MAIO/JUNHO 2021 • Número 171 • Ano XVII • Tiragem 3.000 exemplares
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Queremos pescar tainha
Em Guarujá, o historiador Wendel da Costa entrevista Margarida Oliveira para o livro “Os Homens da Ilha”. pág. 7
Pescadores pedem mudança na Instrução Normativa Ibama 166 para permitir a pesca de peixes de superfície. Págs.4 e 5
Artesanato José Marques (@duzemarx)
Angélica Souza segue a tradição familiar do peixe salgado e seco em São Sebastião. Pág.8
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Peixe assado com batata-doce de Lúcia Blue
Peixe na folha de bananeira dos chefs Felipe Cruz e José Rosa
Peixe salgado e seco com batata-doce de Angélica Souza.
Meu São Pedro, São Pedrinho, Este ano Pescador vai comemorar Quietinho Procissões não vão sair Mas, ficaremos a pedir, Saúde e muitos peixes em nossas redes. Chris Amorim
Projeto Mães do Fogo oferece oficinas gratuitas em maio. Pág. 3
Temporada de pesca Tainha (Mugil liza)- S/SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada) Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)- S/SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/15 a 06/10/23 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Saiba mais sobre a legislação de pesca em: www. jornalmartimpescador.com.br (legislação)
EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Num ovo de cerca de 500g, nasce uma esperança de perpetuar uma espécie ameaçada: o albatroz. O pássaro, que pode voar por mais de 15 km sem parar, é muito resistente, mas tem maturidade tardia e estratégias de reprodução peculiares que não permitem o desenvolvimento de uma grande prole. “Os albatrozes-viageiros (Diomedea exulans) adolescentes, por exemplo, voltam para a colônia reprodutiva em seis anos, mas não começam a se reproduzir até os 11 ou 15 anos; os mesmos pares acasalam para o resto da vida e procriam a cada dois anos, gerando apenas um ovo por temporada reprodutiva”, explica Caio Azevedo Marques, Gerente de Pesquisa Científica do Projeto Albatroz. “Isso reforça a necessidade de um amplo trabalho de conservação dessas espécies em águas brasileiras e também subantárticas, onde se reproduzem”, afirma. Para os albatrozes, os ovos são símbolos de esperança. Neles está contida a promessa da continuidade da espécie a voar majestosamente sobre o oceano. Nos ovos também estão seus principais desafios: cuidar do ovo e do filhote por mais de um ano até que possam voar e se alimentar sozinhos enquanto viajam pelo mundo. O Projeto Albatroz que trabalha com a conservação e a pesquisa destas aves há mais de 30 anos, reuniu algumas informações incríveis sobre os ovos das espécies. Os albatrozes tendem a manter o mesmo casal por toda a vida. Após muitos meses, e até anos, no oceano em busca de alimento, eles voltam a se encontrar na mesma ilha onde nasceram para botar um novo ovo. A exceção à regra se dá com a morte do parceiro, quando os albatrozes levam alguns anos sem se reproduzir até talvez encontrar outro par. O período de incubação pode variar entre 70 e 85 dias, em média. As maiores espécies como, por exemplo, os albatrozes-viageiros (Diomedea exulans), chegam a ter até 3,5m de envergadura, possuindo o maior tempo de incubação entre seus pares. Fêmea e macho se revezam nos cuidados com o ovo durante o período de incubação, em turnos de dias ou semanas. Um ovo de albatroz, e mais tarde o filhote, nunca é deixado sozinho no ninho. Os cuidados parentais são divididos igualmente entre macho e fêmea. Os ninhos de albatroz geralmente são feitos em ilhas remotas, em meio ao oceano, tornando pouco provável a interferência humana. Os maiores cuidados para sua preservação é evitar que sejam capturados incidentalmente por barcos pesqueiros. Projeto Albatroz Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores. A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil. Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS) e Cabo Frio (RJ). Mais informações: www.projetoalbatroz.org.br Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
@Dimas Gianuca
Bagre, rosado (Genidens genidens, Genidens barbus, Cathorops agassizi) 1/01 2021 a 31/03/2021 Camarão camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis, F. brasiliensis e F. subtilis, setebarbas Xiphopenaeus kroyeri, branco Litopenaeus schmitti, Santana ou vermelho Pleoticus muelleri e barba-ruça Artemesia longinaris- De 1 de março a 31 de maio Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) 1/10/20 a 31/03/21 Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus) 1/11/2020 a 28/02/2021 Ostra (todas espécies) 18/12/2020 a 18/02/2021 Defeso da piracema-1/11/2020 a 28/02/2021-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape). lagostas vermelha (Panulirus argus) e verde (Panulirus laevicauda) 1/12 a 31/05/2021 pargo (Lutjanus purpureus)15/12 a 30/4
O albatroz e a esperança
Um filhote pode levar até 5 dias para romper o ovo com seu próprio bico @Dimas Gianuca
Defesos
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Fêmeas e machos de albatrozes se revezam para cuidar dos ovos e dos filhotes.
Como prevenir o contágio da Covid-19 Até dia 29 de maio o total de mortos pela COVID-19 chegava a 461.057, e os novos óbitos nas últimas 24h eram 2.012. Os casos de doentes registrados desde o início da pandemia até esta data somam 16.471.600. Por isso todo cuidado é pouco. As principais medidas para evitar o contágio são vacinação, uso de máscaras (mesmo para os vacinados), lavagem das mãos com água e sabão ou passar álcool, e distância mínima ao conversar de cerca de 1,5m. E lembre-se, os aerossóis de um espirro podem chegar a cerca de 29/05 6 metros de distância. 461.057 - Mortes
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Bons procedimentos higiênicos na cozinha Todos os alimentos adquiridos para o consumo como verduras, legumes, frutas, carnes ou pescado ao chegarem na cozinha doméstica devem passar por procedimentos higiênicos para a retirada de possíveis contaminantes que podem trazer riscos de contaminação às pessoas. Augusto Pérez Montano Nesse sentido é Médico Veterinário, membro importante manter a da Comissão de Aquicultura higiene da cozinha, esdo Conselho Regional de Medicina Veterinária do pecificamente a pia que Estado de São Paulo deve estar sempre limpa e desinfetada para receber o alimento para a obtenção de uma alimentação saudável. Porém, a limpeza e higiene de toda a casa são essenciais, principalmente a do banheiro. Deve-se ainda levar em conta a higiene pessoal como banho diário, cuidados dentários e dentes escovados, unhas cortadas, roupas limpas, ter como regra básica a lavagem das mãos e braços na pia do banheiro com sabão. Em hipótese alguma as mãos devem ser higienizadas na pia da cozinha. É conveniente antes de qualquer atividade na cozinha trocar a roupa que chegou da rua. Para garantir que a alimentação seja saudável é necessário associar a escolha, a correta preparação, a conservação de todos os alimentos a fim de evitar que se estraguem. A escolha do alimento deve estar baseada nas características próprias do produto e no valor nutritivo. Os alimentos frescos como verduras e legumes onde a quantidade de microrganismos é elevada, devem primeiramente ser lavados em água corrente na pia da cozinha para retirar a sujidade e posteriormente ser higienizados em recipiente com hipoclorito de sódio (duas colheres de sopa de água sanitária em um litro de água) e mantidos em geladeira para o consumo diário. As frutas devem ser lavadas e higienizadas à semelhança das verduras, sendo que podem ser conservadas ou não em geladeira. A carne bovina e suína frescas devem ser retiradas da embalagem, podendo ser temperadas ou não, e mantidas em um recipiente tampado para uso em até dois dias. A carne fresca de ave deve ser lavada com água corrente e vinagre e temperada ou não, e mantida em recipiente fechado na geladeira para uso dentro de dois dias. A salsicha e a linguiça fresca antes de serem preparadas devem ser lavadas em água corrente e o uso deve ser imediato. Já a linguiça calabresa, basta retirar o envoltório e preparar para o consumo. Quando estiver congelada, o descongelamento deve ser na geladeira e em seguida proceder o preparo. O peixe fresco inteiro deve ser lavado, eviscerado e lavado novamente para retirada de resíduos de sangue e vísceras, pode ser temperado ou não, e colocado imediatamente em geladeira para uso imediato ou no dia seguinte. O camarão e os moluscos devem ser lavados em água corrente para a retirada de resíduos e serem preparados para uso imediato. Devemos considerar que todo o alimento congelado deve ser descongelado dentro da geladeira, e após o descongelamento deve seguir para o preparo e uso imediato. O descongelamento fora da geladeira propicia a perda da qualidade além de tornar o produto nocivo para a saúde, devido ao crescimento bacteriano que pode trazer risco de contaminação das pessoas.
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Além da Covid-19, casos de dengue no país preocupam especialistas Na Baixada Santista, somente nas duas primeiras semanas de março, houve um aumento de 145% nos casos de dengue O Brasil e o mundo passam pela maior crise sanitária da nossa época com a pandemia do novo coronavírus. No entanto, além da Covid-19, o surgimento de novos casos de dengue no país preocupa os especialistas. No litoral de São Paulo, a Baixada Santista, registrou somente nas primeiras duas primeiras semanas de março um aumento de 145% nos casos de dengue. A infectologista da Fundação São Francisco Xavier, Andrea Maria de Assis Cabral explica sobre as doenças e ensina a diferenciar os sintomas de Covid e Dengue. “As duas doenças são virais, mas provocadas por vírus diferentes e com comportamentos distintos. A Covid-19 é causada pelo vírus Sars Cov 2 e é transmitida de uma pessoa infectada para outra. A transmissão da dengue é feita pela picada do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti”, explica a infectologista. Segundo a infectologista, alguns sintomas de dengue e covid-19 são semelhantes e podem causar confusão na
Fundação São Francisco Xavier homenageia profissionais de enfermagem na Semana da Enfermagem (12 a 20 de maio)
população. Entre eles a febre, mal-estar, dor de cabeça e dor no corpo. A Covid-19 é uma doença respiratória aguda e isso a diferencia da dengue. Na Covid são frequentes os sintomas gripais, como tosse, coriza e falta de ar”, explica. “E em caso mais extremo, as doenças podem coexistir em uma mesma pessoa. Ou seja, é possível ter dengue e Covid-19 ao mesmo tempo”.
A doutora também alerta que quem já pegou um tipo de dengue também pode sofrer nova infecção por outro tipo. “As reinfecções tendem a ser mais perigosas por causa do desenvolvimento de alto anticorpo que pode provocar sintomas ainda mais fortes. Por isso é preciso ficar atento e procurar o atendimento médico a qualquer sinal de alarme”, ensina Andrea.
Mães do Fogo realiza oficinas gratuitas sobre Roteiro de Documentário As oficinas trazem partilhas da equipe de pesquisa, direção, gestão e roteiro na execução do projeto em tempos de COVID O projeto Mães do Fogo realiza no mês de maio a segunda etapa das oficinas Ecologia de Saberes, contrapartida do projeto aprovado pelo PROAC Express 2019. Desta vez as oficinas trazem partilhas da equipe de produção do roteiro do documentário longa-metragem Mães do Fogo. A oficina se desdobra em 4 painéis: 1-Do Plano à Gestão de Crise (4 de maio), com Catharina Apolinário (Diretora Mães do Fogo), Danilo Tavares (Diretor Mães do Fogo), Renato Azevedo (Diretor da Produção Preta), 2-A Pesquisa com a Bússola do Coração (6 de maio), com Catharina Apolinário, Dida Dias, Fabíola Moraes, Itamirim, Cinthia Tescare (Pesquisadoras), Danilo Tavares (Assessoria em pesquisa), 3- Escrita de Roteiro e Processos Criativos (11 de maio), com Catharina Apolinário e Danilo Tavares (Roteiristas) 4-Direção de Arte, Música e Fotografia (13 de maio), com Márcia Okida (Direção de Arte), Danilo Tavares (Direção de Fotografia), Felipe Romano (Direção de Trilha Sonora). As oficinas serão transmitidas pelo canal do YouTube do Projeto Mães do Fogo. As inscrições gratuitas estarão abertas na plataforma Sympla, com emissão de certificado. Na primeira etapa do projeto os temas das oficinas comunitárias foram: Plantas Medicinais e Alimentares, Educação Indígena e Quilombola e Feminismo Comunitário de Abya Yala, tendo a primeira citada recorde de inscrições (469). As oficinas da primeira etapa se encontram disponíveis na Playlist Oficinas Ecologia de Saberes no canal do YouTube do projeto Mães do Fogo. (https://www.youtube.com/channel/UCQ1nCJJrCnUdtKGY1dKuKWw/ playlists) Links: https://linktr.ee/maesdofogo
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COLUNA
DP WORLD SANTOS LANÇA NOVO EPISÓDIO DO PODCAST “EM SINTONIA” SOBRE CAPACITAÇÃO E CARREIRAS PORTUÁRIAS
Páscoa em Cachoeira As crianças de Cachoeira comemoraram o dia de Páscoa em 12 de abril. Pequenos de um ano e meio a 10 participaram da distribuição dos ovos. O evento foi organizado pela AMAC-Associação dos Amigos e Moradores de Cachoeira na região do Rabo do Dragão em Guarujá. Segundo Sidnei Bibiano, secretário da Associação, as crianças compareceram de máscara e respeitaram os princípios de distanciamento social.
Art Manifesto que reuniu cerca de 80 barcos pede mudança na IN 166 para permitir a pesca de peixes de superfície Quando o assunto são as profissões portuárias, muitas pessoas ainda carregam uma visão que não mais condiz com a atual realidade, enquanto outras até desconhecem as oportunidades existentes nesse mercado. O fato é que o Porto de Santos, por exemplo, moderniza e amplia sua infraestrutura para receber trabalhadores cada vez mais qualificados. Com o interesse crescente da população da Baixada Santista no ambiente portuário, surgem muitos questionamentos: qual é o perfil profissional desejado hoje pelas empresas? Como se capacitar para seguir uma carreira neste segmento? Quais são os novos desafios?
É sobre isso que fala o episódio do podcast “Em Sintonia” – canal lançado pela empresa em março do ano passado. Podcast é um formato de publicação de arquivos de áudio, que podem ser ouvidos sob demanda (on demand) a qualquer hora e através de diversos dispositivos. Com o reaquecimento do mercado de podcasts, a empresa viu a oportunidade de levar ao público assuntos ligados ao setor de forma mais aprofundada e descontraída. No episódio com tema “Capacitação e carreiras portuárias”, participam três integrantes da DP World Santos e um executivo do mercado, respectivamente: Lenilton Jordão, diretor do De-
partamento de Pessoas, Abel da Silva, analista de treinamentos, Wesley de Oliveira Andrade, operador de portêiner, e Hudson Carvalho, executivo de Recursos Humanos e diretor da consultoria E-labore Online. Os convidados responderam a perguntas feitas pelos internautas e compartilharam dicas e experiências pessoais, além de reforçar a importância do estudo contínuo e explorar o universo das vagas de trabalho, instituições e cursos voltados à operação portuária. O podcast Em Sintonia está disponível nas principais plataformas e aplicativos de streaming. Ouça no Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS NOVO SITE 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworld.com/santos
Nem o vento de 80 km, nem a chuva, nem a maré impediram os pescadores de protestar contra artigos da lei que impedem os artesanais de pegar a tainha (Mugil liza) e outros peixes como sororoca, anchova, guaivira e xaréu. A manifestação pacífica aconteceu dia 22 de maio, com encontro de barcos ao longo canal de acesso ao Porto de Santos. Em São Sebastião e Ilhabela se deu nas proximidades da travessia da balsa e no Saco da Ribeira, em Ubatuba. Por terra, aconteceu uma caminhada cívica, da balsa de Santos, em direção ao Mercado de Peixes seguindo para o Museu de Pesca na av. Bartolomeu de Gusmão, Ponta da Praia. A manifestação contou com o apoio das Colônias de Pescadores do Estado de São Paulo, de pescadores de arrasto de praia, emalhe, caça submarina, amadora, frete, entre outros. No meio político, encontraram apoio de vereadores e deputados. “Queremos a exclusão dos artigos 2 e 3 da Instrução Normativa Ibama 166 de 2007, ou a suspensão da normativa por 120 dias para não perder esta safra da tainha”, explica o pescador Peterson Vieira, representante da Colônia de Pescadores Z-4 de São Vicente. “Se formos pescar segundo estas regras atuais, de 20 a 30 metros de profundidade, entramos em rota de colisão com navios ou pescamos na Laje de Santos (local de exclusão de pesca)”, explica. “Esta é uma pesca tradicional, a que temos direito. Temos dificuldades devido à pandemia, temos contas a pagar”, complementa. Segundo a presidente da Colônia Z-4, Maria Aparecida Nobre, a Nenê, há 14 anos o pescador sofre com essa proibição. “Não há como proibir a boieira, se for pesca assistida (com a presença e atenção do pescador). Se o pescador está junto ele pode soltar algum animal capturado acidentalmente, como toninhas ou tartarugas”, acrescenta. “Entra política e sai política e até hoje as carteiras dos pescadores não foram emitidas, que é o primordial de toda classe profissional, sua identificação” se queixa Nenê. “Vivemos de portarias que terminam em 31 de dezembro. A IN 166, parabéns, vai fazer 14 anos, a IN 12 completa nove anos, a IN 10, dez anos”, complementa. Ela explica que existe uma ineficácia de um setor
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tesanal quer pescar tainha
que deveria abraçar o pescador profissional como principal coluna de construção de um ministério ou secretaria. Para ela, hoje a pesca amadora é a mais significativa deste setor, onde você tira um documento rapidamente pela internet. “O pescador clama que a venda dos olhos desta secretaria caia e eles nos enxerguem de verdade”, finaliza. “Não temos que pescar escondidos como criminosos. Pedimos 120 dias para pescar tranquilos. Já temos um grupo de trabalho discutindo esse assunto no Grupo de Trabalho de
Pesca de Emalhe da Apa Marinha”, afirma Luciano Sant´Anna, da Colônia de Pescadores Z-3 em Vicente de Carvalho. “A tainha é muito procurada, vende fácil e tem preço bom. Temos que pescar para levar sustento para nossa família”, conclui. Segundo o oceanógrafo Fabrício Gandini, diretor do Instituto Maramar, uma proposta de regulação pesqueira da rede de superfície em águas marinhas no Estado de São Paulo foi entregue ao Ministério da Agricultura , Pecuária e Abastecimento (MAPA) dia 20 de junho de 2020. O trabalho foi realizado
num processo coletivo que que envolveu pescadores de todas as cidades paulistas, de Cananeia a Ubatuba. Ele acrescenta que a partir disso, abriu-se um processo administrativo em Brasília para a regulação desta pesca. “De dois meses para cá a Fundação Florestal propôs pesca experimental emergencial como forma de superar o problema”, acrescenta. “Outras tratativas no campo do diálogo e busca de formas jurídicas para superar o impasse têm sido buscadas pelas organizações de pescadores”, finaliza.
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Serra da Canastra: um mergulho na natureza intocada Aos pés do majestoso Paredão da Serra da Canastra em Minas Gerais, o distrito de São José do Barreiro se estende. “Meu maior prazer é olhar para o Paredão toda a manhã ao acordar”, conta Olga Amorim, proprietária da Pousada Pedra da Lua. Paulistana, cansou-se da poluição da cidade grande e saiu em busca do verde e de uma vida tranquila. Há dois anos no local, se encanta com a vegetação, as cachoeiras e os animais que ali habitam. “Muitos vêm aqui para observar aves”, diz referindo-se aos tucanos, canarinhos da terra, siriemas, gaviões, entre outros. Não é difícil também esbarrar com lobos-guarás, tamanduás e tatus que fazem parte da fauna local. O distrito de São José do Barreiro com cerca de 1.500 habitantes, fica no município de São Roque de Minas. A maior atração é o Parque Nacional da Serra da Canastra, criado em 1972 para proteger as nascentes do rio São Francisco. e que tem a portaria principal a 8 km de São Roque de Minas. Ali está uma das principais belezas do local, a cachoeira Casca D´Anta, a primeira grande queda do Rio São Francisco com 186m de altura. A cidade é muito católica e promove festas religiosas, como a do Divino em maio e a Folia de Reis, que vai de 24 de dezembro. Hoje, devido à pandemia, as festas estão restritas. Mas a tradição consta de um festejo, onde um grupo de fiéis vai cantando de casa em casa, e quem os recebe oferece refeições de confraternização. Outro prazer que Olga encontrou em São José do Barreiro são as comidas típicas da região feita com os produtos fresquinhos, entre elas o angu, o pão de queijo, a abobrinha batida no faca, carne de porco na lata (conservada em banha) e o queijo. Por estar numa zona rural, os moradores criam vacas, porcos, galinhas e também plantam. É ali que nasce o famoso queijo de Canastra, famoso em todo país. Os vizinhos de Olga, Eduardo e Rosangela dos Santos, tem 12 vacas, que garantem o leite fresquinho para a confecção do queijo. Nascidos na região, guardam a receita tradicional da família. E Rosangela, a Tuta, também é mestre no preparo do verdadeiro pão de queijo mineiro. Para a paulistana Olga, viver em São José do Barreiro é sempre um prazer constante para quem ama as belezas naturais que já se perderam nas grandes metrópoles. Saiba mais: @pousadapedradalua/pousadapedradalua3@hotmail.com
Os cantadores vão de casa em casa nas festas religiosas
Cachoeira Casca D'Anta a primeira grande queda do rio São Francisco.
Eduardo Américo ordenha as vacas para produzir o famoso queijo da Serra da Canastra
E aí está o famoso queijo de Canastra!
Pousada Pedra da Lua em São José do Barreiro
A cidade fica em frente ao Paredão da Serra da Canastra
Mercado de Peixes de Santos - Delivery de 3ª a sábado das 6 às 18h-domingo das 6h às 15h Box 1................... Alex Santista................. 3261 3858 Box 2................... Don Augusto................. 3261 1049 Box 3................... Bom do Santista............ 3261 1483 Box 4................... Vieira Pescados............. 3261 1483 Box 5................... Peixaria Super Joia....... 3261 6995 Box 6................... Edu Pescados................ 3261 8082 Box 7................... Peixaria Box 7.............. 3261 1422
Box 8................... Barriguda Pescados...... 3261 2702 Box 9................... Ana Maria Pescados..... 3261 6611 Box 10................. Gabrimar....................... 3261 2376 Box 11................. Emanuel Pescados........ 3261 4108 Box 12................. Peixaria Canaã.............. 3261 2718 Box 13................. Irmãos Andrade............ 3261 4108 Box 14................. Palhinha Pescados........ 3261 8096 Box 15................. Santos Pescados............ 3261 1059
Box 16................. Irmãos Mandus............. 3261 8513 Box 17................. Peixaria Zelaine............ 3261 1117 Box 18................. Nova Esperança............ 3261 5392 Box 19................. Tatá e Davi.................... 3261 5822 Box 20................. Santos e Nogueira......... 3261 1617 Gelo..................... Mega Cubo................... 97807 9402 Restaurante.......... Paru............................... 3261 4055
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Os Homens da Ilha Livro mostra as raízes históricas da Ilha de Santo Amaro Na foto, Margarida segura orgulhosa o livro que conta sua história. Às vésperas de completar seus 92 anos, em maio de 2021, ainda consegue ler sem óculos e fazer o café que serve à mesa. Nascida na praia do Iporanga, um dos últimos redutos caiçaras em Guarujá que hoje abriga um condomínio de alto
padrão, nossa personagem migrou entre sítios e praias, passando a infância em Camburi, pequena faixa de areia onde só se chegava de canoa em dias de mar calmo. Seu pai e tios precisavam remar pelo canal de Bertioga para vender palmito, banana e lenha no centro de Santos, de onde voltavam no dia
seguinte com carne e outros itens que supriam a prole. Margarida Neta de Oliveira também se recorda dos mutirões para arrastar tainha, das folias de reis e festas de junho, e dos versinhos cantados ao som da viola: “Não quero me casar com moça branca da praia, pois elas ‘consertam’ peixe e trazem escamas na saia”. Lembranças remotas, que ela ainda carrega de uma cultura quase extinta. Seu avô, cujo casamento foi realizado em cerimônia na Fortaleza da Barra Grande em 1878, ainda era dono das terras à beira mar quando a neta nasceu, uma herança secular de família que se desfez pela pressão da especulação imobiliária dos últimos anos. O nome de flor que a nossa matriarca carrega não veio ao acaso, era uma homenagem à sua bisavó, Margarida Maria de Oliveira, que segundo o relato de um primo distante, seria uma índia tupiniquim, que morou na praia do Tortuga, tendo se casado com um faroleiro da Ilha da Moela. Um grupo de raízes históricas na Ilha de Santo Amaro, que entre roças e redes, de tradição singular, surgiu antes mesmo da ideia de criação da cidade. Muitos são os primos de Margarida, que quer se conheçam ou
não, relatam ser descendentes de bugres, pessoas surgidas da mescla entre europeus e indígenas. O recenseamento santista de 1817, por exemplo, referia-se à Maria Marcelina, trisavó da nossa anfitriã, como mulher parda, nascida ainda no século XVIII, família de sangue indígena e nove filhos, que vivia de pesca e lavoura e deixou incontável descendência em Guarujá. Fazer com que Margarida hoje tenha em mãos a trajetória de seus ancestrais é uma forma de devolver às comunidades tradicionais da baixada santista o espaço que lhes foi roubado durante o processo de urbanização que o litoral paulista experimentou. É mostrar que a identidade, o pertencimento e as velhas cantigas e festejos ainda podem ser revisitados, resgatados e ter seu lugar de direito como importantes elementos culturais da formação da nossa sociedade. Wendel Alexsander Dalitesi Costa, historiador, escritor do livro “Os Homens da Ilha” (2021), em coautoria com Jordão Goes Paixão Santos e Juliana Heloise Santos Silva. Link do livro: https://legado436249340.files.wordpress. com/2021/03/livro-homens-da-ilha-versao-digital-10-03-21-1.pdf
Erva-cidreira
A erva-cidreira, Melissa officinalis, também conhecida popularmente como erva-cidreira verdadeira, ou apenas por melissa, é uma planta medicinal da família da menta / hortelã e do boldo. Também conhecida como cidreira, capim-limão ou melissa,é rica em compostos fenólicos e flavonóides com propriedades calmantes, sedativas, relaxantes, antiespasmódicas, analgésicas, anti-inflamatórias e antioxidantes, sendo muito utilizada para tratar vários problemas de saúde, especialmente ansiedade e estresse, problemas digestivos e de sono. Na culinária, seu sabor é apreciado no preparo de pratos doces, como sorvetes, e de temperos para receitas com aves e frutos do mar
Por uma vida melhor na terra em que nasceu O caiçara Sidnei Bibiano luta por regularização fundiária e melhorias no bairro de Cachoeira em Guarujá A família Bibiano já está na sua quinta geração no bairro de Cachoeira, onde seus antepassados chegaram na década de 40. São cinco irmãos vivendo no mesmo terreno em casas separadas, usufruindo um quintal unifamiliar. Próximos ao canal de Bertioga, preservam ali os hábitos caiçaras de plantio, pesca e culinária. Dos tempos de criança, as lembranças são a casa de pau a pique, a luz de lamparina, e o descanso numa cama simples. “Eu acordava com bichos rastejando no pé da gente e pisava num chão duro de terra”, recorda Sidnei Bibiano. Famílias mais antigas, são os descendentes do primeiro morador Gabriel Bento Oliveira que chegou em Cachoeira em 1861. As modificações no bairro foram intensas. As fábricas de enlatados de sardinha que existiam na região fecharam na década de 80, dando lugar a marinas. O pescado diminuiu. “Cação-martelo que era abundante na região não se vê mais”, acrescenta. “Moramos à beira do canal de Bertio-
ga, onde ainda tem muita gente que pega marisco bico-de-ouro, caranguejo, siri, mas não tem mais em grande quantidade” lamenta. Hoje, uma de suas maiores lutas é a regularização fundiária do local. “Conseguimos um avanço, mudando a categoria de nosso bairro de “ocupação dirigida irregular” para área de “comunidade tradicional caiçara” dentro do plano diretor de Guarujá”, explica, argumentando ser esse um direito conquistado por décadas de moradia no local. Como secretário da Associação de Moradores Amigos de Cachoeira na região do Rabo do Dragão desde 2001, luta ainda por melhorias na saúde, educação e transporte. “Trabalhamos como uma mini-prefeitura, temos presidente e secretários”, explica. O objetivo da associação é levar as necessidades e anseios da população para Câmara Municipal, Prefeitura, Ministério Público, ou mesmo para o presidente da República ou Supremo Tribunal Federal. Conseguimos transformações com prefeitura vereadores, e
Ministério Público, para reconhecer como áreas de comunidades tradicionais caiçaras, além de Cachoeira, a prainha Branca, Praia do Góes, Santa Cruz dos Navegantes, Rio do Meio, parte do Perequê, sítio Conceiçãozinha. Na Cachoeira tínhamos cerca de 350 famílias, hoje são 310. Um grupo quilombola vendeu a terra e saiu do bairro, mas acabou não conseguindo comprar em outro lugar. Na prainha branca tem a folia de reis ainda, pereque são Pedro. Precisa de mais incentivo,Já perdemos 30 famílias, compraram áreas de quilombolas, que depois não conseguiram comprar casa em outro lugar. Sidnei Bibiano apresentou os problemas do bairro de Cachoeira, em Guarujá, durante Live dia 16 de abril sobre Atuação e Liderança Local em Questões Ambientais, Sociais e Econômicas, a convite do Observatório de Dinâmica Costeira da Universidade Federal de SP-Unifesp campus BS. A palestra teve a mediação professor Gilberto Ribeiro-Unifesp
Capim-cidreira
O capim-cidreira, Cymbopogon citratus, também conhecido como capim-limão, capim-cheiroso e capim-santo, tem folhas estreitas e compridas, que exalam odor de limão, principalmente quando são partidas. O chá tem sabor bem cítrico. Preparo do chá: Ambas podem ser degustadas na forma de chá, colocando-se um punhado de folhas no fundo de uma panela e jogando água fervente por cima, e deixando alguns minutos em infusão.
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MAIO/JUNHO - 2021
Da cozinha caiçara à francesa
Lúcia Blue nasceu em São Paulo, mas trabalha há muitos anos em contato com pescadores artesanais, trabalhadores rurais e quilombolas do litoral de São Paulo. Já fez vários projetos viabilizando o escoamento da produção de peixes no Mercado de Peixes de Peruíbe no litoral sul e seu objetivo agora é fazer aquaponia com pacus em Cananeia. Diretora-presidente da Instituto dos Trabalhadores da Transformação da Agricultura familiar. Explica que o instituto ensina o pescador a pegar o produto in natura e transformá-lo em produtos. “Passar conhecimentos em projetos de aquaponia também está em nossos objetivos”, complementa. Os pescadores artesanais de Barra do Una aprenderam a fazer linguiça e hambúrguer de peixe, e guardam ainda as apostilas do curso”, complementa. “Aprendi muito com os pescadores do litoral sul”, explica Lucia. Em Barra do
Una e Cananeia observava a maneira do pescador entrar na água e saber se tinha peixe só de olhar. Tem um sítio agroflorestal em Barra do Una, e lá adora praticar as receitas caiçaras que aprendeu no local. Hoje, morando em São Paulo, começou a fazer por diversão algumas tortas mais sofisticadas, e com as novas alternativas que a pandemia trouxe, resolveu vender essas delícias para entrega em delivery (na região da Bela Vista e Jardins em São Paulo). “Fiz um Instagram para vender meus produtos”, ela explica. Entre as delícias feitas por Lúcia estão sanduíches criativos, torta Le Tatin de goiaba, manga, ou a tradicional de maçã, tortas salgadas de legumes, galinha caipira e tomate com pesto e requeijão. Hoje Lúcia vai nos ensinar um prato simples com dois ingredientes que a culinária caiçara gosta de unir: peixe costeiro e batata-doce.
Veja mais no instagram: porto_de_engenho24. Contato: (11) 973307357/ Assbananaperuibe.bol.com.br Receita de peixe assado Ingredientes: 1 peixe de cerca de 2kg (robalo, tainha ou pescada)/ manjericão/sal/1 folha de bananeira/ sumo de 2 limões/batata-doce cortada em rodelas grossas Preparo: Temperar o peixe com sal, manjericão e limão e deixar marinar por 30 minutos. Retirar o cordão grosso central da folha de bananeira. Enrolar o peixe na folha de bananeira, e amarrar com o cordão da folha. Colocar numa assadeira e acrescentar a batata-doce ao lado do peixe. Levar ao forno pré-aquecido e deixar por 30 minutos a 180 graus. Abrir a folha de bananeira e deixar o peixe dourar por cerca de 10 minutos.
Como levar a culinária caiçara aos centros urbanos? Um desafio para donos de restaurantes e chefs de cozinha: trazer o sabor caiçara à cidade. Uma aula online motivou alunos do Curso de Gastronomia da Universidade São Judas Tadeu-Campus Unimonte a repensar o problema. O tema era Culinária Caiçara: tradição e contemporaneidade e aconteceu dia 24 de maio. Participaram do evento os chefs Felipe Cruz e José Rosa (Fim Fim restaurante), Larissa Vieira (coordenadora regional de Gastronomia- Anima), professoras de gastronomia Maria de Fátima Gonçalves e Luciana Marchetti (Unidade Curricular de Cozinha Brasileira) e a
O peixe e a farofa são feitos no braseiro
jornalista Christina Amorim, autora do livro de culinária caiçara Café com Peixe. A professora Luciana, apresentou um recorte de sua pesquisa de mestrado: “A culinária caiçara e a prática da hospitalidade nos restaurantes especializados em peixe e frutos do mar na Baixada Santista”. Os chefs Felipe Cruz e José Rosa, do Fim Fim restaurante (r. Alexandre Martins, 199, Santos/@fimfimrestaurante), mostraram o passo a passo do preparo de peixes na folha de bananeira, com vinagrete cambuci e farofa de farinha de milho com banana e mil-folhas de mandioca. A farofa e o
Os chefs José Rosa e Felipe Cruz
mil-folhas também foram preparados em panela sobre o braseiro. A discussão abordou as dificuldades de usar as mesmas técnicas empregadas nas comunidades caiçaras num restaurante. Os chefs usaram um braseiro no Fim Fim que garantiu a presença do sabor caiçara nos peixes embrulhados na folha de bananeira. A farofa de milho com banana também seguiu a forma tradicional. A presença da mandioca, o carro-chefe da culinária caiçara, foi trazida de uma forma criativa, na construção de um mil-folhas. A live mostrou a possibilidade do uso de um braseiro na execução do prato que permite trazer o mesmo antigo sabor que vem desde os caçadores-coletores, os indígenas chegando aos caiçaras. O evento comemorou o dia do cozinheiro e do Chef de Cozinha, trazendo uma forma de valorização da culinária caiçara. O preparo dos pratos pode ser visto no canal Encontros Gastronômicos no YouTube: https:// www.youtube.com/channel/UC7KnRi4__lvMPhjttjykHZA
Angélica de Souza e o peixe igual da vovó A família de Angélica Souza, morando hoje em São Sebastião, é a sexta geração que chegou de Portugal à Ilhabela, no litoral norte de SP. A família paterna chegou em 1813 da cidade do Porto e sempre estiveram envolvidos com as atividades pesqueiras. Assim, a tradição da salga de peixes vem de longa data. Caiçaras da gema, com a mistura de indígenas com portugueses, eles preservam suas tradições. Angélica, aos 45 anos, decidiu montar uma microempresa Peixe de Varal para poder distribuir o peixe cuidadosamente feito com uma receita de família. A salga ela aprendeu com a mãe, mas todos garantem que o peixe pronto fica igualzinho ao que a avó fazia. Aqui ela nos ensina como preparar o peixe salgado e seco com batata-doce, um prato bem típico caiçara. Saiba mais em: Facebook.com/peixedevaral Instagram: @peixedevaral/Fone:(12) 99706.2578
Praia da Enseada em São Sebastião
Peixe seco com batata-doce 500g de peixe da época dessalgado (tainha, carapau, bagre)/ tainha, carapau, bagre) 400g de batata-doce em cubos/ 1 ½ l de água/4 tomates picados/1 cebola média picada/2 dentes de alho amassados/1 pimentão médio picado/coentro a gosto/sal a gosto Preparo: Em uma panela coloque a água, os tomates, reservando o coentro. Refogue por 8 minutos, acrescente as batatas e o peixe dessalgado. Refogue até que as batatas estejam macias. Finalize com o coentro e acerte o sal necessário.