Imprensa Evangelica

Page 1

¦U

&\ N:

IMPEENSA EVANGÉLICA PUBLICA-SE

jsr. 1

TODOS

OS SABBADOS.

Sabbado 5 de Novembro IMPRENSA EVANGÉLICA PROSPECTO

1864-

Tal é a única missão da Imprensa Evangélica. Sahirá semanalmente um numero de 8 paginas que, além dos artigos de fundo, conterá um noticiario universal de interesse puramente evangelico. Com o progresso de nossa Igreja, iremos dando á nossafoihao desenvolvimento quo lhe convém. por publicações variadas, que, sem se afastarem de seu principal objecto, lhe procurarão o atirartivo da novidade nas fôrmas. Este trabalho, não lendo em vistas senão os interesses exclusivamente religiosos da sociedade ena geral, como em particular do indivíduo, estranheza toda e qualquer ingerência em politica, a todos é consagrado; porém com muita particularidade o dedicamos aquelles para quem a religião de Jesus Christo ainda não se tornou cousa indiííerente, e, no meio da perversão universai de seus princípios divinos, não trahirão ainda o dom mais precioso de Deos —a liberdade de consciência perante o Evangelho.

Temos perluslrado todas asclasses da sociedade com o desígnio de lhe prestarmos de um modo proporcionado ás suas mais legitimas exigências na esphera religiosa. Em toda parte achamos disposição para conversações santas, desejo ardente de reformar o coração, esforços de uma alma afflicta por se reconciliar com Deos.—Não importa isto um protesto solemne, de que não vivemos só para este mundo, senão tambem para um outro mundo, que infallivelmenle nos espera, logo que a morte nos transforma ? O homem, porém, parece ter no peito, á hora da devoção, um coração inteiramente differente daquelle que revela sua vida eommum. — Aqui, seus actos não correspondem á religião que professa; e, se alli se mostra escrupuloso em praticar acções que lhe acarrelarião a justiça tle Deos, não se mostra menos naquellas que nrio revelão alIini^lilei-at-õe-i aobre » a-oli_çião. gumamora Deos: nem sempre a santidade de suas obras confirma seus bons propósitos, raras Todas as religiões têm em eommum o fim que prevezes imitando a Jesus Chrislo aquelles que mais tendem oonse«uir. Todas ellas reconhecem como axiotna fundamental, que a raça humana padece tanpublicamente o confessão. tas e tão grandes necessidades, que é mister um ivNo meio do chãos de idéas religiosas, que médio sobrenatural. Qualquer systema que não recodivide actualmente os homens, inútil fora desço- nheça a necessidade de buscarmos fora de nós as brir-lhes as fontes d'onde borbulha o mal, se forcas "um indispensáveis á nossa felicidade, nao passa svstema philosopbico. O sobrenatural é a de para cura-lo lhes não applicassemos meios. A linha divisória enlre a philosophia c a religião. Todas propagação do Evangelho, pela vivificação da as llieorias pliilosophieas se basêão na crença de que a lanlo devoção domestica, pelo órgão de uma folha, par- reliabiülação do gênero humano no seu todo,e aperno desenvolvimento está indivíduo, do ticularmente a isso consagrada, eis da nossa parte como feicoamenlo dos dotes do corpo e do espirito . com alguma a applicação dos meios. que a natureza nos beneficia. Não lia religião fraqueza a sustentando esle principio, Sede nossos esforços não conseguirmos vingar (pie negue do homem, e a necessidade de procurarmos senão o minimo do nosso desígnio, ainda assim radical em outra parle as forças que a philosophia, com visla nos lisonjearemosjubilosos, por havermos cum- curta, pretende achar em nós mesmos. Esta nece;sidade de adjutorio sobrenatural é o ponto de par prido com o nosso dever.

a \


IMPRENSA EVANGÉLICA tida de lodo o syslema, que merece ser tido por uma religião na própria accepção da palavra. Mas as diversas religiões, que, de accordo combatem os princípios dos que pretendem achar nos dotes da natureza tudo quanto é necessário, para que o genero humano se rehabilite, apenas passão deste axioma, dividem-se em mil crenças irreconciliaveis. Cada uma aprecia a seu modo a causa dos males que padocemos. Os remédios próprios para cura-los, são iníinitos. Onde existe accordo sobre o único remédio próprio, ha muitas vezes grande discrepância «ie pareceres a respeito da preparação e applicação desse remédio. Desla sorle succede que, não obstante todas as religiões terem em commiun a salvação do gênero humano, por meios sobrcnaturaes, são tão diversas, que a verdade não pôde achar-se senão só n'uma dellas. Cremos ser esla a religião christã , da qual o Evangelho é exposição cabal e perfeita. Procuremos dar uma idéa exacta do fim que a religião christa pretende conseguir. Km geral póde-se aflirmar que o fim da religião de Chrislo , lal qual o Evangelho a representa, é salvar a raça humana de um modo lal que o universo inteiro seja constrangido a gloriíiiar o santo nome de Deos. Eis o problema do qual o Evangelho é a solução—a salvação do homem de um modo conforme aos principiosfundamenlaes da lei de Deos. A difficuIdade eslá na reconciliação dosallribulós de um ser supremo e perfeito com a salvação de creaturas, taes como somos nós. A mesma difficuldade não tem lugar senão na religião verdadeira, só ella conhece a existência de um Deos perfeitopois e immutável, cujas leis não podem ser postergadas, qualquer que seja o lim que se propõe altingir. De Iodas as religiões, só a de Chrislo consegue oilerecer aos homens uma salvação plena, adquirida em perfVila harmonia rom us principius da justiça absuluh. As mais religiões, lomtanlo que possão satisfazer ás i exigências de seus devotos e á ambição do seu ilero, I não duvidão usar de todi s os meios. Tudn n seu ! empenho è por conseguir r. eonlentar ! que possa aquelles que as abração. J A religião chrislã tem como o seu alvo re-merar e salvar aquelles que a abração, sem a menorquehra |! da dignidade do ser supremo.e sem a menor infracçao de suas leis. A condição, sem a qual não nóde haver a menor possibilidade da salvação, é, quc a lei e o seu divino autor não sejão em cousa alguma menoscanados pelo Evangelho da e caridade, que paz elle oílerece aos homens. Deos fazendo-se juslificador dos homens, não pôde deixar de ser elle mesmo justo. E forçoso confessar, que a razão humana não sabe conciliar a justiça absoluta de um Deos immulavel com a salvação de creaturas lão indignas e criminosas, como som-eg-násT é a S0lu^° l)erftíila desle ProIiIpiÍÍ Vn e .fge,h0 Dfios se nos revela' reconciliando com!.t i

^ qU? a SUa ÍusliCa °" sa,llidade ou verrlír?5' ^V"^ ilustrada. Perdoando

aos contri n^eacCrente;s' Deos ,l,ai* tV2l nunca merece quo que todas as creaturas II,, !0umn a sua justiça,

santidade e caridade. A demonstração desta harmonia pede outro artigo. (Continua.) Tentem u nli o de homens dlstlnetos sobre a excellenela da Bíblia. Diz Muller, o grande historiador : « O Evangelho é o cumprimento de todas as esperanças, a perfeição de ioda a philosophia, o interprete de todas as revoluções, a chave dc todas as apparentes conlradicções no mundo physico e moral. Elle é a vida; é a immortalidade. Desde que conheceis o Salvador , tudo é claro; com elle nada ha que não tenha fácil solução.» Diz Sir Francis Bacon -. « As tuas creaturas tem sido os meus livros; porém as tuas Escripturas muito mais : eu te procurava pelas ruas, nos campos e nos jardins, mas te achei nos teus templos. « Eu creio que a palavra de Deos, pela qual a sua vontade é revelada, continuou em revelação e tradição com Moysés; e que as Escripturas existião desde o tempo de Moysés até o dos apóstolos e evangelistas; em cujo tempo, depois da vinda do Espirilo-Santo, o livro das Escripturas foi concluído e fechado, para não receber qualquer nova addição ; e que a igreja não lem o poder, depois de completas as Escripturas, de ensinar ou mandar cousa alguma contraria á palavra escripta. » litBtrueção e culto doméstico. O PAI NOSSO.

Meu filho, o que é orar'.' E dizer a Deos tudo o que sentimos e pedir a Elle em nome de Jesus tudo o que precisamos. Os meninos podem dirigir-se a Deos com a mesma conManca eom que se dirigem a seus pais. Quaes são as culpas que a gente muitas vezes commette em suas orações? Muita gente, em vez de fechar-se em seu quarto onde a alma sem distracção pôde elevar-se a Deos que está presente em toda a parle, busca os lugares mais públicos para serem vistos dos homens (MaU. (i, G). Alguns, á imitação dos pagãos, repetem sempre as mesmas palavras, como se o Deos dos chrislãos não pudesse logo comprehender o que desejamos. (Matt. G, 7.) Como é que Deos quer que o chamemos? Não é admirável, que Deos, sendo tão grande e glorioso, consentisse e desejasse que homens peccadores, e alé os pequeninos, lhe dessem o nome de pai? Se elle não nos tivesse fallado pela boca de seu Filho Jesus Chrislo, teríamos animo para assim orar? Não; mas agora que elle assim quer, como nao devemos estar satisfeitos e alegres I Como ó que um bom pai trata a seus filhos? Elle os ama, os sustenta, os ensina e os corrige quando fazem cousas mal feitas. Dizendo-se : Nosso Pai, será verdade que Deos promelte Iratar-nos assim ?


IMPRENSA EVANGÉLICA

26.)

Deos assim trata a todos os seus filhos. Como podemos ser filhos de Deos ? {Gaiatas [\,

Que significa a palavra nosso ? Que Deos tem muitos filhos, e todos os homens são irmãos, e devem amar uns aos oulros e orar uns pelos outros. Porque se diz estar Deos nos céos ? Tara nos fazer entender a grandeza c a gloria de Deos, e a menlira daquelles que ensinão que Deos habita na terra ou tem semelhança alguma. Decs é celeste e invisível. Qual é a primeira petição do Pai Nosso ? Qual è a razão de principiar esla oração assim? Para dar a saber que a gloria do nome de Deos é o lim principal do homem e de todas as cousas. {Rom. ll,36e 14,7 — 9.) Como é que se santifica o nome de Deos? Santificamos o nome de Deos quando temos no coração taes pensamentos e sentimentos, que, ao ouvirmos ou pronunciarmos o seu nome, o laçamos com reverencia, humildade e amor. Como fazem os Anjos a este respeito? {Isaias 6, 3.) Será possível que as pessoas, que a cada momenlo fallão em Deos, o fazem com esla reverencia? Não ; pois as mais das vezes é só por costume. Que mandamento da lei é violado por este máo costume? {Êxodo 20, 7.) Qual 6 a segunda petição"? [V. 10.) O que éo reino de Deos? {Hom. 14, 17.) Pedindo que o reino de Deos venha, o que é que desejamos ? Que Deos nos faça a nos e a todos os homens justos, cheios da paz e felizes. Qual é a terceira petição? [V. lü. Como se faz a vontade de Deos nos céos? Perfeitamente. Para que alguém faça esle rogo sem hjpocrisia e mentira, o que é indispensável ? Todo aquelie que vive em peccado , violando qualquer preceito da lei.de Deos,emquanto continuar a viver assim não pôde pedir de coração : Vcnita a nós o teu reino. Para decorar. I."in convilc.

Vinde a mim todos os quc andais cm trabalho e vos achais carregados, e eu vos alliviarei: tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso jugo é suave e para as vossas almas, porque o meu'M.) o meu peso leve. {Matt. 11, 28 — Orarão. Senhor, nosso Deos, nós le damos graças por nos ensinares a chamar—Pai nosso qne estás nos céos. — Faze com que te amemos, te reverenciemos e te obedeçamos como filhos. Perdóa-nos as nossas culpas por amor de Nosso Senhor Jesus Chrislo. Ajudanos a glorificar o teu nome, emquanto estivermos sobre a terra, para que, em morrendo, sejamos

levados para onde não haverá mais peccado , nem dôr, nem pranto, e onde o Senhor enxugará as lagrimas de todos os olhos! Amen. LÜC1A OU A LEITIIU \)\

BÍBLIA

ron .Mioi.nm mumiu. 1'KOJ. CAIITA

Lm.ni

< uri

Fubi

Causar-lhc-lia admiração recebei' uma carta minha, eesta .admiração crescerá depois de sna leitura. Porém, não tenho no mundo a quem descobrir-me sobre um assumpto que meoecupa lia duas semanas. Pela |#imcira vez em minha vida começo a conhecer que não tenho religião e a saber que desejo ler uma. Como todo o mundo, ou anles, como todas as mulheres, tambem tive um momento religioso na idade em que o coração principia a sentir a necessidade de amar, e que se entrega a Deos, na falta de oulro objecto que o attràia. Entretanto, islo não foi senão como um relâmpago, porque iminediatamente os prazeres, os obséquios que mereci á sociedade, o affecto que soube inspirar-me o Sr. de Lassalle, epor ultimo os deveres da vida, um marido, uma casa e os filhos, absorverão toda a minha aüenção; e se o costume de assistir á missa com minha familia me recordava de vez em quando que existia um Deos, devo confessar que fora da igreja pensava bem pouco nelle. Meu marido, com > V. sabe, Sr. Cura, pouco se importa do que faço em matéria dc religião, e tanto eu tenho sido indifferenlc, como elle inteiramente incrédulo. É provável que V. ignore que nasci protestante, cousa de qn apenas me recordo. Perdi minha mãi, ao nascer, e meu pai aos doze annos. Quando me casei, apenas me resta vão alguns parentes remotos ; portanto, segui sem resistência e sem premeditarão a religião de minha nova lamilia, e nella se educarão meus filhos. Mas emfim, confesso com vexame que jamais communguei. O que me fez pensar em tudo islo, foi uma circumstancia, que a V. parecerá quasi estéril. Em o dia de Todos os Santos, o lempo estava magnífico, sahimos a passeio, e passámos em frente aosinuros do cemitério. Nossa conversação, perdendo por um momento sua frivolidade ordinária, versou por alguns instantes sobre a morte e o enterro; e então a mim mesma eu fiz esta pergunla: —Quando eu morrer onde me sepultarão? De origem protestante, catholica pelascircumstancias, mas na realidade sem ser dedicada nem à uma, nem á oulra religião, a qual dellas pertenceria o meu corpo? V. pôde pensar de mim o que quizer, Sr. Cura; mas o que é cerlo, é que essa duvida me lem inquielado, perseguido, e despertado as primeiras reflexões sérias, que jamais havia feito em matéria de religião.


IMPRENSA EVANGÉLICA Principiei inquietando-me unicamente pelo corpo, e acabei fazendo-o lambem pela alma: finalmente quero saber o que sou. O mais acerlado era ser realmente calholica, pois não vejo razão alguma "no para voltar ao culto de meus caso de haver igualdade entre pais; porquanto, as duas communliões, haveria mais facilidade em permanecer no que sou, ou no que se suppoe que sou. Posso, sem ruido, ser calholica, mas não po>so ser protestante, sem provnca-lo. Por oulro lado, muito me repugna separar-me de meu marido e de meus filhos, e anles me exporia a soffrer tudo, do que collocar-me no risco de estabelecer uma divisão em minha familia. Além destes, ainda ha outros motivos mais graves que me altraem á religião catholica, e não" os tome V. por um cumprimento, porque isto que lhe vou dizer o diria também a um ministro. * Apezar das preoecupações de meu nascimento, não posso deixar de reconhecer na religião de V. um certo tom de autoridade, que não encontro na outra. Tudo me attrae para ella, sua extensão, sua ordem admirável, sua antigüidade, a pompa de suas ceremonias, e a magnificência de seus edilicios." Entretanto, sinto a necessidade de conhecer melhor uma lei que quero abraçar de lodo; c em quanlo espero outras luzes, estudo o Manual do Chrisião dc que usava na igreja, sem pensar no que lia. Neste livro, o que mais chamava a minha altenção, erão aquelles trechos das Escripturas Sagradas, que se citão nelle; já porque a Biblia é o fundamento commum de ambas as religiões, e porque, lendo-a, não falto nem á fé calholica, nem â protestante ; ou já por causa de um sello, ou nola particular que encontro nesta parte do Manual, que a distingue de Iodas as outras. Tudo li com gosto edificante, porém us Evangelhos e as Epístolas não me farto de ler, e deixão em meu espirito uma dupla impressão que a mim mesma não sei explicar, e que se torna necessário, que V,, Sr. Cura, me faça compreliender. Por um lado, como acabo de dizer-lhe, o que da Biblia li no Manual ma parece ler um tom de candura e de autoridade, que me faz crer que foi escripta por inspiração divina. Mas, por oulro lado vejo, eu o confesso, cousas tão estranhas, tão opposlas ás idéas communs, que me custa persuadir-me de que sejão verdadeiras, e de que Deos tivesse fallado assim. Olhe, Sr. Cura, já que devo lhe dizer tudo, muito me custa acreditar que Deos houvesse fallado aos bomens, por qualquer modo. Ema revelação, prophetas, milagres... Perdoe minha franqueza, pois me parece contraproducente que as cousas se passassem dessa maneira; e, se liem que esteja mui longe de crer o que meu marido diz sobre este assunipto, suas razões me abalão ás vezes mais do que eu quizera. O que diz V. de ludo islo, Sr. Cura ? São cousas rea es essas historias maravilhosas? V. o crê assim ? Não o duvido, pois conheço a rectidão que lhe é propria. Um homem, como V., não se pronuncia sem

provas; mas, quaes são ellas ? Tem V. algumas para dar- me, que satisfação completamente o meu espirito ? Não é elle dos mais accessiveis á fé, bem o vê V., porém não é refractario á luz. Seja, porém, como fór, não desejo as cousas pela metade, e uma vez empenhada nesie assumpto, não quero que me fique algum remorso. V. já terá comprehendido o porque não me dirijo ao cura da parochia. O Sr. Aleixo é um homem de bem, porém, é um desses jovens que principião agora nas igrejas, e que não conhecem senão o seminário. O que necessito éde um homem que me inspire mais confiança, e que eu possa contar com sua discrição. Se V. se der ao incommodo de responder-me, eu lhe supplico que não se olvide de que não tenho nem grande engenho, nem muilo saber. Falle-me V. sinceramente, e não me dê senão razões que estejão ao meu alcance. CAHTA

SEGUNDA.

O Sr. Cura Fabiana d Lnciti. O incommodo de responder a V.! Ah, senhora, não me falle deste modo. A carta que me fez a honra de escrever, é a mais agradável que me fora dado receber. O que ha de mais satisfaclorio para um ministro de Jesus Chrislo, do que ver uma pessoa buscar a verdade, com a boa fé com que V. o faz? E que oecupação mais conforme com o meu gosto e o meu dever, do que ajuda-la nesta investigação com as minhas fracas luzes, se bem que com todo o ardor de meu ministério ? Deos já principiou,a ensinar a V., e creia que Elle mesmo o acabará. É verdade que V. segue um caminho differeute daquelle que costumão seguir as almas fieis. Quasi sempre se principia crendo na igreja, e depois sobre a fé da igreja se crê na Santa Biblia, de cuja inspiração aquella nos assegura.. V. ao contrario quer ir da Biblia á igreja. Não deixaria isso de causar-me alguma inquietação, se não estivesse convencido de que V. não tardará a voltar ao caminho costumado, que, sem contradicção, é o mais simples e o mais seguro. Em pouco tempo reconhecerá V., senhora, que não lia tranquillidade bem fundada, senão para quem se | entrega inteiramente à igreja, como um filho à sua I mãi, para que ella o conduza a Deos. A oração, a experiência, o estudo de seu próprio coração, e ainda, ! a difficuldade que V. já encontra em seu caminho, lhe farão conhecer melhor do que as minhas advertencias, e farão por arrancar de seu espirito esse resto de protestantismo, que faz com que V. inverta a ordem de sua conversão. Quer v. que lhe apresente provas que demonstrem a origem divina de nossa santa rejigião. Isso seria muilo mais fácil, ou para melhor dizer, esse cuidado seria supérfluo, se V. tivesse seguido a marcha que acabo de explicar-lhe, e aprendido desde logo a submetler-se em tudo á decisão da igreja. Nesse caso, em quatro palavras, tudo eu lhe teria dito: a Biblia é um livro inspirado por Deos, porque assim nos ensina a igreja,que não pôde enganar-nos.


IMPRENSA EVANGÉLICA Mas no caso em que V. se acha, vejo que essa resposta não a satisfaria. Portanto não me escusarei a dar-lhe outra mais conforme com o meu desejo, para não dar-lhe oceasião de que veja uma derrota em meu silencio. Deos me guarde de fazer alguma cousa, que possa escandalisar a sua nascente fé. Porém, senhora, o ponto sobre quefme consulta é de muita consideração para uma carta. Melhor me explicarei em uma conversação, na qual V. poderá propôr-me seus embaraços e suas duvidas. Para a semana que vem, tenho de fazer uma viagem a *¥*. Não terei tempo de deler-me na ida, porém na volta terei a honra de descansar em sua casa, e poderemos então desembaraçadamente conferenciar sobre um assumpto, que por tão juslos motivos, lanlo lhe interessa. (CntUmita.j

A experieairln de uni vellio cliristão. Um velho paslor evangélico, que já passou o termo de sessenta annos de idade, mas ainda continua a desempenhar perfeilamente a sua missão, ha pouco pregou um sermão acs velhos de sua parochia. Desejando mostrar quanlo é bom que o chrislão á proporção que vai se approximando do termo de sua vida, desprenda-se mais e mais de cousas mundanas, servio-se desla comparação lão bella como justa : « A terra, no seu gyro annual, sempre se conserva 95 milhões de milhas ou quasi 24 milhões de léguas distante do sol. Com o decurso do lempo, esta distancia nem se diminue, nem se augmenta, e por conseqüência o sol á nossa vista, e em relação á terra, é um objecto insignificante. « Mas, supponhamos que a terra deixando de seguir a sua orbila em roda do sol, á distancia de 24 milhões de léguas, fosse em «lireilura para o so!, approximando-se deste com a mesma rapidez com — cada que agora caminha na sua orbita actual; a maior vulto, fazer instante, o sol parecer-nos-hia dilalando-se e enchendo o espaço com os seus raios e brilho: não tardaria a oecupar tal extensão do espaço, e a fazer-se lão brilhante, que em comparação a terra, pareceria ser nada. « Tal é agora o meu modo de olhar a vida do homem sobre a terra. Quando era menino, e no verdor da mocidade, a eternidade me parecia estar mui distante. Pouco se me dava de pensar nella. Porém, agora que tenho chegado á uma idade lao avançada, segundo me está parecendo, a terra não segue mais a sua orbita em roda do sol, mas vai rapidamente approximando-se delle t/m linha recta. Cada vez distingo mellior as cousas eternas, as quaes vão augmentando de proporção, ao passo que a distancia que nos separa vai-se diminuindo. Já vivo preoecupado dos interesses da vida que me espera além dos tempos, e a terra, com ludo quanlo o coração humano ambiciona, vai desvanecendo-se no mais amplo horizonte que se me abre. » Esta experiência, infelizmente, não é de todos os velhos I

S. Paulo e a orarão. « Rogo-te, pois, primeiro que tudo, se facão supplicas, orações, preces e acções de graças por todos os homens : pelos reis, e por lodos que estão elevados em dignidade, para que vivamos uma vida socegada e tranquilla , em toda a sorte de piedade e de honestidade, porque isto é bom e agradável diante de Deos nosso Salvador.» —(Ep. 1" aTimotheo, cap. 2, v. 2 e3.) Notemos: l.°Os christãos devem ser dados frequentemente á oração, abundar nella, e habituarse ás supplicas e preces. 2." Devemos, em nossas orações, interessarmo-nos generosamente por outros, tanto como por nós mesmos. Devemos orar por todos os homens, dar graças por todos os homens, e não limitar nossas orações ou acções de graças ás nossas próprias pessoas ou famílias. 3." A'oração consiste em vários modos: supplicas, intercessões e acções de graças -, porquanto, devemos orar tanto pelas misericórdias de que ne cessilámos, como devemos ser gratos pelas misericordias já recebidas, deprecando os juízos que merecém os peccados, nossos e os dos outros. 4." Todos os homens, até os mesmos reis, e os que estão em autoridade, necessitão de nossas orações, porque elles lutão com muitas difficuldades, ê estão expostos a muitos laços, em razão de seus elevados cargos. 5." A oração pelos que nos governão é o melhor meio de alcançarmos uma vida tranquilla e socegada. Os llebrèos, em Babylonia, forão admoestados para buscarem a paz da cidade, á qual foi Deos servido leva-los em capliveiro, e pedir ao Senhor por ella -, elles paz. porque na paz da mesma terião tambem Jeremias xxix, 7.) C,.° Se desejamos ter vida socegada e tranquilla, devemos viver em toda sorte de piedade e honestidade, islo é, cumprir com os nossos deveres para com Deos e os homens. « Porque o que quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie sua lingua do mal, e os seus lábios não profirão engano. Aparle-se do mal, e faça o bem: busque paz, e vá após delia.» (Pedro III, 40—H.) Ora, a razão para isto dada, é porque isto e bom, diante de Deos , nosso Salvador; isto é, o Evangelho de Chrislo exige, que assim o façamos. Devemos, à pois, fazer e abundar naquillo que è agradável Salvador. nosso vista de Deos

JL caridade.

Sublime virtude! Aquelie que sente o seu coração locar-se de tua inspiração, realiza em seus actos o cumprimento da lei que resume o amar a Deos sobre tudo, e ao próximo como a si mesmo, a qual foi testificada por Moysés, dando-lh'a Deos, dividida em dez mandamentos. Oh santa caridade! Aquelie que sente tua luz inundar-lhe o peito, estenderá sua mão sã sobre as


IMPRENSA EVANGÉLICA carnes apodrecidas do leproso, e sem repugnar o fétido da gangrena e o contacto do pus, uma a uma lhe pensará as ulceras,com o cuidado que quizera na mão daquelle que tivesse de amputar um dos membros do seu próprio corpo I Divina caridade! Quando tua irradiação celestial projectar-se em meu coração, é que a Graçado Divino Espirito de Deos, pela crença em seu Bemdito e unigenito Filho, Jesus, terá de todo vasado o negro fél de todas as abominações que elle segrega, o lodo immundo de todas as corrupções que elle transborda I Caridade! Sinta-a o teu coração,— poderoso rei, que avassallas intermináveis legiões de subditos, que te assentas no ápice das immunidades e grandezas, —e teus pés descalçarão os burzeguins recamados de ouro e pedrarias, para se rasgarem, nús, nas sarças da floresta, para se golpearem nos estilhaços do gelo, em procura do viandante transviado e perdido,em busca do mendigo repellido pelo egoísmo social 1 Tua fronte e teus membros se despojarão dos ouropeis, das esmeraldas e brilhantes; trocarás a coroa da terra pela aureola dos apóstolos do Evangelho; coserás teu corpo à túnica andrajosa do peregrino, e trocando a sumptuosidade de leu solio de brocado e purpura pelo teclo humido de ignorado pardieiro, ávido correrás a dar tua mão ungida e diaphana à mão mirrhada e macilenla pelas labaredas da febre, e a unir tua cabeça soberana ao craneo e epidermes encarquilhadas pelos sulcos da miséria e algidez do abandono! Corre, corre, discípulo de Jesus, que achaste a Graça da fé diante do Arbitro dos reis do universo ! Corre, corre, quem quer que tenhas sido, oh! cador, em cuja fronte predestinada projectou-se pecessa luz divina que cegou a Saulo na estrada de Damasco ! O egoísmo reclinado nos coxins da voluptuosidade, cambiando as concussoes do mercantilismo, rasgando as crenças, e lacerando as emoções da viuvez e orphandade, com as delapidações da usura, nos delírios da ambição ferrenha e cega, excommungará tua avidez ! e a sociedade cm peso vociferará anathemas que te envolverão como o pó sacudido por teus sapatos, ao deixa-la, e levantado em tua carreira ! .Mas corre mais, e sempre, oh ! crente, e arrependido, que te prosternaste diante do Filho de Deos,para lavar-te como sangue da salvação de Jesus, e agora levas em teu alforge metade do teu pão para os que cahiraoalém, exhauslos pela fome! Elles hão de sorrir agradecidos, e tu lhes ensinaràs a dar graças ao que te deu a beber da agua da vida ! A. Epístola de S. Paulo aos Romanos, analygada.

Cap. I: {— 7. A saudação do costume, em que Paulo se declara divinamente chamado para prégar o Evangelho do Deos homem entre todos os povos. Cap. I: 8-16. Inlroducção do lhema enunciado nosversos!6 e 17. i'-. Paulo busca captar a bene-

volencia dos Romanos, manifestando quanto desejava vê-los, c como fazia continua lembrança delles, louvando a Deos pela sua firmeza na fé. 2": Manifesta a vontade que tinha de, na capital do mundo, annunciar as boas novas de que elle era interprete aulorisado. No 10 e 17. A Proposição ou lhema cujo desenvolvimenlo fôrma o corpo da epístola. Este thema é o seguinte: O Evangelho,do qual Paulo eraprégador.é a manifestação do único plano divinamente concebido e autorisado para salvar os homens. O que ha de caracteristico e distinctivo no Evangelho é: Primeiro, que a condição indispensável da parte dos que queirão salvar-se—é a fé, ficando, pois, annulladas as exclusoes, por causa de nacionalidades. Segundo, a salvação dada aos crentes funda-se na justiça divina. O Envangelho descobre e offerece aos crentes a rectidão necessária para que o peccador seja absolvido, sem derogar da lei de Deos. Essa rectidão é de Deos, pois provém da obediência e paixão de seu unigenilo Filho, e é por Deos Pai aceita,como adequada para satisfazer às exigências da sua lei. Essa rectidão é imputada aquelles que crêm em JesusChrislo, de sorte que esles são juslos pela fé, e vivem a vida espiritual e eterna (*). O desenvolvimento deste lhema, em razão de ser a igreja eni Roma composta de Judeos e de Gentios, necessitou que Paulo provasse que nem para uns, nem para outros havia possibilidade de salvação pela sua própria rectidão. Esla proposição prova-se quanto aos Gentios desde v. 18 do cap. I até o fim, e quanto aos Judeos desde v. 1 do cap. II até v. 20 do cap. III. Oa princípios sobre que a argumentação de S. Paulo se basêa, são a certeza de haver punição onde ha culpa, e que ba culpa onde o homem sabendo ser qualquer acto criminoso, o commelte. Applicando estesjirincipios fundamenlaes aos Gentios, que ignoravão a lei escripta, diz Paulo, que são inescusaveis, pois fazem cousas taes, que asua própria consciência e a luz natural os condemnão. Emquanto os Judeos, tendo uma lei mais clara e perfeita, que não guardavão, erão ainda mais criminosos. Esta prova m-gatim de ser o Evangelho o único meio de salvação, dá em resultado a convicção tão necessária como terrível que Paulo exprime no cap. III desde v. 9 até 20. (*) A justiça de Deus, é phrase que o leitor portuguez difficilmente poderá compreliender aqui, c em outras muitas passagens tia Escriptura Saciada. Não se refere ao atlributo divino que se chama a sua justiça. Seria absurdo fallar em imputar ou ettribuir aos liomens a justiça de Deos, se o sentido fosse este. O original prego esclarece perfeitamente a verdadeira significarão da justiça dc Deos. Dikaiosune é tudo o que faz com que alguém seja tido como recto ou justo. A dikaiosune de lieus significa o que Peos de sua graça attribue ou lanai ti conta dos fieis, par aque estes sejão tidos comu rectos ou justos. A matéria desta dekaiosune ou rectidão, é os infinitos merecimentos do eterno lilho de Deos. Eis porque ie diz ser ella de Deos.


IMPRENSA EVANGÉLICA Cap. III: 21—31. — O amatjo do thema ou a declaração positiva de ser o Evangelho a manifestação do meio pelo qual os homens, faltos, como estão, de merecimento próprio, podem, mediante a fé nos merecimentos de Jesus Christo, justiticar-se perfeitamente diante de Deos. Isto succede assim. A lei divina, euja pena é a morle, conderona, como fica provado, tanto aos Judeos como aos Gentios. A immutabilidade do Ser Supremo não consentia que a sua lei deixasse de ser executada. Para que a sua lei fosse executada, e uma salvação gratuila oflerecida â raça humana, o filho de Deos e da Virgem Maria offereceu-se sobre a cruz. como viclima propiciatoria e viçaria pelos peccados dos homens. Em razão, pois, da redempção feita pelo sangne de Jesus, Deos acha-se justo mesmo quando justifica aquelles que têm fé em seu filho(**j. Estes, pela fé, lornão-se participantes da rectidão, que consiste nos merecimentos infinitos do Redemptor. Em oulras palavras, a lei que antes os condemnava â morte, por causa do seu próprio demérito, agora lhes assegura ávida elerna, em razão de lhes serem imputados os merecimentos de Christo, a quem elles se unem pela fé. Como conseqüência que necessariamente sc liga ao systema evangélico, Paulo nota que fica excluído todo o motivo de homem algum gloriar-se, pois a salvação é gratuita e pela fé [\. 27;; e tambem põe termo á difíerença que havia entre Judeos e Gentios (v. 29). Emresposlaà objecção que os Judeos havião de fazer, Paulo accrescenta que a sua doutrina não destruio a lei antiga, mas pelo contrario, estabelece essa lei, realizando o que ella figurava. Cap. IV. — Prova-se que Abrahão e David pelo seu exemplo e ensino testemunhavão que a salvação é pela fé no sangue de Jesus, e por conseqüência gratuita. Esla referencia ao pai dos crentes e a David tinha muita applicação aos Judeos, pois provava que a fé de Paulo era de todos os tempos — era a fé catholica. Cap. V: 1—11. — Apreciação dosfrudos de justificação gratuita pelos merecimentos de Jesus Chrislo. — Os justificados têm paz com Deos, grande consolação na presente vida, e uma certeza da vida eterna, tão firme e indefectível quanta é a caridade divina d'onde emana a graça justificante. V. 12—21. —O paralhlo e o contraste que ha entre a origem do mal e o remédio que o Evangelho descobre. Todos os descendentes de Adão tornão-se partici(**) A palavra infundida, introduzida pelo padre Figueircdo, deve ser riscada. Nem o origin.il grego, nem a vulgata latina trazem semelhante palavra. Ak!ni de ser addicionada ao texto, dá logar á idéa errônea de ser a justiça ou rectidão indispensável & justificação do crente, uma graça infusa, quando o não é. A justificação do peccador é uma cousa , e a sua santilicação outra. Esla é obra progressiva, em virlude da iuterna operação do Espirito-Santo; e aquella é instantânea e perfeita pela imputarão, pela te dos inlinitos merecimentos de Jesus Chrislo.

pautes das terríveis conseqüências da sua desobediencia. Isto é mais que uma theoria ou doutrina, é um facto. Igualmente o é que os crentes pela fé em Jesus Christo recebem a justificação como dom gratuito. Alé aqui o parallelo. Ha notável contraste em que a graça de Jesus é remédio snfficiente, nao só para o peccado original, mas para todos os peccados. Ainda mais os fruetos da graça que havemos de gozar no paraiso celestial são muito mais abundantes e ricos que erão os do paraiso, perdidos por culpa de Adão. Cap. VI o VIL—A refutarão de certas objecções

que á primeira visla parecem ler cabimento contra a doutrina da justificação pela graça. V. 1. — Primeira objea, ão apresentada pelos adversados de S. Paulo. « Se com elTeito onde o peccado abundou, superabundou a graça, logo é licito vivermos em peccado, afim de que a graça divina se manifeste cada vez mais brilhante. » Paulo responde a esta impia proposição, fazendo ver que a participação dos merecimentos da paixão e morte de Jesus nunca lem lugar, senão no caso daquelles que recebem uma nova vida. A fé juslificante nãò é uma crença estéril. E um dom sobrenatural que estabelece enlre o crente e Jesus uma união tão vital e intima, que é impossível que aquelie, por prelexlo qualquer, viva mais naquillo que tanto offende a este. V. -13.— Segunda objecção.— k Se as nossas proprias obras de maneira alguma sãoallendidas, quando Deos nos justifica, é-nos escusado guardar a lei. » Paulo repelle tal idéa. com horror, appellando para a verdade dos fados. A liberdade do Evangelho e a licença nos coslumes não podem coexistir. A historia de todos o.s tempos, tanto como a vida dos membros da Igreja, em Roma, cujo exemplo Paulo aqui cita, prova exuberantemente que uma fé não fingida nos infinitos merecimentos de Jesus, sempre obra por caridade e purifica o coração onde ella habita. V. 7 do Cap. VIL— Teixeira objecção.— « Alei moral, além de inútil, é a causa de nossos crimes. » Paulo responde, explicando como a lei em si é santa, justa e boa; porém em razão da fraqueza, a concupiscencia dos homens, a justificação destes, tanto como a sua santificação, tem principio e fim na graça de Deos por Jesus Chrislo Nosso Senhor. Cap. VIII.— Terminada no precedente capitulo a lógica exposição do modo por que o peccador se justifica, segue-se neste capitulo uma animadíssima desrripção do feliz estado dos justificados.

Os seus privilégios são: V. 1 —4. Estão livres da condemnação da lei. V. 5—11. Nelleshabila o espirilo de Christo, o qual os regenerou e cada vez mais santifica. V. 12 — 17. São filhos de Deos e herdeiros de gloria. V. 18 — 28. As suas afilicções não impugnão isto. pois não lem proporção com. a gloria vindoura, e contribuem para o bem espiritual dos que as soffrem.


IMPRENSA EVANGÉLICA 4.° O governo italiano toma á sua conta os V. 29 — 39. Em razão da immutabilidade dos conselhos divinos, e da infinita graça de Deos, manifesta encargos das quatro quintas partes da divida do em Christo Jesus, a sua salvação eterna é cerla. governo romano. Paulo está « certo que nem a morte, nem a vida, O tratado regula muitos promenores , que não são nem os Anjos, nem os principados, nem as virtudes, conhecidos , e que não têm a importância das previoa nem as cousas presentes, nem as futuras, nem lencia, nem a altura, nem a profundidade, nem outra cedentes bases fundamentaes. creatura alguma nos poderá apartar do amor de Deos que está em Jesus Christo Senhor Nosso. » Presentemente discute-se na Grécia uma nova Cap. IX, X e XI.— O thema do v. 16 do cap. 1 diz constituição, cujos artigos são os seguintes: que, a salvação annunciada no Evangelho é dada Gentio?, comJudeos aos e indiscriminadamente aos Art. 1.° A religião dominante na Grécia é da lanto que tenhão fé. igreja oriental orlhodoxa de Christo. É tolerada qualEsta doutrina parecia em contradicção com a revelação do Velho Testamento. 0 Apóstolo se vê forçado quer outra religião conhecida , e os que a professão a explicar a rejeição dos Judeos e a vocação dos Gen- podem livremente exercê-la no seu culto, sob a tios, nestes capítulos, citando o Velho Testamento, prolecção das leis. O proselytismo e qualquer outra intervenção prejudicial á religião dominante ficão para provar que tudo lá está prophetisado. Concluindo esta parte do assunipto, o Apóstolo, com o intuito de abrandar a dôr que naturalmente prohibidos. Art. 2.° A igreja orlhodoxa da Grécia , reconhesentirião os Judeos pertencentes á igreja em Roma, cendo como chefe Nosso Senhor Jesus Christo, traz duas considerações consoladoras : 1 .a Muitos Judeos (e destes erão Paulo e seus lei- conserva-se indissoluvelmente unida, quanto aos tores da raça Abrahamica), aggregando-se a Christo, dogmas, á grande igreja de Constantinopla, e a não forão regei tados. igreja deoChristo, que professe as outra qualquer 2." A conversão do resto da nação está destinada mesmas doutrinas. Conserva na sua integridade, futuro. o para Caps. XII, XIII, XIV, XV e XVI.—O Apóstolo, como as igrejas acima mencionadas, os cânones como era do seu costume, concluindo a parte doutri- apostólicos e os dos concilios, assim como as santas nal e argumentativa, fez aos Romanos as exhortagões convenientes ds rircumstancias em que se achavão, tradições; só dimana de si, exerce os seus direitos A fé, que não obra por caridade, é morta. As doutri- soberanos, independentemente de qualquer oulra nas, que não se traduzem em obras de piedade e amor igreja, e é governada por um synodo de bispos. para com os nossos semelhantes, não podem ser Os arcebispos, bispos, e padres da igreja calhodivinas. lica, deverão ser cidadãos Gregos.

jSrOTICIAEalO. Os noticiadores mais bem informados são concordes em dizer que um tratado se assignouem Paris, no dia 13 de Setembro, enlre a França e a Itália. As suas principaes condições são as seguintes: 1." As tropas francezas deixarão Roma* dentro do prazo de dous annos, até dar tempo ao governo romano de organisar a sua força armada. Este prazo pôde ser encurtado, se as circumslancias o permittirem, mas não prorogado; 2." Retiradas as forças francezas, o governo ilaliano obriga-se a respeitar as fronteiras romanas, e a impedir que alli penetrem forças armadas regulares ou irregulares; 3." Os governos de França e de Itália compromettem-se a não permillirem nenhuma intervenção estrangeira em Roma;

Muilo bem diz Guizot: que «a fé e a liberdade religiosa não podem coexistir, sem que se desenvolva o espirito de proselytismo. A falta desse espirito implica necessariamente, ou que a fé religiosa é morta, ou que não ha liberdade de consciência. » Por mais que a Grécia e ouiros paizes o queirão achar, nãu lia meio Iermo. A negação do direito de propagar a fé é a morte da fé. Qualquer tolerância ou liberdade, que não garantir este direito, é uma irrisão. Pharaó, querendo acabar com a nação escolhida, a tolerava, mas tomou providencias para que os filhos machos morressem. A tyrannia religiosa não tem sabido inventar melhor medida, para conseguir os seus fins. Consta da Republica de Venezuela, que a constituição ultimamente adoptada, estabelece a liberdade de cultos. É um passo na senda do progresso verdadeiro. Ty]«i(ír.i|iliia Universal de Laemhert, rua doj Inválidos, 61 B.


O MUNDO. TENDE CONFI.VNCA: EU VEXCI S. ' João 16:33.

IMPORTA QUE O EVANGELHO SEJA PREGADO.

¦ 8. 5U«o. 13:10.

typographia Perseverança, na do Hospicio d. 91, oa por carta à redacçâo, Ptibliea-se aos primeiros e terceiros sabbados de cada mez.—Assigna-se on no escriptorio da dirigida à caixa n. 254 do correio geral.— Preço por anão 4f)OQ0, semestre SflOOO.

NOl?.--fW&

,

SABBADO

i DE JANEIRO

SliMMARIO. Pag¦•'¦*¦¦

, • -• O anno novo O pastor dos Pyrcnéos ..'.... Uma voz de Portugal Todo menino pódc fazer algum bem... do A ínfallibilidadu papa Perguntas bíblicas Hymno para o anno novo Aviso aos Srs. assignantes

1

* ; ? £ • 7. jj ° 8

IMPRENSA EVANGÉLICA. O Anno Movo. Ao entrarmos iio anno novo saudámos aos nossos leitores, desejando-lhes boas festas, e o goso de toda a felicidade e prosperidade que é licito esperar e procurar neste mundo. Sobre tudo desejamos que tenham a paz que o mundo não pode dar, e tão pouco tirar; aquella paz que é o dom de Jesus o Salvador. A nossa folha apparece com um novo titulo e com emblemas significativos da missão que por tres annos temos procurado desempenhar, a saber: o annunciar o evangelho de grande goso, que offerece paz na terra, e dá aos homens o conhecimento da benevolencia divina. N'este propósito continuaremos segundo o permittirem as nossas forças. • Importa qüe o evangelho seja pregado, » disse o Salvador a quem servimos. Esta é a obrigação especial imposta á sua igreja por aquélle que a constituio sobre a terra, quando ia subir ao céo para assentar-se sobre o throno de seu reino na gloria em que habitava eternamente com o Pai. i Ide, disse elle, por lodo o mando, pregai gelho a toda a creatura. »

o evan-

Quem se descuida d'este dever, não tem mais o direito de ser chamado discípulo de Jesus. A organisação ou sociedade que deixa de cumprir este preceito não tem mais direito algum de ser considerada como verdadeira igreja de Ghristo.

DE

1868.

.N.

1.

Nosso Senhor Jesus Christo, enumerando aos mensageiros de S. João Baptista as provas de ser elle o verdadeiro Messias, disse entre outras cousas:—Aos pobres annuncia-sc-lhes o evangelho. (Vôde S. Matt. XI: 3.)

Servindo isto de testemunho de ssr elle o Salvador enviado por Deus, torna-se igualmente signal pelo qual se podem julgar as pretenções d'aquelles que se dizem seus ministros. Quem não cumpre fielmente a corninissão contida no ultimo mandamento que Christo dirigio a seua descipulos sobre a terra, nada tem com o ministério que elle instituio em sua igreja. O pretendel-o, não passa de uma pretenção ardilosa. A pregação do evangelho é o meio ordenado por Christo para a conversão do mundo, a salvação dos homens e a edificação dos fieis. Os l-omens em seu orgulho vaidoso e atrevido, por séculos tem feito a experiência de substituil-a pelas invenções de sua própria sabedoria O resultado tem vindicado a declaração do apóstolo S. Paulo, que, « o que parece em Deus uma estulticia. é mais sábio que os homens: e o que parece em Deus uma fraqueza é ma;s forte que os homens. » (1 Cor. I: 25.) Os triumphos do christianismo foram todos ganhos pela simples pregação do evangelho. O que era para os judeos um escândalo e para os gentios uma estulticia, Deus usou principalmente pela instrumentalidade de homens humildes e sem pretenções á sabedoria humana, para confundir os sabios, e para nos quatro primeiros séculos da éra christã, fazer substituir as religiões dominantes pela religião de Jesus crucificado, em quasi todo o mundo civilisado: e isto apezar de toda a influencia das conveniências e do poder e esforços dos governos civis apoiando as religiões de estado com horrendas perseguições contra os fieis. Tudo, porém, muda de figura quando a igreja, desprezando e abandonando o simples meio que seu Fun


IMPRENSA EVANGÉLICA. certo barão e sua esposa, que tinham dois filhos, Theophilo e Sophia. Estes meninos em extremo lindos eram gemios. Era uma das scenas mais bellas do mundo vêr estes dois irmãosinhos deitados dormindo no mesmo berço. Theophilo era maior e mais trigueiro do que Sophia; porém as suas nobres feições, espaçosa testa e cabello preto ondeado, davam a conhecer, mesmo na sua meninice, o que elle viria a ser se chegasse a ser homem. Em quanto qne também os lábios de rubira, as faces rosadas, a delicada tez e o cabello castanho de sua pequena irmã eram igualmente admi_ nistraveis. Muitas vezes os estrangeiros eram levados por seus orgulhosos pais e pelos dependentes da familia, para contemplar a belleza destes jovens infantis. A sua belleza crescia com a idade, e pareciam possuir todas as boas qualidades desejáveis, que ainda nos restam da ruina do homem decahido. Theophilo era de sentimentos elevados, e de grande coragem natural; tinha facilidade de comprehensão e maneiras cheias de graça e dignidade. Unia a todas estas qualidades uma porção de orgulho que o fazia julgar-se acima de tudo o que^apenas parecia uma acção má, é o fazia sentir com vehemencia o que .elle considerava uma affronta. Sophia participava muito das disposições de seu irmao: porém, em lugar do orgulho e independência que cresciam nelle, ensinava-se-lhe que a delicadeza e a submissão são qualidades desejáveis em uma senhora. Ella era criada no retiro; ensinava-se-lhe a oceultar os seus sentimentos, e a considerar seu irmão como a pessoa de quem teria de depender no caso da morte de seu pai. Theophilo e Sophia, á porporção que iam crescendo, eram admirados pelo mundo, e por todas as pessoas que os cercavam, não obstante não possuírem nem uma só graça christã. Ensina-se-nos que os fruetos de Espirito-Santo sao o amor, o goso, a paz, a longanimidade, u temperança e a mansidão, e que todo aquelle cuja natureza é renovada pelo Espirito de Deus, deseja além de todas as cousas amar ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todas as suas forças, e ao seu próximo como a si mesmo. Porém nunca tinham ensinado a Theophilo nem a sua irmã a elevar em oração os seus corações a Deus, e tão pouco a sentiria sua fraqueza e depravaçâo. Elles tinham ouvido o nome de Jesus Christo, porém como nunca tivessem sentido a necessidade de um Salvador, nunca tinham sido levados a procural-o. Estes jovens não tinham consciência alguma da corrupção de seus corações, e portanto não sentiam neO Pastor dos ranéos. cessidade da influencia santificante do Espirito-Santo. (Traducção.) Possuíam porém no grau o mais elevado um bello Ha pouco mais de cem annos vivia em Languedoc, e natural sentimento; este era a affeição que cada que é uma das províncias jeptentrionaes da França, um um consagrava ao outro. dador ordenou para bem desempenhar ella sua missão, recorreu ás pompas vaidosas e ao luxo e esplendor de um culto apparatoso, e em vez de invocar a assistencia do Espirito Santo, apoiava-se no braço secular para adiantar suas conquistas. O que a idolatria, o polytheismo e a philosophia não podiam resistir em quanto se seguia a simplicidade insinuada pelo Divino Mestre, chegaram elles a ritos luzidü3, quasi abafar e destruir emprestando-lhe os e as insanos, dogmas os encantes, os os mysterios, mesmos a si valiam lhes nada armas mundanas, que contra a espada do Espirito. No espaço de mais quatro séculos, o christianismo, pelo desuso da pregação do evangelho e pelo emprego das invenções humanas a ella substituídas, tinha a tal ponto decahido que o mundo chamado christao ficou envolto nas trevas da idade meia que se estenderam como uma mortalha hedionda sobre as nações que o tinham abraçado. A substituição de cerimonias imponentes e ritos que imperavam só nos sentidos, ou quando muito nos sentimentos, em lugar do annunciar o evangelho segundo o preceito do Senhor, não só falhou de conseguir os fins manifestos da igreja christã, mas tornou-sè o meio mais fértil em produzir corrupções e em desmoralisar a sociedade. Para convencer-se disto nada mais é preciso do que correr os olhos sobre a historia da éra christã, e comparar as épochas em que a igreja obedecia ao mando do Salvador, com essas outras em que, esquecida de seu dever de pregar o evangelho, ella ensinava por doutrinas os mandamentos dos homens. O actual estado das nações que se dizem christãs presta seu testemunho não menos explicito no mesmo sentido. Em prova da mesma verdade nada mais precisamos fazer senão attender ás circumstancias actuaes de nosso próprio paiz, ein que a par das queixas do indifferentismo, da incredulidade, da relaxaçõo moral e do abatimento social, abundam outras contra aquelles que se devem incumbir disto, a respeito do descuido de instruir o povo e do desuso da pregação da palavra de Deus. Resultados já realisados nos animam a proseguir na árdua tarefa de contribuir o que podermos para a realisação do cumprimento do dever da igreja e da condição essencial para o bem-estar do paiz e a felicidade do povo, a pregação do Evangelho a.toda a creatura. Nas outras divisas de nosso novo frontispicio, acharemos assumpto para outro artigo.


3

IMPRENSA EVANGÉLICA. Esta doce amizade crescia com elles desde o berço. Theopohilo era geralmente guardado sob o cuidado de seus tutores e mestres, em uma parte da espaçosa casa de seu pae muito distante d'aquella que era occupada por sua irmã e sua aia ; e por isso o seu prazer era o maior possivel quando o deixavam livre dos seus afazeres, brincar com sua irmã no parque de seu pae, seguidos apenas a distancia por um criado. O parque era muito grande, e incluía uma parte de terreno irregular com pequenos outeiros, vallès, e bosques de arvores, e se estendia ao pé de um dos Pyreneos. Aqui e alli havia caminhos espaçosos bordados de carvalhos e castanheiros, além dos qtiaes se via ao longe os azues topes das montanhas, Era um grande prazer para Theophilo e Sophia subir a estes altos, explorar estes vallès e proseguir com passos desiguaes aos hjgares mais reconditos e escondidos destas extensivas alamedas. Aconteceu um dia quando tinham já quatorze an nos de idade, que em uma manha de primavera foram além do lugar costumado, e chegaram a um lugar elevado matizado de fkires, onde viam um velho pastor sentado sobre a relva, lendo com muita attençao,. em quanto as suas ovelhas pastavam perto delle. Nada se ouvia na profunia solidão deste ermo que interrompesse a contemplação do= pastor, senão o tocar da campainha do carneiro-oabeça, os ballidos do rebanho, e o ruido surdo de uma cascata pouco distante. Vamos, disse Theophilo a sua irmã, fallar aquelle velho pastor, e perguntar-lhe que livro é aquelle que lê tão attentamente. Ambos os irmãos subiram para ir ter com o pastor que, assim que os vio approximar, levantou-se, comprimentou-os humildemente, e poz o livro com cuidado no seio. Theophilo e Sophia ficaram admirados da compôstura e dignidade do porte deste homem velho, e esquecendo-se da inferioridade do pobre pastor, approximaram-se delle com menos altivez do que a que costumavam a usar com pessoas de ordem inferior a si, e fazendo com que o velho* homem se sentasse na relva, sentaram-se-lhe em frente e entraram com elle em conversação. Ao principio elles fizeram muitas perguntas ao pastor acerca do seu passado e da vida que levava, ás quaes elle respondeu contando a simples historia da sua vida. Meus amigos, disse elle, ignoro se sabeis que existia antigamente, em certos vallès das montanhas a cujos pés agora descançamos, uma povoáção de homens pobres, chamados por alguns Vaudois, e por outros

Os pobres

homens de Lyons. Estes homens por

idade de quarenta annos, tendo sido abençoado com uma pia esposa e dous amáveis meninos, e gozado a sociedade de uma mãe veneranda. Neste tempo do rei. porém a nossa gente cahíu no desagrado soffree habitações nossas Então fomos lançados de minha mãe, velha mos os maiores trabalhos. Minha mulher e meus filhinhos, não foram capazes de resistir a tantas afflicções, e succumbiram. Fui privado de todos um a um.-Elles passaram para a —e com tudo não só, gloria, e eu fiiquei solitário accrescentou o pastor, elevando os olhos ao céo com tal expressão de contentamento que espantou a Theodo que humano, philo e a Sophia, porque parecia mais — eu não sou só, tenho uma grande consolação e sou muito feliz. Feliz! repetio Theophilo, como podeis sel-o ? Segundo penso, não tendes prazer algum. Perdestes mae! esposa ! filhos ! sois pobre : exposto ao frio e ao calor, e talvez que apenas tenhais uma pobre cabana para abrigo durante a noute. O vosso alimento, não duvido que seja também ruim, e os vossos vestidos são dos mais ordinários que ha. Como podeis pois ser feliz ? O pastor suspirou, e olhou cheio de compaixão para Theophilo e sua irmã, dizendo : Tenho bastante dos bens desta vida para satisfazer as necessidades obsolutas deste pobre corpo. Estou a serviço de vosso pai, e o meu salário é sufficiente para suprir-me de tudo o que necessito. A este respeito vivo melhor que muitos dos prophetas e dos apóstolos dos primeiros tempos; porque elles foram

vagatentados, foram mortos ao fio da espada, andaram bundos, cobertos de pelles de cabras, necessitados, angustiados, erafflictos: Uns homens de que o mundo não era digno: covas, nas rantes nos desertos, nos montes, e escondendo-se

. nas cavernas da terra. (Heb. xi; 37, 38.) E mesmo hoje em dia, quantos de meus irmãos, servos de Christo, sendo lançados dos lugares de suas habitações, andam sobre a terra errantes, faltando-lhes as cousas mais necessárias á vida, sendo que no entanto eu gozo de segurança! l Porém, ^disse^ Theophilo, não posso entender qua1 a relação que tudo isso pôde ter eomvosco. Se sois miserável não podeis deixar de selo, sabendo que ha outros que também o são. De modo algum um tal feliz; vós dipensamento vos pôde fazer actualmente tudo, zeis que o sois, e deveras me pareceis tal. Com a faria é tal situação que como já vos disse, a vossa miseráveis. maior parte dos homens verdadeiramente (Continua)

de Portugal.

Unia voas nada eram mais notáveis do que por sua pobreza, e toTranscrevemos em seguida uns trechos de um arpor seu desejo de servir a Deus em simplicidade, Condo da Europa (j ornai de Lisboa), mando o seu santo livro por única regra de suas tigo publicado no os quaes pelo critério e calma com que estão escriptos vidas, e as suas promessas por herança. todos. Nasci no meio deste povo e com elle vivi até á merecem ser ponderados por


IMPRENSA EVANGÉLICA. A ROMA

DOS

PAPAS,

A

RELIGIÃO EA

HUMANIDADE.

Batalha de Montana.

« Mais uma pagina de sangue ua historia dos papas! « As phalanges de Pio íx, que deviam ser mensageiras de paz, e que deviam pregar por toda a parte a liberdade de consciência, seta a qual não pôde haver religião; essas phalanges, para as quaes só podia ser licita uma única arma, a do evangelho, com a qual commovessem e convencessem, trocando o evangelho pelo arcabuz, a missão de paz pelo grito da guerra, a voz da eonfraternidade pelo grito de extermínio, lá juncaram de cadáveres os campos de Montana aos gritos de t viva Pio íx!» Desta vez não foi por uma revoltante cilada que se ateou o facho da destruição contra milhares e milhares de victimas, como outr'ora no sempre chorado 24 de agosto! Desta vez as cohortes do monarpapa, seguidas e animadas pelas cohortes osdoitalianas, cha francez, marcharam, impávidas, contra e que pretendiam reivindicar os direitos políticos civis dos cidadãos romanos, respeitando a missão esa lipiritual do pontífice da religião de Christo, e berdade e consciência de toda a gente, e fusilaram o pela frente muitos mil italianos, que respeitando Roma; que pontífice, não podiam vêr nelle o rei de defendiam para os romanos a liberdade dos milauezes, dos napolitanos, dos -tiorentinos. dos turineses, e, emfim, de todos os italianos. t Deploramos sinceramente os acontecimentos de Montana, e muito mais, que o governo de Florença se mostrasse tao imprevisto, ou tão inconseqüente, ou tão imbecil, como o vimos nos últimos acontecimentos de Itália, que deram em .resultado a desastrosa carnificina de Montana. « Quanto áó procedimento do papado, está o seu presente de perfeito accôrdo com o seu passado. A não remontarmos aos primeiros tempos do christianismo, a esses tempos de simplicidade, em que os papas eram evangelisadores, andavam a pé, e eram, como deviam havel-o sido sempre, pobríssimos, o papado representou sempre {'com rarissimas excepções) o sangue, a devastação, e a mais ferrenha tyrannia dos corpos e dos espíritos! « A missão dos pontífices de Roma devera ser toda de espirito. Mas quaes as praticas dos papas? « Os papas, desde longa data,não tèra sido evangelisadores espirituaes; arvoraram-se era tyraunoa do corpo e do espirito, e, como taes, têm causado males incalculáveis à humanidade. « No caso de Montana, nesse caso horrendo, que devemos lamentar, não só nós liberaes, mas, todos os homens, mas, ioda o humanidade, se o pontífice romano quizesse exercer a süá missão espiritual, de pontífice, de chefe de religião, de evangelisador de paz e concórdia pela religião, pela humanidade, que resolução devera tomar? « Havia discolos, não só contra o poder do rei de Roma, rei que reputamos intruso, mas ainda mesmo contra o pontífice Christao ? f Havia mais, do que discolos, um exercito armado contra o soberano de Roma, ou ainda mesmo contra o pontífice Christao? « Muito bem; pois, o pontífice tinha rigoroso e religioso dever, não de mandar metralhar esse exercito, mas sim de se apresentar na frente delle com a Cruz, symbolo da sua religião, em uma mão, e o evangelho na outra, exhortando-o á paz, e á confraternidade. « Nao sabe Pio íx como procedeu e virtuoso arcebispo de Paris (mr. d'Afre) nas barricadas em 1848? Apresentou-se entre os combates, exhortando-os ápaz e á conciliação, e comprando á custa do seu próprio sangue a paz e a felicidade da França, pela harmonia dos francezes...

< Pio íx diz se o pae. dos christãos; pois, um pae não destróe é devora seus filhos, sacrifica-se por elles. Mas, se os filhos se rebellaram contra o pae? Seria isso uma grande cegueira, uma fatal desgraça; mas, um mal não pôde curar-se cora outro maior. O pae não pôde ter direito algum para esquartejar o filho rebelde; deve usar todos os meios de esclareci-o, e arriscar todos os esforços para trazel-o ao caminho da honra, e ao cumprimento dos deveres filiaes. ¦ Isto acontece entre os homens mundanos, entre os homens apaixonados: do Vaticano, aonde dizem que está representada á Divindade, que é superior a todas ad paixões mundanas, e a todas as misérias da pobre e infeliz humanidade, nunca devia sahir acto algum que opprimisse, ou vexasse, ou maltratasse os homens, ê muito principalmente em matérias de consciência. « Ha descrentes, ha mesmo criminosos? Missionem se, mas, não se tyranuisera; convençam-se do erro, mas não se destruam; aconselhem-se, mas, não se maltratem; acariciem-se pára receberem as admoestações, mas, não sé apedrejem, exortem-se, mas, não se injuriem. E aonde estará a verdade na religião ? Deveremos nós, por ventura, em matérias de consciência, aceitar a consciência dos outros com o sacrificio da nossa? Deu-nos, ou não, Deus intelligencia e consciência? Se deu,. devemos, ou não servir-nos deila? Deu-nos Deus intelligencia, e sê n'ol-a deu, e fora de toda a duvida, que foi para nos servirmos delia. A nossa intelligencia esclarece-se sempre e sempre. A nossa consciência nao pôde ser enfeudade á consciência dos outros o que eqüivaleria á sua abdicação. A religião não se ordena, ensina-se. O bacamarte, a peça raiada, a clavina de alcance nao podem ser os melhores instrumentos para fazer crentes religiosos, porque a crença quando não fôr livre, não será tal crença. « Pio foi fiel ás tradições tyrannicas do papado, e o Christianismo com os successos de Montona desceu mais alguns degraus para o abysmo « Estão de luto as bandeiras da humanidade, que são mais do que as bandeiras da liberdade, pelos suecessos de Tivoli, e é natural que ás horas em que escrevemos, tenha sido creada, em Roma alguma medalha coramemorativa, aos modos da de S. Bartholomeu, para perpetuar os feitos dos suissos do paparei. « Estão de luto as bandeiras da humanidade, e choram neste momente a orphandade muitos filhos desvalidos e muitas viuvas infelizes, que perderam pães e maridos na carnificina de Montana. Pôde ter-se retardado a emancipação de Roma. Poderá ainda a tyrannia dos papa-reís pezar sobre os romanos por algum tempo. Poderá retardar-se ainda tanto ou quanto a regeneração da humanidade pela completa liberdade da consciência. Poderá acontecer isso; o que nem os papas, nem os imperadores, nem os reis, nem os tyrannos poderão conseguir é fazer parar o curso das idéas, que ha de levar-nos á máxima perfeição, com a plcma liberdade religiosa e de consciência. « A razão das bayonetas, nos governos dos estados, é inadimissivel; nas cousas do espirito é absurdíssima. « A repitição dos nossos votos, porque se realise brevemente a mais ampla liberdade de consciência e religião, com a possível liberdade política! • Dissentimos do que importa uma ou outra phrase empregada nesta citação, as quaes porém não viciam o sentido, que é de magna importância. Esperamos voltar ao assumpto.


IMPRENSA EVANGÉLICA.

Todo siienino pôde íhzci* nSgunt bem. Ao reparardes nesta estampa exdamareis: como é bella.' Na verdade é bella a paizagem; e o aspecto de paz e conforto que cercam a casa do Sr. C. tornam-a ainda mais amável. Nada senão a paz de Deus que sobrepuja todo o entendimento, Fil. IV: 7,

podiaijdar á senhora a meiguice calma que se nota em seu rosto. Se viajardes na Inglaterra e caminhardes algumas milhas a oeste do rio Saverna até M. recebereis uma sincera recepção da Sra. C, hoje uma querida anciã de finos eabellos assetinados, e sem duvida ficareis maravilhado de encontra-la mais amável em sua velhice

WÊtiÊlÊmsê&y a-'- •'--- '^íti^.^^

IliPiM

iBBa^^iW^^^-i^^t^is''-^- fy-:'"' . '^^^Í^^^^^S^^.^^^^^fflSl^ffl^aSÍ^^^Ii?)fe^B! -1 .'!'i':ái'i'i' 'iÜii''iiffllJlij8lfi^Mfel

WÈÈÊÊ^ mKÊÊÊmmWÊBÊ^^ÊwÊÊK^i ^^^^^^^^^mr-¦¦¦¦¦ ^í:^^^:^^^^^:^.:' t^f^#

TODO O MENINO PODE

do que mesmo promettera sua bella meninice; mas nada ha de estranho nisto, porque ellajtem amado a Jesus toda a sua vida, e ninguém poi- mais simples que seja, pôde ter o inapreciavel» amorj de Deus em seu coração, sem que seu reflexo o jtorne cada dia mais semelhante a Christo. Excogitareis que relação] tem tudo isto com os me-

FAZER

ALGUM BEM.

ninos que com tanta attençao estão olhando para o gatinho? Se o perguntasseis á Sra. C. referir-vos-ia ella com prazer, porque gosta muito de recordar-se da scena daquelle dia de verão. Eu estava sentada no jardim, vos diria ella, com a criancinha dormindo nos braços, e os outros meninos brincando perto, quando, olhando em redor, fique1


IMPRENSA EVANGÉLICA. admirada de ver um rapazinho com ar desprezível, Determinei, se meu marido consentisse, ficar com elle ou ao menos experimental-o. tendo um gatinho em seus braços. — Nunca foste cruel para com alguma cousa, João ? « Minha senhora, queira ter a bondade de dar-me um pouco de leite para este gatinho, está com tanta perguntei eu.— Sim, senhora, mas nunca reflecti que fome»? é sua voz era acompanhada de cansaço e isso lhes causasse dôr, até que uma noite, estando lagrimas. Maravilhada diSse-lhe que sim, e pergun- nós no campo, um rapaz dos nossos achou um gato, e eu pensei em divertir-me muito amarrando-lhe tei-lhe seu nome. ft João S.—disse elle. palha no rabo, atacar-lhe fogo, e vêr como correria Então com algumas perguntas consegui delle a his- o gato. Fazia luar, mas estávamos tão embebidos em pretoria de sua curta vida. Morava em Londres no inverno, mas no verão, ia parar o gato para sua carreira, que não vimos uma com seu pae para o campo para fazer alguma espécie rapariguinha com sua ama, espiando-nos. Elias tinham de trabalho que podessem, ficando alli por todo o andado passeando, e voltavam para casa pela azitempo em que achavam que fazer. Mas o inverno nhaga onde estávamos. O gato estava prompto, e um passado seu pae morrera, e por isso sua mãe teve dos rapazes gritou, ataca fogo, João! Fui logo, e de alugar-se e seu filho em uma casa estranha para inclinava-me para pegal-o á palha, quando uma pejuntos trabalharem. Já andava adoentada quando se quenina mão agarra a minha, e a voz mais doce que alugou, e logo depois adoeceu e morreu, deixando-o eu jamais ouvira, «não faças tal, João, me diz; orphao e desamparado. A gente com quem elle ficou sabes que cruel perversidade estás commettendo ? i era muito má, e o espancava cruelmente porque não Eu disse-lhe que estávamos só nos divertindo, e que queria fazer nada que fosse contrario aos mandamentos não pensávamos em fazer mal. — Oh, pequenos, não tendes ninguém que vos ende Deus, pelo que fugiu, mas sendo apanhado, teve de voltar, e então bateram-no tanto que esteve muitos sine. melhor ? Brilharam-lhe ao luar as lagrimas emquanto ella dias sem poder fazer nada. com suas mãos brandas e brancas, desatou a palha Assim que poude, fugiu outra vez, de noite, em do gato, e depois tornando-o nos braços, disse-nos: quanto dormiam, mettendo-se esta vez pelo matto. Assim andara por algum tempo, algumas vezes cami- pequenos, se fordes comig-o, contar-vos-hei uma hisnhando todo o dia sem nada para comer, dormindo toria. Acompanhámol-a para casa, e assentando-nos todos nos degraus da escada, ella perguntou-nos se sabíamos de noite na terra. Queria transpor uma distancia tal, que nunca mais quem éra Jesus. Alguns dos rapazes, sabiam, porque tinham ouvido a gente jurar por elle. o pudessem encontrar. Então ella contou-nos como Deus nos amou tanto O pobre menino chorava amargamente, quando narrava sua triste historia. que mandou a seu filho para morrer por nós, afim de que fossemos salvos se crêssemos nelle, e se o Porque não pediste alguma cousa para comer? amassemos de todo nosso coração. Como elle fora não tens fome? lhe tornei eu. Sim, senhora; mas o gatinho não tem tido nada rapazinho como nós, mas nunca fizera uma causa mal feita, nunca offendêra o minimo insecto, mas andara para comer senão pão depois que o tenho em meu sempre fazendo bem; como elle amara os meninos, e poder, e elle não o pôde comer bem. Pensei que se fosseis muito boa para dar-lhe algum leite, me darieis quando andava no mundo, os tomará kem seus braços e os abençoara, e dissera; • Deixai vir a mim os talvez um pedaço de pão. pequeninos, e nao os embaraceis: porque dos taes é Como ganhaste esse gatinho ? lhe perguntei o reino de Deus. t S. Marc. x: 14. Disse-nos ella Ganhei-o junto a uma aldeia. Uns rapazes estamais, que Jesus viu tudo o que fizemos, e sabia todos vam atirando-lhe pedras; perguntei o que faziam, nossos pensamentos, e ficava muito triste quando fadisseram que o gatinho não tinha dono, e que elles ziamos cousas ruins. Que devíamos pedir-lhe que estavam-se., divertindo a matal-o. Eu disse que era nos ajudasse a sermos bons; e se quizessemos voltar máo tratal-o assim, e pedi-lhes que m'o dessem. A na noite do dia seguinte, ella nos havia de ensinar principio disseram que não o davam , e depois que, o padre-nosso. Muitos de nós voltámos, e ella ensise eu o apanhasse emquanto atiravam pedras, era meu. nou-nos aquella oração, e disse-nos muitas outras Agarrei-o, pois, e corri. Algumas das pedras apanha- cousas. Então disse-nos: • agora vou-me embora, ram-me; mas não fiz caso dellas, porque eu poude nunca mais pos hemos de vêr; portanto nunca vos livrar o gatinho dB seus alg-ozes. esqueçais do que vos tenho dito. » Meu interesse jaugmentava progressivamente. E eu nunca me esqueci, minha senhora. De certo, pensava eu, elle tem bom coração, e Quando minha mae esteve doente, eu costumava aquelie feito , se verdadeiro , era nobre; e eu não repetir-lhe, o que a raparigasinha disse, e recitar a podia duvidar dó olhar honesto dos olhos do rapazito. o ração para ella, e minha mãe fez-me prometter que


IMPRENSA EVANGÉLICA. nunca havia de mentir nem furtar, mas havia de forcejar por ser bom -toda a minha vida, e eu assim me esforço. Meu coração doeu-se do rapazito sem mãe, e eu disse-lhe: queres ser bom e não ensinar a meu filho cousas ruins, se eu te deixar ficar comnosco? Eu não estava preparado para o" frenético assomo de sensação. Lançou mão de minha mão e cobriu-a de lagrimas e beijos, dizendo : oh! se quizerdes, farei toda a diligencia por ser bom. Meu marido, depois de conversar com elle, disse-me que havíamos de experimental-o. Nunca nos deu um momento de desgosto. Achamol-o diligente para aprender, e demos-lhe occasiões de adiantar-se, e agora elle é ministro do evangelho, trabalhando de todo seu coração para o bem de todos; mas os meninos são o seu cuidado especial. Sem duvida elle tem sido instrumento da salvação de muitos de uma vida de peccados. Elle creu que era para elle o mandamento: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a creatura, S. Marc. xvi: 15. Bem longe estava elle de pensar que sua benevolência para com o gatinho desamparado viria a derramar sobre elle tantas e tão ricas bênçãos. Mas as promessas de Deus nao falham: « Ser-vos-hei Pae, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo Poderoso, II Cor. vt: 18.

it infallibilidade «Io papa. Todos sabem que a igreja romaoa pretende ser infallivel. Diz que não ha engano nella e que não pôde errar. Somos, porém, constrangidos a questionar esta modesta pretenção da nossa irmã, a igreja de Roma, porque em matérias de igreja rejeitamos os parentescos de mãi ê de filha,;—e tudo isto pelas razões seguintes: l.a A igreja romana não pôde dizev em que funda a sua infallibilidade. Ella assegura que está baseada em alguma cousa que nem por sua vida pôde dizer onde está. Alguns dos seus escriptores dizem que está com o papa; outros com o concilio g-eral da igreja, e outros ainda, que com o concilio e o papa juntos. Entendemos porém, que devem estabelecer entre si quem é o infallivel, antes de exigir que se creia que alguém o é. Depois de feito isto haverá tempo bastante para admittir a sua existência. 2.» Supponhamos, porém, que o papa seja infallivel, cada um dos papas por seu turno. Mas em que basêa a sua infallibilidade? O que lh'a assegura é que ella lhe foi transmittida por S. Pedro. Christo lh'a deu e elle a transmittio aos seus successores, Era, porém, S. Pedro infallivel? Houve um dia em que suspeitamos que elle se não julgou infallivel; e foi quando, ferido no coração pelo olhar de reprehensão de seu Senhor, principiou a chorar amargamente. Não ha duvida alguma de que elle commetteu um engano, quando disse com tanta confiança; « Ainda que seja necessário morrer eu comtigo, não te negarei. • E

devemos lembrar-nos que isto foi dito depois de dizerlhe Jesus: « Tu és Pedro e sobre esta pedra, etc. » (S,'Matt. xxvi:33; xvi:18.) Se S. Pedro foi infallivel, por que razão não resolveu a difflculdade de que nos dá conta o livro dos Actos dos Apóstolos, capitulo xv? Para que se punha em debate uma cousa tal em presença da sua infallibilidade ? Parece que naquella oceasião S. Pedro não pretendia a preeminencia. O concilio não Jhe tributou deferencia alguma naquella oceasião. Elle não fez mais do que relatar a sua experiência, do mesmo modo que Paulo e Barnabé. Parece que S. Thiago é quem naquella oceasião oecupava a cadeira. Este falia muito mais semelhante a uma pessoa infallivel do que qualquer dos outros: Elle diz: i Pelo que, julgo eu, etc. • Como é doloroso para a igreja romana que S. Pedro não dissesse estas palavras em lugar de S. Thiago. Se assim fosse nunca teriamos ouvido o fim disto. Porém foi o bispo de Jerusalém e- não o da Roma, que as disse. Nao ha agora remédio. Queira o meu irmão catholico romano lêr este capitulo na sua Biblia autorisada ? Ainda mais, estamos certos que, se S. Pedro fosse infallivel, S. Paulo não lhe resisteria • na cara, porque era reprehensivel. > Gal. n: 11. Este não era modo para tratar um papa, mas S. Paulo sempre teve em si alguma cousa de protestante. Vê-se que S. Pedro não se resentio deste tratamento de S. Paulo porque na sua segunda epistola falia delle chamando-o • o nosso irmão carissimo Paulo. » n S. Pedro m: 15. Suppomos que nem mesmo S. Pedro sabia que era infallivel. Os homens nem sempre se conhecem a si mesmos. Um pouco mais ainda: se a superioridade entre os discípulos pertenceu a S. Pedro, estranhamos que quando se levantou uma disputa entre os discípulos do Senhor Jesus Christo sobre qual delles era o maior, o nosso Salvador não tomasse S. Pedro em lugar de um menino, • e o sentasse no meio delles, » e lembrasse aos outros que a supremacia, lhe tinha sido dada. Pensamos que os outros apóstolos não entendiam Christo naquella declaração: — «Tá és Pedro, etc. • do mesmo modo que a igreja romana agora entende, pois que de outro modo á disputa acerca de superioridade nunca se teria levantado. Agora, segundo a doutrina catholica, sendo S. Pedro infallivel, e todo o papa um suecessor herdeiro da infallibilidade, por tanto nenhum delles podia errar em matéria de fé; nem mesmo o papiso João— porque na longa lista dos papas, houve por accidente no seculo décimo nono uma mama, ainda que isto seja negado por alguns historiadores. E' bom para a igreja romana que ella não contenda que os seus papas são infalliveis na pratica, porque se ella o fizesse, encontraria dificuldade em conciliar 'tal doutrina com a sua historia. E' muito


IMPRENSA EVANGÉLICA.

8

certo que qualquer pôde errar na pratica e não na fé. Não obstante, quando vemos um homem errar muito na pratica, não podemos crer que é sempre certo na doutrina. Nao podemos crer que tudo o que ouvimos delle é bom e verdadeiro, quando o que vemos é falso e máo. Tomemos para exemplo o papa Alexandre VI; quando elle, o pai de um moço esperançoso como César Borgia, e o principe dos ecclesiasticos tambem, diz-me, com ar grave e tom solemne, que é uma cousa'má que uni ecclesiastico se case, não podemos deixar.de objectar ao*dito pai do César. Porém procedamos. 3.» Se uma pessoa disser um dia uma cousa e exactamente o contrario n'outro, somos de opinião que elle está em erro. Porém o que tem isto com o objecto que temos em vista? Nao tem dito todos os papas sempre as mesmas cousas? Tèm-se elles jamais contradicto ? Perguntai antes áo vento se tem sempre soprado na mesma direcçâo. Esta é outra" razão porque «não podemos crer na infallibilidade tanto dos papas como dos concilios. 4.a Gostaríamos que nos informassem do modo por que se entendia a infallibilidade no tempo em que tres papas contemporâneos a pretendiam. Tinhain-n'a elles entre si, ou se não, qual delles a tinha? Qual o nome daquelle que não estava enganado? Como é que o povo cominum havia de distinguir o infallivel? porque á sabido que a sua salvação dependia de estar em communhão com o verdadeiro bispo de Roma, o verdadeiro successorde S. Pedro. 5." A mais eommum opinião entre os catholic os é, segundo cremos, que a infallibilidade pertence á reunião de um concilio geral com o papa. Cada um é infallivel por si mesmo, porém reunindo-os são infalliveisl Admittímos que em algumas linguas duas negativas eqüivalem a uma affirmativa; porém não acreditamos que dous falliveis façam um infallivel. Isto seria equivalente a dizer-se que «duas mentiras fazem uma verdade. •

Perguntas Oiblieas. l.a Qual o homem a quem Deus matou por mentir? 2.a O que aconteceu ao mancebo que dormia emquanto S. Paulo estava pregando? 3.a. Qual a idade de Nosso Senhor quando disputava com os doutores no templo? 4.".Qual a idade delle quando foi baptizado? o.a Qual a sua idade quando morreu? 6.a Quem foi o precursor do Senhor Jesus Christo? 7.a Qual a prophecia do velho Testamento que lhe diz respeito? 8.a Qual o testemunho de Jesus a respeito delle ? As respostas ás perguntas-do numero 23, vol. III aeham-se em: 1." 2.» 3.a 4.»

I Reis (Alm. i Sam.) xxvi: 20. I Reis (Alm. i Sam.) xvm: 6-9. I Reis xxvi: 7. I Reis xxxi: 4. Reis

5." 6." 7.» 8.» : 7.

I Reis xxxi: |0, 12. II Reis (Al. n Sam.) v: 4. II Reis v: 5. III ( Alm. i ) Reis u : 10 ; li

Hynino para o anno novo. Mais um anno aos teus juntaste, Oh! frágil humanidade; Mais, assim, te approximaste As portas da eternidade' Veloz setta desferida Nos ares, por braço forte, Tal depressa a humana vida Attinge ao alvo da morte! Santo, santo, santo, Eterno Senhor Deus, eis-me a tremer Vendo a cada passo o inferno Mais perto a quem em ti não crer. Se nao me amparas, Senhor, Nesta continua affliçao, Quem ao triste peccador Salvará da maldição? Mais um anno viveste, Alma rebelde e remida, Que provas de amor cedeste A teu Deus, agradecida? Mais qne a Deus, amando ao mundo, De Jesus á voz esquivo, Cavei abysmo profundo, Cahi nas mãos de um Deus vivo ! Não me arremesses de ti! Não! Eu quero arrepender-me! Se para ti não vivi, Quero hoje a ti converter-me ! Me approxima este anno novo Mais doinferno, ou mais do céo; Vem guiar-me e a este povo, Oh! Jesus, ao reino teu !

Aviso aos (Srs. assignantes. O presente numero é o começo do volume IV. Folgamos de poder dizer que por espaço de tres annos a Imprensa Evangélica tem sido remettida a todos os seus assignantes cara escrupulosa pontualidade. Mandando reformar suas assignaturas sirvam-se os Srs. assignantes pedir alguns números avulsos que por ventura lhes faltem para completar suas collecções, afim de mandarem encadernal-as. Com quanto a culpa de qualquer falta que tenha havido, não é nossa, comtudo, se possível fôr, remetteremos um ou outro numero. Dos volumes I, II e III, existem alguns exemplares á venda na livraria Universal de Laemmert, rua da Quitanda n. 77, e na loja de papel, rua do Ouvidor n. 36, á razão de quatro mil réis cada volume. Este numero vai a todos os nossos assignantes, e se não fôr devolvido, se julgará renovada a assignatura. Publica-se deste numero uma quantidade suficiente para que seja distribuído por diversas pessoas que nao são assignantes. Se alguma destas quizer subscrever-se dirija-se á typographia Perseverança, rua do Hospicio n. 91, ou mande carta á redacçâo com endereço á caixa n. 254 do correio geral. Preço annual 4#000 para a CÔríe e as províncias. TYtOORiPHIA

KIO DE JANEIRO. PBRSEVBKAirçA— ROA DO HOSPÍCIO N. 91.


^^^^ZJz^^zzJJJz^zJ^zJJJJ^

^ -

"í

ÍÍ f¥í Tm ÍITITÕ W (lí O

~/áÍtfÍK-

TPTTíí íl ^íTBTiíTf Tffll fí

11[ d JIM iT IM _m ^^^mmwmMMà

m

Não teniaes, ó, pequenino rebanho, pois que foi do agracloJdeFTVosso ^^aivívosro Seu Ráeiho. SJ J-Jucãs, JXzfl y 32. J7

Com tan to qué Ch ristpeni todas asmaneirassseija^anrninciaÜQ. . . nisto Ine alegro e jJuVida-me*| alegrãreiárS.Paulo aos Fil., I: 18. :¦&-

Vol. XX. N. 1

S. Paulo,-5 úe Janeiro de 1884

&Tr__z__z____io

antigos Comamcs e bebamos " porque amanhã moáreremos. Outros ha que, a[ ezar de verem As duas Cidades - Pag. 1 tudo passa, tud) decahe, tudo que Religião morre, vivem como si nunca tivesO amor para com os paes ¦_ sem de morrer ; colho si a terra Uma morte bonita e feliz União bíblica de crianças fosse para elles murada permaLeituras diárias para o anno de 1884- _ nente. União para o Estudo e Propagação da O Çhristianismp tira ao. homem -,;Sant:-.rEscriptui-a----—_--,_este duplo engano e lança uma Regras da mesma ——' viyá luz sobre aSôssaTêxisfêhcia. Progranímaãda.Festada Dedicação cia Casa dé Oração-Elle nos diz; "Nascidos dé Deus Hymnos cantados 11a mesma Festa— temos de voltar a ÈJlé. A vida na terra é uma curta viagem. " Não temos aqui cidade permanente, mas vamos buscando a futura. (Hebreus XIII: 14.)

.0npmm& j§p<utQeHm &è duas Cidades"' • Entre a immensa multidão de creaturas racionaes que Ka no mundo, mui limitado é o numero dos que sabem para onde vão; e para a-maio rr parte: o nasçirnentoa.e a "sâo .mystêrioífti^uaimêriíe morte inçomprehénsiveis, assim como o è à vida. i^Nãoáfallamõs dos idiotas e dos ignorantes, iaeÒmòi«si?aelles*ifossem riiais numerosos ; falíamos dos ho| mens intelligentes e instruídos: íj, mesmo para estes foi sempre im— 1 possivel resolver, por suas propriaã |v luzes, o problema da existência § humana. Os maiores philosophos admit— | tiram sempre a immortalidade da alma, e o povo em geral tem sem% pre acreditado nella; mas como seçpóde alcançar ^felicidade, éter— í;?i ' '-na, não.lhes foi dado a descobrir. a^vida rpfêsénté p™Põi"iC6risegüinte ' tornou-se ceritrdda sua existência 5 para os que nada sabiam da revê— Ç láçãõ qüé Deus fios tém dado em ;( sua palavra, e este éaainda hoje o | caso eom muitos que dizem com os

Destas palavras do apóstolo vemos que : I. A cidade presente é instável. Na passagem em que se acham as palavras supra-citadas o apóstolo falia do sacrifício feito pelo peccador fora dos arraiaesdp acampáméhto dos filhos» de Israel no deserto. Esse acampamento, .po— rém, onde se achava; o tabernaculo e onde se qffereciam quasi todos rosTsacrificios^represeritavaaTfutüra cidade de Jerusalemlonde se devia erguer o templo e neste construirse o altar de sacrificio. Foi tambem em Jerusalém que Jesus, o Cordeiro de. Deus, soffreu pelos peccados do mundo ; e assim como as vietimas pijã propiciação dos peccados foram|levadas para fora do acampamento para serem offerecidas, assim tambem foi Jesus levado , para o Cal vario,;. fora da cidade;'para ser cçu|ifiçado. Etãmbem os queTsãò^éãChfisto teefri dé sãlíir-com!pléparão Calvarioj levando o léu vituperio; sahir^pára fórá do arrãiaUde Jérusalem:7-0 àpostoloTrtfez-á^imagina— ção a nossa peregrinação terreste. 'ii

¦íiírafêST.r-, Jx__^Zc__Í\

Ánno 5$000

Nestejiiundo estamos por pouco tempo, e somos peregrinos : nossa mira é o céo. O arraial não existe mais, e nem existe mais a Jerusalém do apóstolo com o templo. Si em qualquer tempa houvesse cidade que deveria permanecer, foi aqueila. O Senhoi- tinha dito a respeito delia : "Aqui habitará o meu nome, " Qual dâsai cidades que agora existem tem fundamentos mais següros ? E no entretanto ella foi destruída totalmente; e mesmo depois de reedificada não apresentava/mais nem uma sombra da gloria que outrora a distinguira. As cousas deste mundo não têm base firme. A fama a felicidade mundana, as riquezas, a gloria, teem fundamento muito instável. A nossa casa terrestre tem só areia por alicerces, e a historia do mundo e nossa própria experiência nol-p demonstram. .,,..,, ~"quotidiana Tudoíaquiai do imundo r*é pássa-,^

geiro, tudo é vaidade.

E demais, para que serviria termos aqui uma cidade ^stayehquandoanós mesmos somos instáveis ? Ha muitas cidades no mundo que teem já alguns séculos de existência, e nós nem um seeulo de vida temos. Passamos pelo mundo ligeiros como uma sombra, apezar dos muitos laços que nos prendem á terra—o amor á familia, ás riquezas, á sede de honra e de fama ; projectos, esperanças e milhares de outras cousas terrestrês. A' vista de tudo isto, bem nos cabe perguntar • Quando sereinos sábios earedificaremos sobre a rocha viva què "ê Deus ? -II.- -4 cidade futura è'-estável. Quando o sólp vacilla por baixo dos pés, ou qualquer perigo nos

I


'2

IMPRENSA

EVANGÉLICA

Vol.

XX

actualmente nos rege reconheda ameaça, procuramos instinetiva- puete? E quando nos lembrarmos ceraque a sua perfeita similitiidc. Deus com estivermos si não mente um lugar seguro em que que, tão eloqüente, como Pecamos á nos salvemos?" Este lugar, porém, no céo estaremos com satanás no incisiva, do Sr.penna conselheiro Homem de isso levar deverá nas circumstancias em que nos inferno ; não nos Mello, que nos empreste .1 seguinte achamos neste mundo, deve ser a buscar a Deus e a cidade eterna? apreciação : « Até hoje muita gente ignora que a Tudo, pois, nos constrange a tambem lugar estável. Não temos na terra cidade permanente nem buscar essa cidade futura. Mas actual Constituição, que fazia o orgulho cousa alguma fundada em rocha qual o caminho que para ella con- da mais civilisada nação do globo, é " Eu sou o ca_ moldada pelo projecto feito pela ConstiimmovelM E'-nos necessária, pois, cluz ? E' Christo. " diz Elle, tuinte. uma cidade permamente, uma mo- minho, eu sou a porta « Como um esboço destinado a sersemelhante: X : 9) vir de base á discussão, esse : XIV ü, Existirá mesmo, (S. João, rada segura, projecto cidade e morada? E si existe, po- e fora d'Elle não ha outro. Elle, apresenta grandes defeitos de redacção é soffrendo por nossos peccados na c de fórma, artigos ociosos ; mas subsisderemos alcançal-a ? Por onde Jerusalém terrestre, abriu-nos a tira sempre como um monumento de que a havemos de procurar e liberaes que dominaExiste, sim, lá em cima. O após- celeste. Quando caminhava para o princípios puros " Temos de Calvário, encaminhava-nos para o ram ;i Constituinte, tolo S, Paulo nos diz : n A actual Constituição tem sobre Deus um edifício, casa não feita: céo, para onde foi preparar.nos o elle a superioridade da fórma, do estylo da doze As lugar. durará Jerusa- e do methodo, contendo algumas dispoportas que por mãos humanas, " sempre nos céos. (2. Cor. V: 1) lem celeste, que trazem os nomes sições novas. «doze apóstolos, nos dizem que K feito o primeiro apanhaniento de liste edifício é vasto, porque con- <-¦*->* só é aporia, a entrada. idéas, fixados os princípios, ora mais tém muitas moradas (S. João, Jesus Associemo—nos. portanto, com fácil, aproveitando esse trabalho, fazer XIV: 2) ; é mesmo um cidade, aqui, no vituperio, e saia- delle desappareccr os defeitos dc fórma, ceChristo, a nova santa, cidade Jerusalém siipprir-lhc as lacunas, leste, onde o Senhor tem o seu mos da cidade presente e munda- coodernal-o, uma melhor distribuição das mafazer Elle com caminharmos Virão'na tabernaeulo e o seu templo. para terias. do oriente e do occidente, do norte como nosso guia, para a cidade (t Foi o que fizeram os redactores da e do sul, assentar-se á meza com futura e celeste, sabendo que o actual Constituição, que tèem sido conAbraham, Isaac e Jacob ; alli reu- nosso -Salvador quer que, onde siderados como os únicos creadores das nir-se-hão no grande dia grandes Elle está, estejamos nós tambem nossas liberdades. » (1) " concidadãos dos santos e domesmuldidões de todas as nações e Acreditamos, pois, andar bem avisao e ticos de Deus." ha na terra, tribus e povos que ilos indo beber nt) manancial das discusmõcs desse memorando congresso a Cordeiro estará no meio dellas e crvstalina lynipha ila liberdade religiosa. será a sua lâmpada. Achava-se exarada no § 3'.' do art. 7'.', Procuremos, portanto, essa ci— sob a rubrica dos direitos individuacs RELIGIÃO dade, mas não do modo insensato dos brazileiros. como muitos o fazem. S, Paulo Rompeu o debato sobre tão impor-• cxhnrla-no.'-, a buscal-a, pensando tante assumpto na sessão de 7 de OuIMA LIÇÃO IIU l'ASS.\l)ll nas cousas de cima, onde Christo tubro, o relator da comniissão, Andrada um magistral disestá assentado á dextra de Deus ; l)c 11111 auli.uo numero ile C (l/olin, da Machado, proferindo não amando o mundo nem as eou- ci*M*U*, ivj>roihi/.Íiui)S (i st'L;liÍutu arti^n ijiiu alli curso, das quaes se distacam estas varoa epijcniplii* supra. nis palavras: sas que são do mundo, mas bus- foi pulilicailii com do ministério de 25 de A assenção d Quando os homens sc juntaram c cando primeiro o reino de Deus e Junho, presidido pelo prestigioso Sr. sua justiça ; saniificando-nos, cren- Duque de Caxias, determinou uma es- por convenção sacrificaram uma porção • outra, do em Christo de todo coração e pcciõ de treiriut tic Deus nos arraiacs cm da sua liberdade para conservar seguramente não cederam cio direito de e santa lé a revivendo 1 se aqui pretensa questão pelejava pela que já adorar a Deus do modo que lhe pareDe armas eiisanlhadas aguar— piamente como si morássemos no ligiosa. cesse melhor, para se sujeitarem á forma dam-se os actos do novo gabinete, cujo céo em nossa cidade. que lhes fosse determinada ; mas já que lhe diz na resparte que a sociedade chegou a essa desgraça, Assim como a maior honra que prograninia, peito, limita—sc á promessa de e.raiui- uma vez que até sc tem usurpado o doseu um a offerecer um rei pôde nal—a com animo ilcsprc;-cuii/i>. minio do pensamento, é preciso com hospede é o(Terecer-lhe morada no Respeitando o armistício, volvamos cuidado estabelecei- este direito. Porisso seu palácio, assim o .Senhor Deus os olhos sobre o nosso passado, estude- a comniissão declarou a sua garantia nos honra ollerecendo—nos como nios as origens do nosso direito publico; para evitar o absurdo de se obrigar o morada o céo. .Morar com Deus c, como é natural, manuseemos as pagi- cidadão ;i praticar o contrario do que nn sua casa, assentados á sua dex- nas do Diário Ja Constituinte e vejamos lhe dieta a sua consciência, em negocio ° modo por que ahi se discutio a liber- sobre que não tem poder a sociedade e tra sobre O seu .throno, que mais é ''"f rchgiosa^ m egrante do cod,- de cjue ninguém deve Penpedir contas. » ? go fundamental, que elaborava essa cepoderemoigmaginar que jjuui.iv.Miu™g, os Deduzidos paradoxos do Coníracto saneio nesta pfginessa que nos jebre assembl6a. quando foi violentanoel urna ac diurna com Social, que, terra, a nós mcntc dissolvida, faz, o que serão para orador, restam os saiu— o mane, versava a pátria, as possessões ? DesculglIcm sc dcr ao trabalho de cotejar tares princípios da liberdade de conpar—nos—liemos, portanto, quando as disposições do projecto da commisDeus nos convida para seu ban- são redactora da Constituição com as (l) A CONST1TI INll* 1'KKANTK A HlSTOÜIA—i\ ClliçLO.


JANEIRO O

IMPRENSA EVANGÉLICA

sei, SI não sou se não teriam segredado clc seu seio, .-ciência patrocinados pelos mais nota-1 Montesquieu ( aqui sou político, da ar- o.s ministros do culto tivessem sitio Jo to analysc na c entrando theologo contemporâneos. ' ) veis publicistas lerantes. « collega, respeitável seu de de ordem uma gumeTitação Suscitou-se questão Fez-se cm seguida ouvir Si!vn. Lisá nobreza de caracter, por haver Silva Lisboa (depois visconde fez cabal justiça objecções boa, cujo discurso foi uma verdadeira dc Cavrtí) requerido o adiamanto para mas combateu com lucidez as que em que sc estribára para recusar seu parenésis, em prol cias verdades revêquando sc tratasse do artigo 14'.',voto ao projecto da commissão. Sob ladas, que ainda ninguém contestara. 'Sendo matéria conuexa. Ccontinha rejeitado o adiamento, conti-1 diverso prisma encarou a obrigação . Fez praça do seus profundos conhecimentos theologicos, ostentou descomnuoti a discussão fazendo-se ouvir o, imposta pelo juramento, que igualmente; mimai erudição sagrada c profana, mas uma e da Caetano D. profis-; prestara, julgando preciso cap, spo capeilão-mór, bispo José revelou-se ao mesmo tempo estrenuo Silva Coutinlio, que declarou nem uma são de fé exclamou ,( Eu quero que o homem tenha uma , defensor dos principios exclusivistas, duvida ter cm admittir o principio da si fôr a catholica romana, me-, cpie lhe giaiigeuriani hoje cm dia a religião, «como enunsimples liberdade religiosa clc ultramoiilaiuh ciacão de umdireito cujas restricções e lhor ; mas ainda que não seja, quero ; qualificação donodado |i:.ladino convinha exactamente, A tão observe a sempre artigos em estabeleciam sc \ que modificações observância pende a boa quo a escola liberal oppt.zcssc seu mais posteriores,, reservando-sc para mais j porque clc sua esforçado campeão ; o clc facto sahiu a tarde desenvolver a.s suas idéas a tal 1 moral, e com cila formam-se os bons Antônio Carlos dc Andrada Macampo r-sneito 'cidadãos. cujas palavras, semelhantes ;'t chadu, insistido da Costa Rodriguez Havendo sessão nessa Usou" ainda da palavra invo- lava do Vesuvio, correram com tal ra, connos da Gosta, Maciel precedentemente princípios Severiano loto ¦ do não pidez que não foi possivel aos taclngr.-iclecorado pelo primeiro imperador com cados, modificando-os no sentido ¦ motivos a c fez de phos fixal-as sobro o papel. perseguição por pretendeiQueluz, o titulo tle Marquez Carneiro da Cunha, abastado fazeial<nins reparos sobre o vago das expres- religiosos, oppõz-lhe Muiiiz Tavares cia provincia da 1'an.hyba, que o so desprende, deiro cpial da replica, brilhante de Constino soes cmprcMdas projecto ! como ;'i Constituinte em reconipensa seguinte enviara a o bem fixasse propreciosa gemma, ttiicão pedindo que se idéas democráticas, que .. haviam das sentido da pliraso liberdade religiosa, posição ,< Todo o governo que não proteger, comproniettido na revolução peruamtendo-se cm muita attenção que se: 1 as diferentes seitas religiosas, que se ; bucana de 1817, tomou parte na ihscuscatholico, que legislava para um paiz revelou o conscieiicioso esianriis consentiria que seus procuradores j estabelecerem 110 seu paiz; todo o governo são e nella de taes matérias fizera cm seu religião de tudo matérias cm , sc intromcttcr de que sagrado deposito o que prejudicassem desgraacarretar if'.ibmctc. necessariamente dis-" Im de o suas crenças religiosas. Entendia com a habitua facuntha a Advogou ti„.-to magistrado, que tanto fez amar1 ças c misérias. dos cultos e da lida tolerância um espirito tl.ese dictadas , coloParecem conquistada na por \ o nome portuguez a historia e recorrendo religiosa, a tomamos berdade as palavras que j nia de Cavena que a Assembléa devera prophetico de griphar, entendendo terem portugueza, nella deparou com exempos liberdade limitar-se a tornar impossivel• qualquer •• " completa applicaçâo ao lastimoso esta- de tolerância, dados por príncipes tao perseguição por motivos de religião D. João I e D. o lar doméstico, c o toro do em que ora se acham os interesses piedosos, como fossem respeitado "da religiosos. Após cincoenta c dous an- Manoel, o concluindo a sua oração consciência. intimo . Na sessão seguinte ( 8 de Outubro ) nos o venerando ecclesiastico, uma das exclamou: „ Seremos nós hoje menos jBstos e estreou ;i discussão do mencionado pa- relíquias dos legisladores constituintes, liberaes do que foram os portulegoumenos u ragraplio o conego honorário Manoel pódc inscrevei- na sua bandeira 0111 tempos chamados escuros ? da campeões os na conda guezes implicado pela qual pleitêam RÕdnguçz da Costa, t alguns illustres preopinantes a bisscr.-i.il Semelhante cie consciência. spiraçao vulgarmente denominada do liberdade do ocea- que :t liberdade religiosa assim admitvagas batido 11111 rochedo condem-, motivo esse pelas opor Tiradentes, monsenhor' Muniz Ta-, tida, autorizava a apostasia, e que nôs conserva-se de dezannos nos in- ; no nado a um desterro -----¦ catholica. sis; próprio, a próprio e curvo , devemos manter 11 religião hospitos climas de África. Depoisdc uma j vares idêntico soja autorizar a apósnrofí.sa exposição ciasexceuenc.as co ca- sódio o sepuienm, t,„ iju^ o precede Fu não sei que tasia declarar quo ninguém scni vexaco diolicismo.acoinia de herética a doutri- ram tantos outros lidadores, aguarda da historia. nem perseguido pela religião contraria, dos cultos, tranquillo o juizo na aue admittia a tolerância ' de de c.1.0 esse espirito dc mansidão além eloqüência a inspirada ande escanSecundou haveria . sustentando que grt. se segue da natureza da tolerância c ecclestas illustre outro Tavares ImMuniz orthodoxo dalo para os povos deste como fica dito, c é careligião, mesma ms nas madrugara como elle perio, si vissem seus legisladores auto- tico, que á independência cia de inspirar prevenções favoráveis co religiões,; paz pátria, de outras existência pirações rizara participando da mallogr.idn tentativa de aos heterodoxos. Tendo nós a fortuna reconhecidamente falsas, terminando I lon- de possuir a verdadeira revelação, não seu discurso, por vezes declamatório, 1817. Roferimo-nos .1 Venancio sem liberal Rezende, de jaca. devemos presumir que deixe em regra e nrriques firriques ie fé sincera ue ido tie ungido mas sempre de triumphar dó erro. » falleceu annos, de nove cerca ha I meza de convicções, com a terminante que, as exercia onde José Joaquim Carneiro de Campos negação do seu voto afim de não trahir | na cidade do Recife, tarde Marquez de Cara vel las ), mais ( de de entrar funeções 110 acto parocho. ao*jurameiito prestado j cios foros de muito entendido inales sobre os gozava largamente Discorreu em exercicio das suas funeções parlaainda pos ssumptos cie politica,' 'tias mentares oceasionados pela intolerância religiosa, leiturar ¦ estudada, e suas assid dia cpie .Vosso ao orador dirigindo-se ecclepoucos c, esclarecido outro Respondeu o -- — designaram-n discernimento —;.s atilado u,^„.,„,.,hU remotas' ue ,uii.iuu disso estas remotas istico o padre, hoje monsenhor. Fran-, encetara o debate, tusso siastico, importantíssimos cargos ,co Muniz Tavares, assás conhecido! palavras nas quaos igualmente desço-'para occupar cisco do nascente império, •las grande actualidade. na administração pela suas idéas liberaes, pelas quaes , brimos Constituição cuja deputado clc o nobre política lora o « Eu quizera .ffréra perseguições, . _-¦que ....... soffrera pen,^-..* , sendo uma das" --uitolc- '. principal redactór. selo acre, tntolcse lembrasse que um selei vietimas da revolução pernambucana de ''rante c inqmsitoríal inquisitorial tem feito mais males ! Releva ainda mencionar que cm sua ' Ig rante vestira o habito de S. Bento, Com louvável isenção de animo co- do que bem ao catholicismo ; elle teria mocidade e intimo amigo do meçou invocando o pensamento de adquirido muito mais filhos, e outros ! sendo companheiro

V Miinumi^Y


Vol.

IMPRENSA EVANGÉLICA

XX

imital-a nesse amor, não celebre cardeal de Saraiva ( D Frei de Jequítinhonha, expressou-se com | Procurai com ella mesma, mas somente aos devido certo acanhamento, para poucos Francisco de S. Luiz ). j aquelles comliste prestimoso varão, por tantos ti- annos, e á veneração que lhe inspiravam i tambem para com todos« Amai-vos uns tidos recommendavel, empenhou-se no tantos e tão illustrados anciãos : fez to- quem tendes » relações. diz a Palavra de Deus. debate proferindo um succulento dis- davia profissão de fé liberal e inclinou- aos outros, Abri esse precioso livro, caro leitor; curso em que rutilam verdades de pu- se á opinião da maioria. Póde-se affoitamente dizer que o lêde-o de principio a fim, e vereis que rissima água, e onde patenteou seu enliberda ao golpe dc misericórdia foi descarregado elle, quasi em toda a parte, nos falia do tranbado amor principio dade religiosa. Com perigo de fatigar pelo mais eloqüente dos Andradas, amor. o benevolo leitor vamos extratar de tão que tem sido cognominado dc Demos« Deus é amor ». nos ensina luminoso discurso o seguinte lenima : tliencs brasileiro, mas que se nos antolha como devemos amar. Jesus Elle nos manda Mirabeaii. Profligou « Nem todos os homens reflectem j AnLi^âÍk/os raciocínios dores- amar até a nossos inimigos. « Amai a inimigos, fazei bem aos que vos sobre os motivos da sua crença : uns que, sup- vossos dif- peitavel bispo capellâo-mór, têem ódio; e orai pelos que vos persefado excessos por incapazes de entrar neste exame os condemnasse posto ficil, e que demanda muita attenção e natismo e as barbaridades da inquisição, guem e calumniam. ji conhecimentos : outros porque, absor- n;1o admittir a tolerância legal de Jesus esteve sempre prompto para vidos absolutamente nos trabalhos e tra- todaspodia as religiões. S. Kx. Rvm„ typo soceorrer aquelles que o rodeavam; mosdispor de temfego da vida, não podem semmereceu sempre o scu extremoso amor desta da sizudez e prudência, trava c o fazerem, sufficicnte paia po o respeito do impetuoso orador para com os que procuravam-no em sorte todos vivem tão firmes na doutrina pre adverso. se suas afflicções, concedendo-lhes o que até leite, o que que receberam com o Nessa histórica sessão terminou-se desejavam. Elle chamava a si os affli— hoiTorisam com a menor duvida, que debate com a approvação do paragrapho ctos. E' sobre ella porventura lhes oceorra, c alludido. por amor que fazia tudo isto. ellesc achava no alto do Calmuito mais com qualquer opinião conQuando A Analisar a presente excursão pelos vario, rodeado de seus algozes, dos seus traria que se lhes opponha, tendo por paramos do passado, pensamos que gravíssima offensa á religião que se- aquelles que como nós tiverem compa- mais rancorosos inimigos, bem como c attenção de seus discipulos e das mulheres a negar o guem e adoram, rado a discussão travada no recinto da o seguiam, nos maiores tormentos que da cerrar os olhos a tudo quanto próxima Constituinte brazileira com a realiafflicção, já nas dorese agoniada morte, ou remotamente possa abalar, mesmo zou-se ultimamente na casa queem que lembrou-se de sua mãe. Olhou, então, levemente, a sua crença. » funeciona o ramo vitalício do parlaa turba , e, vendo-a entre os seus o Abundou nos mesmos princípios mento, exclamará com o suaviloque para discipulos, disse, com amor e sympadeputado Vergueiro, que, supposto ha- cantor de Enéas : thia mostrando-lhe o discípulo amado: ver nascido em Portugal, tomara activa « Quantum mulatas ab illo. » «( Mulher, eis ahi teu filho » ! E, ao disc gloriosa parte na sua emancipação í qpulo : « Eis ahi tua mãe » ! politica. j Vede, presado leitor, como Jesus Fora vogai do primeiro governo proI amava a sua mãe. Por este exemplo' O amor para com os pães visorio, estabelecido na província de S. Paulo, onde gozava de bem merecida | um dos últimos que nos dá, elle nos mostra o quanto devemos amar a nossos reputação de magistrado integro e basUm dos mandamentos da Lei de I pães e o cuidado que devemos ter tantemente instruído. Na sessão do dia 9 de Outubro fallou : Deus, o primeiro dentre aquelles que | delles. Christo sabia que ia para Deus copiosa e eloqüentemente Silva Lisboa, J dizem respeito ás nossas relações com e seu Pae, e que de lá mesmo poderia respondendo aos oradores precedentes,« os nossos semelhantes, põe muito em cuidar de sua mãe ; entretanto nâo se e multiplicando citações, sob cujo peso! relevo o sagrado dever que temos para esqueceu delia em seus últimos momenpretendia esmagar os argumentos con- com os nossos paes. « Honrarás a teu tos. trarios. Como ile costume divagou e ! pae c a tua mãe, para teres uma dilatada Sim, presado leitor, emquanto ten— declamou, afastando-se prudentemente | vida sobre a terra, que o Senhor teu des pai e mãe, occupal-vos em servil-os dos recifes que bordavam a questão, e Deus te ha de dar. >« São estas as pala com sinceridade e amor, porque um dia não se atrevendo a anathematisar em vras do nosso Deus. naoos tereis mais. Um dia,com saudades, Leitor, a vós, que ainda gosaes da chorareis como eu, a falta de uma mae publico as theorias fundamentaes do moderno direito publico, que tão cabal- companhia de vossos paes, cu vos faço querida, e só vos consolará a esperança, mente conhecia. Reclama a verdade a seguinte pergunta: Qual o sentimento si a tiverdes, de a encontrar nos céus. histórica declaremos que, ainda dis- que deveis ter para com aquelles que com Christo, em quem confiou e por cordando das exageradas conclusões do vos amam com dedicação e a quem sois cuja graça sahiu victoriosa. venerando publicista, não seremos dos ] devedores do maior carinho e desvelo, E' Jesus, caro leitor, que deve ser últimos a render homenagem ás suas j desde vossa infância ? Ah ! caro leitor, o objecto do nosso amor. Elle é quem elle de mãe e intenções. Pertencia deveis coná vossa a vosso ; pae puríssimas nos pode fazer felizes na eternidade. Maestre e De Ho-1 sagrar a maior sympathia e amor, que Acceitemos, coração a escola de portanto, a Christo como nald, que acreditavam que um tlesfotis-! com isso agradais a Deus o nosso único Salvador, e seremos eterElles são os vossos mais dedicados namente felizes nos céus. illustraão seria o ideal dos goamigos. Vossa mae é incansável em vemos. Depois de ligeiras observações do zelar de vós. Ao chegardes á casa, á F. D. C. L. padre Henriques de Rezende, teve a qualquer hora do dia, ou á meia noite, ainda vós a encontrareis sempre prompta a Brotas—Outubro de 1883. palavra Maciel da Costa, que desta vez deu provas do seu cultivado receber-vos com alegria, apressando-se talento, por felicidade, ao serviço da em vos subministrar o necessário. Si estais doente, ella redobra de carinhos, melhor das causas. Montezuma, que devera receber no põe-sc á vossa cabeceira e não vos deixa segundo reinado o titulo de Visconde um instante.

eiíiçaweGa^iirxH&E^

•***¦»V


Janeiro 15 A IMPRENSA EVANGÉLICA— 1884 — publica-se aos primeiros »e terceiros sabbados de cada mez. — Acompanha um supplemento mensal, em forma de folheto, con-fcendo um sermão, tratado ou re-vista importante.

IMPRENSA EVANGÉLICA

caminho, o rogo de sua senhora não solveu saber mais da religião da fallesahia da sua mente ; então resolveu-se cida, e aproveitou-se da primeira opora ir chamar o presbytero e os outros tunidade para ouvir pregação. Depois crentes, segundo o desejo de sua se- de ter ouvido um sermão, disse nhora. que queria tambem pertencer a está O presbytero leu as passagens das igreja, cujas doutrinas dão alegria a Escripturas que se acham no Evange- alma na hora da morte e para sempre, lho de S. Lucast (Cap. 11 : 9, 10): Botucatú, 21 de Dezembro de 1883. « Portanto eu vos digo: Pedi, e dar-sevos-ha: buscai, e acha reis: batei, e G. A. L. Porque todo aquelle O custo da assignatura é de 5 abrir-se-vos-ha. pede, recebe : e o que busca, acha -mil réis. Toda a cdrrespondencia que União biblica de crianças e ao que bate, se abrirá. « o lia estas Quando presbytero paladeve ser dirigida" á caixa do Gor- vras, ella disse: Estas Em outra pagina publicamos a tapromessas sao reio n. 14. S. Paulo. cumpridas hoje comigo. Eu pedi a Deus bella das passagens da Santa Escripmuitas vezes lá no sertão que Elle me tura que foram escolhidas pelo pastor permittisse morrer entre os crentes e da Egreja de Campos, e as regras adopfeliz morte bonita e Uma hoje estou aqui entre vós. » tadas pela Sociedade Biblica efessa O rosto delia mostrava grande ale- egreja, para sua regulação na leitura Rita Alves Moreira professou a sua gria. Fallava e cantava rindo-se. Os diária da palavra de Deus. Sendo, pofé em Christo no dia 3 de Agosto de filhos e todos que estavam presentes, rem, as passagens escolhidas n'essa ta— 1881. Desde a sua profissão foi privada choravam quando ella ria-se, dizendo a bella diversas das que escolheram para •de freqüentar as reuniões dos crentes todos que não chorassem, porque ella este anno os directores da União Biblica de Crianças cm o mundo inteiro, e da por seu marido, que nao queria assistir ia para o céo. aos cultos dos christãos ; e nao querendo Ella abraçou os filhos e os consolou, qual tratamos em artigo especial uo -que sua senhora assistisse, por esta dizendo-lhes que elles nao eram os pri- primeiro numero desta gazeta, do anno razão mudou-se com sua familia para o meiros que ficavam sem mãe neste passado, publicamos em seguida a ta— 77sertao. mundo, e que ha Um no céo que e mãe' bella, que, para o piimeiro trimestre do Mas não obstante não poder frequene tudo para com os orphâos, e que anno, esses directores publicaram. pai tar as reuniões dos discipulos de Jesus Elle tomaria cuidado delles. Sabemos que muitas crianças no Christo, como ella queria, lembrou-se Brazil adoptaram no anno passado o tudo isto.ficou commarido, vendo O •que Deus ouve os nossos rogos em costume de ler cada dia a passagem .qualquer parte. Uma das petições d'ella pungido em seu coração, pelo modo designada e tratado, a tinha para esse dia; que maior nupedio-lhe perpor que •era que Deus lhe permittisse na hora da faça o mesmo durante o mero ainda tinha feita. o mal lhe dão todo que por .sua morte acar-se entre os crentes os não tinha ira contra anno cm que acabamos de entrar, e que Ella disse que irmãs em Christo. e .seus irmãos elle, mas que elle tinha um coração Deus abençoe essa leitura a muitos é o Por mais de dous annos ella contimáo e que devia mudal-o ; que sc lem- que desejamos de todo o coração. nuou a morar com seu marido e famicomo elle não a deixava assistir brasse sempre viver lia no sertão, procurando às reuniões dos irmãos c irmãs na fé e JANEIRO |KEVEREIRo| MARÇO rsegundo o ensino das Escripturas, moso o sertão, com como elle a levou /'.' S.João Oseas S.João para trando-se uma boa mulher em todos os ll li 1-14 1-7 I 1 1-10 1 aos cultos •JI .-seus deveres para com seu marido e fim de evitar que ella fosse « 1-12 -: 7— 11 1 1-14 2 doEste e acerescentou : evangélicos, .. ii n. 15-27 L. ,* 2 familia. Algumas vezes o marido obri*! 1-12 :í D1 + " 2S-4° »-9 :! mingo vou assistir a um culto que vós 4 e fazer domingos nos trabalhar a li 41-58 gou-a £ S.João 4 !J n--4 •ontras cousas contra a sua vontade. Ha não podeis prohibir-me: é no Paraizo _.fi <> 59-71 ~— 4 v. 1-13 f> » Celeste. « 7 1-13 (I 15. 4 1-10 ff S.João ^ouco tempo, estando ella para dar á 7 14-27 v. 1-14 7 4 1-10 fi 7 O coração do marido foi tocado luz, e receiando que ia morrer, rogou a »S 2S-39 7 fi K 1-12 S. Judas de maneira e morte, suas sua mudasse com a *) 5 IV2I f> palavras pelas seu marido qne se v. i-ií » Dde discípulo logo tornou-se elle 4°-53 v. 14-25 Daniel 7 familia para um bairro onde existe uma que 8\ 12"3° 1° ¦congregação de crentes evangélicos. O Jesus Christo, o Senhor a quem ella 10 1 1-10 Salmos 1 8 !)0 1-6 11-2. 11 1 £31-47 jmarido nao quiz, e disse que onde esta- serviu, e no dia 17 do corrente mez 12 2 1-13 !» !»1 '->5 r 4 59 !'u I-14 lo . vam tinha boa casa, e no referido lugar apresentou-se á sessão da Igreja para II 15-29 1-5 14' 15.1)2 15. 2 14-23 1(1 ll! :não tinham. Mas ella replicou que pre- ser examinado, e foi aceito para fazer a 14 » 3°-4r Hil i-n 1") 2 24-36 11 dia mesmo -.;-. fé, neste de sua .feria morar n'um rancho no dito lugar, profissão !)3 12-23 2 37-49 12 lfi n ,,. , ,0 S 1-12 S.João ]<J D-lOl-lS onde existe a congregação, do que per_ trazendo comsigo os seus filhos para Kl (n I9_3° 1 I-I4 i S 13-21 13 17 bapigreja recebidos na serem o Finalmente pelo onde estavam. manecer 3J-42 1 15-28 H 3 22-30 14 IH ]0 tismo. marido cedeu ao seu pedido, e mudou1 2-9-39 1-17 15 4 !ll í ,'-'" 11 17-31 J0j morte á l(i Os que estiveram presentes 2 40-51 se com sua familia para o Bomsuccesso, 11 32-46 20 D. 4 1S-27 —— 21 viram nunca disseram mulher, desta a sua mez que 14 do no dia onde, passado 21 4 28-37 17 15.2 1-12 221 11 47-57 I3"25 -nin '"9 í8 senhora deu á luz um menino ; e, fican- uma morte tão bonita c de tanta ale- 22 r> 3í 1-13 2fi 10-16 111 aa ;.Pio, ,02 Jo doente por sete dias, veio a fallecer gria. 3 14-24 2Í }~ 2°_36 17-31 20 24 5 estiveram dos Alguns presentes « 37-5o que »> aio dia 21. 3 25-36 25 (I Í-Í4 21 4 1-14 & i;: ,->I Dous dias antes da sua morte, pediu eram romanos, e ficaram muito admi- 2<i o 15-28 22 1*! "-3° 4 15-30 ii 23 •mais o favor a seu marido que chamasse rados e tocados por similhante morte. 27 D. !) 1-15 — 28 13 31-38 ¦o presbytero;da igreja e a outros irmãos Tinham idéa que os protestantes têm 28 !> 16-27 24 D. 4 31-42 2!1 14 1-15 4 43-54 — •e irmãs na fé, para reunirem-se com uma morte muito triste, mas viram 21) 10 i-n 2.5 5 1-13 :ÍÍ|D;1416-31 10 12-21 2(i ao «lia, para dirigirem culto a Deus. O neste caso que laboravam em grande 31 5 14-24 •¦•1 ! L'> I_I5> 12 1-13 27 marido não queria, porém foi buscar erro. 5 25-35 28 I Uma velha romana que assistio, reI 5 36-47 algum remédio, e quando estava no |29


Vol. XX

IMPRENSA EVANGÉLICA

Ii

=• I =• = ___^

PARA

O

ESTUDO E FEÜPÂGÂÇÃO SANTA ESCRIPTUBA

tf

CO

| >• |

ti

í

-

<;-

c^V?

s

£

a .

Q

|g

CAMPOS—1884 Ua-lVl-IRlí**-- UOr-i JVrKAIHHOr-S I. Lêr diariamente um eo mesmo capitui.o da Santa Escriptura pedindo, a benção de Deis sobre a palavra lida.

'- -ttP^k^sy -———]—i ^W'w^mí «

II. Estudar aos Domingosjuntamente com os outros Membros ila União c quaesquer outras pessoas residentes no, mesmo Ilibar, sempre que seja possivel,. uma porção da Santa Escriptura. III. Promover 11 estudo e circulação da Santa Escriptura.

0

IV. Orar nos Domingos os Membros da União.

por Iodos,

(( Examinai as Escripturas. »

S. João, V : 39. (fi

REGRAS DA

H

União para o Estudo e Propagação, DA SJLItsrT-A- BSGEIPTTJEA

5

I. As pessoas que subscrevem as presentes regras, e (|uacS(|iicr oulras que para o futuro se sujeitem a ellas, sendo reconiiiieiidadas por qualquer .Membro, eouslituirão a l'niã(i para o Estudo e Propagação da Santa Escriptura.

;

=|

0:E&.A.I

'- '"I

TJ3STS

PEX.OS

II. (I lim da 1'nião será promover o Estudo e Propagação da Santa Escriptura peln observância dos deveres adiante indicados.

£

III. Serão deveres dos Membros da União: iV l.êr diariamente um e o mesmo capitulotia Sau/a JCscriplura pedindo a benção de ]>Kl-s sobre a palavra lida.

- I

""""I

I.

M c

~

=

M

|

.3

OTJTEOS "

IV. P;ir;i lium andamento dos estudos c trabalhos da 1'nifio, haverá nm Presidente, nm Secretario i* um Thezoiireirn, eleitos aunualmcnle por maioria (11- viilns ilos Membros presentes, os quaes deverão ser sempre Membros cm plena cinunuinhão imiu tjtialquer Igreja Evangélica. \'. Compele ao Presidente presidir :i totias as reuniões ila 1'iiião, tlirijçir todos os trabalhos, fornecer carlões-diplomas annuaes aos membros, e assimilai- toda a correspondelicia. Vi. Compete ;io Secretario substituir o Presidente em seus impedimentos, lavrar as netas das reuniões, faaer Ioda a eurrespondelicia de accordo eom o Presidente, ter a seu

TiXI^.C3-0

5 : 16

2'.' Estudar aos Domingos, juntamente com os outros membros da União e quaesquer outras pessoas, residentes 110 mesmo lugar, .sempre que seja possivel, uma porção da Kscriptura. ¦e! Promover o Ks/udo c circulação da Santa ICscriplura. 4'.' Orar aos Domingos por todos os Mjembros da União.

cargo todos os papeis pertencentes á União, e lugar ordinariamente de seis em seis mezes, assim tambem 71 l!ibliothec;i que ;i União nas segundas terças-feiras de Janeiro e |ulho, crear. e extraordinariamente quando o Presidente necessário : e assim tambem uma reuVil. Compete ao Thesoureiro, arrecadar julgar solemne no principio de cada anno para todas as quantias ollerecidas á União ou con- nião render graças a I)i»:rs, leitura de relatórios e tribuidas por seus .Membros, fazendo recolher e posse da nova directoria, a um Hanco escolhido pela Direcloria, todas eleição ? 1. Nestas reuniões levantar-se-hão cola.s quantias superiores a cem mil réis (100J000) ledas para os fins da União. e assim lambem será seu dever pagar todas IX. Nestas reuniões lem o direito de usar as despezas ordenadas pela União ou autorizadas por seu Presidente, fazer um balancete da palavra e votar todos os Membros da que será apresentado á Assemblêá Geral e União, homens ou senhoras ; mas os oradores substituir o Secretario em seus impedimentos. dirigir-se-hão sempre ao Presidente, e não farão allusõesoffensivas a quem quer que seja VIII. Além das reuniões dominicaes, ba- e cingirse-hão sempre ao assumpto de que se verá tambem reuniões econômicas, que terão tratar, sob pena de llie ser retirada a palavra..


IMPRENSA

Iaxkiro O

seguinte

foi o programma

EVANGÉLICA

dos exercícios da

religiosos

celebrados

por

7

oceasião

DEDICAÇÃO DA CASA DE ORAÇÃO DA EGREJA PRESBYTERIANA NOS

DIAS

6 A

Domingo, 6. A's 11 horas da manhã, cantados o.s seguintes hymnos :

13 teve

DE

JANEIRO DE 1SS4 lugar o serviço da dedicação

durante o cpial

foram

Hosannas ! hosannas ! Ao filho de David, hosannas ! Remdito o que vem em nome do Senhor : Hosannas nas alturas, nas alturas !: Dizendo: Ouem é este ? K quando entrou em Jerusalém, se alterou toda a cidade, " IC o povo dizia: " E' Jesus ! E' Jesus ! ü propheta de Nazareth da Galiléa. Hosannas ! etc, etc... nas alturas.

¦ii|

•I

jj !m fg ÍJf rjf

Oh I Deus, cum infinito um.ir Sinto, S.int,,, Sanlo ! Deus ,„n,iip,,tciUI, l!jnidito Jesus! Divino Pastor Cêdode niaiihã caiilarenio-e leu louvor ! Krige o reino do Senhor Vem manifestar Teu rico favor Sanlo, Sanlo, Santo ! és Senhor t'le,nente ! Ao Teu Ungido Tu dará-, A Tua presença pedimas aqui, O sceptro da celeste paz. Rebanho pequeno, chegamos a Ti. IK-iis tnagestos,,, nosso Creador ! 2. (ls pobres fovorecerá Aqui, nesta casa, attende dos Céos, Sinto, Santo, Santo ! dizem os remidos, Cls opprimidos julgará (Ih! sê Tu presente, altíssimo Deus! Suas cYoas lançando tliuulc do S-.-nlior ; I í.mr.i, floria, l>eui;ão, prestam reunidos Os Reis tio inuiulo Lhe trarão As supplicas ouve, aceita o louvor Oue nós Te rendemos, Exeelso Senhor. Presentes, e o adorarão. Ao Deus d'eterno, intinilo amor ! Santo, Santo, Santo ! todos te adoram, Mestre celeste ! Oh ! vem ensinar 3. Todos servi,íd >. ao grande Rei, lia Exultarão na sua lei; a sentir, e á lingua a fallar pureza a fonte, imnu-ns,, ,10 poder ; • Todos fervorosos, cânticos entoam E cantarão com gruto amor, Com muita ternura, com grande fervor, A ti O bom Evanicelho, mensagem de amor. "lesus é o único Senhor: que eras, és, e lias de ser.

Vem,

Santo, Santo, Santo ! Deus victorioso ! 4. A sua gloria encherá As trevas dissipa, espalha essa luz, terras; e sem lim será Sobre tudo reinas na terra e ,10 mar; As almas inclina a crer em Jesus As Salvador; Desde to.lo o sempre .és Senhor bondoso, o nosso Oh ! faze sciente ao 111 .lis vil A'alma peccador Louvado Oue ha perdão clc graça 11'um s,>Salvador. llemdito o nome do .Senhor Tua grandeza nunca ha de acabar.

Orou o Pastor Rev. G. VV. Chamberlain sobre o " Isaias 56: 7. Ti-iema : "A minha casa será chamada Casa tle Oração para todos o.s povos. A noite, ás 7. 30 pregou o Rev. Roberto Lenington. Tiikm.v : ''Tudo o que pedirdes ao Pai em men nome, eu vol—o farei, para (pie o Pai seja gloriticado 310 Filho. Se me pedirdes alguma cousa em meu nome essa vos farei. S. João 14 : 13. Segitiitfa—feira, 7. Assumpt. 1: Louvor k Aorai>ki'Imi-:nto. Ao meio-dia houve reunião publica para oração, dirigida pelo Rev. J. W. I )abney. As 7. 30 da noite. Concerto de oração. Pregou Rev. J. \Y. 1 )abney, Pastor da Igreja Presbyteriana ¦em Campinas, Tiikm.v : Deus tendo fallado muitas vezes, e cie muitos modos n'outro tempo _ nossos pais pelos prophetas ; ultimamente nos fallou pelo Filho. Heb. 1 : 1, 2. Terça-feira, _. Assumpto: Confissão nos pkccaixjk, k roços phi.a uhx.ivação h santikicação. A reunião para oração ao meio-dia foi dirigida pelo Rev. Sr. Lane. O mesmo pregou á noite. TniTMA : "Graças teclou a ti, Pai, Senhor do Céo e da terra, prmpie escondestes estas cousas aos " Matt. 1 1 : 25. sábios, e entendidos, e as revelastes aos pequeninos. Quarta-feira, 9. Assumpto: Oração pulas Famílias i-r Instructorks ha Mocii.adi-.. : Rev. J. Z. de Miranda, pregou á noite ás 7. 30. O |1 l| Tiikm.v: '" Para vós os que temeis o meu nome nascerá o sol tia Justiça e estará a salvação nas " Mal. 4 : 2. suas azas. Quinta-feira, 10. Assumpto: Oração pki.a Icrkja dk Christo. Koger. A noite pregou o mesmo || , A reunião ao meio-dia para oração foi dirigida pelo Rev. J. \V. : JJ!? senhor || Tiikm.v : A obra do Espirito Santo na Igreja. || A reunião do meio—dia será presidida pelo Rev. 1*'. J. C. Schneider. f§ Sexta—feira, 11. Assumpto: Intkrckssão pki.as Naçõks. || A reunia 1 ai meio-dia foi presidida pelo F. J. C. Schneider. fl A noite ás 7. 30, pregou o Pastor lutherano J. J. Zink no idioma allemão, e foram proferidos breves discursos tambem em inglez e portuguez. íl Os serviços devocionaes forão dirigidos na lingua portugueza. Sabbado, 12. Assumpto: Oração pki.as Missõks Domksticas i-r Estraxckiras. Zfí A reunião do meio-dia foi dirigida pelos ministros das varias communidades presentes, os quaes || deram noticias dos seus campos de trabalho. i^l A' noite orou o Rev. W. M. Brown, Ministro congregacionalista, por parte da Sociedade Bíblica. 'Da parte do Senhor se fez isto ; maravilhoso e em nossos olhos." Psalmo 118: 23 |f Tiikm.v: A Biui.lv. I|f Doviiup-o, 13. Celebrou-se a Santa Ceia, ás 11 horas da manhã. || A noite pregou o Rev. G. W. Chamberlain, Pastor da Igreja Presbyteriana de S. Paulo.

II


Vol. XX

IMPRENSA EVANGÉLICA

Salmos ijk Louvor. Celebrai com júbilo ao Senhor, Povos de toda a terra: servi ao Senhor em alegria. Entrai diante d'elle com alvoroço. Sabei (jue o Senhor é Deus: elle nos fez, e não nós-outros a nós. Povo seu, e ovelhas de seu pasto: entrai as portas d'elle com Iouvori nos atrios d'elle com hymnos: glorificai-o. Louvai o seu nome: porque suave é o Senhor: é eterna a sua misericórdia: e sua verdade se dilata de geração em geração, /'salmo çç. 2. Lembrai-os, sim, com gratidão, SS. Ií PARTE i 44. 2-' PARTE Das suas obras ; muitas são : Pois no deserto os seus guiou, e crêr-te, i. Amar-te, Divino Espirito ! convém Jesus Dos vis Pmigos os livrou; No teu seio repousar, auxilio recorrer: Teu Ao Com maravilhas o Senhor Por meu Rei e Senhor ter-te. Konte e motor de todo o bem ! Pela bebida e manjar; Aos homens mostra o seu favor. Digna-te sobre nós descer, Saborear em paz tua graça, E com celeste amor guiar 3. Da peste e fome os seus salvou, morte, ó Da Salvador, tua adorar. Os que Te querem Com sua presença os consolou; Provar a sancta efficacia, Em Canaan os fez entrar, Oh ! ineffavel dulçor! Sem Ti, nossa congregação De todo o bem alli gozar ; Debalde aqui se formará ; Com maravilhas o Senhor z. Elle deu por mim sua vida, Sem Teu ensino, todo em vão Aos homens mostra o seu favor. Me conhece a nomear ; O culto offerto a Deos será ; A' sua mesa me convida, E mero estrondo esse louvor 4. Assim Jesus nos abençoa, Em sua casa hei meu logar. De toda graça nos coroa, Que tributamos ao Senhor. Elle cjuer bem inquirir Com pão celeste nos sustenta, Da minha fraqueza e mal : E seu Espirito nos alenta ; Supremo Espirito de Deus ! Quanto é bom ! quer suppriniir Com maravilhas o Senhor Inspira as nossas petições ; Minha falta original. Aos crentes mostra o seu favor. Ensina a orar ; e para us Céos Eleva os frouxos corações ; 3. Se o Soberano Monarcha, Dos homens na multidão, i:«i. 2Í PARTE Attralie, uli santo Instruidur, Me discerne, se me marca Das mudas almas, Teu louvor. i. Ouve ! a voz divina clama, Na palma de sua mão; " " Quem irá a trabalhar ? Augusto Mestre ! Teu poder Que m'importa a mim, ó mundo, Ricos campos nos convidam, Se sempre me desconheces ! Sublime, immenso, e efficaz, Hoje entremos a ceifar 1 Tu, com teu olhar profundo, Opere em nós ; faze exercer Alto e forte o Mestre chama ; Tu, Jesus, tu me conheces. As leis da santidade e paz ; Galardão te offerta alli; E subirá aos altos Céos responderá dizendo: Quem 147. 2? PARTE Culto que agrade ao eterno Deos. " Manda-me ! Estou "** prompto aqui! i. Avante ! Avante ! oh crentes ! ali. Ií PARTE 2. Corre! aponta os peccadores Soldados de Jesus ! Ao benigno Salvador; Erguei Seu estandarte, Sei que vive o Redemptor, Vai! conduze os cordeirinhos Lutai por Sua cruz ! Sei que ha vida em seu favor, Ao regaço do pastor: Contra hostes inimigas, Que, se aqui na cruz morreu, Leva as almas doloridas Ante essas multidões, Reina em gloria lá no Céo. Novas de consolação; O Coinmandante excelso Vai! publica a todo o mundo Dirige os batalhões. " Em Por mim vive a supplicar, Jesus ha salvação!" Com amor me abençoar; i. Avante ! Avante ! oh crentes ! 3. Ah? não digas, ocioso, Vive para me soster, Por Christo pelejai ! " E d'imigos defender. " Eu não tenho que fazer! Vesti Sua armadura, Eis os povos que fallecem ! Em seu poder marchai — Multidões a perecer! Me livrando de temor, No posto sempre achados ! Olha o mestre que supplica! Minorando a minha dôr, Velando em oração ; Ouve a voz chamando alli! A tristeza me desfaz, Por meio de perigos Oh ! responde sem demora: Dá-me gozo, e vida, e paz. Seguindo o Capitão ! " Manda-me ! Estou "* prompto aqui! 3. Avante ! Avante ! oh crentes! Vive 1 hosanas eu lhe dou ! 154. Ií PARTE Com passo triumphal! Vive ! reina ! e Salvo eu sou ! Hoje ha combate horrendo ! Vivo n'elle, o Redemptor, 1. Te louvamos, 6 Deus pelo dom de Jesus, 'Stou seguro Mui cedo a final ! paz em seu amor ! Que por nós peccadores morreu na cruz. Então eternamente Henidito o vencedor; Coro .* (IK. Ií PARTE Por Deus victoriado Alleluia! Toda gloria te rendemos, sem fim;: Com Christo o Salvador ! i. Louvores proclama, Alleluia ! Tua graça imploramos. Amen. Alegre Sião! .57. 2í PARTE Abraza-te em cbamma 2. Te louvamos, ó Deus, pelo Esp'rito da lnz„ Cantemos aqui, como os anjos da luz ; De pura oração ! Que as trevas dissipa, e a Christo conduz.. Com júbilo elles adoram Jesus ! Alleluia! etc. O throno cercando lhe dão o louvor, 2. Louvor perduravel Milhares as vozes, mas um só o amor. Ao teu Salvador, 3. Te louvamos, Senhor, ó Cordeiro de Deus„ Ao nome adorável, Os anjos nos Céos ouvimos dizer; Foste morto, mas vives eterno nos céos. " Digno é o Senhor de Ao nome de amor ! todo o poder! " Alleluia! etc. E nós respondamos com alma e com voz " Digno é o Cordeiro ' 3. Se dás teus cantares ; morreu por nós. A um nome tão santo, 4. Vem encher-nos, ó Deus, de celeste ardor Morreste ! querendo os Ímpios salvar; Tristezas, pezares, E fazer-nos sentir tão immenso amor! Estás vivo ! os levas comtigo a reinar 1 Não turbem teu canto. Alleluia! etc. Oh ! se Tu bemdito, querido Jesus ! Senhor, nossa vida, riquezas e luz! 111. 2í PARTE 4. Jesus, fogo intenso, Que abraza, incendeia; Unam-se nos Céos, na terra e no mar, Amor puro, immenso, 1. Luz do mundo! Jesu-Christo Ao bom Redemptor, Jesus, adorar ; Vem, dissipa as illusões, Que as chammas ateia ; A creação toda levante o louvor, Tira o véo dos nossos olhos, Com grande alegria bemdiga ao Senhor. Illumina os corações codiga 5. Amor que Para ver-Te Com a fé em teu nome, lõl. Ií PARTE Cumpre nossos orações! Que a sede mitiga, i. Louvai a Deus o Redemptor, Que acaba com a fome; 2. Onde as trevas do peccado Benigno é de immenso amor; Obscurecem Teu amor. 6. Amor tão perfeito, Soccorre aos que em affüção Raie divinal ensino Lhe pedem graça e salvação ; Qual diz-nos a cruz; Do benigno Salvador; Me accende no peito, Com maravilhas o Senhor Manifesta M'inspira Jesus! Aos homens mostra o seu favor. Tua gloria, ó Senhor !

Entrai as portas d'elle com louvor: nos atrios d'elle com hymnos:

Gloriflcai-o.

TVP. A VAPOR — KING — S. PAULO

-5S,

Louvai o seu Nome.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.