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Quintal Brincante Fava de Bolota, Palmas, TO

Quintal Brincante Fava de Bolota Palmas, TO

O Movimento Quintais Brincantes vem mapeando iniciativas que surgem pelo país com a intenção de honrar a cultura da infância na natureza, em um tempo largo de brincar livre. Essa pesquisa mostra que boa parte dos projetos nasce de educadoras(es) insatisfeitas(os) com as experiências educacionais que vivenciam ou de famílias que buscam espaços adequados aos seus próprios filhos e filhas.

Presentes em todo território nacional, os quintais criam e fomentam experiências educacionais sensíveis à nossa cultura e aos nossos saberes, que transformam áreas privadas e naturalizam parques e praças nas cidades. É frequente observar crianças cavando, subindo em árvores e troncos pelo caminho e ver a presença da comunidade em mutirões de conservação dos espaços e criação de instalações de brincar. Muitos quintais realizam intervenções em parques e praças, incentivando a ocupação de espaços públicos pelas crianças, o que também representa uma possibilidade de expandir vínculos e conexões sociais. A seguir está uma descrição resumida da experiência do Quintal Fava de Bolota, fundado a partir da potência e da beleza da paisagem onde está inserido, o Cerrado.

Inspiração: aproximar crianças do universo lúdico-natural foi e continua sendo urgente na comunidade de Palmas (TO). Muitas famílias e profissionais de saúde procuram o quintal como uma estratégia para lidar com problemas enfrentados pelas crianças relacionados ao excesso de eletrônicos, dificuldade de estabelecer diálogos e obesidade.

O Quintal Fava de Bolota inspira-se na tradição nortista da região onde está inserido e na exuberância do Cerrado, que por meio da presença de seus elementos naturais fez com que o concreto da casa original fosse pouco a pouco ficando em segundo plano

Planejamento: o espaço externo do quintal conta com 1.200 m² e sua riqueza natural impulsionou uma ocupação que visa tornar o ambiente ainda mais convidativo ao brincar, estimulando o acolhimento e o desejo de exploração e interação com a natureza de quem chega por lá.

Implementação: os espaços internos foram delicadamente envolvidos por folhas, galhos, discos de madeira, gravetos e sementes, flores e cipós, numa intensa representação do bioma. Os espaços externos, onde a presença do concreto era muito marcante, ganharam status orgânico, de bioconstrução. Uma ampla variedade de elementos naturais do Cerrado se tornaram brinquedos, favorecendo a presença das crianças e adultos e convidando à interação, construção e criação. Além disso, há estruturas como pirâmides de bambu, tanque de areia, tocos de diferentes tamanhos, rampa de madeira, cordas e diferentes tipos de plantas que naturalizam os ambientes, especialmente os internos, tornando-os vivos e conectados com a natureza que se manifesta no lado externo do quintal.

Resultados: hoje, o Cerrado habita todo o espaço da casa e meninas e meninos movimentam-se de um lado para o outro, subindo, descendo, escalando, criando brinquedos com elementos naturais e cozinhando com as folhas e flores que caem das árvores.

Desafio: a manutenção de uma área tão extensa é sem dúvida um dos desafios para que o quintal continue sendo atraente. Há também a necessidade de, com frequência, agregar novos elementos aos que já existem, visando aguçar ainda mais o desejo das crianças de exploração do lugar, garantindo o brincar e a intimidade com o natural.

Informações adicionais: • área completa de ocupação de adultos e crianças: 1.500 m² • inauguração: março de 2018 • responsável: Fava de Bolota

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