JUNHO/JULHO 2022 • Número 177 • Ano XVIII • Tiragem 3.000 exemplares
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PROCISSÃO Vila dos Pescadores-Cubatão
Vila dos Pescadores-Cubatão são vicente
ILHABELA perequê - guaruja
bertioga
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Prazo para recadastramento de pescadores é prorrogado para setembro de 2023
DEFESOS
Badejo-amarelo (Mycteroperca interstitialis), sirigado (Mycteroperca bonaci), garoupa-de-são-tomé (Epinephelus morio), caranha (Lutjanus cyanopterus)- 1/08 a 30/09/2022 Lagosta vermelha (Panulirus argus), lagosta verde (Panulirus laevicauda) e lagosta pintada (Panulirus echinatus) de 1/11/2021 a 30/04/2022. Pargo (Lutjanus purpureus)15/12 a 30/4/2022 Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)S/SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/2015 a 06/10/2023 (Portaria Interministerial no 13) Tubarãoraposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galhabranca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado
Também foi alterado o cronograma para envio dos relatórios para a manutenção da licença de pescador profissional artesanal
A Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União de 30/06/22 (válida a partir de 01/07/22) a Portaria SAP/ MAPA nº 1.100, ampliando o prazo para que os pescadores profissionais possam realizar seu recadastramento no Registro Geral da Atividade Pesqueira. Com a mudança, o registro poderá ser feito até o dia 30 de setembro de 2023. O prazo anterior era 30 de setembro de 2022. A ampliação vale também para os pescadores com protocolo realizarem seu requerimento para regularização de suas licenças. O recadastro por meio do Sistema Informatizado de Registro da Atividade Pesqueira (SisRGP 4.0) é obrigatório e, caso não seja realizado dentro do período estipulado, resultará no cancelamento da licença do pescador. Também foi publicada dia 29/06/22 (válida a partir de 01/07/22) a Portaria
SAP/MAPA nº 1.099, que altera o cronograma para o preenchimento e envio eletrônico dos Relatórios de Exercício da Atividade Pesqueira (REAP) no SisRGP. O envio dos relatórios é uma exigência para a manutenção da Licença de Pescador e Pescadora Profissional Artesanal. Segundo a portaria, nos anos de 2022 e 2023, o preenchimento e envio dos relatórios poderá ser feito até 31 de dezembro. As duas portarias publicadas hoje alteram a Portaria nº 265, de 29 de junho de 2021, que estabelece as normas, os critérios e os procedimentos administrativos para inscrição de pessoas físicas no Registro Geral da Atividade Pesqueira, na categoria de Pescador e Pescadora Profissional, e para a concessão da Licença de Pescador e Pescadora Profissional. Segundo a SAP, a reformulação foi feita para ajustar as normas à realidade de vida e de exercício da atividade de pesca dos
pescadores profissionais, bem como em relação ao novo Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira (SisRGP 4.0) implementado e em funcionamento. Confira algumas importantes mudanças: Sobre a exigência de apresentação da Caderneta de Inscrição e Registro – CIR Para pescadores e pescadoras que operem em embarcações de pesca motorizadas de comprimento igual ou superior a 8 (oito) metros, obedecidas as normas da Autoridade Marítima competente, e a partir de: a) 1º de junho de 2022, quando se tratar de pescador ou pescadora profissional industrial; b) 1º de junho de 2023, quando se tratar de pescador ou pescadora profissional artesanal. Sobre a manutenção da Licença de Pescador e Pescadora Profissional
Artesanal I - Para os meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho: no período de 1º julho a 31 de dezembro do ano corrente; II - Para os meses de julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro: no período de 1º de janeiro até 30 de junho do ano subsequente. Excepcionalmente para o ano de 2022, os Relatórios de Exercício da Atividade Pesqueira - REAP deverão ser preenchidos e enviados no período de 1º de janeiro de 2023 até 30 de junho de 2023. Excepcionalmente para o ano de 2023, os Relatórios de Exercício da Atividade Pesqueira - REAP deverão ser preenchidos e enviados no período de 1º de janeiro de 2024 até 30 de junho de 2024. Fonte: site Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Teste de ancestralidade através do DNA revela origem indígena de família caiçara Por mais que a bibliografia sobre comunidades tradicionais sempre tenha afirmado a origem indígena como parte da formação do caiçara, sempre careceram de pesquisas mais aprofundadas para validar ainda mais esta questão. Mas é fato que assim que iniciei meu estudo genealógico das comunidades tradicionais em Guarujá, logo me deparei com algumas narrativas que me chamaram a atenção, já que muitos moradores declaravam que seus antepassados eram índios. E o mais curioso é que boa parte dessas famílias tinha em comum o sobrenome Jorge. Venicio, pescador na praia do Perequê, havia dito certa vez que sua avó, Marcelina Jorge, era índia. A esposa dele, de raízes na Prainha Branca, contou que lá nas proximidades vivia um senhor de nome Otaciano Jorge, que também era índio. Também entrevistamos Marga-
EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
rida, nascida na praia do Iporanga, que nos declarou que seu avô João Batista Jorge era bugre. Faltava agora amarrar todas estas pontas soltas e ver o que estes relatos tinham de origem compartilhada. As buscas revelaram que, mesmo sem saber, todas estas pessoas tinham uma raiz ancestral em comum: Francisco Jorge e Maria Marcelina, casal que surgiu pela primeira vez nos registros populacionais santistas no ano de 1812. A família estava cadastrada como parda nos recenseamentos de habitantes da época. Eram agricultores, trabalhando como agregados em sítios na região do Tejereba, praia da Enseada, em Guarujá. No censo de 1836 tinham sítio aforado, e neste periodo já viviam nas praias da parte leste da ilha de Santo Amaro, região conhecida como Rabo do Dragão. As fontes documentais mostraram que o casal teve dez filhos, cuja descendência se Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
espalhou por Guarujá, Santos e Bertioga, sendo uma das maiores famílias caiçaras mapeadas na pesquisa. Recentemente, fiz contato com Rodrigo Bamondes, um entusiasta da pesquisa genealógica, e que pertence a este mesmo tronco familiar. Este se propôs a fazer o teste de ancestralidade genética de sua tia avó América, que em linha reta descendia de Maria Marcelina, a matriarca dos Jorge, sendo sua tetraneta, uma ligação familiar que passava exclusivamente por linhagens femininas. Tal característica nos permitiu estudar, através dos marcadores genéticos, o seu DNA mitocondrial (passado apenas das mães para os filhos) e concluímos que Maria Marcelina pertencia ao agrupamento conhecido como B2, que é característico dos grupos ameríndios, e bastante comum em algumas populações nativas do litoral paulista.
Assim, história oral e ciência se encontraram para testificar a importante contribuição indígena na formação do DNA caiçara em nosso litoral.
Wendel Alexsander Dalitesi Costa Historiador e Genealogista, Fundador da Legado, Pesquisa e Consultoria Histórica e Genealógica
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Hospital do Vicentino é inaugurado Prédio foi reestruturado, equipado, ganhou nova finalidade e nome; unidade já recebe pacientes transferidos do Crei O prefeito Kayo Amado inaugurou na manhã dia 10 de junho o Hospital do Vicentino. A nova unidade inicia imediatamente suas atividades, recebendo gradativamente os pacientes internados nas alas de pediatria, clínica médica feminina e masculina, clínica cirúrgica e UTI do Crei. O Hospital do Vicentino passa a ser referência na Cidade e fica na Avenida Minas Gerais, 19, na Vila São Jorge. Nesta primeira fase do Novo Complexo de Saúde, a Secretaria da Saúde (Sesau) entrega 67 leitos para internação, com camas motorizadas, com sistema de elevação, mobiliário novo e moderno, ambientes climatizados, acomodação para acompanhantes, sistema de monitoramento, com câmeras espalhadas por todo o prédio, e muito mais espaço e conforto para
pacientes e funcionários.O novo local oferece 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), um leito para estabilização, 12 leitos de clínica cirúrgica, 35 leitos de clínica médica (dois leitos para isolamento) e nove leitos para a pediatria (um de isolamento). O Hospital do Vicentino atenderá somente pacientes encaminhados do Crei e das unidades de Pronto Atendimento Parque das Bandeiras e Humaitá. O Crei – Centro de Referência em Emergência e Internação (Crei) será, aos poucos, desativado e, posteriormente, demolido, para dar lugar ao Novo Pronto-Socorro Central de São Vicente, que será construído com investimento do Governo do Estado. Fonte: Secretaria de Imprensa e Comunicação Social – SEICOM-PMSV
Governador de SP visita a Baixada Santista Dia 13 de junho o governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, esteve em Santos acompanhado do Secretário da Agricultura Francisco Maturro, entre outras autoridades do governo. Visitou obras e anunciou investimentos nas cidades da Baixada, beneficiando principalmente as áreas relacionadas ao transporte e saúde. No bairro Casqueiro, em Cubatão, serão iniciadas as obras do Rabo do Dragão. O investimento na alça de acesso, vai beneficiar mais de 132,5 mil habitantes do município, entre eles moradores dos bairros Jardim Casqueiro e Vila dos Pescadores. O pacote de obras prevê a implantação de uma alça de acesso (‘Rabo do Dragão’), que ligará o viaduto à avenida Joaquim Jorge Peralta, além da restauração do próprio
viaduto, adequação dos acessos e a implantação de via coletora na pista norte da rodovia Anchieta, permitindo a separação do tráfego local do rodoviário. Haverá implantação de um novo ponto de ônibus na pista norte da rodovia, a viabilização de uma rampa de acesso e restauração da passarela existente no km 60, na marginal sul, que garantirá acessibilidade. Estiveram presentes no evento representantes das seguintes entidades de pescadores: Colônias de Pescadores Z-1 (José Bonifácio-Santos), Z-4 (André Rebouças-São Vicente), Z-23 (Vicente de Carvalho-Bertioga), Associação do Sítio Cachoeira (Guarujá) e ALPESC (Associação Litorânea da Pesca Extrativista Classista do Estado de São Paulo-Guarujá). Maria Apare-
cida Nobre, presidente da Colônia Z-4, entregou nas mãos do governador um ofício em nome dos pescadores artesanais da Baixada Santista pedindo: construção de minimercados públicos para que os pescadores possam vender sua produção; criação de parcerias com órgãos da União para auxiliar na construção de píer de descarga do pescado e de estaleiro para reparo das embarcações; centros de referência do pescador para agregar: espaço com escritório para atender os pescadores quanto à sua documentação, para exposição de artesanato, venda dos pescados, curso de culinária e proporcionar cursos de qualificação e oficinas; priorização da infraestrutura das comunidades de povos tradicionais caiçaras ribeirinhos de pescadores na questão de água, es-
gotamento e coleta de lixo; criação de infraestrutura de apoio para obtenção de documentação do pescador artesanal para as comunidades tradicionais caiçaras ribeirinhas; inclusão de cursos de pesca (novas técnicas de captura, beneficiamento e comercialização do pescado) no Centro Paula Souza, do Governo do Estado de São Paulo, na região da Baixada Santista; criação de programas comunitários com exames médicos e odontológicos para as comunidades de pescadores; apoio à criação de escritório regional de orientação da pesca; auxílio à regularização fundiária das Comunidades de povos tradicionais caiçaras ribeirinhos e pescadores artesanais; auxílio a Colônias de Pescadores e Associações para conseguir parte dos royalties do
Governador em visita à Bolsa do Café de Santos se encontrou com pescadores artesanais
A presidente da Z-4 entregou ofício ao governador com sugestões para melhorias para a categoria dos pescadores
petróleo. O objetivo das reivindicações é fortalecer os pescadores e proporcionar soluções e alternativas para aqueles que trabalham arduamente enfrentando todos os dias as intempéries em terra e mar e mesmo diante de todas as dificuldades conseguem prover renda e levar o pescado as suas mesas e de outras famílias.
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COLUNA DP World Santos firma parceria com Projeto Maré Mangue do Instituto Gremar Com o apadrinhamento ao projeto, a empresa colabora com o salvamento e recuperação de animais marinhos e silvestres promovido pelo Instituto Gremar
A DP World Santos se tornou madrinha com certificação ouro do Projeto Maré Mangue, do Instituto Gremar. Desde 2004, o projeto realiza o monitoramento ambiental, resgate e reabilitação de animais vitimados, além de educação ambiental, capacitações e atendimento a emergências ambientais à fauna. Ao apoiar o Projeto Maré Mangue, a DP World Santos colabora para a manutenção dos trabalhos diários da iniciativa, provendo recurso para a realização do monitoramento embarcado no Estuário da Baixada Santista, bem como o resgate da fauna e apoio às pesquisas de toda a região. Os animais debilitados são encaminhados para atendimento e análise. Atualmente, o projeto atende aproximadamente 30 indivíduos ao mês e promove análises necroscópicas e de impacto dos poluentes marinhos. Já a DP World Santos possui um longo histórico de controle e monitoramento ambientais, com 22 programas voltados para esse propósito. Segundo Alcino Therezo Junior, Diretor do Departamento de Pessoas da DP World Santos, conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade faz parte do DNA da companhia. A iniciativa atende a três dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma agenda global que estabelece compromissos a serem alcançados até 2030. “Apoiar esse projeto do Instituto Gremar faz parte da nossa preocupação em desenvolver e investir em preservação ambiental. Desde o início das obras de implantação do terminal, em 2006, já foram investidos cerca de R$ 12 milhões em mais de 30 projetos voltados à fauna e flora da região. Entre as ações que realizamos salvamento de mais de 35 mil plantas e sementes, o reaproveitamento da biomassa e resíduos vegetais e monitoramento de restingas e manguezais”, explica Alcino.
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworld.com/santos
Nossa Senhora de Fátima é festejada em Guarujá A região do Rabo do Dragão em Guarujá celebrou dia 13 de maio missa e procissão em louvor à Nossa Senhora de Fátima, na capela de Santa Bárbara no bairro do Sítio Cachoeira. Ali vivem comunidades tradicionais de famílias de pescadores caiçaras. Padre Márcio, da igreja da matriz de Nossa Senhora de Fátima em Guarujá, e demais representantes das capelas vizinhas estiveram presentes, assim como as comunidades vizinhas da praia do Perequê, Prainha Branca, Maré Mansa, entre outros convidados. O dia de Nossa Senhora de Fátima é comemorado em 13 de maio devido à data da aparição da Virgem Maria para os três pastorinhos em Portugal. Sidnei Bibiano, secretário da Associação dos Moradores e Amigos da Cachoeira da Região do Dragão-AMAC e Padre Márcio da igreja de Nossa Senhora de Fátima no centro do Guarujá estiveram presentes. Segundo Sidnei, a procissão com o andor saiu de carro da igreja matriz e às 19:00 horas seguiu em procissão até a entrada da capela Santa Barbara. “Em nossa comunidade foram feitas orações e cantos em louvor à Santa” acrescentou.
Sidnei Bibiano e padre Marcio
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SÃO PEDRO RETORNA COM MISSAS E PROCISSÕES Depois de cerca de dois anos sem festividades devido à pandemia, os pescadores voltam a festejar seus santos. São Pedro foi lembrado em diversas comunidades. Trazemos aqui um retrato do que aconteceu em 3 de abril, um domingo, um dia de sol próprio para missas campais, procissões terrestres e marítimas. Em Bertioga os festejos foram coordenados pela Colônia Z-23, sob o comando do presidente João do Espírito Santo e apoio da Prefeitura. Em Ilhabela, a Prefeitura que organizou a procissão
marítima. Na praia do Perequê em Guarujá, a Associação dos Pescadores-ASPE, presidida por Fabio Laurindo, a Capela de São Pedro e a Prefeitura realizaram a festividade com procissão e missa campal. Em São Vicente o evento foi realizado pela Paróquia de São Pedro Pescador, com missa e procissão terrestre, e a promessa do retorno da procissão marítima em 2023. Na Vila dos Pescadores, em Cubatão, o Encontro dos Pescadores foi realizado pelo Instituto Socioambiental e Cultural da Vila dos Pescadores-
BERTIOGA
-ISAC, presidido por Marly Vicente com o apoio da Capatazia dos Pescadores da Colônia Z-1, coordenada por Santina Barros. Aconteceram muitas atividades no Portinho da vila. Pescadores se reuniram às 10h para a procissão marítima e ao retornar realizaram a procissão terrestre. Foram feitas homenagens a apoiadores do ISAC e ao final aconteceu a missa na Capela de São Pedro e São Paulo. A festa encerrou com uma confraternização entre os pescadores.
VILA DOS PESCADORES - CUBATÃO
PEREQUÊ - GUARUJÁ
ILHABELA
SÃO VICENTE
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São Pedro vegano Vamos variar um pouco as receitas servidas nas festas juninas? As comidas típicas da época são sempre deliciosas e para dar uma variada nos sabores podemos fazer outras versões, tão gostosas quanto as originais. Este caldo verde não tem linguiça, mas fica
uma delícia. As sugestões são de Andressa Panhoci, gastrônoma e chef de cozinha. A santista de 36 anos, que há dois anos segue a linha vegana, dá dicas de canjica, substituindo o leite de vaca por leite de coco, e caldo verde sem carne. Experimente. Vale a pena!
É correto lavar as carnes antes de preparar?
Augusto Pérez Montano Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
Caldo verde com batata doce:
Rende 6 porções 2 kg de batata-doce/15 folhas de couve (2 maços)/1/2 cebola/5 dentes de alho/azeite/sal/água Primeiro corte a cebola e o alho em pedaços pequenos e reserve. As batatas podem ser descascadas ou cozidas com cascas, corte em pedaços médios e reserve. Coloque um pouco de azeite em uma panela e refogue a cebola até murchar, acrescente o alho e deixe
dourar. Coloque as batatas, uma pitada de sal e água o suficiente para cobrir e cozinhe as batata-doce até estarem macias. Enquanto isso lave a couve, retire o talo central e coloque as folhas uma por cima da outra. Enrole as folhas como se fosse um rocambole, corte a couve delicadamente e reserve. Amasse as batatas cozidas com um amassador de batatas ou bata as batatas com um pouco de água do cozimento no líquidificador. Misture na panela a batata amassada, o caldo do cozimento e a couve picada, deixe esquentar acerte o sal e acrescente água se necessário. Sirva com azeite e pão. Veja a receita de canjica vegana em: facebook.com/cafecompeixe
Peixe de varal: o saber ancestral caiçara Angélica de Souza mostra em seu primeiro livro saberes culinários transmitidos a ela desde sua bisavó. Nascida em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, é a quarta geração da família que aprendeu o cultivo da roça, a salga do peixe, a fabricação da farinha de mandioca e o preparo de pratos típicos. A realização do sonho de publicar foi possível graças ao Programa de Fomento Cultural de São Sebastião, da Fundação Educacional e Cultural Deodato Sant’Anna (Fundass). O livro pode ser adquirido por meio de pagamento via pix, entrando em contato pelo WhatsApp do “Peixe de Varal” no (12) 99706.2578/@peixedevaral nas redes sociais. A obra ainda tem a versão e-book (acesso virtual) disponível para venda na Amazon a preço mais acessível no link https://www.amazon.com.br/Peixe-varal-receitas-que-conservou-ebook/dp/B0B1K1VVDM/
As carnes têm características próprias e para o seu preparo é importante um conhecimento prévio sobre o ato de lavar ou não lavar. O consumidor pode achar correta a lavagem das carnes em água corrente, seja carne bovina, carne suína, carne de frango, pescado (peixes, crustáceos e mexilhões). Pois bem, esse artigo pretende contribuir para o melhor aproveitamento das carnes e colaborar com a saúde das pessoas. Toda carne obrigatoriamente tem que passar pelo serviço de inspeção para em seguida ser distribuída para os supermercados e açougues que devem ser fiscalizados pela vigilância sanitária. Desse modo as carnes já estão prontas para o consumo. Qualquer carne que não siga este protocolo é considerada clandestina, sendo grande o risco das pessoas se contaminarem ao consumir este produto. O ato de lavar a carne não é correto porque a água além de não retirar as bactérias quando entra em contato com a carne, que é uma proteína facilita a proliferação bacteriana, trazendo problemas de saúde ao consumidor. Da mesma forma que não se lava a carne moída não se lavam outros cortes. Um velho costume das donas de casa que deve ser abolido é a lavagem da carne de frango e o pescado, pois quando estão à venda nos supermercados e peixarias respectivamente acredita-se que também já sofreram processos de higienização e estão prontos para serem preparados. O uso de limão ou de vinagre nas carnes serve apenas para dar gosto e não tem outra serventia. Para que as carnes mantenham a mesma qualidade do local de compra é necessário que todos os utensílios caseiros, como faca, tábua e panela estejam limpos, bem como as mãos de quem estiver manipulando.
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As Cavalhadas estão de volta Depois de dois anos de pandemia, as festividades das Cavalhadas voltaram a Goiás no início de junho. O circuito teve início em Pirenópolis, Palmeiras de Goiás, e se estendue para mais nove cidades, com final programado para outubro em Goiás. As encenações são uma representação das batalhas entre cristãos e mouros na Península Ibérica ocorridas entre os séculos 9 e 15. Dois exércitos, com 12 cavaleiros de cada lado, encenam uma luta coreografada e repleta de ornamentos nas ruas das cidades. A batalha promove a reunião dos mascarados, personagens que saem às ruas, a pé ou a cavalo, promovendo algazarras. Doze municípios participam. Além de assistir os festejos, os visitantes podem conhecer a culinária local e os recantos turísticos com muita vegetação e cachoeiras. De acordo com o calendário, Palmeiras de Goiás, Hidrolina, São Francisco de Goiás e Crixás realizam as Cavalhadas ainda no mês de junho. Em Santa Terezinha de Goiás, a festa será no mês de julho. Já em Pilar de Goiás e Corumbá de Goiás, a batalha entre mouros e cristãos será encenada em setembro. A Cidade de Goiás fecha o circuito no mês de outubro. O espetáculo consiste em uma representação das batalhas entre cristãos e mouros na Península Ibérica ocorridas entre os séculos IX e XV. Dois exércitos, com 12 cavaleiros de cada lado, encenam uma luta coreografada e repleta de ornamentos. A batalha encontra a reunião dos mascarados, personagens que saem às ruas, a pé ou a cavalo, promovendo algazarras. O Circuito de Cavalhadas está de volta, depois de dois anos de paralisação devido à pandemia de Covid-19. Neste fim de semana, quatro
cidades goianas recebem os primeiros eventos. Santa Cruz, Posse, Jaraguá e Pirenópolis inauguram o roteiro de uma das festas mais tradicionais do estado. Os desfiles ocorrem neste sábado (04) e domingo (05). Ao todo, 12 municípios farão parte das festas da Cavalhadas. Além dos quatro que abrem o circuito, também estão incluídos Corumbá, Palmeiras de Goiás, São Francisco, Crixás, Santa Terezinha, Hidrolina, Pilar de Goiás e cidade de Goiás. “As Cavalhadas são parte fundamental do calendário cultural de diversas cidades goianas e fomentam a identidade desses municípios. Além do caráter histórico, essa importante tradição goiana fomenta também o turismo e a economia local, pois atraem turistas das mais variadas partes do nosso país”, disse o secretário de Cultura, Marcelo Carneiro. A festa é marcada pela representação das batalhas ocorridas entre cristãos e mouros, na Península Ibérica, entre os séculos IX e XV. Pirenópolis é o típico destino de interior pelo qual nos apaixonamos rapidamente e já queremos voltar antes mesmo de a viagem acabar. A cidade e as cachoeiras da região são deliciosas tanto para um bate e volta de apenas um dia quanto para quem deseja relaxar em férias mais longas. Será difícil ir a Piri apenas uma vez. Sendo assim, não se apresse em fazer tudo correndo. O bom de lá é curtir sem pressa e aproveitar cada lindo cenário que a cidade oferece em meio ao interior de Goiás. Em uma luta coreografada, 12 cavaleiros de cada lado representam os dois exércitos. Além disso, há também a presença dos Mascarados que saem às ruas, a pé ou a cavalo.
PAT de São Vicente tem 15 oportunidades de emprego Interessados podem acessar vagas disponíveis pelo aplicativo Sine Fácil ou através do site empregabrasil.mte.gov.br O Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) da Cidade divulga, para julho 15 novas oportunidades de emprego em diferentes segmentos profissionais. O atendimento é sempre de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, de forma presencial nas unidades Área Insular (Avenida Presidente Wilson, 1.126 –Itararé) unidade Área Continental (Avenida Ulisses Guimarães, 211 –Jardim Rio Branco). É necessário que o candidato leve RG, CPF, carteira de trabalho e comprovante de residência. Para quem quer mais agilidade, é possível acessar as vagas disponíveis pelo aplicativo Sine Fácil (em celulares com sistema Android) ou por meio de cadastro pelo Portal do Ministério do Trabalho – Emprega Brasil, por meio do link https://empregabrasil.mte.gov.br/ Confira as vagas: 2 vagas - Cozinheiro Geral. Requisitos: Ensino fundamental completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Santos ou Praia Grande. 4 vagas – Auxiliar de Cozinha. Requisitos: Ensino fundamental completo; experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Santos ou Praia Grande. 3 vagas – Churrasqueiro. Requisitos: Ensino fundamental completo;experiência em carteira de trabalho; residir em São Vicente, Santos ou Praia Grande. 2 vagas - Carpinteiro (PCD). Requisitos: Ensino Fundamental completo; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande, Cubatão ou Guarujá. 2 vagas - Pedreiro (PCD). Requisitos: Ensino Fundamental completo; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande, Cubatão ou Guarujá. 2 vagas - Servente de Obras (PCD). Requisitos: Ensino Fundamental completo; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande, Cubatão ou Guarujá.
Coluna do leitor
Sempre brilhante este precioso jornal da Federação dos Pescadores que tem notícias e reportagens muito interessantes que merecem nosso total apoio. Agradecemos a todos e em especial a jornalista Christina Amorim pelo excelente jornalismo que nos proporciona. Prof. Cláudio Magalhães ONG DOS AMIGOS DE SANTOS
A tradicional Festa Camarão na Moranga em Bertioga acontece de 5 de agosto a 4 de setembro. A festividade será realizada na Av. Vicente de Carvalho 20, em frente à antiga balsa. O evento é realizado pela Colônia Z-23 de Bertioga, presidida por João do Espírito Santo.
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Existem pescadores artesanais atuando no estuário de Santos?
Essa pergunta, feita no ano 2000, exigiu a elaboração do primeiro cadastramento desta categoria profissional e o início de pesquisa socioeconômica para saber quantos eram, como pescavam e como viviam. A necessidade surgiu com o vazamento de óleo da Petrobras na Baía da Guanabara-RJ, que foi pega de surpresa e encontrou muitas dificuldades para fazer a compensação ambiental do acidente precisando identificar os pescadores regulamentados para receber os recursos de compensação. Diante disso, a Transpetro em Alemoa, em Santos, decidiu contatar o Instituto de Pesca para conhecer a situação
A promotora Flavia Maria Gonçalves do MPSP, o procurador Antonio Daloia do MPF e Cristiane Neiva, diretora do Instituto de Pesca.
do pescador artesanal no estuário de Santos e em 15 comunidades da Baixada. Assim, no ano 2000 foram obtidos primeiros dados do estudo feito em parceria entre Federação Pescadores E.S.P., Instituto de Pesca-IP e PETROBRAS/TRANSPETRO, propiciando o cadastramento de 2.731 pescadores. Neste momento nasceu o Programa de Apoio à Pesca que teve como principais diretrizes: identificar os pescadores artesanais para receber compensações em caso de possíveis acidentes, orientá-los para que regulamentassem sua situação com a obtenção do RGP (Registro de Pescador Profissional), que os tornava visíveis e habilitados a receber vários benefícios sociais, como aposentadoria, defeso, auxílio maternidade, entre outros. A história se repete Em 2015, com o incêndio nos tanques de combustível do Terminal Exportador de Álcool de Santos – TEAS, a questão da necessidade de atualização do cadastramento surgiu novamente. O acidente contaminou as águas do Estuário de Santos, São Vicente e Cubatão, causando grande mortandade de peixes e prejudicando várias comunidades e a pesca artesanal. Segundo o procurador da República, Antonio Daloia e a promotora Flavia Maria Gonçalves, dentro do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que a Ultracargo
teve que assinar, a moratória para os pescadores foi prioritária. Assim foi realizado um cadastramento nas 15 comunidades atingidas e criada uma moratória de pesca, onde os pescadores participantes se comprometiam a fazer um rodízio de pesca nas regiões afetadas pelo incêndio no estuário, diminuindo o esforço sobre a área para que o local se recuperasse. Em compensação recebiam um salário mínimo paulista mensal durante um ano (de agosto de 2019 a novembro de 2020). Nesse período foram investidos R$35.300.000,00 (trinta e cinco milhões e trezentos mil reais), obtidos através do TAC, para o pagamento de moratória a 2.464 pescadores. Num segundo momento foi escolhido o Projeto Valoriza Pesca, que será desenvolvido pelo Instituto de Pesca/APTA/SAA com a finalidade de trazer informações oficiais sobre as comunidades pesqueiras e também visando a qualificação e recapacitação dos pescadores que terão acesso aos cursos em diferentes áreas, que não foram realizados ainda devido à pandemia. “O Valoriza Pesca é muito importante não apenas para pesquisa, mas para todos os envolvidos, pois o projeto cobrirá o vazio de informações que temos hoje a respeito desses pescadores, pescadoras, da atividade pesqueira e relação com o meio ambiente”
afirmou Cristiane Neiva, diretora do Instituto de Pesca/Apta/SAA. “Temos a certeza de que teremos bons desdobramentos de tudo que será desenvolvido ao longo desses meses”, acrescentou. O Projeto terá duração de 32 meses e será realizado nos seguintes municípios e comunidades: Bertioga (Canal de Bertioga), Cubatão (Vila dos Pescadores), Guarujá (Vicente de Carvalho, Sítio Cachoeira, Santa
Cruz dos Navegantes, Praia do Góes, Rio do Meio, Guaiúba, Astúrias e Sítio Conceiçãozinha), Praia Grande (Canto Forte), Santos (Ilha Diana, Monte Cabrão e Caruara) e São Vicente (Rua Japão). O terceiro foco do TAC será para a construção de infraestruturas em várias comunidades pesqueiras, abrangendo áreas em Cubatão, Bertioga, Santos, São Vicente e Guarujá.
O encontro reuniu pescadores, pesquisadores do Instituto de Pesca e autoridades.
Evento de lançamento do Projeto Valoriza Pesca
Promovido pelo Instituto de Pesca do Estado de São Paulo-IP, o evento ocorreu no dia 29 de junho, no Museu de Pesca de Santos, para a apresentação do Projeto, seus objetivos e benefícios à comunidade de pescadores. Estiveram presentes pescadores artesanais, pesquisadores científicos do IP, Dra. Flávia Maria Gonçalves, promotora do Ministério Público de São Paulo e Dr. José Donizetti Daloia, procurador do Ministério Público Federal, ambos responsáveis pelo TAC.
Família unida na pesca e na mesa! Os Fascini têm a pesca no sangue. “Pescaria está na da família desde meu falecido bisavô Benedito Leite de Castro”, afirma Rodrigo Fascini. “Meu avô materno, Plínio de Castro, pesca comigo e até hoje é o capitão e conselheiro da equipe!”, acrescenta, explicando que o avô também faz redes a mão, tarrafas, picarés e remendos em geral. O pai, Antônio também é companheiro nas pescarias e para completar, somente o preparo cuidadoso dos peixes pelas mãos da avó materna, Conceição. O peixe frito acompanhado de arroz e pirão é de dar água na boca. Os filés são temperados a gosto (sal, alho picado) e passados no ovo e depois na farinha de rosca. O pirão é feito cozinhando a cabeça do peixe, junto com as espinhas que foram retiradas para fazer o filé. Depois de cozidas as partes, a água é coada em outra panela. Ali se acrescentam os temperos como salsinha, cebolinha picados, alho, cebola e pimentão bem picados. E para quem gosta, pode colocar uma pimentinha. Da cabeça e das espinhas ainda é possível tirar pedacinhos de carne que irão enriquecer a textura e o sabor. Para engrossar, usa-se farinha de mandioca e para acertar o ponto é bom lembrar que depois de cozido o pirão endurece mais um pouco.
Rodrigo e a avó Conceição.
Família Fascini reunida à mesa para saborear o peixe.