SETEMBRO / OUTUBRO 2017 Número 149 Ano XIV Tiragem 3.000 exemplares
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Bom Jesus
A A fé fé une une os os moradores moradores de de Ilha Ilha Diana, Diana, em em Santos, Santos, em em procissão procissão ao ao seu seu padroeiro padroeiro Págs. 6 e 7 Martim-Pescador completa 14 anos. Conheça o pescador que deu nome deste belo pássaro ao jornal. Pág. 3
Chef Eudes Assis exibe peixe seco à moda caiçara em evento gastronômico no Museu de Pesca. Págs 4 e 5
Rodrigo e João do Espírito Santo da Colônia de Pescadores Z-23 na Festa da Moranga em Bertioga. Pág. 12
Veja o tempurá à moda das pescadoras vicentinas. Pág 4
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Sarau Caiçara Artistas e pesquisadores se reuniram para celebrar e debater a cultura caiçara a partir da literatura, música, artes visuais, fotografia e dança dia 8 de setembro no Sesc Santos. O Sarau Caiçara foi uma forma de apresentar resultados do Projeto Ramal Caiçara, idealizado pelo Sesc Santos e Fórum da Cidadania e desenvolvido em 2016. Durante o evento foi anunciada a proposta de realização de um Mapeamento Sociocultural e Ambiental da Baixada Santista, que acontecerá de forma colaborativa, apostando no trabalho em rede como processo metodológico e com a participação de diversos atores sociais que agem no território santista. O sarau contou com a participação dos músicos Fernando Santos, Danilo Nunes, o pesquisador Célio Nori, os escritores Flávio Viegas Amoreira, Christina Amorim, Maria José Goldschmidt, a intérprete-,criadora Célia Faustino, a
Audiência de termelétrica é adiada
Fotos Anak Albuquerque
fotógrafa Anak Albuquerque, o cineasta Danilo Tavares com palco aberto à participação
do público. Márcio Barreto apresentou e fez a curadoria do evento.
“Pescaria de Boas Experiências” Chamamento Público para participação do Fórum Social da Baixada Santista Convidamos todas as pescadoras, pescadores, entidades, comunidades ou ONGs que realizam atividades que se relacionem com a pesca artesanal a participem da “Pescaria de Boas Experiências” do Fórum Social da Baixada Santista - FSBS que acontecerá nos dias 17, 18 e 19 de novembro na Estação da Cidadania, na UNIFESP, na UNISANTOS e na Praça dos Andradas em Santos, SP. Nosso objetivo é conhecer ações inovadoras através de um espaço que dará visibilidade às experiências de vida na pesca, fortalecendo a cultura caiçara e o setor pesqueiro artesanal, tornando-o mais resistente, criativo, conscien-
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te, unido e sustentável. Estão todos convidados, aqueles que querem fazer apresentações e aqueles que desejam apenas assistir. Como participar? Se inscrevendo por Telefone: (13) 3567-1495 (Falar com Júlia) ou (13) 3317-2094 (Falar com Maria) Email: apamarlitoralcentro@gmail.com ou pessoalmente: Av. Tupiniquins, 1009 – Japuí – São Vicente/SP (Falar com Júlia) ou R. Gonçalo da Costa, 140 – Centro – Bertioga/SP (Falar com Maria) Período de inscrição: até 30 de outubro de 2017 O que posso apresentar? - Como acontece a minha pescaria ou da minha comunidade; Como nos organizamos para pescar/vender;
- Como trabalhamos com a culinária caiçara; Como confeccionamos nossos artefatos pesqueiros; - Como trabalhamos com a arte (música, dança, desenho/pintura, fotografia); - Como nossa comunidade se organiza; Como enfrentamos as dificuldades do dia a dia na pesca; - Como resolvemos algum problema específico que atingia a pesca na comunidade; - O que precisamos conseguir para melhorar a nossa realidade; Ideias que temos para futuros projetos; - Como aprendemos/ensinamos nosso ofício ao longos das gerações; Posso levar meus produtos para vender (artesanato, comidas, etc)? Claro que sim!
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Audiência pública do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) marcada para dia 28 de setembro em Peruíbe para discutir a instalação de uma usina termelétrica na cidade foi cancelada por motivos de segurança. O local onde a audiência iria ocorrer, Peruíbe Palace, não possuía o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). A audiência anterior marcada para o dia 17 de setembro também havia sido adiada sob forte pressão dos moradores da cidade que não desejam a instalação da usina no local. Enquete realizada pelo jornal de Peruíbe perguntando “Você é a favor ou contra a instalação de uma usina termelétrica em Peruíbe?” resultou em 13,04% de pessoas a favor e 86,96% contra. Por outro lado, os sindicatos dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos) e dos químicos de Santos defendem a construção da usina. No dia 28/9 houve grande mobilização de pessoas contrárias à realização do empreendimento que montaram um palanque em frente ao Peruíbe Palace onde representantes de Ongs, políticos e outras entidades fizeram discursos. Como Peruíbe é uma estância balneária com áreas de proteção ambiental e terras indígenas, há uma preocupação que ocorra mudança na qualidade de vida e na
vocação turística do local. Alguns dos impactos negativos temidos pela população são os efeitos da poluição gerada por quatro chaminés de 120 metros que serão instaladas na usina em terra e com a água de resfriamento que será jogada em temperatura superior à do ambiente natural marinho. A água usada para resfriamento da usina será captada na razão de 3.400t/h e devolvida ao mar. A temperatura de descarte do efluente é de 26 º C numa temperatura ambiente de 17,89 º C nas estações mais frias. Isso gera um aumento
de 8,11 º C, que pode afetar a vida marinha. Aguarda-se o agendamento de uma nova audiência, em continuidade ao processo. O Ibama delegou à Cetesb a análise do projeto em nível estadual. Se aprovado será emitida uma Licença Prévia (LP) com 750 condicionantes. Depois será necessária a obtenção de uma Licença de Implantação (LI) seguida da Licença de Operação (LO). Se aprovada, a obra começa a ser construída em 2019, para entrar em operação a partir de 2023.
Foi construído um palanque em frente ao local da audiência
Como é o projeto O empreendimento “Projeto Verde Atlântico Energias” prevê a construção de uma usina termelétrica (UTE) a gás natural com terminal offshore (marítimo) de recebimento de gás natural, em Peruíbe. O gás será trazido por navios ao terminal e transportado através de dutos (por mar e terra) até a usina. A Gastrading Comercializadora de Energias S/A é responsável pela instalação do projeto. A usina está projetada para ser construída na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no entorno do Jardim São Francisco e Caraminguava, com linha de transmissão de energia elétrica de 92,5 km com 212 torres em uma faixa de servidão de 55m. A linha fará ligação com Cubatão, passando pelos municípios de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá. Praia Grande, São Vicente. A usina deve ocupar um terreno de 160 hectares (ha), sendo 42 hectares reservados para a planta industrial (cada hectare corresponde a 10 mil metros quadrados). Haverá supressão vegetal parcial para a construção e cerca de 100 propriedades serão desapropriadas. A previsão é que a usina tenha capacidade de 1,7 GW para fornecer energia para as nove cidades da Baixada Santista. A região possui hoje 1.781.620 moradores. Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos Fotos e ilustração: e ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
Setembro/Outubro 2017
Enéas e o martim-pescador A vida do pescador que deu nome ao jornal Quando o menino Enéas, nascido em Bertioga, saia para pescar com o pai Alfredo lá pela década de 50, se encantava com o pássaro martim-pescador. “Aos sete anos de idade me recordo que ia para o cerco de taquara feito perto do mangue, no canal de Bertioga. Tinha muito martim-pescador”, afirma Enéas Xavier hoje aos 78 anos. Ele explica que o pássaro ficava nos galhos e pegava os peixes num mergulho certeiro dentro do cerco ou em qualquer outro lugar à beira do mangue. “Hoje se vê muito pouco”, conta. Foi esse amor pelo martim-pescador que o levou a sugerir o nome para o jornal que fala da vida dos pescadores artesanais. Na época em que era presidente de Colônia de Pescadores Z-23 em Bertioga, cargo que ocupou de 2002 a 2010, seu sonho de ter um jornal para os artesanais se tornou realidade pela iniciativa da jornalista Christina Amorim. Em outubro de 2003 foi impressa a primeira edição
do periódico que em outubro de 2017 completa 14 anos. A lembrança da presença constante do martim-pescador em suas pescarias de juventude vem acompanhada de outras histórias que hoje não se repetem mais. Histórias que mostram as tradições dos dos caiçaras de nosso litoral. “O avô de minha mãe Benvinda casou-se com uma índia tupiniquim, Margarida que morava na praia das Tartarugas no Guarujá”, diz Enéas com orgulho. “Meu pai, Alfredo, seus seis irmãos e duas irmãs moravam na praia de Iporanga em Guarujá em casas de pau a pique e sapé construídas na forma de mutirão, cultivando a roça com mandioca, cana-de-açúcar, batata-doce, entre outros produtos”, acrescenta. Apenas as famílias Xavier e Oliveira moravam naquele local que se transformou mais tarde num condomínio de luxo. Aos 22 anos o pai de Enéas, Alfredo casou-se com Benvinda. Mudaram-se para Bertioga e ali tiveram três filhos Eunice, Enok, Enéas. Ali na praia do Forte construíram sua casa de madeira com telhas. Aos nove anos, Enéas começou a acompanhar o pai na pesca. Pescava com rede, cerco, anzol, picaré e arrastão de praia. A pesca de espia era muito interessante.
Uma pessoa ficava na praia do Forte, em Bertioga, vigiando para avistar o cardume de tainhas que costumava chegar do fim de maio ao início de setembro. Quando avistava, tocava berrante. As canoas ficavam prontas para estender a rede, vinha todo povo do lugar ajudar a puxar. Além dos pescadores, homem, mulher, criança, todos ajudavam e depois ganhavam um quinhão de tainha. Apesar de seu amor pela pesca, Enéas passou parte de sua vida adulta na cidade de São Paulo, trabalhando como enfermeiro e radiologista. Em 1985 regressou a Bertioga, voltando a pescar e se ocupar dos assuntos do mar. De 2002 a 2010 foi presidente da Colônia de Pescadores Z-23 de Bertioga. Casado com dona Olinda teve três filhos, Eneida, Ênio e Edson, que não seguiram a carreira da pesca. Hoje divide seu tempo entre Bertioga e um sítio no Rio Grande do Sul, onde cultivando plantas e criando animais. Enéas que sempre gostou de pegar pescadinha, peixes miúdos e corvina na rede de espera, agora não pesca mais, mas adora saborear um bom peixe. Mesmo longe do mar, continua sempre cultivando uma vida em contato estreito com a natureza. Como um bom caiçara.
O pai de Enéas, Alfredo Xavier, em Bertioga na década de 50
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Seu Enéas com a filha Eneida (centro) e a esposa Olinda
14 anos de Martim-Pescador Neste mês de outubro, em comemoração aos 14 anos da fundação do Jornal Martim-Pescador, vamos falar de Enéas Xavier, que deu nome ao jornal. Orgulhoso bisneto da índia tupiniquim Margarida e do português Manoel Bernardino, foi presidente da Colônia de Pescadores Z-23 de Bertioga de 2002 a 2010. Sempre acreditou que o jornal poderia trazer conhecimentos e informações úteis aos pescadores e maior união à categoria. As ações do jornal acompanharam
os Programas de Apoio à Pesca, que começaram estimulando aqueles pescadores que viviam na informalidade a requerer a documentação necessária para obter os benefícios sociais a que têm direito, e realizar cursos de formação e capacitação. Fomentar suas comemorações religiosas, sua culinária e suas artes também tem sido nosso intuito. Esperamos nos próximos anos continuar contribuindo para a valorização do pescador artesanal e sua cultura.
O pássaro martim-pescador vive ao longo de rios, lagos, mangues e também próximo à orla marítima. Pousado em árvores ou arbustos à beira d´água sobrevoa para observar suas presas e dar um mergulho certeiro para fisgá-las. Pertence à família Alcedinidae e pode ser encontrado em todo o Brasil. É um companheiro dos pescadores que quando o avistam sabem que o local é piscoso.
Defesos
Caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10 a 31/3 Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) proibição de pesca no Decreto SMA 60.133 de 07/02/2014Exceções ao Decreto na resolução SMA 02/2015 (conheça as leis na íntegra em www.jornalmarttimpescador.com.br legislação) Defeso anual do caranguejo-uçá- 1/10 a 30/11 (machos e fêmeas) 1/12 a 31/12 (somente fêmeas) Mexilhão (Perna perna) 01/09 a 31/12 Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06 a 31/07 e 1/11 a 15/02 (tamanho mínimo de captura 17 cm) Tainha (Mugil liza)- Portaria Interministerial nº 23, de 28 de abril de 2017, estabelece novas normas, critérios e padrões para o exercício da pesca em áreas determinadas para a captura de tainha (Mugil liza), no litoral das regiões Sudeste e Sul do Brasil e revoga a anterior (Portaria Interministerial nº 4/2015).a pesca da tainha está proibida para todas as modalidades de pesca, exceto tarrafa, no período de 15/03 a 15/09, em todas as desembo-
caduras estuarino-lagunares do litoral da região sul-sudeste. Veja a portaria na íntegra em www. jornalmartimpescador.com.br (legislação)
Moratórias
Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www. jornalmartimpescador.com.br (legislação)
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Vicentinas inventam moda
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!”, dizia o cientista francês Lavoisier. Seguindo essa lei, as pescadoras de São Vicente resolveram inovar a tradicional receita japonesa do tempurá. A comunidade pesqueira vicentina recebeu grande influência de pescadores japoneses que chegaram ao país no final do século 19 e início do século 20. Afinal um importante reduto destes profissionais se encontra na rua Japão. A modificação da receita se deve à criatividade e o espírito de utilizar o que já se tem à mão. “Fica bom acrescentar arroz e tudo mais que estiver na geladeira”, diz a pescadora Márcia Thereza Nobre da Silva Alves Barreto, referindo-se a uma variedade de legumes que combinam com a receita. Márcia gosta da culinária caiçara, mas também se arrisca em outras áreas. Afinal, Márcia e a irmã Maria Aparecida Nobre, presidente da Colônia de Pescadores Z-4 de São Vicente, são descendentes do primeiro pescador artesanal registrado na cidade em 1921. Outras pescadoras, Silvia Almeida, Alessandra e Ana Lucia Burais, também concordam que essas modificações podem ser feitas com bom resultado no dia a dia. Afinal o tempurá, que foi introduzido no Japão pelos jesuítas portugueses no século 16 já sofreu adaptações no Oriente, até na criação do próprio nome. O nome do prato é derivado da palavra ad tempora quadragesimae que os portugueses usavam para a Quaresma, quando se praticava a abstinência de carne vermelha. Os legumes e frutos do mar fritos no ovo com farinha eram uma opção de alimento nestas datas.
Chef Eudes Assis (Restaurante Taioba-Camburi-São Sebastião) preparou arroz de peixe seco (prejereba), batata doce confitada, com pesto de taioba. O peixe foi salgado e seco pelo chef e a taioba ele mesmo cultiva.
Pescadoras de São Vicente sofrem a influência da culinária japonesa presente na comunidade
Chef Eduardo Lascane (Elos-Santos) preparou posta de bacalhau com cebola caramelizada, purê de batata, azeitona desidratada e cubinhos de linguiça portuguesa. O bacalhau foi fornecido pela Bom Porto, produto certificado.
Márcia e a irmã Maria Aparecida Nobre
Márcia é ligada à culinária caiçara, mas também gosta de experimentar outras receitas
Tempurá caiçara
Principais ingredientes para o tempurá
Ingredientes: 1 ½ xícara (chá) de arroz cozido/ 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo/1 xícara (chá) de água gelada/200g de camarão-branco ou rosa limpo/1/2 cenoura/1/2 pimentão/1/2 cebola/1/2 batata/1 ovo inteiro bem batido na mão/sal a gosto Preparo: Cortar todos os legumes em tiras finas. Reservar. Bater bem o ovo na mão. Misturar água gelada. Acrescentar a farinha aos poucos e misturar na mão com um garfo. Jogar o arroz na mistura. Salgar. Preparar as porções para fritar uma a uma. Colocar o camarão dentro da vasilha com a massa e os legumes. Retirar com uma colher, e com a ajuda de outra colher despejar a porção em óleo quente. Se usar o camarão-rosa grande coloque um em cada bolinho. Virar apenas uma vez para não despedaçar. Quando um lado estiver frito, virar com a ajuda de dois garfos. Deixar num escorredor de macarrão ou peneira de metal para retirar o excesso de gordura.
Chef Dario Costa (Madê Cozinha Autoral-Santos) preparou ceviche de tilápia, cenoura defumada, flor de jambu, coentro. A tilápia também vem de criatório sustentável.
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Museu de portas abertas para a gastronomia Cinco chefs criaram pratos especiais com frutos do mar para um jantar inesquecível no Museu de Pesca de Santos dia 1 de setembro, dando início à 14ª Semana do Peixe. A iniciativa é da Aliança Brasileira da Pesca Sustentável, Seafood Watch (Monterey Bay Aquarium), Museu de Pesca e Unimonte, sob o tema “Pescado Sustentável: uma experiência gastronômica”. O projeto é inspirado no Cooking for Solutions, do Aquário de Monterey, California, USA. Simone Jones, gerente de negócios do Seafood Watch trabalha com vários setores ligados à pesca no Brasil. Sua meta é trazer o pescado sustentável, através do consumo consciente. A parceria para a realização do evento contou com o trabalho da bióloga e oceanógrafa Cintia Miyaji e da coordenadora do curso de Gastronomia da Unimonte Maria de Fátima Duarte Gonçalves. O conceito de sustentabilidade dos produtos deve seguir vários padrões, que vão desde os índices de abundância da espécie para os pescados selvagens até os processos de criação para os animais de cultivo, entre outros. A ideia de certificação de pescado já está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesca-IP, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Segundo Luiz Ayroza, diretor do IP, a certificação será feita de forma voluntária pelas pisciculturas do Estado de SP, com a participação do Inmetro. O Instituto de Pesca vai coordenar a seleção das espécies que podem ser consumidas que não estão no extrativismo. Hoje, a tilápia é o peixe mais produzido em cativeiro no Brasil. “O objetivo principal é o de produção do pescado responsável com sustentabilidade, e o gerenciamento da normatização”, explica Ayroza. Todo suporte técnico-científico será feito pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura (COMPESCA) que coordena políticas públicas. Participaram do evento os chefs Felipe Cruz (Restaurante La Marina-Guarujá), André Ahn (Clos-SP), André Ahn (Clos-SP), Eduardo Lascane, (Elos-Santos), Eudes Assis (Taioba-Camburi-São Sebastião), Dario Costa (Madê Cozinha Autoral-Santos), com apoio dos alunos de Gastronomia da Unimonte. Os produtos sustentáveis foram fornecidos através de uma parceria com as empresas Verlasso (salmão chileno), Bom Porto (lombo de bacalhau Premium), @100plástico (pratos de bagaço de cana, talheres de madeira, copos de papel – tudo compostável, nada de plástico), Folha da Bananeira (todos os recipientes, inovando até com o coração da bananeira!), Origens Chocolateria, Museu do Café, Bier Chopp, DiVino Doc.
Simone Jones, Luiz Ayroza e Cintia Miyaji.
Maria de Fatima Gonçalves e Luiz Ayroza.
Gisele Camargo, Thais Moron, Omar Cassim Neto, Catharina Apolinário, José Valverde e Luiz Ayroza.
Chef André Ahn do Restaurante Clos (à direita) e alunos da Unimonte. André preparou tartar de lagostim, chutney de goiabada, creme de anchovas, velouté de crustáceos. André é o segundo chef no Brasil, após Alex Atala, a assumir o compromisso com a Seafood Watch de utilizar produtos sustentáveis em seu restaurante.
Chef Felipe Cruz (Restaurante La Marina-Guarujá) preparou salmão de cativeiro certificado com leite de coco e maracujá, farelo de peixe, wakame, pariparoba e pitanga. A receita foi servida de forma bem criativa num coração de bananeira.
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Coluna Embraport participa da Semana Go Green, um movimento global em prol do meio ambiente
Setembro é o mês do Go Green, um grande movimento global liderado pelos cinco maiores operadores portuários do mundo, que tem como objetivo contribuir para a construção de portos mais sustentáveis por meio de reaproveitamento dos recursos, atenção às mudanças climáticas e atividades voltadas à comunidade onde as empresas atuam. Pelo terceiro ano consecutivo, a Embraport aderiu à campanha e
realizou atividades em prol do meio ambiente junto aos seus integrantes. Unidos pela sustentabilidade, grupos de voluntários participaram de ações de voluntariado organizadas pela empresa, voltadas a Educação Ambiental para crianças e a manutenção do meio ambiente ao redor do terminal. Uma das atividades realizadas foi o Programa Horta na Escola, que aconteceu em duas etapas. Na ocasião, voluntários da Embraport realizaram
reparos de pintura e manutenção para restaurar o local em que foi organizada a horta das escolas UME Maria Regina dos Santos, no Guarujá, e da UME da Ilha Diana. Posteriormente, cerca de 100 alunos plantaram diversas culturas de legumes, hortaliças e plantas medicinais também com apoio dos integrantes do terminal. Outra ação foi a Ecoleta, tradicional iniciativa do terminal e que visa a preservação das áreas de manguezal da região por meio de uma grande limpeza no entorno da empresa, que recolheu mais de 340 quilos de resíduos. E no dia 16 de setembro, a Embraport uniu forças com a BTP (Brasil Terminal Portuário) para realizar a maior ação da semana. Conhecido internacionalmente como o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, reuniu cerca de 340 voluntários em uma atividade em prol do meio ambiente. Na oportunidade, mais de 95 quilos de lixo orgânico e reciclável foram recolhidos da orla da praia de Santos, em um percurso que começou na Praça das Bandeiras, no Gonzaga, e foi até o Aquário Municipal da cidade. Posteriormente, todos os resíduos coletados foram destinados para os locais corretos.
OUVIDORIA EMBRAPORT: 0800 779-1000 faleconosco@embraport.com www.embraport.com
Armando e a esposa Norma dançaram o carimbó na festa de aniversário
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O morador Armando de Souza, que faz aniversãrio no dia do padroeiro, soprou velinhas após a procissão
Bom Jesus abençoa Ilha Diana Com missa e procissão, moradores de Ilha Diana, na área continental de Santos, celebraram seu padroeiro Bom Jesus dia 6 de agosto. A tradição foi trazida por moradores de Iguape, explica Adriano da Silva Alves, que mora há mais de 50 anos no local. O dia é de agradecer e pedir bênçãos ao santo. Mas na verdade em qualquer momento de necessidade é hora de invocar o padroeiro, na frase preferida dos fiéis: “Meu Bom Jesus, me valei!” Adriano da Silva Alves, um dos mais antigos moradores da Ilha, é nascido em Iguape
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Jovens da ilha Uma geração de jovens em Ilha Diana vai definindo seu futuro com a escolha de carreiras que revelam seus talentos. Os irmãos Wellington, 23 anos e Erick da Silva Gomes, 18, mostram suas aptidões em diferentes áreas. Nascidos e criados na Ilha são filhos de famílias tradicionais dos primeiros moradores do local que começaram a chegar por volta de 1940 ao local, depois da desapropriação da Vila da Bocaina, em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá onde foi construída a pista de pouso da Base Aérea de Santos. O pai Wanderley Gomes e a mãe Elisa Maria são ativos participantes da comunidade e durante muitos anos conduziram a Sociedade de Melhoramentos. Elisa atualmente integra o projeto Vida Caiçara que implantou o turismo de base comunitária no local. Wellington, que está no último ano de Engenharia Ambiental da Unimonte, também está engajado no projeto. Ele trabalha como monitor no receptivo para turistas em terra, contando a história da Ilha. Participou também do estágio de férias em julho promovido pelo setor de Meio Ambiente da Embraport, terminal marítimo instalado próximo à ilha. O estágio no setor que desenvolve projetos socioambientais com a comunidade se estendeu por 192 horas, completando a carga horária exigida pela faculdade. “Aprendi muito numa área que eu gosto”, afirma. Seu irmão Erick é mais ligado em esportes. Afinal o futebol é a atividade esportiva mais praticada pelos moradores da comunidade. Ao lado norte da Ilha existe um campo de várzea que é usado pelos aficionados e também nos torneios anuais do Esporte Clube Diana, quando são convidados times de Vicente de Carvalho para disputar o campeonato. Ali nasceu a paixão de Wellington pelo futebol que hoje é seu objetivo profissional.
Conheça Ilha Diana e seus moradores
O trajeto de barco à Ilha Diana leva cerca de 20 minutos do centro de Santos
Venha conhecer esse lugar incrível, desfrutar de momentos inesquecíveis junto à natureza. Agende uma visita com café da manhã e almoço monitorada pelos próprios moradores da ilha. A visita inclui também um passeio de barco pelos manguezais!!! Entre em contato conosco pelos telefones: (13) 97408.31.30/ (13) 99741.86.90. Mais informações na página no Facebook Vida Caiçara. Ilha Diana fica na área continental de Santos, num trajeto de cerca de 20 minutos a partir do centro de Santos.
A família Gomes, descente dos primeiros moradores de Ilha Diana, cultiva a fé em Bom Jesus
Erick e Wellington
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Coluna
O Porto na Comunidade
Morador da Ilha Diana conseguiu recolocação profissional no Porto de Santos Sidnei José já trabalhou como auxiliar de obras, operador de carretas e escavadeiras e hoje faz parte da equipe de motoristas da Embraport
A falta de oportunidades manteve Sidnei José Germano de Santana, morador da comunidade da Ilha Diana, afastado do mercado de trabalho durante dois anos. Após muita procura, a chance de se reinserir em uma profissão apareceu no Porto de Santos. Integrante do time da Embraport desde dezembro de 2016, Sidnei trabalha na área do Crossdocking, e é responsável por transportar as cargas desembarcadas dos navios dentro do terminal. O trabalho como operador de ITV é desempenhado com orgulho pelo morador da comunidade vizinha da Embraport.
Aos 39 anos, Sidnei encontrou um novo ramo de atuação no Porto que se diferencia de todas as experiências vividas anteriormente. Durante sua jornada profissional, Sidnei trabalhou como operador de carretas, escavadeiras e também como auxiliar em obras. Atualmente, segue a rotina de trabalho de um motorista interno de transporte de cargas, que é de extrema importância para o bom funcionamento da operação. Sidnei trabalha em horário administrativo, e explica em que consiste o seu
dia a dia no terminal. “Eu transporto diariamente os contêineres que são descarregados no navio para a quadra, busco os que estão no depot (pátio dedicado a contêineres vazios) e levo para o Crossdocking. Além disso, também levo os contêineres para serem pesados”. Um de seus grandes objetivos para o futuro é avançar dentro da empresa e conseguir se tornar operador de reach stacker, uma das máquinas de movimentação de contêineres utilizadas na área operacional da Embraport. Para alcançar suas metas, Sidnei faz planos
de qualificação profissional que incluem aulas de inglês. Para Sidnei, o trabalho na Embraport foi uma grande conquista. “É uma empresa muito boa. Melhor ainda por ser perto de casa”, brinca. “Gosto muito de trabalhar aqui”, resalta o operador. Com o novo trabalho, Sidnei conta que pôde oferecer melhores condições para a mulher e para os três filhos, de 3, 9 e 13 anos. “Hoje nós podemos passear no shopping aos finais de semana e comer no Outback. Temos mais opções de lazer”, finaliza.
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Coluna
CURTA NOSSA PÁGINA
Você conhece o Porto?
Você sabe qual é a função de um estivador? A cada mês, dezenas de navios entram e saem de um terminal portuário. O fluxo de contêineres é grande, e para que as cargas embarcadas façam uma viagem segura, a figura do estivador é de extrema importância. Os estivadores realizam todas as atividades a bordo dos navios, dentro dos porões ou sobre o convés, que é a parte da cobertura superior das embarcações. Cabe a estes profissionais a função essencial de fixar os contêineres uns aos outros dentro dos navios, por meio de um processo chamado Peação, que consiste em prender a carga no convés das embarcações. Durante o embarque, os estivadores precisam realizar o processo para que nenhum container se solte durante a viagem e caia no mar. O procedimento inverso, conhecido como Despeação também é realizado por eles. Depois da atracação do navio, os estivadores soltam as cargas umas das outras para que elas possam ser retiradas e colocadas nos portêiners. A outra parte do trabalho dos estivadores envolve destravar as castanhas, que são peças encaixadas na parte de baixo dos contêineres, com a função de prender um ao outro dentro do navio. Para isso, os profissionais usam os varões, ou macacos, instrumentos de alumínio que podem variar de 2 a 8 metros. Depois de finalizado o processo, os contêineres são levados até os Auxiliares de Capatazia, que finalizam retirando as castanhas.
fb.com/cafecompeixe ICCAT - Programa de Marcação de Atum Tropical do Oceano Atlântico (AOTTP)
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Projeto financiado pela União Europeia
Com o apoio das Partes Contratantes e Cooperantes da ICCAT
Projeto implementado pela ICCAT
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Forum Social acontecerá em novembro
O artista Marcio Barreto
acontecerá de 17 a 19 de novembro em Santos. Estiveram presentes cerca de 300 pessoas ao lançamento que teve início com a explanação do sociólogo Célio Nori, do Fórum da Cidadania de Santos, sobre os objetivos do FSBS. O painel “Con-
Ingrid Oberg (Ibama) fala sobre pesca responsável
juntura nacional e seus reflexos na Baixada Santista" discutiu as grandes questões atuais ligadas à prevalência do financeiro sobre o social e seus reflexos na qualidade de vida da população do e contou com a participação jurista e ex-vice-prefeito de Santos, Sérgio Sérvulo da Cunha do professor doutor Ladislau Dowbor, economista, autor de várias obras e consultor da ONU, que na ocasião lançou o livro “A Era do Capital Improdutivo”. Aconteceram ainda manifestações musicais e falas de autoridades da área ambiental e cultural. Ação popular para o fortalecimento da cidadania: de caráter popular, democrático e suprapartidário, o Fórum Social da Baixada Santista terá por finalidade promover o fortalecimento, a integração e o intercâmbio das múltiplas instâncias da Sociedade Civil se-
Célio Nori na abertura do evento
diadas nos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, que empreendem diferentes lutas pela defesa de direitos, prevalência do interesse público, soberania popular, inclusão e promoção da transparência e vigilância social na gestão pública. O evento é organizado por uma rede de entidades da sociedade civil, como associações,
Novo Tiplam: um compromisso da VLI com a transformação da logística do Brasil.
O Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita, que movimentava 2,6 milhões de toneladas/ano, ampliou sua capacidade em seis vezes, saltando para 14,5 milhões de toneladas/ano. Um projeto importante, que aumenta ainda mais a eficiência no escoamento da produção e que já é um grande legado para o país.
Com você, criamos valor.
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ONGs, movimentos populares, universidades, organizações sindicais, movimentos estudantis, entidades ambientalistas e outras organizações congêneres, bem como cidadãos e cidadãs interessados e comprometidos com o ideário e a práxis propostos, que se alinham com os valores e práticas adotadas pelo Fórum Social Mundial.
EGO
O lançamento do Fórum Social da Baixada Santista (FSBS) Resistência Popular, Participação e Justiça Social aconteceu dia 17 de agosto, nas dependências da Unisantos. Tiveram início assim os preparativos para o evento que
Cícero das facas A profissão de amolador de facas ainda persiste nas ruas de Santos
O sergipano Cícero Lourenço dos Santos, 70 anos, gosta de acordar cedinho e ir para o trabalho. A profissão de amolador de facas lhe dá muito prazer. “Fico contente quando saio pra rua, fico mais na rua que em casa”, conta. Como mora em Peruíbe, acorda bem cedinho para tomar o ônibus para Santos. Por volta das 7 horas já pegou o carrinho com seus petrechos que fica guardado num prédio na avenida Conselheiro Nébias. Feito por ele mesmo em madeira, é uma cópia de seu primeiro artefato de trabalho comprado na Bahia, há cinquenta anos. “Comprei um em Salvador e fiquei com ele na mente e fiz esse”, diz apontando para o carrinho que o acompanha em seu trabalho até as 2 horas da tarde, tempo de voltar a Peruíbe. “Antes de ser amolador, trabalhei como servente de pedreiro e na roça. Já dei vida boa pra muito fazendeiro”, comenta com bom humor. Cícero tem bastante clientela nos bairros do Embaré e Gonzaga em Santos, mas também trabalha em São Vicente e Guarujá, de segunda a sábado. “Sou muito querido em Santos, o povo adora meu serviço”, garante. Cobra 10 reais por faca ou tesoura. “Tem dia que ganho 100 reais, tem dia que não dá nem para o almoço”, observa. “Povo liga pra mim eu venho, tenho cliente certo. Depois fico aventurando pela rua”, diz. À noite ainda chega para buscar a atual esposa, Marília Gabriela, 37 anos, na escola. De 14 filhos, das duas primeiras esposas, hoje três homens e quatro mulheres estão vivos. “Ensinei meus filhos, todos sabem amolar”, explica. “Ensinei cunhado meu, sobrinho meu, não vou ensinar mais ninguém”, acrescenta. “Meu filho mais novo tem 26 anos e o mais velho 48. O mais novo, Rogério, sabe amolar faca, se ele se vê sem trabalho faz um carrinho desse e cai na rua”, diz com orgulho. Filho de pai alagoano e mãe pernambucana, diz que puxou a tena-
cidade dos pais. “Quando eu era pequeno minha mãe disse, pense num menino teimoso, era eu”, conta sorrindo. Com sua persistência esse sergipano aprendeu sua profissão que exerceu em várias partes do país, no Rio, São Paulo, Recife, Maceió e Salvador. “Aprendi por interesse minha profissão, pois já fui soldador, maçariqueiro, técnico em fogão”, se gaba. “Esse daqui é dinheiro na hora”, diz referindo-se ao seu trabalho. É nele que acho seu prazer de viver em constante contato com as pessoas. “Fico o tempo todo pensando na rua, minha vida é mais na rua que em casa”, garante. Cícero diz que estudou um pouquinho, mas é feliz fazendo o que gosta. “O que a gente pedir a Deus e tiver força de vontade a gente é”, afirma com a certeza de que está no caminho certo de sua felicidade.
Setembro/Outubro 2017
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Martim-pescador na Semana do Peixe A Semana do Peixe é um da merenda escolar para que os evento de abrangência nacional adultos de amanhã consumam mais que ocorre todos os anos desde pescado que os de hoje. Para a con2004, com o objetivo de incen- cretização desta meta é importante tivar a produção e o consumo de a formação das merendeiras para a pescado no Brasil. A campanha elaboração de pratos à base de pesdeste ano é a de número 14 e será cado bastante saborosos para atrair comemorada no período de 1º a 15 as crianças. Muitos consumidores de setembro, como informa a Se- têm aumentado o consumo de cretaria de Pesca e Aquicultura do pescado pelos benefícios gerados MAPA. A Semana foi criada pelo por este alimento, devido à riqueza Governo Federal com a intenção de em aminoácidos essenciais, de alta estimular a produção e o consumo digestibilidade e de grande valor de pescado. Para o sucesso desse nutritivo. Segundo a Organização evento acontecem campanhas pro- Mundial de Saúde (OMS) a média mocionais de pescado em todos os per capita de consumo é de 12 kg elos da cadeia produtiva do peixe de peixe por ano, por habitante. desde o produtor De 2010 para cá, até o consumidor o consumo de pesfinal, e são realizacado praticamente das nos principais dobrou. No Brasil pontos de comero consumo está cialização e conem torno de 14,5 sumo do pescado: kg por ano, por supermercados, habitante atualmercados públimente. Segundo cos, feiras livres, a própria Secretabares, hotéis, resria, apesar do ano taurantes, colônias 2016 ter sido um sindicatos de pesruim para o varejo cadores, centros brasileiro, devido de nutrição, etc. ao caos econôSimultâneamente, Augusto Pérez Montano mico e político, ocorrerá divulga- Médico Veterinário, membro o setor faturou ção de materiais da Comissão de Aquicultura R$ 338 bilhões, promocional (pre- do Conselho Regional de o que equivale a ços das diferentes Medicina Veterinária do 7,1% maior quanespécies de pes- Estado de São Paulo do comparado ao cado) e educativo, ano anterior e retais como: como presentou 5,4% escolher o peixe, camarão e ma- do Produto Interno Bruto (PIB) risco, apresentações culinárias, etc. brasileiro. Para 2017, devido aos Esta campanha circula na mídia resultados da economia brasileira para que os consumidores tenham que aponta um melhor desempeconhecimento e aproveitem esta nho, segundo alguns empresários oportunidade. Acontecem também do setor pode-se esperar um resulpalestras, cursos em diferentes tado ainda melhor para o pescado. centros, torneios e degustações. Aproveitando este ensejo o setor Nesta época, durante a campanha, privado tem colocado em prática, as redes de supermercado fazem desde o início do ano a organização promoções e o consumo de pes- da 14ª edição da Semana do Peixe cado tem aumentado em até 30%. e mobilizando todos os elos da Outra ação importante é a de prover cadeia produtiva para colaborar o consumo de pescado nas escolas, com a campanha através de ações dessa forma o Governo busca que incentivem e conscientizem o incentivar o peixe no cardápio consumo de pescado.
TELEFONES ÚTEIS Corpo de Bombeiros .......... 193 SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ........... 192 Disque Denúncia ............... 181
Polícia Civil ........................ 197 Polícia Militar ..................... 190 Sabesp .............................. 195 CPFL ...........................0800-0102570
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Setembro/Outubro 2017
Festa do
Jô dos Santos coordena o preparo do camarão na moranga
Camarão na Moranga
A Festa do Camarão na Moranga realizada há 24 anos já está no calendário turístico da cidade de Bertioga. Realizada pela Colônia de Pescadores Z-23, sob a presidência de João do Espírito Santo, aconteceu de 4 de agosto a 10 de setembro. Uma equipe afinada prepara a festa há muitos anos. Jô dos Santos há 14 anos coordena o preparo do camarão na moranga garantindo sempre um delicioso sabor ao prato. A festa recebe turistas de diversas partes do Estado que aproveitam o passeio para conhecer o Forte de São João, datado de 1532, e a Casa da Cultura, com belos trabalhos dos artesãos da cidade. As duas atrações ficam próximas à tenda onde acontece a festa e estão abertas o ano inteiro para visitação.
Em Ilha Diana, Juliana e Enzo receberam amigos no chá de bebê de Lorenzo, que vai chegar no início de novembro. Seja bem-vindo o novo morador da Ilha!
Quem visitou a Festa do Camarão na Moranga encerrada em 10 de setembro aproveitou para conhecer um dos mais importantes monumentos da cidade de Bertioga, o Forte São João datado do século 16. Saiba mais em www.bertioga.sp.gov.br (entrar em Turismo)