JORNAL MARTIM-PESCADOR 166

Page 1

JULHO/AGOSTO 2020 • Número 166 • Ano XVI • Tiragem 3.000 exemplares

São Pedro

www. jornalmartimpescador.com.br

DA

BE M D E

TI

CU I

entre nós

Os barcos dormem no cais, Procissão adiada, vida adiada, Mas esperança, jamais! Para manter sustento, Eu pulo, Reinvento E São Pedro que vive entre nós Desata os nós da vida Em nossas redes Dois mil e vinte O mundo decidiu parar Mas o sol, a lua e os homens Seguiram em acreditar Que menino jogando bola, Família em eternos abraços Beijos selando os laços Tudo isso vai voltar Chris Amorim

Dimas Gianuca

Susan Hortas

São Pedro é lembrado em orações, sem missas e procissões, devido à pandemia, na Vila dos Pescadores em Cubatão. A ação foi coordenada pelo Instituto Socio Ambiental Cultural-ISACVP. Págs. 4 e 5

Novo Mercado de Peixes de Santos é inaugurado em julho

Projeto Albatroz completa 30 anos

Eliana Diniz faz o peixe assado com pirão de camarão à moda caiçara

Arroz doce sem lactose feito pela gastrônoma Andressa Panhoci Paulo


2

JULHO/AGOSTO 2020

Pescadores artesanais Apa discute regulamentação da trynet pedem mudanças na IN 166 O uso da trynet em embarcações pode se caracterizar como infração. o tamanho mais adequado da trynet de junho solicitações a representantes da Secretaria de Aquicultura e Pesca, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA. Além da mudança dos artigos 2 e 3, foram feitas sugestões como tipo de malha mínima e máxima, comprimento de rede, limite de profundidade, organização de um sistema simples e de fácil aplicação de coleta de dados abertos e proposta de zoneamento que defenda pescadores com menor poder de pesca em áreas mais rasas. A proposta foi construída num processo coletivo de Cananeia a Ubatuba, incluindo 13 colônias de pescadores e a Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado de São Paulo, com assessoria técnica do oceanógrafo Fabrício Gandini da Ong Maramar. Durante a reunião virtual do GT Emalhe Integrado dia 8/7, representantes das APAs afirmaram que o pescador tem sua autonomia em enviar suas propostas, mas é sempre importante que seja uma proposta conjunta para que o tomador não veja divergência nas posturas. Também referendaram a necessidade de continuar os trabalhos com transparência. Dentro da evolução dos trabalhos do GT Integrado de Emalhe das APAs foram estabelecidas novas pautas como conflitos de pesca e definição de uso de território, realização de proposta coletiva para a consulta pública da IN 12, que fecha em 25 de agosto. A próxima reunião do Conselho Gestor da APAMLC será dia 18 de agosto das 13h30 às 17h na plataforma de videoconferência do zoom. Os assuntos em pauta serão: CT Pesca: andamento dos trabalhos dos GT Integrado de Emalhe das Apas Marinhas e CT Pesca da APAMLC sobre a regulamentação da trynet, apresentação do Projeto Mundo Sustentável-Ilha dos Arvoredos-Instituto Nova Maré-INMAR e PM Guarujá, Apresentação do Projeto Desafios para a efetividade de gestão de Áreas Marinhas Protegidas do Brasil: um estudo de caso do Mosaico do Litoral de SP- UNIFESP, Licenciamento Ambiental.

TELEFONES ÚTEIS

SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) 192 Disque-Saúde-136 (Informações sobre coronavírus/Aedes aegyti/ Deixar de fumar/febre amarela/aplicativos do SUS) Corpo de Bombeiros ..... 193 Disque Denúncia .......... 181 Polícia Civil ................... 197

Polícia Militar ................ 190 Sabesp ......................... 195 CPFL ...................0800-0102570

de pesca de camarão-sete-barbas foi o tema de discussão online da 55a Reunião Ordinária da Câmara de Pesca da APA Marinha Litoral Centro-APAMLC dia 30 julho. O aparelho consiste numa réplica em tamanho pequeno de uma rede de arrasto. O nome vem do inglês try (amostra) net (rede), e funciona como uma rede de amostragem pelo pescador. Os pescadores definem como uma sonda para evitar capturas indesejáveis, como a de camarão miúdo. A necessidade da regulamentação surgiu porque a fiscalização acredita que, apesar do tamanho menor, a trynet possa ser considerada uma terceira rede, e seu uso

é independente o tamanho do barco. Seguiu-se debate com pescadores e representantes do setor público e privado. Uma das conclusões para a regulamentação trynet foi o tamanho máximo do petrecho. Concluíram que a tralha superior da trynet deveria apresentar o comprimento máximo de 2 m. Seu uso pode ser feito por determinados períodos, concomitante ou não com o uso da rede de pesca. O assunto ainda será discutido no fórum da APAM Litoral Sul e da APAM Litoral Norte. Haverá ainda uma reunião conjunta para discutir as propostas das três APAS, e estabelecer as regras mais adequadas.

Pescadores fizeram uma exposição de como utilizam o petrecho e sua utilidade para uma pesca mais seletiva. Os pesquisadores do Instituto de Pesca APTA Marinha, Gastão Bastos e Luiz Miguel Casarini, apresentaram um parecer técnico sobre a trynet. Os especialistas avaliam que usado de forma e tamanho adequado o aparelho ajuda a avaliar o tamanho do camarão a ser pescado numa determinada área, diminuindo assim o impacto e reduzindo o esforço. Acrescentaram que seu uso deve ser feito fora de áreas de pesca proibidas e épocas de defeso. Consideram também que como a finalidade é apenas de sondar a área,

30 anos de Projeto Albatroz

O aniversário do Projeto Albatroz, dia 17 de julho, foi celebrado com uma série de eventos. Entre eles, AlbaTalks, contação de histórias para crianças e lançamento do vídeo “30 anos do Projeto Albatroz”, uma criação do Coletivo Jovem Albatroz, no fb.com/palbatroz e youtube. com/projetoalbatroz. O objetivo do projeto, patrocinado pela Petrobras, é reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis, aves oceânicas ameaçadas de extinção. Atualmente, Tatiana Neves, coordenadora geral e fundadora do Projeto Albatroz, é vice-presidente do Comitê Assessor do Comitê Assessor do Acordo

Dimas Gianuca/Projeto Albatroz

Instrução Normativa Ibama 166 editada em 2007 cria dificuldades para pescadores artesanais. Ela determina que a chamada rede de emalhe de superfície (rede boieira) deva estar a pelo menos a dois metros abaixo da superfície e a uma profundidade superior ao dobro da largura da rede, o que acaba colocando os pescadores minimamente para fora de 20m. A justificativa é que a regra foi projetada para evitar a captura de tartarugas e toninhas. No entanto, os pescadores explicam que que o método empregado por eles é o da pesca assistida, evitando assim a captura incidental. Ou seja, o pescador está sempre atento, e no caso de animais como tartarugas e toninhas se enroscarem, podem ser libertados. Outra queixa é de que em certas localidades têm que pescar entre 20 a 30 metros de profundidade. Como a tainha é um peixe que vem por fora e pelas encostas nas praias, fica difícil pescá-la, assim como a sororoca e a guaivira. A insatisfação dos pescadores com a IN IBAMA 166 vem desde a edição da lei em 2007 e gerou a criação do Grupo de Trabalho de Emalhe Integrado em 2019, dentro da APA Marinha Litoral Centro, Norte e Sul com a participação de pescadores, representantes da sociedade civil e governamental. O propósito é a construção conjunta de propostas de regramentos que resolvam os conflitos gerados pelas normativas federais que dispõe sobre o emalhe, com foco na IN IBAMA n° 166/2007, unindo o conhecimento técnico-científico com os saberes do setor da pesca artesanal. Aconteceram em 2019 quatro reuniões organizadas pelas três APAS em 31/7/19, 3/9/19, 7/11/19, 17/12/19 com apresentações de trabalhos científicos descrevendo as pescarias e debates sobre o assunto. Após interrupção devida à pandemia, as reuniões do GT Integrado de Emalhe das APAMs foram retomadas dia 8 de julho (quinta reunião) de forma virtual. Na ocasião, pescadores artesanais que participaram da reunião comunicaram ter entregue dia 24

Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis-ACAP. Por conta da atuação intensa do Projeto no acordo, o Brasil é signatário desde 2008. O objetivo maior do

ACAP é garantir que os 13 países membros adotem planos de ação nacionais para alcançar um estado favorável para a conservação dessas aves migratórias.

Situação da Covid-19 no Brasil até dia 29 de julho de 2020

Até dia 31 de julho

Total de casos: 2.552.265

Total de casos: 2.662.485

Óbitos acumulados: 90.134

Óbitos acumulados: 92.475

Óbitos novos (registrados em 24h): 1.595

Óbitos novos (registrados em 24h): 1.212

Letalidade: 3,5% Disque Saúde: 136

Letalidade: 3,5% Fonte: site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/covid)

Para sua proteção contra a Covid-19 é básico usar máscara e manter distanciamento, além de seguir as seguir as regras básicas de higiene, como lavar bem as mãos e alimentos. EXPEDIENTE

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 www.jornalmartimpescador.com.br Fone: (013) 3261-2992 Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 - Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida


JULHO/AGOSTO 2020

Susan Hortas

Inaugurado Mercado de Peixes

O ambiente é climatizado

Dia 18 de julho, o Novo Mercado de Peixes foi inaugurado em Santos. São 20 boxes em área coberta com 2 mil m2 que oferecem uma grande variedade de frutos do mar. Há também duas lojas que vendem temperos e artigos de pesca e estacionamento com 40 vagas. Para comerciantes e consumidores o local abrigado traz muitas vantagens, especialmente em dias de chuva. Além do peixe fresco os visitantes terão oportunidade de degustar frutos do mar no Restaurante Paru Comida de Rua do Mar, que será inaugurado no mezanino do prédio na segunda quinzena de agosto. A cozinha estará sob o comando do chef Dario Costa, vencedor da segunda edição do Mestre do Sabor da Rede Globo. Endereço: Av. Governador Mario Covas, 3.050, entre as ruas Vereador Henrique Soler e Dona Amélia Leuchtenberg. Aberto das 7h às 18h. Tel: (13)3222.2287. Funciona com uso obrigatório de máscara, aferição de temperatura corporal, aplicação de álcool gel, com limitação de 40% da capacidade.

TPPS será privatizado O Terminal Pesqueiro Público de Santos-TPPS deverá entrar no programa de privatização do governo, conforme Decreto 10.442 de 27 de julho de 2020. O governo federal qualificou cinco terminais pesqueiros públicos em seu programa de privatizações, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República. Segundo o decreto serão entregues à iniciativa privada os terminais de Natal, Aracaju, Vitória, Santos (SP) e Cananeia (SP). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento será o responsável pela realização das licitações. A Secretaria-Geral da Presidência informou que a medida dá continuidade ao processo de mudança do modelo de gestão dos terminais pesqueiros no Brasil, iniciado em maio deste ano. “A atração de investimentos privados para esses empreendimentos é fundamental para a moderni-

zação e operacionalização dos terminais, de modo a viabilizar as condições necessárias ao desenvolvimento da indústria do pescado”, diz a nota. De acordo com o governo, em 2019 a produção pesqueira nacional foi de aproximadamente 722 mil toneladas. A estimativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) é que, em 2030, essa produção possa atingir 20 milhões de toneladas. Os terminais pesqueiros públicos são as estruturas físicas necessárias para as atividades de movimentação e armazenagem de pescado, entreposto de comercialização, beneficiamento e apoio à navegação de embarcações. A área do terminal tem instalações como ancoradouros, docas, cais, pontes e píeres de acostagem, terrenos, armazéns frigoríficos, edificações e infraestrutura de proteção e acesso aquaviário. Fonte: agenciabrasil.ebc. com.br

3

Comercialização na pesca artesanal Problemas e possíveis soluções que pescadores encontram para vender seus produtos foram discutidos em live dia 9 de julho. O evento fez parte da programação da II Roda de Conversa do Fórum de Economia Solidária da Baixada Santista (FESBS). O encontrou virtual reuniu 132 pessoas, e devido ao grande interesse foi realizada mais uma reunião dia 16 de julho. Representantes de comunidades pesqueiras, ONGs, Institutos de Pesquisa, Universidades, microempresas se reuniram online para debater o assunto. Ingrid Machado e Érika Fabiani Furlan, pesquisadoras do Instituto de Pesca em Santos, foram as mediadoras das apresentações. Foram levantadas necessidades de soluções coletivas, preços justos para produtores e consumidores, boa infraestrutura de armazenamento e transporte, rastreabilidade e legislação que atenda os interesses sociais, econômicos e ambientais. O vereador Marcos José de Abreu de Florianópolis, explicou as regras necessárias para que o pescador

artesanal possa vender diretamente seu produto aos restaurantes da cidade. O estabelecimento deve realizar procedimento de recepção do pescado mediado pelo Serviço de Inspeção Municipal. Para isso precisa seguir normas e regras para garantir aspectos organolépticos do produto. O pescador deve entregar a nota do produtor e o restaurante entrega a contranota. Em relação aos aspectos de comercialização, Brian Muller da empresa paranaense “Olha o Peixe”, explica seu modo de operar. Os produtos são comprados diretamente dos pescadores artesanais a preços justos, definidos com os pescadores, e entrega a consumidores e restaurantes que valorizam a produção local e seu impacto socioambiental positivo. Após mais de um ano e meio de funcionamento a empresa tem 24 restaurantes parceiros e 88 famílias de pescadores participando no processo. Uma das estratégias de comercialização foi a criação de um clube de assinatura de clientes para entregas semanais, com brindes e sorteios. Sarah de Oliveira, da

Lex Experts, enfatizou a importância de o pescador ficar regulamentado para ter acesso a recursos como financiamentos, importantes para seu desenvolvimento. Henrique Kefalás, do Instituto Linha D´Água, como apoiador da “Olha o Peixe”, reafirmou a importância da compra de pescado de famílias vulneráveis e também da certificação de seus produtos. Tatiana Cardoso, da comunidade da Enseada da Baleia Ilha do Cardoso (Cananeia-SP), contou a história de sua comunidade e da tradição da secagem e salga do peixe no local que remonta a 1845. Falou que em 2018 o processo sofreu uma inovação com uso de estufa de secagem, e comentou sobre a experiência de troca de produtos com comunidades do interior e sobre o apoio do Instituto Linha D´Água aos pescadores. Natali Piccolo (Rare do Brasil) falou sobre a inclusão dos produtos da pesca artesanal no programa de compras públicas, e a importância da documentação como o Registro Geral da Pesca-RGP e Declaração de Aptidão ao Pronaf-DAP.

Doenças Transmitidas por Alimentos-DTAs Muitas doenças são transmitidas às pessoas através dos alimentos contaminados por bactérias, vírus, fungos e parasitos, e são denominadas Doenças Transmitidas por Alimentos - DTA. Estes alimentos podem ser de origem animal (carne, leite, ovos e mel), vegetal (frutas, verduras e legumes) e produtos químicos (antibióticos, inseticidas, álcool, hormônios, agrotóxicos, etc.). Segundo a Organização Mundial de Saúde OMS, as autoridades dos países em desenvolvimento dão pouca importância às DTAs microbiológicas, porém estas podem afetar até cerca de 50% das populações, sendo que as maiores vítimas são as crianças que desenvolvem diarreia, que podem inclusive levá-las a óbito. As intoxicações alimentares são causadas pela falta de higiene das pessoas que estão manipulando o alimento, como falta de banho, mãos sujas, unhas compridas, cabelos soltos, roupas sujas; pelo uso de água não potável, pela falta de qualidade e procedência dos alimentos e pela ausência de higiene da cozinha (paredes, azulejos, pia), na utilização inadequada dos utensílios (faca de corte com resíduos, tábua de corte de madeira, presença de lixeira na pia, panos sujos, lavagem insuficiente de espátulas, talheres, panelas, pratos copos e xícaras) e pela utilização de esponjas sujas. Para se evitar as intoxicações é importante seguir recomendações da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, que englobam: asseio corporal, lavar sempre as mãos com água e sabão ou passar álcool em gel (tomando as devidas precauções que o uso de álcool exige), manter as unhas aparadas, o cabelo sempre preso e com touca, manter a roupa limpa e utilizar avental de coloração clara. A água deve ser sempre potável e corrente. As carnes devem proceder de local idôneo, e sua embalagem deve ser higienizada com água e sabão antes de serem colocadas na geladeira. A lataria também deve ser lavada com água e sabão antes de ser armazenada. As frutas e hortaliças antes de serem guardadas também devem ser higienizadas. Os alimentos crus (carne e peixe) devem ser mantidos separados dos demais alimentos para evitar a contaminação cruzada (transferência de microrganismos patogênicos para alimentos não contaminados). Os alimentos uma vez preparados devem ser mantidos em geladeira, mesmo que ainda estejam quentes. Evitar tábuas de corte de madeira, dando preferência às de polipropileno que devem sempre ser lavadas antes e após o uso para evitar mau cheiro, resíduos de alimentos que acumulam fungos e bactérias. A limpeza e higienização semanal das pias devem ser feitas com hipoclorito de sódio, na concentração de duas colheres de sopa de água sanitária em um litro de água. Antes de colocar o hipoclorito

Augusto Pérez Montano Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

deve remover toda sujeira e gordura, para ação total do desinfetante. A esponja facilita a proliferação de bactérias portanto deve estar sempre limpa e higienizada com hipoclorito, repassada em água corrente e colocada em local arejado para secar. Nunca utilizar lixeira sobre a pia, pois atrai insetos e pode contaminar o ambiente. Os panos utilizados na pia para secagem de utensílios devem estar sempre limpos e lavados com água sanitária. Se tiverem sujidades que não saem, os panos devem ser descartados. Os demais utensílios utilizados na cozinha devem sempre lavados com água e sabão. A cozinha deve ser bem iluminada e arejada para enxergar bem os alimentos e evitar que pequenas sujidades sejam separadas do alimento.


4

JULHO/AGOSTO 2020

COLUNA Reinventar-se é preciso: DP World Santos realiza ações sociais à distância

São Ped

Orações substituíram procissões terrestres e marítimas em várias comunidades

Este ano as celebrações de São Pedro na Vila dos Pescadores, em Cubatão, se resumiram às orações, devido ao isolamento social imposto pela pandemia. O evento aconteceu em 5 de julho e foi promovido pelo Instituto Socio Ambiental e Cultural da Vila dos Pescadores-ISACVP (dedicado à ação social e educação ambiental), presidido pela líder comunitária Marly Vicente. O encontro reuniu moradores que reverenciaram o santo padroeiro dos pescadores e à Nossa Senhora da Aparecida. Receberam homenagem póstuma Olival Mariano e Josuel Ferraz, falecidos em junho. Foram dois pescadores muito queridos da comunidade, que dedicaram sua vida à pesca.

Com o distanciamento social causado pela pandemia de Covid-19, a DP World Santos rapidamente reformulou algumas ações do seu Programa de Voluntariado. Logo no início da pandemia, em abril, a empresa doou mais de 450 cestas básicas para o Fundo Social de Solidariedade da cidade de Santos e 200 cestas para as comunidades da Ilha Diana, de Guarujá e São Vicente, além da ONG Frutos do Amanhã. Para a Prefeitura de Guarujá, também foram doados termômetros digitais. Em junho, em parceria com a concorrente Brasil Terminal Portuário, a empresa ofereceu ao público uma apresentação beneficente do cantor Edshow, no canal dele, no Youtube, em um formato popularmente conhecido como ‘live’. A iniciativa ocorreu com o objetivo de arrecadar donativos para a Casa da Esperança de Santos, instituição que há mais de 60 anos atua no tratamento de crianças e

adolescentes com deficiências físicas e intelectuais, para promover a inclusão comunitária. Além da vertente social, a noite musical foi uma maneira de agradecer os esforços dos funcionários de ambas as empresas, especialmente aqueles que trabalham nas operações dos terminais e têm se dedicado diariamente para que o Porto de Santos continue provendo os serviços essenciais à população. Ao longo da apresentação, os interessados puderam fazer doações por meio de transferências bancárias eletrônicas, através de um QR Code exibido na tela. Os resultados foram positivos: ao todo, mais de 2,5 mil pessoas assistiram à transmissão, que arrecadou 12 mil reais – recurso destinado integralmente à Casa da Esperança, que enfrenta dificuldades para manter os serviços prestados aos mais de 230 pacientes.

Solidariedade aquece – campanha do agasalho Como parte de seu Programa de Voluntariado, a DP World Santos promove no mês de julho uma campanha de arrecadação de roupas de inverno, que serão doadas para o Fundo Social de Solidariedade de Santos. Os departamentos da empresa estão engajados e, até o momento, mais de 400 peças já foram doadas, entre agasalhos, calças, meias,

cobertores e outras. Também neste mês, o terminal participou da 5ª Gincana Beneficente, da campanha Navegação do Bem, realizada anualmente pelo armador Zim. Na ocasião, a DP World doou mais de 200 latas de leite em pó, ficando na 3ª posição do ranking entre as empresas que mais contribuíram.

OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworldsantos.com

Eliana e a cozinha caiçara por delivery Adaptando-se às mudanças criadas pelo isolamento social, Eliana Diniz, presidente da Colônia de Pescadores Z-5 de Peruíbe, não se deu por vencida e continuou produzindo suas receitas deliciosas, que até o ano passado eram servidos na Festa da Tainha. A tainha na brasa vem com acompanhamentos como o pirão e farofa. As encomendas para delivery podem ser feitas pelo telefone (13) 99625.6744. Ela atende apenas a cidade de Peruíbe de sexta a domingo das 10h às 17h30. Aqui ela ensina sua deliciosa receita de pirão de camarão.


JULHO/AGOSTO 2020

dro entre nós

História

O arroz doce tem uma origem muito antiga na Ásia. Na Idade Média era muito comum seu preparo, e depois o hábito se espalhou por toda a Europa e África. A partir do século 16, após a colonização, foi exportado para a América devido ao comércio e à população europeia que migraram para o território americano. Sobremesa tradicional em muitos países do mundo, tem variações no tipo de arroz usado (longo, quebrado nos Emirados Árabes Unidos), no tipo com leite (condensado em alguns países americanos), com leite de coco em Porto Rico, temperos e ingredientes para aromatizar (canela nos países do Mediterrâneo, baunilha nos países saxão e nórdico, açafrão no Irã, cardamomo no norte da Índia). Espessantes como ovo, creme ou farinha são adicionados em alguns lugares. Em Portugal é uma refeição típica de Natal. Outros produtos também costumam ser adicionados, principalmente frutas frescas ou secas como nozes, pistache, entre outros.

Andressa e o arroz doce vegano e sem lactose Que tal experimentar uma comida típica da época de São Pedro, mas com ingrediente vegano? A gastrônoma Andressa Panhoci Paulo ensina aqui o preparo de um delicioso arroz doce substituindo o leite de vaca por leite de amendoim, livre de lactose. “Sempre tive o hábito de consumir legumes, verduras, frutas.Agora durante o isolamento social eles se tornaram meus melhores amigos”, afirma. A santista de 33 anos, mora há dois na Espanha e resolveu enveredar pela comida vegetariana e vegana. Suas experiências culinárias resultaram na criação da página do facebook “Comida Andressa é adepta da sem Restaurante”. “Considero muito imcozinha vegana portante a redução do consumo de carne, temos um forte hábito de consumir em todas as refeições alimentos derivados de animal, pensei que a melhor forma não era pedir para as pessoas pararem o consumo de carne, mas demonstrar como podemos fazer refeições super saborosas e nutritivas sem nenhum tipo de carne ou derivados, ensinando a receita”. Esta receita de arroz doce pode também ser preparada com leite de amêndoa.

Arroz doce com leite de amendoim Ingredientes para preparar o leite vegetal: 500 ml de água morna 1/2 xícara de amendoim torrado sem sal e sem pele (deixar de molho por 8 horas ou ferver por 2 minutos) Pirão de Camarão Ingredientes: Farinha de mandioca/150g de camarão-sete-barbas limpo/1 cebola grande e 4 dentes de alho/½ pimentão verde e ½ pimentão vermelho/1/2 maço de coentro picado/2 tomates maduros picados/Sal a gosto Preparo: Numa panela com água, colocar todos os ingredientes, menos a farinha de mandioca. Deixar cozinhar por cerca de 10 minutos. Depois que desligar o fogo, jogar a farinha de mandioca aos poucos, mexendo sempre para ir engrossando (com fogo apagado).

Preparo: Bater no liquidificador o amendoim com a água morna até formar um líquido bem esbranquiçado. Coar este líquido em algum tecido para retirar o resíduo de amendoim, também pode utilizar uma peneira com a trama bem fina. Reservar. Ingredientes para o arroz doce: Leite de amendoim 3 colheres (sopa) de açúcar 1/2 xícara (chá) de água Pirão de camarão

1/2 xícara (chá) de arroz (agulhinha, redondo ou integral que precisa adicionar um pouco mais de água) Cravo ou canela em pau Raspas de limão Preparo: Levar ao fogo arroz, água e leite de amendoim caseiro. Adicionar canela em pau, cravo, raspas de limão a gosto. Quando começar a ferver, abaixar o fogo e mexer de vez em quando. Depois de 10 minutos o arroz começa a modificar de cor. Adicionar o açúcar e continuar mexendo de vez em quando para não grudar no fundo. Está pronto quando o arroz estiver macio e ainda sobrar líquido na panela. Se o arroz secar todo o líquido, adicionar um pouco mais de água. Servir frio ou quente.

5


6

JULHO/AGOSTO 2020

Olival deixa saudades

População irá discutir implantação de usina na Baixada

A Vila dos Pescadores, em Cubatão, se despediu de Olival Mariano da Silva, dia 1 de junho. O pescador morreu de insuficiência renal aguda e começo de AVC. Nascido em Pilá, Alagoas em 1947, pescava desde os 18 anos quando chegou em Cubatão. Pegava siri com espinhel e puçá, e também catava caranguejo, no mangue, no braço, como reza a tradição. As artes de pesca aprendeu com familiares. O genro, o sergipano José Anselmo Soares Santos, casado com Genilda, vendia o pescado com seu cunhado. Foi casado com Maria do Socorro Ferreira, com quem teve sete filhos, dois falecidos, 12 netos e quatro bisnetos. “Saia todos dias para pescar”, conta o genro Anselmo. Saía geralmente com o filho, ou algum amigo. “Não parava, não”, diz Anselmo. Saia as 4h da manhã e voltava ao meio dia com siri. Às 11h saia para pegar caranguejo e voltava as 4h da tarde. Morava com uma neta. “Conversava sempre com todo mundo e estava sempre sorrindo”, afirma seu genro. “Era uma pessoa muito querida na Vila”, conclui.

Mudança na data de defeso da sardinha A Instrução Normativa SAP/ MAPA nº 18, editada em 12/06/2020, determina a proibição da captura da sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis), entre 1/10 e 28/02. A medida anula a IN Ibama nº 15/2009 que determinava o defeso em duas dife-

Defesos

rentes datas, 1/11 a 15/02 e de 15/06 a 31/07. Um dos motivos alegados para a mudança é que o defeso de inverno (15/06 a 31/07) não se justificava, pois os recrutas (indivíduos juvenis que se juntam ao estoque adulto) já são protegidos por uma medida

Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- 1/10/2020 a 28/02/2021 Temporada de pesca Tainha (Mugil liza)- S/SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada) Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)- S/SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14)

específica que proíbe a captura de peixes menores que 17cm. A pesca da sardinha teve grande declínio nos últimos anos no Brasil. A captura em 2015 era de 90 mil toneladas anuais, e foi declinando até chegar a 17 mil toneladas em 2019.

Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www. jornalmartimpescador.com.br (legislação)

Incinerar lixo é uma boa opção para obtenção de energia? Para discutir a instalação do projeto Valoriza Santos URE - Unidade de Recuperação de Energia, no Sítio das Neves, bairro na área continental da Cidade, que pretende gerar energia a partir da incineração de micropartículas de lixo coletado de sete municípios da Baixada Santista, acontece uma audiência virtual dia 31 de julho às 17h. A Prefeitura de Santos abriu processo administrativo para o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), que deve anteceder a obtenção de Licença Prévia (LP), seguida de Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). O processo, que está sendo analisado pela Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado (Cetesb) afirma que a finalidade da URE é gerar energia elétrica a partir de micropartículas processadas da coleta de resíduos domiciliares e vão para caldeiras térmicas para gerar energia. A ideia é eliminar o lixo para dar uma sobrevida ao Aterro Sanitário do Sítio das Neves, que recebe em torno de 1.400 a 1.500 toneladas de resíduos por dia (dados de 2019), provenientes de sete dos nove municípios da Baixada Santista. Na cidade de Cubatão, o Instituto Socio Ambiental e Cultural da Vila dos Pescadores (ISAC-VP), presidido pela líder comunitária Marly Vicente, promoveu uma live dia 17 de junho, para esclarecer a população sobre o projeto. Participaram da discussão Elio Lopes dos Santos, mestre em engenharia urbana, especialista em engenharia de controle de poluição, Daury de Paula Junior promotor de justiça Ministério Público de SP, aposentado, bacharel em Direito, Jeffer Castelo Branco, mestre pelo PPG em Análise Ambiental Integrada da Unifesp, diretor da Associação de Combate aos Poluentes-ACPO. Daury de Paula Jr. lembrou da importância de diminuir a produção de resíduos, aproveitar o mais possível, chegar no resíduo do resíduo para uma destinação final. Citou o Plano Nacional de Resíduos Sólidos que fala em metas de redução, reutilização, reciclagem,

entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada. A questão levantou o problema de reciclagem feita pelos municípios que deveria ser mais abrangente para reduzir mais efetivamente a quantidade de resíduos sólidos. “É necessário exigir melhor tecnologia, exigir reciclagem”, afirma Jeffer Castelo Branco. “Se o incinerador vier será o fim das cooperativas”, afirma referindo-se ao processo de mass burning que faz a queima de diferentes tipos de resíduos, sem separação. Na realidade os resíduos passam apenas por um extrator eletromagnético para remoção de materiais ferrosos. Élio Lopes acrescenta que mais de 40% dos resíduos a serem incinerados são orgânicos com alta umidade e baixo poder calorífero, necessitando de queima de combustível auxiliar (gás ou óleo combustível) para se sustentar energeticamente. Ele acrescenta que a opção de incineração consiste num processo anacrônico, de alto custo e riscos associados a geração de poluentes perigosos muitos dos quais carcinogênicos, como dioxinas e furanos. Uma das conclusões da apresentação é que a reciclagem deveria ser executada de forma mais eficiente para diminuir os resíduos domiciliares, e também aumentar a reciclagem do lixo que gera renda a uma parte da população. Ambientalistas que fizeram um manifesto contra a incineração em Santos afirmam que a Região Metropolitana da Baixada Santista produz resíduos domiciliares 56% orgânicos, 32% recicláveis, 12% rejeitos. Ou seja, 88% poderiam ser reciclados ou compostados. A região opera há mais de 25 anos com associações e cooperativas de reciclagem e considera-se que a incineração provocaria perdas ambientais imensas e um grave problema social com a privação do sustento dos trabalhadores das cooperativas. Ainda mostraram preocupação com os poluentes produzidos na queima, que serão transportados pelo ar, água e espécies migratórias, e depositados distante de seu local de emissão, acumulando-se em ecossistemas terrestres e aquáticos.


JULHO/AGOSTO 2020

Lelo Lelo Bianchini

Barcos de pescadores são destruídos por ciclone

Na noite de 30 de junho, um ciclone extratropical atingiu 16 embarcações na área do píer de Peruíbe, junto ao Mercado de Peixe, no litoral sul de São Paulo. Onze embarcações foram atingidas e seis naufragaram. Fortes chuvas e vento arrebentaram cabos de aço que prendiam os barcos ao píer por volta das 20h. Embora ninguém tenha morrido, o prejuízo vai afetar a vida de muitas famílias que vivem da pesca. “Perda material deixa um buraco no sentimento destes pescadores, que já vinham sofrendo com essa pandemia”, afirma Eliana Diniz, presidente da Colônia de Pescadores de Peruíbe. “Estamos trabalhando para levantar as embarcações atingidas com gerador e bombonas

emprestados, assim na solidariedade mesmo”, acrescenta. Para ajudar os pescadores a consertar seus barcos para voltar a trabalhar foi criada a vaquinha virtual para doações: http://vaka.me/1171192. Até o final de julho foram obtidos cerca de R$9.000,00, que vão ajudar o início dos consertos. Outro problema levantado foi a condição precária do portinho. “Vamos bater na tecla que não temos uma rampa pública para subir as embarcações para conserto”, se queixou Eliana na ocasião, enfatizando a necessidade da construção de melhor infraestrutura. Após o desabafo de Eliana, a surpresa chegou dia 24 de julho, com a visita de várias autoridades ao portinho

Vacina de Covid-19

A Rússia planeja iniciar em outubro uma vacinação em massa contra a covid-19. O país registrou até agora 843 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 14 mil mortos, sendo o país com o quarto maior número de infectados e 11o com o maior número de mortos. No mundo há registro de um total de 17,62 milhões de casos de covid-19, dos quais 4,56 milhões nos EUA, o país com o maior número de infectados, seguido pelo Brasil, com 2,66 milhões, e pela Índia, com 1,69 milhão. O número de mortes totaliza 680,5 mil, sendo 153,39 mil registradas nos EUA, 92,47 mil no Brasil e 46,68 mil no México. No Brasil, cerca de 5.442 cidades tinham casos confirmados da covid (mais de 90% dos municípios brasileiros), e 128 ainda estavam sem registro da doença até 30 de julho.

de Peruíbe. “Um grande passo na história da pesca no nosso município”, afirmou Eliana. “Denis Fabrisio de Oliveira Selymes, superintendente da Secretaria de Patrimônio da União-SPU/ SP, veio verificar a nossa situação precária devido à ausência de uma rampa para puxar as embarcações”, acrescentou. Durante a visita também foi discutida a necessidade de uma fábrica de gelo e sobre o antigo Mercado de Peixe para que tudo seja regularizado e devidamente utilizado. Eliana agradeceu o superintendente da SPU, e outras pessoas que apoiam o projeto da reforma, como o prefeito Luiz Mauricio, os deputados Vinicius de Carvalho e Rosana Valle.

Alerta com álcool 70%!

Lavar as mãos com água e sabão é o melhor jeito de se higienizar em casa. O álcool em gel 70% é um produto inflamável e se não usado com cuidado pode causar acidentes, inclusive com crianças. Desde 20 de março a Sociedade Brasileira de Queimaduras -SBQ registrou em 19 Estados brasileiros 445 internações com queimaduras devidas a álcool 70% na forma líquida ou em gel. Os relatos são de pessoas que passam álcool nas mãos e braços e depois se aproximam do fogo, como uma churrasqueira, um forno aceso, entre outros. Inclusive é também importante lembrar que os frascos de álcool não devem ficar próximos ao fogo. Qualquer descuido pode ser fatal!

Boa postura no trabalho A postura nem sempre é motivo para preocupações. Porém, a maior parte das pessoas que fazem atividades sem se preocupar com a postura podem desenvolver uma possível “dor nas costas”. Entre os trabalhadores, são conhecidas como DORTS, doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, que se dão devido ao mau posicionamento no posto de trabalho. Em tempos de quarentena, essa preocupação aumenta, afinal muitas pessoas, devido ao isolamento social, tiveram que transformar o lar em ambiente de trabalho e estudos, portanto alguns cuidados simples fazem toda a diferença para um home office mais confortável e saudável. Em primeiro lugar siga uma rotina normal, como se você fosse trabalhar ou ir à escola, tome seu café, se arrume para “ir trabalhar”. Ajuste o posto de trabalho, de forma que você fique não só confortável, mas também bem posicionado em relação ao seu computador ou notebook. Sentar-se de forma errada por um longo período de tempo pode causar desconforto, inquietação e dores nas costas podem aparecer. Algumas dicas simples e de fácil arranjo podem ser feitas e evitar esse mau posicionamento. Procure montar o seu posto de trabalho/estudo em local arejado, e com boa luminosidade, de preferência sem interferência de sons ou algo que possam atrapalhar a concentração. Como demonstra na figura, a altura da mesa e cadeira devem ser adequadas, para não cansar braços e pernas. Antebraço e punhos devem estar apoiados na mesa, bem como plantas dos pés, devem estar bem apoiadas, com tornozelo, joelho e quadril 90º graus, e costas bem apoiadas. Olhos e pescoço devem estar alinhados com a tela do computador, pois muitas dores de cabeça também podem ser provenientes

A fisioterapeuta Simone Butler

de má postura. Outra dica importante é que a superfície onde o antebraço deve estar apoiado não seja uma superfície fria. Como o local de estudo e trabalho está adaptado, podendo ser a mesa de uma cozinha, coloque uma toalha ou pequeno cobertor para evitar a friagem. Mas, manter a postura sentado por muito tempo também não é recomendável. Para manter a qualidade da sua saúde e também não cansar nessa posição, é importante levantar-se um pouco, fazer uma pausa de 5 minutos a cada 2 horas de trabalho e estudo, alternar posições e realizar movimentos simples de alongamento. Isso ajuda a recuperar a atenção em todos os sentidos. Ve j a n o I n s t a g r a m : dra_simonebutler vídeos com mais assuntos como: Idoso e a Pandemia, Postura na Amamentação, Doenças Respiratórias, Lombalgia na Gestação.

7


CARTILHA PARA PESCADORES

ACORDO DE PESCA

8

JULHO/AGOSTO 2020

Moratória de Pesca QUAIS ESPÉCIES VOU TER QUE DEIXAR DE PESCAR? E POR QUANTO TEMPO?

QUAIS ESPÉCIES VOU TER QUE DEIXAR

Veja que o tempo e as regiões irão variar de acordo com a espécie, conforme trabalho o tempo e as regiões irão variar de acordo com a espécie, conforme trabalho elaborado pelo CAEX, pelo Instituto da Pesca, pelo Instituto Maramar e Veja pela que Unisanta.

elaborado pelo CAEX, pelo Instituto da Pesca, pelo Instituto Maramar e pela Unisanta. A MORATÓRIA CONTINUA - PROIBIÇÕES DE AGOSTO E SETEMBRO Rio Itapanhaú

Bertioga

A moratória de pesca é um compromisso opcional para os Guarujá Não permitido pescadores artesanais de não pescar determinadas espécies coleta Serra do Mar abr | mai | jun em certas áreas e épocas no estuário de Santos durante 12 meses. O objetivo é de colaborar para a recuperação da área Barra Não permitido do Canal coleta Não permitido afetada pelo incêndio ocorrido em 2015 no TEAS, atingindo PROIBIDO PEGAR: jan | fev | mar coleta out | nov | dez PROIBIDO PEGAR a Central de Transferência de Combustível e seis tanques da DE PESCA ACORDO ACORDO DE PESCA CARTILHA PARA PESCADORES O MEXILHÃO empresa Ultracargo. O pescador pode continuar pescando Não permitido coleta Santos ONDE E QUANDO: jul | ago | set em outras áreas do estuário. A medida é parte de um Termo Iriri POR FORA de Ajustamento de Conduta (TAC) Parcial com o Terminal DO COSTÃO Enseada Químico de Aratú (Tequimar), tendo como anuentes o TerLargo do Ponte de Guaiúba ROCHOSO Candinho Domenico minal Exportador de Álcool de Santos- Teas e as empresas Rangoni Marina INCLUINDO Enseada do Perequê Ultracargo, Ultrapar e Raízen Energia.O TAC foi firmado A PRAIA DO QUAIS VOU Federal TER QUE DEIXAR DEdePESCAR? E POR QUANTO TEMPO? comESPÉCIES o Ministério Público e o Ministério Público EM QUAIS ESPÉCIES VOU TERGUAIUBA, QUE DEIXAR PROIBIDO PEGAR: SURURU, SP dia 15 de maio de 2019. O acordo foi assinado de forma Guarujá AGOSTO. BICO DE OURO, BICO-DE-PRATA E PRETINHO Ilha da parcial atendendo num primeiro momento a proteção do meio Moela ONDE E QUANDO: DA PONTE DOMENICO RANGONI Proposta de Manejo Veja que oambiente tempo e as regiões irão variar de acordo com a espécie, conforme AO COMEÇO DO LARGO DO CANDINHO, EM do estuário e os pescadores, mas astrabalho negociações Veja que o tempo e as regiões irão variar de acordo com a espécie, conforme trabalho elaborado pelo CAEX, pelo Instituto da Pesca, pelo Instituto Maramar e pela Unisanta. elaborado pelo CAEX, pelo Instituto da Pesca, pelo Instituto Maramar e pela Unisanta. AGOSTO EFica SETEMBRO. DEIXAR definido que nas áreas apontadas no O mapaPRIMEIRO não é permitida a coleta em outras áreas continuam. de Sururus por 1 ano, alternando as áreas nos meses indicados.

ESCAR? E POR QUANTO TEMPO?

SURURU, BICO DE OURO, BICO DE PRATA, PRETINHO

Santos

Proposta de Manejo 1 ano, alternando 3 meses de interrupção da atividade

Rio Cascalho

Alternância de 4 áreas Tamanho mínimo (4,5 cm)

Legenda

Fica definido que nas áreas de ocorrência apontadas no mapa não é permitida Guarujá São Vicente a coleta de Mexilhão por 1 ano (durante julho e agosto).

MEXILHÃO

Área de prática de manejo para a espécie

1 ano de interrupção da atividade (durante julho e agosto)

5 São Vicente

Fortaleza da Barra

6

Mar pequeno

Rio Piaçabuçu ACORDO DE PESCA CARTILHA PARA PESCADORES

Canal de Bertioga

Baía de Santos

Legenda

Área de prática de manejo para a espécie CARTILHA PARA PESCADORES Santos

Largo do Candinho

Rio Trindade

Ponte Pênsil

Alternância de áreas apontadas no mapa

QUAIS ESPÉCIES VOU TER QUE DEIXAR DE PESCAR? PROIBIDO PEGAR: PARATI PEGAR: QUAIS ESPÉCIES VOU TER QUE DEIXAR EDEPOR PESCAR? EPROIBIDO POR QUANTO TEMPO? QUANTO TEMPO? ONDE E QUANDO: NO MANGUE NA PARTE PESCADA E CORVINA Canto do Forte

Praia Grande

Guarujá

SCAR? E POR QUANTO TEMPO? PROIBIDO PEGAR: CARANGUEJO-UÇÁ

Ponta do Monduba

Ponta do Itaipu

ONDE E QUANDO: NO MANGUE NA Proposta de Manejo de Manejo PARTE DO CANAL DE BERTIOGA ATÉ O DO CANAL DE BERTIOGA ATÉ O LARGO DO ONDE QUANDO: BAÍA Veja que o tempo eProposta asE regiões irão NA variar de DE acordo com a espécie LARGO DO CANDINHO, NO LADO DE Veja que o tempo CANDINHO, NO DE SANTOS RIOS trabalho elaborado peloSANTOS DA PONTA DO ITATIPÚ Ade Corvina Fica definido quevariar nosLADO riosde Piaçabuçu e Cascalho não permitida E a conforme e as regiões irão acordo com a éespécie, CAEX, pelo da Pesca, pelo Instituto Maram Fica definido queInstituto na Baía de Santos não é permitida a pesca e Pescadas de Parati por 1 ano nos meses de julho, agosto e setembro. 1 ano MONDUBA, nos meses de julho, agostoEM e setembro. CAEX, pelopesca Instituto da Pesca, pelo Instituto Maramar e pela AGOSTO SETEMBRO. PIAÇABUÇU E CASCALHO, EM AGOSTO E Unisanta. PONTA por DO AGOSTO E Fica definido SANTOS, que nas áreas deEM mangue do Rio TrindadeEaté o Largo do Candinho elaborado pelo Bertioga não é permitida a captura de Caranguejo-uçá durante 1 ano. SETEMBRO. SETEMBRO.

Proposta de Manejo

PARATI

CARANGUEJO-UÇÁ

1 ano de interrupção da atividade

Cubatão

Trindade-Candinho (Canal de Bertioga)

Cubatão

Legenda

Largo Largode do prática Área manejo para a espécie SantadeRita Caneú

1 ano por 3 meses (julho, agosto e setembro) de interrupção da atividade

PESCADA E CORVINA

Rios Piaçabuçu Bertioga e Cascalho

Legenda

Legenda

Área de prática de manejo para a espécie Rio Diana

Guarujá

1 ano por 3 meses (julho, agosto e setembro) de interrupção da atividade

Baía de Santos

PROIBIDO PEGAR: CAMARÃO-BRANCO E O CAMARÃO-SETEBARBAS NO MAR ONDE E QUANDO: NA ENSEADA DO GUAIUBA E EM TORNO DA ILHA DA MOELA (ATÉ 200M), EM AGOSTO E SETEMBRO.

Área de prática de manejo para a espécie

Canal de Bertioga

9 10

7 Guarujá Guarujá Baía de Santos

Praia Grande

Ilha da Moela

PROIBIDO PEGAR: ROBALO ONDE Proposta de Manejo E QUANDO: NAS ÁREAS DE CABECEIRAS DOS RIOS, EM Fica definido que nas áreas de cabeceiras e de menores salinidades AGOSTO SETEMBRO. não é permitida a pesca de Robalo por E 1 ano. ROBALO

1 ano de interrupção da atividade

Áreas de cabeceiras e de menores salinidades

PROIBIDO PEGAR: CAMARÃO-BRANCO NO ESTUÁRIO Proposta de Manejo EM TODO O ESTUÁRIO (SÓ ONDE E QUANDO: É PERMITIDA A CAPTURA PARA ISCA VIVA), EM Fica definido que em toda área estuarina não é permitida a captura de Camarão branco AGOSTO. durante 1 ano no período de maio até agosto (permitido somente para isca-viva). CAMARÃO BRANCO ESTUÁRIO

1 ano por 4 meses (maio, junho, julho e agosto) de interrupção da atividade

Em toda área estuarina Permitido somente

200 m

Ponta do Monduba 200 m

Proposta de Manejo


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.