PROJETO ESCOLA INFANTIL EM SERTÃOZINHO-SP

Page 1

ESCOLA DE ENSINO INFANTIL

O AMBIENTE ESCOLAR COMO EXEMPLO PARA VIDA

S

USA

O AS

I

EL B A S

D

ILV S A

TO N A S


CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ARQUITETURA E URBANISMO “ESCOLA DE ENSINO INFANTIL CRESCER O AMBIENTE ESCOLAR COMO EXEMPLO PARA VIDA”

ISABEL DA SILVA SOUSA SANTOS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da professora Maria Lídia Guimarães.

RIBEIRÃO PRETO 2016


AGRADECIMENTOS À Deus, aos meus pais, minha família e meu esposo por sempre me apoiar mesmo nas situações mais difíceis. Aos meus amigos, por sempre compartilhar seus conhecimentos, tornando isso uma troca muito boa. Minha orientadora pela paciência e diversas conversas que me deram mais confiança em seguir em frente com meu projeto. Meus professores que me ensinaram muito sobre a nossa profissão que amamos. Muito obrigada!


RESUMO O projeto que será apresentado, trata-se de um projeto escolar de ensino infantil na cidade de Sertãozinho, São Paulo. O intuito do projeto foi desenvolver um conceito arquitetônico que integrasse o conforto e melhoria da qualidade de vida nos ambientes escolares, através de tecnologias, utilizando materiais com baixo impacto ambiental. Dessa forma, utilizam-se práticas que possibilitam um bom exemplo de convivência entre o ser humano e o meio ambiente nos primeiros contatos percebidos entre crianças e a arquitetura.

INTRO


SUMÁRIO 2

INTRODUÇÃO p.03

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO p.05

7

REFERÊNCIAS PROJETUAIS p.14

11

TERRENO p.28

3

IMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL p.07

8

DIMENSÕES PADRÕES FNDE p.18

4

CONTRIBUIÇÃO DA ARQUITETURA NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA EM SUA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL p.09

9

DETERMINAÇÕES QUANTO À ESTRUTURA - MEC p.19

5

ARQUITETURA, EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE p.11

6

HUMBERTO MATURANA E O ESPAÇO DO CONHECIMENTO p.12

10

PROGRAMA DE NECESSIDADES p.20

15

12

CLIMA p.29

13

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL p.30

14

LEVANTAMENTOS p.31

O PROJETO p.34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


IN

TR

OD

ÃO


INTRODUÇÃO

A proposta deste trabalho é o desenvolvimento de um projeto o de escola infantil que atende crianças de 6 meses à 5 anos e 11 meses, como um exemplo de convivência entre o ser humano e ambiente onde vive, considerandose que quanto mais exemplos existem ao redor, torna-se maior a possibilidade de se assimilar a importância de se viver em um ambiente sustentável, assim sendo um ambiente que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras. Através das novas tecnologias utilizadas em prol de um projeto sustentável e eficiente energeticamente, é que com base nas leituras realizadas encontramos base teórica para enfatizar o fato de que o ambiente influencia totalmente o sujeito que ali vive. Assim sendo, o ambiente escolar bem adequado e seu desempenho satisfatório é muito importante para o usuário daquele espaço, pois afeta a criança psicologicamente e fisicamente em seu desenvolvimento, essa relação é de fundamental importância para a formação do futuro.

A junção de boas práticas em arquitetura ao ensino voltado ao meio ambiente pode trazer às crianças uma realidade que valorize os cuidados com o mesmo e suas interações, salientando, dessa forma, que conhecer esse espaço lhes dará um exemplo permanente da maneira correta de se obter uma convivência benéfica com o meio em que vivem, preservando-o ao máximo diariamente, para seu próprio futuro. O objetivo é desenvolver um conceito arquitetônico que vislumbre o conforto e melhoria da qualidade de vida nos ambientes escolares, através de um projeto que traga tecnologias construtivas utilizando materiais com baixo impacto ambiental. E que, dessa forma, se utilizem de práticas que possibilitem um bom exemplo de convivência entre o ser humano e o meio ambiente nos primeiros contatos percebidos entre crianças e a Arquitetura. Projetando uma escola infantil autossustentável e eficiente energeticamente, utilizando materiais com baixo impacto ambiental, propondo a utilização de um contato diferente de crianças com o ambiente

03


de aprendizado, sendo ensinadas na prática as relações entre o ser humano e o meio onde vive. No Brasil tem se tornado cada vez mais importante a área de educação, como base de uma sociedade ativa e que forme cidadãos conscientes. Nesse cenário é possível se formar visões mais amplas, no sentido da formação de nova consciência, que defina parâmetros aceitáveis para o desenvolvimento da verdadeira sociedade sustentável, onde o centro das ações se concretiza em meio ao bom uso dos recursos, à maneira inteligente de se utilizar as novas tecnologias, primando a reutilização, a reciclagem e até mesmo a renovação e simplificação de atos que tornem o dia a dia das pessoas mais eficaz no que diz respeito à preservação do ambiente em que vivemos e à valorização deste, sendo reconhecido como parte primordial para a criação de um todo que realmente produza resultados consistentes para a construção de um futuro promissor para as futuras gerações. Dessa forma, como trabalho baseado na arquitetura em um contexto ecologicamente correto e sustentável, a importância do projeto

se dá na forma de realização, que desde o início buscará minimizar impactos e maximizar bons resultados após sua finalização. A função do prédio será aliar o ensino regular ao ensino concernente a uma escola intrinsecamente ambiental, ou seja, de maneira que não sejam apartados ambos os objetivos, caminhando juntos em favor de um mesmo objetivo. Assim, como o prédio não terá em sua concepção um histórico de agressão ao meio ambiente para ser construído, também os cidadãos que ali se formarem, não serão ensinados a fazê-lo. Por outra perspectiva, o conhecimento transmitido na escola servirá também para ser utilizado na comunidade que a cerca, espalhando ideias e ajudando a vizinhança a cuidar melhor dos espaços públicos que são compartilhados por todos, porém que atualmente não recebe os devidos cuidados para que se desenvolvam de maneira a conseguir ser sustentável de fato. Os alunos serão agentes da mudança não somente dentro da escola, mas envolvidos, terão consciência de que seus atos gerarão

consequências, e que, quanto melhores forem seus atos agora, melhores serão os resultados, tanto para a sua geração, quanto para as gerações futuras, o que acrescenta valor a tudo o que for desenvolvido na escola. Assim, procuramos abordar a ecologia como um assunto integrado à arquitetura, e também, que será parte integrante da vida de todos aqueles que de alguma forma se relacionarem ao prédio, podendo ser pais, alunos e toda a comunidade em geral. O projeto dessa escola em si já será um fator que agregará valor à própria vizinhança, sendo modelo a ser seguido por outras escolas e também por outras comunidades, podendo atrair os olhares e até mesmo investimentos governamentais tanto para a criação de novas escolas com o mesmo conceito, quanto para a própria causa ecológica em si, que ganhará maior visibilidade.

04


O Ã Ç

D E A D A I R Ó T S HI

A C U


HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Antigamente a Educação Infantil era destinada a crianças pobres, assim eram dadas a elas recursos pobres, seja por parte do setor público, ou mesmo de entidades religiosas e filantrópicas. A Educação Infantil funcionava como uma doação sem muitos investimentos. A partir da Constituição de 1988 houve um avanço, quando foi estabelecido que o Estado, por meio dos Municípios, tem o dever de garantir a Educação infantil, com acesso a todas as crianças de zero a seis anos em creches e pré-escolas. Porém, antes de tudo que conhecemos, é interessante conhecer o histórico da educação, procurando entender as diversas fases, formas e sistemas educacionais que existiram até chegar à atualidade. A educação infantil é uma preocupação que existe desde a antiguidade. Na Grécia Antiga, berço da educação formal ocidental, as mulheres eram responsabilizadas para a missão da educação, até o momento que as crianças completassem sete anos, e a partir de então, os meninos se tornavam responsabilidade do Estado. As primeiras escolas eram encontradas em templos

religiosos, pois se destinavam a preparar pessoas para se tornarem sacerdotes na Igreja. Em 1517 começou a Reforma religiosa, e seu efeito na Educação foi a extensão do Ensino Primário, pois para ter acesso às Sagradas Escrituras, era necessário saber ler. Assim sendo, os países católicos ganharam novas instituições de ensino. No entanto, o monge tcheco Comenius (1592-1670) iniciou o primeiro sistema de escolarização universal, com formação integral. Comenius também foi o responsável pela primeira sistematização das características básicas da educação em sua obra chamada “Grande Didacta”. O monge pregava necessidades de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico, que é capaz de favorecer a aprendizagem através dos sentidos. Outro importante nome da educação foi Johann Heinrich Pestallozzi (1746-1827), que teve grande influência no pensamento da educação pública. Pestallozzi impulsionou a formação de professores ao estudo da educação como ciência, e sua equipe

05


elaborou materiais de matemática, ciências, geografia, entre outros materiais pedagógicos. A crescente preocupação da população começou a tomar força no século XIX, passando a ser uma das metas dos governos burgueses da Europa. No final do século, “a maior parte dos países industrializados tinha atraído para a escola quase toda população infantil, e a taxa de analfabetismo foi drasticamente reduzida”. (KOWALTOWSKI, 2011, PAG. 18). Neste período o educador Friedrich Frobel (1782-1852) se destacou, introduzindo a importância do brinquedo com seus sólidos geométricos de montar, como um instrumento pedagógico. Frank Lloyd Wright declarou que esses brinquedos foram importantes no desenvolvimento de suas habilidades espaciais. Na atualidade, alguns dos pensadores que marcaram significativamente a educação infantil foram Jean Piaget (1896-1980) e Maria Montessori (1870-1952). Montessori foi uma precursora da pré-escola moderna, sendo uma das principais representantes do Movimento da “Escola Nova”, renovação educacional

iniciada no século XIX. Os principais fundamentos da pedagogia “montessoriana” são a atividade, a individualidade e a liberdade, considerando que a função da educação é favorecer o desenvolvimento da criança. Piaget, por sua vez, foi um grande estudioso das funções cognitivas da criança. Descreveu o processo de aprendizagem através de etapas, e cada etapa com sua característica e necessidades. Sua pedagogia diz que “a aprendizagem não resulta da ação das estruturas internas do indivíduo, nem é fruto da ação exclusiva da estimulação externa; mas somente se produz a partir da interação entre o sujeito e o meio.” (KOWALTOWSKI, 2011, PAG. 22). Estas, entre outras contribuições, influenciaram na prática pedagógica e na constituição física de muitas escolas infantis. Segundo Kowaltowski (2011, pág. 30): “Ao longo do século XX, entre as contribuições oferecidas à educação, revelou-se uma tendência geral favorável à limitação do autoritarismo na escola e o aumento da liberdade de ação da criança, incentivando nela ações que favorecessem

o livre curso de sua criatividade”. Além dos autores mencionados acima, educadores brasileiros também influenciaram nas teorias pedagógicas aplicadas nas escolas brasileiras, sendo eles Anísio Spínola Teixeira, Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Freire (19211997) enfatizou a necessidade de popularizar a educação, garantindo o acesso de toda a população a ela. Darcy Ribeiro (1922-1997) colaborou com a organização da educação popular, criando metas mínimas e propondo escolas de tempo integral, com o objetivo de tirar as crianças da marginalidade. Nota-se que transformações importantes aconteceram na educação nos últimos cinquenta anos. Assim Doris Kowaltowski faz um breve resumo delas: Há maior liberdade no movimento do aluno, e o professor é mais livre junto à classe. O castigo físico foi abolido na maioria dos países. Há maior liberdade, variedade de atividades, maior número de material e equipamento de apoio, mas são exigidas avaliações constantes dos sistemas de educação. (KOWALTOWSKI, 2011, pág. 37)

06


IM SO PLE BR ME E E NT DU AÇÃ CA O ÇÃ DO O AM EST BIE UD NT O AL


IMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Educação Ambiental é um elemento importante a ser tratado no ambiente escolar, que vem sendo integrado às escolas através de assuntos referentes à ecologia e à preservação do meio ambiente, não só pela atualidade, mas também pela urgência em se ter crianças comprometidas em minimizar a degradação que vem sofrendo o equilíbrio ecológico do planeta. A preservação do meio ambiente traz consigo a consciência ecológica, o que gera uma preocupação com relação à preservação do meio ambiente e dos recursos retirados dele. Ultimamente esse pensamento de preservação está em alta na sociedade, porém a necessidade de proteger o ambiente já existia quando o homem passou a valorizar a natureza. Existia um respeito ligado ao conceito de tratar-se de uma criação divina. Apenas após o entendimento sobre a interação dos organismos com os ecossistemas é que a responsabilidade do homem aumentou, não apenas pelos fatos que vêm acontecendo no nosso planeta, mas também pela necessidade de preservar os

recursos naturais para as gerações futuras. Essa preocupação não é apenas com a qualidade do meio ambiente natural. Buscase a preservação do patrimônio ambiental global. Assim sendo, Gilles Lipovetsky (1994) traz uma observação importante: “A sucessão de catástrofes ecológicas [...] deram lugar a uma conscientização de massa no que toca aos danos do processo, bem como a um largo consenso em torno da urgência em salvaguardar o ‘patrimônio comum da humanidade’. Multiplicação das associações de proteção da natureza, ‘dia da Terra’[...]a nossa época assiste ao triunfo dos valores ecológicos, a hora é do ‘contrato natural’ e da cidadania mundial, ‘o nosso país é o Planeta’. [...] Os nossos deveres superiores já não são para com a nação: a defesa do ambiente tornou-se um objetivo prioritário de massas.”

Pode-se ver através de vários meios de comunicação, as diversas formas em que o meio ambiente está sendo degradado, seja pelo descarte de lixo de forma inadequada, pela queima e corte de matas, pela poluição dos rios, pela grande quantidade de gases lançados na atmosfera sem nenhum tipo de filtragem, o que se intensificou após o vasto

e crescente processo de industrialização, pela intensa degradação do solo através de agrotóxicos utilizados nas plantações, a mineração, a caça e a pesca, entre outros meios de degradação do meio ambiente que a cada dia crescem de forma devastadora. Assim sendo, as agressões ao meio ambiente acontecem de diversas maneiras, o que torna necessária a conscientização do homem por meio do conhecimento da relação homem versus ambiente. O crescimento da política ambiental torna a educação ambiental cada vez mais necessária, principalmente na aplicação de princípios ecológicos na sociedade. A regulamentação do art. 225, §1º, VI, da CF pela Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, mostra que o poder público fica responsável por promover a educação ambiental em todos os níveis da educação, apresentando formas de conscientização da população quanto à necessidade da preservação do meio ambiente. Entende-se por educação ambiental “os

07


processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” – art. 1º da Lei n. 9.795/99. Através disso, se torna possível a integração da sociedade, promovendo o reconhecimento da importância desta por processos educativos, que levem à melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida. A educação ambiental será realizada em todos os níveis: a) educação básica (educação infantil e ensinos fundamental e médio); b) educação superior; c) educação especial; d) educação profissional; e e) educação de jovens e adultos. A dimensão ambiental deve constar também dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Segundo a Lei n. 9.795/99 (1999): “A dimensão ambiental deve constar nos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Os

professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental”. A educação ambiental está vinculada à formação da cidadania e à reformulação de valores éticos e morais, necessários para a continuidade da vida no planeta. Na educação ambiental, se unem os princípios da sustentabilidade, da complexidade e da interdisciplinaridade. Entretanto, suas orientações e conteúdos dependem das estratégias de poder que derivam dos discursos da sustentabilidade e se transferem para o campo do conhecimento. Exige-se o compromisso do Estado juntamente com a cidadania para elaborar projetos, onde a educação se defina através de um critério de sustentabilidade que corresponda ao potencial ecológico e aos valores culturais, de uma educação capaz de gerar consciência e capacidades próprias para que as populações

possam apropriar-se de seu ambiente como uma fonte de riqueza econômica, de prazer estético e de um novo sentido para a civilização, de um novo mundo onde todos os indivíduos, as comunidades e as nações vivam juntos em harmonia com a natureza. Neste sentido, a educação ambiental adquire um sentido estratégico na condução do processo de transição para uma sociedade sustentável.

08


L TA N IE

A AMB R U O

T ZAÇÃ E T UI NTI

Q NSC R A CO

IE

DEAM SUA

OÇA Ã IÇ N

RIA U C IB A

RÇÃO D T N A

M CO OR F A N


NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA EM SUA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

CONTRIBUIÇÃO DA ARQUITETURA

Para Piaget o aprendizado é construído pelo aluno, e em sua concepção educar é provocar a atividade, estimulando o aluno à procura do conhecimento, inaugurando assim a corrente construtivista. Piaget abordava o conhecimento através do ponto de vista de qualquer criança, o aprendizado acontece pela interação entre as estruturas internas e os contextos externos.“[...] como desenvolvimento de uma atividade assimiladora cujas leis funcionais são dadas a partir da vida orgânica e cujas sucessivas estruturas que lhe servem de órgãos são elaboradas por interação dela própria com o meio exterior” (PIAGET, 1987, p. 336). PIAGET diz, “ o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas internas do sujeito, por quanto estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nas características preexistentes do objeto, uma vez que elas só são conhecidas graças á mediação necessária dessas estruturas, e que essas, ao enquadrá-las, enriquecemnas (PIAGET, 2007, p.1).

Segundo Piaget, o conhecimento não está no sujeito-organismo, tampouco no objeto-meio, mas é resultado das contínuas interações entre

os dois. Para ele, a inteligência é relacionada à aquisição de conhecimento na medida em que sua função é estruturar as interações sujeitoobjeto. Assim, para Piaget todo a pensamento se origina da ação, e para se obter esse conhecimento é imprescindível a observação da experiência do sujeito com o objeto. O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo. Noções como proporção, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem da própria interação da criança com o meio em que vive. Vão sendo formados esquemas que lhe permitem agir sobre a realidade de um modo muito mais complexo do que podia fazer com seus reflexos iniciais, e sua conduta vai enriquecendose constantemente. [...]“as estruturas não estão pré-formadas dentro do sujeito, mas constroem-se à medida das necessidades

e das situações” (PIAGET, 1987, p. 387). Quando descreve a aprendizagem, Piaget tem um enfoque diferente do que normalmente se atribui a esta palavra. Dessa forma, separa o processo cognitivo inteligente em duas palavras: aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, a aprendizagem nada mais é do que uma resposta individual adquirida através das experiências vivenciadas. Enquanto o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos. Piaget, quando expõe sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em 4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (PIAGET, 1975). Essas 4 fases são : • Sensório-motor (0 – 2 anos); • Pré-operatório ( 2 – 7,8 anos); • Operatório-concreto ( 8 – 11 anos); • Operatório-formal (8 – 14 anos); Pré-operatório (2 – 7,8 anos) É nesta fase que surge na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento

09


por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica. Contudo, a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois se percebe que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas. A criança deste estágio: •É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. •Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos “por quês”). •Já pode agir por simulação, “como se”. •Possui percepção global sem discriminar detalhes. •Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. Quando formula suas teses de construção

ativa do conhecimento, onde a aprendizagem seria resultado da interação entre sujeito e objeto, aponta para um processo pedagógico mais envolvente e globalizador do que a mera transmissão de conhecimentos. Assim, educar significa fazer com que o aluno interaja com o mundo, potencializando esta interação através das estruturas de significado, o que é confirmado por Piaget (1967, pag. 193): “Mas o papel da psicologia da inteligência consiste em estabelecer a relação das operações formais em sua perspectiva real e em mostrar que seriam desprovidas de significação mental se não se apoiassem em operações concretas das quais recebem, ao mesmo tempo, sua preparação e seu conteúdo”.

Com isso, a criança deve ter uma boa interação com a realidade, que juntamente com a educação escolar promove desenvolvimento e ao mesmo tempo uma atividade mental do aluno, que faz essa pessoa única. Assim sendo, as teorias de Piaget mostram a importância da criança se formar em um ambiente saudável, que permite o seu desenvolvimento, pois o meio ambiente influencia totalmente no progresso da

mesma. O desenvolvimento do ser humano se dá pelas ações entre o indivíduo e o meio, onde o homem recebe e responde a estímulos externos, construindo o seu conhecimento. Por sofrer com a influência do meio, a criança deve conviver em um ambiente que seja favorável, que permita e dê boas condições para seu aprendizado. Esse meio deve proporcionar uma iluminação suficiente nos ambientes internos, boa temperatura, conforto térmico e também conforto acústico, ambientes coloridos com mobiliários que dê inspiração, fazendo o usuário usar a criatividade. Ambientes que tragam experiências com o meio ambiente, que procure estimular os cinco sentidos, com hortas, áreas com flores, árvores frutíferas, entre outros, que possibilitam essa maior ligação da criança com o ambiente que ela está inserida.

10


QU

ITE

TU SU RA, ST ED EN UC TA AÇ BIL ÃO ID AD E E

ARQUITETURA, EDUCAÇÃO E

AR


ARQUITETURA, EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

Através da arquitetura, acreditamos que é possível melhorar o ambiente escolar, contribuindo para o melhor desempenho dos alunos e ajudando os professores nas aulas com os outros “meios“, “objetos” que estão a sua volta na sala de aula, ambientes de atividades em conjunto. Na arquitetura trabalhamos com materiais de baixo impacto ambiental, que produziram o mínimo de resíduos e que permitirão a reutilização dos materiais dando a destinação adequada de resíduos. O desenho arquitetônico será pensado de forma flexível que possibilite mudanças futuras, os espaços criados possuirão grandes aberturas para a entrada de luz natural, utilizando o mínimo do uso da energia elétrica, considerando eficiência energética necessária para o projeto. Contará com painéis fotovoltaicos que produzirão energia necessária em ambientes que não será possível a entrada da luz natural, isso resulta em maior conforto térmico e acústico. Pensando no conforto térmico em algumas fachadas pode ser necessária a utilização de brises para controlar

a entrada da luz natural direta. A escola possuirá sistema de reaproveitamento de água da chuva, para a irrigação, descarga dos sanitários e limpeza de áreas externas. Locais de reciclagem, coleta seletiva e compostagem também estarão disponíveis na escola. Os moldes convencionais de educação contribuirão com a aplicação da educação ambiental, pois terá base todo o ambiente envolto da criança para poder aplicar os ensinamentos da educação ambiental para o aluno, essa educação aplicada para cada criança e todo grupo construirão uma consciência voltada à conservação do meio ambiente, buscando harmonizar a relação entre o ser humano e o meio ambiente, estimulando a criança a aprender a proteger tudo aquilo que está à sua volta. O conceito de sustentabilidade significa “o desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações” (Relatório Brundtland, 1987) para isso é necessário haver diversas ações e métodos para alcançar a sustentabilidade.

A união da arquitetura juntamente com a educação torna possível a aplicação da sustentabilidade, produzindo espaço e conhecimento necessários para levar adiante seu conceito, criando novas crianças que aprenderão qual a forma correta para convivência com o ambiente natural sem produzir resultados negativos, possibilitando a integração com o meio e mostrando a responsabilidade que o ser humano tem com o meio em que vive, considerando que toda ação realizada hoje terá uma consequência, que poderá ser positiva quando for fruto de práticas pensadas corretamente, preservando o meio ambiente. Na escola sustentável, o espaço físico cuida e educa, pois tanto as edificações quanto ao entorno arborizado e ajardinado são desenhados para proporcionar melhores condições de aprendizagem e de convívio social. As edificações integram-se com a paisagem natural incorporando tecnologias e materiais adaptados às características de cada região e de cada bioma.

11


A TO N A EN R U IM

T HEC A M N

TO O R D E

H

B ÇO M U PA

ES O E

CO


E O ESPAÇO DO CONHECIMENTO

HUMBERTO MATURANA

O pensamento de Humberto Maturana é um dos mais significativos na procura pelo conhecimento. Para ele o conhecimento é uma construção da linguagem. A noção de linguagem trabalhada pelo autor é a referenciada e construída nas relações emocionadas. A fim de compreender sua inserção no cenário mais amplo da educação e, em particular, na contribuição que oferece à organização do conhecimento que no espaço escolar, considere a formação do sujeito numa perspectiva mais inteira e em como se constitui. Em seus primeiros estudos de Medicina, Maturana foi mapeando uma compreensão dos seres vivos como “entes dinâmicos autônomos em contínua transformação em coerência com suas circunstâncias de vida”. A busca aprofundada desse desejo de compreender melhor a dinâmica do ser vivo levou-o a estudar Biologia em 1956. Maturana propõe a emoção como o grande referencial do agir humano.O ser vivo age e reage diante das circunstâncias, produzindo seu conhecimento durante sua vida.

Para Maturana o viver-conhecer está diretamente vinculada com o modo de relacionar-se e de organizar-se nessa relação. O viver-conhecer na relação significa, ao mesmo tempo, a criação/recriação desse espaço, e de outros. Nessa relação criativa, meio-sistema, cria a relação social. Através das constantes mudanças é possível pensar o processo educativo. O indivíduo tem sua história individual e suas interações com o meio se dá de maneira particular respeitando a particularidade para com o outro. Os espaços educativos possuem características que explicitam os pensamentos, conceitos e objetivos sociais que criam nesse meio os seres envolvidos de forma cooperativa. O aprender, o trabalhar, o brincar, fazem parte do mesmo fenômeno de relação do ser humano com seu espaço vital. A noção de desenvolvimento não é progressiva para o grupo social, mas integra o ser humano , trabalhando a relação ser humano –natureza lado a lado. É preciso observar nessas culturas um modo

de desenvolvimento autossustentável. Para Maturana a educação não deve ter competições, já que constrói uma visão negativa do outro. Sendo assim, os processos educativos competitivos, são processos que afastam o ser humano da natureza. A concepção educacional de Maturana busca resgatar a vida como centro de todos os processos sistêmicos. Pensa e desafia-nos a buscar uma educação que resgate a centralidade. A prática educativa deve levar à mudança na finalidade da educação, tendo como objetivo educacional que gere a melhor qualidade do conviver humano, da qual o trabalho é decorrência, criação e não fim. A linguagem como relação possui uma singular importância nos processos educativos. Para Maturana a conversa, na ação educativa, é elemento central na relação que produz o conhecimento. A conversa constitui-se, assim, em um espaço relacional por excelência na ação educativa. Se entendermos a importância do processo relacional na ação educativa, se a formação do outro como totalmente outro se constitui

12


como objetivo da educação, então é preciso repensar as interações em que o educando possa confrontar-se como autônomo nas ações relacionais e construa sua autoconsciência, que se exercita na relação. Para Maturana “o futuro de um organismo nunca está determinado em sua origem” (Maturana, 1999, p. 29). Tal perspectiva ancora uma educação continuamente criada e criadora do conhecimento-vida.Para Maturana: O educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transfoma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência (Maturana, 1998b, p. 29).

Trata-se de uma relação, no sentido de um ser tocar o outro. Porque nessa relação há modificações perceptíveis nos envolvidos. Essa interatividade torna as relações mais compreensíveis aos integrantes nesse lugar de convívio. É importante considerar a permanência do

processo educativo. Não existe intervalo no ato de educar no convívio. O ato pedagógico é entendido como toda ação que alguém realiza no convívio. Tornar os espaços artificiais de educação mais aptos das experiências do conviver valorizando e possibilitando o total convívio nos espaços educativos é caminho para existir essa relação do conhecer-viver. Essa visão diferente sobre os processos educativos compreende uma complexidade de fatores que intervêm no momento mesmo do conhecer e do sistematizar esse conhecimento. Em vista disso o educador/a também é um auto observador constante de si e suas ações na ação educativa. Assim, educação deixa de ser uma sequência de atos repetitivos, sem significados por si mesmos, e passa a ser uma ação contínua, durante toda a vida. O que requer pensar os espaços pedagógicos.

13


RE

FE

RÊ

NC

IAS

PR

OJ

ET

UA IS


-Escola primária sustentável de Vilhelmsro

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Local: Dinamarca Categoria: Espaço público voltado para a educação Tamanho: 7000 m2, altura de 12 m Cliente: Município de Fredensborg, Dinamarca Os telhados ondulados da escola primária de Vilhelmsro passam a ideia de interação entre suas edificações com a topografia local e promovem uma incrível comunicação com o meio ambiente ao seu redor. As coberturas verdes, além de aumentar o conforto ambiental e reduzir a pegada ecológica da construção, desempenham o papel de captadoras de água da chuva. Nelas, a água da chuva é recolhida e direcionada para tanques de armazenamento para posteriormente ser utilizada na manutenção dos jardins e espaços externos. As janelas são reguláveis e fazem a ventilação cruzada e o resfriamento dos ambientes internos utilizando apenas os ventos locais e, portanto, não fazer uso de ar condicionados.

14


PERSPECTIVAS INTERNAS

Projetada para aproveitar o máximo potencial energético do local, sem comprometer o ambiente, sua forma ondulada cuidadosamente posicionada no terreno faz com que as edificações explorem ventilação e luz naturais. Nas grandes coberturas e nos pátios, foram instaladas superfícies verdes, que aumentam o conforto térmico dos espaços internos e proporcionam uma interação maior entre crianças e a natureza. Nesses espaços verdes com diferentes níveis possibilita que as crianças utilizem da imaginação para aproveitar os espaços, de diversas formas, assim como no projeto que será criado posteriormente nesse estudo.

Diferentes níveis que possibilitam a ventilação cruzada.

15


-Escola de Guastalla

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Localização : Comune di Guastalla (RE), Italia Ano : 2014 - 2015 - projeto construído Tipo : competição pubblic Architectural projeto vencedor Cliente : Distrito Guastalla Superfície : 1.400 metros quadrados Projeto : Mario Cucinella Architects Sustentabilidade avançada e de segurança nos espaços apropriados para crianças projeto MCA ganhou o concurso de arquitetura realizada em fevereiro de 2014 para a concepção e construção da nova Escola no Distrito de Guastalla (Reggio Emilia, Itália). O novo edifício irá substituir duas escolas existentes danificadas pelo terremoto que destruiu o território em Maio de 2012 e vai acolher até 120 meninos e meninas entre 0 e 3 anos de idade. Projeto MCA é pensado para estimular a interação da criança com o espaço envolvente de acordo com uma visão de “ensinar” em que nada é deixado ao acaso, a partir

da distribuição das áreas de ensino para a escolha de materiais de construção, até a integração entre interior e espaço exterior O projeto busca fazer as crianças interagirem nas áreas ao ar livre sendo estimulados os cinco sentidos das crianças: visão, audição, paladar, olfato e tato. Considerada uma das escolas mais sustentáveis do mundo, a escola possui painéis fotovoltaicos, sistema de aproveitamento da água da chuva para irrigação do jardim e descarga dos sanitários e o uso de materiais naturais e reciclados. A estrutura envolve o uso de materiais naturais e reciclados com baixo impacto ambiental. Em particular, a estrutura de suporte é constituída por moldura de madeira: um material seguro e ideal para manter o isolamento térmico do edifício. O alto isolamento, a distribuição ideal de superfícies transparentes, e a inserção de um sistema fotovoltaico no telhado, permite que a construção minimize o uso de outros equipamentos para atender as necessidades energéticas da escola.

Esse será um exemplo a ser seguido no respectivo edifício que será projetado no estudo. Usufruindo ao máximo das aberturas, minimizando a utilização de iluminação artificial.

16


IMAGENS DE REFERÊNCIA

17


DI

ME

NS

ÕE

SP AD

ES

FN

DE


FNDE

DIMENSÕES PADRÕES

FONTE: http://www.fnde.gov.br/programas/par/par-projetos-arquitetonicos-para-construcao Quantidade de professores (as) • uma professora ou um professor para cada 8 crianças de 0-2 anos; • uma professora ou um professor para cada 15 crianças de 2-4 anos; • uma professora ou um professor para cada 20 crianças acima de 4-6 anos.

18


T

A UR

U R T

Ç

S E Õ

M

INA

DE

R E T

S E À O T N A U Q

C E M


DETERMINAÇÕES QUANTO À ESTRUTURA - MEC

A- Espaços, materiais e equipamentos das Instituições de Educação Infantil destinam-se prioritariamente às crianças: 1. são construídos e organizados para atender às necessidades de saúde, alimentação, proteção, descanso, interação, conforto, higiene e aconchego das crianças matriculadas; 2. adequam-se ao uso por crianças com necessidades especiais, conforme a Lei de Acessibilidade (Lei nº 10.098, de 19/12/2000); 3. propiciam as interações entre as crianças e entre elas e os adultos; 4. instigam, provocam, desafiam a curiosidade, a imaginação e a aprendizagem das crianças; 5. são disponibilizados para o uso ativo e cotidiano das crianças; 6. Professoras e professores das instituições de Educação Infantil responsabilizam-se pelo uso adequado dos equipamentos e dos materiais pelas crianças e pela conservação destes. 7. As paredes são usadas para expor as produções das próprias crianças ou quadros, fotos, desenhos relacionados às atividades realizadas visando a ampliar o universo de suas experiências e conhecimentos.

8. As cores e as tonalidades de paredes e mobílias são escolhidas para tornar o ambiente interno e externo das instituições de Educação Infantil mais bonito, instigante e aconchegante. 9. O mobiliário, os materiais e os equipamentos são organizados para tornar os diferentes espaços da instituição de Educação Infantil mais aconchegantes e confortáveis. 10. Os materiais didáticos-pedagógicos, bem como os equipamentos e os brinquedos, são escolhidos com o intuito de não trazer problemas de saúde às crianças. B - Espaços, materiais e equipamentos presentes na instituição de Educação Infantil destinamse, também, às necessidades das famílias e/ ou responsáveis pelas crianças matriculadas e dos profissionais que nela trabalham: 1. são construídos e organizados para atender às necessidades de saúde, segurança, descanso, interação, estudo, conforto, aconchego de profissionais e familiares e/ou responsáveis pelas crianças; 2. adequam-se ao uso por adultos com necessidades especiais; 3. são previstos espaços para o acolhimento

das famílias e/ou responsáveis, tais como local para amamentação, para entrevistas 4. é prevista a instalação de um quadro de avisos ou similar em local de fácil visualização na entrada e nas salas da instituição de Educação Infantil. 5. são destinados espaços diferenciados para as atividades das crianças, para a dos profissionais, para os serviços de apoio e para o acolhimento das famílias e/ou responsáveis.

19


PR

OG

RA M

AD EN EC ES SID AD

ES


PROGRAMA DE NECESSIDADES

Será projetada no terreno escolhido na cida de de Sertãozinh uma Escola Municipal de Ensino Infantil – EMEI, pois, após análises realizadas pudemos notar a necessidade da construção de mais uma escola para atender a vizinhança. Essa escola atenderá o público infantil de crianças da faixa etária de 06 meses à 5 anos e 11 meses de idade. Atendendo ao máximo 336 crianças no total, sendo, 168 crianças no período da manhã e 168 crianças no período da tarde. Também haverá ampla área verde com árvores frutíferas para as crianças interagirem entre si, área de teatro que pode ser utilizada para eventos no bairro, área de acesso de carros para descarga dos alunos, garantindo maior segurança e área coberta na entrada da escola para espera em horários de levar e buscar as crianças, protegido contra o sol e chuva e demais intempéries do tempo. Na parte localizada de frente à Rua Natal Canella, será instalado bicicletário para os pais poderem guardar suas bicicletas nos momentos de levar e buscar as crianças, nesse local também haverá um espaço para

descanso com sombra abundante e bancos. Este ambiente também servirá como um ambiente de praça para a população, onde poderá se abrir o palco do teatro para eventos para toda a população.

20


A escola será constituída por: 10 salas de aula • 1 Berçário I • 1 Berçario II • 2 Maternal I • 2 Maternal II • 2 Etapa I • 2 Etapa II 1 laboratório multiuso 1 espaço multiuso 1 diretoria 1 almoxarifado de arquivo 1 secretaria 1 sala dos professores 1 copa para funcionários 1 almoxarifado pedagógico 1 D.M.L. 1 área de serviços gerais 1 lavanderia 1 área de servir 1 refeitório 1 cozinha industrial 1 depósito de alimentos/despensa 1 depósito de lixo 1 playground 1 pátio coberto 1 sanitário feminino/masculino infantil 1 sanitários funcionários 1 sanitário teatro 1 biblioteca 1 espaço de troca de brinquedos.

21


MOBILIÁRIO

O mobiliário será leve e na escala da criança, para ela mesma poder movimentar quando houver necessidade, pensando no conforto e maior interação com o ambiente de ensino. Também haverá estantes e nichos baixos com livros e brinquedos disponíveis para a própria criança pegar sozinha. Com uma boa organização das salas e ambientes em geral, juntamente com um layout pensado de forma acessível ajudará a manter o bom funcionamento das atividades internas permitindo um melhor aproveitamento tanto do professor, quanto das crianças que utilizaram aquele espaço diariamente.

22


CONSTRUÇÃO E ACABAMENTOS

Os materiais utilizados na escola infantil devem atender alguns requisitos como: -Ser resistentes e de fácil limpeza; -Ter acabamentos semi-impermeáveis para as paredes, com a possibilidade de utilização de material lavável à altura dos usuários (utilizar acabamentos atóxicos). -Piso lavável, antiderrapante, resistente ao uso intenso, de fácil reposição e manutenção; -evitar utilização de pisos com muitas juntas que favoreçam acúmulo de sujeira ou umidade. -Utilizar acabamento liso nas paredes das salas de atividades e berçários, evitando o acúmulo de poeira e mofo e prevenindo que as crianças se machuquem. -Considerar as características superficiais dos materiais relacionando-as às características sensoriais das crianças (sensibilidade aos estímulos externos). - Planejar ambientes internos onde as crianças possam “explorar com as mãos e com a mente”, além dos ambientes exteriores, que permitem uma exploração do meio ambiente a partir do conhecimento das cores, das formas, das texturas, dos cheiros e dos sabores da natureza,

interagindo diferentes áreas do conhecimento. -Esses ambientes podem ser construídos com grande variedade de materiais e acabamentos, valorizando efeitos texturais que possam introduzir ou reforçar conceitos como áspero/ liso, duro/macio, cheiros e sons diversos, numa tentativa de refinar as percepções sensoriais da criança (visão, audição, olfato, paladar).

23


MEMORIAL JUSTIFICATIVO

Pensando numa construção sustentável que sirva de exemplo para os usuários da mesma, foram escolhidos sistemas e materiais que utilize menos os recursos naturais não renováveis. Assim foi escolhido o Sistema estrutural em aço e vedação em placa cimentícia, assim como o Piso permeável , o Uso de Elementos Vazados que permitem a ventilação cruzada e também iluminação natural. Foi pensando no uso mínimo da energia elétrica que optamos pela utilização de Placas fotovoltáicas que geram energia através da luz solar e as grandes aberturas para a entrada da luz natural no o interior do edifícil diminuindo assim o uso da luz artificial. Para alcançar um Conforto térmico além da ventilação cruzada , em alguns locais haverá telhado verde que além de filtrar o ar que vem da rua diminui o calor que é transmitido para dentro do edifício. Além de todos esses recursos , um importante fator a ser considerado é que no entorno da escola haverá árvores e muro verde que ajudará a diminuir o calor interno

dos ambientes, além de poder ser utilizados como um ambiente para aulas externas.

24


MEMORIAL DESCRITIVO

Fonte:http://cdn2.hubspot.net/hub/212749/file-249176731-jpg/images/capt a % C 3 % A 7 % C 3 % A 3 o _ d e _ % C 3 % A 1 g u a _ d a _ c hu v a . j p g ? t = 1 4 6 1 1 8 5 7 5 3 1 2 8

CAPTAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA Para construir um sistema de captação de água é necessário que o edifício possua um conjunto de calhas na cobertura, essas calhas devem direcionar a água para o reservatório de água – um tanque, que pode ser subterrâneo ou uma cisterna. Dentro deste reservatório, é necessário um filtro que retire as impurezas, e uma bomba que ajude a transportar o líquido para uma caixa d’água que seja separada da caixa de água potável, onde a água de reuso será armazenada. A água da chuva não pode ser utilizada para cozinhar ou tomar banho, porém pode ser utilizada para vários afazeres como lavar calçadas, regar plantas, na descarga de sanitários.

Fonte:http://www.neosolar.com.br/images/saiba-mais/Painel-

PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO Os painéis solares geram energia elétrica a partir do sol e de forma muito simples, sem mecanismos móveis, sem gerar resíduos e sem necessidade de manutenção. O painel solar é o principal componente de um sistema de energia solar e é formado por um conjunto de células fotovoltaicas que geram energia através da luz do sol. Quando o sol atinge a célula os elétrons se movimentam gerando uma corrente elétrica.

25


SISTEMA ESTRUTURAL O sistema escolhido é de Paredes com Perfis de Steel Frame com aço e Placas Cimentícias Impermeabilizadas, que permitem uma construção limpa e sem desperdícios. Também possibilita mudanças rápidas quando necessário.

26


PAGINAÇÃO

INTERIOR - PISO CERÂMICO CIMENTO 60x60cm

EXTERIOR - PISOGRAMA CONCREGRAMA

EXTERIOR - PISO INTERTRAVADO

EXTERIOR - DECK DE MADEIRA

EXTERIOR - PISO GRANILITE PÁTIO

EXTERIOR - PISO DE TIJOLO

27


O

TE

R

N RE


TERRENO

O Terreno escolhido está localizado na cidade de Sertãozinho-SP , entre a “Rua A”, Avenida Fioravante Magro, Rua Marcilio Tablas e Rua Natal Canella, Bairro Nova Europa I e Nova Europa III . Terreno escolhido

Fonte: Google Maps retirada em 26 de Março 2016.

Fotos: Isabel Sousa dia 26 Março de 2016 às 17:30h.

28


CL

IM

A


CLIMA A cidade de Sertãozinho-SP, apresenta um clima tropical. O verão tem muito mais pluviosidade que o inverno. De acordo com a Köppen e Geiger a classificação é Clima Tropical de Savana. 22.0 °C é a temperatura média. Pluviosidade média anual de 1446 mm. Sertãozinho está localizado dentro da Zona Bioclimática 4, onde conforme a NBR 15220-3 determina que o edifício no inverno possibilite o aquecimento solar da edificação e que as paredes internas sejam espessas, no verão, determina que possibilite a refrigeração evaporativa, inércia térmica para resfriamento e ventilação seletiva em alguns horários.

29


L A CIP

I N U

M O Ã

LE

G

AÇ L IS


LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

O terreno escolhido está localizado na Z M 3 – ZONA MISTA 3 Coeficiente de Ocupação Máxima – 80% Coeficiente de Aproveitamento Máximo – 1,5 Coeficiente de Permeabilidade Mínimo – 3%, porém será adotado o coeficiente 20% por se tratar de uma construção sustentável. Gabarito Máximo - 8 (Em edifício com gabarito acima do máximo permitido, deverá ser adicionado 0,20cm por pavimento acrescido, inclusive o térreo e executando-se as garagens do subsolo. Afastamento Mínimo Frente até 2 pavimentos – 0 o 3m Afastamento Mínimo Fundo até 2 pavimentos – 0,00m Afastamento Lateral (Divisa com a Rua) – 0 ou 2 m

30


LE

VA N

TA M

EN

TO

S


LEVANTAMENTOS

-TOPOGRAFIA TERRENO ESCOLHIDO

Através do mapa podemos observar que na área escolhida não há declividades, sendo assim, não passa nenhuma curva de nível no terreno escolhido, isso pode ser um fato importante, considerando que não haverá necessidade de realizar movimentações de terra e compactações respectivamente, diminuindo nos custos da construção e também evitando a utilização de máquinas e caminhões, assim sendo, evitando a emissão de gases poluentes na atmosfera. Por não ser uma área com declividades, é um bom local para se chegar a pé, podendo se andar por várias quadras sem maiores dificuldades. Esse fator também contribuirá em como o edifício será facilmente localizado por todos, pois ele terá uma altura um pouco maior que as residências à sua volta com um projeto arquitetônico que trará os olhares de toda a população.

31


O T E

P O

J O R


O projeto da escola infantil “CreScER” possui um pátio central que é a marca visual da escola, por ele é possível acessar à todos os setores da instituição. A cobertura do pátio tem estrutura em aço e telhas sanduiche que propiciam um melhor conforto térmico no ambiente, este material também foi escolhido para o restante das coberturas da escola, porém nos outros ambientes exceto onde há o telhado verde, possui cobertura em laje seca, constituída por placa cimentícia, assim para garantir melhor conforto térmico, sobre a laje seca haverá a cobertura com telha sanduiche. O pensamento inicial foi de manter as salas de aulas separadas, porém organizadas em um ritmo, trazendo uma identidade ao projeto, permitindo uma maior interação das crianças com o espaço escolar. No piso exterior foram criadas curvas orgânicas com diferentes pisos de diferentes texturas, propiciando diferentes percepções desse espaço, podendo assim, seguir essas curvas sentindo as texturas diversas, criando sensações respectivamente diferentes. O exterior também trará sensações e usos diversos, pois haverá árvores em todo o exterior da escola, e esses lugares bem arborizados poderão ser ambientes para estudos e interação entre si. Ao redor da escola o fechamento interior-exterior será constituído por um muro com partes fechadas e partes vazadas que permitem uma interação do interior e exterior de maneira sutil sem comprometer a segurança das crianças, mas permitindo uma pequena visualização do interior. Para criar uma ligação da escola com o bairro, foram criados três espaços, a biblioteca, o espaço de troca de brinquedos e o teatro que poderão ser utilizados tanto pelas crianças da escola, quanto pelos moradores do bairro.

34


PERSPECTIVAS

VISTA FRONTAL

35


36


PÁTIO

37


SALA DE AULA

38


TEATRO

39


RE

FE

NC

IAS

BIB

LIO

GR

ÁF

ICA S


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara,1987. Acesso 20 de Abril de 2016. PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. Acesso em Abril de 2016. PIAGET, Jean e INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. São Paulo : DIFEL, 1982. Acesso 15 de Abril de 2016. MACEDO, Lino. Ensaios Construtivistas. 3. Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994. Acesso 20 de Abril de 2016. LIPOVETSKY, Gilles. O crepúsculo do dever: a ética indolor dos nossos tempos democráticos. Traduzido por Fátima Gaspar e Carlos Gaspar. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1994. Acesso em 15 de Abril de 2016. PIAGET, Jean.O juízo moral na criança. 4. ed. São Paulo: Summus, 1994. Acesso em 20 de Abril de 2016. PIAGET, Jean. Biologia e Conhecimento. 2ª

Ed. Vozes: Petrópolis, 1996. Acesso em 20 de Abril de 2016. GONÇALVES, Joana Carla Soares; DUARTE, Denise Helena Silva. Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino. (2006) Disponível em:<http://www.seer.ufrgs.br/index.php/ambienteconstruido/article/view/3720> Acesso em 20 set. 2015 MACIEL, Alexandra Albuquerque et al. Integração de conceitos bioclimáticos ao projeto arquitetônico. 2006. Disponível em:<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/88974> Acesso em 20 set. 2015 AZEVEDO, Giselle Arteiro ; RHEINGANTZ, Paulo A. ; BASTOS, Leopoldo E. G.; VASCONCELLOS, Vera M. R.; AQUINO, Ligia L.; SOUZA, Fabiana S. Uma Abordagem Transdiciplinar e Inclusiva da Criança na Avaliação e na Concepção de Ambientes Construídos para a Educação Infantil. (2006) Disponível em: <http://www.

fau.ufrj.br/prolugar/assets/gae_2006_abord_ transdiciplinar_e_inclusiva_vf.pdf> Acesso em 22 set. 2015 GRAÇA, Valéria Azzi Collet da. A integração dos aspectos de conforto ambiental no projeto de escolas: uso da metodologia axiomática e de exemplos simplificados. (2008). Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000436178> Acesso em 13 nov. 2015 IWAMURA, Livia Yu; JR., Eloy F. Casagrande; FLORES, Carina Zamberlan. O ambiente construído sustentável como instrumento para uma Educação Ambiental mais eficiente: um projeto de Eco-escola para Curitiba (2009). Disponível em: <http:// www.elecs2013.ufpr.br/wp-content/uploads/ anais/2009/2009_artigo_140.PDF> Acesso em 22 set. 2015 KOWALTOWSKI, Doris K.. Arquitetura escolar. O projeto do ambiente de ensino. São Paulo, Oficina de Textos, 2011.


Acesso em 2016. LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. [3.ed.](2014). Disponível em:<http://www.mme.gov.br/ documents/10584/1985241/Livro%20-%20 Efici%C3%AAncia%20Energ%C3%A9tica%20na%20Arquitetura.pdf> Acesso em 12 nov. 2015 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf> Acesso em 10 de Abril de 2016. LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. CAPÍTULO I - Da Educação Ambiental. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/L9795.htm> Acesso em 12 de Abril de 2016. PIAGET, Jean. Epistemologia genética.

Tradução de Álvaro Cabral. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. Acesso em 15 de Abril de 2016.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.