It Petit Julia Petit não lê sobre moda, hein?
A ordem agora é ser muito feminina sexy lady
Julia in love
Julia Roberts em seu melhor momento
Celulite Free Tratamentos que funcionam mesmo. Quem fez conta!
Especial Perfumes
Lançamentos mais esperados e best-sellers internacionais
Óculos e relógios Fique de olho e não perca tempo. Use já! Extra Bella
R$14,00 Ano 5 Nº 6 Junho/2013 www.extrabella.com.br
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IT PEOPLE
DÉCOR
O ícone da moda soho chic.
O olhar do francês Ora-Ito.
94 TALITHA GETTY
REPÓRTER AVANT GARD 100 O MUNDO ENCANTADO DE JUM NAKAO As criações de sonho do designer.
104 DE PRIMEIRA!
A segunda marca de Lino Villaventura.
107 40 ANOS DE CAVALI Comemoração de primeira.
112 O REI DO STREET
260 ESTILO MÁXIMO
GOURMET 264 LE CHEF
Chico Ferreira faz comida francesa sem frescura
VIAGEM
270 SAGRADA CATALUNHA
O charme da região dividida entre a França e a Espanha.
Alexander Wang aumenta a sua linha.
HOMEM
142 JAVIER BARDEM
O ator está mais apaixonante que nunca.
ATITUDE
147 ANOS INCRÍVEIS
O sucesso da série Mad Men
MODA
226 JOGO DE DAMA
Saia rodada, cintura marcada… Be a lady!
236 ELA NEOSURF
Peças inspiradas nas roupas das mulheres surfistas
NA CAPA IT PEOPLE 97. It Petit Julia Petit não lê sobre moda, hein? 179 Especial óculos e relógios Para todas ocasiões. BELEZA 136 Guerra declarada Acabe com a celulite. 211 Especial perfumes Nova fragrâncias e embalagens. MODA 115 Modos de usar Os anos 1950, 60 e 70 em looks atuais. STAR 172 Julia in love Julia Roberts em seu melhor momento.
Beleza
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UERR
Você, como 99% das mulheres, deve ter — adivinhe? — celulite. Antes de escolher os biquínis e os maiôs da temporada, leia os depoimentos de quem luta contra o problema e está ganhando a batalha. Por Manuela Biz e Bel Ascenso Fotos Paul Empson/Elin Skohagen/IMG
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e quase todas somos atingidas por esse mal, a solução é identificar as causas e enfrentá-las com tudo que temos à disposição, concorda? Você já deve saber, mas não custa relembrar: predisposição genética, alterações hormonais, uso de anticoncepcionais, sedentarismo, stress, tabagismo e maus hábitos alimentares – ufa! – são fatores que causam o efeito
de casca de laranja. Vamos ser sinceras: não dá para se livrar completa e definitivamente da celulite, mas é possível amenizar sua aparência. Para isso, nada melhor do que agir em várias frentes. Sim, continuam valendo alimentação saudável, exercícios físicos regulares, cremes específicos e tratamentos com aparelhos – tanto os já consagrados como os novos, que prometem combater com mais eficácia os terríveis furinhos. Veja a seguir as armas usadas por algumas mulheres contra a inimiga.
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Extra Bella
RA da Declara Drenagem linfática +Pilates “Não vivo sem drenagem linfática. A diferença no inchaço do corpo, depois de cada sessão, é muito grande e as ondulações, antes bem pronunciadas, foram amenizadas depois de seis visitas à terapeuta corporal. Para estimular ainda mais o efeito na região das pernas e dos glúteos, pratico pilates duas vezes por semana.” Alessandra Hruby, 38 anos. Relações-públicas, Porto Alegre.
Circuito + Estimulação Russa + Creme “O primeiro passo para atacar as ondulações nas coxas e no bumbum foi aderir a um treino em uma academia especializada em circuito. A aula tem apenas 30 minutos, mas é muito intensa, não se para um minuto. Os exercícios são repetitivos, nada divertidos, mas valeu! Em um mês, perdi 3 kg. Parti para a segunda etapa: ganhar tônus. Fiz dez sessões, duas ou três vezes por semana, de estimulação russa, que não doeu, pois a intensidade dos choques é controlada. Depois de tudo isso, percebi a redução de quase 70% na celulite de coxas e glúteos e ganhei firmeza nas pernas. Também uso diariamente o Bye Bye Celulite, da Nivea, para melhorar a textura e a firmeza da pele.” Laila Cury, 22 anos. Estudante, São Paulo.
Beleza
Creme + Drenagem + Estimulação Russa
Dieta + Manthus + Velashape
“Sempre apelei para um milhão de coisas para combater o efeito de casca de laranja e acho que compensa. Costumo investir em bons cremes, como o da Adcos, para usar diariamente e em sessões semanais de drenagem linfática. Já me submeti à estimulação russa, duas vezes por semana, por um mês, em um ‘projeto verão’. O tratamento deixou a musculatura das minhas pernas mais definida e diminuiu muito a flacidez. A intensidade da corrente elétrica do aparelho de estimulação é regulável, então não sofri durante o tratamento.” Daniela Cardoso, 33 anos. Publicitária, Porto Alegre.
“Estou seguindo uma dieta com o objetivo de queimar gordura e diminuir os furinhos que apareceram por causa do aumento de peso. Para acelerar o processo, fiz um pacote de oito sessões com o Manthus, que não me causou dor, só um leve aquecimento. Não acreditava muito em aparelhos, mas, por sugestão da minha dermatologista, decidi experimentar e gostei. Agora resolvi incluir no meu programa outro aparelho, o Velashape. Na segunda sessão (preciso fazer mais seis), percebi uma redução no aspecto de casca de laranja e senti a pele do bumbum e das coxas mais firme.” Cecília Freitas, 30 anos. Advogada, Rio de Janeiro.
Velashape
Manthus + Spinning
Apesar de ser magra e fazer musculação três vezes por semana, os furinhos teimavam em aparecer na parte interna das coxas. Optei pelo aparelho Velashape por indicação do meu dermatologista. O programa, com oito sessões de 40 minutos, cada uma, me surpreendeu — tive 80% de melhora! Não senti dor e vi a diferença a partir da sexta visita à clínica. Também gostei do efeito Cinderela que o equipamento dá — a pele fica firme —, ideal para o dia em que a gente quer deixar as pernas de fora. Claudia Costa Almeida, 29 anos. Defensora pública, Belo Horizonte.
“Depois de ter meus dois filhos, os furinhos se acentuaram, assim como a flacidez e a gordura localizada. Meu problema é a falta de tempo para cuidar do corpo. Em um mês de tratamento, fazendo duas sessões semanais com o aparelho Manthus, aliadas à prática de spinning duas vezes por semana, minhas roupas ficaram folgadas e o tônus muscular aumentou muito e mais rápido, principalmente nas coxas e no bumbum. Senti um pequeno desconforto com o equipamento, mas valeu a pena.” Nagila Godinho, 40 anos. Advogada, Belo Horizonte.
Exercícios Aeróbicos + Creme “Tenho furos visíveis, aqueles que aparecem mesmo sem pressionar a pele. Já tentei de tudo, mas percebi que o que conta é ser metódica. Vou à academia três vezes por semana e combino 30 minutos de exercícios aeróbicos com um treino específico para pernas e bumbum. Outro fator importante é usar os cremes de tratamento e não deixá-los no armário. Não sou fiel a marcas, mas os produtos da Nivea e L’Oréal Paris têm um ótimo custo/benefício. Alternei os dois por duas semanas, todos os dias, de manhã e à noite, e minha pele ficou 50% mais firme e lisinha. Quando paro de usar, o aspecto casca de laranja volta.” Juliana Aprigio de Oliveira, 30 anos. Professora, São Paulo.
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Massagem + Carboxiterapia + Manthus “Tento fazer pelo menos uma sessão de massagem modeladora ou uma de drenagem linfática uma vez por semana e uso diariamente o creme redutor da Adcos para amenizar as ondulações no bumbum e nas pernas. Já experimentei sessões de carboxiterapia em uma clínica — a pele ficou lisa, mas, depois de um mês, resolvi parar porque o método era muito dolorido. Na verdade, o que mais gostei foi fazer um pacote de oito sessões, combinando Manthus com drenagem linfática. Não senti nenhuma dor, só um leve formigamento, e tive a redução de 80% de flacidez e celulite!” Marina Amaral, 25 anos. Advogada, São Paulo.
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Também conhecida como corrente russa, é um estímulo elétrico com intensidade regulável, que causa a contração dos músculos. Ativa a microcirculação, amenizando o aspecto da celulite, e dá firmeza à região de glúteos, coxas e abdômen. Sessões: pelo menos dez, duas ou três por semana. Preço por pacote (dez sessões): a partir de 400 reais.
Injeção de gás carbônico na camada subcutânea da pele, com o objetivo de aumentar a circulação, reduzir a gordura e eliminar líquidos para minimizar a dor, há uma versão do tratamento com gás aquecido. Sessões: de oito a dez, uma por semana Preço por sessão: de 80 a 150 reais.
MANTHUS
CARBOXITERAPIA
ESTIMULAÇÃO RUSSA
VELASHAPE
Associa a luz infravermelha com radiofrequência bipolar e sucção para quebrar as moléculas de gordura pelo calor. Há uma versão mais nova, o Velashape Plus, com potência maior. Sessões: de oito a 12, duas por semana. Preço por sessão: 300 reais.
Esse equipamento computadorizado utiliza terapias combinadas — um potente emissor de ultrassom, que quebra as células de gordura,e a corrente elétrica, para estimular a ação dos vasos linfáticos. Sessões: são necessárias cerca de oito, uma ou duas por semana. Preço por sessão: a partir de 300 reais.
Novas e poderosas máquinas
Além dos tratamentos mencionados nesta reportagem, os especialisatas sugerem, para furos e ondulações visíveis, os seguintes procedimentos:
Accent Ultra
Smoothshapes
Indicado para reduzir medidas e melhorar a flacidez, tem como efeito colateral a redução da celulite. O aparelho aquece a pele em profundidade, quebrando as moléculas de gordura e estimulando a formação das fibras de colágeno. Sessões: cerca de quatro, uma por semana. Preço por sessão: 500 reais.
Uma luz específica aumenta a permeabilidade da célula adiposa e as ondas do laser de diodo quebram a gordura no seu interior. Os rolos e a sucção garantem a penetração do laser e da luz e movem a gordura para o sistema linfático, eliminando-a. Sessões: pelo menos oito, uma ou duas vezes por semana. Preço por sessão: a partir de 300 reais.
Powershape
Apollo
Laser, sucção e radiofrequência reunidos em um único aparelho. Esse trio ativa a circulação sanguínea, combate os furinhos e estimula a produção de colágeno e de fibras elásticas. Sessões: oito, duas por semana. Preço por sessão: 300 reais.
A radiofrequência do aparelho promove a quebra do tecido fibroso da pele e a regeneração do colágeno, diminuindo furos, ondulações e flacidez. Sessões: cerca de seis, uma por semana. Preço por sessão: 500 reais.
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It Petit
Dos blogs de lifestyle aos tutoriais de beleza, ela foi a precursora. E, embora jure ser mais nerd que fashionista, Julia Petit ĂŠ, de longe, a nossa it girl favorita. Por Juliana Romano Fotos Paschoal Rodrigues
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Não leio nada sobre moda. Sabe onde eu me informo sobre as tendências? No eBay
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stou em crise. Talvez pelo excesso.” É assim que Julia Petit justifica seu desinteresse por moda. Você leu certo: desinteresse. Ultimamente, a percursora da indústria dos blogs de lifestyle no Brasil, dona do Petiscos (com 3,5 milhões de pageviews mensais), só faz compras em brechós – cansou de febres fashion que não duram mais de um mês. Apesar da pose de it girl, com looks cuidadosamente fotografados e devidamente postados nas redes sociais, Julia tem certeza de que faz mais o tipo nerd. E wokaholic. Além de cuidar do site, ela ainda é dona da Menina Produtora, que faz trilhas sonoras para comerciais. E, desde 29 de abril, apresenta, junto com Mari Weickert, o Vamos combinar Seu Estilo, reality do GNT que acode mulheres em busca de uma marca pessoal. Mas não espere ver na tevê uma fada madrinha da beauté. “As pessoas são perfeitas como são. Às vezes, só precisam de uma ajudinha.” Filha de um publicitário renomado e mãe de uma aspirante a redatora, Julia tira proveito dos seus 40 anos para sair à frente. “Cresci num tempo em que não tinha celular com câmera. Eu curtia de verdade sem ter todo mundo olhando.” E é sobre as delícias e agruras da vida online (e muchas cositas más) que Julia e a repórter Juliana Romano, do Blog Entre Topetes e Vinis, trocaram ideia por mais duas horas!
Extra Bella- A gente quer saber: #comofas pra ser blogueira, produtora, apresentadora, gravar tutoriais e ainda ficar 18 horas online? Julia Petit - Só “Jesuis” na causa! Falando sério, tem que equipe e agenda. Só no Petiscos, somos 15 pessoas. Na semana passada, gravei o Vamos Combinar gripada. Eu estava podre, vinha de cinco dias seguidos na São Paulo Fashion Week. Mas ninguém quer saber disso, a audiência quer ver o passo a passo! EB - Você imaginava o Petiscos desse tamanho? JP - Nunca! Na época, eu só precisava explicar para o meu sócio na produtora porque passava tanto tempo online [risos]. Fazer trilha sonora para comercial é como fazer moda, você precisa entender muito de outras coisas. Então eu ficava horas online, olhando todo tipo de conteúdo. Chegou uma hora em que eu pensei: “Preciso botar tudo isso em algum lugar, senão eu vou explodir!”. O sucesso teve muito a ver com o timing, porque ninguém fazia isso ainda EB - Como tudo começou? JP - Em 2007, acertei com o pessoal de um grande portal. Foram 6 meses para colocar o site no ar! Sabe essas meninas que ficam no Twitter e Instagram, Naquele tempo, eram as atrizes e as famosas que faziam isso, nos blogs. E foi isso que os caras [do portal] acharam que eu ia fazer. Pensaram: “Mais uma chata com seus sucos de fruta e corridas.” Mas quando o blog foi ao ar, tinha um misto de comportamento e moda, um pouco de opinião pessoal e muita agilidade. EB - Você imaginava que ganharia dinheiro?
JP - O site só começou a dar lucro mesmo há dois anos. E todo o dinheiro que ele gerava, eu reinvestia, para ele virar uma coisa grande. E essa é a diferença entre um site grande e um blog em que a garota só quer tirar uma grana.
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EB - Você foi a precursora dos blogs como modelo de negócio. Como teve essa sacada?
EB - Mas não rola uma preocupação de ter que estar sempre montada?
JP - Você pode chamar de inovador, mas não é. É o mesmo modelo de publicidade que a gente já fazia aqui na produtora. Saí experimentando jeitos diferentes de fazer anúncio, fui vendo o que dava certo. E funcionou não só pra mim, mas para muitas outras meninas. Se eu não tivesse entrado dessa forma, talvez tivesse demorado mais para o mercado todo.
JP - Naaada! Você precisa me ver saindo de casa. Normalmente, eu venho trabalhar de pantufas, coquinho e nada de maquiagem. E eu não gosto de me montar muito, gosto de começar o passo a passo sem nada no rosto. O que me incomoda é as pessoas acharem que precisam ser perfeitas o tempo todo.
EB - Como vê o boom de blogueiras de moda?
JP - Como qualquer outra moda. Agora foram o sneakers, mas daqui a pouco são as florzinhas, as listras e etc. Também vai passar. O boom da publicidade em blogs já passou; agora a gente começa a ver uns clientes mais criteriosos. EB - Você curte outros blogs?
JP - Então, eu não leio nada de moda, né? Assino o WGSN e o WWD para ter uma informação mais de mercado. Sabe como eu vejo a tendência? No eBay. Se uma coisa começa a aparecer muito lá, é ba-ta-ta, em seis meses vai ser tendência. E não é porque o eBay lança tendências, mas porque moda está no inconsciente coletivo.
EB - Ok, mas, pra gente você parece perfeita...
JP - Tenho horror a salão, academia! Minha cabelereira retoca a minh raiz uma vez por mês, na minha casa. Também faço ginástica em casa, com uma professora, uma duas vezes por semana - misturo crossfit com pilates, funcional com musculação... Mas, se estou mal, prefiro dormir. Dormir é sempre prioridade!
EB - Seu corpo é de malhadora. JP - Gente magra é muito preguiçosa, exatamente porque é magra. Está tudo mole por baixo mas você põe a roupa e fica tudo bem. Tinha prometido que, aos 30 começaria a malhar. Fui empurrando e só tomei atitude aos 36. Com exercícios, mantendo seis quilos A MAIS que o meu peso de antigamente.
EB - Mas com beleza é diferente, certo? JP - Sempre fui nerd da beleza. Adorava olhar os produtos da minha mãe. Ela tinha uns lápis de olho da Mary Quant que eram como giz pastel, só que de passar no olho. Eu ficava louca. Achava que era meu, porque parecia giz da escola. Sou de uma geração que não tinha produto, justo nos anos 80 e 90, quando o make era "pá"[abre as mãos ao redor do rosto, querendo mostrar toda a extravagância do make.] Então, a gente tinha que improvisar horrores para conseguir resultado. Quando ia viajar de férias, trazia um produtinho e mostrava para todo mundo. Sempre tive o espírito de compartilhar novas informações. EB - Você se expõe muito nos seus tutoriais. Como lida com as críticas?
JP - Eu sempre digo que trabalhar com internet não é para os fracos! Você ouve desde críticas construtivas até uma pessoa que simplesmente está irritada naquele dia e vai lá descontar em você. A internet virou o SAC do inferno! Ah! E tem sempre os trolls, as pessoas que gostam de entrar só para causar - e eu até acho legal. EB - Não cansa? Os fãs exigem muito de quem pões a cara lá... JP - Dessa parte eu nunca me cansei de verdade. Quanto mais você for amorosa com as pessoas, menos histeria, sabe? É a parte da vida de blogueira.
EB - Mas essa é uma questão para você? JP - Tem um monte de menina me olhando na internet e elas querem muito ser magras. Esse desejo de magreza nas meninas me preocupa. Elas me perguntam o meu peso o tempo todo, é assustador. Eu nunca respondo. Quero ser um exemplo de mulher saudável.
EB - E a idade, também é uma questão? JP - Nunca foi. Não tem o que fazer, né? Eu acho legal envelhecer online. Acho que a idade é muito da cabeça das pessoas. Parece meio fácil falar quando se parece jovem, mas é assim. É um exercício mental constante, de gostos e de ser jovial mesmo. Adoro falar a minha idade... EB - Então, quantos anos você tem, Julia? JP - Faço 41 este ano e vamo aí! O que eu acho legal da idade é que a gente sabe das coisas. Por exemplo, eu gosto mais do meu corpo hoje. E não convivo com pessoas mais velhas, pode ver meus amigos e minha família [Julia namora o modelo Tiago Gass, 11 anos mais novo]. Não tem uma paranoia de estar envelhecendo e precisar me comportar como uma pessoa da minha idade. Acho que se tivesse que me comportar como as pessoas esperam, eu ia morrer.
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O que me incomoda é as pessoas acharem que têm que ser perfeitas o tempo todo
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Como a protagonista de Comer, Rezar, Amar, Julia Roberts esbanja carisma e parece ter entrado definitivamente na melhor fase da sua vida. Will Blythe / Fotos Tom Munro
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É uma pena vivermos em uma sociedade tão dismorfa, em que as mulheres nem se dão a oportunidade de ver o rosto com mais idade.
você voltar para mim?”, “Estou gostando de me apaixonar por você, querida” e “Parece tão natural, mas, na verdade, não me sinto assim em relação a ninguém há quase 30 anos”. O filme é fiel ao quociente de romance de conto de fadas do livro. Mas, de acordo com Gilbert, Julia foi esperta em mudar o foco da narrativa de uma busca espiritual para uma história a respeito de como é difícil superar uma desilusão amorosa. “Afinal, por quanto tempo dá para ver uma pessoa meditando?”, disse a escritora. A história, em muitos aspectos, faz paralelo com a própria trajetória de Julia. Quando seu agente lhe enviou o livro de Gilbert, a atriz estava feliz no casamento e tinha acabado de ter um filho. E, apesar de “estar determinada a não gostar de uma coisa só porque todo mundo gosta”, ela se sentou na frente da janela para ler e se apaixonou. Talvez tenha se apaixonado por aquilo que milhões de mulheres adoraram no livro. Comer, Rezar, Amar fala sobre ser fiel a uma voz interna que faz a gente fugir de uma relação ruim, que nos permite comer muito macarrão, que sanciona a busca solitária pela sabedoria e que acaba com a chegada de um amor duradouro. “Você reza hoje em dia”? Pergunto. “Rezo sim”, ela responde. Julia explica que seus pais se divorciaram quando ela era pequena. “A minha mãe era católica, e meu pai, batista. Eu aprecio 16
tada, vindo de uma longa sessão de fotos), queria estar com você”. Quer dizer que vocês são o tipo de casal que troca mensagens de texto o tempo todo? “Não. Normalmente, nós só ficamos nos agarrando”, ela diz. “Mas ele está em Toronto, trabalhando em um filme.” Estamos em Malibu, em um restaurantezinho na Pacific Coast Highway, perto da casa de Julia. Nem bem começo a entrevista, chega uma mensagem de texto do marido da atriz, o diretor de fotografia Danny Moder, que ela conheceu no set de A Mexicana, em 2000. Eles têm três filhos, Phinnaeus e Hazel, gêmeos de 5 anos e meio, e Henry Daniel, 3. “Temos sorte de nos amarmos tanto que explodimos e formamos mais três pedaços”, conta. Então, lê a mensagem em voz alta: “Sinto muito saber que seu dia foi tão ruim (ela chegou meio irritada, vindo de uma longa sessão de fotos), queria estar com você”. Quer dizer que vocês são o tipo de casal que troca mensagens de texto o tempo todo? “Não. Normalmente, nós só ficamos nos agarrando”, ela diz. “Mas ele está em Toronto, trabalhando em um filme.” Comer, Rezar, Amar é uma história corajosa de autodescobrimento: uma relação e um casamento desastrosos, que são redimidos por meio de muita comida na Itália, meditação na Índia e, finalmente, amor em Bali — ao lado de um brasileiro atencioso e de coração partido, que diz coisas como: “Quantas vezes mais eu vou ter que dormir antes de
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ão são muitas as atrizes que chegaram ao patamar de Julia Roberts. Linda, carismática e segura, ela é capaz de arrastar multidões às salas de cinema independentemente do filme. Imagine, então, quando a história é a adaptação de um best-seller mundial? O livro Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert, figurava havia tempos no primeiro lugar das listas de mais vendidos em todo o mundo quando anunciaram a versão cine matográfica dessa história de autodescobrimento. E quem melhor para viver a protagonista do que Julia? O ex-marido da escritora, Michael Cooper, que prepara sua resposta sobre a própria iluminação pós-casamento no livro Displaced, deve estar queimando neurônios para encontrar um ator à altura para fazer contraponto a Julia – isso, claro, se sua história também acabar indo para as telonas. Estamos em Malibu, em um restaurantezinho na Pacific Coast Highway, perto da casa de Julia. Nem bem começo a entrevista, chega uma mensagem de texto do marido da atriz, o diretor de fotografia Danny Moder, que ela conheceu no set de A Mexicana, em 2000. Eles têm três filhos, Phinnaeus e Hazel, gêmeos de 5 anos e meio, e Henry Daniel, 3. “Temos sorte de nos amarmos tanto que explodimos e formamos mais três pedaços”, conta. Então, lê a mensagem em voz alta: “Sinto muito saber que seu dia foi tão ruim (ela, de fato, chegou meio irri-
o catolicismo – me faz pensar em ovos mexidos e rosquinhas esfareladas. Mas a quietude, a reverência silenciosa, não é isso que eu sou. Então, a ideia batista – o apreço expressivo pela reunião, pela comunidade – é o que eu entendo. Envolver-me na vida espiritual com os meus filhos faz todo o sentido desde que esses dois elementos estejam presentes.” “Que vida espiritual é essa?” “É muito hinduísta”, ela responde e se inclina na minha direção para mostrar os colares hindus que tem ao redor do pescoço. “Em família, nós vamos ao templo e entoamos mantras e rezamos. Posso dizer que sou uma hinduísta praticante”, diz. Na cosmologia hinduísta, o Universo é criado e destruído de maneira perpétua, algo parecido com a carreira dos atores de Hollywood. A alma pode renascer em dúzias de outros corpos. Julia observa a filha, por exemplo, e sente a presença de outra alma, mais velha. “Hazel se senta de um jeito específico”, ela diz, “e eu sei que há alguém ali que eu não tive o prazer de conhecer, que tinha o costume de se sentar daquele jeito.” A atriz não hesita quando pergunto se ela se lembra de alguma vida passada. “Com certeza, fui uma camponesa revolucionária”, fala com a mesma naturalidade de alguém que descreve o trajeto de casa para o trabalho. Talvez seja mais preciso dizer que a primeira religião de Julia é o ofício de atuar. Levando Extra Bella
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Quero que meus filhos saibam quando estou brava, quando estou feliz. O rosto da gente conta uma história.
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em conta sua família, ela entrou no ramo com naturalidade, como se tivesse sido criada em uma trupe de ciganos ou funcionários de parque de diversões. Hoje, aos 42 anos, está com a idade do pai quando ele morreu. Na época, ela tinha 9 anos. Foi criada em Smyrna, no estado da Geórgia. Seu pai vendia aspiradores, e a mãe era secretária e depois virou corretora de imóveis. A paixão da família, no entanto, era o teatro, e a mãe gerenciava uma oficina de atores em Atlanta. Ela acredita que o pai iria se orgulhar dela: “Ficaria maravilhado de me ver no show business, mas ele tinha objetivos mais elevados. Era mais literário, escritor”. Julia é a mais nova de três irmãos. Quando adolescente, conta, não foi nem um pouco rebelde. Aliás, ela se descreve como “adequadamente passiva”. Não fez teatro no ensino médio, mas se apaixonou por atuação depois que um professor passou o filme Becket, o Favorito do Rei (1964), com Richard Burton e Peter O’Toole. Depois de terminar a escola, foi atrás da irmã, com quem tinha dividido o quarto em casa durante 12 anos, em Greenwich Village, Nova York, onde alugaram um apartamento em King Street. Julia trabalhava na loja Athlete’s Foot da Broadway com a 77th Street. Ela não frequentou um curso de atuação, mas não demorou muito até causar sensação em Três Mulheres, Três Amores (1988), como uma moça do interior que trabalhava em uma pizzaria.Então, em 1990, assumiu o papel que faria sua fama, o da prostituta divertida e de coração aberto que se relaciona com o executivo de classe alta representado por Richard Gere em Uma Linda Mulher – performance que fez o historiador do cinema David Thomson classificar a personagem dela como “o tipo de prostituta adorável que qualquer Extra Bella
homem de respeito poderia levar à ópera e mandar para a faculdade”. O consenso, desde então, é o de que Julia está na lista dos atores americanos – com Tom Cruise – que se conectam diretamente com o público, utilizando uma força de personalidade que a câmera reconhece primeiro e a massa adora. Estima-se que os filmes dela tenham arrecadado mais de 2,3 bilhões de dólares. Talvez para se adiantar às críticas, Julia censure sua falta de técnica de atuação sempre que eu pergunto a respeito de escolhas que ela fez em uma cena específica. “Eu não tenho técnica”, ela diz. “E não tem nada mais chato do que atores que se reúnem para falar de atuação.” Mas ela completa: “Se alguém chegasse para mim e dissesse que sabe exatamente o que eu estou fazendo, eu imploraria para que nunca me explicasse porque eu poderia acabar com tudo em segundos”. É verdade que o carisma de Julia é monumental, diz Ryan Murphy, diretor de Comer, Rezar, Amar e criador da série de TV Glee, mas ele argumenta que seu talento de atriz não pode ser subestimado. “Ela conhece cada luz, cada ângulo. Nunca fiz mais do que dois takes com ela. Se eu dizia: ‘Quero que você chore e que a lágrima chegue até o meio da sua bochecha’, ela respondia: ‘Sem problema’. Ela é tecnicamente brilhante.” Existe um quê de moleca em Julia — ela solta a todo momento a risada que ouvi tantas vezes em filmes, aquela gargalhada que as pessoas acham que ela força, da mesma maneira que acreditam que criou seu sorriso. Ela é o tipo de garota capaz de andar com meninos, brincar com eles e, então, surpreendê-los com o fato de ter se transformado em uma linda mulher. 17
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Quando você acaba em um casamento feliz, percebe que até os relacionamentos malfadados trabalharam lindamente para fazer você chegar até ele.
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No set de Comer, Rezar, Amar, Julia se deleitou com o esforço de seu colega espanhol Javier Bardem de fazer um sotaque brasileiro convincente. “Nós nos conectamos por meio do humor”, diz Bardem. “Algumas palavras são engraçadas para ela. A maneira como eu digo enlightenment (iluminação). Ela passava o dia inteiro fazendo piada com aquela palavra. Existe uma relação bacana da mulher que faz piada com o homem e do homem que gosta do fato de a mulher fazer piada com ele. Significa que ela se importa com você.” Bardem, por sua vez, gostava de fazer Julia dar risada ao se fingir de Al Pacino. Menciono um artigo que li em que diretores de elenco reclamam de estar tendo dificuldade para encontrar atores que não acabaram de fazer aplicação com toxina botulínica, limitando suas expressões. “É uma pena vivermos em uma sociedade tão dismorfa, em que as mulheres nem se dão a oportunidade de ver o rosto com mais idade”, diz Julia. “Quero ter ideia de como vai ser minha aparência antes de corrigir as imperfeições.” E completa: “Quero que meus filhos saibam quando estou brava, quando estou feliz. O rosto da gente conta uma história”, reflete. “E não deve ser a respeito do seu trajeto até o consultório do médico.” Envelhecer, ela afirma, “é uma combinação de genética e de apoio cheio de amor – ou da amiga que diz: ‘Porra, você está de piada?’ Ficar mais velha e encarar a mortalidade abriga os medos adequados para mim. Mas os meus medos estão mais ligados ao fato de ser mãe. A gente faz essas pessoas e as ama e quer que fiquem perto de você mil anos e quer estar lá para dar apoio a elas pelos mil anos”. Nesse ponto da noite, com a névoa do Pacífico ao redor do restaurante, as confissões chegam fácil, em uma intimidade do tipo que acontece entre estranhos em uma longa viagem noturna de avião ou ônibus. Nós nos pegamos falando a respeito da forma inesperada que a vida é capaz de assumir e que a gente só vai entender muitos anos depois. “Quando você acaba em um casamento feliz, percebe que até os relacionamentos malfadados trabalharam lindamente para fazer você chegar até ele”, diz a atriz. “Acho que Julia passou a vida toda buscando algum tipo de paz”, diz o ator Richard Jenkins, que vive o texano que contracena com ela na parte indiana de Comer, Rezar, Amar. “E agora ela percebe que encontrou e se sente grata.” A família de Julia é o bastião contra o mundo superficial de Hollywood. A atriz está naquele universo, mas não faz parte dele. Seu “casulo de amigas”, como ela coloca, vem do backstage do cinema. São as esposas dos colegas e dos amigos do marido. 18
“As pessoas acham que a vida é de algum modo diferente para um ator”, diz. “Elas projetam um contexto mais radical sobre a gente: ou sou absolutamente infeliz ou nunca fui tão feliz, ou estou totalmente apaixonada ou completamente desencantada com o amor... Mas todo mundo passa pelas mesmas coisas.” Eu me lembro de uma frase que Ryan Murphy me disse a respeito de Julia: “Ela não tem o narcisismo que a maior parte das atrizes tem. Na Índia, as mulheres, nos menores vilarejos, sabiam quem ela era porque tinham assistido a Uma Linda Mulher. E ela segurava a mão delas e conversava sobre os filhos. Seu dom é a empatia”. Durante a entrevista, quando não estava tirando uma da minha cara, ela perguntava sobre os meus irmãos, a minha vocação, os meus livros preferidos, a minha vida amorosa e até o meu signo (“Eu sou de Escorpião”, ela diz, “mas não do tipo que dá vontade de matar.”). Falo a ela sobre caminhar no bosque do Bronx, pássaros negros, pântanos. Ela me fala de sua fazenda no Novo México, do deserto, de seu casamento. Assuntos comuns, de pessoas comuns... Parece que Julia deseja que todos fiquem bem, até mesmo uma pessoa que estará com ela apenas uma noite, como é o meu caso. Ela se inclina para bem perto do gravador e deixa um recado inesperado para a minha namorada: “Case com ele”. Parece que ela não deseja que eu fique à deriva. E diz: “Não foi Sócrates quem disse que, para a vida de um homem ser completa, ele precisa fazer três coisas: escrever um livro, construir uma casa e criar um filho? ”Sócrates disse isso? Não faço ideia. Mas foi o que Julia Roberts falou antes de partir pela noite da Califórnia. Extra Bella
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