JANEIRO/FEVEREIRO 2021 • Número 169 • Ano XVII • Tiragem 3.000 exemplares
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Um homem de fé
Seu Antônio Gomes, da comunidade de pescadores de Ilha Diana em Santos, passa uma mensagem de fé para enfrentar a pandemia de Covid-19. Pág 5 Peixe ensopado, purê-pirão e farofa de dendê compõem a receita de família caiçara de Sidnei Bibiano. Pág 5
As longas distâncias que os peixes-de-bico navegam estão descritas no livro Peixes-de-bico do Atlântico
BE M D E Camarões enfeitam o arroz na moranga na receita da chef Zuka de Salvador, Bahia. Pág 4
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Renato Marchesine, secretário de Turismo de São Vicente, pretende estimular o turismo comunitário. Pag. 7
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Pescadores esportivos liberam um marlim-azul com uma marca eletrônica para estudos de migração. Pág 7
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Defesos
Bagre, rosado (Genidens genidens, Genidens barbus, Cathorops agassizi) 1/01 2021 a 31/03/2021 Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) 1/10/20 a 31/03/21 Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus) 1/11/2020 a 28/02/2021 Ostra (todas espécies) 18/12/2020 a 18/02/2021 Defeso da piracema-1/11/2020 a 28/02/2021-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape). lagostas vermelha (Panulirus argus) e verde (Panulirus laevicauda) 1/12 a 31/05/2021 pargo (Lutjanus purpureus)15/12 a 30/4 Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- 1/10/2020 a 28/02/2021 Temporada de pesca Tainha (Mugil liza)- S/SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada) Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)- S/SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP>10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www. jornalmartimpescador.com.br (legislação) EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Conselho da Apa Marinha tomou posse em janeiro Em reunião virtual, como exige a atual situação de pandemia, participantes do Conselho Consultivo da Área de Proteção Marinha do Litoral Centro-APAMLC, tomaram posse dia 26 de janeiro. O Conselho é paritário e integrado por 24 representantes, titulares e suplentes, do Poder Público e da sociedade civil, e será vigente para o biênio 2020/2022. O Conselho
Consultivo é presidido pelo gestor da Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Centro – APAMLC, Maria de Carvalho Tereza Lanza, (titular), e, na sua ausência, por seu suplente José Edmilson de Araújo Mello Junior, ambos da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo. O mandato é de dois anos. A Área de Proteção Ambiental
Marinha do Litoral Centro (APA Marinha do Litoral Centro), foi criada em 2008, com a finalidade de proteger, ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região, inclusive suas águas, bem como ordenar o turismo recreativo, as atividades de pesquisa e pesca e promover o desenvolvimento sustentável da região.
Estes são os conselheiros representantes da pesca artesanal e industrial CADEIRAS
TITULAR/SUPLENTE
ENTIDADES
Cadeira 1 (Pesca Artesanal)
Titular
Colônia de Pescadores “Floriano Peixoto” - Z-3
Suplente
Colônia de Pescadores Z-23
Cadeira 2 (Pesca Artesanal)
Titular
Colônia de Pescadores Z-1 José Bonifácio
Suplente
Colônia Z5 Julio Conceição
Cadeira 3 (Pesca Artesanal)
Titular
Colônia de Pescadores Z-04 “André Rebouças”
Suplente
Associação Litorânea da Pesca Extrativista Classista do estado de São Paulo - ALPESC
Titular
Sindicato dos Pescadores e Trabalhadores assemelhados do estado de São Paulo - SINPESCATRAESP
Cadeira 5 (Pesca Industrial)
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
REPRESENTANTES Titular: Luciano Santanna da Silva Suplente: Karina Carlos de Oliveira Titular: João do Espiríto Santo Suplente: Ademir Pedro Alves Titular: José Luiz Mendes Junior Suplente: Doraide Josefa e Lima Titular: Eliana Gomes Diniz Suplente: Antonio Ribeiro do Prado Titular: Jorge Damião Martins Coelho Suplente: Peterson Vieira Neves Titular: Wesley Alexandr Shkola Suplente: Aline Martins dos Santos Titular: Jorge Machado da Silva Suplente: Antonio Hisashi Miki
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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O Hospital de Cubatão foi reconhecido pela Federação Internacional de Hospitais no Programa Beyond The Call of Duty for COVID-19 (Além do Dever para COVID-19) por seu plano de ação de resposta COVID-19 junto a mais de 100 hospitais de 28 países. “Essa premiação reafirma o excelente trabalho que nossas equipes têm desempenhado no enfrentamento ao novo coronavírus. Além de investir em alta tecnologia no combate à COVID-19 e no treinamento de equipes altamente capacitadas, temos aprimorado ainda mais a nossa missão de investir no atendimento humanizado”, ressalta o diretor de hospitais da Fundação São Francisco Xavier, Mauro Oscar Soares de Souza Lima. O CEO da IHF, Ronald Lavater, disse que o excelente trabalho em resposta à pandemia está transformando o futuro da saúde. “Uma das nossas motivações ao criar este programa de reconhecimento
é destacar a diversidade e agilidade da indústria hospitalar em resposta à pandemia COVID-19. A pandemia forçou os hospitais a desenvolver, implementar e adotar novas formas de operar e muitas dessas mudanças aceleraram a transformação positiva na prestação de cuidados”. O Programa COVID-19 da Federação Internacional de Hospitais Além do Dever é patrocinado pela Cruz Vermelha Japonesa Ashikaga Hospital- Grupo Nikken e pela Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas (IFPMA). O Hospital de Cubatão está sob gestão da FSFX desde outubro de 2017, após reformas e foi reaberto em 1° dezembro de 2017. Ele atende ao SUS e à rede privada e sua retomada foi considerada um marco para a cidade. Com 150 leitos, sendo 100 para atendimento ao SUS e 50 leitos para convênios, o HC conta com 30 especialidades médicas.
A vacina vem aí
Trabalhadores da saúde, grupos indígenas e quilombolas são vacinados na primeira fase
Dia 20 de janeiro teve início a vacinação contra a Covid em Santos no Complexo Hospitalar dos Estivadores. A enfermeira Almira Dias Marques, 56 anos, foi a primeira moradora de Santos a receber uma dose da vacina Coronavac. Formada há 33 anos, trabalha atualmente no Pronto Socorro da Zona da Orla e Intermediária, transformada no Centro de Testagem da Covid-19. O início da vacinação em Santos contou com a presença do governador João Doria Júnior, do prefeito Rogério Santos e da diretora de Projetos Estratégicos do Instituto Butantan, Cintia Lucci. A vacinação contra a covid-19 em Santos teve sequência dia 21, com aplicação em profissio-
nais das redes pública e privada de saúde em seus postos de serviço. Serão imunizados, primeiramente, aqueles que trabalham nos prontos-socorros, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), nos Centros de Covid e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Saiba mais sobre a vacinação em: https://www.saopaulo.sp.gov.br, e também nos postos de saúde mais próximos. A vacinação prossegue Numa segunda fase, dia 8 de fevereiro o Estado de São Paulo começa a vacinação contra Covid-19 de idosos que vivem fora de asilo. Cerca de 206 mil pessoas com mais de 90 anos estão incluídas na ação.
A partir de 15 de fevereiro mais de 309 mil pessoas na faixa de 85 anos ou mais serão vacinadas. É muito importante esta faixa etária ser vacinada, pois foi observado que um terço das pessoas com mais de 85 anos diagnosticadas com Covid-19 faleceram. A primeira fase da vacinação que incluiu trabalhadores da saúde, quilombolas e indígenas do Estado de São Paulo totalizou 1,6 milhão de pessoas. A segunda dose da vacina será aplicada 28 dias após a primeira dose. Assim, quem foi vacinado em 17 de janeiro receberá a segunda dose em 14 de fevereiro. Para que isso seja possível, metade das doses será guardada para garantir a segunda aplicação. ISABELA CARRARI/PMS
Hospital de Cubatão é destaque em Programa Mundial de Reconhecimento de Resposta COVID-19
Algumas perguntas frequentes sobre a vacina Coronavac
POSSO TOMAR A VACINA SE: 1-Já tive COVID-19 (SIM, PODE) 2-Estou grávida (NÃO PODE, POR ENQUANTO) 3-Vivo com HIV (SIM) 4-Tenho asma, DPOC, cirrose, diabetes, pressão alta, cardiopatia, epilepsia, tatuagem (SIM) 5-Tratei de câncer (SIM) 6-Estou tratando de câncer (SIM) 7-Tive febre nas últimas 24 horas (>37,5º C) (NÃO) 8-Estou com febre (> 37, 5º C) (NÃO) 9-Tive febre há mais de 24 horas (SIM) 10-Tomo corticoide (SIM) 11-Tomo imunossupressor (SIM) 12-Tomo imunobiológico (anticorpos monoclonais) (SIM) 13-Sou transplantado/a (SIM) 14-Tomei outra vacina contra COVID (NÃO) 15-Tomei vacina contra outras doenças (SIM) 16-Sou idoso/a (SIM) 17-Tenho uma doença autoimune (SIM)
18-Tomo imunoglobulina (SIM) 19-Tenho silicone no local de injeção (SIM, mas escolha outro local de aplicação) 20-Estou tomando antibiótico (SIM) 21-Alergia a ovos (SIM) QUANDO SERÁ A PRÓXIMA DOSE? Como a vacina será dada em duas doses, após pessoas terem tomado a primeira, devem esperar serem chamadas para a próxima dose. Fonte: Perguntas frequentes-Orientação para médicos infectologistas do Plantão de dúvidas Coronavac-Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP/Medicina USP/ DMIP-HC-FMUSP.
A enfermeira Almira Marques é a primeira moradora de Santos a receber a vacina, ao lado do governador de SP João Doria e prefeito de Santos Rogério Santos
Evolução da COVID-19 no Brasil entre 26/11/2020 e 28/01/2021 Dados até 26/11/2020 Óbitos acumulados 170.769 Casos novos (últimas 24 h) 37.614 Óbitos registrados (últimas 24 h) 691 Disque Saúde: 136 Fonte: site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/covid)
Dados até 28/01/2021 Óbitos acumulados 221.547 Casos novos (últimas 24h) 61.811 Óbitos registrados (últimas 24 h) 1.386
Para sua proteção contra COVID-19 é básico usar máscaras e manter distanciamento, além de seguir as regras básicas de higiene, como lavar bem as mãos e alimentos
Para fazer pré-cadastro para vacinação contra Covid-19: www.vacinaja.sp.gov.br Saiba mais sobre a vacinação contra COVID-19 em: https://www.saopaulo.sp.gov.br - Vacinômetro (número total de pessoas vacinadas no Estado de SP)
TELEFONES ÚTEIS
SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) 192 Disque-Saúde-136 (Informações sobre coronavírus/Aedes aegyti/ Deixar de fumar/febre amarela/aplicativos do SUS)
Corpo de Bombeiros ..... 193 Polícia Militar ................ 190 Disque Denúncia .......... 181 Sabesp ......................... 195 Polícia Civil ................... 197 CPFL ...................0800-0102570
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COLUNA
DP World Santos realiza 18ª edição da Ecoférias na Ilha Diana A DP World Santos, um dos maiores e mais modernos terminais portuários privados do país, instalado na margem esquerda do Porto de Santos (SP), realizou, nos dias 14, 21 e 28 de janeiro, a 18ª edição da Ecoférias – Programa de Educação Ambiental na Ilha Diana. O Programa, que ocorre sempre no período de férias escolares, completou 10 anos de realização em 2021. O público-alvo são as crianças e adolescentes da comunidade, de 3
a 12 anos. Muitos deles, inclusive, participam consecutivamente desde a primeira formação da Ecoférias. Neste ano, devido à situação da pandemia de Covid-19, os encontros não puderam acontecer presencialmente. Mas isso não impediu que as turmas unissem o aprendizado à brincadeira. A edição foi adaptada para o formato online, e os 10 participantes receberam em casa um material de apoio exclusivo para acompanhar as videoconferências, além de kits com
acessórios para realizar as atividades manuais. Com o tema "Semeando atitudes sustentáveis", os pequenos fizeram desenhos, pintura em tela, plantio de mudas, desafio de coleta de lacres, tampas e latinhas, entre outras ações lúdicas. O objetivo geral da Ecoférias é resgatar as tradições caiçaras da Ilha, trabalhando a consciência ambiental por meio de experimentos e do estudo da fauna e flora local.
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworldsantos.com
Zuka,
com tempero e com afeto
Camarões enfeitam o arroz na moranga na receita da chef Zuka de Salvador, Bahia.
O que não falta na chef Zuka é criatividade. Nascida em 1949 em São Paulo, desde os 11 anos de idade mora na Bahia, e se tornou mestra em criar pratos com os sabores da terra. Sua mais deliciosa invenção nasceu da vontade de fazer um especial agrado para sua mãe de 95 em seu aniversário. A mãe, que adora camarão, ficou encantada com sua receita. Ela mistura abóbora, coco e camarão, dá um resultado sensacional! Não perca a chance de experimentar esta delícia. Saiba mais: Instagram: @zuh_cozinha_afetiva Fone: (71) 99715.7935, zuhcozinhaafetiva@gmail.com Arroz com coco na abóbora Ingredientes:1 abóbora cabotiã, 2 xícaras de arroz, 3 xícaras (chá) de água 1 garrafinha de leite de coco 200 ml (ou coco seco fresco batido no liquidificador com água e espremido num pano), 500 g de camarão-rosa ou branco, 6 dentes de alho picados, Sal, azeite Preparo: Cortar uma abóbora cabotiã ao meio, limpar bem o interior, e usar a parte inferior, tirando todas as sementes com uma colher. Fazer furos com um garfo e temperar com sal, azeite e 4 alhos picados. Enrolar numa folha de papel-alumínio e levar ao forno (180 graus) em numa forma refratária por mais de uma hora e meia. Espetar para verificar se está macia. Reservar. Refogar 3 dentes de alho picadinhos no azeite. Acrescentar o arroz, mexer bem e acrescentar o leite de coco. Se for usar o leite de coco industrializado, colocar uma garrafinha de 200 ml e completar com água até dar 4 xícaras de líquido total (contando o leite mais a água). Quando o arroz estiver seco, fechar a tampa e deixar mais 5 minutos, curtindo. Depois, mexer o arroz com delicadeza com uma colher de pau para ficar soltinho e ajeitá-lo dentro da abóbora. Temperar os camarões com azeite, alho picadinho e sal. Salteá-los numa frigideira com azeite e alho e colocar em cima do arroz para enfeitar.
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Um homem de fé
“Um fim de ano muito triste, não tinha graça festejar”, falou Antônio Gomes, 73 anos, morador da comunidade pesqueira de Ilha Diana na área continental de Santos. Como homem muito religioso, devoto de Bom Jesus e Nossa Senhora da Aparecida, decidiu fazer uma homenagem, acendendo velas em oferenda a todo o pessoal que o vírus levou em tantas partes do país. No dia 30 de dezembro fez uma faixa com uma mensagem de reflexão para colocar na entrada da Ilha na véspera do Ano Novo. Segundo Elisa, a nora de Antônio, várias pessoas ficaram doentes na ilha, mas não houve nenhum caso grave no local. A família Gomes está entre as mais tradicionais da Ilha. Os pais de Antônio, Eugênio Manoel Gomes Pimenta e Benedita Felix, chegaram ao local em meados da década de 40. Moradores do antigo povoado da Bocaina, em Guarujá, tiveram que se retirar do local para a construção da Base Aérea. O casal teve 12 filhos, entre eles Antônio que se casou com Arlete, tiveram sete filhos. Antônio, por ser devoto de Bom Jesus da Ilha Diana, no dia da festa do padroeiro, 6 de agosto, participa na decoração da festa feita com bambus e bandeirinhas. Além da religião é um fervoroso jogador de futebol, e um dos fundadores do Esporte Clube Diana, criado em 21 de abril de 1981. Com sua fé o santo e sua fé de torcedor, Antônio é um ativo membro da comunidade, preocupado sempre com o bem-estar de todos.
Seu Antônio Gomes, o Chora,
Mensagem de união, amor e fé
conseguimos vencer as e em meio a todo esse sofrimento perd e s dore tas mui os tivem ano te Nes eram seus entes queridos s conforte os corações de todos que perd com muita união, amor e fé. Que Deu s ser capazes de refletir, Com todo esse distanciamento possamo e que esses nunca sejam esquecidos. todos que se encontram a mos vivos. Tudo vai passar!!! Obrigado aprender, evoluir e agradecer por estar çoando com saúde. aben nos e Deus continue nos protegendo Feliz 2021 na linha de frente contra esse vírus. Que Gomes ônio Ant
Inovando o pirão Essa receita tão apreciada da culinária caiçara é sempre feita com o caldo temperado do peixe engrossado na farinha de mandioca. Experimente esta receita tradicional da família do Sidnei, que pertence à quinta geração da família Bibiano. Há cinco gerações estão radicados no sítio Cachoeira, situado no km 14 da Estrada Guarujá-Bertioga. Sidnei preza muito o modo de viver caiçara, principalmente a culinária. Aqui vai esta especial receita feita com a mandioca cozida, sem o uso da farinha na massa.
Peixe ensopado com purê-pirão Ingredientes:1 kg de peixe em postas (cação, cioba, robalo, pescada), 6 tomates picados, 1 cebola e 6 dentes de alho picados, Salsinha e cebolinha picados a gosto, ½ kg de mandioca cozida e espremida, Sal, Azeite de dendê e farinha de mandioca para a farofa de acompanhamento. Preparo: Cozinhar a mandioca por 20 minutos na panela de pressão (após apitar), espremer. Reservar. Temperar as postas no
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acendeu velas às vítimas da Cov
sal, azeite e dois dentes de alho picados. Deixar por meia hora na geladeira para tomar sabor. Enquanto isso, refogar quatro dentes de alho, 1 cebola no azeite até dourar e depois misturar os tomates picados. Tampar e deixar desmanchar bem. Acrescentar água e deixar engrossar mais um pouco. Acrescentar as postas de peixe e deixar por cerca de 10 minutos até cozinhar o peixe. Salpicar com a salsinha e cebolinha. Reservar. Em outra panela, colocar a mandioca espremida, salgar. Acrescen-
Peixe ensopado, purê-pirão e farofa de dendê compõem a receita de família caiçara de Sidnei Bibiano.
tar uma colher de manteiga e mexer bem até ficar homogênea. Ligar o fogo e colocar algumas conchas do molho do peixe e mexer bem até formar o purê-pirão, na consistência
de um pirão. Servir o peixe ensopado numa travessa, com o pirão e o arroz à parte. Refogar a farinha de mandioca no azeite de dendê como prato de acompanhamento.
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Educação ambiental com pé na areia Cientistas trabalham com apoio dos pescadores artesanais para estudo de tubarões e raias Há cinco anos o biólogo Alexandre Rodrigues, mestre em pesca e aluno de doutorado (UNESP-Botucatu, orientado pelo Prof. Fausto Foresti e co-orientado pelo Prof. Alberto Amorim, Instituto de Pesca/APTA/Secretaria Agricultura Abastecimento), acompanha pesca de arrasto de praia em Bertioga, no litoral norte de São Paulo. Ele desenvolve a pesquisa “Caracterização da fauna de tubarões e raias e a sua relação com a pesca artesanal na Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro de São Paulo (APAMLC)”. Nesses anos de trabalho em campo tem aprendido e ensinado muitas coisas. Sua observação contínua registra o saber tradicional dos pescadores, e ao mesmo tempo contribui no aprimoramento da arte de devolver as espécies que não serão comercializadas com rapidez para que sobrevivam e continuem a cumprir seu papel ecológico. Devolver animais às águas já é um antigo conhecimento dos pescadores artesanais, que sempre soltaram os peixes pequenos, as fêmeas ovadas de caranguejos e o excesso da pesca. Seu Tonico (1913-2012) que foi considerado por muito tempo o pescador mais velho de São Vicente, sempre repetia os ensinamentos dos antigos. “Meu finado pai dizia, nunca pegue peixe demais para sobrar se não tem para quem dar ou vender”. Alexandre explica que no geral as raias são bem resistentes à captura, e quando desembaraçadas da rede, fogem com rapidez. Durante cerca de cinco anos
O biólogo Alexandre Rodrigues devolve ao mar uma raia-viola, Pseudobatos percellens, com uma pequena marca de identificação.
de parceria com os pescadores de Bertioga, foram mais de 2.100 raias registradas através do Monitoramento Participativo, sendo a maioria devolvida ao mar com vida, com índice de mortalidade de 1%. Estes números mostram que o manejo consciente diminui o impacto sobre este grupo de animais. “Estes dados mostram também a importância da parceria entre a academia e a comunidade da pesca artesanal, onde através da troca de saberes, da educação e principalmente da inclusão dos pescadores nos projetos atingimos os objetivos conservacionistas”, afirma Alexandre. O foco está na importância do diálogo para a sensibilização sobre a importância de um bom manejo para que essas raias sejam liberadas rapidamente e sem grandes impactos físicos, fatores que
contribuem com a sobrevivência após a soltura. O biólogo explica que pesca de arrasto de praia é regulamentada pela Resolução SMA nº 51/2012, que foi construída com mais de dois anos de debates no fórum da Apa Marinha Litoral Centro, com a participação de representantes do poder público e da sociedade civil. Empenhado em seu projeto de educação ambiental, Rodrigues se disse chocado com o ocorrido na praia de Santos na manhã de 28 de janeiro, quando o monitoramento do Instituto Gremar encontrou 24 raias-ticonha (Rhinoptera bonasus) mortas na areia. Embora esta espécie não esteja classificada como ameaçada pela Portaria MMA nº 445/2014, são animais que necessitam de uma atenção especial devido suas características biológicas. Pescadores artesanais consultados se mostraram indignados com o ocorrido, e afirmam que é necessária uma investigação para descobrir as causas desta mortandade. Aqueles que vivem da pesca e são documentados acreditam que a ação pode ter sido feita por pescadores clandestinos, que vivem à margem das comunidades de pesca. O fato, denunciado pelo vereador Marcos Libório (PSB), ex-secretário do Meio Ambiente de Santos, suscitou o agendamento de reunião com a Prefeitura de Santos e representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) MMA. Na ocasião será discutida a regulamentação de pesca na cidade.
Como conservar peixe e camarão no verão Os peixes e frutos do mar são considerados em nutrição humana alimento saudáveis e de fácil digestão, ricos em vitaminas e minerais e de baixo teor calórico, podendo ser indicados para qualquer idade. Porém, por serem alimentos ricos em água e proteínas, rapidamente entram Augusto Pérez Montano em decomposição. E Médico Veterinário, membro para que o consumidor da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de não seja enganado, Medicina Veterinária do é importante conheEstado de São Paulo cer as características que determinam a boa qualidade do pescado fresco. Nos peixes podem ser destacados o brilho nos olhos, que devem ocupar toda a órbita, a pele brilhante com muco transparente e escamas firmes, as guelras úmidas e de coloração vermelho vinhosa e ausência de odor fétido. Os filés devem ter a carne firme e elástica. Para os camarões e lagostas é importante que a cabeça e as “perninhas” estejam aderidas ao corpo curvado, a casca deve ser brilhante e os olhos salientes. Já, os moluscos com conchas (ostras e mariscos) devem ser comercializados vivos, a concha fechada e com água incolor e límpida no seu interior e ausência de odor fétido. Nas ostras, a carne é úmida, esponjosa e aderente à concha e de cor acinzentada, enquanto que nos mexilhões a cor é amarelada. Para o polvo e a lula a pele deve ser lisa e úmida, os olhos salientes, a carne elástica e ausente de odor fétido. Para manter a qualidade do pescado fresco e evitar contaminação por microrganismos é imprescindível pensar em todas as etapas, desde a captura, transporte, armazenamento até a chegada ao consumidor, que também deverá ter cuidados para evitar intoxicação. Na hora da compra adquirir produtos que tenham as características inerentes às espécies e para a manutenção devem estar sob temperatura de até cinco graus Celsius para não estragar. O transporte até a residência deve ser rápido e os produtos devem estar embalados com gelo e acomodados num um isopor também com gelo para evitar o início da putrefação. Ao chegar em casa, tanto o peixe inteiro como o filé ou frutos do mar em geral, devem ser lavados imediatamente com água gelada e vinagre. Quando o peixe estiver inteiro é necessário retirar as vísceras e escamas e lavar novamente com água gelada. Se for armazenar em geladeira é necessário adicionar sal e tempero ao gosto para uso até o dia seguinte. Se for guardar no freezer (menos 18 graus Celsius), peixe e frutos do mar devem ser lavados, podendo também ser armazenados temperados. Para facilitar o manuseio deve-se embalar um a um em filme plástico, podendo ser consumido em até 90 dias. O descongelamento deve ser sempre feito na geladeira e o preparo deve ser em ato contínuo.
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Na rota do marlim-azul Cientistas contam com colaboração de pescadores esportivos para estudos de migração do marlim-azul Dia 8 de janeiro de 2021, o pescador esportivo Alex Malafaia, 49 anos, partiu do píer do Yacht Club de Ilhabela, litoral norte de São Paulo, na lancha Camargue, com uma diferente missão. A proposta era fisgar um marlim-azul e devolvê-lo ao mar com uma pequena marca eletrônica (Minipat) que iria registrar, entre outros, o trajeto do peixe, localização e profundidade e temperatura de seu hábitat. “Sou pescador desde que me conheço por gente”, afirma Malafaia. Mas, para ele, participar de um projeto de pesquisa é uma emoção diferente. A missão foi bem sucedida e a marca se desprenderá do peixe em sete meses. Ao flutuar na superfície do mar transmitirá todas as informações coletadas no período para o satélite do sistema Argus, que as enviará à Terra. O Projeto Marlim desde 1993 conduz estudos sobre três espécies de peixes-de-bico (marlim-azul, branco e sailfish) é coordenado pelos professores Alberto Amorim do Instituto de Pesca/APTA/Secretaria da Agricultura do ESP, e Eduardo Pimenta, da Universidade Veiga de Almeida-UVA, campus Cabo Frio-RJ. O estudo é feito em parceria com pescadores esportivos que cooperam na colocação das marcas nos peixes. O projeto iniciado em 2016, teve como foco o marlim-
-azul, que pode chegar a mais de 600 kg e navegar longas distâncias. As primeiras cinco marcas foram colocadas em 2018 e 2019. Uma num peixe liberado frente à Ilhabela, outra em Canavieiras-Bahia e três em Cabo Frio-Rio de Janeiro. Em janeiro de 2021 o pescador Alex Malafaia (YCI) colocou a primeira marca do ano num marlim-azul em Ilhabela, e outras duas marcas restantes, que finalizarão o estudo, serão colocadas pelo biólogo Eduardo Pimenta em parceria com a pesca esportiva, do Iate Clube do Rio de Janeiro-ICRJ, em Cabo Frio. As informações obtidas via satélite pela marca colocada em dezembro de 2018 pelo pescador Alex Malafaia num marlim-azul frente à Ilhabela-SP, mostrou o peixe se dirigindo até o sul da Bahia, passando pela Cordilheira de Abrolhos, retornando em seguida ao ponto de partida em Ilhabela, e seguindo após para Santa Catarina. Depois rumou norte para o Espírito Santo, onde a marca se desprendeu em 4 de julho de 2019. Seus hábitos de deslocamento mostraram que durante o dia se manteve mais de 80% do tempo entre a superfície e 80 metros de profundidade. À noite, 90% até 10 metros. O programa contou também com a colaboração das equipes das lanchas Makaio, do comandante e pescador Rodolfo
Equipe da Camargue chega em terra após colocar marca eletrônica no marlim
Kreischer, Greenboat, do comandante e pescador Philip Greenman, Release do comandante Alberto Quintaes e pescador Evandro Soares e Salt Life do comandante Antônio Amaral (Tuba) e pescador Elio Rossi. Com essas e outras informações, os cientistas têm base para conhecer melhor a espécie e trabalhar pela construção de políticas de conservação em comitês internacionais, pois o animal se desloca para vários países. Um marlim-azul marcado e solto em 1992 com uma marca convencional na costa leste dos Estados Unidos, Oceano Atlântico, foi reencontrado nas Ilhas Maurício,
no Oceano Índico após três anos. A distância em linha reta é de 16.853 km. As marcas antigas eram feitas em Hydron (um tipo de nylon biocompatível) com uma numeração que correspondia ao seu registro em arquivos de computador com data, local e tamanho estimado do peixe. Se o animal fosse recapturado e a marca numerada enviada aos cientistas, era possível estabelecer o trajeto percorrido. Hoje, as atuais marcas eletrônicas garantem um resultado mais seguro, pois se desprendem sozinhas (sistema pop-up) dos peixes no tempo programado e enviam as informações ao satélite, que as direciona à Terra. Segundo o pesquisador Alberto
Amorim, as três últimas MiniPats foram programadas para ficarem no peixe até 210 dias, cerca de 7 meses. Com as informações obtidas, o projeto pretende avaliar a migração do marlim-azul, para onde vão e se voltam ao mesmo ponto de liberação, observando também temperatura, profundidade, tempo gasto durante todo o percurso, entre outros. A pesquisa “Estudo da migração de agulhão-negro, Makaira nigricans, Osteichthyes. Istiophoridae) no Atlântico Sul Ocidental” é feita com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP e o Instituto de Pesca, APTA, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do ESP.
Renato Marchesine, de olho no turismo comunitário Entusiasta da experiência turística que troca a massificação por uma vivência autêntica mais próxima da realidade local, Renato Marchesine, 42 anos, secretário de Turismo de São Vicente, quer abrir espaço na cidade para esse modelo de visitação. “Alguns locais que já estão no radar são a comunidade do Japuí, Rua Japão, Acaraú e Paratinga”, afirma. Bacharel em Turismo, mestrando em Ciência e Tecnologia do Mar, pós-graduado em Ecoturismo, ele tem a sensibilidade para conduzir essa experiência. “A efetivação e sucesso da proposta vai ser resultado da união de esforços da equipe da Secretaria de Turismo, iniciativa privada, instituições de ensino, terceiro setor e principalmente no engajamento, empoderamento e autogestão das comunidades”, acrescenta.
Os projetos de turismo comunitário na vida pessoal e profissional de Marchesine, despertaram no ano 2000, quando foi selecionado pela universidade em conjunto pelo governo federal para participar do Projeto Rondon (Universidade Solidária) em Quipapá, Pernambuco. “Na ocasião, compreendi que os lugares não são os territórios, e sim as pessoas”, explica. Desde então venho participando e desenvolvendo projetos de turismo comunitário com a ferramenta da economia solidária em locais como Arte nas Cotas de Cubatão, Ilha Diana e Caruara (bairros na área continental de Santos), Arte nas Cotas de Cubatão, Vivência Indígena Guaraní (São Vicente), Aldeia Indígena Tabaçu (Peruíbe), entre outros. “Estamos confiantes, com foco na gestão técnica,
planejamento e muito trabalho da Equipe da Setur e outras secretarias do governo do Prefeito Kayo Amado, em conjunto com todo o trade de turismo explica. Marchesine acredita que a integração de todos os atores da sociedade e a interdisciplinaridade será um dos grandes legados da gestão. “No mundo pós pandemia, muita coisa mudará e o setor de turismo está confrontado e desafiado a esta nova realidade”, alerta Marchesine. Ele acredita que com inovação, tecnologia e gestão profissional eficiente é possível ter uma cidade para se orgulhar. Para isso considera essencial o planejamento para o turismo consolidado e sustentável. “O reposicionamento da atividade de turismo, em novas bases, não é uma escolha: é uma exigência dos novos tempos”, finaliza.
Renato Marchesine, secretário de Turismo de São Vicente, pretende desenvolver o turismo comunitário na cidade.
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JANEIRO/FEVEREIRO- 2021
Natal em Cachoeira Mesmo com os problemas trazidos pela pandemia, as crianças do sítio Cachoeirinha em Guarujá, puderam curtir momentos de um feliz Natal no dia 23 de dezembro de 2020. A comemoração obedeceu a todas as regras de distanciamento e uso de máscara, segundo um dos organizadores do evento, Sidnei Bibiano. Na ocasião foram distribuídos brinquedos doados por amigos da Associação dos Moradores Amigos da Cachoeira da região do Rabo do Dragão. As máscaras de proteção foram doadas pelo Fundo Social de Solidariedade do Guarujá.