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My world Primavera / Verão 2014
Nova Zelândia A Natureza em exibição plena
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NOVOS DESTINOS, NOVAS TENDÊNCIAS… Texto fictício num universo onde tudo dança ao ritmo das tendências, nós queremos apresentar-lhe o nosso compasso. Sabemos que já nos conhece a letra e a pauta, mas na Let’s go desta estação mostramos-lhe uma outra versão com novos destinos. Queremos que aprecie a melodia, ainda que a escute com um formato diferente. A edição que agora tem em mãos é sinónimo de uma enorme vontade em inovar, reflectir o mundo das viagens e apresentar as últimas novidades em destinos. Uma compilação de vários géneros melódicos, revelados com uma orquestração ainda mais audaz e contemporânea. Neste número, a Let’s go desvenda-lhe o timbre da estética e indica-lhe os sons perfeitos dos destinos internos e externos. Entre no nosso ritmo e deixe-se levar pela nossa música. Não se vai arrepender!
Num universo onde tudo dança ao ritmo das tendências, nós queremos apresentar-lhe o nosso compasso. Sabemos que já nos conhece a letra e a pauta, mas na Let’s go desta estação mostramos-lhe uma outra versão com novos destinos. Queremos que aprecie a melodia, ainda que a escute com um formato diferente. A edição que agora tem em mãos é sinónimo de uma enorme vontade em inovar, reflectir o mundo das viagens e apresentar as últimas novidades em destinos. Uma compilação de vários géneros melódicos, revelados com uma orquestração ainda mais audaz e contemporânea. Neste número, a Let’s go desvenda-lhe o timbre da estética e indica-lhe os sons perfeitos dos destinos internos e externos. Entre no nosso ritmo e deixe-se levar pela nossa música. Não se vai arrepender!
SÚMARIO 06 Secção Nota do editor | 08 Secção Cinema de viagem | 10 Secção Portugueses no Mundo | 12 Secção Na estrada | 14 Secção Notas do viajante | 18 Estadias de Luxo Estoril Palace: Um hotel com História e histórias | 22 Estadias de Luxo Tivoli Palácio de Seteais: Hospitalidade nobre e intemporal | 28 Sumário Let’s Go Travel | 32 Weekend Serra da Estrela: As quatro estações dos Montes Hermínios | 38 Weekend Barcelos: Mais valias a Norte: história, gastro-
nomia e arte popular | 46 Short break Suiça: Curta pausa num país pintado de branco | 54 Long distance Zimbabué: Os novos safaris com o apelo irresistível de África | 62 Long distance Japão: Tradição e contemporaneidade no Oriente longínquo | 70 Long distance Nova Zelândia: A Natureza em exibição plena | 78 Long distance Brasil: Comandatuba e Sauipe: dois lugares rurais de autwenticidade | 94 Secção Próximo número | 96 Secção A fechar
CONTRIBUIÇÕES E FICHA TÉCNICA Texto fictício num universo onde tudo dança ao ritmo das tendências, nós queremos apresentar-lhe o nosso compasso. Sabemos que já nos conhece a letra e a pauta, mas na Let’s go desta estação mostramos-lhe uma outra versão com novos destinos. Queremos que
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aprecie a melodia, ainda que a escute com um formato diferente. A edição que agora tem em mãos é sinónimo de uma enorme vontade em inovar, reflectir o mundo das viagens e apresentar as últimas novidades em destinos.
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CHICAGO PORTUGUESES NO MUNDO
O vento leva-nos até Chicago! Vamos descobrir que a maior cidade do estado de Illinois é mais que uma “windy city”. A cidade dos “gangsters” e do “blues” espera-nos plantada à beira do maior lago de água doce dos Estados Unidos. Deixamo-nos levar pela música que ecoa a cada esquina e pelo frio que nos bate na cara. Mário Neto (29 anos), biólogo de Faro. Conhecemos o Mário na Universidade de Northwestern, almoçamos num restaurante de heavy-metal que guarda o segredo dos melhores hamburgueres de Chicago e seguimos até ao Estádio United Center, casa dos Chicago Bulls. Sandra Maximiano (34 anos), economista de Lisboa. Encontramos a Sandra na Lake Shore Drive durante a sua corrida matinal pela marginal do lago Michigan. Continuamos caminho até sua casa em Hyde Park, bairro do presidente americano Barack Obama. Rodolfo Vieira (29 anos), violinista de São Miguel. Na Michigan Avenue, para um táxi amarelo e dele sai Rodolfo que nos propõe uma visita à baixa da cidade. Diana Vieira (26 anos), pianista de São Miguel. Vemos uma imagem refletida e alguém nos cumprimenta. É a Diana, estamos no Millenium Park em frente ao Cloud Gate, a instalação em forma de feijão de Anish Kapoor. De seguida, apanhamos o “L”, o metro da cidade, e vamos até Wilson, um bairro desfavorecido onde Diana dá aulas de música. Diana Saleiro (26 anos), bióloga de Esposende. Diana leva-nos num passeio de barco pelo lago Michigan onde aproveitamos para conhecer mais de perto a construção arquitectónica da cidade. Paramos em Lincoln Park para beber um verdadeiro café expresso e seguimos ao encontro de Josh, namorado de Diana. O dia termina com um brinde aos “Portugueses pelo Mundo” com Diana e os amigos em Wicker Park.
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LITUANIA – O REGRESSO NA ESTRADA
Vou pregado à janela do autocarro a ver se os vejo. Há mais de 3 semanas que estamos longe e à medida que a distância se encurta, mais aumenta a emoção em dar-lhes um abraço. Não tanto pela falta que me fazem, mas pelo que significa estarmos juntos nisto. «Dentro de momentos chegamos à estação central de Vilnius. Confirmem que recolhem os vossos bens. Agradecemos a vossa escolha dos nossos serviços e esperamos que tenha feito uma agradável viagem connosco.» diz o condutor num inglês manhoso. Estão ali, ahah! Para não variar, o meu pai de máquina na mão pronto a guardar o momento e a minha mãe já de lábio a tremer, pronta a chorar. «Caraças, só passaram meia dúzia de dias e parece uma eternidade!» diz a minha mãe num abraço comovido. «…verdade, imagina quando for para a Ásia como vai ser?!» digo eu. A minha mãe franze a cara e olha para o outro lado, segurando as lágrimas. «Então pá, dá cá um abraço! Portaste-te bem ou quê? Estas bom?» pergunta o meu pai, ainda de video ligado. Foi bom reve-los satisfeitos e com mil coisas para partilhar. Já disse aqui e repito que não sou uma pessoa saudosista, mas os bons momentos desta viagem, já fizeram as suas marcas e obrigou-nos a uma partilha inesquecível. Significa ainda, estar com quem me conhece, fala a mesma língua e larga gargalhadas expontâneas. Texto fictício num universo onde tudo dança ao ritmo das tendências, nós queremos apresentar-lhe o nosso compasso. Sabemos que já nos conhece a letra e a pauta, mas na Let’s go desta estação mostramoslhe uma outra versão com novos destinos. Queremos que aprecie a melodia, ainda que a escute com um formato diferente. A edição que agora tem em mãos é sinónimo de uma enorme vontade em inovar, reflectir o mundo das viagens e apresentar as últimas novidades em destinos. A edição que agora tem em mãos é sinónimo de uma enorme vontade em inovar, reflectir o mundo das viagens e apresentar as últimas novidades em destinos. 10 | My World
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NOTAS DO VIAJANTE TRES MESES NA CHINA
Cheguei à China de comboio depois de dois intensos meses na Russia e Mongólia. A última paragem do transmongoliano era a desbocada estação de Pequim, que recebe milhões de viajantes por hora. Senti-me minúsculo naquela gigante confusão humana que, apressadamente, pisa o solo chinês. Tentei nortear-me no novo mundo exótico, mas a minha realidade estava longe de entender os olhos rasgados que cruzavam a minha viagem. Á medida que a aventura foi decorrendo, percebi que a imagem de desenvolvimento e progresso são os enormes edifícios, museus e as estações de comboios. Fazia-me confusão percorrer cidades com dezenas de arranha céus completamente despovoados. Perguntava-me quem quererá viver num vigésimo andar, quando toda a vida foi feita em torno de um rés 12 | My World
do chão. Que forma esta de preparar o futuro das cidades que parece esquecer o fundamental de um país: a sua cultura e educação. Nas conversas que ia tendo com chineses, ninguém me soube dizer ao certo quantas províncias existem na China, quantos dialetos se falam ou quanto custa uma pequena garrafa de àgua. A resposta demorava a ser dada e dependia sempre daquela que veio a ser a minha forma de viver este país: a flexibilidade. Tudo se reduz à flexibilidade de cada um que, muitas vezes, podia ultrapassar a minha. Que forma esta de preparar o futuro das cidades que parece esquecer o fundamental de um país: a sua cultura e educação.
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Estadias de Luxo
Estoril Palace
UM HOTEL COM HISTÓRIA E HISTÓRIAS
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
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Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.”
O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retirase para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como My World | 19
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação 20 | My World
e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Ca-
dernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra
as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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Estoril palace #18
Seteais #22 06 08 10 12 14 18 22 32 35 38 46 54 55 62 70 78 85 94 96
Secção Nota do editor Secção Cinema de viagem Secção Portugueses no Mundo Secção Na estrada Secção Notas do viajante Estadias de Luxo Estoril Palace Estadias de Luxo Seteais Weekend Serra da Estrela Weekend Serra da Estrela e flora Weekend Barcelos Short break Suiça Long distance Zimbabué Long distance Zimbabué Long distance Japão Long distance Nova Zelândia Long distance Brasil Publireportagem Top Atlântico Secção Próximo número Secção A fechar
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Serra da Estrela #32
Barcelos #38
Japão #62
Suiça #46
Nova Zelândia #70
Zimbabué #54
Brasil #78
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Weekend
Quinta da Chocapalha ACOLHIMENTO FAMILIAR EM AMBIENTE RURAL
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Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.”
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
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Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor tornome mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, TintoreMy World | 35
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
tto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção.
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Suiรงa
CURTA PAUSA NUM PAร S PINTADO DE BRANCO
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Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente.
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ITINERÁRIO 01 Portugal/ Amman Voo regular com destino a Amman, via cidade de ligação. Chegada, transporte ao hotel e alojamento.
02 Amman/ Castelos do Deserto I Amman Excursão aos Castelos do Deserto, situados a este da capital, importantes caravansarais, fortalezas e pavilhões de caça da época de esplen¬ dor dos omfadas. Jantar e alojamento.
03 Amman I Ajlun I Jerash/Amman Saída para Ajlun para visitar o castelo-fortaleza construído em 1185 na época dos cruzados e reconstruído no séc. XIII pelos mamelucos; continuação para Jerash, uma das cidades da Decápolis. Visita ao Arco do Triunfo, à Praça Ovalada, à Colunata, ao Templo de Afrodite e ao Teatro romano. Jantar e alojamento em Amman.
04 Amman I Madaba I Monte Nebo I Petra Visita panorilmica de Amman e partida para Madaba para visitar a Igreja Ortodoxa de S.Jorge onde se encontra o primeiro mapa mosaico da Palestina; continuação para o Monte Nebo, onde se pode admirar a vista panorilmica do Vale do Jordão e do Mar Mor¬ to, local onde Moisés avistou a Terra Prometida. Transporte ao Mar Morto e tempo livre para banhos Prosseguimento Petra. Jantar e alojamento.
05 Petra I Amman Dia dedicado à visita da cidade rosa. A passagem pelo impressionante desfiladeiro “Siq” é a porta de entrada para a antiga capital dos Nabateus, que esculpiram templos e túmulos nas montanhas rosadas há mais de 2.000 anos. A visita inclui o Tesouro, os Túmulos das Cores, os Túmulos Reais, o Mosteiro. Petra é um daqueles lugares do mundo onde se deve ir pelo menos uma vez na vida. Transporte a Am¬ man. Jantar e alojamento.
06 Amman I Portugal Transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Chegada. Fim dos nossos serviços
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.”
O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano.
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta
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w Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways
Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single ; 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott
Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva.
É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor tornome mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres:
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta 50 | My World
“substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi My World | 51
excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre.
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
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Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente.
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Zimbabué
OS NOVOS SAFARIS COM O APELO IRRESISTÍVEL DE ÁFRICA
Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.” O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retirase para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da 56 | My World
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
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ITINERÁRIO 01 Portugal/ Amman Voo regular com destino a Amman, via cidade de ligação. Chegada, transporte ao hotel e alojamento.
02 Amman/ Castelos do Deserto I Amman Excursão aos Castelos do Deserto, situados a este da capital, importantes caravansarais, fortalezas e pavilhões de caça da época de esplen¬ dor dos omfadas. Jantar e alojamento.
03 Amman I Ajlun I Jerash/Amman Saída para Ajlun para visitar o castelo-fortaleza construído em 1185 na época dos cruzados e reconstruído no séc. XIII pelos mamelucos; continuação para Jerash, uma das cidades da Decápolis. Visita ao Arco do Triunfo, à Praça Ovalada, à Colunata, ao Templo de Afrodite e ao Teatro romano. Jantar e alojamento em Amman.
04 Amman I Madaba I Monte Nebo I Petra Visita panorilmica de Amman e partida para Madaba para visitar a Igreja Ortodoxa de S.Jorge onde se encontra o primeiro mapa mosaico da Palestina; continuação para o Monte Nebo, onde se pode admirar a vista panorilmica do Vale do Jordão e do Mar Mor¬ to, local onde Moisés avistou a Terra Prometida. Transporte ao Mar Morto e tempo livre para banhos Prosseguimento Petra. Jantar e alojamento.
05 Petra I Amman Dia dedicado à visita da cidade rosa. A passagem pelo impressionante desfiladeiro “Siq” é a porta de entrada para a antiga capital dos Nabateus, que esculpiram templos e túmulos nas montanhas rosadas há mais de 2.000 anos. A visita inclui o Tesouro, os Túmulos das Cores, os Túmulos Reais, o Mosteiro. Petra é um daqueles lugares do mundo onde se deve ir pelo menos uma vez na vida. Transporte a Am¬ man. Jantar e alojamento.
06 Amman I Portugal Transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Chegada. Fim dos nossos serviços
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sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes
como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma circunscrição pelos contornos, natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato. composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável My World | 59
w Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways
Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single ; 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€
animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornamse mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott
Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva.
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
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Long Distance
Japão
TRADIÇÃO E CONTEMPORANEIDADE NO ORIENTE LONGÍNQUO
Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente.
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ITINERÁRIO 01 Portugal/ Amman Voo regular com destino a Amman, via cidade de ligação. Chegada, transporte ao hotel e alojamento.
02 Amman/ Castelos do Deserto I Amman Excursão aos Castelos do Deserto, situados a este da capital, importantes caravansarais, fortalezas e pavilhões de caça da época de esplen¬ dor dos omfadas. Jantar e alojamento.
03 Amman I Ajlun I Jerash/Amman Saída para Ajlun para visitar o castelo-fortaleza construído em 1185 na época dos cruzados e reconstruído no séc. XIII pelos mamelucos; continuação para Jerash, uma das cidades da Decápolis. Visita ao Arco do Triunfo, à Praça Ovalada, à Colunata, ao Templo de Afrodite e ao Teatro romano. Jantar e alojamento em Amman.
04 Amman I Madaba I Monte Nebo I Petra Visita panorilmica de Amman e partida para Madaba para visitar a Igreja Ortodoxa de S.Jorge onde se encontra o primeiro mapa mosaico da Palestina; continuação para o Monte Nebo, onde se pode admirar a vista panorilmica do Vale do Jordão e do Mar Mor¬ to, local onde Moisés avistou a Terra Prometida. Transporte ao Mar Morto e tempo livre para banhos Prosseguimento Petra. Jantar e alojamento.
05 Petra I Amman Dia dedicado à visita da cidade rosa. A passagem pelo impressionante desfiladeiro “Siq” é a porta de entrada para a antiga capital dos Nabateus, que esculpiram templos e túmulos nas montanhas rosadas há mais de 2.000 anos. A visita inclui o Tesouro, os Túmulos das Cores, os Túmulos Reais, o Mosteiro. Petra é um daqueles lugares do mundo onde se deve ir pelo menos uma vez na vida. Transporte a Am¬ man. Jantar e alojamento.
06 Amman I Portugal Transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Chegada. Fim dos nossos serviços
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.” O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa
Destaque fictĂcio um precisava de cem sessĂľes para uma natureza morta, cento e cinquenta sessĂľes para retrato.
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w Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways
Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single ; 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott
Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva.
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que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Dela-
croix, Courbet, Impressionistas, Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato. pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. My World | 67
Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma «Cadernos de Almada Negreiros», natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato. o que vincava a natureza individual do projecto e criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornamse mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa. 68 | My World
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Long Distance
Nova Zelândia
A NATUREZA EM EXIBIÇÃO PLENA
Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente.
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Texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. Conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante tanto tempo perseguido? Continuo como sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”. A pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. Trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de Cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como um “génio abortado”. Sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. As cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “Mais não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.” O fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. Aos 42 anos, pensa 72 | My World
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
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w Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways
Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single ; 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott
Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva.
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que morrerá jovem e redige o testamento. Aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual nunca falará. Aos 51, retira-se para Aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. A religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo da morte. Segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas e depois? Creio que sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum” Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. A ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em Cézanne a partir da mesma fraqueza. E a sua extrema atenção à natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também. “Devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas, Cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para todos. Entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só um homem sabe fazê-lo. “Como pintor torno-me mais lúcido quando confrontado com a natureza”. Italianos, Tintoretto, Dela
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato.
croix, Courbet, Impressionistas, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”. Apesar disso foi necessário vencer grandes dificuldades para levar por diante a empresa e evitar a efemeridade que caracterizara as tentativas anteriores de introduzir aquele tipo de imprensa em Portugal. Caetano Alberto, sobre quem pesava a maior responsabilidade, tinha que trabalhar por si e dirigir o trabalho de seus discípulos, emendando, retocando e acabando a maior parte das gravuras, o que obrigava a dias de trabalho de 18 horas. Note-se que o título da novidade editorial possuía por extensão «Cadernos de Almada Negreiros», o que vincava a natureza individual o projecto e My World | 75
w Datas de Partida 2 e 15 de junho; 9 e 23 de julho Tap Air Portugal e British Airways
Preços por pessoa Programa Categoria Mar-Dez Duplo Supl.Single ; 6 Dias Primeira 1.133€ 307€ Primeira SuD 1.233€ 351 € Turística 1.088€ 237€ 7 Dias Primeira 1.233€ 369€ Primeira SuD 1.323€ 421€ Turística 997€ 198€
Hotéis Previstos Days lnn I I bis I Arena I Landmark I Bristol I Kempinski I Meridien I Geneva I Amman Cham Holiday lnn I Warwick Millenium Petra Panorama I Petra Moon I Nabatean Castle I Movenpick l Guest House Taybet Zaman I Beit Zaman Marriott
Serviços Incluídos Comuns aos 2 circuitos Passagem aérea Portugal Amman I Portugal em classe turística; 5 ou 6 noites nos hotéis seleccionados em regime de alojamento e pequeno-almoço; Circuito em viatura de turismo com guia local de língua espanhola; 4 ou 5 refeições; Transfers de chegada e saída; Assistência pelos nossos representantes locais; Taxas de serviço e IVA; Taxas de aeroporto, segurança e combustível – BA 231 ,33€ (suj. a alteração); Seguro de viagens VIP. Os preços não incluem: Bebidas às refeições; Visto; Despesas de reserva.
criava maior expectativa em relação ao seu conteúdo. Almada, o incansável animador do movimento modernista, tinha consciência da sua força como comunicador e do interesse que as suas criações suscitavam. Todos os suportes, formatos lhe eram familiares, desde a imprensa à rádio, passando pela conferência, o teatro, o cinema e outras formas de intervenção directa. A maioria das vezes, conseguia despertar opiniões e com Sudoeste não foi excepção. Quando Cézanne se muda par Auvers-sur-Oise produz-se uma mudança. Em contacto com Pissarro abandona os temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. As piceladas deixam de ser grossas e quadradas e tornamse mais subtis e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita Cézanne à pintura ao ar livre. Texto de Cátia Fernandes e fotos de Miguel Costa.
Destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato. 76 | My World
My World | 77