SETEMBRO/OUTUBRO 2018 • Número 155 • Ano XV • Tiragem 3.000 exemplares
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25 Anos
ROSANGELA RESENDE
Parque Estadual Marinho da Laje de Santos
Ilha Diana homenageia o padroeiro Bom Jesus Págs. 6 e 7
Festa do Camarão na Moranga de Bertioga terminou em setembro. Pág. 12
Suelen Silva e Julia Costa monitoras ambientais da APA Marinha, exibem crachás feitos com redes de pesca recicladas. Pescadores de São Vicente se formam Pág. 3 Aquaviários no Programa Repsol Sinopec. Pág. 5 PEIXES DO LAGAMAR
Projeto Peixes do Lagamar estimula turismo de base comunitária em Cananeia. Pág.11
Receita de caldinho de camarão do fandangueiro Alaércio Lima. Pág.9
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SETEMBRO/OUTUBRO 2018
Câmara Temática de Pesca da APA Marinha Litoral Centro discute INI 12 A proposta de adaptação da Instrução Normativa Interministerial MMA/MPA nº 12/2012 no território da APA Marinha Litoral Centro-APAMLC foi discutida na quadragésima-nona reunião da Câmara Temática de Pesca dia 16 de agosto. A coordenadora da CT Pesca, Ingrid Furlan, deu início à reunião afirmando que todos tem direito ao ecossistema saudável e a atividade econômica deve desenvolver-se de maneira harmônica e estável no meio ambiente. O principal assunto da reunião foi a IN 12. O objetivo para a readequação da norma é não apenas viabilizar a continuidade de atividades pesqueiras artesanais, mas proteger tais ambientes sensíveis e essenciais para manutenção dos estoques pesqueiros. Os pescadores Peterson Neves, Sidney Santos Ribeiro de Guarujá e Cleyton de São Vicente se queixaram das dificuldades trazidas pela INI 12, que proíbe a pesca de emalhe por embarcações motorizadas até distância de 1 (uma) milha náutica a partir da linha da costa. “Não temos barco com convés para pescar 1 milha fora”, explicaram. Também falaram de outros problemas enfrentados pelos pescadores, como a demora para a expedição das carteiras de pesca e a lama trazida pela dragagem. O médico veterinário Roberto da
Graça Lopes, pesquisador aposentado do Instituto de Pesca de Santos e ex-coordenador da CT Pesca, apresentou um resumo da discussão que foi feita na câmara entre os anos de 2012 e 2017 para criar a proposta de adaptação da INI 12 para o território da APAMLC. Na ocasião, pescadores de Peruíbe solicitaram uma regulamentação diferenciada desta pesca de emalhe em seu município pois já estariam sujeitos à diversas restrições de pesca das unidades de conservação de proteção integral ESEC Tupiniquins e RVS das Ilhas do Bom Abrigo e Guararitama. A minuta elaborada a partir destas discussões que seria apresentada ao conselho ainda em 2017, retornou à pauta do grupo em 2018. A sugestão do uso de rede de emalhe no território da APAMLC prevê que será proibida pesca de emalhe por embarcações motorizadas até: 1) 250 m de costões rochosos sejam continentais em ilhas ou lajes, 2) 500 m de linha de praias arenosas, considerando a maré máxima de baixamar, 3) 1 milha náutica (1.852 m) das desembocaduras de rios, em direção ao mar, e mil m nas margens adjacentes. Para Peruíbe, que se encontra numa situação especial, foi sugerida a proibição a pesca de emalhe por embarcações motorizadas até: 1) 50m de costões rochosos, devendo ser respeitadas
O coordenadora Ingrid Furlan na reunião da CT pesca
Os pescadores Cleyton, Sidney e Peterson
Roberto da Graça Lopes
as restrições impostas pelas UC de Proteção Integral e outras existentes, 2) 200m de zonas de arrebentação de ondas, 3) 300m de desembocaduras de rios. Devem ser respeitadas as disposições no Zoneamento Ecológico da Baixada Santista de
25/3/2013 Decreto Estadual 58.996. A proposta foi aprovada pela maioria dos conselheiros presentes na CT Pesca e será levada para aprovação na próxima reunião do Conselho Gestor da APAMLC. Se aprovadas serão encaminhadas para Fundação
Florestal e, em seguida ao Ministério do Meio Ambiente-MMA Secretaria Geral da Aquicultura e Pesca-SEAP. As próximas reuniões da CT Pesca serão agendadas oportunamente, e as datas serão divulgadas ao público por e-mail e redes sociais.
CDM Pesca se reúne em Bertioga Pesca, turismo e meio ambiente foram discutidos no Conselho de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura de Bertioga
Vários assuntos envolvendo pesca, turismo e meio ambiente foram tema da 48ª reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento de Pesca (CDM Pesca) dia
18 de setembro em Bertioga. Foi destacada a necessidade urgente de regramento do Rio Itapanhaú para conter a degradação do ambiente que causa a escassez da biodiver-
Reunião do CDMPesca em Bertioga EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
sidade e o assoreamento provocado pela navegação de embarcações em grande velocidade que transitam no local. Entre outros assuntos, foi discutido documento falando sobre Zoneamento previsto pelo Plano de Manejo da APA Marinha Litoral Centro-APAMLC, enviado pela gestora Maria de Carvalho Tereza Lanza. O Plano será desenvolvido através das oficinas participativas programadas para início em 20 de setembro. Richard Kubail da Pier Brasil apresentou projeto para o turismo náutico em Bertioga. A proposta propõe remodelar o box de pescados, píer das escunas, e criar receptivo turístico náutico contendo energia, água e toda infraestrutura adequada para aten-
der os usuários de modo geral. Bianca Colinicolo da Secretaria de Turismo explicou que o órgão recebe subsídios da Secretaria do Estado, porém esse valor não seria suficiente para implementar o projeto apresentado. Ao mesmo tempo colocou-se à disposição para colaborar com a cidade em outros assuntos. Compareceram à reunião os conselheiros: Nelson Jorge de Castro, Filipe Toni Sofiati, Pedro da Silva Novo Junior, Thomas Schmidt, Ubirajara G.de Lima e Alberto Amorim. Estiveram também presentes os convidados: Acácia do Espirito Santo, Patricia Chemin Santos, Bianca Colenicolo, Richard Kubail e Sidnei C.Andrade.
Jornalista Jornalista responsável: responsável: Christina ChristinaAmorim AmorimMTb: MTb:10.678/SP 10.678/SPchristinamorim@gmail.com christinamorim@gmail.com Fotos Fotoseeilustração: ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diário do Litoral Litoral:Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Novos objetos surgem da reciclagem de redes de pesca Pentes, cabides, porta-crachás são alguns dos objetos manufaturados com redes de poliamida (náilon) recolhidas no meio ambiente marinho. O Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar comemora a criação destes novos produtos produzidos através da manufatura reversa. Pioneiro no Brasil, o programa nasceu em 2009 e tem como objetivo mapear e detectar Petrechos de Pesca Perdidos, Abandonados ou Descartados (PP-APD) nos oceanos e removê-los para evitar o lixo plástico no mar e também a pesca fantasma, ou seja, o petrecho fantasma pode continuar matando animais marinhos por período indeterminado. “Quando são reprocessadas, as redes que transportavam uma triste memória de impacto no ambiente marinho seguem o caminho para novos objetos ressignificados e trazem uma esperança de isso ter um fim”, explica o coordenador do projeto, o pesquisador Luiz Miguel Casarini, do Instituto de Pesca de Santos/
APTA. “As peças foram produzidas desde novembro de 2017 até agosto de 2018 numa parceria”, explica. A extrusão foi feita pela Indústria P&P Polímeros e a injeção do material reciclado em moldes foi feita nas oficinas da Escola Senai Mario Amato pela bolsista PIBIC/CNPq Letícia Borges Margonari, orientada de Casarini. Aluna do curso superior de Tecnologia em Polímeros, Letícia recebeu o prêmio de terceiro melhor trabalho de pesquisa com o tema “Manufatura reversa das redes de pesca fantasma para o reprocessamento da Poliamida-6”, durante o XIII SICIP Seminário de Iniciação Científica do Instituto de Pesca realizado em agosto. Para Casarini não se deve demonizar os pescadores legalizados e a atividade pesqueira como um todo e sim cobrar a responsabilidade ambiental e social que a atividade tem que ter. Para a prevenção do aparecimento de Petrechos de Pesca Abandonados, Perdidos
Luiz Casarini, pesquisador do Instituto de Pesca, coordenador do Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar
da APAMLC Maria de Carvalho Tereza Lanza deu abertura à reunião na parte da manhã, que teve a apresentação de três palestrantes. Rodrigo Machado - Coordenadoria de Educação Ambiental/SMA explicou o processo de Consulta Pública das Oficinas de Zoneamento. Fernanda Lemes - Coordenadora do Núcleo dos Planos de Manejo da Fundação Florestal, Alexandre Rodrigues
A gestora da APA, Maria Lanza, coordena a oficina com pescadores
A APA Marinha Litoral Centro (APAMLC) foi criada por meio do Decreto Estadual n° 53.526 de 8/10/2008, compreende a maior parte da zona litorânea dos municípios de Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, com exceção da Baía de Santos. O processo de elaboração do Plano de Manejo, que será o principal documento norteador da gestão da Unidade de Conservação é feito com representantes de órgãos governamentais, ONGs, pescadores e demais setores envolvidos com as atividades relacionadas com a zona costeira marinha. Saiba mais sobre as oficinas, diagnóstico participativo, diagnóstico técnico e propostas já apresentadas disponíveis na plataforma do SIGAM (Sistema Integrado de Gestão Ambiental) Nesta plataforma também é possível o envio de contribuições ao Plano de Manejo. Qualquer dúvida contate o email apamarlitoracentro@gmail.com/tel3567-1495 www.sigam.ambiente. sp.gov.br/sigam3defaul.aspx?idPagina=15388
Caiçara Expedições: turismo consciente Programação de outubro 08 a 12 outubro (Segunda a Sábado) Romaria a Pé de Mogi das Cruzes para Aparecida - 4 dias de Caminhada Horário saída de Mogi das Cruzes: 05h00 da Manhã (Dia 08 de Outubro); Horário saída de Aparecida: Previsto para às 14h00 (Dia 12 de Outubro) - (Rota: Aparecida / Mogi das Cruzes)
ou Descartados ele sugere medidas urgentes. Entre elas, boas práticas na pesca e combate à pesca ilegal. Como mitigação estão a detecção, remoção e destino adequado, reuso quando possível para outras atividades e reciclagem com alto valor ambiental agregado (upcycling). Saiba mais em http://bluelinesystem.blogspot.com)
Investimento: R$ 400,00 por pessoa
O diretor do Instituto de Pesca Luiz Ayroza entrega prêmio de pesquisa a Letícia Margonari no XIII SICIP
Oficinas de zoneamento têm início em setembro A 17ª Reunião Extraordinária do Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro-APAMLC aconteceu dia 20 de setembro em Santos, com a abertura da 1ª Oficina de Zoneamento do Plano de Manejo. Cerca de 130 pessoas estiveram presentes, entre pescadores, representantes de órgãos governamentais, ONGs, universidades, entre outros. A gestora
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apresentou a concepção de zoneamento das APAs Marinhas e Henrique Kefalas, representante do Instituto Linha D´ água, que falou sobre proposta do órgão em promover condições para a criação de subsídios voltados para a Elaboração dos Planos de Manejo. À tarde a gestora da APAMLC fez uma breve apresentação sobre os procedimentos de trabalho da primeira oficina de zoneamento. Os representantes foram agrupados em nove grupos, distribuídos entre os diferentes setores dos três segmentos (pesca artesanal, setor produtivo e interesses difusos). A discussão girou em torno da atuação da comunidade pesqueira nas zonas ZUBE, ZUE e ZUI, e foi mediada por facilitadores, monitores e registrada pelos relatores da Fundação Florestal e parceiros. Kits com mapas e cadernos com a legislação vigente das
APAS Marinhas foram entregues aos representantes sendo estimuladas as reuniões setoriais em suas comunidades, para discussão dos problemas e retorno para as oficinas. Os objetivos dessas reuniões é coleta de informações e a prévia organização das propostas de determinado grupo que deverão ser apresentadas nas oficinas. As contribuições poderão ser feitas diretamente para a gestão da unidade, ou por meio de formulário eletrônico disponível na página do Plano de Manejo da APAMLC, em www.ambiente. sp.gov.br/consulta-planosdemanejo. O Instituto Linha D´água contribui para o processo, contratando duas pessoas como facilitadores para se comunicar com a comunidade. A próxima oficina acontece dia 25 de outubro em local a ser agendado.
Zoneamento interno é composto por 5 zonas e 6 áreas sobrepostas às zonas, sendo: ZONAS I. ZONA DE PROTEÇÃO ESPECIAL (ZPE); II. ZONA DE PROTEÇÃO DA GEOBIODIVERSIDADE (ZPGBio); III. ZONA PARA USOS DE BAIXA ESCALA (ZUBE); IV. ZONA DE USO EXTENSIVO (ZUE); V. ZONA DE USO INTENSIVO (ZUI). ÁREAS i. ÁREA DE INTERESSE PARA CONSERVAÇÃO (AIC); ii. ÁREA DE INTERESSE PARA RECUPERAÇÃO (AIR); iii. ÁREA DE INTERESSE HISTÓRICO-CULTURAL (AIHC); iv. ÁREA DE INTERESSE PARA RENOVAÇÃO DO ESTOQUE PESQUEIRO (AIREP); v. ÁREA DE INTERESSE PARA TURISMO SUSTENTÁVEL (AITS); vi. ÁREA DE INTERESSE PARA PESCA LOCAL (AIPL).
No link a seguir você encontra mais informações de descrição e objetivos de cada uma das zonas e áreas: http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/APAM_LC/Minuta_Zoneamento_APAMLC_v9.pdf
Saiba mais: https://caicaraexpedicoes.com/pagina-info/236/ romaria-a-pe-de-mogi-das-cruzes-para-aparecida-4-dias-de-caminhada-de-08-a-12-de-outubro-de-2018 14 de outubro (domingo) Trilha Cabuçu – Santos SP Horário Início: 09h00 Local Saída: Cabuçu – Santos SP Horário Término: 15h00 Investimento: R$ 125,00 por pessoa Inclui: Dicas Preparatórias, Autorização, Seguro, Café com Bolo Simples feito por Moradores Locais e Guia de Turismo Especializado. Saiba mais: https://caicaraexpedicoes.com/pagina-info/14/ trilha-cabucu-santos-sp 21 de outubro (domingo) Estrada Velha de Santos Saída: 07h30 – saída de São Paulo SP Local Saída: Jabaquara – São Paulo SP Término previsto: 17h00 Investimento: R$ 120,00 por pessoa Inclui: Descida completa pela Estrada Velha de Santos, Dicas Preparatórias, Seguro, Autorização, Ingresso Local, Transporte saindo de São Paulo SP, Monitor Local e Guia de Turismo Especializado. Saiba mais: https://caicaraexpedicoes.com/pagina-info/9/ estrada-velha-de-santos-caminhos-do-mar
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Conselho toma posse no PEMLS
Defesos
Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 1/10 a 30/11 (machos e fêmeas), 1/12 a 31/12 (somente fêmeas) Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) 1/10 a 31/03 Mexilhão (Perna perna) 1/09 a 31/12 Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) (traineiras) 15/06 a 31/07 (recrutamento) e 1/11 a 15/02 (desova) Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhãonegro (Makaira nigricans)tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhãobranco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www.jornalmartimpescador. com.br (legislação)
TELEFONES ÚTEIS SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ................. 192 Corpo de Bombeiros ................ 193 Disque Denúncia ..................... 181 Polícia Civil .............................. 197 Polícia Militar ........................... 190 Sabesp .................................... 195 CPFL ..................................0800-0102570
Laje de Santos
Novo conselho gestor do Parque Estadual da Laje de Santos-PEMLS tomou posse dia 15 de agosto e dia 22 foi realizada a Oficina Participativa para a elaboração do Plano de Manejo do parque. A posse aconte-
ceu durante a 40ª Reunião de seu Conselho Consultivo, no Auditório do Centro de Visitantes do Parque Estadual Xixová-Japuí. As principais pautas da reunião foram a posse do novo Conselho para o biênio
Participantes da Oficina do Plano de Manejo
Nono Conselho Gestor do PEMLS
2018/2020 e a Elaboração do Plano de Manejo do Parque, com criação da Câmara Temática do Plano de Manejo que contará com a coordenação do conselheiro Fabio dos Santos Motta, eleito pelo Plenário. Na reunião foi feito o convite para a Oficina Participativa - Etapa Diagnóstico, da Elaboração do Plano de Manejo do PEMLS, que aconteceu dia 22. O evento contou com as apresentações do Núcleo de Plano de Manejo da Fundação Florestal, abordando a concepção do roteiro metodológico do Sistema Ambiental Paulista, e do Grupo Técnico de Participação Social da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, abordando a concepção metodológica para a participação social nos Planos de Manejo, e também a apresentação da Unidade de Conservação pelo seu gestor José Edmilson de Araujo Mello Junior, o Junior. O evento, aberto ao público, contou com a participação dos Conselheiros do PEMLS, da comunidade acadêmica, pesquisadores, mergulhadores, operadoras de mergulho, monitores ambientais, ONGs, entre outros. Além das apresentações, que ocorreram na parte da manhã,
foram abordados e discutidos temas como potencialidades e ameaças, convergindo em contribuições para o planejamento do diagnóstico da Unidade de Conservação. Todos podem contribuir com o processo de Elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Marinho Laje de Santos, participando das próximas reuniões e/ou através do portal www.ambiente.sp.gov.br/ consulta-planosdemanejo
José Edmilson Júnior, gestor do PEMLS, e o coordenador da CT Plano de Manejo, Fabio Motta
Laje de Santos: 25 anos O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos-PEMLS comemorou 25 anos dia 27 de setembro. Criado pelo em 1993 com uma área de 5 mil hectares, é um dos principais pontos de mergulho do estado. Para o gestor do parque, José Edmilson de Araujo Mello Jr, a criação do parque preserva uma região onde os peixes se alimentam e procriam, e pela observação de mergulho é possível constatar a riqueza de animais marinhos no local. Ele acrescenta que o ganho para o meio ambiente foi maior com a criação do Setor Itaguaçu em 2012, uma área de preservação de 55.800 hectares, onde o parque está inserido. As comemorações de aniversário foram realizadas na Universidade Federal de São Paulo,
campus Baixada Santista, iniciada com a palestra sobre Planejamento ambiental para mergulho sustentável em UCs-início dos estudos de caso Laje de Santos (Brasil) e Eliat (Israel) por Mabel Augustowski. Também foi realizada mesa redonda com mediação do professor Fábio Motta da Unifesp, contando com a presença de Ana Paula Balboni Coelho (Instituto Laje Viva), Fausto Pires de Campos (Instituto Florestal do ESP), Leo Francini (Instituto Laje Viva), Rodrigo Leão de Moura (UFRJ) e Tatiana Neves (Projeto Albatroz). O mês de setembro também foi festivo para o Parque Estadual Xixová Japuí, que completou 25 anos no dia 27. A comemoração aconteceu
na Sede Centro de Visitantes, Paranapuã (São Vicente) e Canto do Forte. Foram realizadas exposições
e oficinas de artistas e artesãos locais e apresentações culturais, musicais, educacionais e esportivas.
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Curso de Aquaviários em São Vicente
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Gélio Santos Souza, David de Oliveira e Rafael Genaro Neves foram homenageados pelo bom desempenho no curso Capitão Flaviano Carvalho com Luciana Cirila e Maria Aparecida Nobre, da Colônia Z-4, Beatriz Giacomini e Natalia Grilli
Alunos em frente à Plataforma Educativa Repsol Sinopec
A Plataforma Educativa Repsol Sinopec chegou à cidade de São Vicente com curso para pescadores artesanais. As aulas de Formação de Aquaviários Nível 1 (POP), ministradas pela Marinha do Brasil, aconteceram de 17 a 28 de setembro, com 30 alunos, encerrando a programação de 2018. O curso é gratuito e dirigido a pessoas que já atuam na profissão, mas precisam da carteira de pescador profissional para estar em dia com a documentação necessária. Com o diploma, os participantes recebem a Caderneta de Inscrição e Registro (CIR), exigida pela Marinha para exercer a
profissão de pescador em alto mar. Segundo a presidente da Colônia de Pescadores Z-4 em São Vicente, Maria Aparecida Nobre, a Nenê, a CIR dá direito ao pescador de pilotar as embarcações de pesca, complementando a licença de pescador (RGP) da Secretaria Geral de Aquicultura e Pesca. Gélio Santos Souza, 48 anos, pescador em São Vicente há 25 anos, está fazendo o curso e achou o projeto uma grande oportunidade em sua carreira profissional. Com a CIR ele está habilitado a pilotar embarcações de até 15 AB (Arqueação Bruta) em águas interiores. O Programa Repsol Sinopec
Brasil começou em 2009 e conta com os biólogos Natalia de Miranda Grilli e Lucas Barbosa como coordenadores de campo. “Em 2018 fomos para Bertioga, Peruíbe, Iguape, Cananeia e São Vicente”, explica Natalia. O programa existe desde 2009 e já esteve em 24 cidades do litoral dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, levando desenvolvimento para mais de 17 mil pessoas dessas comunidades costeiras. São oferecidos cursos gratuitos de qualificação profissional para pescadores e difusão de conteúdos relacionados ao meio ambiente,
Regina do Carmo, capitão Flaviano Carvalho, Silmara Casadei e Beatriz Giacomini
segurança e saúde para estudantes e comunidade em geral. O projeto da Plataforma Educativa é realizado em parceria institucional com o Instituto Costa Brasilis e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP). A programação conta ainda com a parceria da Marinha do Brasil - Capitania de Portos de São Paulo e AquaRio. Em São Vicente, o programa tem o apoio da Prefeitura. Na equipe técnica estão os Instrutores André Ribeiro, Ivo Lara, Demétrio Ramos de Carvalho, Cleonildo José dos Santos e Luciano Marques de Souza. Os supervisores do curso
foram 3º Sargento Felipe Moraes, 2º Sargento Flavio Plaza e a coordenadora Nayra Mobuzi de Souza. No encerramento do curso, dia 28 de setembro, os alunos receberam suas Carteiras de Inscrição e Registro. Estiveram presentes na cerimônia o Chefe do Departamento de Ensino Profissional e Marítimo capitão de corveta Flaviano de Oliveira Carvalho, a secretária do Comércio de São Vicente, Regina do Carmo, a secretária do Meio Ambiente, Silmara Casadei, e a coordenadora de Responsabilidade Social da Sinopec, Beatriz Giacomini.
Acordo com Ultracargo caminha para finalização Ministérios Públicos Federal e Estadual trabalham para redigir acordo geral de compensação de danos morais aos pescadores com a Ultracargo, que inclui moratória de pesca, projetos de infraestrutura para as comunidades e projetos de apoio à pesca. Após a finalização o documento será enviado à empresa para a formalização dos procedimentos. “Estamos numa reta final”, explica a promotora Flávia Maria Gonçalves do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA-BS). No prazo de três anos o Inquérito Civil se desenvolveu entrevistando pescadores para avaliar seus danos morais, realizou audiências
públicas e cadastrou mais de 2 mil pescadores de 15 comunidades com o apoio Instituto de Pesca/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do ESP e do Instituto Maramar. “Demos prioridade ao acordo para compensar os danos morais coletivos dos pescadores”, explica a promotora, pois existem outros inquéritos civis abrangendo o meio ambiente que deverão ser finalizados numa outra fase. Após a entrega do documento do acordo geral de pesca à Ultracargo, previsto para 17 de outubro, haverá um prazo para a empresa analisar e dar a concordância com os termos do acordo, e assinar o documento com o Ministério Públi-
co. Após esses procedimentos será feita a chamada dos pescadores para aderirem ao acordo da moratória. Já está preparada uma cartilha que será entregue no ato da adesão com mapas dos locais e meses onde irá ocorrer a moratória, que irá esclarecer toda proposta de adesão à moratória de pesca e será entregue ao pescador que assinar o acordo. A empresa também prepara um aplicativo onde serão armazenados os dados dos pescadores para registros dos pagamentos. Dos municípios onde serão desenvolvidas benfeitorias para os pescadores, Santos e Guarujá já deram seu aval. Aguarda-se ainda o aval de São Vicente e Praia Grande.
Promotores Flavia Gonçalves, Daury de Paula Jr e procurador Antonio Daloia em audiência pública
Histórico
Ministérios Públicos Federal e Estadual trabalham para negociar compensações para os pescadores sobre danos causados pelo incêndio ocorrido de 2 a 10 de abril de 2015 nos tanques de combustível da Ultracargo, no bairro de Alemoa, em Santos. Após nove dias de incêndio os prejuízos atingiram a atmosfera, a vegetação e o estuário, causando a morte de cerca de 8 toneladas de pescado. As negociações com a empresa vêm acontecendo com a abertura de inquérito no Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA-BS), do Ministério Público do Estado de São Paulo, com participação do Ministério Público Federal.
Roberto Pereira Borges, assessor do Ministério Público, fala com pescadores no Instituto de Pesca
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BOM JESUS
COLUNA
abençoa Ilha Diana
Go Green: atividades reúnem funcionários da DP World Santos em prol do Meio Ambiente A quinta edição da semana Go Green foi pra lá de especial, e a DP World Santos marcou presença em duas grandes atividades no primeiro final de semana da programação.
Ilha Diana, na área continental de Santos, ficou em festa para reverenciar seu padroeiro, Bom Jesus, dias 11 e 12 de agosto. Aberto ao público, o evento teve como ponto alto, a celebração de missa campal pelo padre Claudenil Moraes da Silva, da Catedral de Santos. Além de poder saborear as comidas típicas caiçaras feitas pelos próprios moradores, os visitantes puderam acompanhar o festival de futebol, apresentação da Cia Burucutu de Teatro de Itanhaém, Grupo de Fandango Manema de Iguape, e participar de oficinas das artesãs de Caruara. Os moradores, conforme a tradição realizaram uma missa especial só para a comunidade no dia 6 de agosto, dia do santo. A Festa de Bom Jesus da Ilha Diana é realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, e comunidade local em parceria com as secretarias de Esporte, Cultura, Segurança e Serviços Públicos, além do apoio da CET e da empresa DP World.
Visitantes da Ilha Catharina Apolinário
No sábado, dia 15 de setembro, cerca de 40 funcionários participaram do Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, data conhecida internacionalmente como “Clean Up Day” e que visa promover a limpeza do espaço urbano e conscientizar a população a respeito da importância da destinação correta dos resíduos sólidos. Os funcionários da BTP (Brasil Terminal Portuário) também fizeram parte dessa ação conjunta que uniu os dois terminais por um motivo mais do que especial: a preservação do Meio Ambiente. Juntos, os funcionários das duas empresas coletaram cerca de 180 quilos de resíduos e micro lixos. Já no domingo, dia 16, um evento diferente chamou a atenção da comunidade santista. Mais de 500 pessoas par-
ticiparam do Educabike, um passeio ciclístico promovido pela DP World Santos com o propósito de estimular o uso da bicicleta como meio de transporte diário. Por ser um meio de transporte mais limpo e sustentável e que também aumenta a qualidade de vida de quem o utiliza, a bike é uma alternativa viável ao carro. Além das ações em conjunto com a comunidade, a DP World Santos também promoveu ações específicas para os integrantes, como a Ecoleta, que envolveu a limpeza do manguezal ao redor do terminal, a Horta na Escola, que foi realizada junto aos alunos da UME Mario de Almeida Alcântara, e uma Introdução ao Manejo de Fauna Silvestre e Marinha no Instituto Gremar.
Grupo de Fandango Manema
Adriano grupo M
Festival de futebol
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworldsantos.com E.C. Diana
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Madalena ensaia seu adeus
A barca chega lotada de turistas em Ilha Diana
Depois de 23 anos dedicados à Prefeitura de Santos, a técnica em Meio Ambiente Madalena Panhoci prepara-se para se aposentar. Dezessete anos de seu trabalho foram dedicados à Ilha Diana, na área continental da cidade. Ligada à Secretaria Municipal de Serviços Públicos-Seserp, da Prefeitura Municipal de Santos, hoje é encarregada da zeladoria do bairro de Monte Cabrão, também na área continental. Nascida em 1955 na cidade de Pacaembu, no interior de São Paulo, já se considera uma santista. Ama muito a cidade onde mora, assim como ama a natureza e as comunidades onde trabalhou. “Ensinei e sobretudo aprendi muito. Deixarei e levarei saudades”, diz com alegria. Em seus projetos futuros está uma viagem à Espanha, para se encontrar com a filha Andressa, de 31 anos. A aposentadoria se concretiza em fevereiro e abre as portas para uma vida nova. “Obrigada, comunidade, a todos um grande abraço”, se despede Madalena, a querida Madá, como todos a chamam.
Conheça Ilha Diana
Rosangela Resende
Hélio e Terezinha
Procissão de Bom Jesus Rosangela Resende
Cia. Burucutu de Teatro Rosangela Resende
Patricia dos Santos
Uma das últimas comunidades de pescadores de Santos que conserva suas tradições, Ilha Diana é um passeio inesquecível. Em apenas 20 minutos, em trajeto de barco, chega-se ao local. Através do Projeto Vida Caiçara, pode-se fazer uma visita monitorada pelos próprios moradores, que podem mostrar e contar histórias do lugar. Patricia dos Santos e Elisa Maria da Silva Alves, pertencem a tradicionais famílias da Ilha e coordenam o projeto, baseado no turismo de base comunitária. A visita inclui passeio de barco com monitor local, com café da manhã, almoço, conversa com moradores para saber como o pescador vive, e conhecer seus instrumentos de pesca. O agendamento deve ser feito com antecedência pelo telefone (13)99741.8690. O grupo deve ter no mínimo 15 pessoas, e no máximo 40. O valor é de R$115,00 por pessoa. Saiba mais em: www.facebook.com/projetovidacaicara
São Cosme e Damião em Ilha Diana
Catharina Apolinário
Alves e o Manema
E.C. Unidos da Torre
Wanderley Gomes e os troféus do futebol
Como é tradição Terezinha e Hélio França receberam as crianças de Ilha Diana com muitas guloseimas para comemorar o dia de São Cosme e Damião dia 27 de setembro. Cosme e Damião são considerados santos, tendo nascido gêmeos e morrido por volta de 300 d.C. , e são protetores das crianças e Terezinha e Hélio fazem a festa de São Cosme e Damião na Ilha dos enfermos.
Travessia de barca
Nova República
Só Latão Futebol
Antônio Gomes, um dos fundadores do E.C. Diana
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COLUNA
O Porto na Comunidade
De aprendiz a estagiário: jovem morador da Ilha Diana conquista mais um passo na carreira Aos 19 anos, Matheus Eduardo conquistou a almejada vaga de estágio em um terminal portuário
Ingressar no mercado de trabalho não costuma ser uma tarefa fácil. Por isso, dar o primeiro passo como Jovem Aprendiz é uma grande oportunidade de adquirir novas habilidades e competência profissional para enriquecer o currículo. Este é o caso do jovem morador da Ilha Diana, Matheus Eduardo Hipólito Martim, de 19 anos, que começou a trabalhar na DP World Santos como aprendiz do setor de Compras, em 2017. Há cerca de um mês, ele teve a oportunidade de crescer em direção a carreira que
almeja seguir, e agora faz parte do quadro de estagiários da empresa. “Quando meu contrato de aprendiz estava próximo de terminar, fui contratado como estagiário”, lembra Matheus. E a mudança de cargo já trouxe novas, e maiores, responsabilidades e obrigações. Para o jovem estudante de logística, essas responsabilidades significam a confiança que os gestores têm em seu trabalho. “Hoje posso conversar com os fornecedores e tratar alguns assuntos diretamente com eles”, explica. Para Matheus, continuar se aperfeiçoando
é essencial. Além da faculdade de logística, ele planeja fazer uma segunda graduação em administração. Atualmente o jovem também cursa aulas de inglês, pois acredita que falar a língua é um requisito que influencia muito na carreira que escolheu. “Quero seguir crescendo e aprendendo cada vez mais”, comenta. E por falar em aprendizado, a troca de conhecimentos com os colegas de setor é constante. “Gosto muito de trabalhar no setor de Compras. Todos são muito legais e me ensinam coisas novas o tempo inteiro”, finaliza.
SETEMBRO/OUTUBRO 2018
COLUNA
Você conhece o Porto?
DP World Santos retoma as obras de dragagem de implantação no terminal
No mês de setembro, a DP World Santos deu início a mais um importante passo no projeto de movimentação de celulose em Terminal, localizado na margem esquerda do estuário de Santos: as obras de dragagem. O processo retira os materiais sedimentares depositados sobre os berços e acessos ao Terminal, com o objetivo de manter uma profundidade que permita o tráfego seguro das embarcações que atracarão na DP World Santos para esse projeto. A atividade tem previsão de aproximadamente 5 meses de duração e está aprovada pelos órgãos competentes e reguladores como o IBAMA pela Licença de Instalação nº 1232/2018, ANTAQ, Capitania dos Portos e CODESP. Além da obra de dragagem, o contrato firmado entre a DP World Santos e a Fibria para prestação de serviços de armazenagem e operação logística portuária para movimentação de celulose no Terminal, também prevê a construção de novas estruturas destinadas à armazenagem, movimentação e embarque de celulose até o final de 2020. Abaixo segue a área a ser dragada:
Unipar Carbocloro promove Workshop de Saúde, Segurança e Meio Ambiente
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DIVULGAÇÃO
Com a presença do secretário de Meio Ambiente de Cubatão, evento teve o lançamento de concurso voltado a estudantes
Pelo terceiro ano consecutivo, a Unipar Carbocloro realizou o Workshop de Saúde, Segurança e Meio Ambiente voltado para a comunidade de Cubatão (SP), em parceria com o Conselho Comunitário Consultivo (CCC) da empresa. O evento ocorreu dia 8 de agosto, com a participação do secretário de Meio Ambiente de Cubatão, Mauro Haddad. “Esta edição teve como tema principal o meio ambiente, com destaque para as ações de preservação e de sustentabilidade que a empresa vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos. A iniciativa reforça ainda mais o diálogo da Unipar Carbocloro com a comunidade através do CCC”, afirma Teodoro Pavão, gerente de
Workshop Meio Ambiente
Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade do Grupo Unipar. “Eventos como esse são importantes para fortalecer a integração da indústria e da prefeitura no sentido de multiplicar a conscientização e a educação ambiental de todos”, diz Patrícia Cristina dos Santos Barbosa, diretora de Saneamento e Gestão Ambiental da Prefeitura de Cubatão. Para sensibilizar os jovens, a Unipar Carbocloro lançou um concurso direcionado aos alunos do curso Técnico de Meio ambiente da ETEC Cubatão,
presentes no evento. O melhor projeto ambiental inscrito no desafio e selecionado pelos membros do CCC terá o apoio da empresa para ser executado. O workshop contou com a participação de 30 alunos de Meio Ambiente da ETEC Cubatão e 2 professores, representantes do CCC da Unipar Carbocloro, do NUDEC Jd. Costa e Silva e da Secretaria de Meio Ambiente de Cubatão, além do diretor executivo Industrial da Unipar Carbocloro, Willi Peter Nass, que realizou a abertura do evento.
O pescado da aquicultura combatendo a fome Hoje em dia, cada vez mais pessoas dependem da pesca e da aquicultura para a sua alimentação e rendimento, mas as práticas prejudiciais e a má gestão ameaçam a sustentabilidade do setor, adverte relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO. Segundo o relatório da FAO, em conjunto com a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS (2017), o Panorama de Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe indica que o Brasil é um dos países da América Latina que poderá alcançar o objetivo do Desenvolvimento Sustentável e Fome Zero até 2030, devido o país ter mantido o índice da fome inferior a 2,5% nos últimos anos. Segundo, Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, ”O Brasil é um país de referência em políticas públicas de combate à fome, mas para que continue no caminho certo e atinja a meta até 2030, é necessário que os investimentos em políticas públicas focadas às populações mais vulneráveis continuem acontecendo de maneira efetiva”. A publicação destaca, ainda, que depois de vários anos de melhoras progressivas, em 2016, cerca de 42,5 milhões de pessoas ainda não contavam com a quantidade suficiente de alimentos para cobrir suas necessidades calóricas diárias. Para enfrentar esta situação, a FAO e a OPAS recomendam aos países modificação no seu sistema alimentar visando impedir o avanço da fome e da má nutrição, dando atenção especial às pessoas, lares e territórios mais vulneráveis. A (FAO) afirma
que a aquicultura vem desempenhando um papel importante na redução da pobreza e insegurança alimentar em muitas partes do mundo, uma vez que 50% dos peixes consumidos no mundo deverão vir da aquicultura. No entanto, o documento ressalta que essa atividade não cresceu de maneira uniforme em todo o planeta e recomenda que os governos devam aumentar seus esforços para ajudar os pequenos produtores e incentivar essa prática em todo mundo, principalmente o Brasil por apresentar condições privilegiadas para contribuir com a segurança alimentar, devido o país dispor de mais de 8 mil km de costa e cerca de 12% da água doce do mundo. Dessa forma a aquicultura oferece um enorme potencial para responder à procura por alimentos associada ao crescimento da população global. A FAO estima que a pesca e a aquicultura sejam os sustentos de 10 a 12 por cento da população mundial. A expansão da aquicultura contribui para melhorar a dieta de muitas pessoas, particularmente em áreas rurais pobres, onde os alimentos muitas vezes carecem de nutrientes essenciais. Isto significa que a pesca e a aquicultura desempenham um papel cada vez mais importante para muitas economias locais. Outro fator que deve ser considerado para a garantia da segurança alimentar é o desperdício, pois se estima que 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos sejam perdidos ou desperdiçados todos os anos, o que representa cerca de um terço de todos os alimentos produzidos. Este valor inclui as perdas posteriores à pesca de
Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
captura, que tendem a serem maiores na pesca de pequena escala. Nesse tipo de pesca a perda de qualidade é na maior parte das vezes mais importantes do que as perdas materiais. É urgente a melhoria dos métodos de manipulação, de processamento e de adição de valor, mas também é essencial desenvolver as boas práticas, estabelecer parcerias, sensibilizar e desenvolver capacitações, políticas e estratégias para a garantia de pescado em quantidade e qualidade para alimentar a população. Embora a desnutrição aguda (baixo peso para a altura) tenha sido praticamente eliminada nos menores de cinco anos da região, 11% ainda sofrem desnutrição crônica (atraso no crescimento) e, vale a pena destacar que 7% das crianças sofrem com sobrepeso.
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Fandango em Festa: caiçaras se reúnem em Paranaguá A 9ª Festa do Fandango Caiçara em Paranaguá é uma das ações de salvaguarda do fandango, patrimônio imaterial desde 2012 Texto e fotos: Catharina Apolinário
As violas e rabecas afinando dão o tom da 9ª Festa do Fandango Caiçara de Paranaguá, realizada pelos grupos de fandango da Ilha dos Valadares com o apoio da Prefeitura Municipal de Paranaguá e do IPHAN, além de universitários e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná. O festejo, que reuniu fandangueiros de todo o Brasil, teve extensa programação cultural durante três dias (18, 19 e 20 de agosto) com oficinas de dança, rodas de conversa e baile de fandango até de manhã. Durante o evento houve ainda a oficialização do Comitê pela Salvaguarda do Fandango Caiçara. Diversos grupos e mestres tocaram e realizaram atividades na Praça Ciro Abaém e na sede da Associação Mandicuera, que preparou o tradicional Barreado. Outra iguaria gastronômica presente, a Mãe Cá Filha é uma cachaça com melado de cana, que carrega o nome de uma moda de fandango. Mas além das típicas comidas, a praça de alimentação contou com churrasco, cerveja artesanal local, pastéis, doces, queijos e salames, além de artesanato. Durante a abertura, Aorelio Domingues, da Associação Mandicuera, precursora da festa, afirmou que a ação é uma atividade de resistência. Em sua fala, o fandangueiro falou da necessidade da união dos caiçaras para fortalecimentos de suas lutas, seja no fandango, na pesca ou na questão do território. Revezando no palco e nas atividades propostas, fandangueiros e cirandeiros de Ubatuba, Paraty, Cananeia, Iguape, Guaraqueçaba, Peruíbe, Tarituba e Paranaguá. Para realizar a festa, a comunidade caiçara se organizou em mutirão, um resgate cultural em sua essência. A antropóloga e docente do Instituto Federal do Paraná, Patrícia Martins, é uma das organizadoras. “O mais importante da festa do fandango que tem se caracterizado em Paranaguá é esse caráter de intercâmbio que ela promove. A gente, com toda dificuldade, tem reunido expressões de todo o país. Quem vem para festa consegue ter uma dimensão de todos os estilos do fandango, uma mostra de cada lugar, de cada região”, afirmou. Peruíbe representado no Comitê de Salvaguarda do Fandango Caiçara O Comitê de Salvaguarda do Fandango Caiçara, criado com a participação das cidades reconhecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como sede do fandango caiçara, foi oficializado durante cerimônia. Os representantes de Peruíbe, Mestre Maurício Lima Alves, do grupo Manema, e Mestre Ciro Xavier Martins, estiveram presentes. Para Maurício, a participação é algo novo e muito honroso. “Me orgulho da minha cultura e fico feliz em poder participar. Participei de algumas reuniões durante a festa do fandango e estou aprendendo a atuar nestes grupos de mobilização que trabalham para manter nossa cultura viva”, afirmou.
Fandango batido
Mestre Aorelio e mestre Zeca em Paranaguá
Aorelio recebe educadores de Paranaguá
Mãe cá filha, nome da cachaça de melado de cana, e farinha de Paranaguá Mauricio e Ciro em Peruibe membros do comitê durante festa de Folia de Reis
A jornalista Catharina Apolinário e Diogo Lopes dançam a xiba Mandicuera, um projeto com crianças
Projeto de fandango com jovens
Oficina de xiba, uma dança caiçara
Rodolfo Vidal, violeiro e fandangueiro, membro do comitê representante de Cananeia, participou das reuniões e concluiu que o mais importante para o grupo é a união. “Para ter qualquer encontro, todo mundo vai ter que fazer um esforço, sem depender de recursos vindo de qualquer esfera, seja qual for. Mas eu acho que com o
tempo os resultados deste comitê chegarão nos municípios, para que eles possam realmente colaborar com a salvaguarda da cultura do fandango. O comitê vai ter essa responsabilidade de, neste primeiro momento, formatar algo para os municípios começarem a implantar, seja através de lei ou de outra forma”.
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Os peixes das águas cristalinas do Lagamar O turismo de observação subaquática é desenvolvido em Cananeia com comunidades tradicionais e apoio de professores e pesquisadores da Unesp, PUC e Instituto Florestal
Condutor local orientando visitantes
Pranchetas para identificar os peixes no mergulho Fotos: Domingos Garrone e Gabriel Raposo Silva de Souza
A sensação é de estar mergulhando num imenso aquário, lado a lado a diferentes espécies de peixes. As águas dos rios do Mandira e das Minas são límpidas, cercadas por uma vegetação exuberante da Mata Atlântica. A beleza do local deve atrair turistas para conhecer a região, que fica a cerca de 200 quilômetros de São Paulo. Ambos rios estão localizados na região do Lagamar, um estuário que tem origem à beira do mar e vai em uma linha sinuosa, dos municípios de Iguape e Cananeia (SP) e da Baía do Paranaguá (PR), e segue pela serra, em direção ao Vale do Ribeira. Alguns trechos compreendem a Área de Proteção Ambiental Cananeia-Iguape-Peruíbe (APA-CIP), o Parque Estadual Lagamar de Cananeia e a Reserva Extrativista do Mandira. Nestes mergulhos é possível contemplar, identificar e mesmo fotografar cada espécie, unindo o lazer a um aprendizado da natureza. “O projeto Peixes do Lagamar tem foco no desenvolvimento local baseado no turismo de base comunitária e no uso sustentável da biodiversidade”, explica o coordenador do projeto, o
Casal de acarás com filhotes podem ser visto no mergulho de observação
biólogo Domingos Garrone Neto, doutor em Zoologia e professor dos campi da Unesp de Registro e de São Vicente. “Desenvolvemos estudos com os peixes da região desde 2013”, acrescenta Garrone. As águas límpidas lembram a paisagem de Bonito, cidade de Mato Grosso do Sul, famosa pelo turismo de observação de peixes em seus rios. A diferença é que os peixes em Cananeia são bem pequenos, como miniaturas. A região é considerada uma das áreas mais ricas em biodiversidade do país, com extensos manguezais e inúmeros rios e riachos costeiros, além de sítios arqueológicos, cidades históricas e comunidades tradicionais. “Observamos aqui um potencial para turismo que pode acrescentar
desenvolvimento regional e valorização cultural sem deixar de lado novidades, e também gerar renda”, complementa Garrone, enfatizando que a atividade tem que ser feita de forma ordenada, para preservar o meio ambiente. Durante seis meses, moradores locais foram capacitados para receber os turistas, envolvendo a comunidade no projeto. Foram criadas pranchetas à prova d´água com fotos dos peixes presentes no habitat. O turista mergulha e pode identificar a fauna local. Para o biólogo Gabriel Raposo Silva de Souza, pesquisador associado ao projeto, existem peixes de riacho desconhecidos que podem ser observados nos mergulhos. Afinal, é preciso conhecer para conservar.
Domingos Garrone dá instruções antes do mergulho
Nessa empreitada, o projeto recebeu apoio financeiro do Instituto Linha D´água, que forneceu trajes, máscaras e snorkel para o mergulho, além de todo o financiamento necessário às ações de pesquisa e extensão. A observação subaquática é segura e realizada sob a supervisão de condutores especializados, em rios com profundidade média de 1,5 metros e temperatura de cerca de 23 graus no verão e 19 graus no inverno. Henrique Kefalas, oceanógrafo e coordenador executivo do Instituto Linha D´água, explica que o projeto tem um apelo inovador, forte na linha de negócios associados à conservação. “É um novo atrativo para a região”, complementa. “O envolvimento das comunidades locais é um dos pontos fortes de
nossas ações”, argumenta Garrone enfatizando o uso sustentável da biodiversidade em áreas protegidas, com valorização desta categoria de território. A comunidade do Quilombo de Mandira participa e também tem oportunidade de mostrar para os turistas a diversidade de sua culinária. Os passeios proporcionam o prazer de observar um ambiente de rara beleza e conviver com os moradores da região, conhecendo melhor sua cultura. Mais informações e reservas podem ser obtidas por telefone: (13) 99763-1056 (Mandira) e (13) 981259573/(13) 98125-9573/97410-0806 (Rio das Minas). Facebook.com/QuilomboDoMandira e http://www.sitioduasquedas.com.br
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Festa do Camarão na Moranga Saborear o delicioso camarão na moranga em Bertioga é uma experiência que ultrapassa os prazeres gastronômicos. A tenda onde a festa aconteceu fica na praia da Enseada, próxima ao Forte São João e à Casa da Cultura, o que proporciona visitas interessantes aos locais. Realizada há 25 anos na cidade, sob a organização da Colônia de Pescadores Z-23 de Bertioga, recebeu este ano, de 3 de agosto a 9 de setembro, cerca de 2.500 visitantes em cada fim de semana, incluindo sexta, sábado e domingo. O segredo do sucesso é um prato feito no capricho, sob a coordenação da Jô Santos, que há 15 anos colabora com a festa. Algumas novidades foram surgindo, explica Acácia Espírito Santo, uma das organizadoras do evento. “Hoje aproveitamos as sementes de moranga torradas para a confecção da farofa que acompanha o prato”, explica. Segundo o presidente da Z-23, João do Espírito Santo, o camarão-sete-barbas, usado para rechear a moranga, é comprado de pescadores locais, que garantem a qualidade do produto. A renda do evento é revertida em benefícios para os pescadores e subsistência da Colônia Z-23, como reparos e construção na sede e no portinho. Nesse ano parte da renda arrecadada no feriado de 7 de setembro foi revertida para a Apae de Bertioga. Além do apoio da Secretaria de Turismo, esporte e Cultura da Prefeitura de Bertioga, o evento contou com o patrocínio da Divena e Megaimagem.
Caldinho de camarão do Alaércio Alaércio Alves Lima, 48 anos, nasceu em Iguape, mas mora hoje em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. Componente do grupo de fandango Manema, aprecia a música tradicional caiçara e também a gastronomia. Mais jovem, participou de mutirões para fazer farinha de mandioca, e conhece bem todo o processo. Inclusive da famosa farinha manema, que dá nome ao seu grupo musical. Na cozinha gosta de improvisar um virado caiçara, com farinha de mandioca, arroz, caldo de feijão e ovo, que a filha adora. O caldinho de camarão também é uma delícia que pode ser servida como entrada para outros pratos. Caldinho de camarão Ingredientes: 2 litros de água / ½ kg de camarão-sete-barbas com casca (sem cabeça)/ 2 tomates picados/1 pimentão amarelo picado/3 dentes de alho picados/1 cebola picada/pimenta dedo de moça sem semente/Cheiro-verde/Sal/5 colheres (sopa) de farinha de mandioca peneirada Preparo: Cozinhar o camarão em 2 litros de água e sal por cerca de meia hora. Coar. Levar o líquido coado novamente ao fogo com todos os temperos. Deixar por mais 10 minutos, e depois bater no liquidificador. Levar novamente ao fogo e engrossar com a farinha de mandioca. Retificar o sal.
Alaércio aprecia a música e a culinária caiçara
Professor Maranhão deixa lacuna na história
Professor Maranhão (quarto da direita para esquerda) durante o lançamento de seu livro Gente do Mar na Unimonte
Um estudioso da História da Alimentação, o professor Ricardo Maranhão deixou um legado de pesquisas que enriquecem o conhecimento da culinária brasileira. Nascido em 1945, faleceu em São Paulo dia 7 de setembro. Criou, na Faculdade Anhembi-Morumbi, o curso de história da alimentação no Brasil, que deu origem ao Centro de Pesquisas em Gastronomia da Anhembi Morumbi, coordenado por ele. Seu livro Gente do Mar ganhou o prêmio Jabuti em 2015, falando sobre os costumes e culinária de nossos pescadores. Suas últimas pesquisas incluíam o estudo da cozinha paraense, que ele considerava como a mais antiga do Brasil. Uma pessoa alegre e expansiva, deixa saudades pelo seu jeito tão sincero de ser.