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Editorial ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 MuBE ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 Red Bull Station ---------------------------------------------------------------------------------------- 15 Edifício Planalto ---------------------------------------------------------------------------------------- 30 Galeria Metrópole ------------------------------------------------------------------------------------- 40
A Revista Metrópole SP foi idealizada para ter um formato que possa ser levado a qualquer lugar. Aborda sobre a Arquitetura Moderna e Contemporânea dos edifícios da cidade de São Paulo com o olhar de quem visitou cada uma das edificações e procurou transmitir as sensações que elas passam. As fotos tiradas compartilham a visão de cada aluna sobre as edificações visitadas e o uso de apenas duas cores, azul e vermelho, no tratamento dessas fotos foi para mostrar que acreditamos que a boa arquitetura pode ser compreendida em qualquer forma de linguagem. Esperamos ter atingido nosso objetivo ao fim dessa revista e que os leitores aproveitem todas as informações contidas nela.
A Equipe
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Beatriz De Lello | Isabelle Ribeiro | Julia Vinhas | Julia Baeta
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Salão de Exposições
PAULO MENDES DA ROCHA Se formou arquiteto urbanista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1954. Participou da Escola Paulista a convite de Vilanova Artigas sendo possível perceber, ainda nos dias de hoje, a utilização dos paradigmas do pensamento de tal escola em seus projetos. Em 1969 venceu o concurso para o pavilhão do Brasil na Expo’70 em Osaka, Japão. De 1972 a 1973 e de 1986 a 1987 presidiu o departamento paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP). Participou, em 1987, de um concurso para a criação do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) inaugurando, assim, uma nova fase de reconhecimento público do seu trabalho. Lecionou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (FAUUSP) até 1999, quando se aposentou compulsoriamente. Tem uma posição de destaque na arquitetura brasileira contemporânea nas últimas décadas, ganhando em 2006 o prêmio Pritzker e em 2016 o prêmio imperial do Japão. Suas obras se caracterizam por possuírem uma atitude rígida e certeira sobre o território, uma vez que ele acredita que o domínio do sítio é um elemento fundamental na expressão do domínio e da integração do homem sobre e com a natureza.
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Fachada do MuBE vista de esquina
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Panorâmica do pátio de esculturas
Edifício do Museu Brasileiro da Escultura Em São Paulo, mais precisamente no bairro Jardim Europa, está localizado o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), uma obra contemporânea do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. O prédio do museu foi fruto de um concurso público, o arquiteto teve apenas dez dia para concluir e apresentar a proposta, sendo assim, ele usou desse desafio como uma oportunidade de utilizar soluções estéticas arquitetônicas criadas por eles em projetos anteriores. O edifício foi implantado em um terreno acidentado muito bem aproveitado por Mendes da Rocha. 8
Em sua cota mais alta encontra-se um pátio de esculturas e um espaço de uso coletivo. Ele faz conexão direta com o Museu da Imagem e do Som (MIS). Na cota mais baixa é possível notar um ambiente mais silencioso em que o visitante encontra um café, a área administrativa, o auditório e um grande salão que abriga diversas exposições. O silêncio proporcionado nesta cota é muito propício, ele faz com que o visitante se desconecte do ambiente externo e tenha uma experiência mais intensa ao visitar a exposição e perceber cada pequeno detalhe dela e do espaço.
VĂŁo visto da cota mais baixa
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Salão de Exposição
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Salão de Exposição
Apesar de ser um edifício monumental, por causa do seu gigantismo, ele se encontra no mesmo gabarito das edificações do entorno. Seu grande vão, feito de concreto protendido, é considerado um dos mais extensos do país e se assimila com o do Museu de Arte de São Paulo (MASP), projeto de Lina Bo Bardi. A diferença entre os dois é sua função, dentro das estruturas do vão do MuBE existem pequenos depósitos que são utilizados para guardar os materiais usados nas atividades que ocorrem dos fins de
Salão de Exposição
semana. A escadaria que conecta um patamar ao outro também tem função de arquibancada, atendendo o grande palco que se forma embaixo do vão e se estende além dele. A iluminação do pátio de esculturas se dá por grandes torres de luz, semelhantes às usadas em estádios de futebol possibilitando, durante a noite, uma ótima visibilidade das obras espalhadas pelo espaço.
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Escadaria do MuBE
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Administração
Rampa ao longo do museu 14
Outro ponto que chama a atenção no projeto é a localização da área administrativa, ela se estende ao longo do espelho d’água proporcionando aos funcionários um ambiente tranquilo para o desenvolvimento de suas atividades. O MuBE possui rampas de acesso ao longo do projeto, já pensadas desde sua concepção, agregando beleza a funcionalidade. É claro que esta é mais uma das grandes obras feitas pelo renomado arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Sua monumentalidade, do ponto de vista dos visitantes ,não se sobrepõem aos edifícios vizinhos. O grande pátio existente no museu afirma a ideia de coletivo e da apropriação do espaço.
RED BULL STATION
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TRIPTYQUE Com quinze anos no mercado, o escritório Tryptyque conquistou seu lugar na arquitetura contemporânea sendo reconhecido internacionalmente por utilizar técnica e métodos que incentivam a construção sob uma ótica sustentável, bem como o desenvolvimento dos espaços urbanos. Criado pelos arquitetos franceses Grégory Bousquet, Olivier Raffaelli, Carolina Bueno e Guillaume Sibaud, todos ex-alunos da École D’Architecture Paris-La Seine, o escritório iniciou com sede em São Paulo e, posteriormente, abriu uma filial na França incentivado pelo recebimento do prêmio NAJA do Ministério da Cultura da França.
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O contraste entre o antigo e o novo Ao sair do Terminal Bandeira, localizado no centro de São Paulo, é possível perceber um edifício que se destaca dos demais por conta da sua arquitetura dos anos 1920. Situado na praça das bandeiras a construção era a antiga sede da Companhia de Eletricidade Light e hoje é sede do centro cultural conhecido como Red Bull Station. Em 2013 o escritório de arquitetura Triptyque ficou responsável pela restauração e reforma do edifício e optou por aproveitar a arquitetura interna mesclando com intervenções contemporâneas que são perceptíveis aos olhos dos visitantes. Ao entrar no centro cultural os
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Café ao ar livre
olhos se voltam, primeiramente, para o café. É um espaço ao ar livre cheio de detalhes que o torna aconchegante e belo, sendo convidativo não apenas àqueles que querem relaxar na hora do almoço, mas também àqueles que procuram um ambiente tranquilo para realizar alguma atividade.
Salão de exposição principal
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O primeiro ambiente é composto pela galeria principal, um espaço amplo de exposições voltado para todas as formas de artes visuais, de performances e concertos. Suas paredes ainda mantém algumas característica da construção dos anos 20, assim como seu teto que se contrapõem com os trilhos de luz e os dutos do ar condicionados instalados na reforma, característica essa que se encontram em todos os ambiente. Passando pelo corredor chegamos a um local onde se encontra uma sala e um estúdio de gravação, este com uma grande abertura de vidro que permite aos visitantes verem o que está acontecendo do lado de dentro.
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Salão de exposição pincipal
Corredor
Sala de suporte ao estúdio de gravação
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Área externa dos ateliês
O pavimento superior possui seis ateliês individuais e uma galeria de transição, que dá suporte para esses ateliês expondo os trabalhos dos artistas temporariamente, além 22
de um pequeno auditório, nele se encontra a escada de acesso para o terraço, escada esta que se estende até o térreo.
Auditรณrio
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Fonte do terraço
O terraço é parcialmente coberto por uma marquise de metal e possui uma fonte que foi restaurada. Esse ambiente permite uma visão panorâmica da região, além de um espaço descontraído e confortável para a convivência dos usuários. É visível a intervenção ocorrida no edifício, os detalhes da construção original se contrapõem com as pequenas intervenções criadas pelo escritório e dão um ar industrial à edificação. A marquise é o ápice das intervenções que foram feitas, ela ganha destaque em relação a fachada, que permanece com as características originais da época 24
de sua construção, compondo um ambiente de harmonia e equilíbrio que emocionam e surpreendem os visitantes.
Escada metálica que liga o térreo ao terraço
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Vista do terraรงo
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Planta da Cobertura
fonte: Archdaily
Planta do Primeiro Pavimento
fonte: Archdaily
Planta do Mezanino
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fonte: Archdaily
Planta do TĂŠrreo
fonte: Archdaily
Planta do Subsolo
fonte: Archdaily
Corte Transversal
fonte: Archdaily
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EDIFÍCIO PLANALTO
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JOÃO ARTACHO JURADO Nascido em 1907 foi um empresário paulista, filho de imigrantes anarquistas e espanhóis. Não possuía diploma de arquitetura, deste modo, firmou parceria com alguns engenheiros da época. Sua vida profissional teve início na década de 1920, quando aos dezenove anos de idade partiu sozinho para o rio de janeiro. Em 1946 jurado e seu irmão criam a construtora anhanguera Ltda. O primeiro projeto da nova construtora se resumia a um conjunto de sobrados - que hoje possui todas as características originais da época. Com o andamento das obras que estavam por vir, os irmão realizaram seu primeiro empreendimento grandioso, conhecido como cidade monções, localizada no Brooklin. Sua arquitetura reflete seus sonhos hollywoodianos do pós-guerra em uma mistura de estilos e linguagens, tais como: o moderno, o Noveau, o Déco e o Clássico.
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Hall de entrada do Planalto
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Modernidade hollywoodiana em São Paulo O Edifício Planalto, finalizado em 1956, está localizado na esquina da Rua Santo Amaro com a Rua Dona Maria Paula. Desde 2002 sua fachada, que é trabalhada em pastilhas cor de rosa e tijolinhos terra cota, foi tombada como patrimônio histórico e cultural. Logo no hall de entrada nota-se a forte presença do granito e de muita luz natural proporcionada pelas
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Corredor de acesso aos pavimentos superiores
grandes janelas ali presentes. À esquerda do hall de entrada encontra-se um longo corredor com as áreas administrativas, cinco elevadores, acessos secundários, que hoje encontram-se fechados, e um pequeno jardim de inverno, a céu aberto, com paredes decoradas por pastilhas.
Jardim de Inervo
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Porta da sala que se abre para a varanda
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Janela da cozinha
O edifício divide-se em três blocos com 26 pavimentos e 294 apartamentos organizados em planta simétrica, com 11 tipologias diferentes, divididos em: quarto, sala, cozinha e banheiro, todos possuindo varandas. É visível a preocupação de Artacho Jurado com a iluminação e ventilação dentro dos apartamentos. A cozinha possui uma generosa janela voltada para o corredor de serviços, enquanto os quartos e sala possuem uma grande porta de vidro voltadas para a varanda. Tal varanda possui um charmoso guarda corpo em cobogós de cor azul royal e um biombo de vidro que separa as varandas vizinhas. Cada ambiente do prédio possui diferentes tipos de piso, o que dá um charme para a obra de Artacho.
Ladrilho do piso
Guarda-corpo em cobogรณs
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Em sua cobertura encontra-se um terraço jardim que abriga um salão. Apesar de já ter sofrido inúmeras reformas as características originais do ambiente se mantêm, tais como, a escada em caracol, que dá acesso ao último nível do edifício, e o pergolado curvilíneo de cor azul royal - que pode ser visto do terminal bandeira. Há uma divisão de opiniões sobre o edifício de Artacho Jurado, uns acreditam que sua arquitetura
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Escadaria em caracol do salão
peculiar não se enquadra aos padrões de beleza, outros acham que os pequenos detalhes de cada canto da edificação o tornam charmoso e elegante. Apesar dessa diferença de opiniões é inegável que esse edifício é um marco na arquitetura moderna da época, por carregar elementos que não eram utilizados por outros arquitetos em obras de mesmo estilo arquitetônico.
Guarda-corpo da cobertura
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GALERIA METRÓPOLE
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GIAN CARLOS GASPERINI De origem italiana, iniciou seus estudos em roma e, posteriormente, mudou-se para Rio de Janeiro para concluí-los. Sua participação no concurso para o projeto da galeria metrópole foi responsável pelo impulso em sua carreira e essencial para a criação e consolidação do escritório Croce Aflalo & Gasperini. Paralelamente, Gian Carlos Gasperini também atuou como parte do corpo docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (FAU-USP).
SALVADOR CANDIA Brasileiro nascido no estado de Mato Grosso do Sul, mudou-se para São Paulo com nove anos. Durante seus estudos na Universidade Presbiteriana Mackenzie foi responsável pela criação da revista Pilotis. Após a sua participação no concurso, Salvador Candia e outros intelectuais fundaram o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Posteriormente, além de projetos pessoais, Salvador participou de concursos em parceria com outros arquitetos, como também se dedicou à vida acadêmica lecionando na mesma faculdade em que se formou.
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Jardim interno do subsolo
A galeria fruto de um concurso No centro de São Paulo, localizada entre a Avenida São Luís e a Praça Dom João Gaspar, está a Galeria Metrópole. Fruto de um concurso fechado no qual Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia, concorrentes, foram selecionado para a realização do projeto. Os dois optaram pela criação de um novo projeto contendo elementos usados no concurso. O edifício foi muito bem implantado no terreno, a torre de escritórios é separada sutilmente da galeria que se integra bastante com o passeio público. 42
A galeria teve seu auge nos anos 60, contava com bares, lojas e um dos primeiros cinemas da cidade atraindo o público intelectual. Ao longo dos tempo foi perdendo tais características, porém trinta anos depois um movimento fez com que a galeria metrópole voltasse a ser alvo, desta vez, da esfera criativa. O subsolo desse vão contém um jardim interno cheio de vegetação que faz com que as pessoas se esqueçam da agitação do centro da cidade e relaxem por alguns minutos do dia.
Espaรงo central da galeria
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Amplo corredor
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Nos dois primeiros pavimentos existe um corredor largo que conecta o espaço central com uma longa varanda que acompanha a avenida São Luís. Seu guarda corpo está deslocada do corpo do embasamento, estabelecendo um limite e ao mesmo tempo um charme ao edifício garantindo uma unidade visual ao conjunto, principalmente para quem observa a edificação da avenida principal. Hoje em dia os largos corredores abrigam estúdios de design e artes plásticas, escritórios de arquitetura
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Vista para a Praça Dom João Gaspar
e publicidade, agências de turismo, inúmeros restaurantes, além do bar Mandíbula que utiliza desse espaço como extensão do bar. A praça Dom João Gaspar se integra elegantemente a edificação, parecendo até ser parte dela. Cria um ambiente agradável com sua vegetação dando a sensação de que a galeria está inserida em um ambiente natural.
Varanda da Galeria Metrópole
Torre empresarial do 4º pavimento
No último pavimento da galeria encontramos um espaço à céu aberto onde está a torre empresarial, é um ótimo ambiente para se relaxar após o almoço, ou para gastar algum tempo apenas observando as torres do entorno. Nele também encontramos vegetação. Todos os pavimentos estão conectados por uma escada que parece se encaixar perfeitamente com o espaço, dando uma elegância a mais para o local. A Galeria Metrópole é um verdadeiro refúgio da vida agitada do centro de São Paulo. Apesar de estar inserida em uma avenida muito movimentada, com muitos edifícios importantes ao redor, sua arquitetura bem pensada e simples dá a ela um destaque significativo. Seu intenso contato com a natureza torna o edifício único e seus amplos espaços de circulação proporcionam um conforto para os frequentadores do local. Seu grande número de restaurantes atraem um relevante número de pessoas, geralmente as que trabalham no centro, no horário de almoço. Durante a noite o bar Mandíbula garante a diversão dos mais notívagos, potencializando o uso da edificação. 47
Planta da garagem
Planta do subsolo
Planta do tĂŠrreo
Planta do 2Âş pavimento
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Planta do 3ยบ pavimento
Planta do 4ยบ pavimento
Planta tipo
Corte Longitudinal
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Varanda da Galeria Metrรณpole
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