www. jornalmartimpescador.com.br MARÇO/ABRIL 2018 • Número 152 • Ano XIV • Tiragem 3.000 exemplares Anak Albuquerque
SEMENTE CAIÇARA
Menos plástico, mais peixes
prenda como fazer a A macarronada com frutos do mar Della Nonna! Pág. 10
O jornal Martim-Pescador fala sobre ações positivas de combate ao lixo nos oceanos realizadas pelo Projeto Albatroz e Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar. Págs. 4 e 5
Experimente a caldeirada caiçara com arroz nordestino. Pág. 14
Os autores Alexandre Huber e Eric Comin com a diretora do Museu de Pesca Thais Moron no lançamento do Guia Ilustrado da Vida Marinha para crianças. Pág. 4
Participantes do Projeto Guapuruvu, coordenado por Eduardo Tambor, plantam mudas e sementes de guapuruvu na Praia do Góes durante a Semana da Cultura Caiçara de Santos. Págs. 6 e 7
Sementes de guapuruvu
Pinguim completa quatro meses de idade no Aquário de Santos. Pág. 11
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Instrução Normativa nº12 ainda está em vigor Alguns pescadores de rede de emalhe expressaram dúvidas em relação à legislação desta atividade. A gestora da APA Marinha Litoral Centro, Maria de Carvalho Tereza Lanza, informa que a Instrução Normativa Interministerial nº 12 de 24/08/2012 ainda está em vigor, e que em breve o assunto será retomado nas reuniões do Conselho Gestor. Aqui vai um trecho para esclarecer a dúvida dois pescadores: Artigo 6º Proibir a pesca de emalhe por embar-
cações motorizadas até distância de 1 (uma) milha náutica a partir da linha de costa. 1º para embarcações não motorizadas fica permitida a pesca com redes de emalhe, desde que a soma do comprimento das panagens ou redes não ultrapasse o total de 1.000 (mil) metros na área definida no caput deste artigo. Conheça a IN nº 12 na íntegra em www.jornalmartimpescador.com.br (legislação)
Reabertura do Hospital de Cubatão completou 100 dias A reabertura do Hospital de Cubatão alcançou a marca dos 100 dias de funcionamento, renovando o compromisso assumido pela Usiminas e pela Fundação São Francisco Xavier com a comunidade Cubatense e da Baixada Santista em trazer benefícios para a região e prestar uma assistência de qualidade e com segurança. Para celebrar os bons resultados, a Fundação e a Prefeitura Municipal de Cubatão realizaram uma reunião com vereadores, conselheiros de saúde e parceiros do município para apresentar os resultados alcançados neste período. A unidade hospitalar está funcionando com um total de 125 leitos, sendo 75 leitos do SUS e 50 leitos convênios. No centro obstétrico são duas salas de parto,
pré-parto e pós-parto (PPP) e duas salas cirúrgicas obstétrica, onde já nasceram 237 bebês desde a reabertura. Até 28 de fevereiro deste ano, foram realizados 1.261 atendimentos de urgência obstétrica, 127 procedimentos cirúrgicos e 807 internações Até o final de 2018, o Hospital passará por mais uma expansão. A segunda fase da obra contempla a reforma do antigo teatro que será integrado ao complexo hospitalar, aumentando o espaço físico, viabilizando a implantação de serviços de alta complexidade: medicina hiperbárica, hemodiálise e quimioterapia. Além dos benefícios para a saúde da região, a reabertura do Hospital possibilitará a geração de 580 novos empregos diretos, além de 120 médicos que compõem o corpo clínico em 27 especialidades médicas.
Carta do leitor
Ongs santistas enviam mensagem de apoio ao plano de mobilização ferroviária no Estado de São Paulo
Nosso total apoio ao plano de mobilidade ferroviária em todo o Estado de São Paulo em parcerias público privadas – PPP, a começar interligando por ferrovia as cidades de São Paulo- Capital, Sorocaba, Vale do Paraíba e Baixada Santista tanto para o transporte de cargas e para fins de turismo e transporte de passageiros. Esperamos que este plano seja estendido as demais cidades que tem ramal ferroviário desativado para que todo o Estado de São Paulo seja interligado tanto para o transporte comercial de cargas, conteineres como para o transporte de passageiros e fins turísticos. Atenciosamente, as Organizações não Governamentais que apoiam este plano ONG DOS AMIGOS DE SANTOS ONG DE PROTEÇÃO A FAMÍLIA E A CIDADANIA ONG DE ENSINO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ONG DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ONG DE DEFESA AMBIENTAL ONG DOS AMIGOS DA ORLA DA PRAIA DE SANTOS ONG DO GRUPO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LITORAL PAULISTA GRUPO DOS AMIGOS E AMIGAS DO SISTEMA FERROVIÁRIO EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Defesos Bagre-rosado (Genidens genidens/Genidens barbus/Cathorops agassizi) 01/01 a 31/03 Camarão camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis, F. brasiliensis e F. subtilis, sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri, branco Litopenaeus schmitti, Santana ou vermelho Pleoticus muelleri e barba-ruça Artemesia longinaris- De 1 de março a 31 de maio Caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10 a 31/03 Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) proibição de pesca no Decreto SMA 60.133 de 07/02/2014- Exceções ao Decreto na resolução SMA 02/2015 (conheça as leis na íntegra em www.jornalmarttimpescador.com.br legislação) Lagosta-vermelha (Panulirus argus) Lagosta verde (P. laevicauda) 1/12 a 31/05 Ostra- 18/12 a 18/02 Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) (traineiras) 15/06 a 31/07 (recrutamento) e 1/11 a 15/02 (desova) Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) (atuneiros) 15/06 a 31/07 (recrutamento) Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www.jornalmartimpescador.com.br (legislação)
PESCADOR: Como obter autorização para a pesca do caranguejo-uçá O primeiro passo para obter a autorização é preencher as fichas de auto-registro que são encontradas no Instituto de Pesca ou nas Colônias de Pescadores. É importante entregar as fichas de auto-registro em dia, se possível, todo mês. Em seguida fazer o pedido de relatório no Instituto de Pesca, pessoalmente. Levar o relatório e os documentos necessários pessoalmente na Coordenadoria de Recursos Naturais (CBRN). Quando a autorização estiver pronta, buscá-la pessoalmente na CBRN. Para emissão do Relatório de Produção: I – Entregar as fichas de auto-registro preenchidas; II – Assinar o pedido de relatório; III – Cópia simples de um documento com foto (RG, CNH ou RGP); IV – Cópia simples de um comprovante de residência atual. Documentos para emissão da Autorização de Captura do Caranguejo-uçá: I - Cópia simples, acompanhada
da via original do documento de identidade ou equivalente com foto; II - Cópia simples, acompanhada da via original da Licença de Pescador Profissional, mesmo quando suspensa, ou protocolo de solicitação da mesma; III - Cópia simples de comprovante de residência ou declaração de residência emitida por entidade representativa, tais como: associação ou colônia de pescadores, associação de bairro ou de moradores ou órgão público; IV - Relatório de produção com discriminação da pesca do caranguejouçá, emitida pelo Instituto de Pesca. Instituto de Pesca - Avenida Bartolomeu de Gusmão, 192 - Aparecida, Santos/SP CEP: 11045-401. Telefone: (13) 3261-5160 (Falar com Gastão, Sarah ou Priscila). Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN) Rua República dos Estados Unidos da Venezuela, 75 - Ponta da Praia, Santos/SP CEP: 11030-270. Telefones: (13) 3269-1214/3269-1215 e 3269-1213.
TELEFONES ÚTEIS Corpo de Bombeiros .......... 193 SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ........... 192 Disque Denúncia ............... 181
Polícia Civil ........................ 197 Polícia Militar ..................... 190 Sabesp .............................. 195 CPFL ...........................0800-0102570
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos Fotos e ilustração: e ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Instituto de Pesca inaugura laboratório de aquicultura em Ubatuba Contribuir para o desenvolvimento da piscicultura marinha na costa brasileira e intensificar pesquisa sobre peixes marinhos nativos é o objetivo do laboratório inaugurado pelo Instituto de Pesca (IP-Apta), órgão de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em 21 de fevereiro. O Laboratório de Piscicultura Marinha do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte (NPDLN), está localizado em Ubatuba no litoral norte de São Paulo. De acordo com Eduardo Gomes Sanches, pesquisador do IP e diretor do Centro de Pesquisa do Pescado Marinho, ao qual o NPDLN está vinculado, o novo laboratório possui quatro baterias de tanques em sistema de recirculação de água independentes. A primeira bateria conta com 6 tanques de 3.000 litros, a segunda, com 9 tanques de 150 litros, a terceira, com 12 tanques de 500 litros e a quarta, com 24 tanques também de 500 litros. Cada uma das quatro baterias de tanques dispõe de filtro de água equipado com luz ultravioleta, filtro biológico, filtro mecânico e um injetor de ozônio. “Este laboratório nos dará a oportunidade de desenvolver até quatro experimentos simultaneamente, proporcionando o aumento da intensidade de produção científica do IP na área da piscicultura marinha. Com a infraestrutura que foi montada, o laboratório representa um grande avanço para o Instituto no sentido de modernizar as pesquisas que são feitas nesse Núcleo e terão um impacto positivo na publicação de artigos científicos em revistas internacionais”, projeta Sanches. O pesquisador também explica que a nova estrutura possibilitará a ampliação das pesquisas sobre reprodução, larvicultura e engorda de espécies de peixes marinhos nativos do litoral brasileiro, que são o foco dos estudos conduzidos pelo IP em Ubatuba. “Atualmente, conduzimos pesquisas com a garoupa-verdadeira e o mero, por exemplo. São peixes de alto valor comercial e que estão ameaçados de extinção. Neste sentido, o novo laboratório é um ganho considerável não só do ponto de vista do fomento à atividade de piscicultura marinha como também para o desenvolvimento de estudos em conservação e preservação dos recursos pesqueiros, pois irá ampliar a nossa capacidade de desenvolvimento de pesquisas com outras espécies”, diz. Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, o novo laboratório do IP será decisivo para impulsionar a atividade de piscicultura marinha não só em São Paulo como em outras regiões do Brasil. “O cultivo de peixes marinhos no Brasil ainda está muito aquém da nossa capacidade de produção. Por isso, o investimento em pesquisas que contribuem para viabilizar essa atividade é essencial para nos tornarmos um grande player do agronegócio também na produção de pescado. As pesquisas desenvolvidas pela equipe do Instituto de Pesca neste novo laboratório serão de extrema importância para impulsionar a atividade no país”, afirma o secretário.
Eduardo Sanches, diretor do Instituto de Pesca de Santos
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Livro mostra a vida marinha para crianças Quando um artista plástico e um biólogo trabalham juntos, um trabalho bem criativo e educativo pode acontecer. Dessa parceria nasceu o livro “Vida Marinha - 1º Guia Ilustrado para crianças”, lançado dia 17 de fevereiro no Museu de Pesca em Santos. Das mãos e imaginação do artista plástico e educador ambiental Alexandre Huber foram criadas as imagens que cativam a atenção das crianças, jovens e adultos, acompanhadas do texto feito pelo biólogo e mergulhador Eric Comin. Os dois se conheceram em 2012 na época em que Huber fez algumas ações com o Projeto Mantas do Brasil, onde Eric era um
Huber e Eric em sua tarde de autógrafos no Museu de Pesca
dos biólogos e mergulhador de identificação desses animais. Para Huber, o conhecimento é primeiro passo em busca da conservação do ambiente marinho. “Ninguém protege o que não conhece, e as crianças não têm noção da biodiversidade marinha da própria região onde moram”, acrescenta. Conhecendo as espécies
Do lixo ao luxo
Redes de pesca descartadas podem se transformar em produtos simples ou sofisticados As equipes do Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar e da Fundação Florestal promoveram sua primeira capacitação em manufatura reversa das redes de pesca dia 8 de março. O treinamento aconteceu na Cooperativa de Reciclagem de Sucatas União Bertioga (COOPERSUBERT), com a participação dos monitores ambientais e de Maria de Carvalho Tereza Lanza, gestora da APA Marinha Litoral Centro e Marisa Goulart, gestora do Parque Estadual Xixová-Japuí. O local será o primeiro ecoponto no Brasil a realizar esse trabalho, dando início a logística reversa do Sistema Linha Azul. Os cooperados Rodrigo da Silva, Jefferson Pereira e do presidente Sr. Cloves Ferreira foram capacitados e serão os agentes multiplicadores da técnica. Na cooperativa eles aprendem a separar as componentes. Nesse processo, chamado de manufatura reversa, as redes de pesca são desmontadas e os materiais separados para enviar à indústria de reciclagem. Entre os componentes destes petrechos estão: poliamida (náilon), polietileno (cabos), poliestireno (isopor) e pesos de chumbo. Além de realizar a manufatura reversa das redes, os alunos irão passar o conhecimento adiante e adaptar a tecnologia para aperfeiçoar os processos de reciclagem das redes. Essa iniciativa permitirá ampliar as possibilidades de acondicionamento e recepção de redes de pesca apreendidos pelos órgãos fiscalizadores, inutilizáveis pelos pescadores, removidos por ONGs e resíduos da indústria produtora. A
iniciativa também permitirá agregar valores e gerar emprego e renda aos cooperados da COOPERSUBERT. O Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar é coordenado pelo pesquisador Luiz Miguel Casarini, do Instituto de Pesca de Santos/ APTA em parceria com a Fundação Florestal. Ele explica que numa primeira fase o projeto se envolveu em campanhas para remoção das redes perdidas no mar. “Hoje a pesquisa é mais abrangente, já que não basta remover do mar”, conclui Casarini. Segundo o pesquisador o ideal seria estimular boas práticas na pesca, para que as redes sejam descartadas em locais apropriados. A segunda medida seria implantar a logística reversa e a reciclagem. No Brasil as redes de pesca podem ser transformadas em filamentos e depois em pellets (náilon em pequenas pelotas) que dão forma a novos objetos como utensílios de cozinha, garfos e tigelas. No mundo todo existe grande preocupação com esse tema e surgem várias iniciativas na área têxtil e de manufaturados a partir de redes descartadas, produzindo desde peças de vestuários de banho e esportivas até embalagens para produtos eco amigáveis. Como redes de náilon podem durar cerca de 600 anos na água a remoção e reprocessamento é um ganho enorme para a natureza. Para Casarini, os processos de manufatura reversa e reciclagem são muito importantes para o meio ambiente. As redes descartadas no mar praticam a pesca fantasma, ou seja, continuam matando os animais marinhos que nelas se enredam. “Quando
são reprocessadas, as redes que transportavam uma triste memória de impacto no ambiente marinho seguem o caminho para novos objetos ressignificados e trazem uma esperança de isso ter um fim”, conclui Casarini numa mensagem de otimismo.
e suas características, fica muito mais fácil amar o mar e os animais”, conclui. Informações sobre venda: email: huber_artemarinha@yahoo.com.br ou Whatsapp : 13991176681 Valor: R$ 50,00
Menos plástico, mais peixes O jornal Martim-Pescador mostra iniciativas que contribuem para a redução do lixo no mar. “Estamos caminhando para ter até 2050 a mesma quantidade de plástico que de peixes nos oceanos.” Erik Solheim, diretor executivo de ONU-Meio Ambiente, Campanha Mares Limpos
Equipe do projeto
Aprendendo a manufatura reversa
Luiz Miguel Casarini (direita)
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Chega de lixo! março/abril 2018
O Projeto Albatroz entra na luta pelo combate ao lixo nos oceanos Milhares de aves pelágicas morrem todos os anos vítimas de duas grandes ameaças ambientais: a pesca de espinhel e a poluição dos oceanos. Para a primeira, existe uma série de acordos nacionais e internacionais visando o uso de medidas mitigadoras a fim de minimizar a captura incidental das espécies. A segunda ameaça, no entanto, é crescente, igualmente perigosa para a sobrevivência e com pouca legislação em defesa dos animais. Estudos apontam que em 2050, 99% das espécies de aves marinhas terá consumido plástico. O projeto Albatroz, seguindo o Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap) que entrará em vigor em janeiro de 2018, propõe ações para a diminuição da poluição marinha - identificada pelos biólogos e pesquisadores brasileiros como uma das quatro principais ameaças à vida destas aves. Nos próximos cinco anos, estão previstas ações de educação ambiental e construção de políticas públicas nacionais sobre o combate do lixo nos oceanos e criação de um banco nacional de amostras de albatrozes e petréis pela parceria entre o Projeto Albatroz e o ICMBio.
Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental. O Projeto é mantido pelo Instituto Albatroz - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores. A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar políticas públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores e às escolas. Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS) e Cabo Frio (RJ). Mais informações: www.projetoalbatroz. org.br
Luciano Candisani
Tatiana Neves, coordenadora do Projeto Albatroz
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Márcio Barreto
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Territórios e Sentimentos
Contação de histórias ...
...em Ilha Diana
Márcio Barreto
Semana Caiçara agita Santos Márcio Barreto
Márcio Barreto
Celio Nori e Ingrid Furlan
Márcio Barreto
Caruartes
Anak Albuquerque
Adilson Felix
Anak Albuquerque
Caruartes
caiçara tradicioAbrindo uma discussão sobre a cultura Semana Caiçara de nal e as expressões contemporâneas, a 5ª os da cidade de 15 Santos apresentou atrações em vários pont teceu na Pinacoteca a 26 de março. A abertura do evento acon tas e autoridades. artis Benedito Calixto, com a presença de osta é discutir prop “A de. O tema desta edição foi a pluralida diversidade e, lidad toria terri ção, temas como autoidentifica Barreto. cio Mar dor cura o ica expl cultural e religiosa”, as go sobre leis que Com o intuito de aprofundar o diálo dentro do período determinam as comemorações caiçaras ra tradicional cultu da Quaresma, prática católica que, na umo de carne, cons o o com caiçara, restringe alguns costumes fandango, a de s baile dos o bebidas alcóolicas e a realizaçã de mudança de ssida nece a tir discu Semana abriu espaço para nto para a ame minh enca deu e leis nas das datas indicadas pelo diálogo entre criação de uma comissão responsável do debate “Direito as comunidades envolvidas. Através direito Fernanda de Caiçara”, com a participação da juíza ou-se o tema fund apro ich, Menna e do advogado Paulo Stan Na aberdos. essa inter os entre e intensificou-se o diálogo eira, representando o tura da Semana, o assessor Silvio Teix r da lei no Estado de Deputado Estadual Caio França, auto go entre a população São Paulo, afirmou a abertura do diálo e a mudança da data. incluiu cinema, A programação da Semana Caiçara de histórias, ação cont es, siçõ teatro, música, oficinas, expo e poetas icos mús s, itore Escr tes. atividades esportivas e deba com apresentações se apresentaram no 37º O Sarau Caiçara visuais. As atrações de música, teatro, dança, literatura e artes ação de histórias na especiais para crianças incluíram cont na área continental a, Escola Municipal Rural de Ilha Dian e Danilo Nunes. eto Barr de Santos, com os músicos Márcio as Caiçaras, Lend peça a ou sent O Grupo Teatro do Pé apre chas e o Con de Boi o o com ista paul com fábulas do litoral
Projeto Guapuruvu
bertura da semana A com a presença da vereadora Telma de Souza, organizadores e participantes do evento
Anak Albuquerque
Paulo Stanich
Márcio Barreto
Escola Caiçara
Fernanda Menna
Anak Albuquerque
Anak Albuquerque
Anak Albuquerque
Anak Albuquerque
Escola Ilha Diana
Dança na Mata
Anak Albuquerque
Anak Albuquerque
a Alonso Silva, na conto da Cupiara, na escola Maria Luiz teceu a exposiacon ais visu artes das Ponta da Praia. Na área grafos Adilson Félix, ção coletiva Mar em Nós, com os fotó e Walter Guaru no Anak Albuquerque, Christina Amorim os. Ali também Sant MISS-Museu da Imagem e do Som de a presença dos com ara, ocorreu a mostra de Cinema Caiç ardo Ricci e Edu , ezes Men diretores Danilo Tavares, Dino presente na e estev ara Caru de o Nêio Mustafa. O artesanat Santos. No mesmo Estação Valongo, no Centro Histórico de prato de inspiração local, no restaurante Estação Bistrô, um
Anak Albuquerque
feito com tainha e caiçara fez muito sucesso, o escondidinho praia do Góes, onde banana verde. A culinária se estendeu à ca usando taioba. a chef Marina Machado deu uma aula práti comando de Eduardo A 4ª Edição da Remada Caiçara, sob o movimentou partiTambor, criador do Projeto Guapuruvu, a Praia do Góes, até os cipantes da Ponta da Praia em Sant de guapuruvu, ra eadu sem para onde aconteceu um mutirão . Na Estação aras caiç as cano de o árvore própria para o feiti s temas por espeCidadania houve apresentação de vário com Bianca Lopes, cialistas. Entre eles ‘Museu Caiçara’, Leonardo Branco; ´Restaurando a história caiçara’, com Menna, o escritor anda ‘Direito Caiçara’, com a juíza Fern de Eduardo Lima, o iaçã med e advogado Paulo Stanich com e Ingrid Furlan. Nori o Céli com e ´Identidade e Território´ amparada pela os, Sant de ara Caiç ura A Semana da Cult dual 16.290/2016, Lei Municipal n° 2920/2014 e pela lei Esta Secretaria de Cultué uma realização da Prefeitura de Santos, cação, Secretaria Edu ra, Secretaria de Turismo, Secretaria de Secretaria de rtes, Espo do Meio Ambiente, Secretaria de Percutindo tivo Cole al, Soci nto Assistência e Desenvolvime ara. Mundos e Coletivo Caiç
Nós no MISS
Márcio Barreto
Mar
Projeto Guapuruvu
Exposição fotográfica Mar em
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Dança na Mata
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Rec
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COLUNA
DP World Santos inicia projeto esportivo na Ilha Diana
Um delicioso café à moda caiçara é servido para os visitantes Moradores e colaboradores recebem os visitantes de braços abertos
Caruara e as belezas da Mata Atlântica
A DP World Santos iniciou, em março, um projeto esportivo desenvolvido especialmente para os moradores da Ilha Diana. A iniciativa está sendo realizada por meio do PROMIFAE (Programa de Incentivo Fiscal de Apoio ao Esporte) e fornece aulas de jiu-jitsu, zumba e futebol para crianças, adultos e idosos do local. As aulas de jiu-jitsu e futebol acontecem durante a semana e são destinadas às crianças e aos adolescentes da comunidade. Com turmas de 30 participantes de ambos os sexos, as aulas são realizadas no núcleo esportivo e no campo da Ilha Diana, oferecendo aos jovens uma formação
esportiva completa, com todos os materiais necessários e uniformes, que foram fornecidos pela empresa. Já a zumba conta com um público variado e atende a população de todas as idades. As aulas, que acontecem aos sábados, reúnem cerca de 40 alunos no núcleo esportivo e são ministradas por um professor especializado no exercício aeróbico. Todas as modalidades esportivas são semanais, e as aulas acontecerão entre os meses de março e dezembro. O terminal vem aumentando sua participação no PROMIFAE ano a ano e, em 2018, além deste projeto, a DP World Santos está apoiando
outras oito iniciativas focadas principalmente na formação esportiva e pessoal de crianças e jovens, além de atividades que promovem qualidade de vida e inserção da população em atividades físicas. Os nove projetos apoiados pela DP World Santos em 2018 serão o ABRACCII – Ilha Diana Esportivo 2018, o Projeto Cipó de Educação Infantil, a Volta a Ilha de Santo Amaro, a Disputa do Metropolitano Menores – Santos Futebol Clube, a Ironmãe, a Copa TV Tribuna de Futsal, o Desafio King Crab, o Circuito Santista de Corrida Vertical Monte Serrat e o Educabike Santos.
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 faleconosco.ssz@dpworld.com www.dpworldsantos.com
Muitos pássaros, muito verde e a beleza das trilhas e cachoeiras fazem parte deste bairro da área continental de Santos. O trajeto é de cerca de uma hora saindo do ferry-boat para o Guarujá e entrando na estrada Rio-Santos (BR-101) percorrendo um total de 54,3 km. Os moradores de Caruara recebem os turistas com um delicioso almoço com pratos caiçaras. A artesã Lygia Mesquita, do Associação das Mulheres da Área Continental de Santos (Mudecom), que mora há 31 anos no bairro conta as histórias do local aos visitantes numa roda de conversa. Há também opção de passeios para conhecer os arredores. Para agendar estas visitas o grupo deve ter um mínimo de 10 pessoas e o contato é (13) 997517484 (Sandra)/ tbccaruara@gmail.com
cantos caiçaras
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Ilha Diana, o paraíso mora ao lado
Tereza e seu famoso peixe azulmarinho
A apenas 20 minutos de barca do Centro de Santos é possível encontrar um recanto com muita paz e sossego. Bar e Lanchonete Ilha Diana Pratos típicos caiçaras são a especialidade da Tereza do Bar e Lanchonete Ilha Diana. Ali também são servidos também alguns pratos da cozinha nordestina, comida caseira e petiscos em geral. Não tem nada melhor do que saborear tudo com uma cervejinha gelada olhando a linda vista do estuário. Quem planeja visitar a Ilha e experimentar as delícias que a Tereza prepara, deve agendar com antecedência no telefone 3019.5418. Saiba mais em: terezinha0401@yahoo.com.br/ facebook.com/barelanchonetedailhadiana.
T ereza e Helio
A barca para Ilha Diana sai da Praça da Alfândega junto à praça da República (centro) . Verifique os horários de ida e volta em www.cetsantos.com.br (procurar em transportes/ barca área continental)
O pirão é uma especialidade caiçara
Ilha Diana mostrada por seus moradores
Ilha Diana é uma comunidade de pescadores que preserva sua identidade caiçara. Ao passear pela ilha é possível observar os pescadores arrumando suas redes, ou tirando os peixes de suas embarcações. Agende uma visita monitorada com café da manhã e almoço. Os próprios moradores contam a história da ilha e falam sobre os animais e plantas locais durante um passeio de barco!!! Entre em contato pelos telefones: (13) 97418690 (Patrícia)/ (13) 97408-31-30 (Elisa). www.facebook.com/projetovidacaicara
Foto - Jaime Ode
EGO
Totalmente pronto para transportar nossas riquezas com eficiência.
O novo Tiplam, terminal da VLI, conclui sua expansão e chega à capacidade de movimentação de 14,5 milhões de toneladas por ano. Agora, o porto opera com seus quatro berços de atracação e pode embarcar navios de grande porte com capacidade máxima. Tiplam, uma solução inovadora que oferece eficiência para o transporte de cargas, movimenta a economia brasileira e cria valor para a Baixada Santista.
Com você, criamos valor.
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O macarrão da Nonna
Mãe e filha mostram como fazer uma verdadeira macarronada italiana. Sandra Farinella guarda com amor as receitas de massas caseiras feitas por sua avó, Beatrice, chamada carinhosamente de Bicce, nascida em Mantova, ao norte da Itália. E durante a Megafeira do Educandário Anália Franco, no dia 7 de março, preparou um workshop ensinando estes preciosos segredos de família. Sandra nasceu no bairro da Mooca, mas mora hoje em Santos, cidade onde decidiu se dedicar ao preparo de pratos tradicionais e montar a empresa Della Nostra Nonna, especializada em massas e doces. Sua filha Carmen continua a tradição de família e pôs a mão na massa mostrando os ingredientes e o ponto certo da massa. A receita escolhida foi tagliarini de açafrão com frutos do mar. Elas explicam que para dar o ponto certo é bom usar para 1 quilo de farinha de trigo, 300g de sêmola de trigo, e um ovo para cada xícara (chá) de farinha e sêmola. Mas o importante para perceber a consistência ideal, é o tato, para isso não tem receita. Sandra se lembra das festas de Ano Novo, quando a família se reunia para preparar o macarrão juntos. “Fica uma ligação afetiva com a massa”, diz referindo-se à memória destes encontros familiares. Para quem não quiser se arriscar a preparar a massa em casa, que exige o uso da máquina para cortar, pode comprar a massa pronta e seguir a receita do molho. Ingredientes do molho: 200 g de mariscos/150 g de polvo cozido/100 g de camarão limpo/100 g de lula em rodelas/5 dentes de alho/8 tomates sem pele e sem semente/300 g de creme de leite/1 pacote de massa artesanal caseira Della Nostra Nonna de açafrão/1 1/2 cebola picada/1 colher (café) de açafrão da Terra/Sal e azeite a gosto/1 xícara (chá) de caldo de frutos do mar (cozinhar as cascas de camarão com o caldo de cozimento do polvo e depois peneirar); 1 pimenta dedo de moça sem sementes picada; 2 colheres (sopa) de salsa picada; 2 colheres (sopa) de coentro picado (opcional). Preparo: Cozimento da massa: em uma panela gran-
Carmen põe a mão na massa...
Sandra e a filha Carmen ensinam receita do macarrão de família
de coloque água para ferver com sal. Retirar a massa al dente para terminar de cozinhar com o molho. Frutos do Mar: Coloque o azeite na panela quente, e deixe a lula dourar. Acrescentar o polvo, o marisco e o camarão. Deixe ferver por cerca de 2 minutos, até o camarão mudar de cor. Retirar os frutos do mar da panela e reservar. Molho Rosé: Na mesma panela, acrescentar o azeite e dourar o alho e a cebola. Colocar a pimenta dedo de moça e o tomate.
Deixe refogar com o açafrão. Acrescentar as ervas picadas. Coloque o caldo de frutos do mar. Deixe apurar até o molho engrossar. Acrescentar os frutos do mar reservados. Colocar o creme de leite e mexer. Finalizar o prato com as raspas de limão siciliano e o suco de limão, utilizando apenas algumas gotas. Outra opção é o limão Thaiti. Informações sobre Della Nostra Nonna (novidades e encomendas) facebook.com/DellaNostraNonna (13)3271.1312/98232.32.3006
...para fazer um tagliarini especial
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Pinguim bebê cresce no Aquário Uma pequena bolinha de cor amarronzada com apenas 100 gramas. Assim era o pinguim bebê que nasceu no Aquário de Santos dia 15 de novembro de 2017. A mãe, Fraldinha, foi o primeiro pinguim a nascer em cativeiro no Brasil, exatamente dia 16 de novembro de 2011, no mesmo mês e no mesmo local. Já o papai Viriato veio das colônias da Patagônia, sendo resgatado em 2014 e levado ao Aquário. Quem acompanhou o crescimento do bebê pode perceber que papai e mamãe pinguim são muito carinhosos com seu filho, e dividem sua guarda com perfeita harmonia. “Pai e mãe se revezam nos cuidados, um fica no ninho cuidando filhote, no outro dia se revezam. E às vezes ficam juntos!”, explica o biólogo Alex Ribeiro, coordenador do Aquário. Ele explica que a mamãe Fraldinha e o papai Viriato, nos primeiros meses de vida de seu rebento, comiam o peixe e depois de um tempo regorgitavam o alimento para dentro do bico do bebê. “O alimento é rico em proteínas e gordura, assim o filhote com um mês já tinha alcançado 2 quilos”, acrescenta. Com essa idade dá os primeiros passos, se mantém em
O bebê com a mamãe Fraldinha
pé e sai da toca. Ganhando peso rápido, a partir do quarto mês, as penas têm impermeabilização e já é possível entrar na água. Mas, afinal, este bebe que já chegou ao quarto mês de idade e agora já tem aparência de um pinguim de verdade é macho ou fêmea? Segundo Alex, é impossível diferenciar pelo aspecto externo. Assim os veterinários do Aquário irão providenciar um exame de sangue para definir o sexo do bebê. Depois disso, haverá um concurso para o público escolher o nome deste mais novo habitante do Aquário. Hoje, quem visitar o Aquário pode conhecer o jovem já entrando
na idade adulta. Para Alex a experiência de acompanhar o passo a passo de seu crescimento trouxe muito conhecimento sobre a biologia e o comportamento da espécie. Como Fraldinha foi o primeiro pinguim nascido em cativeiro no Brasil, seu filho já é a segunda geração de pinguins de cativeiro. “Inédito no Brasil, o fato mostra que a instituição está no caminho certo para cada vez mais conhecer os animais marinhos para melhor protegê-los”, afirma Alex. Pinguins-de-Magalhães Os pinguins que vivem no Aquário de Santos são da espécie Pinguim-de-Magalhães (Sphenis-
cus magellanicus). Ótimos nadadores, eles podem nadar 40 km por hora. É por isso que saem da Patagônia, extremo sul da América do Sul, e acabam chegando ao Brasil, com a ajuda de ventos e correntes. Segundo o biólogo Alex Ribeiro, no segundo semestre do ano que acontecem as maiores ocorrências dos animais em nossas costas. “Nadam muito, e chegam muito fracos”, explica. Um pinguim começa a sair de sua colônia em busca de alimento com cerca de 4 quilos. Chegam aqui muitas vezes com cerca de um quilo, devido ao desgaste do trajeto. Hoje, a espécie é considerada quase ameaçada de extinção.
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COLUNA
O Porto na Comunidade
“Quero fazer cursos e me especializar porque sei que a empresa oferece oportunidades para os integrantes” Aos 24 anos, Franclyns Felipe Silva e Souza decidiu deixar o antigo emprego em busca de crescimento profissional A oportunidade de crescer profissionalmente fez com que Franclyns Felipe Silva e Souza, morador da Ilha Diana, deixasse o último emprego, na área de manutenção de ares condicionados de um hotel, para ingressar no setor portuário. Ele entrou na DP World Santos, em outubro do último ano como Auxiliar de Armazém no Galpão de Celulose.
Antes de começar a trabalhar na área portuária, o jovem de 24 anos teve experiências em diversas áreas. Começou a carreira como Jovem Aprendiz, e depois disso trabalhou em construções, oficinas mecânicas e passou os últimos quatro anos no setor de manutenção. “Quando vim para cá me perguntaram se eu realmente iria pedir demissão de um trabalho de tanto
tempo para recomeçar em outro lugar, mas eu decidi pensar no futuro e nas possibilidades de crescimento que eu poderia ter na empresa”, conta. Ao saber da vaga, que foi divulgada em uma das reuniões que acontecem entre a DP World Santos e a comunidade da Ilha, Franclyns escolheu se arriscar. “No começo, o processo seletivo seria para uma vaga no cross-docking, que é uma área responsável pela movimentação de cargas soltas. Ao iniciar na função, fui para as operações de celulose que estavam começando”, relembra. Franclyns explica que o trabalho como Auxiliar de Armazém consiste em dar suporte na logística das carretas que chegam ao terminal para descarregar celulose, uma demanda que vem crescendo muito no terminal nos últimos meses. Nos dias de embarque, a demanda de trabalho diminui devido à quantidade de máquinas operando dentro do galpão por questões de segurança. Mas, isso não significa que Franclyns fique parado. Em alguns dias de embarque, o jovem, que fez o curso de Vistoriador oferecido pela DP World Santos aos moradores da Ilha Diana, costuma ajudar a equipe de vistoria do terminal. “Durante seis sábados, no período da manhã, um professor especializado foi até a Ilha dar as aulas, e tanto a aula prática quanto a prova final foram realizadas aqui na empresa”, conta Franclyns, que tem um grande interesse pela área. O objetivo para o futuro é trabalhar como Vistoriador de Cargas. “Quero continuar fazendo cursos e me especializando. Também tenho vontade de fazer o curso de operador de empilhadeira”, finaliza Franclyns, que vê oportunidades de crescimento desde o momento que ingressou na empresa.
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COLUNA
Você conhece o Porto? Você sabe o que é o Bulbo de Proa? O Bulbo de Proa, localizado abaixo da linha d’água, na proa (parte da frente) dos navios, foi criado com o objetivo de romper a tensão da água e diminuir a resistência para o avanço das embarcações. Uma das principais vantagens do bulbo, que começou a ser estudado no século XIX e passou a ser utilizado nos anos 60, é a redução do consumo de combustível, que acontece porque o equipamento diminui a resistência causada pelas ondas. Em grandes navios, o bulbo também pode aumentar consideravelmente o rendimento da hélice e a velocidade da embarcação. Quando o navio está descarregado, o bulbo pode ser visto acima da linha de flutuação (linha que separa a parte do navio que fica abaixo da água da parte que fica acima), como na imagem abaixo.
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A importância do ômega-3 no coração e no cérebro Com a chegada da Páscoa o consumo de pescado aumenta muito, porque nessa data as pessoas trocam as carnes vermelhas por carne branca. Sendo assim é importante comentar o porquê da importância de se alimentar da carne do pescado. Trata-se de um alimento rico em proteínas de fácil digestão, gordura insaturada, minerais e vitaminas e que tem agradado muito o paladar dos brasileiros. Pode ser consumido de diferentes maneiras, principalmente assado, cozido e grelhado. Já a forma crua ou frita representa riscos para a saúde humana, o frito porque estraga a gordura boa e o cru porque pode transmitir doenças parasitárias e bacterianas. São notadamente importantes os benefícios da gordura do peixe, principalmente no que se refere aos ácidos graxos essenciais, que são gorduras que o organismo humano não sintetiza e, portanto, devem ser ingeridas com os alimentos. A gordura encontrada na carne vermelha é chamada gordura saturada, e quando consumida em excesso é prejudicial para os humanos e cada vez mais está sendo associada às doenças cardiovasculares, câncer e outras doenças crônicas. Por
outro lado, a gordura do pescado por ser uma gordura insaturada tem um efeito protetor contra essas doenças. Os ácidos graxos do pescado, ômega-3, são poli-insaturados denominados de ácido eicosapentaenoico - EPA e ácido docosahexaenoico – DHA. A quantidade desta gordura no pescado varia com a espécie e está presente principalmente nos peixes azuis (atum, sardinha, cavala, salmão e anchova) e em algumas fontes vegetais como sementes de linhaça, canola e nozes. São substâncias de grande importância para a saúde das pessoas, por ser imprescindível para a formação e maturação do sistema nervoso, retina e proteção do sistema cardiovascular. Fazem ainda intervenção nos processos de coagulação sanguínea, regulam a pressão arterial, diminuem o risco da doença de Alzheimer e tem atuação nos órgãos de reprodução. O ômega-3 tem atuação direta no desenvolvimento do sistema nervoso infantil, notadamente no cérebro que é um órgão constituído de aproximadamente 60% de gordura, sendo que 50% é DHA, gordura do pescado de origem marinha. Nos adultos, o ômega-3 auxilia o cérebro
Augusto Pérez Montano Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
no funcionamento adequado. Além disso, atua na manutenção da retina que é o órgão responsável pela visão. Portanto, para garantir a saúde as pessoas devem consumir pescado pelo menos duas vezes por semana e não apenas na Páscoa.
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O sabor nordestino casa bem com o caiçara! A mistura da culinária nordestina com a caiçara é a cara de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Quem conta o segredo desta combinação é Izaura Martins Bilro, diretora da Alpesc, Associação Litorânea de Pesca Extrativista Classista do Estado de São Paulo. Nascida em Vicente de Carvalho é descendente de pai sergipano e mãe alagoana, que chegaram à região na década de 50. Uma das curiosidades da culinária caiçara é o pirão feito no prato com o molho da caldeirada. O hábito veio dos indígenas, que escaldavam
a farinha de mandioca na água fervente para fazer um pirão mais simples. O hábito de fazer o pirão no prato foi adotado pelos caiçaras da região, que usavam tanto a água quente como o molho do ensopado do peixe, que veio de influência portuguesa. O que os pescadores de Vicente de Carvalho e de São Vicente chamam de caldeirada é o peixe ensopado em molho de tomate abundante, que é aproveitado para o pirão. A receita nordestina que acompanha é o arroz com leite de coco. Experimente!
Caldeirada caiçara, arroz com coco, e pirão escaldado no prato
Caldeirada de peixe Ingredientes: cerca de 1 kg de corvina, bagre ou robalo em postas/ 1 cebola e 2 dentes de alho picados/salsinha e cebola picados/coentro picado/4 tomates (sem casca) picados/1 colher (sopa) de extrato de tomate/água quente/óleo/sal a gosto/farinha de mandioca para o pirão. Preparo: Refogar cebola e alho no óleo. Acrescentar os tomates picados. Deixar amolecer. Juntar a salsinha e a cebolinha. Colocar as postas e a cabeça do peixe na panela. Salgar. Colocar água quente até cobrir o peixe. Deixar cozinhando até apurar o molho. Quando estiver no ponto, acrescentar o coentro e deixar um minuto só para dar o sabor. Arroz nordestino Ingredientes: 1 coco natural ralado (cerca de 300g de polpa)/ 2 xícaras (chá) de arroz/4 xícaras (chá) de água fervente/1/2 cebola e 1 alho picados/ óleo/sal/ Preparo: Deixar o coco ralado de molho na água fervente por meia hora. Depois que esfriar, espremer com a mão, à moda antiga, para extrair o leite do coco. Outra opção para obter o leite é passar numa peneira, e depois num espremedor de batatas. Reservar. Refogar cebola e alho no óleo. Acrescentar o arroz, refogar, salgar a adicionar o leite extraído do coco. Deixar no fogo até um pouco antes de o arroz secar e depois deixar acabar secar dentro do forno desligado, com a tampa, para não queimar o fundo da panela. O coco que foi espremido rende uma boa sobremesa. É só acrescentar 3 colheres xícaras (chá) de açúcar e mexer até dar o ponto. Depois colocar numa forma besuntada de manteiga e cortar. Izaura se dedica à administração da Alpesc e à cozinha nas horas vagas
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Projeto Luzes da Vila retoma as atividades em 2018 Projeto no morro atende crianças oferecendo cidadania e trabalhando a cultura popular
O Projeto Luzes da Vila voltou de férias com atividades regulares, que acontecerão semanalmente, como atendimento dentário e psicológico às terças-feiras. As atividades são divulgadas na página do facebook do projeto (@ luzesdavila). O atendimento psicológico será desenvolvido pela psicóloga Marina Martinez. Interessados devem comparecer na sede do projeto às 14h, as dinâmicas ocorrerão a partir das 14h30. O atendimento odontológico é feito pela Dra. Luciana no Espaço de Saúde Céu da Boca. As crianças passam por avaliação e recebem orientação de como cuidar dos seus dentes e saúde bucal. Estão previstas também aulas de costura criativa. O Projeto LUZES DA VILA: Criada em 2016, a organização localizada no Morro São Bento tem foco nas atividades voltadas a moda e sustentabilidade. O Projeto Luzes da Vila atua na inclusão social, educacional e cultural de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. As oficinas socioeducativas, de artes plásticas, literatura, educação ambiental e moda compõem o programa aplicado pelo projeto. O trabalho visa proporcionar o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo e seu reconhecimento no meio em que vive, bem como sua capacidade de exercer cidadania, conquistar autonomia e protagonismo social, fortalecendo vínculos familiares e
comunitários. Dentre as atividades realizadas estão as oficinas de reaproveitamento de peças em jeans, que já resultaram em um desfile de moda no Morro São Bento; as oficinas de turbantes para meninos e meninas, valorizando a cultura afro e, na área ambiental, a instituição conta com a parceria do Projeto Germinação, que atua na construção de uma horta coletiva. Serviço: Sede do projeto Luzes da Vila: Rua São Clovis, 723, Morro São Bento - Santos Página no facebook: @luzesdavila Telefone: (13) 3222-1111 Diretora: Alzira Lúcio Assessoria de comunicação: Catharina Apolinário
Pescadores terminam primeiro curso de qualificação Em fevereiro a primeira turma de alunos das comunidades pesqueiras encerrou o curso de auxiliar de logística ministrada em parceria da VLI e Senai. As aulas diárias (de segunda a sexta) tiveram duração de um mês, com participação de 26 alunos de Monte Cabrão (área continental de Santos), Vila dos Pescadores (Cubatão), Vicente de Carvalho
(Guarujá) e São Vicente. Agora acontecem as aulas do curso de auxiliar de almoxarife. As demais qualificações serão ministradas ao longo do ano, com previsão de término em outubro. Os cursos fazem parte do Programa de Apoio à Pesca desenvolvido pela VLI em função da Dragagem. O objetivo do programa é ofertar à comunidade pesqueira, pescadores
e familiares, novas oportunidades de qualificação e inserção no mercado de trabalho. Ao longo deste ano serão ministrados oito cursos a partir da parceria VLI e Senai. Todo o conteúdo de qualificação e metodologia é da entidade parceira. A VLI apoia e disponibiliza transporte e alimentação. Há capacitações em diversas áreas. As
Alunos finalizam curso de auxiliar de logística
qualificações ofertadas foram escolhidas pelas lideranças de pesca das colônias e capatazias. Neste ano, estão previstos ainda os seguintes cursos: Auxiliar de mecânico de motores de popa, Informática básica, Montagem e manutenção de microcomputadores, Auxiliar de confeiteiro, NR 11 – Operação de empilhadeira e Auxiliar de padeiro.
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Caiçaras urbanos Aos pescadores que mantêm as artes de pesca tradicionais, mesmo em horizontes de cimento
Sangue Caiçara Caiçaras urbanos Sobreviventes Garimpeiros resistentes De uma lavra quase estanque Quem vos deu Essa força sagaz de pescar Nascida dos avós Ao tecer as redes de tucum Tingidas com raízes de mangue? Que força tem esse sangue Português, negro e ameríndio Que brota na terra e se espalha? Sangue caiçara Que saber atávico vos faz Puxar as redes, armar as iscas E repetir a sina Como cantiga de sobrevivência? A fome? A ciência? A água vos chama É a natureza oferecendo alimento Mesmo em horizontes de cimento O sangue mais alto fala Sangue caiçara Christina Amorim
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