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3. 3 – Atuação e o sujeito autobiográfico – Autoria

multidisciplinar na qual a criação do “Quadro de Família”, citado anteriormente, teve aporte das deferentes áreas e dos professores dos conteúdos, a saber: Fato/Tradição (História); Escrita/Dramaturgia (Português); Cena/Composição (Teatro). Cada disciplina desenvolvia uma pequena etapa do plano de ensino, sendo o elemento e a obra objetivo o próprio processo: “Quadro de Família”, gerando Hipertexto, gerando Performance Arte.

3. 3 – Atuação e o Sujeito Autobiográfico – Autoria

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No teatro, o ator conduz a cena. Em seu ensaio sobre o trabalho do ator, editado postumamente em 1830, Denis Diderot26 com aguda perspicácia, estabeleceu o grande questionamento sobre a verdadeira natureza do trabalho do ator: vestir e despir as máscaras (personas, personagens), através de seu próprio funcionamento biológico, do corpo, da vivência e de suas referências autorais. Nesse momento, o ator é sua própria matéria de criação, elaborando a sua poética de performatividade, desenvolvendo sua percepção das relações simbólicas. No aprendizado da atuação cênica, será necessário proporcionar ao aluno a transformação da sua criação e o amadurecimento do conhecimento através da vivência de formas e experimentações práticas. De acordo com os PCN’s é importante ao aluno:

• Participação em improvisações, buscando ocupar espaços diversificados, considerando-se o trabalho de criação de papéis sociais e gêneros (masculino e feminino) e da ação dramática; • Reconhecimento e utilização das capacidades de expressar e criar significados no plano sensório-corporal na atividade teatral; • Identificação e aprofundamento dos elementos essenciais para a construção de uma cena teatral; • Exercício constante da observação do universo circundante, do mundo físico e da cultura; • Experimentação, pesquisa e criação com os elementos e recursos da linguagem teatral.

(BRASIL, 1996, p. 91.)

É possível perceber que o aluno-performer está pronto a recuperar a sua autonomia de criação quando está à frente do processo, quando segue como fortes referências às próprias vivências, elementos já deflagrados pelo ensino pós-modernista de teatro logo ligados à Performance Arte. O aluno pode se permitir atuar dentro de uma performance, a partir da composição autobiográfica elaborada por ele. Ana Bernstein, doutoranda em Performances Studies na Universidade de Nova Iorque diz: “A autobiografia é geralmente entendida como algo privado, como um olhar que se volta pra si mesmo. A performance solo autobiográfica

26 Denis Diderot (1713 – 1784) foi um filósofo e escritor francês. Escreveu também algumas peças teatrais de pouco êxito. Destacou-se particularmente nos romances, nos quais segue as normas dos humoristas ingleses.

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