ECOESTUDANTIL, N.º 20

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Número 20, JANEIRO— MARÇO 2013

ÁRIA SECUND A AVIRA O,50 L O C S E orreia - T C o t s u g Au Dr. Jorge BIBLIOTECA

Alunos excecionais

Vítor Junqueira (Subdiretor Agrupamento Dom Paio Peres Correia), Beatriz Reis; Duarte Custódio (Diretor Agrupamento Dom Manuel I), Rita Esteves; David Amaro, José Baía ( Presidente do Rotary Clube de Tavira / Diretor Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia) e Rita Silva.

T

odo o desempenho, académico ou profissional, que suplante largamente a média merece ser reconhecido e tem efeitos positivos. Aqueles que veem o seu mérito elogiado persistem na sua dedicação, e os que ainda não foram distinguidos sentem-se impelidos a igualar os anteriores ou a deles se aproximarem. De facto, como diz o nosso poeta épico: “Quão doce é o louvor e a justa glória/ Dos próprios feitos, quando são soados!” (Os Lusíadas, V, 92). Por isso, os alunos distinguidos pelo seu excecional desempenho escolar na conclusão dos seus cursos sentiram-se radiantes, primeiro no Dia do Diploma da nossa escola, ocorrido a 28 de setembro passado, e depois numa cerimónia organizada pelo Rotary Clube de Tavira, a 12 de Outubro na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos. David Rui Amaro e Rita João

Paulo Gonçalves e José Baía (Diretor Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia).

Trabulo Silva foram os alunos que concluíram com melhor média final o curso científico-humanísticos do ensino secundário, enquanto no âmbito dos cursos profissionais foi Paulo José Martinho Gonçalves quem obteve a melhor classificação final. Se estes alunos prosseguem agora os estudos no ensino superior, os que concluem o ensino básico ingressam na nossa escola, daí que mereçam também o nosso destaque as melhores alunas que concluíram, no nosso concelho, o ensino básico: Rita Quintino Rogado de Vasconcelos Esteves e Beatriz Monteiro Marques dos Reis. Para estimular um maior número de alunos a alcançarem o seu melhor desempenho e a se formarem como cidadãos responsáveis e atentos aos outros, foi este ano letivo criado um regulamento e um Quadro de Mérito e de Excelência por ano e curso, sendo os valores a premiar: solidariedade e

companheirismo; participação, iniciativa e empenho; e aproveitamento escolar.

Nesta edição: Prémios de Mérito Festa da Escola Ciências Experimentais Ciências Sociais e Humanas Eco dos Espaços Línguas Projetos Visita de Estudo Artes Visuais Cursos Profissionais Cinema Clube Mentes Empreendedoras


PRÉMIOS DE MÉRITO ALUNOS EXCECIONAIS : testemunhos

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ara mim, o ensino secundário foi uma etapa fulcral da minha vida, tanto académica como pessoal, na medida em que houve vários aspetos que me fizeram crescer intelectualmente e, mais importante, crescer enquanto cidadão. Passei por vários momentos de pressão - a pior de todas, a autoimposta - em que pensava: "quando é que isto acaba? Estou mesmo desejoso de entrar na faculdade! O difícil é lá chegar; uma vez no curso, o que interessa é passar de ano, independentemente das notas que tiver". Bem, estou na faculdade há uns meros meses e já percebi que foi um erro crasso ter pensado assim; e, pior, arrependo-me de não ter aproveitado melhor aquele tempo que, agora, parece pertencer a outra vida. Uma vida bem mais "soft", bem mais simples sem anatomias, bioquímicas, biologias celulares ou outras coisas que me preenchessem todas as horas que tem a noite; todos os dias. Fora isso, recordo, com saudade e nostalgia, os excelentes professores que tive, que, para além de até saberem o meu nome - coisa que dificilmente irá voltar a acontecer - criaram laços bastante vincados comigo e tiveram um papel importantíssimo na minha construção pessoal. Recordo, também, os meus antigos colegas e amigos que me acompanhavam todos os dias e que agora mal vejo; o percurso diário casa-escola que fazia num "abrir e fechar de olhos", sem precisar de apanhar dezenas de transportes públicos pelo meio; as disciplinas - como matemática ou português - de que gostava bastante e que não fazem parte do curso em que estou; a sala de alunos e o bar, apesar das infindáveis filas aquando dos intervalos... Enfim, relembro-me desse momento que passou, mas que apenas passou no Tempo; na minha memória, aí irá continuar a existir. Porque aquilo que eu vivi no Secundário - ou melhor, na Escola Secundária Dr. Jorge Correia, faz parte da minha identidade, já que foi aquele importantíssimo tempo que corresponde à transição entre a vida adulta - com todos os aspetos positivos e negativos que acarreta - e a vida adolescente, um pouco menos complicada. David Amaro

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O

endo o ensino secundário bastante trabalhoso, sei que terei de me esforçar e empenhar para obter bons resultados. Porém, o meio que nos rodeia e as pessoas com quem convivemos diariamente na escola influenciam em muito a concretização dos nossos objetivos.

ensino secundário é, no fundo, a ponte que separa o ensino básico daquilo que vai ser a nossa vida quer enquanto estudantes, quer enquanto trabalhadores. No secundário será posto à prova tudo o que somos, não só como estudantes mas também como jovens cidadãos inseridos numa sociedade.

Espero desde já que a escola ofereça um bom horário, valorizando as tardes livres. Seria também proveitoso turmas de menor dimensão, de modo a que os professores pudessem focar mais a sua atenção nas dúvidas e dificuldades que os alunos viessem a apresentar, todavia, sei que esta é uma situação que ultrapassa a autonomia da escola.

Todo o meu percurso escolar até hoje me leva a crer que, com uma boa organização e estruturação, quer de tempo quer de tarefas, todos nós, com um pouco de esforço e dedicação, claro está, podemos atingir as metas que impusermos a nós próprios. É essencial que todos percebamos a importância que tem, numa sociedade, a nossa formação.

(Continua na pág. 3)

O ensino secundário traçará o que viremos a ser, por isso, traçá-lo-ei da melhor forma possível e seguindo sempre o mesmo lema: “põe quanto és no mínimo que fazes”.

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Beatriz Reis, 10º A2


CRÍTICA PORTUGUÊS:

A Festa de Natal da Escola Enquanto espetador, pude assistir a uma variedade de atuações: pude ver um grupo de dança em que as raparigas pareciam ser ‘feitas de borracha’; vários números musicais, desde guitarra elétrica ao violino, ambos tocados com excelência pelos alunos; pude ouvir alunas e um professor que se destacaram pelos seus dotes musicais; uma peça de teatro que apostava na vertente natalícia; alunos a recitar alguns poemas, e ainda a exibição de curtas-metragens realizadas por estudantes da nossa escola.

O Clube de Teatro, dirigido pelo professor Luís Gonçalves, organizou a festa de Natal da nossa escola no Cineteatro António Pinheiro, no dia 13 de dezembro. Entre as 10:30 e 13:00h, muitos foram os alunos que pisaram o palco para mostrarem um pouco do seu talento e participarem num espetáculo mesmo sem ensaio geral. O balanço foi, contudo, claramente positivo, como nos dá conta o artigo seguinte:

A

ntes de tudo, gostaria de começar por dizer que considero qualquer atividade ou evento que reúna um grupo de alunos fora da sala de aula e que tenha como objetivo expor e divulgar várias capacidades e competências dos próprios alunos como uma das melhores coisas que um estabelecimento de ensino pode fazer. Acaba por dar uma oportunidade aos alunos, com capacidade de iniciativa, de apresentar os seus projetos ou meramente dá-los a conhecer aos restantes. Digo isto porque foi uma excelente oportunidade subir ao palco e exibir uma das minhas curtas-metragens perante uma vasta audiência, independentemente de estarem interessados ou não.

Claro que nada está isento de aspetos negativos; da perspetiva do espetador, existiram momentos em que ficámos com a sensação de que esta ‘sessão’ se estava a arrastar (apesar do limite de tempo), com um ritmo muito lento a marcar presença, o que pode levar ao desinteresse momentâneo da audiência, especialmente durante a peça de teatro. No entanto, tendo em conta que se trata de um projeto local, cujos meios e recursos são poucos, e ainda tendo em mente o surgimento de algumas complicações no próprio dia, que acabaram por afetar diretamente a atuação do grupo de teatro, posso dizer que a festa de Natal da Escola Secundária de Tavira foi uma boa iniciativa dos participantes e responsáveis pelo projeto. Eu apoio este tipo de eventos em que vários bons momentos são proporcionados aos alunos, assim como a oportunidade que lhes é dada de subirem ao palco e se desinibirem perante a plateia. Como síntese final, posso afirmar que neste evento há aspetos a melhorar, mas o saldo final é positivo. Espero que se continuem a dinamizar atividades como esta. Rúben Jesus, 11ºA3

(Continuação da pág. 2)

namento das aulas.

Visto que grande parte do nosso dia a dia é passado com os professores, é da maior importância criar uma relação de bem estar e amizade com os mesmos, que estes se mostrem empenhados em nos auxiliar, mesmo fora das aulas, que sejam simpáticos, nos transmitam confiança e segurança e que não nos sobrecarreguem com trabalhos pouco relevantes.

A impressão que tenho tido da secundária é bastante positiva, os professores têm-se mostrado bastante disponíveis e de fácil abordagem. Estou muito contente pela turma onde me encontro, pois é bastante trabalhadora, focada e com objetivos, com muito bons colegas com ótimas capacidades. O único ponto negativo é número de alunos por turma que, como referi anteriormente, sei que ultrapassa a autoridade da escola.

Espero também companheirismo da parte dos meus colegas e que estes se mostrem cooperativos para com os professores e o bom funcio-

Rita Esteves, 10º A1

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CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS FÍSICA E QUÍMICA A:

O

Modelo Quântico • a zona central do átomo, a que se dá o

átomo nem sempre assim foi considerado. Esta ideia evoluiu com o decorrer dos anos.

Apesar de no século XIX ter sido apresentado o primeiro Modelo Atómico (Modelo da Bola de Bilhar, desenvolvido por John Dalton), a ideia de que a matéria é feita por pequeníssimos corpúsculos surgiu há muito, muito tempo.

nome de núcleo, é constituída por protões (carga positiva) e neutrões (carga neutra); • à volta do núcleo giram os eletrões (carga

negativa); • introduziu-se o conceito de orbital: região

na qual um eletrão pode ser encontrado num átomo/molécula com maior/menor probabilidade; •

O filósofo grego Leucipo e o seu discípulo Demócrito, no séc. V a.C., imaginaram a matéria como sendo constituída por pequenas partículas não divisíveis. Concluíram que a matéria não poderia ser infinitamente divisível. Se a partíssemos variadas vezes, chegaríamos a uma partícula muito pequena, indivisível e impenetrável a que se denominou átomo.

na nuvem eletrónica, há eletrões que se encontram preferencialmente mais próximos do núcleo e outros que se encontram preferencialmente mais afastados, consoante o nível de energia;

• o núcleo é muito pequeno quando com-

parado com o tamanho da nuvem eletrónica. É possível por isso concluir que a maior parte do átomo é espaço vazio.

O Modelo Quântico, mais conhecido por Modelo da Nuvem Eletrónica, foi desenvolvido por Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger, um físico austríaco, que, juntamente com o físico alemão Werner Karl Heisenberg, desenvolveu um modelo probabilístico para determinar as regiões ou nuvens onde provavelmente se poderiam encontrar os eletrões.

Erwin Schrödinger 1887-1961

Werner Heisenberg 1901-1976

Este modelo foi construído através da combinação de conhecimentos adquiridos por várias equipas de cientistas: Página 4

No desenvolvimento da Ciência, uma simples descoberta experimental ou a formulação de uma teoria importante conduz a uma avalanche de atividade. Esta está em constante construção, por isso o modelo aceite atualmente pode não ser considerado o modelo final. Jakob Lilienweiss, Pedro Baptista e Valentina Martínez, 10º A1


CIร NCIAS EXPERIMENTAIS

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CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

BIOLOGIA

Será que os embriões sentem? Esta e mais perguntas e dissertações acerca do seu DESENVOLVIMENTO .

Aquando da comemoração da Semana da Ciência e da Tecnologia (20 a 24 de novembro), assistimos a uma palestra, promovida pelo Centro de Ciência Viva de Tavira, que focou o seguinte tema: o desenvolvimento embrionário até às 810 semanas. Um dos aspetos que mais nos despertou interesse relaciona-se com a formação do sistema nervoso no embrião e as suas implicações nos primeiros estádios de vida. Nós, seres humanos já formados, sentimos o mundo exterior através de uma panóplia de estímulos sensoriais. A nossa pele, coberta de neurónios sensitivos, envia informações ao nosso cérebro, que posteriormente elabora complexas imagens e sensações. Por que é que isto acontece? Como é que é possível existir tal ligação entre o exterior – a nossa pele, o maior dos órgãos – e o interior – o sistema nervoso e o cérebro? Tudo tem início durante as primeiras semanas de gravidez quando, após ter ocorrido a fecundação e a nidação, o embrião inicia o seu desenvolvimento.

A percentagem é elevada: 70% dos embriões nunca se chega a implantar no útero. Os sortudos 30% enfrentam árduas etapas de desenvolvimento. A partir do zigoto forma-se, por constantes divisões celulares, o blastocisto e, depois, a gástrula. É nesta estrutura que se formam os três folhetos embrionários concêntricos: ectoderme, mesoderme e endoderme. A partir destas estruturas ocorre um processo de diferenciação celular em tecidos, órgãos e sistemas de órgãos. Anteriormente a esta diferenciação, as células encontram-se num estado de totipotência, isto é, podem vir a desempenhar Página 6 qualquer função no nosso organismo;

podem tornar-se células musculares, sanguíneas ou nervosas. Esta exclusividade leva a que estas células – também conhecidas como estaminais – possuam um elevado valor científico, já que poderão vir a ser usadas na cura de muitas doenças. Se nos magoarmos, sentimos dor, pois o impulso nervoso viaja a uma velocidade que pode atingir os estonteantes 720km/h! Isto acontece porque somos provenientes do mesmo folheto embrionário. Imagine-se uma folha de papel que se dobra ao meio, formando um tubo. Imagine-se ainda que no interior deste tubo está outro. Assim é o nosso protótipo e, respondendo à pergunta inicial, a partir do instante em que se forma o tubo neural (completamente formado às 810 semanas), o embrião sente. Daí que, legalmente, nos surja o prazo de 10 semanas como o limite para abortar. Estará este limite bem calculado? O que nos garante que, antes das 10 semanas, o embrião não tenha ainda formado completamente os recetores sensitivos para a dor? Estas questões de foro ético apenas demonstram a urgência da necessidade de introspeção que devemos fazer, procurando definir, para nós e em benefício de todos, aquilo que é realmente o caminho mais correto. Desde o momento em que se dá a junção da informação genética dos nossos progenitores passamos a ser um rudimentar ser vivo. Primitivo, mas, ainda assim, um ser vivo, algo que possui a deslumbrante potencialidade de vir a gerar o que hoje somos: um corpo, o invólucro que sustenta todas as emoções e sensações que nos definem. Fontes: Gonçalves, F. S.— Gastrulação [Em linha]. InfoEscola, 2007. Disponível na WWW: <URL:http://www.infoescola.com/biologia/gastrulacao/>. MATIAS, Osório; MARTINS, Pedro — Biologia 12, Parte I, Porto, Areal Editores, 2009 The Visible Embryo [Em linha]. 2011. Disponível na WWW: <URL:http://www.visembryo.com/>.

Andreia Viegas e Ricardo Ova, 12ºA1


CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS BIOLOGIA

Palestra no âmbito da Semana da Ciência e Tecnologia - CCVT

Como construir um embrião? A 22 de novembro de 2012, no auditório da nossa escola, fomos assistir a uma das várias conferências integradas na semana C&T da Ciência Viva. No âmbito das temáticas da Biologia do Desenvolvimento, a professora Isabel Palmeirim, investigadora do CBME | UALG, abordou os passos necessários para a formação de um embrião.

A primeira unidade do Programa Curricular de Biologia – 12º Ano é a Reprodução e a Manipulação da Fertilidade. Por essa razão, assistir a esta sessão foi também uma forma de recordarmos o que havia sido lecionado (pois, nesta altura, já tínhamos concluído a unidade) e de adquirirmos alguns conceitos interessantes que, porventura, não conhecêssemos. Durante a sua apresentação, vimos diversas imagens microscópicas e radiográficas com vários embriões humanos e animais. Recordámos igualmente toda a sequência biológica desde a fecundação até à organogénese. Debatemos como se contavam as semanas de gravidez e qual a sua diferença em relação ao número de semanas de desenvolvimento: as primeiras contam-se desde a última ovulação, diferindo em uma quinzena relativamente ao segundo período. Destaco dois factos bastante interessantes, no meu ponto de vista, que foram mencionados na palestra. a) 70% das gravidezes são perdidas – em grande parte, devido ao aparecimento dos chamados alelos letais (uma excepção das Leis de Mendel que afirma que, na presença de alguns alelos recessivos em homozigotia, o embrião é inviável) e ao facto de a fecundação apenas ocorrer no final da trompa de Falópio o que leva à impossibilidade de ocorrer a nidação, visto que não há tempo para que a segmentação ocorra. b) Os humanos não têm membranas interdigitais devido à ocorrência de apoptose celular programada nas regiões interdigitais. No final, pudemos ainda ver embriões animais e humanos conservados em clorofórmio (atividade que fez as delícias de todos), bem como realizar alguma observação microscópica dentro da temática. “A pele é uma forma de ler o mundo exterior” (Isabel Palmeirim) Médica de profissão, Isabel Palmeirim é uma divulgadora científica nata. A energia que coloca nas palavras, a amabilidade e a vontade incontrolável de transmitir conhecimento tornaram-na numa oradora perfeita. Daí que iniciativas destas são sempre para continuar, pois a Ciência é o grande antídoto do veneno da ignorância, do retrocesso e do desinteresse. Carlos Moura Teixeira, 12º A1

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ciências sociais e humanas PSICOLOGIA:

o

Neurónio meu, espelho meu

s primeiros passos. As primeiras palavras. A primeira subtração. O primeiro desenho. O primeiro golo. O primeiro beijo. Os segundos, os terceiros, os quartos e os que se seguem. Somos fruto das aprendizagens que lentamente adquirimos ao longo da nossa vida. Após uma qualquer fecundação aleatória, cada um de nós desenvolve-se, segundo padrões ditos normais da sociedade em que estamos integrados. Somos seres sociais, suscetíveis às mudanças do meio, aos padrões e sistemas simbólicos que nos rodeiam, aos ideais que crescem nos lares, às crenças que nos impõem. Mas, quais serão os agentes que nos permitem, efetivamente, adquirir todo o rol de aprendizagens que nos torna humanos e normais? Será que tudo não passa de um processo meramente biológico?

Já todos presenciámos a queda de alguém e sentimos dor, tal e qual como se fosse a nossa própria pele vítima de um embate no solo. Já todos bocejámos por vermos alguém fazê-lo. Ao longo dos anos, muitos cientistas questionaramse acerca da causa destes e doutros fenómenos semelhantes. A resposta surgiu há duas décadas atrás. Página 8

Investigadores

italianos,

ao

observarem o cérebro de macacos, repararam que certas células cerebrais (localizadas no lobo frontal) eram ativadas não só quando os indivíduos em estudo realizavam determinada ação com uma intenção específica (agarrar um amendoim com os dedos, por exemplo), mas também quando observavam outros macacos fazerem o mesmo. Pensava-se, originalmente, que estes neurónios seriam apenas motores e responsáveis por uma sequência orquestral de contrações e distensões a nível muscular. No entanto, alguns deles também se ativaram quando se observava1 alguém a realizar determinada ação, como se fosse gerada uma simulação no cérebro que compreenderia aquilo que o outro ser realizou de forma automática e independente da memória. A estes neurónios atribuiu-se o nome de neurónios espelho.

Foram encontrados neurónios deste tipo em seres humanos (mais desenvolvidos do que os existentes nos primatas), distribuídos por várias áreas corticais fronto-parietais, graças a ressonâncias magnéticas ou estimulação magnética transcraniana. A existência destes neurónios em seres humanos foi imediatamente associada, por exemplo, à aquisição de linguagem, na medida em que é através da imitação que todos nós aprendemos a verbalizar sons e construir frases coerentes. Com o aparecimento de novos estudos, foram descobertas novas características associa-


ciências sociais e humanas PSICOLOGIA:

Neurónio meu, espelho meu

das aos neurónios espelho. Um destes estudos consistia em apresentar três vídeos diferentes a uma população e observar a quantidade de neurónios espelho que seriam ativados durante a visualização de cada um deles.

O primeiro vídeo mostrava uma mão a agarrar uma chávena. O segundo vídeo não continha qualquer ação, mas o contexto onde seria realizada. Neste caso, foi filmada uma mesa preparada para se fazer um lanche ou uma mesa com o cenário após o lanche. O último vídeo era uma união dos anteriores, onde aparecia uma mão a pegar na chávena no contexto de fazer o lanche, ou uma mão no contexto de arrumar a mesa. Este último provocou uma ativação significativamente maior ao nível dos neurónios, o que permite concluir que os neurónios espelho estão também envolvidos na compreensão da intenção das ações. E esta compreensão das intenções está intimamente ligada às emoções. Quando vemos alguém a chorar, por exemplo, as nossas células nervosas tendem a refletir a expressão do sentimento que pode estar por trás das lágrimas do outro. E não é isto a base da cultura humana? Entendermos as ações dos outros e organizarmonos socialmente? O crescer está explicado. O sentir está explicado. A empatia está explicada. O ser está racionalizado. Somando tudo isto, será que cabe aqui o universo? Se todas as nossas habilidades dependessem exclusivamente daquilo que imitamos, não deveríamos ser todos nós campeões

mundiais de natação, após visualizarmos um tutorial online sobre como efetuar a braçada perfeita? Será que somos um produto exclusivo de reações químicas processadas ao nível do cérebro? Será que não passamos de triviais robôs, entregues ao nosso corpo que tende a imitar, inconscientemente, tudo aquilo que nos rodeia? Será que ajudamos os outros por motivos exclusivamente egoístas? Será que se fosse assim tão fácil, estaríamos sempre a queixar-nos de quão árdua é a vida e embebidos em antidepressivos? Será que não passamos de passivos espetadores?

Podemos assumir que os neurónios espelhos são pontos de partida para vivermos segundo ditames sociais. Mas será legítimo assumirmos que, sem esforço, podemos ser únicos/humanos? E os espelhos, não têm direito a ficarem embaciados? 1- A ativação dos neurónios pode ser gerada não só através de estímulos visuais, mas também graças a eventos que possuem uma relação indireta com uma determinada ação, como o som de uma casca de amendoim a partir, por exemplo.

Inês Viegas Oliveira, 12º A2 Página 9


ciências sociais e humanas FEIRA DE EVENTOS , UTILIDADES E CURIOSIDADES

Tenda — Hortinha dos EFA

O

s nossos formandos do Curso EFA B2+B3, participaram na Feira de Eventos, Utilidades e Curiosidades, organizada pelas Turmas de TOE e pelo Curso de TCM, apoiadas pelo Professor António Silva, na sala de convívio dos alunos da nossa Escola. Na manhã do dia 10 de dezembro e no âmbito da área de Cidadania e Empregabilidade, os formandos animaram a "Tenda - Hortinha dos EFA", com os seus deliciosos bolos e pães caseiros, com as suas frutas e legumes frescos, espalhando mil aromas a alecrim, louro, citrinos, figos torrados e nozes que despertavam os sentidos de quem por nós passava. A Mediadora da Turma, a professora Inês Pinheiro acompanhou-nos durante toda a manhã animando os formandos, convidando-os à boa disposição e participação ativa, no Evento. Foi uma manhã feliz e de sorriso aberto, a Turma EFA, deixou-se envolver no ambiente de música, natal e convívio, lado a lado com os seus colegas do ensino diurno, interditando às diferenças de idade a entrada e convidando todos à festa! As professoras Margarida Diniz e Inês Pinheiro Página 10


ciências sociais e humanas Vanguardismos do século XX: Uma tarde com … Charlie Chaplin

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o passado dia 7 de novembro de 2012, os alunos da disciplina de Economia C juntaram-se a outras turmas e dirigiram-se ao auditório da escola com o intuito de assistir a uma pequena apresentação do TOP2013, Tavira Orçamento Participativo 2013. O orçamento participativo, como foi explicado pelo presidente da Câmara Municipal de Tavira, é uma forma de democracia participativa, em que os cidadãos podem participar ativamente na gestão dos recursos da autarquia, de modo a ajustá-los às necessidades da população em geral. O orçamento participativo surge para fazer face à crise, como é realçado pelo presidente Jorge Botelho: “Nos últimos tempos, temos vindo a sofrer uma drástica diminuição de receitas, o que torna o exercício da elaboração do orçamento municipal muito mais difícil e exigente. É preciso pesar muito bem as prioridades, aproveitar as escassas oportunidades de financiamento e rentabilizar recursos, com o máximo de rigor na gestão financeira.“ Foram-nos apresentadas 25 propostas de investimento, em Tavira, distribuídas por vários grupos. Desses grupos salientamos projetos como a intervenção no pavilhão da escola D. Manuel I, a reabilitação do cineteatro António Pinheiro, a remodelação da E.B. 1 de Santo Estevão e obras de conservação na estrada de Porto Carvalhoso – Alcaria do Cume. Depois, houve um pequeno momento para os alunos colocarem perguntas, tendo sido abordados temas como a intervenção na ponte militar e os apoios às pessoas afetadas pelos incêndios, decorridos no mês de agosto, no concelho. Estas iniciativas são relevantes para desenvolver nos alunos o gosto pela intervenção na vida das suas comunidades. Ajudam-nos a sermos cidadãos mais responsáveis e ativos na vida do nosso concelho. Pedro Palma e Rúben Martins, 12ºA2 Beatriz Ávila e Pedro Gonçalves, 12º B

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uma tarde fria de outono, a turma TDIE, na sequência da Exposição realizada na Biblioteca escolar, intitulada "Vanguardismos do século XX", dinamizou, no passado dia 5 de dezembro, uma atividade dirigida à Comunidade Escolar, denominada "Uma tarde com... Charlie Chaplin". Para além da visualização da Curtametragem e do excerto de um filme de Charles (“ Charlie”) Chaplin, a Turma quis brindar os presentes, professores e alunos, com momentos únicos. Os apresentadores de serviço, Rúben Quintinhas, Ventislav Nikolov e Miguel Nascimento, partilharam curiosidades e histórias da vida e obra do homenageado, sob o olhar atento dos colegas Henrique Caetano Viviana Faleiro e Rúben Santos, que trataram do audio e rececionaram os convidados. A aluna Liliana Alves, da Turma TCM1, interpretou "Smile", musicada por Charlie Chaplin, revelando um talento bonito que sensibilizou todos. Numa tarde fria de outono, alunos e professores em franco convívio, aqueceram o Auditório Escolar, trazendo a magia dos sorrisos e da boa disposição, neste mês que celebra as festas das famílias. A professora, Margarida Diniz Página 11


eco dos espaços PORTUGUÊS: Quint Buchholz

Cem palavras para uma imagem Costumava odiar ler. Os livros só me pareciam um monte de folhas cheias de palavras, um desperdício de árvores, espaço, tempo e dinheiro. Os meus pais compravam diversos livros para me inciar na leitura. Não conseguia, só desejava que todas aquelas palavras se despachassem. Era um sacrifício. Um dia, porém, quando fui visitar a minha avó, ela mostrou-me o livro mais importante para ela, o livro que lhe tinha aberto os olhos na minha idade e revelado o verdadeiro mundo. Fez-me prometer que o lia. Li-o. Adorei-o. Senti uma fantástica sensação de ter lido o melhor livro alguma vez escrito. Mariana Corvo, 10º A2

Era uma vez um menino que vivia uma vida considerada normal. Mas certo dia, os seus pais começaram a achar que algo estranhíssimo estava a passar-se, pois todos os dias o menino mal chegava a casa enfiava-se no quarto. Equacionando a hipótese de o filho estar a ser vítima de bullying na escola ou de ser alvo de gozo pelos amigos, decidiram esclarecer as dúvidas que os incomodavam e decidiram falar com ele. O menino teve uma longa conversa com os pais e explicou que depois que aprendera a ler se tinha tornado dependente da leitura, mas que era feliz.

Quint Buchholz

Luís Santos, 10º A2

Bruno finalmente chegara à última página do último livro da última prateleira que possuía no seu quarto, mesmo por cima da sua cama. Pousava-o agora em cima de todos os outros enquanto sentia a viagem começar. Sentado de forma cómoda e confortável, focou o seu olhar no horizonte. Conseguia avistar apenas um vasto oceano que o fez pensar. Pensar sobre o infinito. Pensar sobre tudo o que tinha lido. Pensar que, tal como o único pássaro irrequieto e minúsculo que via pelo canto do olho de cinco em cinco segundos, era um ser tão insignificante num espaço tão imensamente grande. João Pereira, 10º A2 Página 12

Quint Buchholz


eco dos espaços PORTUGUÊS:

Cem palavras para recomendar uma obra A Origem das Espécies de Charles Darwin, de Janet Browne, é uma apresentação fantástica do pensamento de Darwin. De uma forma clara, relata a vida de Darwin, as suas aventuras e os pensamentos que fizeram história. Para além dos conteúdos científicos, este livro foca os comportamentos da sociedade do século XIX. Embora todo o mundo pensasse que estaria pronto para a Teoria da Evolução, quando esta obra saiu, houve muita controvérsia sobre ela, o que comprova que aquilo que é novo e contradiz tudo em que acreditamos deixa-nos com medo. Aconselho vivamente este livro e se adorarem Biologia, ainda melhor! Alberto Abreu, 10º A1

O Alto dos Vendavais (Wuthering Heights ou O Monte dos Vendavais ) é a história de um amor impossível entre Catherine Earnshaw e Heathcliff. O livro foi escrito pela autora Emily Brontë no século XIX e é hoje considerado um clássico da literatura inglesa. Recomendo este livro a quem gosta de romances com finais melancólicos e a quem está interessado em ler livros mais complexos, pois trata-se de uma obra em que é necessária atenção e concentração na leitura para compreender a história devido à entrada de várias personagens e à não indicação do avanço dos anos no decorrer do conto. Sofia Reis, 10º A1

A recompensa do soldado é um dos mais memoráveis romances sobre a guerra mundial, escrita por William Faulkner. A história foca-se principalmente na vida da personagem principal, Donald Mahon, um aviador ferido na primeira guerra mundial. É de um género literário interessante, escrito em meados do século XX, influenciando obviamente a escrita do autor que requer do leitor uma constante atenção e um grande treino de compreensão para uma boa e saudável leitura. É recomendado, pois foi escrito por um dos mais prestigiados e conhecidos escritores a nível mundial, e dá-nos a conhecer o estilo inconfundível da escrita de Faulkner. Miguel Duarte, 10º A1

Amor de perdição, uma obra de Camilo Castelo Branco escrita em 1861 quando o autor se encontrava preso, por adultério, na cadeia da Relação do Porto. Através de familiares, soube da história de amor do seu tio, Simão Botelho, e resolveu escrever sobre esta. A história centra-se no amor proibido entre Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, devido ao ódio existente entre as respetivas famílias, o qual terá consequências terríveis. O autor consegue prender a atenção dos leitores até ao final, pois a expetativa é grande. Recomenda-se a leitura desta obra, porque Camilo Castelo Branco foi um grande escritor português. Pedro Fonseca Baptista, 10º A1 Página 13


LÍNGUAS PORTUGUÊS

As diversões das crianças nos nossos dias

N

unca a viragem de um século trouxe tanta evolução em todas as áreas, incluindo as diversões das crianças. Que futuro? Qual a próxima “Play Station”? Qual é o novo videojogo? Bem, se querem que vos diga, os meus videojogos eram mais realjogos, sem caminhos definidos, regras inventadas por mim e pelos meus amigos. Nunca liguei muito a tais vícios que nos sugam a atenção para um mundo virtual. Quando entoa na casa toda o típico chamamento de uma progenitora, com uma mistura de carinho e revolta, para irmos de uma vez por todas até ao local de abastecimento, a ânsia de passar mais um nível leva-nos a repetir que só falta um bocadinho, mas normalmente é apenas uma meia hora. Tal espera traz a presença da nossa mãe e um clicar no botão de “stand-by” da televisão que para nós, jogadores, é mais “bye-bye level”.

ficam?” As cicatrizes nos joelhos, que embora tivessem doído como fogo ao raspar no asfalto na tentativa de uma acrobacia meia estúpida com a nossa bicicleta, são recordadas depois de curadas e pelo passar dos anos com um grande carinho e prova física de que aconteceu. São as partidas que recordamos e com um sorriso matreiro na nossa cara pensamos: “Como foi possível aquilo não ter dado asneira?” Nestas atividades acontece a destreza e a criatividade de puxar pela imaginação, de fazer um carro ou uma pista para andar de bicicleta ou de motorizada, as eternas Zündapp de 4ª dos nossos avôs que passaram da estrada ao todo-o-terreno. Nos videojogos estamos limitados a uma história pré-feita, não podemos mudar e não nos recorda emoções de vida ou morte (pensávamos nós quando éramos pequenos, mas no entanto era apenas vida ou morte da piada, da travessura). Partam, caiam, estraguem, sujem-se, para que se fabriquem coisas novas, para que as enfermeiras digam: “Estas crianças irrequietas!”, para que as avós recordem com carinho o trabalho que lhes deram e que o slogan do “Skip” continue a ter significado. Rúben de Sousa, 10ºC1.

Os meus jogos feitos na realidade, como subir às árvores, fazer traquinices e preparar travessuras, não tinham um sistema de vidas como as personagens virtuais. Se eu caísse, podia ter a certeza de que me magoava a sério ou podia perder a vida e não uma das vidas de o “Game Over” onde se pode fazer “Try Again”. Talvez por isso os pais de hoje em dia prefiram ter os seus filhos na segurança do lar colados à caixa mágica. Eu questiono-me: “E então, Página 14 e as histórias de infância onde

Nos dias 8 e 9 de janeiro, decorreram na Biblioteca as provas eliminatórias de escola para o Concurso Nacional de Leitura. Foram apurados os alunos Vasco Alexandre Inácio Martins, 10º A1, e Raquel Alexandra Gonçalves Dias Silva, 12º C1. Contamos com uma boa prestação destes elementos na próxima etapa do concurso, fase distrital, no próximo mês de abril. A professora, Ana Cristina Matias


PROJETO EUROPEU PORTUGUÊS

As redes sociais uma bela com senão?

Programa Europeu Leonardo Da Vinci

P

A

s redes sociais são, neste momento, cada vez mais importantes e influentes nas nossas vidas. Com cada vez mais pessoas a navegarem na Internet e a aí investirem o seu tempo, o fenómeno das redes sociais surgiu com bastante força, tendo bastantes pontos positivos e atraentes, mas também os seus contras, podendo, assim, advir, muitas vezes, da sua utilização situações perigosas. As redes sociais têm benefícios, como a fácil comunicação e interação entre pessoas, a melhor organização de eventos e protesto, como tem sido o caso das diversas manifestações contra as medidas de austeridade apresentadas pelo governo. As redes sociais são, ainda, um meio de distração para milhares de pessoas, através de jogos e outros tipos de diversão, e são um ponto de interação social que nos dá oportunidade para fazer amigos e interagir com a sociedade. Mas nem tudo é um mar de rosas e existem vários perigos à espreita. Existem diariamente milhões de jovens que se expõem a si e aos outros. Com esta exposição - publicação de fotografias e dados pessoais -, correm o risco de serem assediados por desconhecidos, levando muitas vezes a casos extremos, como pedofilia, rapto, pornografia infantil. Em conclusão, pode-se afirmar que as redes sociais são importantes na vida da população, mas podem constituir-se como um veículo perigoso, daí que devam ser usadas com cuidado e precaução (sem exposição, nem partilha de informações pessoais), para evitar quaisquer situações indesejáveis. Como em tudo na vida, não há bela sem senão e, por isso, é sempre bom lembrar que todo o cuidado é pouco. Ruben Gonçalves, 11º C3

ela primeira vez, a escola Jorge Correia encontra-se envolvida no Programa Europeu Leonardo Da Vinci. Trata-se de um programa destinado a alunos dos cursos profissionais e visa desenvolver competências que lhes permitam ingressar no mercado de trabalho. Um certificado Leonardo Da Vinci permitirá, ainda, a candidatura a estágios europeus remunerados no final do curso. O projeto a desenvolver na escola, ao longo de dois anos, tem como tema, Developing Training Materials for Teaching Golf Tourism. Nele participam sete escolas europeias, a saber, Höhere Lehranstalten für Tourismus, Krems, Áustria ; Profesionalna Gimnasia po turizm i hranitelni tehnologii, Vocational High School for Tourism and Catering, Razlog, Bulgária; Istitutodi Istruzione Superiore F.sco D'Aguirre, Salemi, Itália ; Maison de la Promotion Sociale, Artiguesprès-Bordeaux, Bordeaux, França; Fondo Formación Euskadi, Trapaga, Espanha; Diyarbakir Otelcilik ve Turizm Meslek Lisesi, Diyarbakir, Turquia. Entre as participantes estão algumas experientes e reputadas escolas profissionais, como sejam a francesa, a espanhola e a austríaca. Cada escola tem um parceiro que auxilia na formação teórica dos alunos. No presente caso, trata-se do campo de golfe de Benamor. Com vista ao desenvolvimento de um trabalho conjunto, os parceiros têm três reuniões anuais, num país do projeto. A primeira reunião ocorreu em Tavira, em novembro, e ao longo deste ano, encontrar-nos-emos, ainda, em Salemi, Sicília, e Krems, Áustria. Cinco alunos selecionados na turma de turismo terão, de igual forma, a oportunidade de visitar a Itália ou a Áustria, onde contatarão com colegas de cursos de turismo de diferentes nacionalidades. Outrossim, poderão praticar o inglês e conhecer uma outra cultura europeia, na perspetiva das populações locais. A professora coordenadora de projetos, Fátima Pires

Página 15


EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE Dieta Mediterrânica — impacto na saúde e expressão cultural

N

o âmbito da “Feira de Eventos, Utilidades e Curiosidades”, organizada pelo professor António Silva e seus alunos, decorreram, no dia de abertura, a 10 de dezembro último, no auditório da escola, duas palestras, seguidas de debate, alusivas ao tema da alimentação e suas repercussões na saúde humana. facto de, além de saudável, a dieta mediterrânica constituir uma expressão da cultura portuguesa, designadamente na sua vertente gastronómica, mas articulada com usos e costumes das terras algarvias, de que Tavira é uma digníssima representante, razão pela qual foi esta cidade escolhida para representar tal candidatura junto da UNESCO.

Uma das apresentações foi efectuada pelo terapeuta José Cruz, que nos falou da importância da alimentação na manutenção do pH sanguíneo dentro de valores compatíveis com a saúde do organismo.

Seguidamente, interveio a Dra Laura Martins, nutricionista, que explanou sobre as virtudes da dieta mediterrânica, tipicamente portuguesa, tendo o arquiteto Luís Nunes, na qualidade de vice-presidente da Câmara Municipal de Tavira, dado a conhecer a candidatura desta dieta a Património Imaterial da Humanidade. Página 16 Esta candidatura justifica-se pelo

A vivacidade do debate que se seguiu teve sobretudo a ver com o facto de as abordagens incluírem perspetivas não absolutamente coincidentes, designadamente no tocante a tomadas de opção de cariz nutricional, o que resultou numa troca de impressões que cremos ter sido enriquecedora para todos. A professora, Teresa Afonso


VISITA DE ESTUDO ECONOMIA C:

“Portugal Europeu — Meio Século De História”

F

oi no âmbito da disciplina Economia C, que no passado dia 25 de outubro, os alunos das turmas 12ºB e 12ºA2 da Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira se dirigiram à Pousada do Convento da Graça para ver a exposição ‘Portugal Europeu – Meio século de história’.

e do Aço (CECA), que tinha como objetivos a integração económica pós-guerra e a diminuição do poder das potências inimigas na Guerra – França e Alemanha, especialmente. Mais tarde, a CECA deu origem à Comunidade Económica Europeia (CEE) que, por fim, em 1992, com a assinatura do Tratado de Maastritch, se tornou na União Europeia. Foram também destacados os países que aderiram à UE e as respetivas datas de adesão, bem como vários tratados estabelecidos. Para finalizar a visita, os alunos realizaram um questionário com 10 escolhas múltiplas acerca dos temas tratados, tendo assim a possibilidade de ganharem uma viagem a Estrasburgo, caso fossem a turma com melhor média da região.

Por volta das 14 horas e 15 minutos, os alunos e a docente responsável, a professora Carmen Castro, reuniram-se à entrada da Pousada, iniciando em seguida a visita à exposição. Ao entrarem na sala onde a exposição tinha lugar, os alunos depararam-se com dois grandes painéis que apresentavam, através de fotografias, documentos e legendas, os acontecimentos políticos e económicos dos últimos 60 anos, organizados cronologicamente, que definiram a União Europeia e o Portugal que hoje conhecemos. A turma contou com o acompanhamento de uma guia que os conduziu ao longo do percurso da exposição de forma a serem focalizados os pontos mais relevantes da mesma, dispondo-se ainda a esclarecer quaisquer dúvidas e questões que os alunos levantassem.

O primeiro ponto a ser tratado foi o processo de integração de Portugal na zona europeia após a II Guerra Mundial, desde 1950 até aos dias de hoje. Seguidamente, a guia explicou como surgiu a União Europeia (UE) referindo o primeiro órgão administrativo, a Comunidade Europeia do Carvão

A exposição revelou-se bastante interessante e instrutiva, em especial para os alunos de Ciências e Tecnologias, que nunca estudaram os assuntos abordados, ao contrário dos alunos de Ciências Socioeconómicas. A visita possibilitou, assim, ao primeiros aprofundarem os seus conhecimentos acerca da história recente da União Europeia e do seu país, e aos segundos facultou uma revisão de assuntos já seus conhecidos e lecionados noutras disciplinas, específicas da sua área científica. Página 17 Carolina Silva, 12ºA2


ARTES VISUAIS PINTURAS QUE MARCARAM a ARTE e a HUMANIDADE A professora, Maria João Gouveia

O GRITO de EDVARD Encontrávamo-nos a 2 de maio de 2012… Algumas rádios e televisões pararam a sua programação para dar A NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA! FOI FEITA HISTÓRIA… A licitação da obra de Munch na Sotheby, em Nova York, tinha fechado!! Atingiu um novo recorde mundial para qualquer obra de arte num leilão. Resultou de uma prolongada batalha entre dois licitantes milionários que, pelo telefone, determinou o preço final, histórico, de venda.

O Grito (no original Skrik) é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard Munch. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr do sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural, a par da Mona Lisa de Leonardo da Vinci. A série tem quatro pinturas conhecidas: duas na posse do Museu Munch, em Oslo (uma é uma pintura de óleo e pastel sobre cartão e a outra uma xilogravura), a terceira na Galeria Nacional de Oslo, e a quarta, a leiloada, na coleção particular do empresário Petter Olsen, norueguês, cujo pai Thomas era um amigo, vizinho e patrono de Munch. Esta versão nunca antes tinha sido vista em público e é a mais colorida de todas. A fonte de inspiração de O Grito pode ser encontrada na vida pessoal do próprio Munch, repleta de acontecimentos que lhe trouxeram mágoa e desespero. O seu estado de espírito está bem patente nas linhas que escreveu no seu diário: “Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelhosangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre o murete – havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fiorde e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.” Um céu de cores quentes que contrasta com o rio azul (cor fria). A figura humana, também em azul, a cor da angústia e da dor. A ausência de cabelo revela um estado de saúde precário. O grito profundo reproduz ondas sonoras que destorcem não só a personagem, como a própria natureza. Só se mantêm hirtos a ponte (não natural) e os amigos (que não ficaram emocionados). Talvez mais do que qualquer outro artista, Munch deu uma forma pictórica que representa a vida interior e da psique do homem moderno, e é, portanto, um precursor no desenvolvimento da psicologia moderna. As suas imagens de medo existencial, ansiedade, solidão e as complexas emoções da sexualidade humana tornaram-se ícones da nossa era.

Página 18

“ A natureza não é apenas tudo o que é visível a olho nu... inclui também as imagens internas da alma " Edvard Munch


CURSOS PROFISSIONAIS Retrato Original

A UNIÃO EUROPEIA

O

s alunos da turma 12ºTDIE, do Curso Profissional de Design de Interiores e Exteriores, no âmbito da disciplina de Materiais e Tecnologias (módulo 5 Metais), da responsabilidade da professora Marta Rijo, realizaram um projeto tridimensional que consistiu em retratar e homenagear o patrono da nossa escola, Exmo. Sr. Dr. Jorge Correia.

E Utilizámos para a execução do projeto diversas técnicas e materiais, como pregos, arame, talheres e até tampinhas de latas de refrigerantes. Tudo conjugado resultou num excelente trabalho apreciado por todos, inclusive pelo próprio que nos deu a honra de estar presente aquando da apresentação e afixação do trabalho na escola. A professora, Marta Rijo

xplorando a Temática da Área de Integração - A Cidadania Europeia - as Turmas TCM1 e TCM2 do 11º ano colaboraram na dinamização de uma Exposição de trabalhos individuais de pesquisa, de seleção e de elaboração de textos, que decorreu na nossa BE durante o mês de novembro. Abordaram vários temas, desde o nascimento da C.E.C.A. e mais tarde da C.E.E., até às questões mais atuais e pertinentes que interrogam o futuro da U.E. Entre textos e imagens, os trabalhos apresentados relataram-nos factos, apontaram metas, refletiram sobre objetivos e perspetivaram o futuro. Parabéns às Turmas pelo dinamismo e espírito de equipa. Página 19

A professora, Margarida Diniz


CINEMA PORTUGUÊS:

Um paraíso de cinema que se tornou filme sou fronteiras, corações e lágrimas com todo o tema desenvolvido naquela sala onde recémnascidos, crianças, pais, avôs, avós, padre, analfabetos e outros apenas para adormecerem se reuniam. O enredo tocante, escrito com todo o coração numa estreita relação de Amor e Beleza mediterrânica, assume um espaço onde tudo acontece na boca do leão projetográfico, que nos ilumina, como se estivéssemos naquele espetáculo cheio de vida na tela e nas cadeiras onde se vibra ao ritmo da fita projetada pelo ancestral carvão. A paisagem que nos é apresentada com o toque milenar desta cultura enraizada nos crucifixos censuradores, libertando-nos nas eternas oliveiras calmas e meigas, um encosto amigo para todos os momentos, até para namorar. Mas, claro, quando não há lua cheia, pois a rama é miudinha e deixa passar o luar.

E

ste cinema italiano na pequena vila de Giancaldo, um cinema que pensamos ser como tantos outros pelo mundo. No entanto, este é diferente, é na fantástica Ilha da Sicília, cidade natal do diretor do filme, Giuseppe Tornatore, que com a sua arte maravilhosa, em plenos anos 80 (1988), recriou o pós-guerra Mundial e o advento da chegada da televisão, época em que o cinema assumia uma posição sócio-cultural de extrema importância. Este recuar é estrondosamente bem conseguido pelo guarda-roupa, com o corte e design típico mediterrânico da altura, o chapéu de feltro de coelho. A fotografia do filme foi estudada ao píxel pela familiaridade que Tornatore tem com a terra. O tema deste filme é curioso, por ser tão simples. No entanto e mais que tudo, o Cinema é algo que nunca se fez, ou se se Página 20 fez foi algo leviano e nunca pas-

Todo este fascínio não poderia existir na sua totalidade se não fosse o excelente elenco, onde destaco Alfredo (Philippe Noiret) e o pequeno Salvatore, mais conhecido por Toto (Salvatore Cascio), que interpretam mutuamente uma amizade lindíssima, unida por uma fita cinematográfica. A frescura, destreza e marotice da juventude aliada à humanidade de Alfredo, um piedoso e um homem de coração gigante enternecido pelas melodias delicadas de Ennio Morricone e do seu filho Andrea Morricone, colocam a mais rubra cereja neste bolo de grande engenho e arte, chegando-me para dizer que é o filme mais belo que já me deliciei a assistir. Chorem, riam, sintam-se apaixonados, deixem-se dissolver com o leve ritmo de paixão por esta arte. Um filme da Vida para a Vida. Rúben de Sousa , 10ºC1


CINEMA ECONOMIA:

Comentário ao filme Slumdog millionaire

Foi pedido aos alunos de Economia C, do 12º ano, que após o visionamento do filme Slumdog millionaire (Quem quer ser milionário) elaborassem um comentário sobre o mesmo em que abordassem vários conceitos relacionados com a disciplina.

estavam a surgir bairros de prédios tal como nos países desenvolvidos, notando-se assim um aumento da riqueza do país. Se voltarmos ao tempo em que esses dois irmãos eram crianças, vemos uma situação de pobreza mais acentuada em que a água não recebe grande tratamento e as ruas estão cheias de lixo. Tudo isto numa favela densamente povoada onde as crianças dormem no chão e o teto, quando o há, é feito de lata.

As três personagens principais em criança

Mas isso era antigamente pois, como podemos reparar, até Jamal, a personagem principal, sem quaisquer habilitações literárias consegue emprego.

A

o vermos este filme, apercebemo-nos de várias vertentes ao nível social, cultural e económico que vão muito para além da simples história do rapaz que era pobre e que participa num concurso televisivo para encontrar a amada, acabando por se tornar milionário e ainda consegue conquistar a rapariga. No âmbito do crescimento económico, podemos observar que a Índia é um país que está a crescer rapidamente. Apercebemo-nos disso quando os dois irmãos fazem uma retrospetiva do local onde viviam em crianças, que era uma favela sem quaisquer condições e que agora, quando chegada à fase adulta, em vez de bairros de lata,

Ainda assim, notamos uma situação de pobreza em que todos ambicionam ter mais, quer seja através da participação em concursos televisivos, quer seja ao aderir a gangs tal como fez o irmão de Jamal. Outras situações que podemos observar de ganância são na parte da infância dos irmãos em que há pessoas que se aproveitam de crianças para fazer dinheiro. Também se destaca o desrespeito pelos direitos humanos: as pessoas vivem sem condições; não há respeito entre os homens, como, por exemplo, no início em que a mãe de Jamal morre devido a conflitos religiosos; as crianças não vão à escola, entre outros. Deste modo, concluo que a Índia pode estar a crescer economicamente a boa velocidade, no entanto ainda há muito trabalho a fazer em relação às condições de vida da maioria da população que continua pobre e que não se tem desenvolvido ao mesmo ritmo que tem crescido economicamente. Mariana Carlota, 12ºA2

Página 21


CINEMA ECONOMIA:

o

A expansão do capitalismo com base no filme Gandhi

Império Britânico domina o mundo, possuindo colónias, especialmente em África e na Ásia. As suas principais colónias são a África do Sul e a Índia, onde por esta altura, através do domínio militar e cultural, detinha todo o controlo político e económico. A Inglaterra desenvolve este sistema económico, político e social baseado na procura da mais -valia pela exploração dos trabalhadores (colonos) por aqueles que possuem os meios de produção e de troca - capitalismo. Foi com este regime capitalista, através da expansão dos seus capitais e mercadorias, que a Inglaterra contribuiu para a instauração de correntes económicas a nível mundial. Mas a que se deveu este crescimento? Quais as suas consequências? Ao visualizarmos o filme ‘Gandhi’, do realizador Richard Attenborough, ficamos com uma verdadeira perspetiva das respostas a estas perguntas. Ora, o crescimento económico desta superpotência deveu-se em grande parte ao impulso de uma nova era – a era industrial. Nesta altura, a economia britânica assentava já nas suas indústrias, o que exigia a conquista de mais mercados consumidores e mais fornecimento de matérias-primas, levando os ingleses a impor a sua cultura nas colónias, de modo a garantir a continuação da exploração desses países. No entanto, esta implementação forçada da cultura inglesa provocou um enorme impacto negativo nas colónias. A primeira situação exposta no filme é a da África do Sul onde, ao imporem o seu governo e a sua cultura, se verificam fenómenos como a supremacia dos ingleses, racismo, exclusão social e discriminação dos negros e indianos, bem como a exploração destes, que não possuem quaisquer direitos. Foi então, em 1893, que Gandhi, advogado indiano educado e formado em Londres, chega à África do Sul, deparando-se com a situação acima referida. Indignado e revoltado Página 22 com a situação em que se

encontrava o país e os seus colonos, Gandhi inicia assim a luta pela igualdade de direitos e leis entre todas as raças e religiões, pois todos são «cidadãos do Império e filhos de Deus». Sempre contra a violência, serviu-se de manifestações pacíficas e de atos de desobediência civil para atingir os seus fins. Após obter sucesso na África do Sul, Ganhdi regressa à Índia, em 1915. Em termos sociais, a situação era idêntica à vivida na África do Sul – discriminação e exploração da população do país (depois das matériasprimas, os ingleses querem também o dinheiro). Os indianos deixaram de comprar os seus próprios produtos, passando a comprar os que eram trazidos pelos ingleses (fabricados a partir de matérias-primas obtidas nas colónias). Esta situação provocou uma subida na taxa de desemprego do país, deixando assim milhares de pessoas com fome e necessidades. (Como forma de protesto a esta conjuntura, Gandhi leva os seus ‘seguidores’ a queimarem todas as suas roupas compradas aos ingleses, numa fogueira que se visse em todo o Império, e a ficarem simplesmente com as que os próprios produziram)

Ao realizar uma viagem por todo país, Gandhi fica a par da realidade da Índia - as desigualdades, a exploração, a pobreza, a fome. Assim, com o mesmo sentimento de revolta, mas sempre defensor dos mesmos ideais, paz e não-violência, Mahatma Gandhi começa então de novo a sua luta contra a opressão e discriminação praticada contra o seu povo. Sugere que a Índia pode ganhar a sua independência, servindo-se de meios não violentos - desobediência civil, greves e manifestações pacíficas (tal como na África do Sul). Apela ainda à confiança, firmeza e união da população, independentemente da sua religião (hindus, muçulmanos, sikhs). Desta forma e submetendo-se a greves de fome sempre que a violência despoletava, Gandhi conduziu o seu país à independência, conquistada então em 1947. Carolina Silva, Miguel Silva, Pedro Paulo e Sérgio Paulo, 12ºA2


CINEMA FILOSOFIA (Tema: Valores)

Amigos improváveis

“Amigos improváveis”, filme francês, realiza-

do por Olivier Nakache e Eric Toledano, em 2011, retrata a história de duas personagens totalmente diferentes, Phillipe e Driss.

tudo ser forte e não deixar que as diferenças sejam um obstáculo.

Apesar de ser um filme do género dramático e de ambas as personagens terem enfrentado obstáculos e situações difíceis na sua vida, o que mais me impressionou foi a forma como eles conseguiram tirar proveito dessas situações, divertindo-se, fazendo coisas totalmente inesperadas, revivendo o passado e curando as “cicatrizes”, mas principalmente melhorando-se mutuamente e transmitindo valores e lições recíprocas, que adquiriram ao longo das suas vidas.

Analisando este filme, é possível aplicar algumas das características dos valores estudadas na disciplina de Filosofia, como, por exemplo, verificar que os valores de cada personagem influenciam as suas ações, ou a hierarquização pois, cada personagem dá mais importância a determinados valores do que a outros, estabelecendo um escalonamento, devido a pertencerem a classes sociais diferentes, ou devido às suas circunstâncias particulares. Por exemplo, enquanto Driss, que sempre viveu pobremente e num bairro difícil, dava valor à sobrevivência, Phillipe que estava paralisado, sobrevalorizava os tempos em que conseguia mover-se. A historicidade também é detetável, na medida em que as suas ações são influenciadas pela época em que vivem e, simultaneamente, pelos valores culturais que desenvolveram ao longo das suas vidas. Por fim, a absolutividade e a relatividade estão presentes visto que ambos tinham determinados tipos de valores, para eles considerados absolutos, até ao momento em que, devido ao acidente, Phillipe subverte todas as suas necessidades e prioridades e Driss ao adaptar-se à situação em que vivia Phillipe, tanto para o ajudar, como para sobreviver, teve que dar prioridade a outros valores.

Esta história é um bom exemplo de como por muito diferentes que sejamos e por muito que tenhamos passado na nossa vida é sempre importante criar amizades, superar o passado e sobre-

Direi que como lição de vida, conclui que viver no passado não cura a dor e que o presente vivido com alegria a vai diminuindo, pouco a pouco.

Este filme mostra-nos que apesar das diferenças financeiras, raciais, culturais e principalmente físicas, dois indivíduos podem criar laços e mudar radicalmente a vida de ambos. É uma história de amizade, entre Driss, um negro, vindo de um bairro difícil, que é contratado para cuidar de Phillipe, o qual devido a um acidente está paralisado. Porém, Driss mostra a Phillipe que apesar das suas limitações, com alguns ajustes pode viver uma vida tal como as outras pessoas e, por sua vez, este faz com que Driss perceba o valor do trabalho, o valor da amizade, o valor da responsabilidade e o valor de conseguir fazer as coisas sozinho, sem ajuda e sem limitações.

Isabel Aguilar, 10ºC1

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e-mail: biblio.estavira@clix.pt

DR

e-mail: biblioblogue@gmail.com

ÁRIA IRA SECUND IA - TAV E ESCOLA R R O C O AUGUST . JORGE

BIBLIOTECA http://www.estbiblioblogue.blogspot.com/

Ficha Técnica Chefe de Redacão: Ana Cristina Matias Conselho de Redação: Carmen Castro e Maria Antonieta Couto Redação: Alunos e Professores da ESJAC Paginação: Ana Cristina Matias Impressão: Reprografia ESJAC

http://www.facebook.com/biblioteca.esjac.tavira

Mais um ano de muito empreendedorismo

Durante o ano letivo transato, o Clube Mentes Empreendedoras desenvolveu diversos projetos, cujos resultados estão à vista ou cujas bases foram lançadas para que, este ano, os resultados surjam.

workshop de relançamento do projeto na Biblioteca Escolar, o clube voltou ao trabalho já no início do mês de novembro, contando para isso com um grupo de 21 alunos e de quatro professoras. Desde o prometido corte dos ferros sob o tampo das mesas, e que tanto incomodam os alunos na sala de aula, à utilização de cupões para ajudar instituições de solidariedade social do concelho, muito está a ser preparado! Se quiseres juntar-te a nós, fala com uma das Mentes Empreendedoras para saber quando haverá reunião ou então pede informações na Biblioteca! Mas se achas que não queres integrar o clube, talvez tenhamos uma proposta que te pode interessar: seres o Talento do Ano da Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia. Soa-te bem? Então, vê o cartaz abaixo para saberes como participar e como seres “coroado” o aluno mais talentoso da escola… Que a batalha pelo título comece!

Após a entrega dos prémios de participação aos membros do ano passado e depois de um

O coordenador do Clube ME, Carlos Moura Teixeira, 12º A1

clubementestavira@gmail.com


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