JORNAL MARTIM-PESCADOR 161

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SETEMBRO/OUTUBRO 2019 • Número 161 • Ano XV • Tiragem 3.000 exemplares

www. jornalmartimpescador.com.br

BOM JESUS Ilha Diana comemora a festa do padroeiro Bom Jesus. Págs.4 e 5 Pescadores artesanais reivindicam mudanças em leis de pesca. Pág. 3 Festa do fogo Sagrado na Aldeia Tabaçu Reko Ypy em Peruíbe. Pág. 7 Oficina de origami no Museu de Pesca de Santos. Pág. 6

Artesanato da Aldeia

Tabaçu Reko Ypy


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Nova diretora toma posse no Instituto de Pesca em Santos Dia 6 de setembro, a zootecnista Thais Moron foi empossada no cargo de diretora do Centro de Pesquisa do Pescado Marinho-Instituto de Pesca APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A pesquisadora científica tem especialização na área de Tecnologia de Processamento de Pescado e mestrado em Aquicultura e Pesca unidos à experiência desenvolvida durante quatro anos como diretora do Museu de Pesca. Respondem pela vice-diretoria do IP os pesquisadores Antonio Olinto Ávila da Silva e Ingrid Cabral. Segundo Thais, o Instituto de Pesca pode gerar, adaptar e transferir conhecimento científico e tecnológico para o agronegócio do pescado marinho, visando ao desenvolvimento socioeconômico e sustentável dessa cadeia de produção e ao avanço nas áreas de pesca, ma-

ricultura e tecnologia e qualidade/sanidade do pescado. Pode também atuar de forma multidisciplinar nas áreas de especialização institucional e desenvolver ações nas áreas de pesca, maricultura e tecnologia e qualidade/sanidade do pescado, com o suporte dos centros de excelência dos institutos de pesquisa da APTA. Na parte disciplinar, o IP oferece Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto que tem o objetivo de capacitar, científica e tecnologicamente, profissionais de nível superior nas áreas de Aquicultura e Pesca. Recomendado pela CAPES em 2004, é um dos poucos cursos de pós-graduação do país a reunir, em um mesmo programa, as áreas de aquicultura e pesca, direcionadas tanto para o ambiente marinho como continental.

Museu de Pesca em novos tempos

Aniversário do Parque Xixová Japuí

CRÉDITO ISAIAS MELIN

O Parque Estadual Xixová-Japuí (PEXJ) completa 26 anos em setembro. Por isso, organizou com os moradores do entorno uma série de eventos comemorativos que estão sendo realizados para fortalecer ainda mais a interação socioambiental. Algumas atividades já foram realizadas, entre elas: Remada Ecológica (Guardaria Babi Standup) na Praia de Paranapuã no período da manhã do dia 8 de setembro e, no período da tarde, uma visita monitorada com o roteiro histórico-cultural na Praia de Paranapuã (Equipe PEXJ). No dia 15 de setembro foi feita uma ação de limpeza de praia na Praia de Itaquitanduva em homenagem a Semana Mares Limpos 2019 (Instituto Aborígenes), além de visitas de escolas que realizaram atividades de educação ambiental nesse mês no Parque Estadual Xixová-Japuí. Para o fim de semana de 28 de setembro está programada Etapa de Surfe Treino Local das 8h às 16h (Projeto Surf Raízes) e dias 28 e 29 de setembro - Remada da Primavera no Canto do Forte das 8h às 12h (Remaforte). Por fim, acontece a atividade principal que será realizada no dia 28 de setembro no Centro de visitantes das 10h às 17h como: exposições, artesanatos, músicas, apresentações e brincadeiras. A sede do PEXJ fica na Av. Tupiniquins, 1009 – Bairro Japui – São Vicente / SP.

Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias na Praia de Itaquitanduva- Instituto Aborígenes

TELEFONES ÚTEIS

SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) 192 EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br

Corpo de Bombeiros .....193 Disque Denúncia ..........181

Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida

A diretora Thais Moron

“Museu vivo se auto-explica”, afirma Thais Moron, diretora do Museu de Pesca de Santos e do Centro de Pesquisa do Pescado Marinho-Instituto de Pesca. A pesquisadora se refere às últimas inovações introduzidas em cerca de 60% do acervo no local com a colocação de QR Codes, códigos de barras bidimensional que podem ser escaneados usando a maioria dos telefones celulares equipados com câmera, e podem assim obter informações mais detalhadas sobre as peças. O Projeto Caça ao Tesouro consiste numa visita divertida e educativa, em que os participantes buscam respostas pelo QR Code, e encontram uma surpresa no final da visita. A iniciativa conta com a patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola-FUNDAG, apoio do artista plástico Alexandre Huber e das monitoras ambientais Andréa Pontes e Bruna Raphaela da Silva. “Com o museu mais interativo é possível obter mais informações e aproveitar mais as visitas”, acrescenta Thais. O código pode ser acessado em vários itens do acervo. Na exposição de 15 arcadas de tubarões é possível saber mais sobre essas espécies através do QR Code. As arcadas foram doadas pelo professor Alberto Amorim, pesquisador do Instituto de Pesca há mais de 45 anos. As peças foram coletadas durante muitos anos de pesquisa e são úteis para leigos, profissionais e estudiosos da área de biologia marinha. O professor Amo-

Polícia Civil ...................197 Polícia Militar ................190 Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992

Sabesp .........................195 CPFL ...................0800-0102570

rim explica que as arcadas são muito importantes para aulas de identificação de tubarões e raias, especificamente para o gênero Carcharhinus que é identificado pelo quinto dente da arcada superior. Assim como a exposição de tubarões, grande parte do acervo do Museu está relacionado a trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores científicos do Instituto de Pesca. Portanto a visita ao local é uma verdadeira aula de biologia e educação ambiental. Escolas e grupos (com cerca de 5 a 20 pessoas) que queiram fazer visitas monitoradas ao Museu ou participar do Projeto Caça ao Tesouro podem agendar pelo tel: (13) 3261.5260/email: agendamentomuseu@pesca.sp.gov.br. O museu está aberto de quarta a domingo das 10h às 18h. Crianças até 6 e adultos acima de 60 anos são isentos. Estudantes: R$2,50. Inteira: R$5,00. Confira a programação no facebook

(Museu de Pesca do Instituto de Pesca) ou no instagram (museu_de_ pesca). O Museu de Pesca está localizado na av. Bartolomeu de Gusmão, 192, Ponta da Praia, Santos.

Museu de Pesca

O professor Amorim e a diretora Thais Moron na exposição de arcadas de tubarões

Jornalista Jornalista responsável: responsável: Christina ChristinaAmorim AmorimMTb: MTb:10.678/SP 10.678/SPchristinamorim@gmail.com christinamorim@gmail.com Fotos Fotoseeilustração: ilustração: Christina Christina Amorim; Amorim; Diagramação: Diagramação: cassiobueno.com.br; cassiobueno.com.br; Projeto Projeto gráfico: gráfico: Isabela Isabela Carrari Carrari - belacarrari@hotmail.com - icarrari@gmail.com Impressão: Impressão:Diário Diário do Litoral Litoral:Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia


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Manifesto aconteceu próximo ao Deck do Pescador em Santos

Pescadores artesanais fazem protesto no mar Uma manifestação com cerca de 30 barcos aconteceu em frente ao Deck dos Pescadores em Santos no dia 7 de setembro. Pescadores artesanais reivindicaram mudanças em leis de pesca que dificultam o exercício da profissão. O movimento, organizado por 15 colônias e associações de pescadores artesanais, aconteceu também em outras localidades, como o Canal de Bertioga e nas cidades de Ubatuba, São Sebastião, Cananeia e Ilha Comprida. Esta é a segunda manifestação feita pela classe este ano. As principais reivindicações são: - Publicação no Diário Oficial da revisão do artigo 6 da Instrução Normativa 12/2012. A proibição da

pesca de emalhe por embarcações motorizadas até a distância de 1 milha náutica (1852 m) a partir da costa passaria para 500 metros, que oferece mais segurança de navegação para barcos de pequeno porte. A mudança já foi tramitada na CPG Consultoria Jurídica e aguarda a publicação. - Revogação imediata da Instrução Normativa Ibama 166/2007 que regulamenta a pesca por rede de superfície (boieira). - Revisão da normativa 10/2011 pois os códigos de frotas elencados deixam a desejar em relação a pesca artesanal no Estado de São Paulo. Como exemplo autorização diversificada costeira que tem vários entendimentos dos petrechos permitidos dos órgãos

fiscalizadores. - Revisão da Portaria SUDEPE 56/1984, pois não condiz com a atual realidade da frota pesqueira. Desde a data de sua publicação houve uma evolução em relação a guincho, motor, tamanhos de redes, portas e à própria embarcação pesqueira. Em resposta à manifestação dos pescadores, pedindo maior atenção à categoria, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo disse que planeja a realização de um programa para atendimento ao setor, na mesma linha do Programa “Cidadania no Campo”. Algumas regulamentações de pesca têm sido discutidas no fórum da APA Marinha Litoral Centro, ligada

à Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, com participação de vários segmentos da sociedade. Em julho foi criado o Grupo de Trabalho Integrado de Emalhe das três APAS Marinhas do Estado de São Paulo para discutir demandas comuns e propor a regulamentação da pesca de rede de superfície (boieira) em nosso Estado. Nas reuniões os pescadores artesanais contextualizaram os conflitos envolvendo a Instrução Normativa IBAMA Nº 166/2007. Existem ainda Planos de Manejo da APA Marinha Litoral Centro (Santos, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe) e Litoral

Sul (Cananeia, Ilha Comprida e Iguape), que vão definir o uso das áreas, e já foram aprovados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) e aguardam a assinatura do governador João Dória. Falta apenas a finalização do Plano de Manejo da Apa Marinha do Litoral Norte, onde existem mais recortes, com mais especificidades. Segundo Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a expectativa é finalizar tudo ainda esse ano, mas se for necessário estender um pouco o prazo para ter um consenso, será feito. “O principal é ter um projeto que atenda todos os lados, o desenvolvimento da comunidade e do meio ambiente”, afirmou.

Monitoramento de tartarugas visa conservação de espécies ameaçadas Entre os dias 27 e 31 de agosto o Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR) realizou mais uma campanha de pesquisa de campo e marcação de tartarugas marinhas no litoral paranaense. A atividade dá sequência ao trabalho de monitoramento do comportamento e dos parâmetros de saúde de tartarugas-verde juvenis, feito desde de 2014 pelo REBIMAR com apoio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, em parceria com o Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR). "Após oito

Defesos Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 1/10 a 30/11 (machos e fêmeas), 1/12 a 31/12 (somente fêmeas) Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) 1/10 a 31/03 Mexilhão (Perna perna) 1/09 a 31/12 Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)

campanhas realizadas entre 2014 e 2018, podemos afirmar que as tartarugas-verdes juvenis, que ocorrem aqui no nosso litoral, vêm de 12 lugares diferentes, inclusive do outro lado do Atlântico, próximo à África. Elas vêm para cá anualmente para se alimentar, e alguns animais ficam mais de quatro meses aqui em nosso litoral”, afirmou a bióloga Camila Domit, coordenadora das atividades com tartarugas marinhas do REBIMAR. “Estas campanhas são fundamentais para compreender o comportamento destes animais no Litoral do Paraná e propor medidas mais eficientes de conservação ", acrescentou.

(traineiras) 15/06 a 31/07 (recrutamento) e 1/11 a 15/02 (desova) Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a

As tartarugas são marcadas e devolvidas ao mar

06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado

Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www.jornalmartimpescador.com.br (legislação)


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Festa do Bom Jesus

COLUNA Terminais do Porto de Santos se unem e realizam mutirão de limpeza na praia de Santos Iniciativa que recolheu quase 300 quilos de lixo foi liderada pelas empresas DP World Santos, Brasil Terminal Portuário, Ecoporto Santos, Ecopátio e Santos Brasil. Concorrentes no setor, mas aliados por uma causa maior. Foi esse espírito que uniu, pela primeira vez, os quatro maiores operadores portuários do Porto de Santos. Tudo isso por conta do Dia Mundial da Limpeza, conhecido internacionalmente como “Clean Up Day”, que aconteceu no dia 21 de setembro e integra as ações da campanha Go Green, um movimento global que tem como objetivo tornar as empresas mais sustentáveis, promovendo a conscientização sobre a responsabilidade ambiental. O Dia Mundial da Limpeza está atrelado aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e ocorre em mais de 150 países. Em Santos, a ação é realizada desde 2015, com o apoio da DP World e Brasil Terminal Portuário. Neste ano, a quarta edição ganhou ainda mais força com a entrada do Ecoporto Santos, Ecopátio e da Santos Brasil, além do apoio da Prefeitura Municipal de Santos, do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Instituto Mar Azul, entre outros parceiros. Mais de dois mil voluntários participaram da coleta de resíduos, somando funcionários das empresas, famílias, ONGs, estudantes e outras instituições. O mutirão concentrou-se na Praça das Bandeiras, no Gonzaga, onde receberam instruções, e os acessórios para separar cada tipo de resíduo. De lá, os voluntários seguiram pela faixa de areia, em direção à Ponta da Praia.

Ao todo, foram recolhidos cerca de 300 quilos de microlixos, entre tampas e lacres de bebidas, canudos, pedaços de isopor e, principalmente, bitucas de cigarro. Somente nesta edição, foram recolhidas mais de 7 mil bitucas. Todo o material foi contabilizado e encaminhado para a destinação adequada. Dallas Hampton, Diretor Presidente da DP World Santos, enaltece a parceria das empresas e destaca que, apesar da concorrência no setor, todos tem como objetivo comum buscar um mundo mais sustentável. “Por meio do Go Green estamos estimulando uma reflexão na sociedade. Queremos que as pessoas compreendam que os pequenos gestos podem ajudar a transformar o planeta”, comenta.

OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworldsantos.com

Moradores de Ilha Diana, na área continental de Santos, celebraram o dia de seu padroeiro Bom Jesus. Dia 6 de agosto a comunidade participou de procissão marítima e terrestre e missa celebrada pelo padre Claudenil Moraes. Dias 10 e 11 de agosto os moradores receberam visitantes para conhecer as belezas da Ilha, curtir música e apreciar o festival gastronômico, que teve como ponto forte a tainha assada na brasa. A festa contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Santos e DPWorld. Ilha Diana pode ser apreciada o ano todo. Quem quiser conhecer o local é só pegar a barca que sai do Centro de Santos e em 25 minutos chega ao seu destino. Os horários da barca estão em www.cetsantos.com.br. Outra opção é contratar um passeio monitorado pelos próprios moradores que irão contar histórias do local e levar os visitantes conhecer o mangue de barco, dentro do Projeto Vida Caiçara. São servidos café da manhã e almoço. Mais informações: (13)974083130 (Elisa)/(13)99741.8690 (Patrícia).


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A MORATÓRIA DE PESCA CONTINUA VEJA AS PROIBIÇÕES DE OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO PARA OS PESCADORES QUE ASSINARAM A MORATÓRIA (MARCADAS EM AMARELO NOS MAPAS)

PROIBIDO PEGAR: ROBALO ONDE E QUANDO: NAS ÁREAS DE CABECEIRAS DOS RIOS, Cubatão EM OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO.

Guarujá

Largo do Caneú

PROIBIDO PEGAR: CAMARÃO-BRANCO E O CAMARÃO-SETE-BARBAS NO MAR ONDE E QUANDO: NA ENSEADA DO GUAIUBA E EM TORNO DA ILHA DA MOELA (ATÉ 200M), EM OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO.

Largo Santa Rita

Guarujá Ilha da Moela

200 m

Ilha da Moela

Ponta do Monduba

Ponta do Monduba

Baía de Santos

200 m 200 m

Santos

Santos

Largo do Candinho

Rio Trindade

São Vicente

Guaruja

Ponte Pénsil

Canal de Bertioga

Santos Guarujá

5m

¡rea de pr·tica de manejo para a espÈcie

PROIBIDO PEGAR: CARANGUEJO-UÇÁ 1 ano. ONDE E QUANDO: NO MANGUE NA PARTE DO CANAL DE BERTIOGA ATÉ O LARGO DO CANDINHO, NO LADO DE SANTOS, EM OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO.

Rio Itapanhaú

5m

5m

Bertioga

Serra do Mar

5m

Fortaleza da Barra

Santos Iriri

Ponte Domenico Rangoni

Guaruja

COMUNICADO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SP-GAEMA/BS E MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL-SANTOS clarações entregue, sendo excluídos os pedidos que apresentaram auto declarações com um ou mais itens abaixo especificados: a) sem firmas reconhecidas ou indicando duas testemunhas que não constavam da lista de pescadores já cadastrados anteriormente;

Barra do Canal

Não permitido coleta out | nov | dez

PROIBIDO PEGAR: SIRI-AZUL E SIRI-PATOLA ONDE E QUANDO: NAS ÁREAS RASAS (ATÉ 5M) E NAS BOCAS DAS BARRAS DE SANTOS E SÃO VICENTE, EM DEZEMBRO.

Comunicamos que foram acolhidos pela empresa Tequimar na segunda listagem os pedidos de inscrições ao Programa de Manejo de Pesca feitos dentro do prazo de inscrição e, somente para aqueles que atenderam aos requisitos objetivos especificados no item 5 do termo de autode-

Legenda

200 m

Praia Grande

5m

Guaruj·

b) sem comprovante de endereço válido do inscrito na região de atendimento do programa; c) sem algum documento comprovante do exercício da atividade de pesca artesanal; Importante lembrar: 1 - as fases de inscrição

e avaliação foram encerradas; 2 – mesmo pescadores inscritos e aceitos nas duas listagens ainda poderão ser excluídos caso deixem de cumprir as regras do programa ou que se comprove não serem pescadores por denúncia acompanhada de prova.

Largo do Candinho Marina

PROIBIDO PEGAR: SURURU, BICO DE OURO, BICO-DE-PRATA E PRETINHO ONDE E QUANDO: DO LARGO DO CANDINHO ATÉ A MARINA EM Enseada OUTUBRO, NOVEMBRO do PerequÍ E DEZEMBRO.

Histórico GAEMA – Grupo de Atuação Especial de De 17/06 a 17/07 e de 2/9 A 6/9 aderiram à moratória de pesca cerca de 2 mil pescadores de 15 comunidades afetadas pelo incêndio no Terminal Exportador de Álcool de Santos (Teas) ocorrido em 2015. A moratória suspende a captura de cerca de 12 espécies no período de um ano na área de estuário de Santos afetada pelo incêndio para a recuperação ambiental do local. O pescador que não pescar nessa área recebe um salário mínimo paulista mensal durante esse período, podendo pescar em outras áreas. O acordo é resultado de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) Parcial firmado em 15 de maio de 2019 entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público de SP com o Terminal Químico de Aratú (Tequimar), tendo como anuentes o Terminal Exportador de Álcool de Santos- Teas e as empresas Ultracargo, Ultrapar e Raízen Energia.


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Todos levaram seu peixinho para casa

Oficina de Origami faz parte da Semana do Pescado Uma oficina de origami para crianças reproduzindo imagens de peixes encerrou as comemorações da Semana do Pescado no Museu de Pesca de Santos dia 14 de setembro. Além do lado artístico do trabalho, o objetivo foi a valorização do pescado na alimentação, chamando a atenção de jovens e crianças para seu consumo no intuito de formar novos consumidores. A Semana

do Pescado aconteceu de 4 a 14 de setembro com roda de conversa sobre peixes não convencionais (Penacos) com chefs, jornalistas e pesquisadores científicos, e também oficina gastronômica com degustação destas espécies, feita por renomados chefs da região. Na abertura da oficina de origami a bióloga e pesquisadora científica do Instituto de Pesca,

Rúbia Yuri Tomita, falou sobre os benefícios do consumo do pescado, explicando ainda que mesmo o pescado considerado gordo ainda é mais magro que a carne bovina. Sobre a delicada arte do origami (ori dobrar, kami-papel) que reproduz seres e objetos através de dobraduras, a pesquisadora esclareceu que nasceu na China por volta do século I e foi introduzida

nas escolas do Japão entre 1868-1912. Rúbia ensinou as crianças a reproduzir a imagem de um tubarão e de uma carpa. Trabalharam na equipe de apoio da oficina a monitora ambiental Andréa Pontes e as estagiárias da Tecnologia do Instituto de Pesca Leticia Dias, Giovanna Nakamura, Luana Gaspar e Isabella Garcia.

O pescado na alimentação escolar

Rubia exibe os origamis.

E um pequeno ...se transforma pedaço de papel.... num peixinho!

em Peruíbe

É inquestionável a imporção de bons hábitos alimentares tância de uma alimentação e complementação de carências equilibrada para as crianças, nutricionais, pois uma criança por esta promove a saúde e mal alimentada ou em jejum previne as doenças associadas pode ficar sonolenta prejudicanà má alimentação e desnutrição do seu desempenho em sala de infantil. Conforme a afirmação aula e rendimento escolar”. A do Programa de Alimentação FAO afirma que entre os produEscolar - PAE (2006) “a alimentos de origem animal o pescado tação é fundamental para uma tem se destacado como um alieducação de qualidade e sucesso mento importante para população dos alunos, pois a idade escolar, em geral. Isto porque a carne de assim como, outras etapas do peixe traz muitos benefícios à crescimento e desenvolvimento saúde, tanto dos adultos quanto infantil devem dispor de uma das crianças, devido apresentar alto Augusto Pérez Montano alimentação saudável”. valor nutricional: rico em proteínas Médico Veterinário, membro É durante o período escolar, e nutrientes como cálcio, potássio, da Comissão de Aquicultura que a população infantil irá selênio, ferro, iodo, vitaminas A, D do Conselho Regional de formar hábitos alimentares de e do complexo B, além de ômega-3. Medicina Veterinária do maneira gradual e desenvolverEste último elemento é fundamental Estado de São Paulo -se nas áreas social, cognitiva para o desenvolvimento do sistema e emocional. Por isso a impornervoso das crianças, o que propicia tância de uma alimentação bem adequada durante um processo mais rápido de aprendizagem e a atividade a permanência na escola, ressaltando que outros mental. Portanto o efeito do pescado é positivo, além fatores colaboram para o sucesso do aprendizado. de melhorar a alimentação auxilia no desenvolvimento Porém, as práticas alimentares inadequadas ad- físico e intelectual infantil. Apesar de existir coerência quiridas devem ser corrigidas, respeitando-se os na afirmação que a inclusão do pescado é importante valores culturais e sociais. É importante ressaltar na alimentação escolar, várias barreiras interpõem que a formação dos hábitos alimentares inicia-se nesta ação: dificuldades financeiras ou burocráticas logo ao nascer, sendo posteriormente moldada, na compra do pescado, preço alto, qualidade insupor: fatores genéticos, disponibilidade de alimen- ficiente, sabor desagradável e odor forte, presença to, nível socioeconômico, influência da mídia e de espinhos, além da indisponibilidade do produto necessidades do ser humano. Segundo o programa no varejo que nem sempre está presente da forma acima - PAE “a escola é o local ideal para a forma- que o consumidor deseja.


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Tabaçu Reko Ypy

CATHARINA APOLINÁRIO

Festa do Tataruçu Katu, o fogo sagrado

Artesanato da Aldeia

Itá Mirim (direita) e a mãe Kunhadju

Artesanato indígena

GUILHERME APOLINÁRIO

Em Peruíbe, a Aldeia Tabaçu Reko Ypy comemorou a festa do Fogo Sagrado dias 3 e 4 de agosto. Os moradores, liderados pela morubixaba Itá Mirim e seu marido Cleiton Werá, mostram assim seu desejo de manter as tradições de seu povo. “Cessar e reacender o elemento fogo dado para nós há muito tempo é uma forma de revitalizar a energia de união da coletividade, a força e renovação espiritual e cura” afirmou Itá Mirim. “Revivemos e apagamos e os anciãos reacendem todos os anos na lua nova de agosto pedindo para que o céu

O pajé e a jornalista

mande novamente o fogo sagrado”, acrescenta. Além da cerimônia do Fogo Sagrado, foi possível apreciar os esportes tradicionais indígenas, canto e dança tupy guarany, artesanato e comidas típicas. A aldeia tem seu foco no resgate de seus valores e desenvolvimento do turismo de base comunitária. Assim, de acordo com Newton Rodrigues – extensionista da CATI, os indígenas conseguiram acessar recursos previstos no Programa Microbacias II da CATI/Banco Mundial para a construção de cabanas para recepção de turis-

Cerimônia do Fogo Sagrado

tas. Segundo Rodrigues o projeto foi construído com a participação dos moradores da aldeia. “O trabalho é um exemplo de economia solidária e resgate de uma cultura tradicional”, acrescenta. Interessados em conhecer a aldeia (grupos de no mínimo 20 pessoas) podem agendar a visita pelo telefone: (13) 996584168. Mais informações: http://vivaokatur.blogspot.com.br/https://www. facebook.com/aldeia.t.rekoypy/instagram: @aldeia.try/ email:vivaokatur@gmail.com

O Petynguá e a cura dos homens e mulheres Sento em frente ao computador para escrever o meu relato, não sem antes acender meu Petynguá e por toda casa espantar os maus espíritos. Lembro da celebração da Consagração do Fogo Sagrado na Aldeia Try, em Peruíbe, quando vi o Pajé Pitotó carregando três cachimbos lindos em suas mãos. Fico com um dos cachimbos e a promessa de uma orientação sobre como usá-lo. Durante o ritual o Pajé coloca o meu cachimbo ao lado do Fogo Sagrado e naquele momento ele avisa: “a consagração já começou”. Após a belíssima cerimônia, entrega o cachimbo com muito respeito. Já à noite, o Pajé me convida a sentar ao lado do fogo no centro da Aldeia, em meio à Mata Atlântica. Eu sento no chão atenta e ele me conta sobre sua relação com Nhanderú, o deus pioneiro, o que criou tudo. O Pajé me explica sobre o poder de cura do Petynguá. A cura é da alma e do corpo. Pitotó conta uma

experiência pessoal, quando ficou com suas pernas paralisadas. Após orações e diálogos com Nhanderú – ele garante que a conversa é simples - o Pajé pergunta como seguirá sua missão de curar as pessoas pelo mundo se não puder andar? A resposta é simples: “Cura-te a ti mesmo Pitotó. Pois eu não te dei o Petynguá?”. O Pajé então ministra sua própria cura. Em seu relato, conta que Nhanderú compara o Petynguá ao cajado de Moisés, sim, da Bíblia Católica, história que se encerra com Moisés salvando seu povo por com o poder do cajado. O Pajé Auá Dju Pitotó começou a pitar o Petynguá quando iniciou sua busca pela espiritualidade. Viajou pelas aldeias pelo Brasil aprendendo com os mais velhos que o Petynguá tem muita força espiritual. A fumaça (tatátiná reko atsy - fumaça sagrada) leva até o trono de Tupã. Ele nos mostra toda sua plenitude, força, poder e mistérios. O

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Petynguá é reverenciado ainda por ensinar os milagres da cura, libertação, renovação, purificação. Mas é preciso respeitar suas regras. O Pajé me alerta que não devemos usar onde houver álcool. Que pitar não é fumar. E o alerta dos ancestrais é que o cachimbo sagrado tanto pode fazer o bem como o mal. Por fim o Pajé faz uma reza sobre minha cabeça, lembra que o Petynguá é um objeto de muito respeito e fala da missão de quem o porta. Ao lado, três ou quatro jovens índios tocam violão despretensiosamente ao redor do fogo, cantando um hino Guarany: Oreru Nhamandú Tupã Oreru (Nossos Pais São o Sol e o Trovão). O canto do Pajé é uma conexão de sua comunidade com os espíritos e seres da floresta. Catharina Apolinário é fotógrafa, guia de turismo, produtora de conteúdo digital e pesquisadora de povos e comunidades tradicionais


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Festa do Camarão na Moranga em Bertioga

João Espírito Santo, Rodrigo e Acácia

De 2 de agosto a 8 de setembro a Festa do Camarão na Moranga agitou a cidade de Bertioga. O evento acontece há 26 anos sob a coordenação da Colônia de Pescadores Z-23

Jô Santos há 15 anos no comando da cozinha

de Bertioga e apoio da Prefeitura Municipal de Bertioga. Segundo João Espírito Santo, presidente da Colônia, o camarão-rosa e o sete-barbas vêm direto dos pescadores locais,

O prefeito de Bertioga Caio Matheus (ao fundo à esquerda), o ex-prefeito de Ilhabela Toninho Collucci, Rodrigo e João Espírito Santo, ex-prefeito de Bertioga Mauro Orlandini e Ribas Zaidan

sendo um produto de alta qualidade. O prato é feito no capricho sob a orientação de Jô Santos, que há 15 anos colabora com a festa. Acácia Espírito Santo, uma das organizadoras

do evento, acrescenta que a farofa também tem um toque especial, feita com as sementes torradas das morangas. A festa reuniu cerca de 2 mil pessoas em cada fim de semana do evento.

Bolo de Tapioca bem baiano A tapioca, derivada da farinha de mandioca, é um elemento básico da cultura brasileira. A baiana Léa, nascida em Canavieiras, nos ensina

a fazer um dos bolos favoritos da família. Seus dois filhos, Larissa de 14 anos e Mateus, de 12, são fãs dos doces que a mãe faz. O marido, o

australiano Shawn Anthony Wallace, guia de pesca esportiva, vivendo no Brasil há mais de 18 anos, gosta também dos bolos de chocolate que

Lea e Shawn com filhos (ao lado) e sobrinhos (ao centro)

Léa faz. Afinal Canavieiras ficou conhecida por suas fazendas de cacau, uma especialidade da terra, e o chocolate da Bahia é famoso. Hoje vamos passar a receita do bolo de tapioca. Bolo de tapioca de tabuleiro Ingredientes: 1 xícara (chá) de tapioca granulada/100 g de coco ralado/3 xícaras (chá) de leite de vaca/1 garrafa de leite de coco (200 ml)/3 claras batidas em neve/3 gemas/1 pitada de sal/2 xícaras (chá) de açúcar/1 colher (sopa) de manteiga ou margarina Preparo: Juntar o leite de vaca ao leite de coco. Esquentar a mistura numa panela. Reservar. Misturar a tapioca com coco ralado numa tra-

vessa e acrescentar o leite misturado, mexendo bem. Deixar descansar por 1 hora para a massa crescer, mexendo de pouco em pouco. Untar uma forma retangular (cerca de 23 x 35 cm) com margarina e farinha de trigo. Reservar. Após 1 hora de descanso, bater 3 claras em neve e reservar as gemas. Misturar à massa de tapioca as gemas, o sal, o açúcar e a manteiga. No final, acrescentar a clara batida, mexendo bem com uma colher. Levar ao forno e deixar por cerca de 40 minutos em fogo a 200 graus. Aumentar para 230 graus e deixar mais cerca de 10 minutos para a massa dourar. Tirar do forno, soltar as beiradas e deixar esfriar um pouco. Cortar em quadradinhos e servir.


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