JORNAL MARTIM-PESCADOR 184

Um Homem e sua canoa

Seu Mauri, o mais antigo pescador de Ilha Diana, morre aos 88 anos e deixa sua imagem e de sua canoa em nossos corações. Pág. 8

Alexandre Huber finaliza painel do Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha em Cabo Frio-RJ. Pág. 6

Lili ensina como fazer a verdadeira cocada baiana. Pag.8

Autoridades presentes na abertura do evento "Tem Peixe na Vila", que aconteceu de 2 a 3/9 em São Paulo

Sandra e Helena Assumpção (TBC-Caruara) estiveram presentes com o artesanato caiçara no evento “Tem Peixe na Vila”. Pág. 6

Escamas de peixe artesanais preparadas por Sandra e Helena Assumpção (TBC-Caruara)

Defesos

Caranguejo-uçá

(Ucides cordatus)-

01/10 a 30/11 (machos e fêmeas)

01 a 31/12 (somente fêmeas)

Caranguejoguaiamum (Cardisoma ganhumi)-01/10 a 31/03

Mexilhão (Perna

perna)- 01/Set a 31/ Dez

Temporada de pesca

Tainha (Mugil liza)- S/ SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada)

Áreas de exclusão

A menos de 1 MN (emalhe motorizado)-

S/SE - permanente

A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10

AB- permanente Moratórias

Cherne-poveiro (Polyprion americanus)

06/10/2015 a

6/10/2023 (Portaria

Interministerial no 14)

Mero (Epinephelus itajara) 06/10/2015 a 06/10/2023 (Portaria

Interministerial no 13)

Tubarãoraposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado

Tubarão galhabranca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado

Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado

Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)tempo indeterminado

Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) –tempo indeterminado

Como construir um minhocário é tema de aula no curso de férias do Aquário

As crianças puderam colocar a mão na massa nesta oficina que ensinou a construir um minhocário. O curso fez parte da programação de férias (11 a 28/07) para crianças de 5 a 11 anos no Aquário de Santos, abrangendo vários temas ligados ao meio ambiente. Syllis Bezerra da ONG Ecophalt, explicou o passo a passo às crianças no dia 11 de julho. Entusiasta da conservação da natureza, mostrou todo o material necessário para a tarefa, ensinando os alunos a fazer compostagem e criar

minhocas nesta terra fértil. Foram usados potes de sorvete vazios, que podiam ser sobrepostos uns aos outros. O de cima deve manter a tampa. Os intermediários devem ter um furo ao centro da tampa, para ficarem abertos, mas manter as beiradas que dão suporte ao outro pote. Resíduos orgânicos devem ser cobertos com serragem para se decomporem (o que leva algum tempo).

O pote de baixo deve ter uma torneirinha onde irá sair o humus líquido para fertilizar plantas. Difícil? Quem quiser ver o passo

a passo da compostagem e construção do minhocário deve assistir ao vídeo no site www.projetoecophalt.org

Syllis explica que a ONG Ecophalt nasceu de um TCC do curso técnico de logística da ETEC da Praia Grande, cujo tema era asfalto ecológico. Após iniciar uma campanha de conscientização do descarte correto de pneus, a organização se dedica a trabalho de Educação Ambiental sobre resíduos sólidos nas escolas. É

Composta Projeto Ecokids cuja finalida-

de é realizar oficinas de pufs e vasos de pneus, e a criação de minhocários visando reciclar os resíduos orgânicos em adubos e hortas e jardins.

As minhocas são muito importantes para o meio ambiente. Os buracos que elas produzem na terra aumentam a disponibilidade de oxigênio no solo, melhoram a drenagem e a infiltração de água. Elas também fragmentam a matéria orgânica, permitindo a renovação de todo ciclo de vida.

Livro mostra movimento dos peixes-de-bico no oceano

Lançamento do livro aconteceu dia 5/8 no Aquário de Santos

Estudos para acompanhar o trajeto de peixes no oceano estão cada vez mais sofisticados. As marcas tradicionais, feitas com Hydron, colocadas no dorso dos peixes devolvidos ao mar, ao serem recuperadas mostravam a distância que os animais haviam percorrido. O mais acurado exemplo é de um marlim-azul devolvido ao mar em Delaware-EUA que chegou às Ilhas Maurício no Oceano Índico após três anos de navegação. Foi o primeiro registro de movimentação de um marlim do Atlântico ao Índico. As marcas atuais, tipo pop-up, são programadas para se desprenderem automaticamente após um período programado. Sobem para a superfície e transmitem os dados para o satélite Argos, que os envia à Terra. Assim num curto espaço de tempo é possível saber os caminhos

percorridos, a temperatura da água em diferentes profundidades, entre outros. Os peixes estudados no livro são: marlim-azul (Makaira nigricans), marlim-branco (Istiophorus platypterus), marlim-branco (Kajikia albida), spearfish (Tetrapturus pfluegeri), marlim-polegar ( Tetrapturus georgii) e swordfish ( Xiphias gladius). O conhecimento da biologia e migração destes peixes torna possível a criação de legislação pesqueira conjunta entre todos países onde eles passam.

O lançamento do livro Peixes-de-bico do Atlântico aconteceu dia 5 de agosto, no auditório do Aquário de Santos. A obra traz o resumo de cerca

de 50 anos de pesquisa do pesquisador Alberto Amorim no Instituto de Pesca de Santos SAA/SP. Seus companheiros nesta empreitada são o biólogo Eduardo Pimenta da Universidade Veiga de Almeida-UVA campus Cabo Frio-RJ que se uniu ao projeto em 1993 e a jornalista Christina Amorim que fez as ilustrações do livro e resumiu os trabalhos científicos em linguagem acessível ao público em geral. O livro pode ser adquirido via whatsapp: (13)997095222.

Conheça o serviço de atendimento às vítimas de violência em São Vicente

Você sabia que São Vicente possui o Centro de Referência Especializado em Assistência Social? O Creas tem a função de atender as vítimas de violência, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. O serviço é ofertado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e conta com equipe multiprofissional de psicólogos e assistentes sociais

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida

que realizam escuta e proteção às vítimas por meio de atendimento especializado. Qualquer munícipe, sejam mulheres, crianças, deficientes ou idosos que sofrem ameaças ou situações de violências, pode procurar as unidades dos Creas.

Após a escuta inicial em que os profissionais identificam a situações de violência e/ou violação de direitos, os técnicos

Santos - SP

CEP: 11030-350

Fone: (013) 3261-2992 www.jornalmartimpescador.com.br

Projeto

orientam a vítima sobre seus direitos, além de direcioná-la aos serviços que necessita, seja o caso de uma assistência médica, psicológica ou até mesmo o boletim de ocorrência. O atendido é acompanhado pela equipe do Creas por um período até que a situação seja superada. O serviço oferece o suporte favorecendo a reparação da situação de violência vivida, junto aos

Jornalista

demais serviços socioassistenciais e outras políticas públicas.

Os munícipes podem encontrar o serviço na Rua Frei Damião, 970 - Jardim Rio Branco (Área Continental) - telefone para contato: (13) 3467-5787 - ou na Rua Lima Machado, 245 - Parque Bitaru (Área Insular) - telefone para contato: (13) 3566-9249.

Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobureau.com.br

responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com

gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

Av. Dino Bueno, 114

Prefeitura inaugura novo Complexo de Especialidades Médicas de São Vicente

Novo equipamento vai abrigar os serviços do antigo Centro Médico Martim Afonso e do Centro de Especialidades Médicas Infantis

A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), inaugurou dia 7 de agosto o Complexo de Especialidades Médicas de São Vicente (Cemesv), na Rua XV de Novembro, 176, no Centro. O novo prédio, com instalações modernas e mais estruturadas, vai unificar o atendimento de especialidades, que eram disponibilizadas em dois equipamentos, no Centro Médico Martim Afonso (Linha Amarela) e no Centro de Especialidades Médicas Infantis (Vila Margarida). O novo prédio conta com mais de 20 consultórios médicos, com pia e mobiliário adequado, guichês para atendimento e entrega de medicamentos nas farmácias geral e de alto custo, posto de enfermagem, central de curativos vasculares, sala

para exame de audiometria, além de elevadores para acesso a todos os andares e transporte de macas. O imóvel conta também com um centro cirúrgico montado e equipado para realizar pequenos procedimentos como cirurgias gerais, ginecológicas e vasculares, além de biópsias de pele, cantoplastia e retirada de pequenos tumores. O Complexo de Especialidades Médicas oferece atendimento com alergista infantil, pneumologista infantil, neurologistas adulto e infantil, neurocirurgião, reumatologista, cardiologista, oncologista, gastroenterologista, proctologista, dermatologista, endocrinologistas adulto e infantil, urologista, oftalmologista, fonoaudiologia e psicologia. A expectativa da Sesau é atender cerca de 500

pessoas diariamente, entre consultas e dispensação de medicamentos, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. As consultas com os especialistas são previamente agendadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégias de Saúde da Família (ESF). “Hoje damos mais um passo importante para colocarmos um ponto final no Crei, deixando para trás uma história triste da nossa Cidade. Vamos transferir o atendimento do Pronto-Socorro Central para o imóvel que abrigava o Centro Médico Martim Afonso, na Linha Amarela. Com isso, será possível seguir com o projeto de demolir a estrutura do Crei e construir uma nova Unidade de Pronto Atendimento Central no lugar”, explicou o prefeito Kayo Amado.

Fonte: SEICOM-SV

Frente Parlamentar da Pesca é lançada na Alesp

Dia 21 de agosto foi lançada a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento e Proteção à Pesca Artesanal e à Aquicultura. O evento foi coordenado pelo deputado Luiz Claudio Marcolino (PT). O bloco suprapartidário tem a participação de mais 19 membros apoiadores. Estiveram presentes lideranças políticas e sindicais da categoria, assim como colônias de pescadores e outras autoridades ligadas ao setor.

Edivando Soares de Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), falou sobre a condição socioeconômica do pescador. “A realidade é uma só: vive-se na miséria, porque nunca foi feito nada”, afirmou. “Temos que começar a pensar, antes de qualquer coisa, no ser humano”, acrescentou. “O espaço parlamentar representa um importante avanço para a obtenção de consensos e melhorias para o setor”, concluiu.

Fonte: Portal da Alesp

Izaura Bilro (Alpesc), Doraide de Lima (Colônia Z-1), Eliana Diniz (Colônia Z-5) e Maria Aparecida Nobre (Colônia Z-4)

Colônia Z-4 se reúne dia 1/8 em comemoração a São Pedro em sua sede no Parque Bitaru

DP World e Suzano apoiarão na equipagem de policlínicas da cidade de Santos

Filhotes de queroquero nascem na praia de Itararé

Sobreviver numa praia urbanizada não é uma tarefa fácil para o quero-quero (Vanellus chilensis). Mas com suas refinadas estratégias de sobrevivência, eles ali persistem. A vigilância parental é ininterrupta. O menor som de cães se aproximarem é motivo de voos rasantes que repelem os visitantes indesejados. Esta sequência de fotos mostra uma rotina que inclui a troca de guarda dos pais para chocar os ovos e uma vigilância constante após o nascimento. Dos quatro ovos, três eclodiram. Dois no dia 16/08 e um no dia 17/08.

A DP World e a Suzano assinaram na última segunda-feira, dia 28 de agosto dois Termos de Responsabilidade de Implantação de Medidas Mitigadoras e/ou Compensatórias (Trimmcs) com Prefeitura de Santos. As empresas garantem equipar totalmente a futura unidade de Saúde do bairro Estuário. O acordo inclui, ainda, melhorias estruturais na Policlínica Ilha Diana (Área Continental), já existente.

NOVA POLICLÍNICA

Com dois pavimentos (térreo e primeiro) e 800m² de área construída, a Policlínica Estuário atenderá cerca de 16 mil pessoas a partir do início do próximo ano. A unidade conta

com dez consultórios, sendo quatro para atendimento geral, quatro para ginecologia/pediatria, com banheiro, e outros dois consultórios odontológicos, com recepção.

ILHA DIANA

O pacote inclui melhorias na infraestrutura e em equipamentos para a Policlínica Ilha Diana, que atende os cerca de 200 moradores da colônia de pescadores, situada na Área Continental do Município.

A DP World está expandindo suas instalações no Porto de Santos. Com isso, o terminal pretende aumentar sua capacidade de movimentação anual de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a 1 contêiner de 20 pés) para 1,4

milhão de TEUs, além de expandir o cais de 1.100 metros para 1.290 metros. O cronograma de obras é de aproximadamente um ano e meio a dois anos para conclusão. A retroárea será entregue ainda em 2023.

O armazém do Complexo de Celulose, operado em parceria com a Suzano, também está contemplado nas obras, possibilitando melhorias nos processos internos, novos pontos de apoio administrativo e aumento significativo da área atual. A aquisição de novos equipamentos também faz parte do projeto, que servirão de suporte para a aumentar a movimentação de celulose no terminal. As obras têm previsão de conclusão no primeiro semestre de 2024.

Status das obras no terminal da DP World

As obras de expansão do armazém de celulose na DP World continuam avançando em ritmo contínuo de acordo com o cronograma de obras. Para os próximos meses a expectativa é que sejam concluídas algumas etapas como finalização do piso de concreto e a fabricação da estrutura metálica do armazém principal. O objetivo é concluir as obras no primeiro

semestre de 2024.

A Licença de Instalação Ibama n. 1232/2018 1ª Retificação, autoriza as obras de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, fixando cronograma para execução das medidas mitigadoras e da implantação dos sistemas de controle.

Um dos três filhotinhos com uma semana de idade (2)

Quando a fêmea pôs os ovos, uma cerca de proteção foi feita na praia

Ilha Diana celebra Bom Jesus

Dois fins de semana, dias 5/6 e 12/13 de agosto, foram dedicados ao padroeiro

Há 63 anos, Ilha Diana realiza a festa de Bom Jesus. Neste ano além das barracas com a tradicional tainha na brasa, doces, salgados, artesanato, música e diversões para as crianças, aconteceram as procissões terrestres e marítimas e a missa celebrada pelo padre Claudenil da Silva Moraes, da

Diocese de Santos. A vice-prefeita de Santos, Renata Bravo, acompanhou as procissões e a missa, destacando a importância do turismo para o bairro santista.

Embora o dia do padroeiro seja 6 de agosto, quando a comunidade tradicionalmente comemora, neste

ano os festejos foram abertos ao público em dois fins-de-semana, dias 5 e 6/8 e 12 e 13/8. Segundo Alexandre Lima, presidente da Sociedade de Melhoramentos da ilha, além do dia da festa, os visitantes podem conhecer a ilha durante o ano inteiro, pois a comunidade está

sempre preparada para recepcionar os turistas com comidas típicas caiçaras. Para Armando de Souza, morador há mais de 60 anos na Ilha, foi um dia especial para comemorar seu aniversário de 76, que aconteceu no dia de Bom Jesus, renovando sua fé e da família.

A barca para Ilha Diana sai diariamente do cais atrás da Praça da Alfândega no centro de Santos e num trajeto de 20 minutos chega à Ilha, passando pela Base Aérea de Santos. Os horários podem ser checados no site: www.cetsantos. com.br

Chegando a tainha assada!

Armando de Souza, nascido no dia do padroeiro, comemora a data com a família.

Padre Claudenil durante a missa, ao lado da vice-prefeita e esposo.

A moradora Josiane e Valéria da Setur-Santos.

Dicas para a limpeza correta do camarão fresco (Parte II)

Projeto Albatroz inaugura seu primeiro Centro de Visitação

e Educação

Ambiental Marinha em Cabo Frio-RJ

Primeiro o produto deve ser bem lavado em bastante água resfriada com gelo para a retirada das impurezas. O gelo serve para manter a água em temperatura baixa e assim, preservar a qualidade, pois o camarão é altamente perecível. Em seguida separa-se a cabeça do corpo, através de movimentos delicados para que a sujeira da cabeça não se rompa e contamine a carne, descartando a cabeça. Depois deve ser retirada a casca grossa que envolve o corpo, segurando pelas perninhas e puxando-a para fora no sentido do rabo, bem como retirar as perninhas e o rabo.

Nesse momento, com a ajuda de um palito fino retira-se a linha marrom que corre sobre o corpo, que é o intestino e em seguida retira-se a outra parte do intestino que corre na parte inferior do corpo, local onde estavam fixadas as perninhas. Finalmente é hora de proceder a lavagem com muita água corrente, para retirada de todos os resíduos.

Seguindo essas etapas o camarão está pronto para ser temperado e preparado da forma que o consumidor desejar. Se o produto não for utilizado de imediato é recomendado o armazenamento rápido, na primeira prateleira da geladeira, para preservar a qualidade.

Evento será aberto ao público e contará com artistas e expositores locais, atividades de educação ambiental e apresentação da Orquestra Sinfônica da Petrobras

Com objetivo principal disseminar a cultura oceânica e também a desenvolver a educação ambiental marinha para crianças, jovens, educadores, pescadores e turistas de toda a Região dos Lagos, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, vai inaugurar dia 24/09 seu primeiro Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha em Cabo Frio (RJ). O evento será aberto ao público e contará com uma programação repleta de apresentações artísticas, expositores locais, projetos parceiros e atividades de educação ambiental ligadas ao oceano. Um painel especial feito pelo artista plástico santista Alexandre Huber mostra as imagens de albatrozes. A obra foi finalizada em 15 dias de trabalho.

No centro, os visitantes poderão vivenciar experiências relacionadas ao ecossistema marinho e costeiro e também a biologia e as características dos albatrozes e petréis, grupo de aves mais ameaçadas do planeta. No espaço, também serão organizadas exposições, oficinas e atividades socioambientais e culturais, envolvendo a comunidade e turistas da Região dos Lagos na temática da conservação costeira e marinha.

“Tem Peixe na Vila” é sucesso

Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP abre as portas ao público em evento sobre o pescado

O evento programado para 2 e 3/9 reuniu mais de 2 mil pessoas na sede do Instituto de Pesca em São Paulo na Vila Mariana dia 2 de setembro. Idealizado para incentivar o consumo, promover e fortalecer todos os que trabalham com pescado, além de conscientizar as pessoas sobre cadeia produtiva e as pesquisas. Entre as atividades programadas aconteceram oficinas com especialistas de diversas áreas. Workshops de culinária, com receitas à base de peixe, barracas com produtos artesanais, food trucks atividades para adultos e crianças, o pescado conta história da água ao prato, mostrando detalhes da produção ao prato do consumidor. Além de todas atrações, a beleza natural do parque, com um cafezal considerado um dos maiores do país, e abelhas sem ferrão que polinizam

a plantação, mostram a beleza do espaço que também abriga o Instituto Biológico. Estiveram presentes na abertura do evento: José Luiz Fontes – Coordenador de Assuntos Institucionais do Gabinete SAA representando o secretário da SAA, Carlos Nabil Ghobril – Coordenador da APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), Cristiane Neiva – Diretora do Instituto de Pesca, Ana Eugênia-Diretora do Instituto Biológico, Luiz Ayrozaassessor do Gabinete SAA, Roberto Imai - diretor do DESGRO -Compesca – FIESP, Martinho Colpani- presidente Câmara Setorial do Peacado da SAA.

Na próxima edição do jornal traremos matérias especiais sobre o que foi exposto na feira, desde o trabalho das artesãs caiçaras até os estudos científicos sobre criação de peixes

No artigo anterior foi ensinado como comprar camarão fresco, desta vez vamos orientar a forma correta de limpar este alimento.

Participantes do evento "Tem Peixe na Vila"

Participantes do “Projeto Pescado para Saúde”

A doutora dos peixes

Ao ingressar na Academia Paulista de Medicina Veterinária em julho de 2023, Agar Pérez faz um retrospecto de sua carreira

Agar Pérez desde menina sonhava em ser médica. Nascida em Botucatu em 1948 sabia que seu desejo seria difícil de ser alcançado. Filha de pai ferroviário, com seis filhos, os custos eram muito altos para cursar a faculdade de Medicina, na época com poucas escolas públicas. A decisão foi feita na hora do vestibular, quando Agar optou pela Medicina Veterinária. Assim já formada, em 1976 prestou concurso para o Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Havia vagas em São Paulo e Santos. Escolheu ficar na capital, onde estudaria peixes de água doce, com algumas espécies criadas em cativeiro. “Meu interesse foi sempre por patologia, assim procurei seguir nesta especialidade com a piscicultura”, recorda. Na década de 70 pouco se sabia sobre doenças em peixes. “Em 1979 comecei a me dedicar a estudar tumores em fígados de trutas.” O que chamavam na época de epidemia de tumores era na realidade causada por fungos Aspergillus que produzem uma toxina, chamada aflatoxina. Esse fungo aparecia na ração por falta de cuidado no armazenamento. “A aflatoxina pode levar a lesões no fígado dos peixes criados em cativeiro, podendo chegar a um processo neoplásico, ou seja, o aparecimento de tumores malignos (o câncer)”, explica. Hoje, graças aos estudos que vêm sendo desenvolvidos, existem cuidados com a ração que incluem

observância à data de validade do produto, modo de armazenamento tanto do produtor como do vendedor e consumidor (evitando lugares úmidos), cuidados no transporte, entre outros. Sua especialização nesta área culminou em seu doutorado em Patologia, obtido na Universidade Federal Fluminense-UFF, em 1994. No ano 2000 mudou-se para Santos e seu interesse se voltou para a higiene na comercialização dos peixes. Na Baixada Santista, onde o setor da pesca era bem ativo, havia um vasto campo de trabalho. “Era importante ajudar os comerciantes para evitar riscos de contaminação e desperdício de pescado”, enfatiza. Por isso sua pesquisa dentro do Instituto de Pesca se aliou aos serviços de Vigilância Sanitária de oito municípios da Baixada, com chefes da Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura. Agar precisava de todos na coleta oficial de material do pescado comercializado na Baixada.

A finalidade era conscientização de todo elo produtivo que trabalhava com pescado, como mercados, supermercados, feiras, indústrias estaduais e federais. Toda mudança positiva de comportamento revertia em melhor servir o consumidor.

“Trabalhamos no sentido de orientar para melhorar a qualidade do pescado a ser comercializado”, explica Agar dizendo que acredita ter deixado uma “sementinha” com seu trabalho e de sua equipe.

Aposentada desde 2019, tra -

balhou por 43 anos no Instituto de Pesca. Mas ainda orienta piscicultores, mostrando a importância do manejo sanitário indispensável para qualquer ação. De 2007 até a presente data é presidente da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina

Veterinária do Estado de São Paulo. No dia 7 de julho, ao tomar posse da cadeira 31 na Academia Paulista de Medicina Veterinária-APAMVET, sentiu o prazer de ter o reconhecimento em vida de uma carreira dedicada à sanidade do pescado. “Estudei a vida inteira

em escolas do governo e sempre trabalhei em entidades públicas”, afirma Agar. Desta maneira, sua contribuição para uma melhoria na área da saúde pública é sua retribuição de tudo que recebeu, encerrando sua carreira em pleno momento de felicidade.

CROSP reforça o alerta sobre os malefícios dos cigarros eletrônicos e similares

Cigarros eletrônicos são dispositivos que foram desenvolvidos com a finalidade de substituir o cigarro convencional. A ideia surgiu na década de 1960, nos EUA, sendo aperfeiçoada em 2003, pelo chinês Hon Lik. No entanto, este objetivo não foi alcançado e os cigarros eletrônicos estão sendo usados por pessoas que nunca fumaram cigarros convencionais antes, particularmente os jovens. Visando simular a sensação de fumar um cigarro comum, eles contêm apenas a nicotina, responsável pela dependência química. A nicotina é diluída em propilenoglicol e esta mistura fica armazenada em um

reservatório presente no dispositivo. Este reservatório é ligado a um vaporizador, o qual transforma o líquido em fumaça, que é tragada pelo usuário. Vale ressaltar que a concentração de nicotina presente nos reservatórios geralmente é bem maior do que nos cigarros convencionais. O professor Titular de Estomatologia da FOP-UNICAMP, Coordenador do Orocentro e membro da Câmara Técnica de Políticas Públicas do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Marcio Ajudarte Lopes, esclarece que o uso dos cigarros eletrônicos pode causar dependência química e promover

alterações importantes no sistema respiratório e cardiovascular, devido à presença de várias substâncias tóxicas - como o formaldeído - e as derivadas de metais pesados, como ferro, alumínio e níquel, que podem levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente em pulmão e boca. Em 2009, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu a regulamentação que proibiu no Brasil a venda, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar. “No entanto, apesar da proibição, a comercialização ilegal destes produtos é frequentemente observada”, lamenta ele.

Veja os riscos do cigarro eletrônico e similares

• Eles contêm nicotina, droga que leva à dependência

• Contêm ainda mais de 80 substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados

• O uso da nicotina aumenta o risco de trombose, AVC, hipertensão e infarto do miocárdio, entre outros.

• Estudos também mostram que o cigarro eletrônico aumenta em cerca de três vezes as chances de o usuário fumar também cigarros comuns.

Fonte: Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

Agar Perez (à direita) toma posse na APAMVET ao lado da presidente Arani Nanci Mariana.

Peixe defumado faz sucesso no Festival de Inverno de Cananeia

Um festival com atrações culturais e gastronômicas aconteceu em Cananeia no litoral sul de São Paulo, no último final de semana de julho. Jefferson Maraschi do Defumado Caiçara esteve presente exibindo seus produtos: tainhas, pescadas e bagres preparados com muita arte, seguindo a tradicional sabedoria caiçara. Quem não foi ao festival pode conhecer o trabalho de Jefferson e fazer encomendas através do Instagram: #defumadocaicara, ou whatsapp: (13) 98202.7594.

Um homem, uma canoa: um legado

Seu Mauri, símbolo do pescador caiçara, faleceu aos 88 anos em Ilha Diana, na área continental de Santos. Um infarto levou esse homem que navegou e construiu canoas, chatinhas e remos usando-os para transporte e pesca, assim como teceu e consertou redes, como reza a cultura caiçara. “Eu amo o peixe, eu amo o mar”, afirmava sempre. “Sou marítimo de sangue: pai, avô, tio marinheiro tinha família toda marítima, graças a Deus”, se orgulhava. Nascido em 1935 na Vila da Bocaina, em Guarujá, faleceu em 23 de agosto de 2023. “Pense bem, avô embarcadiço, pai marinheiro e tio pescador. Trago a pesca no sangue”, justificava. Mauri contava que aos 10 anos pegou uma tarrafinha e foi pescar na canoa do tio Guilherme. Com 16 anos tirou a carteira profissional de pescador. “Tio tinha abaixo de Deus, ele me criou”, dizia com respeito. Dedicou sua vida à construção de barcos e canoas e pescas de peixes no cerco, tarrafa, caniço, estaqueada e também de siris. “Com dois anos de vida fui morar com tios e avós em frente de ilha Diana, no sítio Sândi”, lembrava-se. “Vivíamos numa casa de madeira, típica dos pescadores da época”, relata.

Ali a comida era preparada no fogão a lenha, e a avó Flora chegou a ter uma rocinha com verduras, mandioca, batata-doce e milho. Aos 26 anos Mauri casou-se com Yolanda Biscardi, que era moradora de Ilha Diana. Em 1970 mudaram-se para a Ilha onde a família permaneceu. O casal teve oito filhos: seis homens e duas mulheres. Um menino faleceu recém-nascido. Seus filhos são Ademir, Ivair, Suely, Edneia, Mauri Jr., Waldecy, e Wilson. Os mais velhos, Ademir e Ivair, são os que mais gostam de pescar. Aprenderam

a profissão com o pai aos 12 anos.

Seu Mauri, até a década de 80 navegava até Bertioga a remo em sua canoa de madeira. Sempre bem-humorado, se dizia feliz assim. Amava o que fazia, sua vida era navegar. “Eu amo a pesca, tenho que remar um pouco, ligar motorzinho, sair por aí, sentir a água. Me sinto melhor numa chata, numa canoa, do que em terra”, confessava. Hoje, seu barco faz parte da paisagem de ilha Diana. No portinho, sempre pronto para zarpar. E na lembrança de quem o conheceu fica a imagem do homem sempre ativo, símbolo do pescador artesanal do nosso litoral.

Cocada baiana da Lili

Nascida em Cipó, na Bahia, em 1968, Maria Lucia da Silva, a Lili, aprendeu a arte de cozinhar com a mãe, Maria do Carmo, especialista em cocadas e biscoitinhos de tapioca. A mãe guardava em cima de um guarda-roupa e depois saia para vender. Um dia Lili e a irmã foram tentar pegar os docinhos e eles caíram no chão e se espatifaram. Foi surra na certa! Mudou-se para São Paulo em 1985 e hoje mora em São Vicente. Lili se especializou em acarajé, que vende na divisa-Santos-São Vicente na avenida da praia. Também prepara o prato sob encomenda, e também serve em festas, fritando o acarajé na hora. Além de preparar os pratos sob encomenda, ela pode ir à casa do cliente fazer o preparo de qualquer tipo de comida na hora. Contato: (13) 99797.5560.

Ingredientes da cocada: 1kg de coco fresco ralado/1kg de açúcar/1 colher (sopa) vinagre branco/1 xícara (chá) de água

Preparo: Colocar na panela açúcar, vinagre, água. Mexer para não grudar até fazer

a calda. Misturar o coco. Cozinhar até secar, mas não totalmente. Despejar numa forma. Deixar esfriar. Quando estiver esfriando fazer os cortes quadrados. Depois de esfriar retirar um a um da forma.

A barraca de Jefferson no Festival de Cananeia.

Jefferson esteve presente no Festival.

Produto feito com capricho.