENCONTRO Monte Cabrão Santa Cruz dos Navegantes
COMUNIDADES ENVOLVIDAS 1. Monte Cabrão 2. Sítio Cachoeira 3. Caruara 4. Santa Cruz dos Navegantes 5. Praia do Góes
HORÁRIO
DATA
8h às 18h
30/05/17
8h às 18h
01/06/17
Rio do Meio
6. Rio do Meio
8h às 18h
06/06/17
Guaiúba
7. Guaiúba 8. Astúrias
8h às 18h
08/06/17
Canto do Forte
9. Canto do Forte
8h às 18h
13/06/17
Rua Japão
10. Rua Japão
8h às 18h
15/06/17
Vila dos Pescadores
11. Vila dos Pescadores
8h às 18h
20/06/17
Ilha Diana
12. Ilha DIana
8h às 18h
22/06/17
Itapema – Vicente de Carvalho
13. Itapema 14. Conceiçãozinha
8h às 18h
27/06/17
De acordo com a promotora Flávia Maria Gonçalves do GAEMA, foram feitas cerca de 15 reuniões com a Ultracargo para a realização d e u m a c o r d o , a l é m de reuniões com os pescadores. Participaram também das negociações o promotor Daury de Paula Júnior do Ministério Público Estadual e o procurador da República Antonio José Molina Daloia do Ministério Público Federal. No início foi elaborada uma lista de 453 pescadores com o auxílio do Instituto de Pesca de Santos, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo que já estão validados. Nesta primeira listagem foram cadastrados pescadores que atuavam em área próxima ao terminal, a Vila dos Pescadores em Cubatão, e os bairros de Monte Cabrão e Ilha Diana, na área continental de Santos. Com o avanço do
inquérito, verificou-se que a perda da pesca havia atingido uma área mais ampla, prejudicando um número maior de comunidades e foi escolhido o sistema de autodeclaração para abranger o maior número possível de pescadores afetados na lista. Com o intuito de ouvir os pescadores atingidos, tirar dúvidas e apresentar o andamento das investigações e tratativas com a empresa foram realizadas quatro audiências públicas no mês de abril em Cubatão, São Vicente, Santos e Guarujá. A promotora Flávia Gonçalves do Gaema, o promotor Daury de Paula Júnior do MPE e o procurador da República Antônio José Molina Daloia do MPF estiveram presentes para relatar o andamento do inquérito criminal do incêndio, ouvir os pescadores e esclarecer dúvidas.
Audiências aconteceram em:
Cubatão
Guarujá
Santos
São Vicente
Coletas de autodeclaração em:
Coleta de autodeclaração em Monte Cabrão
Coleta em Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá
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Caruara do artesana culinária e das verde
Esse bucólico bairro da área continental de Santos hoje atrai turistas que desejam conhecer o local num estreito contato com seus moradores. Baseado no princípio do turismo de base comunitária, o passeio mostra a culinária, o artesanato e as caminhadas em trilhas que mostram a beleza da Mata Atlântica. “Todas as refeições, oficina e monitoria são realizados pela própria comunidade gerando assim autenticidade, economia solidária e sustentabilidade”, explica Renato Marchesini da Caiçara Expedições que organiza a visita. Muitas artesãs também fazem pratos típicos da culinária caiçara como o bolinho de taioba e a salada com o coração da bananeira. Para conhecer a história do local os visitantes se reúnem numa roda de conversa com a artesã Lygia Mesquita, moradora há mais de 30 anos no bairro. “Caruara tem vários significados”, explica Lygia falando da palavra de origem tupi. Pode se referir a um vento do litoral que sopra trazendo chuvas, um tipo de madeira e a definição que Lygia mais gosta, magia e o encanto presentes no local. O encanto vem em parte do verde da região que inspira os artesãos de Caruara a criar trabalhos com descartes da natureza, como pedaços de troncos caídos, cipós, folhas. Para Lygia Mesquita, ali o
Sandra e Lygia com o famoso bolinho de taioba
Seu Jorge, mateiro, pescador e artesão
Lygia faz bonecas, luminárias e cestos
Artesãs de Caruaua A mata é exuberante em Caruara
Sandra, o marido Odair e a neta Nallu
aprendizado é constante. Além de bonecas e luminárias está aprendendo agora a fazer cestos com o artesão e pescador Jorge Manoel da Silva. Ela e mais 26 amigas fundaram a Associação das Mulheres para o Desenvolvimento Comunitário da Área Continental de Santos-MUDECOM.
Sandra faz flores e decora espelhos com motivos marinhos
As bonequinhas de Lygia
Sandra Assumpção, também vive em Caruara, e cria trabalhos com conchas e escamas de peixe. Além do artesã é exímia cozinheira, especialista na culinária caiçara que aprendeu com os pais vindos de Santa Cruz dos Navegantes em Guarujá e de Ubatuba, e com o marido Odair, natural de Ilhabela. É sua
O Portinho de Caruara
receita especial de bolinho de taioba que enriquece o almoço feito com comidas típicas do local. Outra atração que acompanha o arroz e feijão com peixe é a salada quilombola feita com o coração da bananeira, bem semelhante à textura e o sabor do palmito. Num passeio pelo bairro os
As flores feitas por Sandra em escama de peixe copiam...
....as flores de Caruara
visitantes podem conhecer espaços públicos, privados, comunitários e locais interessantes e curiosos. Outra experiência interessante é a oficina de artesanato, onde os participantes podem estar criando sua própria peça. Aqueles mais ousados têm opções de trilhas que permitem
conhecer com detalhes a flora e a fauna do local. O passeio Surpresas do Caruara é organizado pela Caiçara Expedições. Saiba mais em www.caicaraexpedicoes.com/www.facebook.com/ caicaraexpedicoes.fanpage. Telefone: (13)3466.6905/(13)98113.4819
nato, da es trilhas
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Ricardo, o escultor da natureza
CARUARA Caruara é um bairro da Área Continental de Santos, situado na divisa com os municípios de Bertioga (pelo rio Iriri/Macuco) e Guarujá (pelo Canal de Bertioga). Fica à beira da Estrada Rio-Santos, num trajeto de cerca de 30 quilômetros do ferry-boat do Guarujá. Criado através do loteamento no início dos anos 50 de uma extensa fazenda de banana, tem hoje cerca de 4 mil habitantes.
Rota do Sol visita Caruara
As artesãs de Caruara receberam a visita do programa Rota do Sol da TV Tribuna
Apaixonado pelos animais da Mata Atlântica, o escultor Álvaro Ricardo Santos, o Rick, já reproduziu em madeira pássaros, peixes, mamíferos. Sua inspiração vem da fauna de Bertioga e arredores. Com suas mãos de mestre já esculpiu aves locais como tié-sangue, tié-pardo, saíra-sete-cores, saíra-lenço, sabiá e tico-tico. Nascido em 1960 em Santos, reside hoje em Bertioga. O talento para a escultura herdou do tio, que além de pescador em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, fazia canoas de um pau só e miniaturas de barcos. “Deus me deu um dom e esse dom ninguém tira”, afirma com orgulho. Muitas vezes o artista aproveita o formato de pedaços de madeira encontrados nas matas, que já sugerem figuras de animais, para deles extrair a imagem com-
O receptivo fica na entrada da cidade de Bertioga
Além de animais, Ricardo faz santos e peças de presépio
pleta. Além de peças pequenas, já fez tubarão e onça em tamanho natural, além de imagens de santos e barcos. Ricardo expõe suas peças na Loja do Artesão no Receptivo Turístico na entrada de Bertioga e na Casa da Cultura da cidade. Nos dois locais, vários artistas tem espaço garantido para exibir e comercializar seus trabalhos. A atividade do artesanato é bem desenvolvida em Bertioga, que possui mais de 200 pessoas inscritas no cadastro da SUTACO (Subsecretaria do Trabalho Artesanal das Comunidades). Os trabalhos são bem variados, incluindo crochê, tricô, patchwork, escultura de entalhe em madeira, bonecas em tecido, bordado, macramê, pintura em tela, biojóias e cartonagem. As atividades acontecem na Casa da Cultura, com a Feira de Artesa-
nato aos sábados das 14h às 22h e também com o projeto Arte Nossa que fica em formato de loja dentro do Receptivo Turístico na entrada da cidade. Além das exposições, a Casa da Cultura toda semana une eventos musicais, teatrais e exposições à feira de artesanato. Além disso semestralmente promove o evento "O Grande Encontro" que reúne artistas e artesãos da cidade, além da participação de diversos segmentos como saúde, feira de doação de animais, feira de alimentos orgânicos , entidades filantrópicas, entre outros.
Tubarão em tamanho natural
A equipe do programa Rota do Sol da TV Tribuna visitou Caruara e se encantou com o local. “O roteiro na área continental de Santos, no bairro de Caruara foi maravilhoso”, afirmou a apresentadora Rosana Valle . “Eu acredito muito no turismo de base comunitária. Conheço cada cantinho do litoral e do Vale do Ribeira e so-
nho para minha região algo assim, um turismo não só feito de praia e de paisagens, mas também de troca de informação e de energia entre o visitante e o visitado. Um olhar diferente para a história, gastronomia, cultura e jeitos de viver da nossa gente”, afirmou a apresentadora em sua coluna semanal na AT Revista.
Casa da Cultura de Bertioga, av. Thomé de Souza , 130, Praia da Enseada. Loja do Artesão no Receptivo Turístico de Bertioga-Av. 19 de maio, 1111 (na entrada da cidade). A Loja do Artesão em Bertioga também inclui trabalhos de diversos artistas da cidade em pinturas, tricô, crochê, cartonagem.
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Semana da
Coluna
Voluntários Embraport apoiam a Quermesse da Gota de Leite Pelo segundo ano consecutivo, os integrantes da Embraport estão trabalhando como voluntários na quermesse da Gota de Leite, tradicional evento beneficente que ocorre todos os anos na cidade de Santos. O evento teve início no último dia 5 de maio e segue até o dia 25 de junho. A Embraport cederá aproximadamente 100 voluntários, os quais atuarão em grupos, em diferentes dias, na barraca da entidade Nurex (Núcleo de Reabilitação do Excepcional São Vicente de Paulo). O Nurex é uma entidade com sede em São Vicente, que tem como principal objetivo, promover e apoiar a assistência e a reabilitação de crianças, adolescentes e adultos com necessidades educativas especiais, ou diagnosticados com deficiências múltiplas e autismo. Os voluntários da Embraport ajudarão a preparar e a servir as comidas e bebidas tradicionais, ajudando a tornar a festa ainda mais especial.
SERVIÇO: A quermesse segue até o dia 25 de junho e acontecerá durante todos os finais de semana. As sextas e sábados, a festa ocorre entre às 18h30 e a meia noite, e aos domingos até às 22h. Os ingressos custam R$3,00. Crianças de até 10 anos, acompanhadas de um adulto, e maiores de 60 anos não pagam.
Toda a renda que for arrecadada durante os quase dois meses de evento será revertida para a manutenção de trabalhos desenvolvidos pela Gota de Leite e para o projeto Gotas do Judô. A quermesse é realizada na Avenida Conselheiro Nébias, número 388 – Encruzilhada, Santos.
OUVIDORIA EMBRAPORT: 0800 779-1000 faleconosco@embraport.com www.embraport.com
O secretário da Turismo e Cultura de São Vicente, Fábio Lopez abre a Semana da Cultura Caiçara de São Vicente
Contação de histórias, oficinas de música, exposição fotográfica, artesanato, degustação de pratos caiçaras, remada, são apenas alguns dos atrativos que a Semana da Cultura Caiçara trouxe a São Vicente de 14 a 20 de maio. A abertura aconteceu no Instituto Histórico e Geográfico da cidade, também conhecido como a Casa do Barão, lugar que já é um atrativo turístico vicentino. Várias autoridades estiveram presentes ao evento que promete ser o primeiro de muitos. O secretário de Turismo, Fábio Lopez, destacou as parcerias e a maneira como as atividades se estenderam da parte insular da ilha até a área continental. “A cultura deve ser trabalhada de forma descentralizada”, afirmou. Para Paulo Eduardo Costa, secretário adjunto da Cultura, “é uma obrigação da primeira cidade do Brasil ser a cidade mais caiçara”. “A Semana terá extensa programação e é importante para a valorização das famílias caiçaras de pescadores, elo de ligação cultural para a região metropolitana da Baixada Santista”, acrescentou. O evento homenageou o compositor e escritor José Miguel Wisnik, nascido em São Vicente em 1948, onde viveu até os 18 anos. O artista confessou sua emoção ao reencontrar a cidade nesse manifesto de cultura. Ao piano festejou o momento tocando e cantando Mortal Loucura, trilha da novela Velho Chico, musicada por Caetano Veloso e Wisnik, que fez sucesso na voz de Maria Bethania. Dois homenageados muito especiais representaram a tradição da pesca artesanal da Cidade. Maria Aparecida Nobre, presidente da Colônia de Pescadores Z-4 de São Vicente, recebeu homenagem em memória de seu bisavô Firmino Gonçalves dos Santos, que aos 73 anos foi registrado como pescador em 20 de julho de 1921. Neste ano foram fundadas as primeiras colônias do litoral brasileiro pelo comandante Frederico Villar que navegou toda nossa costa a bordo do cruzador José Bonifácio. O documento prova a existência da Colônia desde esta data tão antiga. O pescador Antônio de Castro Lancha (1913-2012) também foi lembrado como um exemplo de profissional que remava e pescava até idade bem avançada. Seu Tonico, como era conhecido, dizia que preferia sair a remo porque o barulho do motor espantava os peixes. Seu filho, Antônio Lancha, recebeu emocionado a homenagem em memória de seu pai. Uma das canoas preferidas de seu Tonico foi doada ao Instituto Histórico e Geográfico e está em exposição no local. Na ocasião aconteceu o Sarau Caiçara com o lançamento do livro Mar Selvagem, antologia de poemas de diversos autores em homenagem a Vicente de Carvalho. Segundo Márcio Barreto, curador da 1ª Semana da Cultura Caiçara de São Vicente, “olhar para quem somos e nos valorizarmos, é um modo de compreender nossa identidade coletiva, enquanto povo, história e desdobramentos. Outras
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a Cultura Caiçara de São Vicente Evento resgata cultura caiçara na primeira cidade do Brasil
Laert Sarrumor da banda Língua de Trapo declama poemas de seu pai
Paulo Costa, Márcio Barreto e Roberto Marchese
Cozinha Caiçara - jantar no instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, o chef Fabio Perassoli apresenta a Gastronomia Caiçara típica de nossa região. Com a organização da Confraria Guaiaó. Fotos/Marcio Barreto
Toninho Lancha, filho de seu Tonico, e Maria Aparecida Nobre (abaixo) recebem homenagem
Gastronomia caiçara típica da região
Zé Miguel Wisnik e Flavio Amoreira Isabela Carrari
Docinhos de banana preparados pelo chef Daniel Stucchi do restaurante Oca A performance da bailarina Célia Faustino
O chef Fábio Perassoli com o secretario adjunto da Cultura Paulo Costa
Zé Miguel Wisnik agitou a plateia com a música Mortal Loucura
cidades da região vem comemorando a data, como Santos, Guarujá e Praia Grande e temos também a Semana da Cultura Caiçara no Calendário Turístico do Estado de São Paulo.” O evento é uma realização do Coletivo Caiçara, Imaginário Coletivo de Arte, Prefeitura de São Vicente, Subprefeitura Área Continental, Secretaria de Cultura, Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, Academia Vicentina de Letras, Artes e Ofícios, Associação Canoa Caiçara. Curadoria Márcio Barreto. Produção e Organização Márcio Barreto, Gigi Fernandes, Rogério Baraquet. A 1ª Semana da Cultura Caiçara de São Vicente é amparada pela Lei Municipal n° 3312/2015, e pela Lei Estadual n° 16.290/2016 de autoria do Deputado Estadual Caio França.
Mortal Loucura
Fotos/Marcio Barreto
Gigi Fernandes
Célia Demézio e grupo Noir
Anak Albuquerque
Rap Caiçara - Batalha da Conselheiro, Art Radical, Brunão Mente Sagaz, Jotaerre, Offstreet Márcio Barreto, Paulo Eduardo Costa e Christina Amorim na exposição fotográfica Café com Peixe
Rapper Syro Damassaclan
Ciranda Caiçara com Gigi Fernandes, Márcio Barreto e Rogério Baraquet. EE Esmeraldo Tarquínio EMEF Francisco Martins Anak Albuquerque
Anak Albuquerque
Na oração, que desaterra... a terra Quer Deus que a quem está o cuidado... dado Pregue que a vida é emprestado... estado Mistérios mil que desenterra... enterra Quem não cuida de si, que é terra, erra Que o alto Rei, por afamado, amado É quem lhe assiste ao desvelado, lado Da morte ao ar não desaferra, aferra
Marcelo Ignacio declama no Sarau Caiçara Marcio Barreto
Ciranda Caiçara
Ciranda Caiçara
Quem do mundo a mortal loucura, cura A vontade de Deus sagrada, agrada Firmar-lhe a vida em atadura, dura O voz zelosa, que dobrada, brada Já sei que a flor da formosura, usura Será no fim dessa jornada, nada Poema de Gregório de Matos (século 17) musicado por Caetano Veloso e Zé Miguel Wisnik
Anderson Vilaverde, músico e compositor
Cine Caiçarama
Ciranda Caiçara com Gigi Fernandes, Márcio Barreto e Rogério Baraquet. EMEF Francisco Martin
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Coluna
O Porto na Comunidade
“Eu sei o quanto meu trabalho é importante para o funcionamento da Embraport” Felipe Barreto, morador do bairro Monte Cabrão, fala com orgulho sobre o trabalho que realiza há quatro anos no terminal portuário Felipe Barreto Costa começou a trabalhar há quatro anos no Porto de Santos e desde então faz parte da equipe de Segurança Patrimonial do terminal da Embraport, terminal portuário instalado na margem esquerda do cais. Com experiências anteriores em vendas e como auxiliar administrativo, ele encontrou no Porto um novo ramo de atuação. Nascido e criado em Monte Cabrão, na área continental de Santos, Felipe preza pela sua qualidade de vida e fala com carinho do local onde mora. “É um bairro muito tranquilo, com no máximo 700 moradores. Todos se conhecem bem e não temos ocorrências de assalto ou violência”. Ele morou por três anos no bairro da Aparecida, em Santos, entre os 15 e os 18 anos, mas depois voltou para Monte Cabrão. “Quando tive a oportunidade, pedi para o meu pai para voltarmos. Vi situações de insegurança que eu não estava acostumado
e percebi que a minha tranquilidade não tem preço”, relembra. Hoje, trabalhando como Operador de Monitoramento, explica que sua função tem como responsabilidade zelar pela segurança da Embraport e de seus funcionários. “Nós monitoramos tudo o que acontece e fazemos a segurança do terminal. Além disso, também controlamos o fluxo de entrada na portaria e apoiamos a área operacional na chegada dos caminhões com os contêineres”, explica. Felipe conta que tem contato direto com todas as áreas da empresa, em especial com a Segurança do Trabalho e com a Saúde Ocupacional. “Nossa área realiza um trabalho essencial e nós sabemos da importância que temos para o funcionamento da Embraport”. Bastante feliz com o trabalho que executa, ele acredita que pode crescer profissionalmente, e deseja estar preparado para isso.
“Planejo fazer cursos nas áreas de Segurança ou da Operação. Quero estar qualificado para quando uma vaga surgir”, conta. E para atingir este crescimento, voltou a frequentar as salas de aula este ano com o objetivo de aprender uma nova língua. “Estou fazendo inglês. Voltei a estudar e vi o quanto sentia falta de uma qualificação. Me cobro muito por não ter voltado antes”. Além da área de Segurança, Felipe também se interessa pelo funcionamento da parte operacional da empresa. “Vejo o movimento da operação e acho fascinante. Gostaria de trabalhar lá um dia”, revela. Com o trabalho no Porto, Felipe também atingiu conquistas pessoais. “Comprei uma
moto recentemente e foi ótimo. Em menos de 15 minutos consigo chegar ao trabalho”. Antes, chegar à empresa não era tão fácil por causa dos horários dos ônibus. “Quando estava no turno da noite eu pegava o último ônibus de Monte Cabrão, que passa às 20h30, e ainda esperava algumas horas até que o meu horário de trabalho começasse”. Orgulhoso, Felipe fala sobre o trabalho realizado pela Embraport no bairro em que mora. “O lugar onde eu trabalho faz coisas pelo meu bairro, e isso é legal. Na páscoa, por exemplo, minha afilhada ganhou ovos de chocolate doados pela empresa,e eles também ajudaram na construção da creche do bairro”, finaliza.
Maio/Junho 2017
Coluna
Você conhece o Porto?
O que faz um Auxiliar de Capatazia? O fluxo de navios em um terminal portuário é intenso, e o vai e vem de contêineres é constante. Mas toda essa movimentação não seria possível sem a importante função desempenhada pelos Auxiliares de Capatazia. O trabalho destes profissionais envolve muita agilidade e força braçal, e começa com a amarração dos navios. “O processo de amarração começa quando um navio chega para a atracação. A tripulação que está a bordo joga uma corda chamada de cabo de amarre para que nós possamos prendê-la no cabeço (nome dado a estrutura utilizada para prender a corda ao cais)”, explica Thiago Aguiar, um dos Auxiliares de Capatazia do terminal. Além disso, estes profissionais também são responsáveis principalmente por colocar e retirar as “castanhas” dos contêineres. As castanhas são peças que são encaixadas na parte de baixo do contêiner e tem como função prender um ao outro, para que eles não se soltem dentro do navio durante a viagem. Quando um contêiner é retirado do navio, ele é colocado em um caminhão e levado ao costado para que os Auxiliares de Capatazia removam as castanhas. Depois disso, ele é transportado até a quadra. O processo acontece rapidamente e é extremamente necessário, pois nenhum contêiner que chega ao local pode ter castanhas presas a ele. Ao final do processo de colocar ou retirar as castanhas, os contêineres podem ser levados para a quadra ou embarcados com segurança no navio.
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Mar Selvagem homenageia Vicente de Carvalho O livro Mar Selvagem foi lançado dia 6 de maio na Estação da Cidadania de Santos. A antologia de poemas reúne escritores, editores, músicos, compositores, bailarinos, atores e artistas visuais inspirados na obra do poeta do mar. Desde poemas inéditos de Walter Smetak (1913-1984), compositor suíço-baiano, à poesia de atores consagrados como Anselmo Vasconcelos (Globo) e à poética de escritores como Flávio Viegas Amoreira, Marcelo Ariel, entre outros que participam pela primeira vez de uma antologia nacional, Mar Selvagem traça um panorama da poesia de todos os tempos, uma ligação
Lançamento do livro aconteceu na Estação Cidadania
importante entre nosso passado, o presente e o imaginário caiçara alimentado pelo mar. A obra, organizada por Márcio Barreto, une poetas de
diferentes regiões do Brasil em torno do principal tema de sua obra: o mar! Assim, poetas de Santos (SP), São Vicente (SP), Cubatão (SP),
Jundiaí (SP), Itararé (SP), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE), Brasília (DF) e Maringá (PR) navegam em sua poética. “A Editora Imaginário Coletivo, com este livro, ergue uma ponte entre o passado e o presente, ponte que precisa ser mantida, pois sem ela, jamais alcançaremos o rio que desemboca no grande mar do poema” afirma Márcio Barreto. A bisneta de Vicente de Carvalho, Regina Carvalho assina o prefácio e afirma que “o livro é instigante e reacende a chama da versificação, abre caminhos para a valorização de nossa história e poesia”.
Comercialização de pescado fresco x saúde Além da preocupação em manter a aparência do pescado fresco, o sabor e o seu valor nutricional os cuidados devem ser redobrados na conservação adequada para mantê-lo protegido da ação dos micro-organismos, que podem afetar a saúde do homem. Estes crescem quando a temperatura de conservação está fora da conformidade, que não deve ultrapassar 5 graus Celsius. Todas as pessoas sabem que o peixe fresco estraga com muita facilidade e este fato é devido ao seu processo de deterioração que tem início no momento que ele sai da água. Para que não haja perda dos elementos essenciais à saúde, o pescado deve ser mantido em refrigeração até o momento do seu preparo e não deve ser armazenado na geladeira por um período superior a 24 horas. Mesmo assim, neste período alterações como a perda de brilho das escamas, opacidade dos olhos, aumento da mucosidade das
guelras, protuberância do ânus já podem ser observados a olho nu. Ao preparar um alimento nestas condições o consumidor deixará de sentir o verdadeiro sabor, que estará mais acentuado ou rancificado, ou seja apresentado odor mais forte e a consistência da carne mais mole que a normal. O peixe inteiro tem durabilidade maior que as postas e os filés, mas a temperatura adequada é o fator primordial. É lógico que os dias após a captura deverão ser contados, ou seja, quantos mais dias se passar após a captura, mesmo que a temperatura seja a ideal a deterioração ganha espaço. Postas e filés devem ser feitos apenas a partir do peixe fresco. Após o peixe inteiro perder as características externas de frescor, este jamais poderá ser aproveitado para outros produtos. Quando o consumidor optar por filés ou postas, deve escolher primeiramente o peixe, e
Augusto Pérez Montano Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
então estes produtos deverão ser cortados em sua presença. Uma característica que pode ajudar nesta hora é a consistência da carne, que deve ser firme, caso esteja amolecida, o consumidor deve rejeitar, pois está fora do padrão de consumo. Para o consumidor ter ao seu alcance pescado de boa qualidade é necessário
ensiná-lo a ser exigente e estar sempre atento para não ser enganado com a qualidade. Para tanto é necessário conhecer as condições básicas de frescor. É direito do consumidor exigir que todo o local que comercializa pescado (feiras, restaurantes, supermercados, etc.) tenha termômetros registrando a temperatura adequada (não mais que 5 graus Celsius). Pescado de porte grande para manter a temperatura ideal deve estar sempre dentro de um refrigerador e nunca exposto coberto com gelo, pois esta condição não permite que o interior da carne esteja a 5 graus Celsius. Segundo a Cartilha da ANVISA o pescado deve estar todo envolvido por gelo e preferentemente em recipiente fechado, quando o pescado estiver em exposição para comercialização apenas coberto de gelo, o consumidor deve rechaçar este produto, pois provavelmente estará fora da qualidade.
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Adeus, amigo Passarinho
José Antônio Rodrigues, o Passarinho, será sempre lembrado por seu jeito alegre, e seu amor às coisas boas da vida, a música a culinária e os amigos. Nascido em 14 de setembro de 1955 em Santos ele nos deixou em 21 de abril de 2017. Ganhou o apelido de Zé Passarinho de seu professor Felipe Napier, por ser muito magrinho na adolescência. Vice-presidente da Colônia de Pescadores Z-3, em Vicente de Carvalho, Guarujá, estava sempre na defesa dos artesanais. “Um lutador assíduo pela causa do pescador”, afirmou Luciano de Sant´anna membro da diretoria da entidade. Antes foi responsável pela capatazia da Colonia Z-3 no Portinho Salgado Filho. A pesca estava no sangue. Seu avô materno foi um dos fundadores da Colônia de Pescadores de Vicente de Carvalho, José Carlos dos Santos Picinó. Seu pai, José Rodrigues, era também pescador, assim como o tio, Jacó Carlos dos Santos. Casado com Maria Aparecida, teve quatro filhos, Maximiliano, 33, José Antônio, 30, Ana Paula, 28 e Claudia, 19. Nenhum seguiu a carreira da pesca. “Eu e meu irmão pescávamos de rede camarão e peixe”, dizia Passarinho que começou a pescar aos 10 anos de idade. “Meu avô materno levava a gente pescar, um dia pegamos um mero de 82 kg no canal do estuário”, lembrava. “Avô e tio materno Jacó me ensinaram, tio Jacó tinha mais paciência, gostava de levar sobrinho pescar”, contava. Aos 18 anos vendia peixe de carrinho na rua e para bancas do mercado municipal, banquinha do seu Andó, do Carlinhos. Muitas vezes intercalou trabalho de estivador com a pesca, mas sua paixão sempre foi a pesca e a culinária. Adorava preparar o peixe para os amigos no Clube do Bolinha, e trazer sempre o pescado à mesa de sua mãe Laura, hoje com 91 anos. “Meu pai deixou um legado muito bom, ele sempre pensava no próximo ajudava muita gente, e isso nos enche de orgulho de saber o quanto ele era querido”, diz sua filha Ana Paula. “Ele sempre fez questão da família reunida em datas comemorativas, assim a nossa última refeição juntos foi na Sexta-feira da Paixão deste ano”, acrescenta. Ana Paula conta que o pai pediu que todos continuassem a se reunir naquela mesma data, fazendo sempre orações para Cristo. A banda Amigos da Maré, que ele fundou, lhe rendeu uma homenagem em vida, dedicando a ele um samba. Passarinho partiu, e sua música ficou para recordar a alegria com que contagiava todos ao seu redor. O samba resumiu em poucas palavras sua personalidade positiva e expansiva, e aqui ficou para lembrança: “Alô, amigo Zé Passarinho/com os Amigos da Maré você não estará sozinho/hoje é carnaval, a nossa banda vem homenagear um cara legal que tem história para contar/os Amigos da Maré brincam o carnaval com o Passarinho no maior astral/amigo para qualquer parada/dá nó em pingo d´água/ninguém pode negar/mas na hora da folia o Passarinho é só alegria”.
Pesca da tainha tem novas normas A Portaria Interministerial nº 23, de 28/04/17, estabelece novas normas, critérios e padrões para o exercício da pesca em áreas determinadas para a captura de tainha (Mugil liza), no litoral das regiões Sudeste e Sul do Brasil e revoga a anterior, Portaria Interministerial nº 4/2015. Transcrevemos um trecho da nova Portaria. Seu texto pode ser visto na íntegra em www.jornalmartimpescador.com.br
A sede da Colônia de Pescadores Z-3 em Vicente de Carvalho era seu lugar de trabalho
Amigos da Maré
Com o presidente da Z-3, Fábio de Oliveira, e o tesoureiro, Luciano de Sant´anna
Passarinho e a esposa Cida
Pescando um bagre cabeçudo
A família reunida
Art. 2o A pesca da tainha nas regiões Sudeste e Sul terá a seguinte temporada anual: I - para modalidade cerco, entre 1o de junho e 31 de julho; II - para modalidades de emalhe costeiro de superfície: a) até 10 AB entre 15 de maio a 15 de outubro; b) acima de 10 até 20 AB, entre 1o de junho e 31 de julho; III - para modalidade de emalhe costeiro que utiliza anilhas, entre 15 de maio e 31 de julho; e IV - para modalidade desembarcada ou não motorizada entre 1o de maio e 31 de dezembro. § 1o Fica proibida a pesca da tainha para as modalidades tratadas nos incisos do caput deste artigo fora dos períodos neles estabelecidos. § 2o As restrições temporais de pesca estabelecidas neste artigo não se aplicam para a captura de tainha no interior das lagoas e estuários das regiões. Art. 3o Proibir, nos seguintes períodos e áreas, as modalidades de pesca abaixo especificadas: I - para todas as modalidades de pesca, exceto tarrafa, no período de 15 de março a 15 de setembro, em todas as desembocaduras estuarino-lagunares do litoral das regiões Sudeste e Sul; II - para os métodos e instrumentos de redes de trolha, cercos flutuantes, redes de emalhe, uso de faróis manuais, anzóis, fisgas e garateias, no período de 1o de maio a 31 de dezembro, no litoral do estado de Santa Catarina, a menos de 300 m dos costões rochosos e a menos de uma milha náutica (1MN) da costa, nos locais onde ocorre a prática tradicional de arrastão de praia com canoas a remo; III - para a captura de isca viva, no período de 1o de maio a 31 de julho; IV - para qualquer operação de pesca da modalidade cerco, no período entre 1o de junho e 31 de julho, nas seguintes áreas: a) a partir da linha de costa até a distância de 3 (três) milhas náuticas, para as embarcações autorizadas com Arqueação Bruta superior a quatro, na costa do estado do Rio de Janeiro; b) a partir da linha de costa até a distância de 5 (cinco) milhas náuticas, para as embarcações autorizadas com Arqueação Bruta superior a dez, na costa do estado do Rio de Janeiro; c) a partir da linha de costa até a distância de 05 (cinco) milhas náuticas, na costa dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina; d) a partir da linha de costa até a distância de 10 (dez) milhas náuticas, para as embarcações autorizadas, na costa do estado do Rio Grande do Sul; V - para o estado do Espírito Santo fica aplicado o disposto na Portaria no 17, de 2008, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA; VI - para a pesca desembarcada na modalidade de emalhe fixo ou deriva no raio de 150 m ao redor das ilhas, lajes e costões rochosos do litoral; e VII - para a modalidade de emalhe costeiro de superfície e emalhe anilhado, com embarcações motorizadas, na faixa de uma milha náutica (1MN) medidos a partir da linha de costa. §1o Define-se como desembocaduras estuarino-lagunares, as áreas compreendidas a 1.000 m da boca da barra para fora, em direção ao oceano, a 200m à montante da boca da barra para dentro do rio ou estuário e de 1.000m de extensão nas margens adjacentes às desembocaduras dos rios ou estuários.
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Workshop discute perspectivas da pesca marinha em São Paulo Evento reuniu pesquisadores, armadores de pesca, pescadores artesanais e industriais no Instituto de Pesca em Santos Com uma produção de cerca de 20 mil toneladas de pescado anuais, o Estado de São Paulo detêm apenas 8% das descargas pesqueiras da região sul sudeste. O valor corresponde a um terço do que era capturado na década de 60. As informações foram apresentadas pelo pesquisador científico Antônio Olinto da Silva do Instituto de Pesca-IP de Santos durante o workshop "Desafios e Perspectivas para a Pesca Marinha em São Paulo" apresentado no auditório do Instituto de Pesca, em Santos, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo-SAA ESP dia 19 de maio. O biólogo disponibilizou dados do Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Estado de São Paulo executado sob sua coordenação, que mostra o declínio da produção no Estado. Olinto afirma que parte dessa diminuição se deve à deterioração da infraestrutura para a atividade no Estado. “Muitas embarcações da frota industrial migraram para Santa Catarina e Rio de Janeiro”, afirma. Hoje muitos barcos sediados nestes dois Estados pescam na costa do Estado de São Paulo, mas desembarcam o pescado em seus portos de origem, para depois transportar parte da produção para venda em São Paulo. Tudo isso encarece o produto. O workshop promoveu a discussão de problemas no setor pesqueiro com a participação de produtores e pesquisadores, a fim de estreitar os laços entre o setor produtivo e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. “O objetivo é estimular uma pesca sustentável com rendimento máximo de pescaria”, afirma Olinto. O Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, esteve presente, assim como outros representantes da Secretaria, Orlando Melo de Castro (Coordenador da APTA), Luiz Marques da Silva Airoza (Diretor de Departamento do Instituto de Pesca) e demais pesquisadores do IP. Também compareceram representantes da pesca industrial, Rodrigo Franzese (Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado de São Paulo), Jorge Machado da Silva (Sindicato dos Pesca-
O secretário da Agricultura com representantes da pesca artesanal
dores e Trabalhadores Assemelhados do Estado de São Paulo), Victor D´Ascola (Villa Seafood Pescados Ltda-VSPL). Entre os representantes da pesca artesanal estiveram presentes Maria Aparecida Nobre da Silva (Colônia de Pescadores Z-4 de São Vicente), João do Espírito Santo (Colônia de Pescadores Z-23 de Bertioga) e Ana Paula Martins Rodrigues (Colônia Z-3 de Vicente de Carvalho) e Izaura Bilro Martins (Associação Litorânea da Pesca Extrativista Classista do Estado de São Paulo- ALPESC) de Guarujá. Vários problemas que impedem o desenvolvimento da pesca no Estado de São Paulo foram discutidos. Proprietários de barcos de parelha se queixaram das restrições a este tipo de pesca que hoje tem que ser realizada a partir da isóbata 23,6 m. Eles pleiteiam o direito de pescar mais próximo à costa. Outro motivo de queixa foi a portaria 445/2014 do Ministério do Meio Ambiente, que proíbe a captura e comercialização de 475 espécies marinhas e de água doce classificadas como ameaçadas
...e representantes da pesca industrial
de extinção e estabelece a obrigatoriedade da elaboração de planos de manejo para esses animais. Na lista estão incluídas espécies como cações, garoupas, badejos, tubarões, raias, chernes. Os produtores alegam que não foram feitos estudos aprofundados para afirmar que muitas dessas espécies estão ameaçadas. Jorge Machado, representando os pescadores industriais, enfatizou a necessidade de realização de cursos de capacitação para pescadores profissionais para atender demanda local. A categoria também deseja a revitalização do Terminal Pesqueiro Público de Santos - TPPS. Os pescadores artesanais reclamaram não possuir píer para descarregar o pescado, e sugeriram que o TPPS reservasse um espaço para a categoria. Sugerem também incentivos como poder comprar o gelo a um preço mais barato. A maior queixa dos pescadores artesanais foi sobre a dificuldade de obtenção de carteira e permissão para embarcações. Desde o final de 2013 não são emitidas
carteiras para novos pescadores. Aqueles que querem ingressar na pesca artesanal entregam seus documentos e recebem apenas um protocolo e ficam aguardando a emissão do RGP (Registro Geral de Atividade Pesqueira). O protocolo não dá direito a pescar, assim ficam sujeitos a multas e apreensão de equipamentos, caso pesquem. A permissão de embarcações também enfrenta entraves burocráticos e o pescador muitas vezes trabalha apenas com um protocolo. Victor D´Ascola, da VSPL, que trabalha com comercialização de pescado, afirma que o mercado internacional é exigente e competitivo. Para exportar é necessário ter certificação da mercadoria, que muitas vezes inclui procedência do pescado e permissão de pesca da embarcação que vende o produto. Muitas embarcações trabalham com o protocolo da permissão, devido a entraves burocráticos. Em relação à certificação do pescado, o Secretário Arnaldo Jardim
O secretário Arnaldo Jardim
afirmou que o Estado de São Paulo já tem experiência em outras áreas, como por exemplo, o selo paulista para o café e para a carne suína. “Certificação do pescado paulista é possível”, afirmou. “Temos base científica para isto, técnicos e laboratórios”, acrescentou. Em relação à dificuldade da obtenção de registro de pesca, embora seja da área Federal, o secretário se prontificou a verificar. No assunto de incentivos citou que entre as políticas agrícolas públicas disponibilizadas pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, está o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – FEAP. Também conhecido como “Banco do Agronegócio Familiar”, permite apoio financeiro aos produtores rurais e pescadores artesanais, bem como suas cooperativas e associações. Muitas reivindicações tangem outras esferas governamentais e devem ser estudadas, assim um novo encontro deverá ser agendado com possíveis soluções.
Nova atração do Museu de Pesca A novidade no Museu de Pesca de Santos são os painéis pintados pelo artista plástico Alexandre Huber. A diversão é tirar fotos para guardar de recordação da visita. Até agora há dois em exposição, um com desenhos de tubarões e outro de raias. Segundo a diretora do Museu, Thais Moron, o próximo será com tartarugas. Quem for ao Museu pode aproveitar todas as atrações, entre elas a ossada da baleia Fin (Balaenoptera physalus) de 23 metros exposta no andar superior do edifício, a Sala dos Tubarões e o Quarto do Capitão, que simula os aposentos de um capitão
dentro de seu navio. A visita une diversão à educação. O Museu de Pesca de Santos fica na av. Bartolomeu de Gusmão, 192, Ponta da Praia. Aberto para visitação de quarta a domingo, das 10 às 18 horas. O ingresso custa R$ 5,00, estudantes e professores da rede pública com documento pagam meia entrada, crianças até 6 anos e idosos acima de 60 têm entrada franca. Escolas municipais e estaduais podem agendar visitas gratuitas. Telefone: (13)3261.5260. Saiba dos eventos pelo site oficial em: Museu de Pesca do Instituto de Pesca/facebook.com
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Maio/Junho 2017 Anak Albuquerque
Semana Caiçara na Praia Grande
Professor Osmário Barreto
Márcio Barreto Secretario da Cultura, Esmeraldo dos Santos, fala na abertura da Semana
A jornalista Aline Rollo, Virna Gomes (Sectur) e Vitória Marcio Barreto
Peça A Pedra da Feiticeira
Apresentações artísticas marcaram a abertura da 1ª Semana da Cultura Caiçara de Praia Grande (25 a 31 de maio) no Teatro Serafim Gonzalez. Entre elas, a intervenção teatral O Pescador, preparada pelo professor de performance corporal Osmário Barreto, com a ajuda do departamento de artes visuais da Secretaria de Cultura e Turismo. Em seguida, a Camerata de Violões, coordenada por Walquíria Duarte, apresentou um musical baseado na obra do cantor e compositor Dorival Caymmi, com inspiração nos pescadores e no mar. Após as apresentações, o escritor, músico e produtor cultural, Márcio Barreto falou sobre cultura caiçara na palestra “Caiçara, o Brasil Profundo”, discursando sobre a memória e dimensão histórica de um povo ligado à gênese do Brasil: os costumes, suas lendas, crenças e perspectivas para o futuro. O secretário de Cultura e Turismo do município, Esmeraldo Vicente dos Santos, destacou a importância do evento como resgate de cultura caiçara em Praia Grande. A Semana prosseguiu até 31 de maio com programação variada. As artes visuais estiveram em destaque com a exposição Olhar Caiçara do fotógrafo de Cananeia Paulo César Franco e da Associação de Jovens da Jureia que mostrou detalhes da vida das comunidades caiçaras locais e
com o audiovisual Curtas Caiçaras. Aconteceu ainda a Feira de Artesanato Especial no Portinho, Contação de histórias com a escritora Ludimar Molina (infantil), Ciranda com o Núcleo Tangará de Fernanda Ianuzzi, Intervenção teatral – Caracterização Caiçara e A Pedra da Feiticeira e Roda de Conversa com o pescador Benedito Cirino. O evento contou ainda com duas palestras. Café com Peixe, com a jornalista Christina Amorim sobre culinária caiçara e Manguezais com a bióloga Carolina Bertozzi. Alguns restaurantes da cidade também incluíram ingredientes típicos caiçaras em seu cardápio durante a semana. Entre eles, Sabor Integral Delivery, Sabores do Mar, Calçadão, Creperia da Praia, Sabor, Bravíssimo, Pastelaria Fujiyama, ApoeNa, Planeta Doce, Quiosque Chopp Brahma, Mi Madre Tex-Mex, Cafeteria Café com Leite. A 1ª Semana da Cultura Caiçara é um evento da Prefeitura de Praia Grande, com realização da Secretaria de Cultura e Turismo, e apoio das secretarias de Educação, Governo, Serviços Urbanos, Segurança Pública, Trânsito, Transportes, Saúde, Departamento de Comunicação Social (Gabinete) e Polícia Militar. A semana foi criada pela Lei 1.807 de 2 de Junho de 2016 e faz parte do Calendário Oficial do Município.