Revista Supersônica

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super SÔNICA LOL NÃO É MAIS SÓ UM INTERNETÊS

Entenda e conheça o novo vício online

VOCÊ FAZ PARTE DA

EDIÇÃO ÚNICA / SETEMBRO DE 2013

GERAÇÃO FANDOM?!

AUTORES

AMADORES ENTREVISTAS

+

EXCLUSIVAS

ADAPTAÇÕES

CINEMATOGRÁFICAS

E O QUE ROLOU NO VMA 2013

Teoria

PIXAR Jornalista americano cria teoria que coloca todos os filmes Pixar na mesma linha do tempo. Quer saber como? A Supersônica explica.




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Índice 8 24 12 34

comportamento

GERAÇÃO FANDOM LEAGUE OF LEGENDS: POR QUE TÃO JOGADO? música

JAKE “O CARA DA VEZ” BUGG O QUE ROLOU NO VMA 2013

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atualidade

especial

18 OS NOVOS JOVENS

26 DAS PÁGINAS PARA A TELA

A OBSOLÊNCIA TECNOLÓGICA 32 NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

capa

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entrevista

AUTORES AMADORES

SUPERESENHAS FIQUE DE OLHO

14 A TEORIA PIXAR superindicações

30 SUPERESCUTA SUPERCLÁSSICOS

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Aos leitores Carta do editor Para os pais, adolescência é uma fase difícil, para a mídia, adolescência é publicidade, tendência e aquilo que mais influênciam, para adultos adolescência “foi a melhor época da minha vida”, e para adolescentes, adolescência é só aquilo pelo o que estamos tentando passar sem muitos traumas, embora os dramas sejam inegáveis. A maioria das pessoas - que não possuem entre 12 e 19 anos - acredita que tudo o que se passa na cabeça de um adolescente é besteira sem importância, que garotas passam o dia todo falando sobre garotos e garotos passam as 24 horas do dia pensando em sexo. E só nós, adolescentes, sabemos que não é bem assim que funciona! O nosso propósito, como super (e pseudo) jornalistas, é mostrar que a mente de um jovem funciona no mesmo ritmo em que a timeline do twitter se atualiza: de um em um minuto, e não temos apenas o assunto “hormônios a flor da pele” em nosso trending topic cerebral. Pois falar de cinema não é só para críticos, indicar clássicos não é só para os cultos, não são só hipsters e adultos que têm bom gosto musical, e quem melhor que a galera da atualidade para falar sobre o que rola... na atualidade?! Adolescentes falando de um jeito propositalmente descontraído, porém seriamente comprometido sobre uma das mais importantes vertentes da modernidade: o entretenimento. Adolescentes compondo a cultura da rapidez, a cultura supesônica, a cultura pop. Então, não perca tempo tentando relaxar, o mundo está girando acelerado e nós estamos ansiosos para que você participe desse ritmo frenético com a gente. Saudações, terráqueos, e bem-vindos a Geração Desvairada!

Bianca Ramos,

tem 16 anos, uma mente frenética, espírito de jornalista da imprensa cor-de-rosa e uma lista de assuntos e papos intermináveis.

Equipe Carolina Lima

Com 16 anos e uma agitação quase palpável, Carol passa seus dias afogada em livros Young Adult e (muita!) música britânica.

Michel Bueno

A lista de reprodução desse garoto de está longe de ser pequena. Com 16 anos, ele divide paixões entre a matemática e vocais pop feminino.

Shara Haddad

Ela foge do convencional. Ao mesmo tempo que curte um rock pesado e jogos online, seria impossível encontrar Shara sem seus típicos batons vermelhos

Beatriz Pin

A aspirante a psicóloga de 16 anos, tem cabelos curtos no melhor estilo Coco Chanel e maturidade para deixar qualquer um boquiaberto.

Isadora Martins

Ela jura de pé junto ter vindo de outra época! Aos 16 anos, a intelectualiadade da futura estudante de história está muito a frente de sua idade e parece crescer mais a cada segundo.

Anne Pena A mocinha de 16-incompletos-anos traz um pouco da sua cultura indie-alternativa para complementar o pacote de redatores.

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Você faz parte da geração

FANDOM?! Fandom? Mas o que, em nome de Deus, é isso? Uma seita? Uma comida? Uma banda nova que todo mundo gosta? Um grupo no facebook? Por que essa palavra está espalhada por toda a internet? Se você desconhece essa palavra, não se desespere, a Supersônica explica!

Mas... O que é isso? É preciso deixar bem claro que essa palavrinha é inofensiva, uma gíria atual. Fandom é uma palavra inglesa originada da junção das palavras Fan Kingdom, ou seja Reino de Fãs, que nada mais é do que a base de fãs de uma coisa específica. Coisa? Sim, coisa, porque hoje em dia existe base de fãs para praticamente tudo no mundo do entretenimento! – filmes, atores, cantores, bandas, livros, festivais, séries, videogames, desenhos

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animados, animes e até mesmo parque de diversões. Segundo Henry Jenkins, um grande estudioso da área da web e autor de “Cultura da Convergência”, fandom “se refere às estruturas sociais e culturais praticadas pelos mais apaixonados consumidores de mídia em massa.”. Deu para captar?! Geralmente o público varia entre crianças e jovens adultos, mas não é raro encontrar pessoas de 25, 30 anos no meio da galerinha nova. Está claro, por ser, em

sua maioria, formado pelo pessoal da Geração Y, que o fandom foi um meio criado para distração e diversão. Ninguém pode negar que a diversão para jovens foi reduzida a quase nada na última década, principalmente para aéreas urbanas, basicamente, todo o entretenimento atual tem por trás a tecnologia – com pequenas exceções na música e literatura – e o “ser fã” de hoje em dia foi transformado em um passatempo levado mais a sério que alguns anos atrás.


E o que esse pessoal faz?

de onde surgiu isso?

Os fãs estão dispostos a ficar incontáveis horas dedicando-se ao seu “fenômeno” de várias formas diferentes: criação de Fã Clubes em redes sociais, fanzines, cosplays, histórias de ficção publicadas online (fanfictions, fanfics ou fics), fanfilms, fanarts, convenções, encontros e, o mais popular de todos, colecionando qualquer e todo tipo de coisa relacionado ao tema. Uma outra característica de um fandom é dar nome ao grupo de fanáticos, como por exemplo, os fãs do astro adolescente Justin Bieber que se autodenominam “beliebers”, ou os fãs da saga literária Harry Potter, chamados de “Potterheads”.

Não existe data específica para isso, mas acredita-se que tudo tenha começado nos anos 50/60 com Elvis Presley e The Beatles, que foram os primeiros a ter as conhecidas “fãs histéricas”. Mas, obviamente, toda essa atividade chamada fandom é recente, por rolar, principalmente, na web.

imagem por pipocamoderna.com.br

O que eles fazem para chamar A atenção?

Alguns fanáticos levam o assunto tão a sério que é possível comparar a algum tipo de religião ou estilo de vida, como, por exemplo, os Otakus (os fãs de animes, mangas, cultura asiática). Mas, primeiramente, a única e inofensiva e ideia de se participar de uma dessas panelinhas é diversão e distração! Podemos comparar fanáticos com torcedores de time de futebol, um grupo de pessoas que torcem por um determinado time de um esporte específico, existem os loucos e aqueles que só buscam diversão!

Para chamar a atenção de seus ídolos, por Twitter e Facebook os fãs usam as famosas “hashtags” - são basicamente palavras-chaves antecedidas pelo símbolo “#” - que estão sendo mais comentadas. No Twitter existe o Trending Topics, que é onde ficam agrupadas todas as tags que estão rolando no momento. As tags mais comentadas ficam sempre em cima, e é daí que surgiu a famosa frase “subir tag”, ou seja, se você está querendo chamar atenção do seu ídolo, subindo sua tag fica mais fácil da mesma ser comentada ou vista por ele.

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As hashtags realmente funcionam e sempre são repercutidas por um bom tempo. As tags mais usadas pelos fãs, são dizendo para a sua banda favorita vir ao seu país, apoiando o seu ídolo em alguma premiação que ele está concorrendo, divulgando álbuns novos, shows e etc

E tem também a famosa COMIC-CON que acontece todo ano em San Diego, nos Estados Unidos. A Comic-Con começou na década de 70, com o surgimento de alguns fanáticos por HQ�s (histórias em quadrinhos) que tiveram a ideia de fazer uma convenção de fãs para discutir sobre suas historias favoritas e seus personagens. Isso deu tão certo que atualmente a Comic-Con é a maior feira multigênero do mundo, ou seja, o maior encontro de fãs do mundo. Lá você encontra de tudo desde artistas de grandes filmes e séries, escritores, empresas com novos produtos (relacionados a livros, filmes, séries e etc) e muitos fãs procurando por autógrafos e fotos com seus ídolos.

Fandoms Famosos encontro de fãs O Encontro de fãs foi feito pra reunir um certo fandom – ou vários – em um determinado local,como parques, livrarias e etc - para falar sobre o ídolo. O encontros de fãs são muito comuns nos fandom brasileiro. Nesses encontros rola de tudo, competições, rodas de conversas, música ao vivo, todos os tipos de brincadeiras, sorteios de prêmios (como camisetas, CDs, adesivos, livros) e muitos outros; tudo depende da criatividade dos organizadores. Os organizadores desses encontros geralmente são os donos dos Fã Clubes oficiais.

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Os fandoms mais famosos são o dos Beliebers (Fãs de Justin Bieber); Directioners (Fãs de OneDirection); Prisoners (Fãs de The Wanted); Little Monsters (Fãs da Lady Gaga); Lovatics (Fãs da Demi Lovato); Selenators (Fãs da Selena Gomez); Potterheads (Fãs da série de livros Harry Potter); Twihards (Fãs da Saga Crepusculo); Smilers (Fãs da Miley Cyrus); Galaxy Defenders (Fãs de McFLY); Emblems (Fãs de Emblem3); Lermaniacs (Fãs do ator Logan Lerman); Shadowhunters (Fãs da série de livros Os Instrumentos Mortais); Demigod (Fãs de Percy Jackson); Katycats (fãs da cantora Katy Perry) e muitos, muitos, muitos outros!


GUIA RÁPIDO DE GÍRIAS EM FANDOM im, sim, quem está entrando agora nessa vida de fandom sabe como é difícil S entender o significado das gírias que o pessoal usa (que são muitas); ou até mesmo você, que não tem nenhuma ligação com fandom, mas tem aquele/a amigo/a que vive usando essas gírias que mais parecem códigos e você não entende, absolutamente, nada. Não tema, com a Supersônica, não há problema: juntamos para vocês alguns dos termos mais utilizados por essa galerinha.

Fangirl/Fanboy: Sim, usa- se diz fã de algo, mas não sabe as Fanon é um shipp criado pe-

mos esses termos para definir os membros de um fandom, e fandom é o coletivo desses membros (exatamente como anjos e legião, peixes e cardume), mas, “fandomente” falando, fangirl ou fanboy é um estado de espírito que esse pessoal assume, especialmente na internet, quando simplesmente não conseguem expressar o que estão sentindo e, costumam brincar, que a única coisa que pode ajudar é bater a cabeça contra o teclado várias vezes. Spoiler: é o termo que se utiliza para algo que aconteceu nos livros, séries, filmes que você ainda não sabe. Como contar o final do filme. Geralmente os spoilers são extremamente importantes para a continuação de uma história (ex: a morte de um personagem), e quando são postados por todos os cantos deixam os fãs realmente bravos! Então, não poste spoilers sem os devidos avisos. Life ruiner: Segundo os próprios fãs, “life ruiner” é alguém que está “constantemente arruinando sua vida com sua perfeição e sorriso”. Poser: é o termo que se utiliza para denominar uma pessoa que

coisas básicas que uma pessoa que é realmente fã sabe. Shipp e OTP: provavelmente, você conhece essa palavra como a forma inglesa de “barco”, você não está errado, é claro, mas além dela ter um “P” a mais, dentro de um fandom, ela tem um significado completamente diferente! “Shipp” são quando os participantes de um fandom fazem os famosos “casaizinhos” – que podem ser reais ou não. Nessa mesma linha de pensamento, ainda temos OTP, que significa One True Pairing (“um par verdadeiro” em tradução livre). Endgame: Significa “fim de jogo”, mas em um fandom, são aqueles casais que estão destinados a terminar juntos! Geralmente eles são bem óbvios, e são um dos principais motivos de discordância entre os shippers de um fandom. Fanon/Canon: São dois sub-tópicos dos termos “shipp” e “OTP“. Canon são aqueles casais. que (a) provavelmente serão endgame – vide verbete anterior – ou (b) começam como um casal, porém a relação termina deixando um monte de fangirls e fanboys enfurecidos!

los fãs no qual as duas pessoas em questão podem nunca ter se conhecido ou falado, mas eles juram que existem uma tensão sexual entre eles e que, se a tal relação acontecesse, ela seria perfeita! Bromance: É aquela amizade entre duas pessoas muito queridas entre os fãs. É quase como um “shipp”, mas, no lugar de uma relação amorosa, temos uma amizade. Crossover: o crossover acontece quando duas histórias distintas se cruzam. Popularmente isso acontece a partir dos fãs, na criação de fanfic, fanarts ou fanfilms. AU: Siglas para Alternative Universe, é um gênero de fanfictions (sim, fanfictions têm gêneros, assim como livros e filmes), que se passa em universo alternativo àquele do qual a personagem vem. PS: são as siglas das palavras Publicity Stunt, que nada mais é que “golpe publicitário”. Geralmente, os fanáticos costumam usar esse termo para situações “montadas” apenas para a divulgação do fenômeno em questão.

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J A K E “O CARA DA VEZ” B U G G


ARTISTA DE PRIMEIRA VIAGEM, SEM PAPAS NA LÍNGUA E COM TALENTO PARA DAR E VENDER

Nascido em Nottingham, Inglaterra, Jacob Edwin Kennedy ganhou sua primeira guitarra aos doze anos de idade de um tio e, influenciado por um episódio do seriado The Simpsons - no qual o cantor Vincent McLean faz participação especial - começou a tocar para nunca mais parar.

O INDIE-FOLK -COUNTRY NERVOSO DE JAKE BUGG É A NOVA CARA DO ROCK BRITÂNICO.

festivais que participa - tocando no palco principal de festivais como o Glastonbury e iTunes Festival. Durante um depoimento meio contraditório sobre o assunto, Jake disse: “Francamente, os festivais não são o tipo de show que sou fã. No entanto, eu realmente gosto de tocar. Você olha para o publico e percebe que eles querem uma musica para dançar. E mesmo que não funcione sempre, você pode sempre tentar acompanhá-los. Então, às vezes eu mudo meu setlist, no último momento, dependendo do humor do público.”

Aos 19 anos de idade, o garoto de Nottingham está sendo comparado ao lendário Bob Dylan, foi apadrinhado pelo polêmico Noell Gallagher (ex-integrante do Oasis) e já tocou com grandes nomes do rock como os Rolling Stones e os The Stone Roses. Ele tem com principais influência os clássicos como Oasis, Jimi Hendrix, The Beatles, Nick Drake, John Martyn Bugg chamou muita atenção da e Neil Young são alguns exemplos. mídia há algum tempo atrás, após criticar bandas pop, no caso, o feO primeiro álbum dele, chama- nômeno One Direction e a comdo Jake Bugg, foi lançado no dia paração feita entre a boyband e 15 de outubro do ano passado e os Beatles; quando questionado já foi para o primeiro lugar dos sobre o assunto, Jake disse a uma mais vendidos no Reino Unido, rádio britânica: “É fácil fazer suficando na frente de bandas como cesso quando você não tem que Arctic Monkeys. Quando foi per- escrever as músicas. Dizem por guntado como ele se sentia, Jake aí que eles são �os novos Beatles� apenas dissse: “Estou tentando porque eles conquistaram a Amémanter merdas do tipo X-Factor rica, mas isso não quer dizer nada. longe do topo. Eles sabem que são terríveis. É ridículo dizer que eles são �as novas Os poucos sorrisos, o voz agra- estrelas do rock�. É uma afirmação davelmente fanha, e a inconfun- ridícula e as pessoas devem parar dível base de violão são as mar- de fazer isso”. cas registradas de Bugg que, com sua presença de palco única, vem Jake agora não é mais só o quechamando a atenção nos muitos ridinho de Nottingham, mas sim

de toda a Europa, aos poucos vem conquistando a América e está fazendo por merecer esse posto! Seu novo álbum está sendo produzido pelo famoso excêntrico Rick Rubin - que tem Lana Del Rey e Adele em sua lista de clientes – e tem data de estreia para novembro deste ano. Parece até mentira que hoje em dia um adolescente faça tanto sucesso sem a Disney Channel, Youtube ou reality shows envolvidos.

SUPERINDICA

O albúm de estréia autointitulado de Bugg recebeu ótimas crísticas e permanceu na lista dos dez mais vendidos de várias importantes listas da Europa. Confira alguns dos hits do britânico: Two Fingers, Seen It All, Lightining Bolt.

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A TEORIA

tudo está conectado Por Bianca Ramos

Não há dúvida sobre o tamanho do rebuliço que o jornalista Jon Negroni causou no mundo do entretenimento neste último inverno. O objeto de sua polêmica� As produções Pixar� Isso mesmo, de acordo com o jornalista e a publicação da The Pixar Theory em seu blog, existe um universo, uma linha do tempo, por trás dos filmes da Pixar.

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ocê provavelmente conhece a Pixar – aquela produtora genial, criadora de clássicos com Toy Story, Procurando Nemo e Monstros S.A – e provavelmente sabe também como seus easter eggs são famosos entre os telespectadores. Mas Jon Negroni foi mais além de simples referências de um filme para outro, ele criou uma TEORIA para esses filmes e contou tudo em seu blog. Ele deixa claro que a tal da Pixar Theory ainda está em fase de construção, amadurecimento e modificação, no entanto, o material publicado até o momento é suficiente para deixar qualquer um de boca aberta! Negroni conta que após assistir um vídeo do site Cracked.com ficou obcecado com as animações e todo o mistério por trás delas. “Desde então tenho trabalhado para completar o que eu chamo de “A Teoria Pixar”, uma narrativa em construção que amarra todos os filmes da Pixar em uma linha do tempo coesiva a partir de um tema central.”, explicou em seu blog. Será, então, que todos os filmes Pixar estão conectados e fazem parte da mesma linha do tempo? É bom lembrar, caso não saiba, quais são os filmes envolvidos nessa teoria; são eles: Toy Story, Vida de Inseto,

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Toy Story 2, Monstros S.A., Procurando Nemo, Os Incríveis, Carros, Ratatouille, Wall-E, Up, Toy Story 3, Carros 2, Valente e Universidade Monstros.

Tudo começa pelo vencedor do Oscar de Melhor Animação de 2012, Valente, onde uma bruxa que tem o péssimo hábito de desaparecer por trás de portas desenvolve uma poção que humaniza animais e objetos – necessário lembrar que Valente é o único filme da Pixar que explica tal humanização – então, graças à esta bruxa, estes animais e objetos deram origem a uma enorme “população de animais e objetos de personalidade e inteligência própria”. A bruxa é, segundo o autor, “alguém que conhecemos de outro filme”. Agora, se quiserem descobrir quem, terão de ler até o final!


Continuando pela linha do tempo temos, logo depois de Valente, o filme Ratatouille, que mostra exemplos de humanização desses animais, ainda que em condições menores e controladas.

O jornalista lembra do interesse de Remy em cozinhar, o que representaria uma característica humana do rato. Os objetos também se proliferaram? Toy Story nos responde que sim e vai além. O que se passa, afinal, durante os três filmes Toy Story? Não temos apenas objetos com inteligência própria, mas brinquedos cansados de serem negligenciados pelos seus donos. É isso aí! Vive La Révolution, #VemPraRua, #ProtesteJá. O mais interessante é o gancho que nossos queridos produtores da Pixar deixaram em Toy Story 3.

Não é uma montagem, senhoras e senhores, isto que vocês estão vendo em destaque é um postal com o endereço e os nomes de Carl e da Ellie o casal de Up! Altas Aventuras. Logo, subentende-se que Ellie ainda está viva nesta época, o que faz com que a história do filme Up! se passe depois da trilogia Toy Story. Nela, o vilão Charles Muntz, desenvolve uma coleira que traduz os pensamentos de seu cão. Ou seja, parece que o boato da inteligência animal se espalhou e só lhes falta uma coisa: um idioma. Essa invenção teria mostrado para Muntz que os “animais são mais espertos e até mais parecidos com humanos do que imaginávamos”.

Enquanto isso, no fundo do mar, Marlin e Dory estão Procurando Nemo. Apesar de serem metabolicamente desenvolvidos, é possível perceber que os peixes, de todas as espécies já apresentadas, foram os menos afetados pela humanização. Veja, a coisa mais próxima que eles possuem do cotidiano da sociedade humana é uma escola.

Somos levados então para Os Incríveis, no qual conhecemos a vida de super-heróis que não são mais tão super assim... No começo do filme, no auge da vida de heróis, percebemos, até mesmo pelo grafismo, que a história se passa por volta da década de 60/70, o que, consequentemente, significa que depois de se casarem, terem filhos e tudo mais, a família Incrível vive na década de 80/90 – época que, teoricamente, passa-se a história de Toy Story.

E quem é o grande obstáculo da família? O maluco do Síndrome? Não, mas aquele robô gigante que ele cria. O robô então destrói todos os heróis. Em determinado momento, o robô se rebela, o que indicaria o alto poder de organização das máquinas. É o início do domínio global das máquinas, que tem seu auge com a BNL.

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existem rodovias, corridas, placas e etc. Mas nada além disso, porque os humanos deixaram a Terra e depois de alguns séculos só restariam lixo e um robozinho chamado Wall-E. Mas Wall-E não estava sozinho, ele tinha companhia de uma barata.

A Buy-n-Large (BNL) é, com certeza, um dos elementos mais intrigantes da Teoria Pixar, pois, além de estar presentes em vários dos filmes, segundo Negroni, ela seria a corporação que forçou Carl, de Up, a abandonar sua casa por conta de expansão industrial. “Qual corporação é culpada por poluir a Terra e terminar com a vida local em um futuro distante por excessos tecnológicos?”, indaga o jornalista, ao anunciar a narrativa de Wall-E. Esta é a mesma empresa que controla o mundo em Wall-E, a qual, por sua vez, também surge em cenas de Toy Story 3 e em Procurando Nemo. A Terra fica poluída e devastada pelas das máquinas, o que a torna praticamente inabitável para a maioria dos seres vivos. A única saída encontrada é, portanto, fugir para o espaço (com a nave Axion de Wall-E, para ser mais preciso), fazendo com que os únicos habitantes da Terra sejam alguns animais, brinquedos, casas e.... Carros!

Não existem humanos em Carros e Carros 2, embora, claramente, possamos perceber que existiram em algum momento do passado, já que

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No final de Wall-E, os humanos voltam para a Terra com a última planta do planeta, a qual cresceria e se tornaria a robusta árvore de Vida de Insetos. O que? Isso mesmo, lembram-se da barata que Wall-E tinha como companhia? Então, a partir dessa barata, podemos acreditar que depois da devastação ainda haviam insetos rondando a Terra. Se em Procurando Nemo os animais já começavam a agir como humanos, em Vida de Insetos – que acontece séculos e muitas transformações mais tarde – os insetos são, praticamente, a nova sociedade. Milênios depois, por conta de toda a química, radioatividade e poluição que envolviam a Terra, o inevitável acontece: outra evolução de espécies. Negroni acredita que todos estes males causaram uma mudança genética em insetos e animais (ou seja, humanos estão extintos) originando uma espécie híbrida de criaturas mutantes que poderiam muito bem fazer contato com os humanos através de portais viajantes no tempo e trabalhar em uma empresa chamada Monstros S.A.


Nossos descendentes monstruosos estão passan- Mas a imagem abaixo é ainda mais chocante, pois do por uma crise de energia, então aprendem a ali, no pedaço de madeira, vemos claramente um viajar no tempo usando as portas, assustam crian- desenho de Sully. cinhas de algumas centenas de milhares de anos antes e conseguem energia no futuro. E é através dessas portas que Sully conhece Boo, o que nos leva a reta final da linha do tempo. A teoria diz que ao final de Monstros S.A., Boo e Sully não entram mais em contato e a garotinha fica obcecada com a ideia de reencontrar Sully e da humanização de animais (lembre-se que para Boo, Sully era o “gatinho”) e, já sabendo a funcionalidade das portas viajantes no tempo, ela viaja diversas vezes até chegar a idade média, onde encontra as chamas azuis e cria uma poção que transforma a mãe de Merida em urso. Ei, ei, ei, espere um minuto. Merida? Estamos falando de Valente?

Sim, meu caro leitor. Boo é a Bruxa de Valente!

Mesmo dando um pequeno nó em nossas mentes e envolver um pouquinho física quântica, a Teoria xar é, indiscutivelmente, chocante, Negroni ainda nos alerta sobre The Good Dinossaur, a nova produção da Pixar que ainda será lançada.

Desaparecer atrás de portas? Nada disso, na verdade nossa querida Bruxa só está fazendo mais uma de suas viagens atrás de Sully. Ainda duvida? Então, observe esta imagem:

No final, todos os filmes são consequências e, ao mesmo tempo, responsáveis pelo cerne da teoria. Segundo o jornalista, “o amor de Boo pelo Sully é o cerne do universo Pixar. O amor de pessoas Veja que na imagem existe uma escultura de ma- diferentes, de idades diferentes e até de espéciais deira do carro do Pizza Planet (de Toy Story) que, diferentes tentando encontrar formas de viver na segundo o criador da teoria, é esculpido apenas Terra sem destruí-la somente pela ganância dos porque a Bruxa, de alguma forma, já viu um. luxos energéticos”.

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Os novos jovens por Beatriz Pin

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emos uma mudança muito grande em relação aos jovens de algumas décadas atrás para os jovens dos dias atuais. Com o passar dos anos, o mundo se desenvolveu, e com isso veio grandes avanços científicos e tecnológicos, e na área médica. E não podemos deixar de citar o crescimento do poder que a indústria cultural adquiriu. É muito perceptível vermos essas diferenças, quando pessoas mais velhas nos contam de sua juventude. A maior parte dirá que logo cedo, entre 12 e 15 anos, começaram a trabalhar. Alguns pagavam a própria faculdade, conciliando as duas coisas: os estudos e o trabalho; ainda jovens conseguiram comprar sua própria casa, e se casaram. A maior parte dos jovens de hoje ao ouvir isso, acham quase absurdo, pois muitos não possuem esse tipo de responsabilidade tão cedo, como se possuía antigamente. A maior parte dos jovens de hoje são muito influenciados pela indústria cultural, sendo os principais influenciadores: os programas televisivos e a internet. As redes sociais encontradas na internet, por exemplo, tem o objetivo de “encurtar” as distâncias. Assim não se perderá o contato porque uma pessoa conhecida está longe.

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pookpeccles.tumblr.com/post/35539933610

Mas há muitos jovens que utilizam tanto desse meio, que deixa de lado o convívio social físico e pessoal para ficar “online” nas redes. É comum de se ver moradores de condomínios, onde a distância de um prédio a outro é bem pequena, conversando entre si via internet. É claro que esta desempenha um papel importante em disponibilidade de artigos, pesquisas, curiosidades, e facilidade de informação, mas está tendo mau uso e se tornando um vício em potencial entre os jovens, podendo torná-los introvertidos e anti-sociais, distante do contato da família e amigos, e alheios ao que acontece ao redor e no mundo, podendo ocasionar em jovens menos formadores de opinião. Os outros meios, como as revistas e a televisão, também geram muita influência e manipulação. A questão é que muito dificilmente se tem a consciência de estarem sendo manipulados, quando expostos a apenas um tipo de padrão. Um dos mais comuns é o padrão de beleza, onde supostamente as mulheres devem ser magras e os homens musculosos. Tão saturados desse quadro único de informação, e de certa forma “incentivados”, o jovem procura formas de se encaixar nesses padrões. Seja em diversas dietas e remédios, muitas vezes sem recomendação médica, ou no consumismo para adquirir produtos que acreditam que os deixarão mais próximos desses padrões.

Há perigos nesses objetivos que se auto impõem, e podemos citar os mais populares e crescentes: anorexia, vigorexia, bulimia, e a recenetemente denominada oneomania. Esta uma doença caracterizada pelo consumismo excessivo, dos mais variados produtos. Foi encontrado inicialmente em adultos, mas atualmente está cada vez mais crescente nos jovens. E quando não se é alcançado os padrões impostos pela sociedade, seja os padrões de beleza, de estilo de vida e entre outros, essas pessoas podem ser excluídos do próprio grupo social, e então podemos citar o decorrente bullying, genericamente ocorrido com pessoas que são “diferentes” do comum. Como o próprio nome adolescência indica (“ad” = “em direção a” + “olescer” = “desenvolver/ tornar-se jovem, autônomo”), é uma fase conturbada e inquieta. Com os alguns dos conflitos citados acima, o indivíduo pode se sentir incapaz e incompreendido, desenvolver depressão, quadros anti-sociais, compulsivos e de ansiedade, e associar-se a substâncias psicoativas (álcool, drogas e medicamentos). Como um ditado popular já diz: “a faca tem dois gumes”. Há sempre o lado bom, mas também há o ruim. Cabe a nós a conscientização do poder da mídia sobre nós, e que independente de padrões que são impostos como modelos a se seguir, devemos ser do jeito que nos faça sentir bem e feliz.

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×autores amadores E entrevistas exclusivas com as autoras de “Ópera” e “Psicose” .

Autores amadores, sem dúvida, não são novidade. Na verda-

de, eles existem desde antes dos próprios autores, afinal, todo autor de grande importância um dia foi amador, não é mesmo?! A diferença entre os autores amadores do passado e os atuais são suas ferramentas de escrita e publicação. Qualquer um pode publicar uma história hoje em dia, graças a nossa, mais que conhecida e querida internet. Prova disso é a quantidade infinita de fanfictions (histórias fictícias criadas e escritas de fãs para fãs) que rondam a web, não importa a fonte de inspiração – pseudo chick-lits escrito com os garotos da boyband One Direction ou prelúdios e continuações dos livros de Harry Potter – tudo é válido! E essa é uma das maiores vantagens de se publicar na internet. O Brasil possui grande destaque nesta área; os autores amadores brasileiros são extremamente talentosos e, com certeza, um dos melhores do mundo. Em sua maioria são adolescentes ou jovens adultos, e o reconhecimento que obtém por suas histórias é realmente impressionante. Por essas e outras razões tornou-se tão comum ver essas histórias serem transformadas em algo muito maior – livros e até mesmo webséries. Pensando nisso, a SUPERSÔNICA entrevistou Andrea Prado (Psicose) e Lan (Ópera), duas autoras amadoras famosas da internet que já tiveram suas obras, começadas apenas como um hobby ou diversão, transformadas em algo muito maior. Confira!

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Andrea Prado

Lan


SUPERSÔNICA: Fale um pouco inocência. Melissa fica encantada

sobre sua história, a origem da ideia e como foi o processo de criação. Lan: Ópera é uma história adolescente de romance e assassinatos que veio de uma grande vontade de inovação. Eu estava cansada de ler e escrever histórias que seguiam o velho padrão: “o protagonista. O conflito. A solução do conflito”. Eu queria vários protagonistas, várias histórias que se ligariam em um único acontecimento, como em uma novela (Soap Opera, em inglês). Fiquei encucada durante dias, tentando bolar o início do novelo de lã que daria origem aos núcleos da narrativa. Tentando encontrar o acontecimento principal que conectaria todos os personagens. E foi durante um programa de televisão que tive a ideia. Ao observar a expressão de malícia de um dos atores, que se dirigia à protagonista, eu tive a ideia do assassinato. O processo de criação, a partir daí, foi bem simples. Eu estava feliz e empolgada com a história, louca para colocá-la no papel. Fiz um esquema em um caderno antigo com a função de cada personagem, sua conexão com o assassinato e tópicos sobre o que era necessário acontecer em cada capítulo. Desenvolvi os tópicos, acrescentando falas e descrições e nasceu a fanfic Ópera. Andie: Psicose conta a história de uma psiquiatra recém-formada, Melissa Parker, que tem como primeiro emprego um cargo no hospital de custódia St. Marcus Institute. O hospital é famoso por abrigar os mais frios e perigosos psicopatas e o primeiro paciente dela é um criminoso famoso por ter assassinado a própria namorada, embora alegue sua

pelo seu paciente e se vê tentada a descobrir mais sobre ele e o misterioso passado dele, enquanto tem que lidar com eventos sobrenaturais que passam a atormentá-la no St. Marcus. Eu tive a ideia enquanto assistia Ilha do Medo, que se passa, justamente, em um antigo manicômio judiciário. Alguns elementos da série Prison Break também me inspiraram a criar a história. Enquanto via uma das cenas iniciais do filme, toda a ideia da história, início, meio e fim vieram à minha cabeça.

“Eu sempre achei que, por ser fora dos padrões, jamais sairia do ×anonimato.” SUPERSÔNICA: Como você rea-

giu ao perceber a reação positiva do público? Lan: Eu sempre me senti eufórica ao ler bons comentários. Sempre achei que havia mágica em fazer com que outras pessoas fossem engolidas e envolvidas por um universo da minha criação. Quando percebi que tinha um número considerável de leitores, eu me senti grata, abençoada e realizada. Andie: Foi uma grande surpresa, na verdade. Eu definitivamente não esperava que alguém gostasse, ou que tanta gente gostasse.

Psicose era, na época em que foi lançada, uma fanfic absolutamente diferente de todas as outras publicadas, pelo menos naquele site. Eu sempre achei que, por ser fora dos padrões, jamais sairia do “anonimato”. Até hoje eu ainda me surpreendo com as reações do público e o meu nível de felicidade é inexplicável por conta disso. É bastante surreal, pra falar a verdade.

SUPERSÔNICA: Houve uma pesquisa mais profunda para a criação do enredo ou personagens? Andie: Sim, eu passei alguns dias pesquisando sobre muitas coisas, principalmente locais em que a história poderia se passar e sobre distúrbios psicológicos, porque eu trataria superficialmente sobre o assunto, mesmo não sendo o foco principal do enredo. Eu precisava saber como era a rotina em um “manicômio judiciário”, mesmo tendo consciência de que na Inglaterra provavelmente as coisas se desenvolvem melhor do que no Brasil. Isso é importante pra manter um pouco de realidade da ficção, dar credibilidade ao que eu escrevo, embora, como eu disse, não seja exatamente o foco da história. Lan: Não. Escrevi com o coração, por diversão, e a minha única fonte de pesquisa foi a minha vivência. Os personagens refletiam o que eu via nas pessoas ao meu redor. SUPERSÔNICA: Qual a melhor

parte de ser autor na internet? (Lan) Porque a escolha do pseudônimo e anonimato? Andie: A “proximidade” com o meu público, mesmo que através de telas de computador. Enquanto estive postando minha história, a cada capítulo,

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“Escolhi ser uma autora sem rosto, sem identidade, para que os meus escritos fossem avaliados por si só e não pela minha ida× de, meu aspecto físico e comportamento.” sabia as reações das pessoas quase que em tempo real, recebia elogios, críticas, etc. É uma forma de melhorar e adaptar o que eu escrevo ao gosto do público, saber o que agrada mais, o que agrada menos. Sem contar que eu acabei me tornando amiga de algumas leitoras e é sempre gratificante conversar com alguém que lê o que você escreve e diz que você fez alguma diferença em sua vida. Lan: A melhor parte é a interação direta com os leitores. Através da internet, e do fato de que os capítulos são postados em momentos diferentes, é possível medir e analisar a reação do público com relação a certos acontecimentos. Alterar o que precisa ser alterado, acrescentar o que precisa ser acrescentado. Cria-se a possibilidade de o autor conhecer melhor o seu leitor e vice-versa. Quanto a escolha do anonimato, eu sempre prezei muito a liberdade. Sempre quis ser livre para escrever o que eu quisesse, sobre o que eu quisesse, sem me preocupar com o julgamento dos meus amigos, familiares e conhecidos. Escolhi ser uma autora sem rosto, sem identidade, para que os meus escritos fossem avaliados por si só e não pela minha idade, meu aspecto físico e comportamento.

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SUPERSÔNICA: Você se baseou/inspirou em algo ou al-

guém para criar suas personagens? Andie: Conscientemente, acho que nunca me inspirei diretamente em alguém para criar a personagem. Talvez a principal tenha um pouco de mim, acho que isso é inevitável. A mãe da principal, que aparece duas vezes, também é um pouco o espelho da minha. Acho que, se houve inspiração foi apenas com relação à aparência, o que acabou refletindo nos nomes que os personagens ganharam no livro, uma mistura dos meus ídolos. Lan: Me inspirei em integrantes da minha banda favorita (McFLY) e em alguns amigos. Várias falas e reações vieram de situações reais.

SUPERSÔNICA: Por volta de quantos leitores você tem?

Tem outras histórias publicadas? Andie: Eu não tenho ideia do número correto de leitores, apenas uma base pela página do Facebook, que tem, no momento, 3.585 pessoas curtindo, mais 1.744 no grupo e 6.890 cadastrados no site Clube Das Autoras. Mas é bem por cima, existem muitos leitores fantasmas por aí. Eu tenho mais quatro histórias publicadas, além da continuação de Psicose. São elas: Apocaliptika, Incivilidade, Dark Knight e Dark Knight 2. Lan: Por ser uma história postada na internet, a estimativa é complicada. Mais de quatro mil pessoas acompanham a página da Websérie de Ópera, mas não sei até que ponto esse número corresponde ao real de leitores. Tenho mais duas histórias publicadas. We�ll be a Dream, publicada em 2009, e Alvura Púrpura, publicada em 2012/2013.

SUPERSÔNICA: Ser escritor era algo que você almejava ou apenas um hobby? Andie: Desde que eu li Harry Potter e a Pedra Filosofal pela primeira vez, com 9 anos, eu tenho esse desejo interno de ser como J. K. Rowling, então não posso dizer que ser escritora não é algo que eu não gostaria de fazer pelo resto da vida. Porém, no Brasil, é bastante complicado conseguir espaço suficiente no mercado literário para apenas viver disso, então tenho consciência de que, no momento, é só um hobby. Mas a esperança de que se transforme em uma profissão nunca morre. Lan: Era apenas um hobby... Até eu descobrir que não havia nada no mundo que me deixasse tão feliz quanto escrever uma história.


SUPERSÔNICA: (Para Lan) Nos conte está sen-

http://fanficobsession.com.br/fictions/o/opera.htm

do a adaptação de sua fanfiction Ópera para uma websérie – o procedimento, atores, adaptação e para você. Lan: Está sendo maravilhoso e surreal. Acredito que ver a sua história sendo interpretada é o ápice da vida de qualquer escritor, e eu cheguei a esse ponto mais cedo do que eu imaginava – se é que imaginava! A adaptação de Ópera para uma websérie é realmente uma benção, um presente que consegui com a ajuda dos leitores e de uma equipe coesa e dedicada. Acompanhei de perto os reajustes para encaixar a história em um roteiro. Acompanhei também a escolha dos atores. São todos jovens, determinados e que conseguiram fazer com que meus olhos se enchessem de lágrimas ao interpretar cenas que, antes, só existiam no plano imaginário.

SUPERSÔNICA: E você já havia pensado (ou

ainda pensa) em publicar um livro de Ópera? Lan: Transformar Ópera em um livro é um dos meus próximos projetos. Ler uma história pela internet é prazeroso... Mas nada se compara a ter um livro em mãos. Depois de muito remoer sobre o assunto, decidi enriquecer a versão original da fanfic com descrições, falas e cenas extras, até como uma forma de retribuir o carinho de leitores maravilhosos, que me incentivaram nessa investida.

SUPERSÔNICA: (Para Andie) Publicar o livro de Psicose, Insanatório, sempre fora um desejo seu ou você tomou a decisão depois que viu a reação positiva do público? Andie: Quando eu comecei a escrever, na verdade, eu nem tinha ideia de publicá-la. Era só um passatempo, mas eu acabei mostrando pra uma amiga e ela me incentivou a publicá-la. A partir de alguns capítulos muitas pessoas comentavam dizendo que poderia se tornar um livro e, depois de um tempo, eu comecei a aceitar a ideia, até que resolvi arriscar e deu certo.

https://www.facebook.com/OperaWebserie

SUPERSÔNICA: Nos conte um pouco sobre

o site, Clube das Autoras, do qual você faz parte e como funciona a publicação de uma história nele! Andie: O Clube das Autoras é um site formado por seis amigas (agora onze), que resolveram criar um espaço na internet pra postar tudo o que é de interesse, além das nossas histórias. É algo quase pessoal, bastante personalizado, o que nos aproxima bastante do nosso “público”.

http://www.clubedasautoras.com.br/fics/andie/ psicose.html

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DAS PÁGINAS PARA AS TELAS Adaptações literárias não são mais novidade. E com certeza sagas, séries e trilogias também não. Está cada vez mais comum a união de duas das mais famosas indústrias do entretenimento. Crise criativa dos cineastas? Ou apenas uma fase do cinema iniciada com fenômenos como Harry Potter e Crepúsculo? É bem difícil responder, mas a verdade é que estes e mais outros fatores iniciaram a era da adaptação cinematográfica. As mesmas e repetitivas situações acontecem quando é anunciado que uma obra literária (geralmente no gênero Young Adult) terá uma adaptação cinematográfica: Qual será a reação dos fãs? E quanto ao casting? Serão fiéis ou apenas algo baseado na história original? E o autor, ele irá se envolver ou apenas vendeu os direitos? Tudo isso passa pela cabeça de alguém que conheça minimamente a história que será adaptada e, como já dito, mesmo sendo repetitivas, são extremamente relevantes para quem se importa nem que seja só um pouco. Desde de 2009 as tais adaptações vem se tornando cada vez mais frequentes e 2013 é com certeza o ano das adaptações literárias para jovens. Não apenas de estréias, mas também anúncio de lançamento futuros. A Supersônica foi assistir a duas das adaptações mais esperadas do ano e fez uma resenha dupla para vocês, além de super indicações do que está por vir.

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Superesenha Os Instrumentos Mortais:

Cidade dos Ossos Dizer exatamente o que faltou em Cidade dos Ossos é um desafio. A trama foi bem adaptada, a fotografia faz jus ao lado “dark” da série, as sequências de luta perfeitamente montadas, mas, mesmo assim, como a maioria das adaptações, algo ficou a desejar. Em Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, Clary Fray presencia um assassinato misterioso em uma boate Nova Iorquina e ninguém além dela parece ter visto o crime, mas o que intriga mesmo a garota é quem cometeu esse assassinato: um bando de adolescentes vestidos de preto e com armas estranhas. Para piorar a situação, a mãe de Clary desapareceu sem deixar vestígios, e a garota sai a sua procura por uma Nova Iorque nunca antes conhecida, cheia de fadas, feiticeiros, lobos vampiros e... Caçadores de Sombras. Junto deles, a menina descobre que toda a sua vida vem sendo mascarada e acaba se envolvendo em um complicado romance com o afiado e dono de um humor ácido, Jace Wayland. Como fã da série, fiquei chocada com uma mudança em especial no enredo, muitas informações foram adiantadas, e isso é completamente compreensível, pois não há como deixarem tantos ganchos para continuação em um primeiro filme como em um primeiro livro. Uma das coisas mais marcantes na escrita de Clare é a precisão e emoção contida em suas cenas de ação e essas, com certezas, não deixaram a desejar no filme.

Por Bianca Ramos

Com um olhar mais crítico, acredito que o jovem elenco, embora muito promissor, não tenha captado a essência total das personagens de Clare, e não porque têm atuações ineficazes, mas sim porque não ouve espaço para uma profundidade maior na personalidade de cada um no filme, principalmente com um conjunto de personagens principais e secundários tão grande. Alguns exemplos são as personagens de Godfrey Gao, Robert Sheehan e Jamie Campbell Bower: o feiticeiro Magnus Bane, o fiel amigo Simon e o Caçador de Sombras, Jace Wayland. O longa mantêm um ritmo agitado até mesmo em intervalos sensatos, no quais entendemos a situação, as personagens e apresentados as (milhares!) situações-problema; apesar do ritmo, ele se desenvolve de um jeito natural e corriqueiro, e uma certa atenção foi dada a inclusão das falas mais marcantes do livro, colocando-as iguaizinhas no filme – como fã, houve aquele sentimento

de dejá vu e familiaridade, mas, marcantes do livro, colocando-as iguaizinhas no filme – como fã, houve aquele sentimento de por outro lado, foi um pouco desnecessário e forçado. A certeza que tenho é que “Cidade do Ossos” está longe de ser uma decepção total como Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios. Claro, seria impossível transmitir em duas horas tessência excêntrica das obras de Cassandra Clare, mas, como expectadora neutra, acredito que a adaptação merecia mais atenção do que lhe foi dada, e que erráticas comparações com obras como Crepúsculo e Harry Potter dificultaram o desempenho final do filme. Por conta desse recebimento suspeito entre os expectadores e da arrecadação ruim, a sequência do filme está suspensa até o melhoramento do roteiro que foi retido pela produtora do filme, a Sony; seria uma decepção ver uma série tão rica e cheia de potencial como essa ser arquivada. E, com certeza, seria uma tristeza para os fãs que esperaram pela adaptação por tanto tempo.

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Superesenha

Percy Jackson e os Olimpianos:

O Mar de Monstros

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“Percy Jackson e o Mar de Monstros” é uma adaptação cinematográfica baseada no livro homônimo de Rick Riordan e dirigida por Thor Freudenthal. É a continuação da não tão gloriosa saga que conta a história de Percy Jackson, um garoto contemporâneo aparentemente comum que descobre ser filho de um deus grego. A série de livros já contava com uma forte base de fãs que recebeu de braços abertos e sorriso no rosto a notícia de uma adaptação cinematográfica. Porém, o primeiro filme da saga (Percy Jackson e o Ladrão de Raios, 2010) decepcionou a tal base com divergências decepcionantes entre a adaptação e o romance. A adaptação foi altamente criticada por fãs e críticos, mesmo contando com uma direção de peso (Chris Columbus). O tempo de espera pode ter sido longo, mas foi recompensado em “Percy Jackson e o Mar de Monstros”. Enquanto o primeiro filme pode ser considerado uma adaptação hollywoodizada e sem compromisso com os fãs, o segundo pode ser entendido como uma total desnorteação para com o primeiro. Com uma mudança na direção e na adaptação, entre outros postos, o segundo filme tentou ao máximo compensar as falhas do primeiro com a saga, e apresentou os elementos essenciais que não foram apresentados

Por Anne Beatriz

no primeiro de maneira sutil. Um filme pensado e feito para os fãs, mas com um enredo que cativa qualquer um. Deve ser lembrado, além dos detalhes já citados, o novo e delicioso elenco coadjuvante. Douglas Smith (Antiviral) e Leven Rambin (Jogos Vorazes) interpretam, respectivamente, Tyson, o recém-descoberto meio irmão de Percy; e Clarisse La Rue, concorrente de Percy. Os dois jovens atores impressionaram os fãs ao interpretarem personagens tão fiéis e cativantes, diferentemente dos três personagens principais que, desde o primeiro filme, tiveram uma mudança drástica de personalidade referente a seus personagens nos livros. Foi delicioso, como fã, ver

os personagens apresentados nos livros em carne e osso, exatamente como Rick Riordan os descreveu. A direção de arte não pode ser esquecida, pois foi, novamente, de total agrado aos fãs. Enquanto no primeiro filme não houve fidelidade com o acampamento meio sangue (lar dos semideuses), o segundo tentou buscar essa fidelidade e ao mesmo tempo não causar grande impacto aos espectadores-não leitores. A representação do oráculo e os objetos de cena também ajudaram na caracterização do filme – com um destaque na cena em da visita ao deus Hermes, onde a arte divertiu muito a todos. Muito do bom há a ser dito sobre o segundo filme dessa série, mas termino por aqui, enfatizando meu total contentamento como fã da série de livros e da sétima arte. Agradeço a Freudenthal por seu esforço e sei feito progresso e compromisso com a saga, e espero muito mais do próximo filme.


superindica O QUE VEM POR AÍ

EM CHAMAS Na segunda parte da trilogia distópica de Suzanne Collins, Jogos Vorazes, Katniss Everdeen e Peeta Mellark voltam a arena para o terceiro Massacre Quartenário, enquanto as faíscas da revolução se instalam por toda Panem e Katniss se torna um símbolo contra a repressão. Jennifer Lawrence e Josh Hutcherson voltam para os papéis principais do segundo filme que promete arrebentar as bilheterias de 2013. O lançamento mundial está previsto para novembro deste ano.

DIVERGENTE A trilogia distópica de Veronica Roth vem dominando a lista de mais vendidos pelo mundo já faz algum tempo, sendo muito elogiado e ganhando o público de obras tipo Jogos Vorazes e Harry Potter. Na trilogia vemos uma Chicago futurista na qual a sociedade é dividida em cinco facções, e acompanhamos a jornada de Tris Prior, uma jovem que pertence a mais de uma dessas facções, sendo assim uma divergente. Shailene Woodley e Theo James darão vida aos personagens principais de Roth, e o lançamento do filme está marcado para 21 de Março de 2014 nos Estados Unidos.

MAZE RUNNER Trilogia pós-apocalítica que talvez não seja um sucesso mundial como Divergente ou Jogos Vorazes, mas tem seu espaço entre os jovens leitores. Nas obras de James Dashner, o jovem Thomas é abandonado em uma comunidade formada apenas por garotos após sua memória ter sido apagada. Logo ele se vê preso em um labirinto, onde será preciso unir forças com outros jovens para que possa escapar. A adaptação já tem estreia marcada para 14 de Março de 2014 (EUA) e contará com Dylan O�brien (Teen Wolf), Kaya Scodelario (Skins) e Thomas Brodie-Sangster (O Garoto de Liverpool) no elenco.

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SuperescutA

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BASTILLE

DAFT PUNK

M83

a banda britânica de indiepop, formada em 2010, já está bombando nos festivais e nos charts! O primeiro álbum da banda, Bad Blood, foi lançado no começo desse ano e, logo na primeira semana de lançamento, ficou em primeiro lugar nos charts da Inglaterra. As musicas "Bad Blood" e "Pompeii" são os singles mais famosos da banda. Bastille tem uma pegada muito diferente, mesmo fazendo parte da massa indie-pop-clichê que vem se tornado cada vez mais popular entre os jovens, e fazem músicas como adultos, apesar da pouca experiência. Vale a pena acompanhar esses caras!

As músicas da famosa dupla francesa, conhecida por seus capacetes e o eletrô-pop-rock único, podem ser reconhcidas de longe, sendo, por essa razão, uma das maiores inflências musicais da atualidade. Seu aclamado álbum de estréia, Homework, foi lançado em 1997, mas foi Discovery, o segundo trabalho da dupla, que deu origem aos seus maiores hits: “Harder, Better, Faster, Stronger“, “Digital Love“ e “One More Time“. Depois de uma pausa de oito anos, a dupla voltou arrasando em seu novo album - Random Acess Memories, - que já foi eleito um dos melhores de 2013. Vale a pena dar uma conferida.

A banda francesa que traz uma mistura de indie e eletrônica, que vem tomando espaço em trilha sonoras. M83 foi responsável pela trilha sonora do filme "Oblivion" e tambem esteve na trilha sonora de “Meu Namorado É Um Zumbi" com a música "Midnight City". As musicas "Wait" "Reunion" e "Midnight City" ficaram conhecidas por seus clipes futurísticos, que envolvem crianças e super poderes, os três clipes se completam e são muito dignos de atenção. A banda é super legal, as músicas tem ótimas batidas e são super diferentes! A supersônica recomenda!


SuperclássicoS

O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO, de J.D. SALINGER

DRÁCULA, de BRAM STOKER

O RETRATO DE DORIAN GRAY, de OSCAR WILDE

O Apanhador no Campo de Centeio é um clássico americano adorado por gerações. Conta a história de Holden Caulfield, um adolescente de dezessete anos que é expulso de seu colégio e decide “tirar uma folga” antes de voltar para casa e dar a notícia aos seus pais. Uma história aparentemente simples, que toma rumos surpreendentes.

O clássico e percursor das histórias de vampiro não podia deixar de integrar a lista. Stoker prende o leitor em uma narrativa empolgante através dos diários de seus personagens, todos vítimas em potencial do Conde Vlad da Romênia. Jonathan e Mina Harker iniciam uma caçada contra o vampiro e para isso contarão com a ajuda de seus fieis companheiros, entre eles o famoso Van Helsing.

A beleza e o medo de envelhecer são os temas tratados por Wilde em sua obra mais famosa.

O livro é um marco por seu atrevimento a ter como tema um adolescente; seus sentimentos e pensamentos, pois na época de sua publicação, isto não era um tema com discussão. Um must-read para quem sente que não se encaixa com uma massa ou não consegue se entender. Você vai se encontrar nesse livro, com certeza.

Ambientado em Londres e na Romênia, o romance de 1897 reúne elementos comuns do gênero de horror que é tão aclamado hoje em dia.

A história gira em torno de Dorian Gray, um rapaz belo e jovem que aceita que seu retrato envelheça e adoeça em seu lugar. Em uma das formas mais inusitadas formas de falar sobre a obsessão doentia pela beleza, Wilde aborda também a prostituição, a devassidão, os vícios e até mesmo os crimes cometidos em função disso. O romance de 1890 possui um tom dramático característico que empresta originalidade à obra.

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A obsolescência tecnológica no mundo contemporâneo por Isadora Martins

A cidade não para. As catracas dos transportes coletivos, as manchetes catastróficas nos jornais, a vida dos dias de hoje: o tempo não para pros conterrâneos do progresso. Vivemos no meio da linha de tiro dos lançamentos tecnológicos, que são os grandes responsáveis por fazer a roda da metrópole girar sem descanso. Os objetos de ponta nos são apresentados como necessidade absoluta e subitamente é indispensável ser dono daquele novo smartphone com funções que beiram o mirabolante. E nós amamos isso. Nós queremos isso. Não amar e não cobiçar o último devaneio da Apple seria blasfemar contra o novo deus que rege as leis da vida contemporânea. Tudo também se vai muito rápido: o que era deveras maravilhoso na semana passada já teve seu glamour encoberto por um novoaparato mais fino e reluzente no começo dessa semana.

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As modificações mínimas se tornam diferenças colossais e imprescindíveis. No meio de tudo isso, o fantasma da famosa e temida obsolescência programada assombra até os mais destemidos consumidores de tecnologia. Os aparelhos tecnológicos têm uma “data de validade” e são programados para quebrar com certo tempo de uso, gerando toneladas de lixo para a nossa terra de desraigados. Essas premissas são assustadoras. As coisas estão se modernizando com muita rapidez – não que isso seja necessariamente ruim! – mas será que o tempo das máquinas está sincronizado com o tempo da humanidade? Pessoalmente, eu já aceitei a ideia de estar obsoleta na flor dos meus 16 anos. A tecnologia simplesmente alcançou um ritmo inatingível para mim – mas afinal, será que o tempo das máquinas é o mesmo tempo da humanidade?



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