BEM VIVER 10

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Modelo capa: Roby Azevedo

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ESPECIARIAS: COZINHA EQULIBRADA

MERCADO IMOBILIÁRIO CRESCENTE

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É HORA DE MEDITAR

GANDHI: O CAMINHO DA VERDADE

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SINGELO SONHO DE NATAL

BULLYING: DRAMA ENTRE ADOLECENTES

Coordenação: Ana Maria Machado Agência: N.Case Comunicação Coordenação Editorial:

swTH Scuzinet Comunicação & Web Editor/Jornalista Responsável:

Godi Júnior - MTB: 43.852/SP Editor Assistente: Thell de Castro

CONVIVER

Revisor: Nilson Kemura

CURIOSIDADES DE ESOPO

A revista BEM VIVER é uma publicação quadrimestral da Cons­trutora Pereira Alvim. Av. João Fiusa, 2777 Tel. 16 3515 5151 Ribeirão Preto-SP redacao@bemviverrevista.com.br

Projeto Gráfico e Editoração: Rita Corrêa Produção Fotográfica: Tatiana Martins

HOBBY

Fotógrafo Responsável: Paulo Marx Ilustrações: Renato Andrade Impressão e Fotolito: Gráfica São

Tiragem: 8.000 exemplares Agradecimentos: Cinema 1, Bartira

Moda Indiana, Doce Festa Ribeirão, Espaço de Dança La Luna

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BEM ESTAR

Francisco


correspondência Capa 9ª ed. / set. 2010

Fui surpreendida ao observar a qualidade e o teor das matérias da revista Bem Viver! É um orgulho danado constatar que é “mais” um empreendimento da Pereira Alvim, com um diferencial fantástico. Viver bem não é só morar em apartamentos e lugares lindos, mas, sim, ter equilíbrio emocional através das experiências de vida e informações sobre os incidentes de percurso (as matérias encontradas na revista), que contribuem para um “Viver Bem” pleno, pois só dessa forma teremos “qualidade de vida”! Parabéns a essa equipe maravilhosa, e que o sucesso permaneça na Pereira Alvim. Zezé Najem - diretora do Teatro Pedro II e entrevistadora do programa TPM, Ribeirão Preto - SP

Ana Machado - coordenadora envie seu comentário ou sugestão: redacao@bemviverrevista.com.br

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editorial Um destaque dessa edição é a matéria sobre meditação, que nos lembra que não é preciso parar ou ir a um templo (ou à Índia) para meditar, elevar a consciência para perceber-se realmente vivo e em paz consigo mesmo e com o mundo. Você pode, no meio do seu dia, apenas voltar-se para si mesmo, respirar, aquietar seus pensamentos e seu espírito, e viver um momento de cada vez, o presente. Isso o ajudará também a reconhecer o outro, a acolhê-lo em suas angústias e ter por ele compaixão, a percebê-lo realmente próximo. Uma reflexão para o final de ano, para temperar o novo ano que chega, não somente com especiarias raras, mas com um toque de humanidade e paz nas sutilezas da vida. E nada melhor que aprender um pouco mais com Gandhi, um dos maiores representantes da paz - sentimento que todos almejamos - para que façamos com que tudo flua bem em nossas vidas, seja numa viagem à Índia, seja em nossa rotina de trabalho. Tudo o que construímos, construímos juntos, e é através desse trabalho solidário que desfrutamos dessa convivência diária, de tanto aprendizado e tantas conquistas. Muito obrigado a todos que participaram dos nossos projetos em 2010, e que, em 2011, continuemos a ter sinergia e sucesso ainda maiores, e muita paz.

Muito obrigado!

José Roberto Pereira Alvim Diretor da Construtora Pereira Alvim

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agradecimento

A Revista Bem Viver chega a sua décima edição, destacando o segundo país mais populoso e dono de umas das paisagens mais exóticas do mundo: a Índia. E como forma de reconhecimento pelo sucesso das dez edições publicadas, agradecemos a todos os nossos leitores, clientes, parceiros, colunistas, anunciantes e toda a equipe que desenvolve este trabalho.


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gastronomia

Especiarias na cozinha, equilĂ­brio na vida 13


Dos tempos em que eram raras aos dias nos quais não podem faltar

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Comer é sempre bom. E quando o alimento vem com algum aroma diferente ou um condimento especial, então, nem se fala! O que dizer daquele arroz doce ou curau com um pouco de canela em cima? Noz-moscada ralada sobre legumes ou cardamomo com carne ou peixe, então? Dá água na boca só de imaginar as diversas possibilidades culinárias. As especiarias, desde que podemos lembrar, fazem parte da culinária em qualquer lugar do mundo. Mas o que são especiarias, afinal? São temperos (condimentos) utilizados na culinária com o objetivo de proporcionar sabores diferenciados às comidas. São produtos diversos de origem vegetal (flor, fruto, semente, casca, caule, raiz), de aroma e/ou sabor peculiares.

Antigamente, devido à raridade ou impossibilidade de se cultivar determinados produtos em algumas regiões do mundo, viajantes buscavam e compravam essas especiarias para revender em suas regiões. No século XV, países europeus que desejassem pimenta, açafrão, gengibre e canela, por exemplo, viam-se reféns dos comerciantes italianos (de Veneza e Gênova, principalmente), que mantinham o monopólio desses produtos - já que tinham acesso aos mercados orientais -, cobrando preços exorbitantes para repassar a mercadoria. Os italianos dominavam, até então, o transporte de mercadorias orientais pelo mar Mediterrâneo, o que fez com que Portugal, principalmente, desse início a uma busca particular por uma rota própria. Esse período, quando Portugal e Espanha se lançaram aos mares com o objetivo de descobrir uma rota marítima para as Índias - de onde era originária a maioria das especiarias desejadas - e encontrar novas terras, foi chamado de Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos, e se deu entre os séculos XV e XVI. No ano de 1498, mais precisamente, Portugal realizou um dos feitos mais consideráveis de sua busca até então: a chegada das caravelas comandadas por Vasco da Gama às Índias. Deu-se início, então, a uma grande abertura econômica, perdendo as especiarias a imagem de raridade que possuíam, já que eram consideradas itens de luxo (chegaram a ser mais caras que joias), e passaram a se tornar acessíveis a boas camadas das populações, o que não acontecia quando a utilização era restrita às camadas mais abastadas. Hoje, nenhum cozinheiro consegue se imaginar sem o acesso às especiarias tão disputadas antigamente.

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Te m p e r a r é d a r s a b o r à vida.

Combinação “mágica” Algumas pessoas, cozinheiros principalmente, afirmam existir certa alquimia resultante da relação entre comida e tempero, o que, para a chef Natália de Souza, vem do acerto na proporção entre ervas e especiarias para determinados alimentos e gostos pessoais. “Acredito em testes e gostos. Normalmente, alguns temperos são usados para propósitos determinados na cozinha”, afirma. “Eu mesma costumo testar temperos para coisas que não são normalmente indicadas, de forma que talvez, com outra combinação de carne, de molho, ou até mesmo de método de cocção diferente, fique bom também”, completa a chef, falando sobre as variadas combinações possíveis na cozinha.

Foto: ©iStockphoto.com/gerenme

Há algumas ervas e especiarias que possuem propriedades terapêuticas que são cientificamente comprovadas, como é o caso da pimenta vermelha, um anti-depressivo poderoso. “Houve uma vez em que uma amiga estava meio “para baixo” e comeu um prato apimentado aqui, e logo seu humor se transformou”, conta Natália. Mas, como todo excesso faz mal, grande variedade de ingredientes ou tempero demais pode fazer com que a pessoa se confunda e perca um sabor característico de determinado alimento. Quando se misturam mais de três temperos na comida, a maioria das pessoas começa a não distinguir bem quais são os ingredientes dela. “Muito disso vem da falta de hábito das pessoas em usar as ervas e especiarias na cozinha. Acabam usando o tradicional, têm medo de experimentações”, comenta Natália. “Quando você experimenta sabores diferentes, adquire uma memória olfativa e gustativa, ou seja, vai conseguir identificar aquilo que tem o hábito de comer”, diz. Algumas especiarias não são encontradas em qualquer supermercado, como açafrão em pistilos, sumagre ou, ainda, misturas de especiarias, como 4 épices, cajun spice mix, harissa e garam masala. “Estas que são mais difíceis de se achar normalmente são de cozinhas específicas, como a indiana, no caso do garam masala”, explica a chef. No Brasil, a utilização das especiarias depende muito da região do país. No sudeste, usa-se muito alho, cebola, pimenta e cheiro verde (salsinha e cebolinha). No nordeste e no norte, não pode faltar coentro nas comidas. Em alguns locais, a pimenta mais usada é a do reino, em outras a dedo-de-moça ou malagueta. “Creio que alho, cebola, sal e pimenta sejam universais nas cozinhas”, diz Natália.

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Conheça algumas especiarias e ingredientes utilizados em pratos árabes, que a Bem Viver separou para você. Canela: kirfy: apesar de existir uma enorme variedade, as mais usadas são a do Ceilão e a Canela-da-China, que aparecem indistintamente em pratos doces e salgados. Cravo-da-Índia: kabssh kurnful: uma das mais antigas especiarias, é utilizado em doces. Quando em pratos salgados, normalmente vem associado à canela. Hortelã: naaná: citada até na mitologia grega, é indispensável no tabule e em inúmeros outros pratos. Mech: feijão pequeno, usado somente para fazer sopas. Semente encontrada somente em empórios árabes, triturada e aplicada como aromatizante de massas. Curry: mistura de especiarias feita na Índia, mas principalmente para o consumo externo. Dentro do país, usa-se uma mistura específica para cada prato, que varia de região para região e até de família para família. O curry, como se encontra à venda, é uma combinação de coentro, cominho, feno-grego, alho, gengibre, canela, cravo, cúrcuma, cardamomo, pimenta-do-reino e pimenta vermelha. Endro: especiaria com folhas de aroma e sabor delicados e frescos, e com sementes aromáticas fortes e picantes. Denominada “erva-de-deus” pelos armênios, o endro tem origem asiática e foi introduzido na Europa durante a Antiguidade. É uma das ervas mais antigas e conhecidas do Ocidente. Simbolizava a vitalidade para os romanos e era utilizada pelos gregos como erva medicinal por seus poderes digestivos e calmantes. Também conhecido como Aneto ou Dill. Erva-doce: as sementes servem para preparar pratos com carne de porco (linguiças, embutidos), além de aves e cordeiros. Num registro não-convencional do paladar, é deliciosa com peixes gordurosos (arenque, por exemplo) e para aromatizar pães e bolos. Tem efeito digestivo em chás. Pimenta-branca moída: é a mesma pimenta-do-reino, só que colhida num estágio diferente. Não tem uso obrigatório, é mais uma questão de gosto - que difere do gosto da pimenta-doreino. Recomenda-se o uso em peixes mais pela cor, para não ficar com pontinhos pretos como quando se usa a pimenta-do-reino preta. Moída, ela perde o sabor e o aroma bem rápido. Pimenta-calabresa: Na Itália, é conhecida como peperoncino e tem uma variedade infindável de usos - basta gostar de pimenta. Um prato conhecido é espaguete ao alho, óleo e peperoncino. Pode ser vendida seca, inteira ou em flocos. Pimenta-do-reino verde - Também é outro estágio na colheita da pimenta. Esta é vendida em conserva. Usada inteira, é macia e dá para ser ingerida em pratos como steak de filé mignon com poivre vert (pimenta verde em francês). Pimenta-do-reino em pó e em grão - Faz parte do dia a dia na cozinha. Na versão em pó, tem variedade infinita de usos. É

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uma opção mais leve para as pimentas vermelhas, mais aromática, embora, em pó, perca o seu aroma e gosto bem rápido, principalmente quando deixada destampada (uma boa dica é conservar em geladeira). Em grão, pode ser mantida num pimenteiro, para ser moída na hora - a melhor opção. Funciona bem inteira em ensopados e caldos, e moída grosseiramente para steak au poivre. Pimenta-síria: é uma mistura de pimenta da Jamaica, canela e pimenta-do-reino. Faz parte da culinária árabe, em quibes, esfihas e muitos outros pratos. Pimenta-vermelha em flocos: pimenta dedo-de-moça seca e flocada que, como a calabresa e ao contrário das outras, dura mais quando desidratada. Para ser usada em qualquer prato que requeira pimenta (comida baiana, mexicana, etc), como substituta da fresca. Zattar: tempero árabe à base de tomilho e gergelim, muito usado na culinária do Oriente Médio. Usado para aromatizar bebidas, temperar saladas ou para colocar sobre queijos brancos. Também fica ótimo com carne. Misturado com azeite, é perfeito para se comer com pão. Snoubar: sementes de um tipo de pinheiro, Pinus pinea, nativo da região do Mediterrâneo. É conhecido também como pignoli e usado no preparo de massas, esfihas, charutos recheados, coalhadas. Summac: pó vermelho e ácido extraído das frutas da planta sumagre. Acelga recheada e tabule são alguns dos pratos preparados com este tempero. Áraque (ou arak): nome dado aos destilados produzidos nos países do Oriente Médio, Índia, Indonésia, Grécia, Turquia e Egipto. São aromatizados com anis e outras especiarias. Na Síria e no Líbano, é destilado da uva; no Iraque e no Egito, da tâmara. Tahine: pasta espessa feita com sementes de gergelim, utilizada na culinária do Oriente Médio. É empregada como tempero, em molhos e pastas. Misque (ou miski): resina vegetal de cor clara, originária da árvore Pistachia lentiscus, de sabor forte e muito utilizada para aromatizar doces como o mualabie (espécie de manjar) e na composição da bebida rahat. Adquiridos em forma de pequenas pedras, que devem ser trituradas para compor os pratos. Água-de-flor-de-laranjeira (maé zahar): essência típica da culinária sírio-libanesa utilizada para aromatizar vários doces, como o roz bhalib (creme de arroz e leite).

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mercado

trabalho dinâmico, crescimento sólido

construção civil 21

Quem e o que faz a diferença? “O tempo nos proporcionou credibilidade, e a experiência nos ensinou valores que ultrapassam a profissão: não vendemos apenas imóveis, vendemos a realização do sonho das pessoas.” - Cacaio R. Fortes Guimarães

“Primando por um trabalho ético, conquistamos a confiança de nossos clientes e parceiros.” - Éneias Vieira

“Somos realizadores de sonhos. Precisamos constantemente nos reciclar e modernizar, mantendo-nos sempre em constante processo de aprendizado para poder exercer nossa função com maestria.” Roberto Alves Corrêa

“Buscamos constante profissionalização e especialização em lançamentos imobiliários, superando, desta forma, as expectativas do cliente incorporador e do cliente comprador.” - Rodrigo Giachetta

“Acredito que nada resiste ao trabalho. Se você ainda não conseguiu o que queria, continue trabalhando.” Sérgio Valente

“Inovamos o segmento com um portfólio de produtos e serviços diferenciado, inspirados pela missão de prestar serviços de excelência no que se refere à consultoria imobiliária, através de um atendimento ético, profissional e vantajoso para todas as partes envolvidas.” - Túlio Ramos

“Fazemos a diferença com atendimento seguro, eficiente e com qualidade.” - Hélio Martinelli Junior

“Nosso maior patrimônio são nossos clientes, que se tornam amigos, devido à boa conduta, à ética e à preservação de princípios ao longo de muitos anos.” - Ronaldo T. Junior

“Conhecimento do mercado, seriedade, transparência e compromisso com o cliente.” - Paulo Rodini

“O sucesso depende essencialmente de esforço, economia, coragem e inteligência. Estes aspectos deverão ter sempre a ética como base inegociável em qualquer circunstância. “ - Adair Porfírio


Com a transformação do mercado, profissionais de construtoras e imobiliárias se adaptam à dinâmica da nova realidade, aprimorando a velha arte do bom atendimento

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A construção civil continua em alta, mantendo-se como um dos setores de destaque no mercado brasileiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro semestre de 2010 o crescimento foi de 15,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, o número de empregos também cresceu. Só na região de Ribeirão Preto foi registrado recorde nos nove primeiros meses deste ano. Conforme o levantamento divulgado pelo Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), de janeiro a agosto foram criadas 4,9 mil vagas no segmento, 245% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Somente no mês de agosto deste ano, de acordo com o Sindicato, foram gerados 671 empregos na região. Para o gerente regional do Sinduscon-SP em Ribeirão, José Batista Ferreira, os números favoráveis de contratações na cidade e em todo o Estado são resultado do grande volume de lançamentos imobiliários e do cenário positivo do segmento. “Existe grande oferta de crédito para imóveis residenciais e também grandes empreendimentos em outras áreas. Isso faz com que os resultados econômicos continuem positivos no setor”, avalia Ferreira. Eduardo Zaidan, diretor do departamento de economia do Sinduscon-SP, afirma que o setor acompanha o crescimento econômico. “Se o PIB (Produto Interno Bruto) nacional está alto, o PIB da construção civil está maior ainda. Esperamos crescer mais de 10% este ano, enquanto a expectativa para a expansão econômica gira em torno de 6,8% a 7%. Além disso, o setor deve empregar três milhões de pessoas com carteira assinada. Se não terminar assim, no primeiro trimestre de 2011 deve chegar a esse patamar”, comenta.

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Materiais em alta

Foto: ©iStockphoto.com/Yakobchuk

Parte do desempenho das vendas na construção civil pode ser observado também pelos dados divulgados esta semana pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Segundo a associação, as vendas de materiais de construção no Brasil cresceram 15,09% de janeiro a setembro ante o mesmo período do ano passado. O ritmo de expansão nos nove meses é o mesmo esperado para o acumulado do ano, quando o setor deve crescer 15%. Em setembro, houve aumento de 3,56%.

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24 Foto: ŠiStockphoto.com/claudiobaba


Parcerias e a arte do bom atendimento Num mercado pós-crise mais que aquecido em diversas áreas, para acompanhar a dinâmica de crescimento do setor, a Construtora Pereira Alvim e o mercado de corretores de imóveis de Ribeirão Preto também tiveram que se adaptar à nova realidade, em constantes mudanças, desenvolvendo novas técnicas e aprimorando velhas formas de conquistar e fidelizar clientes. Conforme Rosaura Nanini, gerente de vendas da Pereira Alvim, uma das estratégias é aprimorar a velha arte do bom atendimento. “Alguns profissionais se destacam no mercado pela excelência em atendimento, pois estão sempre antenados a essas transformações do mercado, e conquistam seus clientes com o real interesse de fazê-los investir da melhor maneira possível o seu dinheiro, sendo o imóvel para investimento ou para uso próprio, levando em consideração os interesses e o estilo de vida de cada um. Afinal, o sucesso de uma venda só se concretiza com a satisfação do cliente e, para isso, é preciso saber ouvi-lo e oferecer o produto ideal, no momento certo”, explica Rosaura.

Foto: ©iStockphoto.com/lisegagne

Como o atendimento é um dos diferenciais na hora de vender, a Construtora Pereira Alvim, sempre ágil e atenta às adequações necessárias que o mercado exige, passa a estreitar parceria com grandes empresas respeitadas no mercado imobiliário de Ribeirão, explica a gerente. “O intuito é proporcionar os melhores negócios do ramo para os nossos clientes. Para isso, contamos com uma equipe de parceiros de primeira linha”, garante. Agilidade e qualidade ao construir, agilidade e eficácia nas mudanças e alianças que garantam acompanhar o ritmo do mercado em expansão. É a dinâmica do mercado, a dinâmica do capital, inclusive humano.

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Home Cinema: um espaรงo seu, meu, nosso...

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morar bem

A sensação de ter um cinema dentro de casa, num ambiente perfeitamente seu, mas para curtir tambÊm a dois, ou com amigos e familiares

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O cinema é um transporte, uma viagem completa para outros lugares. É uma oportunidade única de conhecer lugares onde nunca imaginamos estar um dia. Não importa o gênero do filme: ação, suspense, drama, romance, terror ou comédia, a experiência de entrar em uma sala escura e imergir em histórias de vidas e tempos que não vivemos proporciona este mergulho no desconhecido. Assistir a um filme é um momento de relaxamento, de esquecer os problemas e se divertir por algumas horas, sozinho ou acompanhado. E hoje não é preciso ir ao cinema para assistir a um filme com boa qualidade de som e imagem, em assentos confortáveis. Uma boa opção é assistir em casa, sem precisar enfrentar o trânsito e as filas: basta comprar um imóvel que já venha com uma área de cinema particular, ou criar o seu espaço. Um equipamento que pode ajudar a transformar sua sala em um espaço de cinema é o home theater. Um aparelho básico pode conter um DVD e CD player, uma televisão e caixas de som, integrando vídeo e som surround. As caixas de som do aparelho, que podem variar de duas a onze, por exemplo, podem ser espalhadas pela sala, de forma que o espectador possa se sentir dentro do filme a cada galho de árvore quebrado em uma fuga por um bosque sombrio, ou ao estalar de um beijo molhado em uma cena romântica. Cada som detalhado dentro de um filme se torna um elemento a mais ao assistirmos a um filme em um espaço organizado para isso. Além de aparelhagem eletrônica, sofás específicos, puffs, banquetas para apoio dos pés e outros móveis planejados de acordo com a necessidade de cada um são interessantes. Embora o home theater seja um dos aliados mais populares para transformar uma sala em um espaço de cinema, a variedade de preços e desempenhos do aparelho contribuiu para definir o conceito de Home Cinema. Segundo a arquiteta Cristina Salomão, alguns sistemas de home theater não conseguem passar a verdadeira emoção de um cinema em casa. “Por essa razão é que nasceu o conceito do Home Cinema, que é justamente o uso de equipamentos de alta performance e toda uma técnica que envolve conhecimentos em acústica, luminotécnica, mobiliário, layout da sala etc, com o objetivo de recriar a mesma sensação de um bom cinema comercial”, afirma Cristina. Conhecimentos específicos que não se limitam apenas à inserção de um aparelho específico de som como o home theater. De acordo com a arquiteta, um mobiliário para uma sala de Home Cinema deve contar, no mínimo, com um móvel planejado para acomodar todos os equipamentos, considerando os espaços próprios para ventilação, passagem dos cabos, upgrades futuros, manutenção e outros detalhes técnicos que, muitas vezes, são esquecidos. “A correta posição das caixas acústicas que serão colocadas no móvel é fundamental para gerar todo o efeito desejado, podendo comprometer totalmente o resultado do investimento feito nos equipamentos”, afirma. Outro móvel essencial para a sala é o sofá, que deve ser confortável o suficiente para a pessoa se acomodar e assistir a um filme completo de forma prazerosa. A altura do encosto deve ser tal que não prejudique a propagação do som das caixas acústicas do sistema até os ouvidos das pessoas. “Para uma boa qualidade de áudio é recomendável utilizar produtos que naturalmente dão boa acústica, como tecidos das cortinas, tapetes e móveis”, afirma Joe Rebehy. “Em salas envidraçadas e com superfícies lisas, por exemplo, é recomendável a utilização de produtos acústicos que minimizem os problemas de reverberação”, completa. Para Cristina, o isolamento acústico da sala é importante para criar o efeito “cinema dentro de casa”. “Um espaço aberto, multiuso, vai dispersar a concentração das pessoas no som e na imagem do filme, perdendo-se aí o foco principal na mensagem que se quer passar”, explica. Não dá para imaginar um cinema com as portas abertas, de onde se pode ver o balcão da pipoca ou pessoas que compram bilhetes para a próxima sessão, certo? Em casa é a mesma coisa, deve haver um isolamento que melhore a qualidade da transmissão e diminua interferências exteriores. “O isolamento acústico

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deve ser feito por profissional com experiência no assunto, juntamente com o arquiteto de interiores, para que o resultado fique tecnicamente perfeito e esteticamente correto”, completa a arquiteta. Gostou da ideia de ter uma sala de cinema em casa? Então fique atento às dicas da arquiteta Cristina Salomão. Para ela, a melhor forma de organizar uma sala de TV em casa é optar por um espaço retangular onde portas e janelas estejam nas laterais e a TV e o sofá estejam centralizados na sala, e de preferência colocados na direção de maior distância entre as paredes. “Hoje, as pessoas

recebem muito mais pessoas, querem ambientes amplos, usáveis, integrados e a residência deve refletir toda esta expectativa”, afirma. No final das contas, tão importante quanto ter um cinema dentro de casa é possuir um ambiente no qual haja integração entre pais e filhos, irmãos e irmãs, amigos, ou para curtir a dois. “O Home propicia uma convivência gostosa entre os familiares e amigos, estreitando os laços afetivos, possibilitando bate-papo e discussões sobre filmes, documentários ou a audição de uma boa música”,

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afirma Cristina. “É o local onde os filhos se aninham aos pais. Todas as faixas etárias se encaixam no local e convivem harmoniosamente”, completa. A Bem Viver selecionou alguns filmes inesquecíveis e que não podem faltar na sua videoteca. Confira:

• 2001 - Uma odisséia no espaço, Stanley Kubrick,

Ficção, 1968,

• À espera de um milagre, Frank Darabont, Drama, 1999, • A vida é bela, Roberto Benigni, Drama, 1997, • Blade Runner, o Caçador de Andróides, Ridley Scott,

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Ficção, 1982,

Central do Brasil, Walter Salles, Drama, 1998. Chocolate, Lasse Hallström, Drama, 2000, Cidade de Deus, Fernando Meirelles, Drama, 2002. Cinema Paradiso, Giuseppe Tornatore, Drama, 1988,

E. T., O extraterrestre, Steven Spielberg, Ficção, 1982,

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Forrest Gump, O Contador de Histórias, Robert Zemeckis, Drama, 1994, Gandhi, Richard Attenborough, Épico, 1982, Gladiador, Ridley Scott, Aventura, 2000, Indiana Jones, Steven Spielberg, Aventura, 1982, Matrix, Andy e Larry Wachowsky, Ficção, 1999, O curioso caso de Benjamim Button, David Fincher, Ficção, 2008, O Jardineiro Fiel, Fernando Meirelles, Romance, 2005, O Pianista, Roman Polansky, Drama, 2002, O poderoso chefão, Francis Ford Coppola, Suspense, Show de Truman, Peter Weir, Drama, 1998, O silêncio dos inocentes, Jonathan Demme, Terror, 1991, O último imperador, Bernardo Bertolucci, Épico, 1987, Pequena Miss Sunshine, J. Dayton - V. Faris, Comédia, 2006, Psicose, Alfred Hitchcock, Terror, 1960, Sociedade dos Poetas Mortos, Peter Weir, Drama, 1999, Tempos modernos, Charles Chaplin, Comédia, 1936, Uma mente brilhante, Ron Howard, Drama, 2001,

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Foto: ©iStockphoto.com/MarsBars

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bem estar

hรก uma grande

sabedoria no espaรงo de uma pausa 37


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O que acontece com você, leitor, exatamente neste instante, em que lê esta reportagem? Quanto de você está realmente prestando atenção ao texto? Enfim, onde está sua consciência? É provável que você se dê conta de que, nos últimos segundos, sua mente perambulou entre um quase sem-número de pensamentos, passados e futuros. E isso é normal. A maioria das pessoas nunca está por inteiro onde estão seus corpos. É a própria dinâmica da mente que - estima-se - gera mais de 14.000 pensamentos por dia, colocando-nos numa situação como a dos loucos que falam e resmungam o tempo todo, só que em nosso silêncio. A boa notícia é que a mente humana, poderosa, dinâmica e muitas vezes impetuosa, é também plástica e disciplinável, pode ser transformada, controlada, e nos trazer de volta ao lugar e ao tempo onde tudo acontece o aqui e agora e à percepção de nós mesmos. E a isso chamamos meditação. Pode não ser fácil. Mas parece simples. E é. Supõe-se que o princípio do ato meditativo tenha surgido entre os Neandertais, primeiras criaturas a sepultar seus mortos com cerimônias e exercícios introspectivos. Sua prática formal, no entanto, remonta à Índia de 1500 a.C., consolidando-se como uma das formas da Ioga (a dhyana yoga) e do budismo. Mas não deve ser encarado como uma prática exclusivamente exótica ou mística. Nem é preciso ser um monge budista ou recolher-se a um retiro no Tibete para aprender a meditar. Meditar é basicamente concentrar-se no aqui e agora, estar presente de corpo e alma em tudo o que se faz, conscientemente, aquietar a mente de pensamentos que nos distraem sem tirá-la do estado de alerta. É possível, portanto, meditar como um iogue, sentado e de pernas cruzadas, sob a entoação de um mantra, mas também de olhos abertos, andando, estudando, lendo poesia ou no movimento de nossas tarefas corriqueiras do dia a dia. O segredo é prestar atenção no instante presente, e vivê-lo plenamente. Mas isso requer certa atitude, foco. E prática. Há um século, as doenças que afligiam a humanidade eram causadas por vírus e bactérias. Hoje, grande parte das doenças é causada por estresse, obesidade, hipertensão e dependência química, todas relacionadas aos hábitos inadequados do homem civilizado. Se no primeiro caso medidas de saneamento e avanços da medicina controlaram a situação, no segundo a meditação tem muito a contribuir, e muitos estudos vêm investigando a sua abrangência. Muitos neurocientistas, como Eileen Luders, da Escola de Medicina de Los Angeles, acreditam que aprender meditação não é diferente de aprender habilidades como música ou matemática (e pode também melhorar o desempenho dessas atividades, visto que a concentração como um todo melhora). Como qualquer outra coisa que requer prática, a meditação é um programa de treinamento do cérebro, e “o uso regular pode fortalecer as conexões entre os neurônios e criar novas conexões. Essas mudanças minúsculas, em milhares de conexões, podem levar a transformações na estrutura do cérebro”, explica. Na última década, pesquisadores descobriram que se você pratica focar a atenção na respiração ou em um mantra, o cérebro se reestrutura para tornar a concentração mais fácil. Investigações realizadas na Universidade de Wisconsin acrescentam que meditar melhora a ação do sistema imunológico. Para a professora de Kundalini Yoga Paula de Almeida Rodrigues, do Spa Samadhi, de Ribeirão Preto, “manter a concentração é importante não somente nos minutos que dedicamos à meditação, mas durante todo o nosso dia. Os benefícios se estenderão a todos os aspectos da vida, mas exigem prática constante, e disciplina” Também segundo ela, respirar corretamente é fundamental. Se nosso estado de calma ou ansiedade, alegria ou angústia varia nossa maneira de respirar, o caminho inverso também deve ser empreendido: respirar corretamente pode nos levar ao estado que mais desejamos, de controle da ansiedade, de paz, de plenitude, de serenidade. O objetivo da meditação não é nos livrar de emoções, mas nos tornar mais conscientes dos pensamentos e emoções e aprendermos como passar por eles sem ficarmos presos. Até mesmo crianças podem meditar e, por serem menos condicionadas, podem dominar a técnica até com mais rapidez.

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“Você precisa aprender a ficar imóvel em meio à atividade, e a ser vibrantemente vivo em repouso.” (Mahatma Gandhi)

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Como se iniciar, então, e usufruir dos benefícios da meditação? Comprometer-se a mudar é fundamental.

Foto: ©iStockphoto.com/Spanic

Inúmeras e variadas são as técnicas de meditação: pode-se meditar sentado, deitado, de pé, caminhando, dançando. Um bom começo é buscar saber mais a respeito, seja lendo ou, princi­pal­mente, buscando orientação de um bom professor. A Ioga tem sido talvez a forma mais difundida de contato com a meditação em nossa sociedade, integrando postura física, respiração e meditação. As palavras do Dr. Dharma Singh Khalsa, médico, escritor e estudioso de kundalini yoga, ajudam a desmistificar a prática da meditação: “Tudo de que você precisa é uma posição confortável, um ambiente quieto, uma ferramenta como uma palavra ou a própria respiração para se concentrar e, finalmente, o mais importante, uma certa atitude. Qual é a atitude? Um efeito favorecedor ou foco. Isto é, quando outros pensamentos vêm à sua mente, você simplesmente retorna ao foco”. Viver uma vida acelerada em busca de mais informações, mais conhecimento, fazer mais coisas ao mesmo tempo numa dinâmica cada vez maior tem sido a tônica do mundo contemporâneo. Mas há muita sabedoria também em dar uma pausa e viver serenamente cada momento presente que passa. Esvaziar a mente é um desafio tão grande quanto preenchê-la com o que realmente importa. Exige não simplesmente respirar, mas perceber-se vivo, muito além do que qualquer ciência pode provar.

“Como um homem preso na areia movediça, se agitando e se debatendo, deste modo os seres afundam na confusão de seus próprios pensamentos” (Nagarjuna, sábio indiano do séc. III) “ O essencial é saber ver. Saber ver sem estar a pensar. Saber ver quando se vê, e nem pensar quando se vê, nem ver quando se pensa.” (Fernando Pessoa)

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Mahatma Gandhi

porta-voz da humanidade 42


cultura e lazer

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Na história moderna da humanidade, se em algum momento se pode dizer que uma nação teve um porta-voz, esta nação foi a Índia e seu porta-voz consensual, na primeira metade do século XX, teve nome certo: Mohandas Karamchand Gandhi, logo reconhecido Mahatma, a “Grande Alma”, em sânscrito. Poucos humanos incorporaram tão profundamente a tradição oriental e a alma de sua gente como Gandhi, devotando sua vida à causa da independência da Índia e encaminhando-a política e religiosamente em perfeita harmonia com a tradição de seu povo, com seu princípio da não-violência. Segundo a complexa Teologia hindu, há um único Deus, que se manifesta sob três formas: Brahma, o Criador; Shiva, o Destruidor, e Vishnu, o Equilibrador (a serviço de Dharma). Quando o caos ameaça a humanidade, Vishnu toma a forma humana para recompor a ordem. Segundo o Mahabharata (épico hindu), Vishnu veio ao mundo como Krishna, no alvorecer da civilização indiana e, para os contemporâneos, Gandhi seria sua mais recente encarnação, daí ser considerado a Grande Alma. Nascido em Porbandar, em 1869, casou-se aos 13 anos, numa união acertada entre famílias, com uma prima, Kasturbai, também saída de sua infância. Tiveram quatro filhos. Aos 19 anos, foi estudar Direito na Universidade de Londres e, após formar-se, regressa a sua terra, seguindo dois anos mais tarde para trabalhar na África do Sul, onde percebe pela primeira vez as dificuldades diante do poderoso domínio do império britânico. O início da trajetória política de Gandhi foi marcado por um incidente num trem: viajando na primeira classe, foi solicitado que se transferisse para a terceira classe, por não ser branco. Ao recusar-se, foi jogado para fora do trem. O episódio fez com que começasse a advogar contra as leis discriminatórias. Em 1914, de volta definitivamente à Índia, iniciou sua luta pela independência da dominação britânica e, com igual vigor, pela tradição de seu povo, fragilizada pelo capitalismo que a ameaçava. Diante da pretensa “superioridade” de seus dominadores, o Mahatma centrou sua luta na busca de demonstrar a superioridade moral dos hindus sobre os britânicos, reavivando em sua gente dois ensinamentos tão antigos quanto o próprio hinduísmo: ahimsa a não-violência, ou como ele mesmo preferia, a “persistência pela Verdade”; e satyagraha o viver em santidade. Gandhi pregava a resistência pacífica (não passiva, pois a não-violência deveria ser ativa e provocativa): não concordar em se submeter ao mal e estar disposto a dar a própria vida se necessário, defendendo o que é justo, bom e correto. Assim se caracterizou sua política de desobediência civil e o uso do jejum como forma de protesto. Por esses motivos, teve sua prisão decretada várias vezes pelas autoridades inglesas.

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A famosa “Marcha do Sal” constituiu episódio decisivo na luta pela independência do povo hindu contra o domínio britânico. Os hindus, moradores da região banhada por um oceano não por acaso denominado Índico, eram proibidos de produzir sal, monopólio britânico. Gandhi, num ato de desobediência civil ativa, provocativa porém pacífica, incita então os hindus a se dirigirem ao mar, e ensina-os a produzir seu próprio sal, colocando em xeque o domínio britânico. Em momentos cruciais para a economia britânica, Gandhi convocava seu povo a “jornadas de jejum e meditação”. Na prática, ninguém trabalhava, mas ele, respeitando a tradição hindu, jamais mencionava ou sequer pensava na palavra “greve”. Admirado por aliados e adversários, Gandhi foi chamado por Churchill de “faquir despido”. Como poderia um faquir despido - alimentando-se de uma côdea de arroz e um pouco de água por dia, e vestindo-se com uma peça simples de tecido feita por ele mesmo -, um homem com tal comportamento e de hábitos tão espartanos, ser suspeito de corrupção? Quem o acusaria de estar lutando por algo diferente do que dizia? Albert Einstein saudou-o como “porta-voz da humanidade” (mesmo assim, não lhe coube o Nobel da Paz, apesar das cinco indicações). A resistência pacífica, fundada na resistência e na persistência pela Verdade, é o caminho mais eficiente quando o armamento mais sofisticado está nas mãos do adversário que domina. Seria inútil loucura enfrentar o inimigo em guerrilhas armadas. Este foi um dos ensinamentos de Gandhi, que lutou contra todo plano que dividisse a Índia em dois Estados, o que acabou acontecendo, com um Estado predominantemente hindu, a Índia, e o Paquistão, predominantemente muçulmano. Nem o cárcere, nem o jejum tiraram as forças de Gandhi. Nem a morte: em 30 de janeiro de 1930, foi assassinado a tiros em Nova Déli, por um hindu radical. Cremado, teve suas cinzas jogadas no rio Ganges. Como no devir heraclitiano, continua o Mahatma - a Grande Alma - a fluir entre a terra em que nasceu e pela qual lutou. E nem a Índia, nem o mundo foram ou serão os mesmos.

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E dizia Gandhi... “O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo, a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver.”

“Uma coisa lançou raízes profundas em mim: a convicção de que a moral é o fundamento das coisas, e a Verdade, a substância de qualquer moral. A Verdade tornou-se meu único objetivo. Ganhou importância a cada dia, e também a minha definição dela se foi constantemente ampliando.”

“Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros.”

“Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa.”

“Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma.”

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DANÇA DO VENTRE um despertar à sensualidade Mais que um hobby, a dança do ventre traz sensualidade e autoconhecimento para as mulheres. É cada vez mais comum encontrarmos pessoas praticando a dança que é mundialmente conhecida como o símbolo da fertilidade. Além disso, essa atividade pode melhorar a saúde das mulheres.

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hobby


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A dança do ventre é, de todas as danças, uma das mais femininas e sensuais. Através da música, a mulher une movimento, expressão e sensualidade, transformando-os em sentimentos capazes de encantar os homens. Para a professora de dança do ventre Rossana Marcondes de Mello, a arte desta dança celebra a beleza da mulher, e não é à toa que é conhecida mundialmente como o símbolo da fertilidade. Prova disso é que ela surgiu no Período Matriarcal, há cerca de 700 anos, e desde seu princípio era considerada um ritual sagrado. Seus movimentos revelam sensualidade e suas primeiras manifestações, cujos movimentos eram bem diferentes dos movimentos atualmente realizados, tiveram passagem pelo Antigo Egito e pela Babilônia, Mesopotâmia, Índia, Pérsia e Grécia, tendo como objetivo preparar as mulheres para se tornarem mães. Seus movimentos são marcados pelas ondulações abdominais, de quadril e tronco, separada ou conjuntamente, ondulações de braços e mãos, batidas de quadril, tremidos, entre outros. Segundo alguns pesquisadores, essas ondulações representam as contrações do parto. Algumas tribos do interior do Marrocos ainda realizam este ritual, conhecido como Ritual de Nascimento, em que as mulheres se reúnem em torno da parturiente com as mãos unidas e realizam as ondulações abdominais para estimular e apoiar a futura mãe, enquanto a mulher prestes a dar à luz fica em pé e também realiza o movimento com a coluna. Com o passar do tempo, a dança sofreu algumas alterações, inclusive com a inclusão do movimento do balé clássico russo. Rossana conta que a dança, hoje, tem sido usada como terapia feminina, superando bloqueios emocionais e corporais, revigorando a sensualidade.

Os Estilos Egípcia: manifestações sutis de quadril, domínio de tremidos, deslocamentos simplificados adaptados do balé clássico, movimentos de braços e mãos simplificados. Norte-americana: manifestações mais intensas de quadril, deslocamentos elaborados, movimentos do Jazz, utilização de véus em profusão, com movimentos de mãos e braços mais bem explorados. Libanesa: com movimentos mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados. Por não ter sido uma dança moldada para o palco, a dança do ventre não apresenta restrições quanto ao seu aprendizado. Para a bióloga Adriana de Almeida, 40 anos, que há três anos e meio passou a praticar a dança e já é professora, esta arte - em especial a egípcia -, consegue resgatar toda uma filosofia feminina, no sentido de despertar o amor-próprio, indo além de estereótipos impostos pela sociedade. Adriana reforça que, desde que passou a dar aulas, percebeu que as mulheres modernas, ao buscarem conquistar um lugar no mercado de trabalho, ser boas mães e esposas, deixaram de se olhar. Segundo Rossana, independentemente de idade e nível técnico, a dança do ventre aflora a essência de cada mulher como ser único, singular. Para muitos, esta é uma dança erótica. As pessoas confundem muito erotismo e sensualidade. A dança contém em si, naturalmente, movimentos sensuais, mas também envolve o folclórico, o clássico e o popular. Para a bancária Vanessa Sartore, 30 anos, a dança do ventre é uma celebração do feminino, da criação e da vida.

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A Dança do Ventre na reabilitação do Câncer de Mama Por atuar na autoconfiança, a dança do ventre é uma das práticas terapêuticas mais eficazes para mulheres que estão passando por tratamento de câncer de mama, justamente pela sua capacidade de estimular a feminilidade e melhorar a autoestima. Segundo a professora Érica Esteves, como esta dança trabalha a autoestima da mulher e sua feminilidade, o resultado só pode ser o bem-estar. “Além disso, como atividade física que estimula a socialização com outras mulheres, a dança acaba elevando a mente da paciente, dirigindo seus pensamentos para outras coisas. Ao se afastar dos problemas, é possível enfrentá-los de forma mais segura e, ainda, descansar o corpo”, destaca Érica. Os benefícios físicos e emocionais fazem da dança do ventre uma terapia corporal e mental que ajuda mulheres mastectomizadas a gostarem mais de si, a serem mais autoconfiantes e a superarem o trauma da perda de uma mama, por exemplo. A dança trabalha a força muscular e a amplitude de movimentos. De acordo com Érica, muitos médicos encaminham pacientes para fazer uma dança, buscando trazer estímulos mais completos. “Mas as pessoas precisam saber que esta é uma atividade complementar e não deve nunca substituir o tratamento”, alerta. Por despertar a vaidade, a dança do ventre tem boa atuação no tratamento de depressão, baixa autoestima e outras disfunções emocionais. Quanto aos benefícios físicos, a professora destaca que a dança estimula muito os órgãos. “Movimentos abrangentes de abdome podem aliviar cólicas menstruais, por exemplo, mas depende muito do problema específico de cada mulher. Se ela tiver alguma alteração hormonal, é mais sério e nesse caso a dança pode proporcionar alívio ou não”, afirma. Em questões mais simples, como na restauração de dores musculares, insônia e até mesmo cólicas, a professora destaca que a dança pode ser mais eficaz. Dançar é saúde, e a dança do ventre pode, além de trazer benefícios para o corpo, resgatar a sua autoestima. Portanto, se você deseja ganhar qualidade de vida e, ao mesmo tempo, trabalhar sua sensualidade, criatividade e autoconfiança, esse hobby pode ser um grande aliado. Afinal, quem conhece seu corpo é mais seguro e consegue encarar algumas situações do cotidiano com mais tranquilidade.

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viagem

uma viagem

exótica e inesquecível

pela índia

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Conhecer a Índia pode ser uma experiência única e transformadora. No segundo país mais populoso do mundo, culturas e hábitos diversos se entrelaçam e aguçam a curiosidade de quatro milhões de visitantes todos os anos

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Muitas vezes chamada de “Land of Rivers”, ou Terra dos Rios, devido à multiplicidade de afluentes e à estreita ligação entre seus vastos rios, a Índia é um país rico em sua civilização, história e religião, e não é à toa que tem a democracia mais populosa do mundo: no país, mais de 200 línguas são faladas, mostra de sua rica diversidade cultural.

Quatro grandes religiões: Hinduísmo, Budismo, Jainismo e Sikhismo originaram-se no país, enquanto o Zoroastrismo, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da região. Anexada gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orientais no início do século XVIII e colonizada pelo Reino Unido a partir de meados do século XIX, a Índia se tornou uma nação independente em 1947, após uma luta pela independência que foi marcada pela extensão da resistência não-violenta. Composta por 28 Estados e sete territórios, com um sistema de democracia parlamentar, o país é a quarta maior economia do mundo em poder de compra e a décima segunda em taxas de câmbio. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo, mas a Índia ainda sofre com altos níveis de pobreza, analfabetismo, doenças e desnutrição. Sociedade pluralista, multilíngue e multiétnica, é também o lar de uma grande diversidade de animais selvagens e de habitats protegidos.

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Foto: Fausto de Paula Eduardo

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Regiões e clima A Índia está dividida em sete grandes regiões: o Himalaia, a Planície Gangética, o Deserto de Thar, no Rajastão, os Planaltos Centrais, a Índia Peninsular, no sul, e dois conjuntos de ilhas. O país é quente e úmido, por isso os turistas que forem conhecer a Índia não podem deixar de levar roupas leves, óculos escuros, filtro solar, boné, além de uma máquina fotográfica ou filmadora para registrar belíssimos momentos. Vale lembrar que no inverno pode fazer frio ao amanhecer e entardecer, e levar algumas roupas um pouco mais quentes é aconselhável. Segundo Fausto de Paula Eduardo, engenheiro de produção que visitou a Índia há pouco tempo, conhecer este país é testar a cada instante o seu sentimento pela vida. Rui Yamazaki, sócio-diretor da Virazóm Viagens, também foi turista pela Índia e, para ele, alguns lugares não podem passar em branco, como o Taj Mahal. Aproveitando a dica, vamos conhecer um pouco sobre este encanto e outros lugares imperdíveis.

Taj Mahal Ir à Índia e não conhecer o Taj Mahal é como ir a Roma e não visitar o Coliseu, ou ir ao Rio de Janeiro e não conhecer o Corcovado. O Taj Mahal é um mausoléu localizado em Agra e foi recentemente anunciado como uma das sete maravilhas do mundo moderno. Mais de 22 mil homens construíram o monumento, no século XVII, a mando do imperador Shah Jahan, em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu, e o palácio ficou conhecido como a maior prova de amor do mundo. É construído em mármore branco e pedras semipreciosas, e sua cúpula é toda em fios de ouro. A obra é considerada perfeita e toda cercada de jardins persas, com canteiros de flores, caminhos delineados, árvores, fontes e cursos d’água.

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Goa

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Este Estado, na costa oeste indiana, é famoso por sua colonização portuguesa e por suas praias. Para dar uma ideia da influência lusitana, a maior cidade da região chama-se “Vasco da Gama”. A visita a Goa vale a pena por seus balneários e pela vida noturna que oferece. Há também catedrais e igrejas católicas e alguns museus navais que atraem turistas. A praia mais bonita talvez seja a de Palolem, basicamente uma pequena faixa de areia cercada por colinas.


Nova Déli A capital indiana é um prato cheio, de muitos temperos, para todos os gostos. Com mais de 5.000 anos de história, a parada nesta cidade é obrigatória para conhecer seus templos, museus, culinária e arte. Também aqui estão as marcas mais fortes da colonização inglesa: ao visitar o centro administrativo do governo indiano, há a sensação de estar em outro país, devido à arquitetura dos prédios e parques ao redor. Imperdível é a visita ao Templo de Lótus, local de pluralismo religioso, à Jama Masjid, a maior mesquita da Índia, ao memorial de Ghandi e ao Complexo Qutb, uma região com diversos monumentos e prédios históricos, alguns com mais de 1.000 anos. Não deixe também de visitar a Velha Déli e seus mercados, e apreciar suas comidas típicas. O local se parece com a famosa rua 25 de Março, em São Paulo, o que a torna uma excelente opção para compra de bugigangas bem baratas.

Jaipur é uma cidade de muitas belezas: templos, palácios e mesquitas circundam o local. A cidade também é ponto de partida para o Deserto de Thar, onde safáris em camelos são imperdíveis. Pacotes podem incluir até pernoites em tendas luxuosas com banquetes e apresentação de danças típicas. Esta lista é apenas uma sugestão, e de forma alguma tem a intenção de excluir outros destinos importantes como Varanasi, famosa até na TV brasileira, por exibir as cerimônias de cremação às margens do Rio Ganges.

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Jaipur e o Deserto de Thar


Deuses O mundo cristão conhece apenas um Deus, que criou o céu e a terra e tudo o que nela há. A Bíblia diz nos dez mandamentos: “não terás outros deuses diante de mim”. Mas isso não acontece na cultura indiana. A mitologia hindu surgiu da sabedoria e da religiosidade dos hindus e foi repassada de geração para geração. Conforme Joseph Campbell, famoso estudioso da mitologia mundial, a principal função da mitologia é oferecer símbolos que ajudam no progresso do espírito humano. Assim, quando conhecemos os símbolos e mitos do hinduísmo aprendemos um pouco mais sobe este povo tão rico e sábio. Ganesha, Brahma, Vishnu, Shiva, Saraswati, Lakshmi, Parvati, Rama são alguns dos deuses presentes na mitologia hindu. Cada um representa uma determinada simbologia: Shiva é a trindade; Sarasvati é a criação, as artes, a dança, a música; Lakshmi é a beleza, a prosperidade, o progresso material e espiritual; Brahma é o criador; Vishnu é o conservador; Shiva é o transformador (destruidor); Parvati é a deusa das montanhas, a mãe, a matriz, e Ganesha representa o sábio.

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Dicas de viagem para a Índia A Revista Bem Viver separou algumas informações e dicas importantes para que sua viagem à Índia seja ainda mais agradável e completa. • Na chegada ao aeroporto: mantenha a sua bagagem por perto. Não se assuste com o grande número de pessoas e cartazes na saída dos aeroportos da Índia. • Itens básicos para levar: óculos escuros, filtro solar, boné ou chapéu, máquina fotográfica, traje de banho, medicamentos de uso pessoal, lenços umedecidos ou sabonete anti-bacteriano gel, despertador, artigos de toalete, roupas leves e confortáveis, repelente de insetos, roupas um pouco mais quentes para Nepal e Tibete. • Roupas: roupas leves e confortáveis são ideais. Para as mulheres, recomenda-se usar roupas um pouco mais conservadoras, calças mais largas ou saias longas, camisetas cobrindo os ombros e evitar short. Recomenda-se levar sapatos fáceis de calçar e descalçar, pois é necessário retirá-los em templos e em alguns monumentos. • Estradas Indianas: o segredo para se atravessar estradas indianas é primeiro olhar à direita, depois à esquerda, então para trás e para a frente, para finalmente atravessar a rua antes que alguém ou algo derrube você. • Transporte: as viagens por terra são lentas, mas, apesar da lentidão, viajar por terra na Índia é extremamente interessante, com inúmeros vilarejos à beira da estrada. • Alimentação: comer na Índia é uma aventura gastronômica. A comida indiana é apimentada, portanto dê um tempo para seu aparelho digestivo se acostumar a este hábito da culinária hindu. Tome cuidado com a água e evite saladas cruas e frutas com casca. É recomendado conversar com o seu médico sobre vacinação. Evite comer na rua. Peça a comida sempre “no Chilli, please” (não picante). Os hotéis oferecem pratos internacionais, mas aproveite para provar uma culinária diferente a cada dia. Um convite é saborear a comida do norte da Índia, que é baseada nos vegetais, na manteiga clarificada, nas especiarias e no leite. Comece com um popular paneer tikka com especiarias, assado no tradicional forno de carvão vegetal e servido com iogurte, salada de cebola, rabanete e chutney de menta. Entre outros pratos, experimente Dal (lentilhas indianas), Nan (pão de forno indiano), pulao (arroz com frutas secas), kabab etc. E também lassi (uma batida de iogurte com ervas).

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Viajando dentro da Índia:

Foto: Fausto de Paula Eduardo

• Bazares indianos: um dos paraísos das compras é o bazar indiano, uma festa de cores e indumentárias, com vendedores e artistas de rua. Raramente se encontram duas peças iguais, porque a maioria das coisas é feita à mão, com materiais naturais. Em muitos domicílios, essas tradicionais artes familiares passam de pais para filhos. • Interagindo: quando você lidar com os indianos, diga “namastê” ou “hello” primeiro, sorria e passará uma boa impressão à pessoa a quem você estiver se dirigindo. Os indianos são um povo gentil, generoso e interessado em conversar com os brasileiros. • Barganhando: isto faz parte da vida na Índia. Algumas dicas sobre essa refinada arte: nunca demonstre que você realmente gostou de alguma coisa que deseja comprar. Para cada exclamação do tipo “oh, que lindo!”, mesmo que seja em português, o preço aumentará. Ofereça em torno de 50% do preço inicial pedido e chegue a 75% dele. Converse com o vendedor a respeito da Índia ou do Brasil. O ato de comprar oferece uma ótima oportunidade de entrar em contato com a cultura local. • Gorjeta: na Índia, a gorjeta assume uma importância única: ela não só representa um agradecimento por um serviço, é quase obrigatória. Também é a forma de conseguir que as coisas sejam feitas. Não é incomum dois ou três funcionários do hotel trazerem a sua mala e ficarem no quarto até receberem sua caixinha. Tenha sempre muito troco. Nos restaurantes, 10% já é esperado. Nos hotéis, 30 rúpias (em torno de um real) para os ajudantes que levam as malas é suficiente. • Esmolas: Evite dar esmolas. Caso tenha interesse em doar algo, procure uma entidade devidamente registrada junto ao governo indiano. • Etiqueta: algumas pequenas regras: a cabeça é a parte mais nobre do corpo e os pés a mais poluída, portanto não é aceitável tocar na cabeça das pessoas ou apontar os pés para elas. Quando se sentar, coloque os pés para trás ou sente-se na posição de lótus. O contato físico entre homens e mulheres não é muito bem visto, portanto qualquer tipo de carinho entre sexos diferentes deve ser feito de forma privada ou discreta, e o cumprimento mais aceito é o namastê, com as mãos juntas na altura do queixo, principalmente entre homens e mulheres.

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rodrigo lombardi Nascido em São Paulo no dia 15 de outubro de 1979, o ator Rodrigo Lombardi é considerado um dos artistas mais talentosos em atividade. Apesar de ter uma carreira relativamente nova, o artista já passou pelas principais emissoras de televisão. Seu primeiro papel nas telinhas foi em 1988, na TV Bandeirantes, fazendo a novela “Meu Pé de Laranja Lima”. Depois, passou para o SBT, onde fez, em 2002, “Marisol”. Em 2004, foi para a Rede Record para fazer “Metamorphoses”. Em 2005, transferiu-se para a Rede Globo e participou de “Bang-Bang”. Ainda no mesmo ano, fez “Pé na Jaca”. No ano seguinte, ainda na mesma emissora, o ator trabalhou em “Desejo Proibido”. No ano de 2009, o ator fez o papel mais marcante na sua carreira de ator até o momento. Na ocasião, teve a oportunidade de interpretar o personagem Raj em “Caminho das Índias”. Atualmente, Lombardi interpreta Mauro Santarém em “Passione”. Antes de ser ator, o que você fazia? Já fui jogador de vôlei, agente de viagem, garçom. Depois, quando entrei para o mundo das artes, comecei a carreira nos bastidores do teatro: já fui contrarregra, assistente de som, de luz. Aprendi que ser um ator é muito mais que saber as falas de um texto. Conte como foi interpretar o personagem Raj e viver por um período na Índia. O papel foi um presente da autora Glória Perez. Só fiz questão de corresponder à altura. Já o meu contato com a Índia era bem pequeno até então: literatura, folclore e filosofia. No início, foi assustador viver na Índia, a impressão que dá quando você sai na rua é que pegou a largada da São Silvestre na contramão, é muita gente. Nós gravamos em todos os pontos turísticos. Foi o melhor meio de conhecer o país. O Centro de Astronomia e Astrologia, localizado na cidade de Jaipur, foi um dos lugares que mais me chamou atenção. O museu a céu aberto traz vários maquinários bem antigos que são utilizados até hoje, como o relógio de sol. O legal de lá é que eles não separam astrologia de astronomia, é um pensamento só. Conte sobre o clima e as especiarias indianas. Sempre comi muita carne, porém ficar vários dias sem carne foi o de menos por lá. O duro foi o tempero e o clima. A água acabava no meio do dia e você rezava para chegar a hora de voltar para o hotel. Mas, apesar de tudo, foi sensacional, tudo vem para amadurecer. Até as duas semanas e meia de diarréia que eu passei quando eu cheguei, foi ótimo. Perdi 6 quilos (risos). O que é Bem Viver? É conviver em família. Ficar ao lado do meu filho e da minha esposa. É ter tempo para praticar os meus hobbies favoritos. Em resumo, é saber viver. Fonte: entrevista concedida para a apresentadora Marília Gabriela.

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Lixo e população, riqueza e pobreza

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Sobre viver em meio ao lixo que produzimos.

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ecologia


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Das altas esferas políticas e governamentais às conversas de bar, da burguesia às classes ditas desfavorecidas, questões ambientais como a do lixo têm dado a tônica de todos os discursos. E quanto mais economicamente desenvolvidos nos tornamos, mais lixo produzimos: lançados à terra, ao ar e ao mar, o lixo tem feito do planeta a cada dia um lugar mais difícil de habitar e viver. Reciclar é a grande saída? “É preciso repensar a forma como coexistimos no mundo”, nos alerta o fotógrafo Sebastião Salgado, com seu olhar apurado. Nossas decisões não podem ser sempre baseadas na primazia dos valores econômicos, do lucro em moeda corrente, seja para um indivíduo ou para um grupo privilegiado de nações. Mas não nos iludamos muito. Estamos longe de uma população generalizadamente consciente a ponto de reduzir substancialmente a produção de lixo. Por ora, reciclar mais já é um grande passo.

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Não se pode negar que todos os investimentos - monetários e mentais - em busca de novas tecnologias de reciclagem do lixo que se produz são de grande importância, uma vez que o lixo é um problema real, um fato: a cada ano, quase três bilhões de fraldas são eliminadas somente na Inglaterra; mais de três bilhões de pilhas e baterias são descartadas somente nos Estados Unidos; quase 250 bilhões de latas são descartadas (mais de 100 bilhões só pelos EUA) por uma população mundial de pouco mais de seis bilhões de habitantes. E os países ricos são, de longe, os mais poluidores (são melhores e mais eficientes produtores de lixo do que de bens de consumo): estima-se que, nos Estados Unidos, para cada cem quilogramas de material manufaturado, geram-se mais de três toneladas de lixo. Poderíamos (sobre)viver com menos? Se sim, por que a redução da geração de lixo não é o foco? Marx já previra, há mais de um século, que a superprodução era uma característica intrínseca ao capitalismo. Se isto se constata a cada dia, também é da lógica do capitalismo que, sendo o lixo fonte rentável, qualquer esforço por sua redução seria uma contradição lógica ao sistema produtivo moderno. Para muitos ramos da economia, reduzir o lixo significa perder dinheiro. Daí serem ainda preferíveis os avanços quanto à reciclagem aos avanços quanto à redução efetiva da produção de lixo. Há ainda a questão do lixo orgânico - a parte que mais causa impactos ambientais -, responsável pela contaminação de solos, mares, rios e lençois freáticos, fontes de um recurso hídrico já foco de preocupação de muitas nações. Neste caso, é da grande fatia dos menos abastados a maior contribuição. O que significa que, menos abastados, têm menos recursos e o vão acumulando em aterros muitas vezes sem nenhum tratamento. As consequências são evidentes. E, também neste caso, descobrir saídas mais ecológicas, socialmente mais interessantes, significaria também mais disposição: reciclar, mais que poupar, gera mais lucros, mas envolve mais investimentos. No âmbito social, é óbvia a perda de qualidade de vida, como óbvio é que o desprezo, a pouca importância com que ainda tratamos a questão da nossa própria produção de lixo nos custará caro. E ainda que o mercado do lixo seja a fonte de renda de mais de meio milhão de humanos, só no Brasil, é um insumo, mas ao preconceito. O Brasil, que produz mais de 250 mil toneladas de lixo diariamente, tem hoje um dos lixos mais ricos do mundo. Nenhum mérito: mais desperdício, menos discernimento entre o que se aproveita e o que se joga fora, menos consciência sobre o que se consome, e quanto se consome. Ainda com um rico lixo, o país perde mais de dez bilhões de dólares por ano não o tratando, e vamos sendo soterrados pelo nosso próprio lixo. Mais uma vez, o discurso de que somente uma mudança de cultura e uma Educação formadora e consolidadora de valores éticos e humanos, de consciência social, vem à tona. Muitos dirão que se trata de uma solução, mas em longo prazo. Mas, em se tratando de qualquer das mazelas sociais cujas consequências sofremos todos os dias, qual teria solução sustentável em curto prazo?

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Um desenvolvimento social somente é sustentável se baseado num consciente e ético processo de crescimento econômico e populacional (que envolve comprometimento social de todos), que não seja pago com a extinção da biodiversidade e a destruição dos recursos naturais. É preciso definir os valores que sustentam nossas soluções e uma consciência social, de todos, e não a soma de interesses individuais. E não há solução que prescinda de uma discussão partilhada sobre os ideais projetados em nossos horizontes políticos e sociais. A ciência pode nos dizer como fabricar usinas de reciclagem, apontar o que fazer com nosso lixo orgânico e quais produtos causam menos danos à saúde do ambiente e à nossa própria saúde, criar um papel que destrua menos árvores e polua menos nossa água. Mas a mesma ciência não pode nos dizer se, sim ou não, convém investir nessas tecnologias. A ciência é, de algum modo, amoral. O sentido e os valores lhe são estranhos. Somos nós, manipuladores das tecnologias e ciências, que devemos definir os caminhos que garantam o tripé da sustentabilidade: soluções ecologicamente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas, com respeito às diversidades culturais. Reduzir a produção de lixo, reciclar o que for produzido e tratar o que não pode ser reaproveitado. Necessariamente nesta ordem.

Hubert Reeves, astrofísico (e humanista, pensador), habituado a ver a anos-luz de distância, realmente vê o planeta sob outra perspectiva, sob outra dimensão, e enxerga além: “Penso que todo ser humano, em sua esfera de atividade, pequena ou grande, pode ser um artesão do oitavo dia.” “E, no sétimo dia, descansou”, relata a Bíblia. A partir do oitavo, cabe a cada um de nós fazer do mundo um lugar melhor para se viver. E mesmo que esse objetivo jamais seja atingido, mesmo que seja apenas um símbolo, nossas vidas terão sido mais plenas por havermos tentado. Como humanos, nossa busca é a nossa redenção.

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NATAL Paulinho estava exultante, seu pai prometera que, naquele ano, teria a árvore de Natal que tanto desejava. Moradores de um dos bairros mais pobres de Ribeirão Preto, a árvore era um luxo quase ofensivo para aquela família que, muitas vezes, tinha que escolher entre a carne e a conta de luz. Apesar de nada ter mudado naquele ano, o pai, um bom pai, embora as oportunidades da vida tivessem negado a ele uma condição de bom provedor, afirmou que teriam uma árvore. E quando o pai de Paulinho prometia, ah, ninguém duvidava. Então com seus nove anos, o menino aguardava o grande dia com o espírito suspenso. Estudava sem estudar, comia sem comer, escutava sem

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Não conseguiu acordar o pai! Sacudiu, chamou, gritou e não logrou qualquer êxito. Percebeu que a situação era grave quando seus vizinhos chamaram a ambulância, que levou seu pai. O infarto começara antes do despertar de Paulinho e agora o homem recebia cuidados extremos em algum andar do Hospital das Clínicas. À noite, os vizinhos levaram Paulinho até o hospital para ver seu pai. O estado do homem era irreversível, galopante e a morte premente. Somente Paulinho pôde entrar e ver o velho, seu único parente conhecido. Apesar dos tubos e aparelhos que o mantinham, o pai não pôde falar, mas entregou-lhe um bilhete, amassado tão fortemente em suas mãos que nem médicos, nem enfermeiras, haviam dado por sua existência. Paulinho não teve tempo de ler, surpreendido pelo apito contínuo do eletrocardiógrafo e pela entrada intempestiva do pessoal do hospital. Viu tudo e nada pôde fazer. Não pôde nem mesmo sentir algo, tamanho o nada de sua alma naquele instante. Ficou sem pensar, sem sentir e sem estar, perambulando pelo corredor do hospital, com o bilhete na mão. Até que lembrou de ler o papel, onde seu pai dizia: - Paulinho, meu filho! Sabe que não sou homem de quebrar promessa, por que só prometo o que posso cumprir. Estou sentindo dores no peito e sei que alguém há de me levar para o Hospital das Clínicas. Mas sei também que não vão ter muito pra fazer comigo. Prevendo que você, ao ler este bilhete, esteja também no Hospital das Clínicas, que é o lugar mais alto de Ribeirão Preto, peço que olhe pela janela e veja a sua árvore de Natal. Sim, falo da cidade, com todas as suas luzes: esta é a árvore de Natal que deixo para você. Nela você encontrará o maior presente que alguém pode ganhar: a própria vida. Muita gente não vê, mas pode acreditar: o presente está lá. É só saber procurar! Que seus natais sejam sempre melhores que este. Com amor, seu pai! Hoje, Paulinho tem trinta e quatro anos. Depois de sair do orfanato, trabalhou em vários lugares, estudou, casou e tem uma família. E, todos os anos, na noite do dia vinte e quatro de dezembro, pode ser visto no caminho do Hospital das Clínicas, de onde vê a árvore de Natal que seu pai lhe deu. Hamilton de Andrade Lemos é publicitário e cronista

Este conto nos resgata lembranças diversas, sentimentos e a crença na possibilidade da felicidade simples como deveria ser. Felicidade com olhos mais ingênuos como de meninos -, desprendida de preços, mas transbordante em valores.

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incentivo social

ouvir e toda sua vida acontecia num tempo insuportavelmente distante, quando teria, pela primeira vez, sua árvore de Natal. Seu fascínio pela árvore não era novo e, talvez por este motivo, seu desejo avolumara-se. Sonhos crescem! Sonhos nascem em lugares muitas vezes esquecidos, de por quês diáfanos, até que se bastem e reverberem cada vez com mais força. Paulinho queria a árvore, apenas a árvore, a sua árvore de Natal. E seu querer não era movido pela promessa dos presentes aos pés da árvore, como vira na loja do centro da cidade. Também pouco importavam as bolas de vidro, estrelas, enfeites, neve de algodão ou purpurina dourada. A síntese de sua árvore de Natal estava nas luzes. Se piscassem então, provocavam um efeito hipnótico em Paulinho, remetendo-o a um mundo especial, tão insólito quanto seu, vidrando os olhos e amassando seu nariz no frio da vitrine. Luzes, muitas luzes, dezenas de luzes. Era isso o que sua árvore de Natal precisava para ser a sua árvore de Natal. Até que chegou o grande dia, quando veria a sua árvore de Natal. Pulou da cama como se nem a tivesse tocado e correu para o quarto ao lado na verdade, o mesmo cômodo, separado por pedaços de madeira e papelão para acordar seu pai e reclamar a sua árvore de Natal.


“Sonhos crescem! Sonhos nascem em lugares muitas vezes esquecidos, de por quês diáfanos, até que se bastem e reverberem cada vez com mais força”, lembra-nos o conto. Que neste Natal, diáfanos sejam também os nossos sentimentos, como a solidariedade. O desejo como os sonhos é comum a crianças ricas e pobres. Mas a realização, nem sempre. E realizar o desejo de alguma criança, que tanto sonha, é como quebrar o vidro (também diáfano) de uma vitrine que a separa dos seus sonhos. Que separa sonho de concretização, desejo de possibilidade. Que deixa ver, mas não deixa ter. Diáfanos são os por quês, mas tantas vezes obscuros são os porquês.

Que não se apague em cada criança a capacidade de sonhar. E de amar. E de ser feliz. Pascal dizia que “o desejo de felicidade é a coisa mais bem distribuída na face da Terra. Todos, mesmo aquele à beira da morte, desejam ser felizes”. E desejar amar em plenitude, porque se deseja felicidade por completo, envolve também o outro, o próximo. Não nos esquivemos. Neste Natal, que cada um vá também ao ponto mais alto que puder, e olhe o horizonte das possibilidades que brilham, quão vastas são as terras que se há de cuidar. E faça brilhar também, não as luzes, mas os olhos das crianças, brilho que não se pode deixar apagar. Compre um presente, não importa o preço (é o valor da ação que conta); escreva um bilhete se desejar, não importa a caligrafia, a dúbia ortografia. Coloque tudo numa embalagem, com boa dose de carinho, de espírito de generosidade, de humanidade. Nem é preciso remetente completo, pois tampouco se conhece o destinatário. Apenas esteja certo de que ele existe. E que receberá. E que jamais se esquecerá.

Doe um brinquedo. Ele retornará a você, como um pouco mais de felicidade, de paz. É simples. Entregas no Fundo Social de Solidariedade Rua Cerqueira Cesar, 383.

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A

Acossamento; violência física ou verbal, psicológica, intencional e reiterada, a uma pessoa ou a um grupo de indivíduos, com o objetivo de intimidar e humilhar; assédio. As várias definições nos mostram que a prática do bullying não é uma novidade em nossas sociedades, tampouco uma exclusividade de crianças e jovens em ambiente escolar. Pode ocorrer dentro ou fora da escola, no trabalho, entre vizinhos, militares ou entre países, em qualquer espaço, inclusive virtual. Mas suas consequências, sempre ruins, são bastante reais. E devem ser combatidas com seriedade, sem omissões ou simplismo. Pode ser comum, mas não deve ser encarado como normal. Quem convive com crianças e jovens sabe como são capazes de arquitetar e praticar pequenas ou grandes perversões, nem sempre com uma motivação específica ou aparente. Também se sabe que é na adolescência que mais se desenvolve a capacidade de raciocínio abstrato, a fixação e o compromisso com valores morais como a tolerância e o respeito ao diferente, o amor à justiça, a solidariedade, entre muitos outros. À escola direção, docentes, funcionários em geral e à família, portanto, cabe grande responsabilidade. Na identificação da prática do bullying, na compreensão de seus mecanismos e na orientação dos envolvidos. É dentro dos muros das escolas que adolescentes passam ainda grande parte de seu tempo, e não se pode desperdiçar a chance de se fazer tudo o que estiver ao alcance.

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ser teen

Poder, Educação e Ética da Convivência


Qualquer que seja a situação ou o lugar, o bullying envolve uma estrutura de poder entre o agressor (bully) e a vítima. Mas um terceiro personagem também é fundamental: o espectador. Agressores têm geralmente personalidade autoritária, combinada a uma necessidade de dominar, controlar a vítima para afirmar-se e obter uma boa imagem de si mesmo. A vítima, geralmente, sofre com baixa autoestima, é insegura e tímida. É pouco sociável por, de alguma forma, fugir do padrão da maioria, pela aparência física, pelo comportamento, pela religião, entre outros aspectos. Submissa, dá margem à repetição das agressões. Segundo a psicóloga de Ribeirão Preto Fabíola Augusta J. Martin, pode apresentar como consequência doenças como dores abdominais, diarreia, vômitos, transtorno do pânico, depressão, anorexia, bulimia, fobia escolar, isolamento e, em casos extremos, pode cometer o suicídio, por se considerar merecedora do sofrimento. O espectador, por sua vez, nem sempre reconhecido como atuante na agressão, é fundamental para a continuidade dos conflitos. Pode ser passivo, por temer também a agressão, e, ainda que tenha senso de justiça, não assumir uma posição clara, ou ativo, incentivando e reforçando a agressão. Com os avanços de tecnologias como Internet e celulares, também o bullying avança, ganhando o status de cyberbullying. Como o espaço virtual é ilimitado, torna-se ainda mais perverso, dada a velocidade e a abrangência com que se disseminam mensagens e imagens, facilitando ainda mais a repetição das agressões, característica fundamental do bullying, ainda segundo a psicóloga. E com um grande agravante que estimula a prática: o anonimato. Pode-se assim praticar o bullying sem se expor, e ultrapassar os limites da escola ou do trabalho. E a vítima muitas vezes perde a percepção de como ou de quem se defender. Os bullies sempre existiram, mas a amplitude das formas como vêm atuando exigem, mais que nunca, uma postura correta e firme. Crianças que praticam o bullying em geral não são assim somente na escola. E “se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta”, alerta o Anti-bullying Center, do Trinity College, em Dublin. Uma pesquisa do IBGE, realizada em 2009, revelou que quase um terço (30,8%) dos estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying, sendo a maioria das vítimas do sexo masculino. E a maior proporção das ocorrências foi registrada em escolas privadas, com 35,9%, enquanto que nas públicas os casos atingiram 29,5%, um dado para se avaliar com atenção. Brasília e Belo Horizonte foram as capitais com maiores índices, ambas em torno de 35% dos estudantes entrevistados. O problema tem sido tão disseminado que até mesmo juristas têm olhado com mais atenção os aspectos legais da questão. De acordo com a psicóloga Fabíola A. J. Martin, na região de Ribeirão Preto alguns casos necessitaram da intervenção do Ministério Público. No caso das escolas, especialistas são incisivos: é preciso encarar com seriedade o problema. “A escola que afirma não ter bullying não sabe o que é ou está negando sua existência”, afirma o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Abrapia Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência -, e que estuda o problema há dez anos. Segundo ele, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que não se admitirá a prática. E distinguir o sutil limiar entre uma piada aceitável e uma agressão é fundamental. É a prevenção como melhor remédio. Só a escola, no entanto, não consegue resolver o problema. É preciso o envolvimento de todos, principalmente dos pais, tanto na prevenção quanto na solução, caso o problema seja constatado. Ficar atento ao comportamento dos filhos, ensiná-los a olhar para o outro com respeito às diferenças, dar exemplos e mostrar limites, justificando por que devem ser respeitados, são regras básicas e simples. Quanto ao uso das tecnologias, também alertá-los para os riscos da exposição de dados pessoais e intimidades, principalmente em sites de relacionamentos, e prestar atenção aos conteú-

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dos acessados. Exercitar o diálogo e ficar atento ao comportamento e à socialização é tão ou mais importante que tomar conhecimento do aproveitamento escolar, enfatiza Fabíola Martin. Para resolver o problema, identificar mudanças de comportamento, fazer um diagnóstico e criar espaço para o diálogo é fundamental. Falar com os envolvidos em particular, sem expô-los, é essencial. E a escola não pode legitimar a atuação do agressor e puni-lo com sanções que não sejam relacionadas ao mal causado, como um castigo qualquer ou uma expulsão. Para a terapeuta e psicanalista Lídia Aratangy, “o castigo é parte do processo educativo, e não uma vingança ou penitência: deve ser contingente (isto é, aplicado logo após a falta cometida), e ligado à transgressão, de preferência oferecendo uma oportunidade de reparação do erro”. Ainda segundo ela, a escola não pode se encarregar de todos os aspectos da formação de seus alunos, mas é indesculpável que não faça tudo o que estiver ao seu alcance. Situações de violência não devem passar inpunes. Quando um aluno tem um comportamento agressivo, a violência que ele expressa não está só nele: ele é protagonista de todo seu grupo. Sua expulsão não elimina a violência na escola, apenas a exime de lidar com o problema. Se jovens privilegiados correm alguns dos mesmos riscos que os menos favorecidos, como indicam as pesquisas, em suas mãos a sociedade talvez corra riscos mais sérios, pois estatisticamente é dentre eles que sairá a maioria dos futuros políticos, empresários, autoridades e líderes. Apontar maneiras de lidar com o inconformismo e a rebeldia e canalizar energias para atividades que rompam a barreira do individualismo e mostrem a eles que fazem parte de uma comunidade maior é uma grande saída. Mostrar caminhos e espaços onde a contestação própria da adolescência não seja reprimida, mas aplicada a contribuir com a melhoria do mundo ao redor. É preciso lutar contra a paralisia e o cinismo, não deixar que jovens acreditem que é normal que o mundo seja feito de corrupção e violência, tampouco na ideia de que espertalhões e valentões levam vantagem. É preciso compreender que não se pode desrespeitar impunemente. Ensinar desde cedo valores básicos, que levam ao bom uso do poder, e à ética da convivência. A isso chamamos Educação.

Foto: ©iStockphoto.com/monkeybusinessimages

Alguns exemplos de filmes para serem exibidos nas escolas:

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• O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird, 1962. Dir.: Robert Mulligan)

• Jamaica Abaixo de Zero (Cool Runnings, 1993. Dir.: John Turteltaub)

• O Banquete de Casamento (The Wedding Banquet, 1993. Dir.: Ang Lee)

• Grand Canyon (Grand Canyon, 1991. Dir.: Lawrence Kasdan)

• Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989. Dir.: Peter Weir)


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por Renata Canales

Beijo ideal

No filme perfeito, o protagonista é um homem bonito, cheiroso, cavalheiro, inteligente, que gosta das artes, da natureza, das crianças, é equilibrado, gentil, tolerante, sabe gastar dinheiro com o prazer (e também poupá-lo para os momentos difíceis), fala sobre sentimentos, sobre sonhos, e também escuta com sapiência, gosta de caminhar de mãos dadas, sabe contar bem uma piada (e depois de contá-la nunca mais a repete), pratica algum esporte, tem total domínio dos vícios, gosta de Drummond, Saramago, Dostoievski, Rubem Alves, delicia-se em ir para a cozinha preparar novos pratos (todos servidos com excelentes vinhos), abre a porta do carro, trabalha com devoção (porém sem fazer disso o centro do seu universo), sabe se portar educadamente à mesa, gosta de viajar, é simpático com os garçons, manobristas e porteiros, sabe proteger (e não se importa em mostrar que também precisa de proteção), tem a voz grave e suave e, principalmente, tem o beijo que faz parar o tempo e que desperta no ambiente a música apropriada para a ocasião. Já a mocinha do filme traz no rosto os traços delicados que lembram um anjo, no corpo as curvas diabólicas capazes de enlouquecer de desejos os olhos masculinos, exala um perfume doce sem ser enjoativo, sabe andar com a leveza das bailarinas clássicas, emociona-se com as dores humanas, é solidária, corajosa, ri da mesma piada contada incontáveis vezes pelo melhor amigo do amado, vai aos jogos de futebol, basquete, vôlei, sabe ganhar o próprio dinheiro (e tem a consciência de que o homem não deve ser o único provedor da casa), é amável, não aborrece o amado com ciúmes ou conversas sobre o relacio­namento, é boa cozinheira (mas aprecia ainda mais as iguarias feitas por ele), é divertida, bem humorada e, principalmente, tem o beijo capaz de parar o tempo e que desperta no ambiente a música apropriada para a ocasião. Enfim, todas as qualidades de um e de outro tornam-se coadjuvantes diante do que representa o beijo, e dá uma inveja danada da trilha sonora que surge de forma mágica no filme, e que nunca toca na vida real.

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Já decidi! Não vou mais ficar bobeando, deixando que comam minhas bolachas. Sobre uma historinha de um Pacote de Biscoitos, que anda correndo pela Internet: Uma mocinha aguardava o horário de seu voo e comia despercebidamente gostosos biscoitos. Um homem sentado ao seu lado fazia a mesma coisa, mas no mesmo pacote, colocado entre eles no banco, o que a fez indignar-se com a desfaçatez. Ao chegar ao último biscoito, ele o partiu e deu-lhe metade. Aumentou sua fúria. - Que atrevimento! pensou ela, mas nada falou. Chamado o voo, ainda na fila, ao examinar a bolsa para apresentar a documentação, viu o pacote de biscoitos intacto, como o tinha comprado. Vou ficar mais atento às mocinhas que comem meus biscoitos. Quantas delas se voltaram para trás e me procuraram para agradecer e reparar a descortesia do mal feito? Praticamente nenhum homem que se tenha empenhado em levar avante um empreendimento em que a ajuda de muitos se torna necessária tem sido poupado dos momentos de verdadeiro desespero, ante a inabilidade ou a falta de disposição que um grande número de pessoas faz questão de trazer como qualificação de desempenho. Agora, fica-me mais claro o que fiz até hoje com a energia que sempre julguei desperdiçar e que tanto me faz falta em alguns momentos decisivos: utilizei-a para induzir ou motivar desgostosos e descontentes a trabalhar conscienciosamente. Quanto dela foi aproveitado? E é aqui que estas reflexões se projetam por sobre meus companheiros de trabalho, amigos e funcionários, meus filhos, mulher e parentes: minhas fontes de energia e, ao mesmo tempo, causas de muito cansaço. Vou observar mais meus colaboradores efêmeros. Cada vez que solicito os préstimos de um eletricista, pintor, pedreiro, enfim, de qualquer profissional de serviços emergenciais domésticos, minha irritação com a indolência, com o descaso no cumprimento de prazos alcança índices impressionantes, beirando as raias da insanidade com as explicações que recebo deles para justificar as causas do mau resultado. Nunca têm nada a ver com ele, com a qualificação inerente ao seu trabalho. É sempre com a “rebimboca da parafuseta” ou com o “arredondamento do propulsor”. O mesmo acontece com os horários marcados em consultórios médicos, entregas em domicílio em geral, gráficas - parece que não escapa ninguém. “Coisificar” pessoas e personificar coisas. Trocar de carro constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana. Há que se reduzir a própria agitação, conter o consumismo e redescobrir a simplicidade. Não é necessário ter muito dinheiro ou ser importante para ser feliz, mas é difícil ter felicidade sem tempo para fazer o que se gosta. Não há nada de errado com o dinheiro ou o sucesso. É bom e importante trabalhar, estudar e aperfeiçoarse. Progredir sempre é uma necessidade humana, mas isso não implica viver angustiado enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades. Agora, se o preço do sucesso for ausência de paz, talvez ele não valha a pena. Ao optar pela simplicidade, talvez redescubra a alegria de viver, sabendo que a cada dia mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não dou, nas forças que não uso, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-me do sofrimento, perco também a felicidade. Preciso me cuidar para que ter e parecer não tome o lugar do ser. Há coisas que não podem nunca ser recuperadas: a pedra atirada, a palavra proferida, a ocasião perdida e o tempo depois de passado.

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conviver

por Regis Vianna

Ano que vem...


por Felício Bombonato

Há muito tempo, um general, prestes a liderar suas tropas contra um exército dez vezes maior que o seu, após orar num altar à beira do caminho, disse a seus soldados: - Usarei esta moeda para prever nosso destino: se der cara, venceremos; se der coroa, perderemos. Nosso destino está nas mãos dos deuses! E lançou a moeda. Ao cair da moeda, todos olharam ansiosos e gritaram: - Viva, deu cara! disse um. “Venceremos!” disse outro. “Vamos acabar com eles!” gritaram todos. A batalha começou e, como previsto, venceram o inimigo. E quando voltavam para casa, um soldado disse ao general: - Ninguém pode mudar o destino determinado pelos deuses! - Não? perguntou o general, tirando a moeda do bolso e mostrando-lhe que ela possuía duas caras.

Se você acreditar, você pode Na história acima, vimos que o general usou uma estratégia para fazer despertar em seus soldados o poder que existe dentro de cada um, e assim triunfar. Henry Ford disse certa vez: “Se você acha que pode ou se você acha que não pode, em ambos os casos você está com a razão”. Reza a lenda que, para domar um elefante, basta amarrá-lo, quando pequeno, a uma árvore. Ele tenta se desvencilhar, mas, não conseguindo, desiste, e então se criará em sua mente um padrão limitante que o acompanhará pelo resto da vida. Já grande, no circo, bastará amarrá-lo a um banquinho, e não fugirá. Também nós somos assim: muito de nossa cultura e educação está voltado para a ênfase no negativo. Fica fácil entender por que a maioria das pessoas cresce limitada. Reprimidas em suas manifestações espontâneas na infância, tornam-se adultos travados, bloqueados. Nosso subconsciente está saturado desses padrões, que nos roubam sonhos, impedindo-nos de seguir em frente, fazendo-nos aceitar uma realidade limitada, como se fosse intransponível e, assim, impossível. Porém, saiba que há em você o poder de romper com esses padrões, que são apenas programações mentais que o fizeram crer que você é incapaz de lutar, tentar e vencer, conformando-se muitas vezes em não merecer nem receber o melhor da vida. Rompa esses padrões com uma Atitude Mental Positiva (AMP), que o fará crer mais no possível. A atitude mental positiva permite uma motivação permanente, reconhecendo que perdas ou dificuldades são oportunidades de aprendizado, de crescimento para atingir e desfrutar das metas a que almejamos. A motivação é filha da esperança otimista. É o desejo de atingir um objetivo, de ser feliz. Mas é preciso saber o que se quer, para se saber que caminhos tomar. Seu estado mental é o combustível para qualquer empreitada. Procure manter uma motivação permanente e positiva, baseada na crença em seu poder interior, para transformar sonhos em ação. Sonhe durante a noite, mas trabalhe durante o dia. A felicidade deve se relacionar com o que se tem, não com o que se deseja ter. A sua mente é a única sobre a qual você tem real poder de controle. Mantenha, pois, uma atitude positiva, e seja perseverante. “Não há dificuldade que resista à persistência”, diz o provérbio chinês.

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(Monteverdi - Livro V)

O verde multifacetado, já esmaecendo, domina a extensão que os olhos alcançam, num cenário que empurra o outono para longe e anuncia a rigidez do inverno. Já é possível ver a neve começando a tingir o cume das montanhas. Apenas as retinas, o coração e alma piena podem guardar a visão através da janela do trem. A vontade é de descer e dançar ao redor das oliveiras selvagens... mas seria uma dança curta porque as árvores logo estarão desnudas. A vida começará a hibernar para elas. O trem está chegando ao seu destino. Só se conhece Roma se se deixar levar pelos ventos frenéticos, voluntariosos, sem qualquer direção prévia! Quantas e tantas vezes se estiver aqui, tantas e quantas serão necessárias para desvendá-la, porque a cidade é definitiva! Imperativa! Incredibile! O presente refaz o passado a todo o momento. Tempos recorrentes. A existência fica sempre mais grávida de paixão. Desta vez estou determinado ao Aventino, tentado a buscar algum vestígio da passagem de Flória Emília e Aurélio Agostinho por lá. Tenho minhas suspeitas acerca de Vita Brevis, a suposta carta dela para ele. Mas sobre a paixão deles não tenho dúvidas. E isso me inspira a investigar, parar em cada canto da colina. Espiar por entre cada porta. Fiz isso todo o tempo... e nenhum fio de cabelo sequer, nem de um, nem de outro; nenhum indício de Aurel e Flória. Nenhuma pegada dos amantes. Mas a jornada pelo Aventino não ficaria impune. Fui para a Piazza dei Cavalieri di Malta, direto para a casa 3. Na porta da casa, acima da fechadura, há um furo arquitetonicamente construído. Gosto de olhar através dele, a visão que se tem é alguma coisa elevada. Dizem que aquela construção é projeto do Da Vinci. É possível. Através daquele buraco vê-se uma alameda arborizada e... bem, é melhor não estragar a surpresa. Deixo o Aventino porque tenho pouco tempo até o Termini. No caminho, a Basílica de Santa Prassede. Quero passar depressa, mas não consigo. Através da porta entreaberta ouço sí, ch‘io vorrei morire... ch‘io vorrei morire. Arrisco entrar com cuidado e reconheço um coro madrigalista entoando Monteverdi. Alguma coisa curiosa nisso tudo: os versos de Maurizio Moro la bella bocca del mio amato core são lascivos, licenciosos ahi, car’e dolce língua datemi tant’humore... o profano de Monteverdi também conquistou a igreja? Mas isso é o que menos importa naquele momento, só quero ouvir ahi, bocca ahi! baci ahi! lingua! Ando, quase sem ser percebido, para trás de uma majestosa coluna e fico imóvel porque é impossível deixar de viver isso, ahi, lingua torn’a dire si, ch’io vorrei morire. Aquele som provoca uma espécie de ressonância afetiva. O coro agora ensaia sfogava con le stelle un infermo d’amore. Apenas o corpo permanece parado. Os sentidos, mais aguçados, movem-se em todas as direções. Fico intrigado porque a coluna a minha frente não acompanha a riqueza de detalhes e significados de toda a igreja. Há a pintura de um busto, sem nenhum acento cristão, que destoa de tudo: do arco do período carolíngeo, dos mosaicos coloridos, dos dourados e das cores vivas de todas as outras representações. Com che dar più vi poss’io? os madrigalistas terminam o ensaio e não há mais trem para eu voltar para casa. Mas isso não é importante, tenho cerca de quatro horas até o primeiro da madrugada, para gravar definitivamente dentro de mim, toda ventura do dia. Em tempo: a pintura na coluna, o busto que me deixou intrigado, era uma espécie de assinatura, simplesmente o autorretrato de Caravaggio.

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por Magno Bucci

“Che dar più vi poss’io?”


por Luiz Puntel

Nossa Senhora barriguda “Zé, as coisa tão começano a descê aqui embaixo...” (Maria, no nascimento de Jesus) A hora estava próxima. O marido, cansado da lida, dormia sono profundo, mas ela, inquieta, tinha medo e esperava a hora. E esperando a hora, relembrava o passado agora distante. Lembrou-se menina-moça pisando o chão gretado da caatinga, depois o namoro, o casório, as dores do parto, a filha nos braços e aquela ideia maluca do Zé querer vir pra São Paulo. Vieram e só arrumaram lugar foi mesmo no barraco de uma favela, iam lá ter dinheiro para um cômodo em um cortiço? - Zé... acho que tá na hora... Tem que chamar eles, Zé! Era custoso ir à base policial. Fora lá que ficara preso por roubar comida, apanhara, mas fazer o quê? Era precisão. Tomou coragem, levantou-se e saiu do barraco. Já que não tinha mesmo jeito, cença, seu puliça, bateu na porta, como se pedisse desculpas pelo adiantado da hora. - Que é, moreno?... - A patroa... tá... quase parindo e... ele balbuciava, a fala entrecortada de medo. Logo depois, a sirene estridente cortava a madrugada. Ela, para suportar as dores, apertava a mão do marido, pedindo urgências de pressa: - Zé, as coisa tão começando a descer aqui embaixo... - Calma, dona! Já estamos chegando... - O sargento virou-se para trás, tranquilizando a mulher. Olhando para o cabo, ao volante, ordenou, determinado: - Gaspar, senta a bota que tá nascendo... Já estavam quase chegando, quando o vagido inundou a viatura. - É ôme, muié!. É um ominho... - O marido, amparando o pequeno ser na concavidade das mãos calosas, anunciou à mulher: - Seu puliça, batiza ele, pelo amor de Deus! ela implorou, chorando. - Jesus. Esse vai ser o meu menino Jesus... ela disse, quando o sargento perguntou qual nome o recém-nascido teria. O porteiro escutou a viatura chegar com a sirene ligada e, ao tomar ciência da ocorrência, pediu ajuda. - Alô, Obstetrícia? É o Melchior, da portaria. Acaba de chegar uma viatura com gestante em trabalho de parto... Da viatura desceram Baltazar, o sargento; Gaspar, o cabo; José, o pai, Maria, a mãe, e o recém-nascido de nome Jesus. No boletim de ocorrências, sem querer, o sargento borrou de sangue o nome do menino. Confirmou no relógio de pulso e registrou a data: já era vinte e cinco de dezembro. “Quando ele nasceu, nasceu de birra... Barro ao invés de incenso e mirra... Cordão cortado com gilete...” (Bosco - Blanc)

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curiosidades de esopo

O burro que vestiu a pele de um leão Um burro encontrou uma pele de leão que um caçador tinha deixado largada na floresta. Na mesma hora, o burro vestiu a pele e inventou a brincadeira de se esconder numa moita e pular fora sempre que passasse algum animal. Todos fugiam correndo, assim que o burro aparecia. O burro estava gostando tanto de ver a bicharada fugir dele correndo que começou

a se sentir o rei leão em pessoa, e não conseguiu segurar um belo zurro de satisfação. Ouvindo aquilo, uma raposa, que ia fugindo com os outros, parou, virou-se e se aproximou do burro, rindo: - Se você tivesse ficado quieto, talvez eu também tivesse levado um susto. Mas aquele zurro bobo estragou sua brincadeira!

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