— É isso que você quer? — perguntei. Eu fiquei apavorado. Em nenhum momento na minha luta com o desconhecido tinha sentido tanto medo. — Você quer que eu tenha medo? — perguntei. — Não posso amálo e sentir medo de você. Vou passar a odiá-lo se me causar medo. Você viu como eu detesto o desconhecido? Faça sua escolha. Mais uma vez ele se aproximou para me beijar e senti seus lábios nos meus, com a mesma firmeza que tinha sentido os beijos de Jasmine. A mão dele desceu entre as minhas pernas. Ele passou a mão por baixo da minha camisola. — Não, aqui não — eu disse. — Tenha paciência. E novamente ele falou comigo. Ele falou. — Mas quando você sente, eu sinto. Eu quero. Senti a mão dele no meu pau e cedi. Eu me entreguei rapidamente e tudo acabou em poucos segundos. Recostei na espreguiçadeira e fechei os olhos. Meu corpo estava aplacado e satisfeito. Houve um momento de silêncio. Talvez cinco minutos ou mais. Mas ele continuava lá. Estava ajoelhado ao meu lado, mas eu não podia olhar para ele. — Quem era o desconhecido? — perguntei e abri os olhos. — Perguntei isso milhares de vezes. Quem era ele? — Eu não sei — ele respondeu e o som daquela voz monótona era literalmente apavorante. — Onde está o desconhecido? — perguntei. — Eu não sei — ele disse de novo. — Se soubesse, ia pegá-lo e machucá-lo. Eu não sei tudo — a voz dele continuava monótona e grave. — - 400 -