JANEIRO/FEVEREIRO 2022 • Número 175 • Ano XVIII • Tiragem 3.000 exemplares
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Ilha Diana, um sorriso caiçara em Santos. PÁG. 4
A professora Cristina da Costa e Silva, do Exército Crianças da Vila dos de Salvação, animou o Natal das crianças da Vila Pescadores em Cubatão dos Pescadores em Cubatão. Pág. 5 festejaram o Natal. Pág. 5 Tadeu Filho PMSV
Eliana Diniz prepara delícias no restaurante O Caiçara em Peruíbe. Pág. 8
Lauana, primeira criança vacinada em São Vicente, mora na aldeia Tekoá Paranapuã no Japui. Pág. 3
A guarda Walkiria Santos resgata uma ave que caiu do ninho em São Vicente. Pág. 3
Há 48 anos, Hélio se dedica à arte de pintura em quadros e murais. Pág. 7
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JANEIRO/FEVEREIRO 2022
Defesos Bagre rosado (Genidens genidens, Genidens barbus), Cathorops agassizii) de 01/01/22 a 31/03/22 Camarão camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis, F. brasiliensis e F. subtilis, setebarbas Xiphopenaeus kroyeri, branco Litopenaeus schmitti, Santana ou vermelho Pleoticus muelleri e barba-ruça Artemesia longinaris- de 1 de março a 31 de maio
Centro de Combate à Gripe é inaugurado em São Vicente Munícipe com sintomas pode procurar a unidade localizada na UBS Central, das 7h às 22h
Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) de 01/10/2021 a 31/03/2022 Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus) de 01/11/2021 a 28/02/2022 Lagosta vermelha (Panulirus argus), lagosta verde (Panulirus laevicauda) e lagosta pintada (Panulirus echinatus) de 1/11/2021 a 30/04/2022. Ostra (todas espécies) de 18/12/2021 a 18/02/2022 Pargo (Lutjanus purpureus)15/12 a 30/4/2022 Defeso da piracema-1/11/2021 a 28/02/2022-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape). Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- de 01/10/2021 a 28/02/2022 Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)- S/SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/2015 a 06/10/2023 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhãobranco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado
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O Centro funciona na UBS Central na Av. Antonio Emmerich 509
O Centro de Combate à Gripe foi inaugurado com a finalidade de centralizar o atendimento de vicentinos com sintomas gripais, desafogando as redes de saúde do Município. Ao comparecer na UBS Central, a pessoa passa por acolhimento e encaminhamento para consulta médica. A secretária de Saúde, Michelle Santos, reforça a necessidade de redobrar os cuidados neste momento. “Nos últimos dois anos se tornou rotina a utilização de máscara, álcool em gel e o distanciamento social. Agora, com a chegada do surto de gripe, essas medidas tornam-se ainda mais importantes, já que estamos travando uma
batalha contra dois vírus”. O Centro de Combate à Gripe atende todos os dias da semana, das 7h às 22h, na UBS Central (Avenida Antônio Emmerich, 509, Vila Mello). Mais informações pelo telefone (13) 3469-8385. Demais atendimentos Para reduzir o risco de propagação da gripe, os demais serviços da UBS Central foram transferidos temporariamente para a UBS Guassu (Rua Lagarto, 101 - Jardim Guassu), ESF Praça Vitória (Praça Vitória, s/n - Vila Voturuá) e para a UBS Parque Bitaru (Praça Infante Dom Henrique, s/n – Parque Bitaru).
Processos para RGP estão lentos Muita demanda para obtenção do Registro Geral de Pesca (RGP) e a dificuldade que envolve o processo estão deixando as Colônias de Pescadores lotadas. Como o processo também é demorado a diretora da Z-1, Doraide Josefa de Lima pede que as pessoas façam agendamento por telefone para serem atendidas. As pessoas devem trazer RG, CPF, Título de Eleitor, comprovante de residência e foto 3x4. Durante o atendimento é criada a validação facial pelo computador. O endereço é Av. Dino Bueno 114, Ponta da Praia, Santos. Tel: 3261.2992/(13) 997170358.
Duas perdas para a pesca A partida de dois companheiros que trabalhavam para a pesca trouxe muita tristeza ao setor. Vilmar da Silva, o Caximba, e Edgar Ayres da Paixão. Vilmar, patrão de pesca de alto mar, era natural de Imbituba, Santa Catarina, e por 30 anos trabalhou na pesca oceânica no Brasil. Foi diretor do Conselho Fiscal do Sindicato dos Pescadores e Trabalhadores Assemelhados do Estado de São Paulo-SINPESCATRAESP. Nasceu em Imbituba, em Santa Catarina, dia 02/04/1963 e faleceu dia 03/01/2022. Edgar Ayres da Paixão, Diretor e secretário-geral do SINPESCATRAESP e representante da pesca industrial na Federação Nacional dos Trabalhadores e Transportes Aquaviários e Afins-FNTTAA no Brasil. Exerceu também, entre outras atividades, a de pescador, jornalista, advogado, atuando sempre junto ao movimento sindical. Nasceu em 12/10/1957 e faleceu no dia 07/03/2022.
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Novo sistema digital para registro do pescador ainda apresenta falhas
Documentação continua saindo com erros que não conseguem ser corrigidos e pescadores ficam prejudicados
A reclamação é geral, em todo o Estado de São Paulo. O Sistema SISRGP.04 para obtenção do Registro Geral de Pesca (RGP) idealizado pela Secretaria de Aquicultura e Pesca/MAPA tem dado muita dor de cabeça até para pessoas mais experientes que trabalham com documentação em colônias e associações de pescadores. O projeto que levou oito anos para ser criado e foi apresentado como muito fácil para o próprio pescador acessar apresenta erros sistêmicos até agora sem possível correção. “Fizemos mais de 35 recadastramentos de pescadores que possuíam carteira de pesca em outubro de 2021 que saíram sem data, número e órgão do primeiro RGP”, afirma Izaura Martins Bilro, presidente da ALPESC (Associação Litorânea de Pesca Extrativista Classista do Estado de SP). “Outros erros são de pescadores inscritos como brasileiros e aparecem no documento como naturalizados e outros casos em que a carteira aparece para imprimir, mas não imprime”, acrescenta. Izaura explica que esses erros nas carteiras podem levar os pescadores a ser multados, impedidos de pescar e ainda com possíveis problemas com a aposentadoria. “A Secretaria da Aquicultura e Pesca disse que o recadastramento digital seria muito fácil, os pescadores não teriam custos e não precisariam de ajuda de entidades para preencher”, lembra. “É fácil? É rápido? É eficiente?”, pergunta Izaura, acrescentando que alguns casos podem levar até 60 dias para serem resolvidos, e enquanto isso o pescador fica penalizado. “Quem irá solucionar este problema e quando?”, questiona Izaura, sem esperança. Diante das queixas que surgiram em todo o país, a Secretaria da Aquicultura e Pesca retirou do ar o Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira - SisRGP 4.0, utilizado para o cadastramento e recadastramento nacional de pescadores profissionais. O site ficou indisponível para manutenção e atualização entre os dias 14 de fevereiro e 2 de março, para reparos. No entanto, após a reabertura do site os usuários continuam relatando os mesmos problemas. Segundo Izaura Bilro, são muitos os erros apresentados: nome dos pais do pescador errados, nacionalidade trocada, o registro não imprime, ou sem conseguir editar perde o prazo de renovação, entre outros. Ela acrescenta que tem muitas listas de casos aguardando solução e aguardando uma definição da SAP/MAPA.
Izaura Martins Bilro é presidente da ALPESC
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
JANEIRO/FEVEREIRO 2022
Lauana é primeira criança vacinada contra a Covid-19 em São Vicente “Estou me sentindo muito feliz e protegida. Nunca vou esquecer deste dia”. Essas foram as palavras de Lauana Gabriel Jâxuká, garota indígena de 10 anos, residente da aldeia Tekoá Paranapuã, localizada no Japuí, que protagonizou um momento histórico para a Primeira Cidade do Brasil, sendo a primeira criança vacinada contra a Covid-19 em São Vicente. A menina recebeu o imunizante dia 17 de janeiro, na UBS Parque Bitaru. Prestigiando o momento especial, o prefeito Kayo Amado compareceu à unidade de saúde e comemorou este avanço no combate à pandemia. “É um marco histórico. Um dia inesquecível para São Vicente. Foi maravilhoso imunizar a população adulta, no entanto, também estávamos ansiosos para proteger nossos pequenos.” Segundo Kayo Amado, registrar a primeira criança vacinada em São Vicente foi essencial. “Trouxemos a Lauana até aqui para fazer um gesto simbólico. Certamente ela funcionará como incentivo às outras crianças. Vacina no braço. Vamos cuidar da saúde!” Neste primeiro público infantil, foram contempladas as crianças
Thiago, marinheiro de convés
O prefeito Kayo Amado (centro) esteve presente à vacinação
de 5 a 11 anos de idade, com comorbidades, deficiências, indígenas e quilombolas. A vacinação infantil prossegue. O responsável pelo menor pode fazer o pré-cadastro no vacinaja.sp.gov.br antes da vacinação. Quem não conseguir, deverá fazer na hora, com a apresentação do cartão SUS.
Filhote de ave é resgatado por guarda civil municipal em São Vicente Foto: Tadeu Filho
Ninho caiu de árvore e foi recolocado por fotógrafo da Prefeitura
Uma hora depois do resgate a mãe foi levar alimento ao filhotinho.
Um filhote de pássaro da espécie sanhaçu-cinzento foi salvo às 11h55 no dia 4 de março pela guarda civil municipal, Walkiria Santos, após o ninho cair de uma altura de aproximadamente três metros da árvore em frente ao Paço Municipal de São Vicente (Rua Frei Gaspar, 384 - Centro). O incidente atraiu a atenção de muitas pessoas que passavam pelo local, inclusive de Kauã Neri, 18 anos, que acionou a agente da
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GCM para ajudar no resgate. “Percebi o ninho no chão e ouvi o filhote piando” disse o jovem. Walkiria, então, cuidou do passarinho para evitar ataques de algum predador. Em poucos minutos, uma escada foi providenciada e o fotógrafo Tadeu Filho amarrou o abrigo no galho, deixando-o seguro. Horas após a empreitada, a guarda vislumbrou a mãe da ave alimentando o “bebê”, que aparentava um grande apetite. Resgate - Em caso de resgate ou denúncias,
os munícipes podem ligar para a GCM Municipal, através dos telefones (13) 3467-7434 ou pelo Whatsapp (13) 99641-0112. SANHAÇU - O sanhaçu-cinzento mede de 16 a 19 cm e pesa 42 gramas, em média. Trata-se de uma das espécies mais comuns do Brasil, com plumagem cinzenta fosca e ligeiramente azulada. Na Colômbia já foi extinto, e as populações peruanas são pequenas, compostas por visitantes ocasionais.
Thiago explica como se tornar um marinheiro de convés.
Aos 30 anos, Thiago Britez Pereira da Silva completa 12 na carreira de marinheiro de convés. Em 2010, ao fazer o Curso de Aquaviário na Capitania dos Portos de Santos não fazia ideia da dimensão de ser marítimo. “Levar a maior parte da vida em cima da água, não é fácil, mas estou muito satisfeito na minha profissão”, afirma com orgulho. Para aqueles que sonham com uma carreira de marítimo, devem começar com o curso de Formação de Aquaviários - Marinheiro Auxiliar de Convés e Marinheiro Auxiliar de Máquinas (CFAQ-I C/M), que tem duração de 84 horas. Ele destina-se ao ingresso na Marinha Mercante, no Grupo de Marítimos, nas categorias de Marinheiro Auxiliar de Convés (MAC) e Marinheiro Auxiliar de Máquinas (MAM), para atuar no nível de equivalência 1. As funções aprendidas devem ser desempenhadas em embarcações com arqueação bruta menor que 300 e potência da máquina propulsora menor que 250 kW, empregadas na navegação interior. Após um ano de efetivo embarque e uma vez aprovado no Curso Especial de Segurança de Embarcações de Passageiros (ESEP) poderá subir ao nível de equivalência 2. Os candidatos a esse curso devem ter concluído o 6º ano (antiga 5ª série do Ensino Fundamental), ser maior de 18 anos e brasileiro nato ou naturalizado.
Terceira dose da vacina de covid– Saiba por que ela é tão importante Cuide-se: a pandemia Especialista da Fundação São Francisco Xavier reforça a necessidade da dose de reforço da vacina para a população ainda não acabou
A cobertura vacinal contra a covid-19 tem se mostrado eficiente para reduzir o número de internações e mortes por covid-19 no mundo inteiro. Com o avanço da variante ômicron, a aplicação da terceira dose ou dose de reforço ganha ainda mais relevância de acordo com especialistas. “Hoje no Brasil, quase 80% dos casos de covid-19 são provocados pela ômicron e é muito clara a relação de pessoas que precisam de internações em UTI ou casos
de mortes com o fato de não estarem com a cobertura vacinal completa. A ômicron é altamente transmissível. A terceira dose aumenta a resposta imune das pessoas, ampliando a proteção delas”, comenta a infectologista da Fundação São Francisco Xavier Andrea Maria de Assis Cabral. Se a proteção com duas doses ou dose única tem trazido excelentes resultados, com a grande transmissibilidade da ômicron, a dose de reforço
traz ainda mais garantias. “A luta de todos nós profissionais da saúde é incentivar ao máximo a aplicação da terceira dose e alertar para a sua relevância. Se você tem acima de 18 anos e já completou quatro meses do esquema vacinal de duas doses ou dose única, procure uma unidade de saúde e vacine-se. Estamos em um momento delicado da ômicron, e, cada um deve fazer a sua parte para controlar essa pandemia”, ressalta a infectologista.
Até dia 7 de março de 2022 o número total de mortes no Brasil pela Covid-19 era de 652.341. Desde o início da pandemia, 29.069.469 casos confirmados pelo Ministério da Saúde. Em 24 horas, foram registrados 20.456 casos. No mesmo período, foram confirmadas 198 mortes de vítimas do vírus. Vacina, máscaras, distanciamento social e álcool gel ainda são as melhores medidas de prevenção.
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Ilha Diana, um sorriso caiçara em Santos
COLUNA DP World Santos é o primeiro terminal portuário a reaproveitar 100% dos resíduos gerados Reaproveitamento energético faz parte de projeto que visa zerar descartes em “lixões” Em fevereiro deste ano, a DP World Santos tornou-se o primeiro terminal portuário do Brasil a não destinar resíduos para aterros sanitários. Chamado de Aterro Zero, o projeto tem como objetivo transformar todos os resíduos não-recicláveis gerados no local em energia sustentável para atividades já existente da indústria. Assim, não será feito nenhum tipo de destinação para aterros sanitários. Com a implementação do projeto Aterro Zero, resíduos como varrição de celulose e pátio, papeis de banheiros, materiais orgânicos, entre outros, serão transformados em combustível para fornos de cimento, a partir de uma tecnologia de reaproveitamento energético batizada de CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Sólidos Urbanos). A ação, devidamente licenciada pelos órgãos ambientais pertinentes, impacta positivamente na conservação e na racionalização de recursos minerais e energéticos e não gera novos passivos ambientais. Apenas para se ter uma ideia, no último mês, 38,5% dos resíduos destinados pela DP World Santos para reaproveitamento puderam ser reciclados, enquanto outros 20% transformaram-se em combustível e 23,8% foram encaminhados para o tratamento de efluentes. O projeto Aterro Zero inclui, ainda, a utilização de um biodigestor de resíduos orgânicos, que será instalado no refeitório operacional do terminal e responsável por automatizar o processamento e destinação sustentável de aproximadamente 5,500 kg de resíduos orgânicos alimentares por mês, transformando-os em efluentes. “O gerenciamento de resíduos na DP World Santos já é realizado de
DIVULGAÇÃO: MULTILIXO
forma a minimizar a quantidade de orgânicos que têm como destino aterros sanitários. Com a implementação do Aterro Zero, estamos intensificando a preservação de recursos naturais e matérias-primas, assim como a redução de gases de efeito estufa, além de gerar empregos e contribuir para a saúde pública”, explica Audrey Cortez, Supervisora de Meio Ambiente da DP
World Santos. Vale destacar que, de janeiro a novembro de 2021, a DP World Santos já havia destinado 77% de todos os resíduos produzidos no terminal para reciclagem, reutilização, logística reversa e reaproveitamento energético, sendo apenas 23% encaminhado para aterros sanitários – o que deixará de acontecer, aumentando a vida útil destes locais.
Central de Resíduos da DP World Santos, local destinado à classificação de resíduos
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS NOVO SITE 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworld.com/santos
Vale a pena conhecer Ilha Diana! A apenas 20 minutos do centro de Santos, num gostoso passeio na barca da CET, onde você viaja no tempo e encontra uma vila de pescadores com toda a sua tradição. Ali a comida caiçara convida a uma cervejinha. E o tempo passa voando. Segundo Elisa, moradora da ilha, também é possível fazer pescaria, ou um passeio emocionante Tainha na brasa em Ilha Diana de barco para conhecer o estuário e o mangue. Combine uma refeição caiçara com uma cervejinha gelada, e quem sabe rola até um passeio no mangue de voadeira! Mais informações: (13) 97408.3130 (Elisa). Para garantir o passeio é necessário agendar com dois dias de antecedência. A Patrícia, responsável pela cozinha, explica que o menu inclui marisco lambe-lambe, filé de peixe ao molho de camarão, pirão, sobremesa e suco. Informações: (13) 97408.3130 (Elisa)/Patrícia Santos (13)997418690.
Saboreie o peixe azul-marinho da Terezinha Final de semana é uma boa oportunidade de saborear um típico prato caiçara, o peixe azul-marinho. O nome vem da banana verde que é adicionada ao ensopado, que dá um tom azulado ao molho. Terezinha Lima aprendeu a receita com dona Dina, uma das mais antigas moradoras de Ilha Diana, tia de seu marido. O Bar e Restaurante Peixe azul-marinho da Ilha fica em Ilha à moda da Ilha Diana. Diana, e a barca da CET sai da praça da Alfândega em Santos, ao lado da praça da República. O trajeto é de apenas 20 minutos. Terezinha sugere várias opções para o almoço como bobó de camarão ou camarão na moranga, marisco lambe-lambe, empada de camarão. Terezinha serve os almoços nos fins de semana, com visita agendada pelo telefone: (13) 981220681. Saiba mais em: Instagram: terezinhalima80/facebook: Terezinha Lima
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Natal na Vila dos Pescadores
A Capatazia da Colônia de Pescadores Z-1 da Vila dos Pescadores, em Cubatão, reuniu a criançada para uma comemoração de Natal dia 24 de dezembro. Santina Barros, coordenadora da capatazia, organizou a confraternização. A festividade foi realizada com apoio de algumas doações de particulares e pela empresa Tetra.
Exército de Salvação comemorou Natal na Vila dos Pescadores
A professora Cristina da Costa e Silva entrou no clima de Natal para comemorar a festa na Vila dos Pescadores em Cubatão. Vestida de Mamãe Noel recebeu as crianças na sede da escola do Exército de Salvação, num evento que contou com muita música, brincadeiras e um delicioso almoço para a criançada dia 24 de dezembro.
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Cuidados ao comprar peixes frescos (parte 1) O pescado é um dos alimentos mais nutritivos e saborosos e vem cada vez mais sendo aceito pelos consumidores em qualquer época do ano, sendo que na Páscoa o consumo aumenta significativamente. O hábito de consumir carne branca é devido a uma melhoria na qualidade de vida e esta prática se deve até mesmo por motivos religiosos e culturais. Augusto Pérez Montano As características Médico Veterinário, membro sensoriais dos peixes da Comissão de Aquicultura frescos (odor, cor, sado Conselho Regional de bor, textura) devem ser Medicina Veterinária do iguais aos dos peixes Estado de São Paulo vivos. Mas após ser retirado de seu ambiente, o peixe morre e essas características vão desaparecendo gradativamente dando lugar a deterioração até se tornar impróprio para o consumo. Quando se compara o pescado com as demais carnes observa-se que o processo de deterioração no pescado é mais intenso e isso se deve as próprias características desse alimento que é rico em água e tem o pH neutro, e se as condições de armazenamento ocorrerem em temperatura superior a 2 graus Celsius e a manipulação for inadequada este processo é acelerado e rapidamente o pescado perde as condições de ser um alimento seguro e nutritivo. As características sensoriais do produto sugerem que qualidade e frescor sempre devem ser observados porque facilmente se alteram e tornam perceptíveis com o avanço da deterioração o que facilita na hora da escolha do pescado. A manutenção da temperatura de 1 a 2 graus Celsius diminui o crescimento das bactérias e retarda a deterioração. Quanto mais frio o pescado for mantido, mais lento é o crescimento das bactérias o que garante a qualidade e a segurança para o consumidor. Na próxima edição falaremos quais as características que devem ser observadas ao comprar o peixe, segundo o Decreto no 9.013, de 29/03/2017 – RIISPOA MAPA.
Hélio da Ilha Um dos mais antigos moradores de Ilha Diana, em Santos, parte e deixa saudades
Hélio gostava da carpintaria..
...e de cozinhar
Uma pessoa de muitos amigos. Assim a esposa Terezinha define Hélio, falecido dia 13 de janeiro em Ilha Diana, devido a sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC). “Uma pessoa muito querida por todos”, diz com orgulho e saudade. “Foram 33 anos de muito amor e amizade”, acrescenta. Hélio de Oliveira França nasceu em 1941, quando sua mãe ainda morava na Ilha Diana, mas o parto foi feito na antiga Santa Casa de Santos. Descendente dos primeiros moradores da ilha, foi criado por sua tia a saudosa Dina, Antônia Bittencourt de Souza e pelo padrinho Benedito Fernandes, o Dito. Ali cresceu com os meios-irmãos Celina e Eugênio, o Samuca, já falecido. Viveu até 16 anos na ilha, e depois trabalhou por um período na estiva, onde fez muitos amigos. Voltou para Ilha Diana depois de 29 anos, já casado com Terezinha, com quem fundou o Bar e Lanchonete da Ilha. Ali, Terezinha fazia com capricho o tradicional prato caiçara, peixe azul-marinho e muitas outras delícias. Muito ativo, Hélio nunca estava parado. Quem chegasse à ilha podia vê-lo sempre com ferramentas na mão, fazendo uma cerca, ou algum reparo, ou sua diversão favorita, preparar uma tainha na brasa. Assim participou dos eventos tradicionais do local como os preparativos para a procissão de Bom Jesus, a Festa de São Cosme e Damião, bem como do mutirão para fazer a primeira capela dedicada ao padroeiro na década de 80. Os problemas trazidos pela diabetes e pressão alta foram tolhendo os movimentos deste homem tão dinâmico. Internado após o AVC, foi liberado para voltar a sua querida Ilha Diana. “Ele faleceu um dia depois de chegar em casa, parece que veio só para se despedir”, diz Terezinha, emocionada. Com ele se vão muitas lembranças do local, mas também ficam algumas de suas obras, como a singela pracinha, em frente ao bar da Ilha, que ele batizou com seu nome. Uma marcante lembrança para as novas gerações.
Hélio e Terezinha, 33 anos juntos, preparando a tradicional Festa de São Cosme e Damião para as crianças da Ilha.
Hélio na pracinha com seu nome, em Ilha Diana.
PAT de São Vicente oferece vagas de emprego Postos funcionam de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, na região Insular e na Área Continental O Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) da Cidade divulgou dia 4 de março, 10 oportunidades de emprego em diferentes segmentos profissionais. O atendimento é sempre de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com agendamento pelos números de telefone (13) 3468-1636 (unidade Área Insular, na Avenida Presidente Wilson, 1.126 – Itararé) e (13) 3576-0836 (unidade Área Continental, na Avenida Ulisses Guimarães, 211 – Jardim Rio Branco). É necessário que o candidato leve RG, CPF, carteira de trabalho e comprovante de residência.
As vagas são: -Arrumadeira de hotel (4 vagas). Requisitos: Ensino fundamental completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente. -Oficial de manutenção predial (2 vagas). Requisitos: Ensino fundamental completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente. -Recepcionista de hotel (3 vagas). Requisitos: Ensino médio completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente; Inglês fluente. -Açougueiro (1 vaga). Requisitos: Ensino médio completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente. -Mestre de obras (1 vaga). Requisitos: Ensino fundamental completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Praia Grande,
Santos, Cubatão e Guarujá. -Operador de vendas (lojas) PCD (2 vagas) Requisitos: Ensino médio completo; residir em São Vicente. -Técnico em segurança do trabalho (1 vaga) Ensino médio completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Praia Grande, Santos ou Cubatão; CNH B. -Mecânico de manutenção de caminhão a diesel (1vaga) Ensino médio completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Praia Grande, Santos ou Cubatão; CNH D. -Mecânico de manutenção de caminhão a diesel (1 vaga) Ensino fundamental completo; experiência
em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Santos ou Cubatão -Balanceador (1 vaga) Requisitos: Ensino fundamental completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Praia Grande, Santos ou Cubatão. -Serralheiro (1 vaga) Requisitos: Ensino médio completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Praia Grande, Santos ou Cubatão. Para quem quer mais agilidade, é possível acessar as vagas disponíveis pelo aplicativo Sine Fácil (em celulares com sistema Android) ou por meio de cadastro pelo Portal do Ministério do Trabalho – Emprega Brasil, por meio do link https:// empregabrasil.mte.gov.br/
JANEIRO/FEVEREIRO 2022
Os sons da Folia de Reis invadem a Serra da Canastra O distrito de São José do Barreiro, aos pés da Serra da Canastra em Minas, foi tomado de alegria com as canções da Folia de Reis. No dia 24 de dezembro de 2021 as festividades começaram quando a Companhia de Reis se dirigiu até a casa do festeiro, que empunhando uma bandeira foi à frente dos cantores e músicos, numa procissão que seguiu até a igreja do padroeiro São José do Barreiro. Lá, abriram o presépio e rezaram o terço. A confraternização prosseguiu e todos os presentes foram convidados para a festa, onde foram servidos comes e bebes. Dia 6 de janeiro terminaram os festejos da Folia de Reis e os cantores e músicos se despediram para se encontrar no ano que virá.
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Hélio pinta quadros e murais...
Presépio na Igreja de São José do Barreiro.
... e seu filho Marco Aurélio segue o mesmo caminho das artes
Projeto Albatroz realiza roda de conversa com pescadores de Armação dos Búzios (RJ)
Encontro reuniu mais de 30 pescadores da frota artesanal, semi-industrial e marisqueiras da cidade que fazem parte da Colônia Z-23
Fundado em 1990 em Santos-SP, o Projeto Albatroz amplia agora o relacionamento com pescadores da Região dos Lagos, área de importância nacional para a conservação de aves marinhas. Assim, a equipe técnica da instituição realizou uma roda de conversa com os profissionais da frota artesanal, semi-industrial e marisqueiras da Colônia Z-23, na primeira semana de dezembro, na sede do Instituto Educacional de Habilitação Profissional e Formação Integral, em Armação dos Búzios. Esta foi a primeira atividade de educação ambiental na cidade. O evento contou com a presença de mais de 30 pescadores das comunidades da Raza, Manguinhos, Centro e Ponta do Pai Vitório; o presidente da Colônia Z-23, Dionízio Souza Silva; o chefe de gabinete do prefeito, Marcos Rocha; o Superintendente de Pesca da Secretaria de Meio Ambiente do município, Luiz Paulo; o consultor de assuntos estratégicos do Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ), Eduardo Pimenta; e os membros da equipe técnica da instituição: o gerente de pesquisa científica Caio Marques e a consultora Mariana Dantas. Eduardo Pimenta contextualizou as modalidades pesqueiras da região, evidenciando as mais praticadas no
município, fazendo uma ligação com a conservação marinha e a importância do papel dos pescadores em contribuir para a proteção das espécies. Ele também apresentou o projeto do Centro Albatroz, que reunirá a comunidade pesqueira da Região dos Lagos em diversas atividades, de educação ambiental, lazer e oficinas, acessíveis para toda a família. O primeiro Centro de Visitação do Projeto Albatroz está sendo construído em uma área útil de mais
de 18 mil m² ao lado da Lagoa de Araruama, em Cabo Frio (RJ). Seu objetivo principal será disseminar a cultura oceânica e também a desenvolver a educação ambiental marinha para crianças, jovens, educadores, pescadores e turistas de toda a Região dos Lagos, alinhado com a Década do Oceano, que teve início neste ano de 2021. O Projeto Albatroz trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. Atualmente, o Projeto mantém
A reunião aconteceu em Armação dos Búzios-RJ
bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Cabo Frio (RJ) e Natal (RN). O gerente científico do Projeto Albatroz, Caio Marques, apresentou aos pescadores os principais conceitos sobre a interação das aves oceânicas com a pesca e mostrou o conjunto de medidas mitigadoras que contribuem para diminuir as capturas incidentais: toriline, largada noturna, regime de peso e, mais recentemente, o uso de hookpods.
As belezas de Cachoeirinha nas telas de Hélio Hélio Paulo Machado, 58 anos, nascido em Guarujá, retrata em telas e murais, as belezas do bairro de Cachoeira, às margens do Canal de Bertioga. “Pássaros, plantas, paisagens de praia e mar são meu tema”, explica o artista. Sua família chegou no início de 1900 ao local, e seus ancestrais trazem o sangue espanhol, português, indígena e quilombola. O talento na pintura em telas e histórias em quadrinhos surgiu aos 10 anos de idade, mas somente aos 17 Hélio começou a levar sua arte mais a sério. A pintura surgiu como um dom natural, para ele e também para os filhos Marco Aurelio, 23 anos, e Paulo Henrique, 22. O mais velho se dedica agora a produzir histórias em quadrinhos, com um livro já impresso, The Angel, e um segundo a caminho. Para quem quiser apreciar a arte de Hélio mais de perto, seu contato é Hélio ART Na Parede (13)982325747/ Instagram webradiosantacruzfm
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JANEIRO/FEVEREIRO 2022
Especialista ensina o modo correto de preparo do peixe salgado e seco O casal de médicos veterinários Agar e Augusto Perez
Bacalhoada à moda da Agar
A arte de preparar um prato é muito importante. Mais ainda o cuidado com a higiene e a conservação do produto. Na hora de cozinhar o bacalhau, ou outro peixe salgado e seco, muitos detalhes antes do preparo são necessários. A médica veterinária Agar Perez, especialista em qualidade e conservação do pescado, desenvolveu sua carreira no Instituto de Pesca, ministrando cursos em todo o país sobre o assunto. Hoje, membro do Conselho de Medicina Veterinária em SP, continua divulgando seus conhecimentos ao público interessado. Seu marido, Augusto Perez, também veterinário, milita na mesma área, e escreve há 15 anos coluna sobre qualidade do
pescado no jornal Martim-Pescador. Uma dica muito importante de Agar é que o bacalhau salgado e seco deve ser guardado na geladeira assim que chegar em casa com as compras. A dessalga pode ser feita de um dia para o outro. Primeiro, lavando bem o peixe em água corrente. Depois colocando o produto numa vasilha com água gelada, e levá-lo à geladeira. Manter sempre um recipiente com água gelada para a troca de 6 em 6 horas. É importante que a água mantenha a temperatura baixa para melhor conservação do produto. De tanto lidar com pescado, Agar também se especializou em fazer pratos gostosos e o bacalhau na panela é sua especialidade. Vai aqui a receita que conserva a umidade e o sabor do produto, refogado na panela. Bacalhau da Agar Ingredientes: 500g de bacalhau 6 batatas cortadas em rodelas grossas 4 tomates cortados em quatro (sem sementes) 1 cebola e 3 dentes de alho bem picadinhos 1 pimentão vermelho e 1 pimentão amarelo cortado em rodelas Ovos de codorna cozidos e azeitonas Cheiro-verde picado Folhas de couve-manteiga Preparo: No dia anterior ao preparo, lavar o bacalhau em água corrente para tirar o excesso de sal e deixar imerso em água gelada na geladeira. Trocar água a cada seis horas. A água tem sempre que estar gelada para garantir a qualidade do produto, assim deixe um recipiente com água gelando para a troca. No dia seguinte, escorrer a água e temperar o bacalhau com azeite e 2 alhos picados até a hora de ir para o fogo. Colocar as rodelas de batata para cozinhar na água. Ela deve cozinhar um pouco, para amolecer completamente no refogado com o bacalhau. Colocar a cebola e o alho numa panela grande e refogar. Acrescentar 2 tomates picados e metade dos pimentões. Acrescentar o bacalhau cortado em pedaços. Cobrir com o resto dos tomates picados e dos pimentões. Cobrir com as rodelas de batata. Cobrir e deixar cozinhar até as batatas amolecerem. Desligar e enfeitar com os ovos e azeitonas.
Restaurante O Caiçara
Em Peruíbe, gastronomia caiçara é com a Eliana Diniz. O Restaurante Caiçara fica ao lado do Mercado Municipal de Peixes (aberto de quinta a domingo das 10h às 17h). Os pratos são variados, com marisco, caranguejo e peixes. O cliente pode escolher o prato no cardápio ou comprar o peixe de seu agrado no mercado e pagar para preparar. Mais informações: (13)99625.6744/ (13)997344076 (Eliana) Eliana assando tainha na brasa
Uma fábula caiçara História contada por Eduardo, da tradicional Família Tambor, latitude 250º S, da região de Cananeia.
Há uma fabula caiçara muito antiga que pouco tenho ouvido. É sobre ferro âncora. Conta essa história de preconceito. Um guri era muito conhecido pelos coleguinhas, indispensável para brincar na praia, no mangue, no mato. Mas toda vez que tinha uma festa de aniversário casamento ou evento social, os amiguinhos se reuniam, mas nunca convidavam o menino caiçara. Já maiorzinho, seu avô notou o menino de farol baixo. E logo perguntou, “Esse menino, por que está aborrido assim?”. O menino contou seu dissabor e o velho caiçara com rosto marcado pelo tempo falou: “Bote reparo naquele barco, o que ele tem dentro?” O jovem respondeu , “Tem um ferro âncora e o arrazode”. O velho prosseguiu, “O ferro é bonito? Não. É pesado, tá sujo, cheio de lama, ocupa espaço e se bobear a gente se machuca nele. Pois bem, esse menino. Às vezes somos como esse ferro, estamos a bordo parece que atrapalhemo, parece que não somos bonitos, parece até que ocupamos espaço... mas estamos lá (o ferro) a bordo e ninguém dá nada por nós enquanto estamos visíveis. Mas quando o mar se levanta e até os braços mais experientes treme, o remo quebra, a vela rasga, o motor não pega...aí é hora de jogar o ferro. É a hora que tudo que balança, para de balançar, tudo que aderna, deixa de adernar, os gritos e choros se transformam em esperança. Quando o ferro sai da visão de todos e crava na lama na distância ideal, não é um, nem dois, nem três que olha o ferro. Mas o barco todo vira a proa para o ferro mesmo estando submerso e invisível”. Não sou muito craque em contar fábula, mas essa me ajudou bastante. Nós parecemos até desnecessários e ocupamos espaço. Mas a história diz que na hora que o mundo precisa, estávamos, estamos e estaremos lá para segurar as pontas e salvar todos os bons e os maus. Só depois desses perrengues que o navegante nunca deixa de esquecer a âncora. Contavam essa fábula minha avó Antônia da Silva, a Nhanhã, e o saudoso mestre Nelson Bagre, meu primo.
Pousada Pedra da Lua Serra da CanastraSão José do Barreiro-MG À beira do paredão da Serra da Canastra e próxima à nascente do Rio São Francisco Tel: (37) 9981.52013 Instagram: pousadapedradalua