Jornal ecoestudantil, n º 29, maio 2017

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s e Escola d o t n e m VIRA O,50 Agrupa rreia - TA o C o t s u Aug Dr. Jorge BIBLIOTECA ESJAC

Número 29, maio 2017

I Concurso de Leitura Expressiva

Beatriz Carmo vence «Dar Voz às Letras»

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omentar a educação para a leitura, promover o treino e a melhoria da capacidade de ler, estimular a prática de leitura em público, descobrindo o prazer de ler para os outros e de partilhar textos foram os objetivos definidos para o I Concurso de Leitura Expressiva «Dar voz às Letras», que teve lugar entre os dias 13 e 23 de março, dias em que se realizou a fase de seleção, e 28 de março, dia da final, integrada no âmbito da Semana da Leitura. Na fase eliminatória, os vinte e quatro alunos dos 10º, 11º e 12º anos, que se inscreveram, leram um excerto de Cândido ou O Otimismo, de Voltaire. Na final, perante um público, que enchia o auditório, e um júri exigente, constituído pelas professoras de Português, Ana Cristina Matias, Antonieta Couto e Paula Cristina Pereira, e pelo professor de História, José Couto, os sete selecionados leram dois textos: cada um leu um excerto do Manifesto Anti-Leitura, de José Fanha, do qual não

tinha conhecimento prévio, e leu um poema por si escolhido de um poeta português. Beatriz Carmo (12.ºA1) leu «Saudades» de Florbela Espanca; Cátia Pacheco (12.ºC2), «Cântico Negro» de José Régio; Henrique Lopes (11.º A1), «Lágrima de Preta» de António Gedeão; Vladyslava Shoturma (11.ºA1), «Que de mim» de António Gedeão; Inês Carvalho (11.ºA3), que usou uma vela como adereço para reforçar a comunicação, «Uma pequenina luz» de Jorge de Sena;

Enya Lennon (11.ºC1), «O mundo não se fez para pensarmos nele» de Alberto Caeiro, e Iúri Montes (11.º C1), «Quando vier a Primavera» também de Alberto Caeiro.

Nesta edição: Concursos Prémio de Mérito Teatro Projetos Educação Pré-Escolar Ciências Experimentais Eco dos Espaços Línguas Cinema Ciências Sociais e Humanas Visitas de Estudo


CONCURSOS

Cada finalista pôde, neste momento, mostrar o quão corajoso, inteligente e sedutor é como leitor, acreditando nós que até se surpreendeu, e nos surpreendeu, com a qualidade da sua participação, as potencialidades imensas e o talento que nos seduziram e nos emocionaram. Por isso, o Júri, embora se baseasse em critérios de avaliação (dicção/articulação, entoação, fluência, ritmo, audibilidade, expressividade, pontuação, postura), teve a difícil tarefa de escolha do leitor mais expressivo. Ainda assim, acabou por distinguir a aluna Beatriz Carmo como a leitora de 2016-2017 que melhor deu voz às letras. Os finalistas receberam um certificado. Enquanto Beatriz Carmo foi recompensada com um prémio em livros, oferta da Escola e da Porto Editora, a quem muito agradecemos, nós ficamos com a felicidade de poder ter proporcionado este momento. A professora: Antonieta Couto

Concurso Nacional de Leitura

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epois de terem sido as melhores classificadas, de entre 21 candidatos dos 10.º ao 12.º anos, na fase de escola do Concurso Nacional de Leitura, que decorreu a 24 de janeiro e para o qual leram uma das seguintes obras em opção, Contos Misteriosos e Fantásticos, de Edgar Allan Poe, Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, ou Felizmente há luar, de Luís de Sttau Monteiro, Ana Sofia Santos (11.º A3), Enya Lennon (11.º C1) e Inês Horta (12.º A1) vão disputar, no Auditório Municipal de Olhão, no próximo dia 9 de maio, a fase distrital. As obras de leituras obrigatóPágina 2 ria são agora O pintor debaixo do lava-loiças, de

Afonso Cruz, e Eleanor & Park, de Rainbow Rowell, que as alunas têm estado a ler com agrado. Na Fase Distrital de Faro do Concurso Nacional de Leitura, organizado pela Biblioteca Municipal José Mariano Gago (Olhão), as alunas disputarão uma prova escrita, com questões de escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento, aberta e argumentativa, sobre os romances lidos. A Escola Dom Paio Peres Correia também realizou as provas de apuramento para esta fase distrital e disputa a categoria do 3.º ciclo. Esperamos que os alunos do Agrupamento Jorge Augusto Correia consigam classificar-se entre os cinco melhores e aceder à segunda prova, uma Prova oral em palco e com audiência .

Por Ana Cristina Matias, professora de Português


PRÉMIO DE MÉRITO Da Secundária para Medicina

Brincar com moderação e estudar a sério Por Carolina Monteiro, Prémio de Mérito 12.º ano (2016)

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alar sobre mim aos outros é sempre algo muito difícil, talvez das coisas mais difíceis de fazer. Contudo, e porque o meu testemunho poderá ser importante para cada um de vós, vou tentar traçar em linhas gerais o meu percurso e a minha história. Desde que me lembro de alguém me perguntar o que queria ser quando fosse grande, respondia sempre “Quero ser médica!”. Mais tarde, mas ainda na escola primária, já tinha a especialidade predefinida na minha cabeça: Pediatria Oncológica. Sempre pensei em Medicina para ajudar crianças cujo tempo de vida possa ser menor que o normal, e cujo sofrimento é maior que em qualquer ser humano com mais idade. Ou seja, ajudar inocentes a lutar contra uma doença que até hoje ainda não tem cura, mas, dentro de alguns anos, estou certa de que seremos capazes de a descobrir. Foi com este foco que, desde pequena e de forma muito natural, ia para a escola e todos os dias tentava aprender mais e escutar tudo para que nunca falhasse nem faltasse nenhum pormenor. Fui sempre exigente comigo própria, defeito ou virtude que hoje me acompanha, e que nunca foi imposto por ninguém, nem mesmo pelos meus pais, antes pelo contrário. Se o sonho era Medicina, desde cedo percebi que ou estudava e tinha método, ou nunca lá chegaria. Sabia que só o conseguiria com muito, muito esforço. Abdiquei de poucas coisas na minha adolescência. Se havia trabalhos para fazer, aproveitava intervalos e tardes livres para os fazer. Em grupo, fazíamos também o mesmo. E perguntam-me vocês: “A tua vida foi só escola?” Claro que não! Diverti-me como todos vós, passeei, fui a festas e à praia, confraternizava nos intervalos, tudo igual. Pratiquei patinagem artística no Patinagem Clube de Tavira, desde os seis anos de idade, percorri o

país de lés a lés aos fins de semana, e até fora do país, participei em festivais, estágios e provas em período escolar. Porém, os livros sobrepunham-se a qualquer coisa. Mesmo fora da época de testes, eles faziam parte integrante das minhas malas ou carteiras de sair, fosse passear com os meus pais, fosse ao cinema, ou a uma prova de patinagem, levava sempre os meus livros. Só em época de testes, tentava mesmo não sair e dedicar-me única e exclusivamente ao estudo. Foi assim desde o ensino básico até ao secundário. Mas, efetivamente, foi no 12.ºano que dei o tudo por tudo. Uma décima valia a diferença de entrar ou não, e, por isso, em cada ficha, em cada teste, em cada trabalho, havia sempre um nervoso miudinho no estômago não fosse aquele momento estragar um sonho que tinha desde criança bem pequena. O terceiro período chegou a correr, e punha-se-me a questão: “E se não entrar em Medicina?” Aí, as coisas começaram a piorar. Os nervos aumentaram, a pressão aumentou. Pensava, pensava, mas não me via a fazer mais nada. Surgem então as muitas conversas com os meus pais, e houve obviamente um plano B se não conseguisse chegar a Medicina à primeira, segunda ou terceira tentativa. Na verdade, foi muito difícil ouvi-los dizer: “Se não entrares, optas por isto, ou por aquilo, e vais sempre tentar Medicina no ano seguinte. Um sonho é para cumprir e nunca desistir!” Mais tranquila, e já muito perto dos exames, continuavam as noites sem dormir bem, os nervos em franja, o stress, a pressão, mas certa de que se não conseguisse naquela altura, iria conseguir no ano seguinte ou no outro. Até lá, entraria na segunda opção e faria o mesmo. Estudava para transitar de ano com sucesso! A primeira fase foi devastadora para quase todos e cada vez mais o sonho parecia estar longe. Veio a segunda fase e, apesar de pouco importar para o meu curso, a minha

média subiu. Foram quase dois meses de grande sofrimento, mas na noite de 10 para 11 de setembro de 2016, talvez uma das noites mais importantes na minha vida, os resultados saíram e eu lá estava colocada na faculdade e no curso que tinha colocado como primeira opção: o meu sonho de criança começava a realizar-se!!! Uma nova etapa estava para chegar. Uma nova vida avizinhava-se e uma nova realidade para conhecer. As praxes começaram e eu não faltei a nenhuma. As aulas começaram e surgiram as primeiras dificuldades: o estar longe da família, a dificuldade de ouvir um professor numa sala com mais de 400 alunos, a quantidade de matéria dada em cada aula. Enfim! Um sonho que se não for mesmo um verdadeiro sonho poderá ser o maior pesadelo das nossas vidas. Os trabalhos, as apresentações, o grau de dificuldade levam muitos agora a refletir se querem ou não continuar, se ali estão por opção, se irão aguentar-se. Se ali estão por imposição, vão querer abandonar. Eu sempre sonhei estar na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa . Tenho orgulho em estar no curso que sempre quis tirar. É muito difícil e estou certa de que os 20, 19 e 18 que trago desde o 10º, ou os 5 que sempre tive até ao 9ºano, agora podem ser substituídos por negativas ou simples notas de 10, mas com esforço e motivação sei que um dia serei MÉDICA! Médica não pelo estatuto, pois escolhi medicina como poderia ter escolhido desporto, Teatro, Biologia, Música ou whatever…. A medicina não pode continuar a ser o curso dos Página 3 que querem ser ricos,


TEATRO mas sim o curso daqueles que querem ajudar, daqueles que querem salvar vidas, daqueles que gostam e amam a profissão, mesmo sem nascer em família de médicos, nem de enfermeiros, mas sim em famílias humildes, que muito esforço fazem para ter os filhos a estudar fora da sua terra, como é o meu caso. Cresci com este sonho. Os meus pais estiveram sempre do meu lado, dia após dia o apoio deles crescia, sempre que um dia era mais difícil ou que uma nota não era o que me satisfazia, os meus pais eram os primeiros a felicitar-me e a dizerem para a próxima será melhor. Esta nota já é fantástica! Hoje, o apoio deles continua incondicional. Com um simples telefonema, mensagem ou conversa, os meus pais carregam-me as baterias de força, energia e motivação. Mesmo que algum ano ou cadeira fique por fazer, estou certa de que eles estarão ao meu lado com todo o apoio e dedicação. Sou uma privilegiada! Tenho a

família que adoro, estudo o que sempre sonhei e agora, com todas as dificuldades que se me deparam, estão a chegar os primeiros exames, que por sinal são muito, mas mesmo muito difíceis. Mas se não conseguir à primeira, como atrás referi, tentarei a segunda! Esta é a diferença que hoje vejo em mim em relação aos três anos em que frequentei a Escola Secundária. Se nessa altura não suportava uma nota abaixo dos 19, e tive muitas, hoje percebo que na vida temos de criar os nossos alicerces e depois construir a casa lentamente, mas de bons e fortes materiais para que, dentro de poucos anos, não comece a ruir. Ou seja, um curso na Universidade tem de ser levado com muita responsabilidade, mas com moderação. Se ao longo de doze anos aprendi um método, bases e alicerces para construir a minha carreira, hoje tenho de consolidar todos esses conhecimentos e acrescentar todos os outros que me vão sendo

facultados, dia a dia, na Universidade. Por tudo o que atrás expus, gostaria de vos deixar um conselho: divirtam-se, levem a vida a brincar com moderação, mas a escola levem-na a sério. Estudem, apliquem-se e retirem dela o mais importante: método, formação e conhecimentos básicos. Assim, mais facilmente conseguirão chegar aos vossos objetivos. Ouçam os conselhos dos professores, façam os trabalhos, estudem para os testes, tirem todas as dúvidas. Sem eles não seremos nada. E aproveito o momento para agradecer a todos os meus professores , sem exceção, o apoio, o ensinamento e a paciência que comigo tiveram. Aos meus amigos e colegas, obrigada pela AMIZADE e PACIÊNCIA!!! A todos vós, criem cedo as vossas metas, sejam ambiciosos e lutem pelo que desejam estudar e ser. Não importa o curso, importa o que vos faz FELIZ!

Clube de Teatro da ESJAC apresenta «O céu da minha rua» Por Ana Cristina Matias, professora de Português

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pós alguns contratempos, o Clube de Teatro ESJAC, encenado pelo professor Luís Gonçalves, levou à cena, no dia 30 de março, a comédia de costumes de Romeu Correia, O Céu da minha Rua. Como se de atores profissionais se tratasse, o grupo teve logo duas sessões de teatro no mesmo dia. Uma pela 14h30, no Cineteatro António Pinheiro, e outra pelas 20h30, no Auditório ESJAC. A primeira apresentação correu

bem e o grupo conquistou os colegas e professores presentes por ter conseguido apresentar uma peça com cerca de hora e meia de duração e envolvendo 12 personagens. Apesar do sucesso da estreia, de a sessão da noite ser na escola e de agora o público ser maioritariamente os pais e encarregados de educação, não se sentiram como se estivessem jogando em casa. Os nervos tomaram conta de alguns por momentos, levando-os a ter brancas momentâneas ou ataques de riso. Porém, a vontade de convencer o público sobrepôs-se e, no final, foram contemplados com uma caloro-

sa salva de palmas. Atores: Daniel Silva (12.ºC1), Mariana Silva (12.º C2), Tiago Gonçalves (12.º C1), Bruna Albino (12.º E), Bruna Monteiro (11º B), Afonso Ribeiros (12º A2), Vladyslava Shoturma (11.º A1), Beatriz Abrantes (12º E), Hugo Domingues (12.º B), Andreea Marti (10.º E), Cristiana Francisco (10.º A3) e Camila Madeira (10.º C1) Técnicos: Áudio e vídeo - Ricardo Pires (12.º A2) Luzes - Tiago Matos (12.º A1)


projetos DECO vem à escola Por António Viegas da Silva, Professor de Economia

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urante o segundo período foram desenvolvidas várias ações de enriquecimento curricular no âmbito das disciplinas de Economia A e C, dentro das quais se destacaram duas palestras promovidas pela Associação de Defesa do Consumidor (DECO). Uma sessão sobre «Gestão

de Orçamento Familiar (Gerir e Poupar)», no dia 9 de janeiro, e outra sessão sobre «Gestos simples para um consumo sustentável», no dia 29 de março de 2017. A primeira sessão desafiou os alunos a responder à questão: O que devo saber para gerir e poupar o meu dinheiro? Para encontrar resposta a esta e outras questões acessórias sobre a temática, os alunos passaram a compreender melhor a diferença entre o necessário e o supérfluo; a relacionar despesas e rendimento, avaliando os riscos e incertezas no plano financeiro. Foi também abordado o tema dos meios de pagamento, o que ajudou a compreender melhor o funcionamento do sistema bancário e financeiro. A terceira parte da sessão foi orientada para o saber poupar e quais os seus objetivos, salvaguardando a importância da ética nas questões financeiras, direitos e deveres relativamente a questões financeiras, dando ênfase à relevância do planeamento a médio e a longo prazo. Já a segunda sessão abordou temas para a compreensão do conceito de

Pegada Ecológica, economia circular como forma de reduzir resíduos, levando-nos a tentar compreender a importância dos comportamentos de consumo relativamente à gestão eficiente de recursos, através da mobilização e motivação dos jovens cidadãos para atitudes sustentáveis relativamente ao ambiente e desenvolvimento sustentável. Esta é uma iniciativa do professor António Silva através do programa da DECO que promove palestras nas escolas, iniciativa intitulada "Consumers TALKS" . Estas têm como objetivo informar os alunos sobre «Consumo», promovendo o debate e a discussão sobre decisões mais conscientes, responsáveis e sustentáveis relativamente aos desafios impostos pela sociedade. A DECOJovem desafia os alunos a responder à questão: Por que é que em 2030 precisaremos de dois planetas TERRA para sobreviver? Ambas as sessões foram muito animadas e participadas por todos os estudantes, sendo decerto uma experiência a repetir no futuro.

Erasmus+

Food and Sustainability Thrive Por Anna Caruso, Adjunta do Diretor AEJAC

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o âmbito do projeto E r a s m u s + , “Alimentação e desenvolvimento sustentado”, recebemos, de 13 a 18 de fevereiro, um grupo de alunos e professores holandeses de Veghel. Das atividades desenvolvidas, a que mais marcou os visitantes foi a ida à ilha de Tavira pela beleza natural e pelo sol de fevereiro. De 3 a 7 de abril viajámos nós até Veghel, uma pequena cidade que corresponde à ideia que temos da Holanda: uma paisagem plana, casario baixo, muitas bicicletas, muita humidade e pessoas simpáticas. A indústria alimentar é a principal atividade económica da região e na zona industrial podemos encontrar fábricas de choco-

late, como a MARS, ou entrepostos de distribuição e transformação de carne, verduras e frutas, produtos para serem comercializados em todo o mundo. A preocupação com a sustentabilidade está presente na indústria, com a abertura de fábricas que transformam vegetais e frutos fora do tamanho permitido em sopa ou doce de fruta para venda nos supermercados. Também se verifica na construção civil, pela preferência em restaurar em vez de construir de raiz e pelo reaproveitamento de materiais. A transformação da escola antiga de Veghel em apartamentos de custo reduzido, tendo sido mantida a estrutura do edifício existente e usado materiais sobrantes de outras construções, é um

bom exemplo dessa preocupação com a sustentabilidade. A belíssima escola nova – onde estivemos – que aproveitou equipamento da anterior é outro bom exemplo. O convívio com os nossos parceiros holandeses e de outros países foi enriquecedor e divertido. Não podemos esquecer a imagem das nossas chegadas de bicicleta e, muito menos, as sessões intensivas de treino nas deslocações de bicicleta que nos transformaram em ciclistas de primeira. Página 5


PROJETOS Semana do Departamento das Ciências Sociais e Humanas Por Ana Cristina Matias, professora bibliotecária

De 6 a 10 de março decorreu na ESJAC e na Escola Dom Paio Peres Correia a Semana do Departamento de Ciências Sociais e Humanas. Houve lugar a palestras («A Poupança e o euro», Caixa de Crédito Agrícola Mútuo; «Tudo o que um adulto nunca te disse», por Ana Amorim Dias; «O turismo no século XXI — oportunidades e desafios», por Carimo Rassal, Equipa UAlg; palestra pelos juízes Cristina Giro e Vítor Pardal); debates («Juventude e política: uma ligação improvável?»; «Debate sobre Educação»; «Bullying e ciberbullying: ameaças à saúde mental dos jovens»); exposição de maquetes

(«Portugal na segunda metade do séc. XIX»); peça de teatro «Bullying - uma história de hoje», e filme e debate, «Globalização e Desenvolvimento sustentável». A Biblioteca ESJAC associou-se à iniciativa. Colaborou na divulgação, pôs em destaque novas obras do catálogo, indicadas pelos grupos disciplinares de Economia, Geografia e História, montou uma exposição com cartazes de divulgação de visitas a empresas pela turma VTIAT1 e, ainda, organizou a palestra UAlg referida.

dária de Tavira conseguiram aprovar uma medida do seu projeto como aditamento ao projeto de recomendação do Círculo Eleitoral de Faro. O trabalho parlamentar que foi desenvolvido na Sessão Distrital revestiu grande importância para a experiência pessoal dos alunos participantes porque permitiu vivenciar um confronto de ideias com colegas bastante mais experientes no âmbito da atividade política. O projeto “Parlamento dos Jovens”, no qual a Escola Secundária participou pela primeira vez, permitiu criar uma predisposição para o debate de ideias nos alunos envolvidos, desenvolver o espírito democrático e aproximar os jovens à política.

CEF-

Parlamento dos Jovens Por Hortense Correia, professora de Economia, e Teresa Brito, professora de História

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projeto

“Parlamento

dos Jovens” tem como principais objetivos o envolvimento dos jovens na atividade política e a motivação para a resolução de questões que afetam o seu presente e o futuro individual e coletivo. Foi com este propósito que se organizaram três debates no Auditório da ESJAC, Tavira, envolvendo as turmas 10.ºB, 11.ºB e 12ºA1 e C2. O primeiro debate ocorreu em dezembro de 2016 e contou com a presença de um elemento da autarquia, o professor Eurico Palma, que abordou a temática dos desafios do poder autárquico. Em janeiro de 2017, realizou-se a Sessão Escolar do projeto “Parlamento dos Jovens” onde se debateram as medidas propostas para reforçar o poder local que constavam da lista apresentada pelo 12.º C2 ao Concurso Nacional. Já em março de 2017, no âmbito da semana do Departamento de Ciências Humanas e Sociais, a turma 12.ºC2 promoveu um debate em torno do Página 6 tema: “Juventude e

Política – Uma ligação improvável?” Todas estas ações tiveram por objetivo estimular os alunos a refletir sobre a sociedade que integram, a desenvolver o seu espírito crítico, a tomar consciência do seu papel interventivo na construção de uma sociedade melhor e a formar uma visão do mundo e da vida marcada por valores humanitários. A Sessão Distrital do Concurso “Parlamento dos Jovens” decorreu no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), em Faro, no dia 21 de março, e contou com a participação de 14 escolas do Algarve. Em representação da Escola Secundária de Tavira estiveram três alunos do 12.º C2: Bruna Silva, Carolina Mascarenhas e Rodolfo Machado. Os alunos apresentaram as suas medidas, tal como todas as outras escolas, e debateram as propostas de alteração à Constituição Portuguesa para votar no projeto de recomendação do Círculo Eleitoral de Faro. O projeto mais votado foi o da Escola Secundária João de Deus. Na tarde do dia 21 de março, houve novo debate para melhorar o projeto mais votado, e os alunos da Escola Secun-

Empregado de mesa

serve Jantar das Entidades da Proteção Civil Por Fausto Luís Teixeira, formador

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turma CEF- Empregado de Mesa, nível 2, 8.º ano de escolaridade, composta por 16 alunos, deu o seu contributo num Jantar para as diversas personalidades da Proteção Civil da cidade de Tavira, ocorrido na Escola Básica 2/3 Dom Paio Peres Correia, no dia 23 de março, a partir das 19h30. Esta atividade prática de enriquecimento curricular, permitiu aos alunos aplicar e desenvolver princípios de organização do trabalho, funcionamento de equipas e responsabilização individual perante tarefas específicas, além da interiorização da sua capital importância tanto no seu próprio sucesso educativo como no da entidade escola. Dada a escassez de tempo para levar a cabo o evento e as características específicas deste - algures entre o institucional e o colegial - , adotaramse técnicas de serviço adequadas (mistas), que refletissem o tom do


PROJETOS ambiente. Para tal, a turma procedeu à organização do trabalho e divisão de tarefas. Estas incluíram lay out, atoalhamento e decoração geral do espaço, mise en place de mesa, serviço de receção, elaboração da ementa e respetivo folheto, confeção das “Delícias D. Paio”, confeção da “Pasta D. Paio”, definição da receita e serviço do “D. Paio vai à praia”, atendimento, técnicas corretas de transporte de material, buffet, serviço “À inglesa direto” (sopa), serviço “À russa” (travessa na mesa), serviço de bebidas e vinhos, serviço “À americana” (sobremesas), desembaraçamento de mesas e serviço de copa. Do “Relatório de atividade”, elaborado pelos alunos, retira-se terem avaliado a atividade maioritariamente com Excelente, terem aprendido, terem gostado bastante da sua participação e sentiremse orgulhosos pela sua quota parte do sucesso do evento. Pela positiva, no balanço desta atividade de turma, compete-me assinalar a turma ter conseguido: assegurar o serviço com sentido de responsabilidade, reforçando, em muito, a sua autoestima; cumprir a contento todas as tarefas propostas e necessárias; reagir positivamente a contratempos tanto quanto à sua hora de jantar e período de descanso, revelando um otimismo e espírito de sacrifício de assinalar, como pela hora tardia a que o evento terminou e a que chegaram aos domicílios. De assinalar, ainda, a eficiência de serviço demonstrada, o bom domínio de técnicas de serviço aprendidas, tanto em sala de aula como nos Almoços Pedagógicos já efetuados, a satisfação dos alunos, a disponibilidade e espírito de cooperação revelados, outra vez, pelo Staff dos refeitórios da D. Paio e da Dr. Jorge Correia (cedência de material) e do Sr. João Inês. Como aspeto menos positivo será de assinalar a pouca fluidez e mecanização de serviço cozinha - sala, óbice mais que natural por falta de rotinas; aglomerações pontuais de alunos e algum atabalhoamento, desculpáveis, igualmente, por falta de rotinas. Por último, e imputáveis à minha pessoa, o não ter acautelado devidamente o jantar dos alunos e não ter tido celeridade na solução desse problema, bem como o não ter tido expediente para avisar os Encarregados de Educação, na hora, de que o Evento estava atrasado.

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PROJETOS Animação turística em Tavira Por João Forte, professor de Economia

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os passados meses de janeiro e fevereiro, os alunos do 11.º VTIAT 1 (Curso Vocacional de Técnico de Informação e Animação Turística), acompanhados pelo seu professor João Forte, tiveram a oportunidade de, no âmbito do módulo 3 (UFCD 3473 – Desenho e organização de programas e atividades de animação) da disciplina de Técnicas de Organização e Animação Turística, visitarem seis empresas que dinamizam atividades de animação turística no concelho de Tavira. Empreses visitadas/atividades desenvolvidas Pesca desportiva, passeios marítimos e observação de golfinhos e cetáceos.

Passeios de tuk-tuk.

Voos-aventura com turistas e eventos especiais . Passeios pedestres na cidade de Tavira, passeios de natureza, visita a atividades típicas e grandes rotas.

Venda e aluguer de bicicletas, organização de passeios com/sem guia e oficina de reparação. Cursos PADI e DDI, saídas de mergulho e batismos de mergulho. Os alunos tiveram, assim, através do contacto com os gerentes e os colaboradores destas empresas, a oportunidade de compreender o processo de planeamento, programação e organização de atividades de animação turística, bem como as funções e principais competências, o contexto socioprofissional, as exigências de formação e certificação e Página 8 as questões deontológicas dos profissionais de animação.


PROJETOS Testemunhos das visitas: Aprendi que não se pode nadar com os golfinhos.

Gostei muito de andar de tuk-tuk e aprendi que não é fácil montar uma empresa.

Ana Brito, n.º 1

Gostei da ideia de os barcos de pesca avisarem a empresa quando avistam golfinhos. Marcelo Lourenço, n.º 12

Aprendi que a Abílio Bikes é a loja mais antiga da cidade e, na minha opinião, é um negócio muito bem estruturado na área da animação turística. Ana Veríssimo, n.º 2

Beatriz Mendonça, n.º 3

Gostei! Wilson Almeida, n.º 17

Fiquei surpreendido com os motores Piaggio dos tuk-tuk, que têm 200 cm3. João Carrasqueira, n.º 9

Gostei da conversa com o sr. Luís Branquinho sobre a sua loja e os serviços que fornece, e já sei onde arranjar a minha bicicleta. Diogo Machado, n.º 4

Fiquei a saber que para pilotar um trike bilugar é necessário fazer um curso de voo como piloto e ter um mínimo de 30 horas de voo a solo. João Forte

Fiquei a saber que, aparentemente, D. Paio Peres Correia tinha 2,5 m de altura. Diogo Silva, n.º 5

Gostei da visita ao Hotel Vila Galé Albacora para nos encontrarmos com um dive master da Udiving (sr. Guilherme Pereira). Érica Sousa, n.º 6

Gostei bastante do percurso escolhido! Nota-se que foi bem estudado para agradar ao público. João Carrasqueira, n.º 9

Aprendi que não se deve suster a respiração ao mergulhar, devido à variação da pressão do ar nos pulmões. Marcelo Lourenço, n.º 12

A todas as pessoas e entidades que tornaram possível a concretização destas atividades formativas / aulas no exterior, deixo aqui o meu sincero agradecimento.

Voluntariado Ambiental para a água na Ribeira de Alportel Por Augusta Carvalho, professora de Biologia

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turma do 11.º ano do Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde, integrado nas atividades da disciplina de Saúde, realizou, no dia 3 de abril , uma saída de campo à Ribeira de Alportel, dando continuidade à atividade “Voluntariado Ambiental para a Água”. Aí, houve lugar à monitorização da qualidade ecológica da água da Ribeira de Alportel, utilizando os macroinvertebrados bentónicos como bioindicadores. Este projeto, que se vem realizando há vários anos nesta escola, bem como em outras do Algarve, é promovido pela APA - ARH Algarve, teve, mais uma vez, o apoio direto e logístico do Centro de Ciência Viva de

Tavira, ao qual agradecemos mais uma vez a disponibilidade e continuidade desta atividade. Os sedimentos (areia ou lodo) dos rios e riachos, bem como a vegetação ribeirinha, estão em geral colonizados por invertebrados macroscópicos conhecidos por macroinvertebrados bentónicos. Estes organismos incluem, entre outros, moluscos, anelídeos e larvas de inseto, os quais estão na base de toda a cadeia trófica ribeirinha. Muitos destes macroinvertebrados são bastante sensíveis a situações de contaminação ou alterações variadas das caraterísticas da água, pelo que podem ser utilizados como indicadores de qualidade do meio. O grupo de alunos, com a ajuda da professora Augusta Carvalho, professora de Saúde da turma, fez as recolhas das amostras de água e sedimento

junto ao leito da ribeira, em vários pontos do local de amostragem, consoante o tipo de substrato e dinâmica da água. Já no laboratório foi feita a triagem dos vários organismos encontrados, separados e identificados os grandes grupos a que pertencem, com ajuda de um guia de identificação. A biodiversidade encontrada bem como a presença de macroinvertebrados sensíveis e muito sensíveis, tais ninfas de insetos das Ordens Ephemeroptera e Plecoptera, mostraramnos uma qualidade ecológica da água Muito Boa, o que era previsível, atendendo a que acabámos de sair de uma época de chuvas intensas, apresentando a ribeira um grande caudal, com águas correntes e transparentes. Página 9


EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR Jardim de Infância Horta do Carmo

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Por Fernanda Guerreiro (Educadora) e Fátima Torres (Assistente Operacional) , com o apoio de Ricardina de Jesus (Adjunta do Diretor do AEJAC ) e Luís António Silva

s crianças da Sala B do J.I. Horta do Carmo realizaram no Primeiro Período, várias Atividades no âmbito da Educação para a Saúde como a comemoração do dia da Alimentação com uma visita ao Mercado Municipal, elaboração da Pirâmide Alimentar, elaboração de uma salada de frutas e implementação da mesma no lanche da manhã, utilização de materiais recicláveis na elaboração de trabalhos relacionados com o tema, passeios ao meio circundante com a observação e interação com a natureza com jogos e exercício físico. Complementando a alimentação foi executada uma pequena horta com ervas de cheiro e legumes da época. Em baixo as fotografias realizadas sobre as atividades elaboradas ao longo do período.

O que devemos ou não comer Por Luís António Silva (ex-coordenador de projetos do 1.º/2.º/3.º ciclos/PES)

Sementes São conhecidas as propriedades anti-inflamatórias e anti-oxidantes das sementes. A chia, já utilizada pelos astecas, e a linhaça são ricas em vitaminas, sais minerais e omega 3, que reforçam as defesas do organismo;

Batata doce Tem betacaroteno, que nos protege dos chamados radicais livres. Não é que este tipo de batata tenha menos calorias que a batata comum, simplesmente estas são absorvidas de uma forma mais lenta;

Bebidas vegetais Isentas de lactose, tais como as bebidas de arroz, aveia, soja, amêndoa, cajú e côco, são uma alternativa ao leite;

Chocolate negro Deve ser consumido com moderação e quanto mais cacau tiver, menos gordura e açúcar contém. Contém antioxidantes, ferro e magnésio. Um estudo recente, realizado pela Universidade de Kingston (Londres), concluiu que o Página 10 chocolate negro aumenta a resistência do organismo;


CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS Café Deve ser consumido com moderação, não devendo ultrapassar os 3 cafés por dia. Um estudo publicado na “New England Journal of Medicine”, em 2012, indica que o consumo de café pode diminuir o impacto das doenças crónicas, mas o seu consumo em excesso aumenta a pressão arterial;

Gorduras Não devem ser rejeitadas totalmente uma vez que existem alguns alimentos gordos ricos em omega 3, vitaminas e minerais, tais como o atum, a sardinha, o salmão e a truta. Devemos, no entanto, rejeitar molhos e batatas fritas;

Produtos Processados A OMS lançou, recentemente, um aviso sobre a nocividade de enchidos, presunto, salsichas, fiambre e outros produtos processados. A gordura deve ser ingerida ocasionalmente e não diariamente. Assim, as carnes vermelhas, classificadas pela OMS como “potencialmente cancerígenas”, mas ricas em ferro, zinco, proteína e vitamina B12, devem ser consumidas com moderação; Açúcar Consumido em grandes quantidades e um dos grandes males da atualidade, oaçúcar está contido em grandes parte dos alimentos que consumimos e pode provocar diabetes, obesidade, cáries e doenças cardiovasculares. Segundo a OMS, o consumo de açúcar simples e o contido na nossa alimentação deve estar abaixo dos 10% da energia consumida diariamente, e o ideal seria de valores por volta dos 5%. Sendo uma média de 2000Kcal o valor necessário diariamente, não deveríamos ingerir mais de 50g de açúcar por dia (o ideal seria 25g/dia). Eis alguns exemplos de fontes de açúcar consumidas diariamente: 1 pacote de açúcar tem, em média, 6g; 0,5l de coca-cola tem, em média, 53g; 1 iogurte de fruta, sem calorias, tem 16g; 4 bolachas “maria” têm cerca de 6g a 8g; uma pizza pequena cerca 20g; e 100g de gomas contêm cerca de 56g.

Conclusão O problema do consumo dos diversos nutrientes/alimentos não está , exclusivamente, no seu consumo, mas sim na sua moderação.

Nutrigenética: a dieta do futuro

D

evido a fatores como o crescente aumento da obesidade e o aumento do aparecimento de doenças que esta implica, como hipertensão, cancro, diabetes ou apneia do sono, tornase cada vez mais importante promover uma consciencialização da população em relação aos cuidados que devem ser tomados quando temos de fazer as nossas escolhas alimentares. Nos últimos anos, alimentos hortícolas e frutícolas naturalmente nutritivos e saudáveis, que estiveram desde sempre na base da nossa alimentação, estão a ser gradual-

Por Maria Beatriz Carmo, 12.º A1

mente substituídos por produtos industrializados, tais como fast-food e refrigerantes, os quais apresentam altos índices de gordura, açucares e conservantes, não trazendo, assim, qualquer vantagem decorrente da sua ingestão. Os maus hábitos alimentares associados à diminuição da atividade física e a outros fatores, como sedentarismo, consumo de tóxicos e privação do sono, refletem-se intensamente na nossa saúde e têm preocupado muitos médicos e nutricionistas. O necessário é, portanto, uma urgente alteração dos hábitos diários, evitando os produtos industrializados e seguindo um bom pla-

no nutricional. No entanto, dadas as dificuldades que este tipo de plano alimentar acarreta, pelo facto de nem todos os indivíduos reagirem da mesma maneira aos mesmos hábitos alimentares, surgiu um novo tipo de dieta, baseada nas características genéticas de cada um: a nutrigenética. A nutrigenética é uma junção da nutrição à genética, ou seja, a partir da recolha do DNA de um indivíduo e da, posterior, análise a um grupo de genes associados à nutrição e à gestão do peso, é possível criar uma dieta personalizada. Continua na página seguinte

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CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS Seja um detetive de OGM Por Teresa Brito Lopes, 12.º A1

Tomando, como exemplo, a fenilcetonúria, uma doença em que os indivíduos não degradam a fenilalanina, um aminoácido, por ineficiência de um gene, e em que são, por isso, obrigados a seguir uma dieta sem a presença deste aminoácido, a nutrigenética também pretende perceber de que forma reagimos a determinados alimentos, permitindo, deste modo, criar uma dieta que reduza os riscos de doenças relacionadas com a obesidade. Assim, os nossos genes podem ser desativados ou ativados pelo uso regular ou inibição de determinados alimentos e, portanto, a partir da análise clínica podemos concluir acerca da forma como o nosso organismo reage a cada um deles e estabelecer um plano adequado às nossas necessidades e objetivos. Fontes: A proposta da Ciência: do Paleolítico à nutrigenética. (4 de fevereiro de 2015). Obtido de Jornal Sol: https://sol.sapo.pt/artigo/123421/aproposta-da-ci-ncia-do-paleolitico-anutrigenetica Genetic services. (2017). Obtido de HeartGenetics. Genetics & Biotechnology.: http:// www.heartgenetics.com/genetic-services/ Medicina Personalizada. Nutrigenética. (s.d.). Obtido de Centro de Genomas: http:// www.centrodegenomas.com.br/m1851/ medicina_personalizada/nutrigenetica Planos nutricionais. (2015). Obtido de Nutribalance: http://www.nutribalance.pt/ programa/planos-nutricionais/ Sales, C. (s.d.). Nutrigenética. Obtido de

Cristina Sales. Medicina Funcional Integrativa: http:// www.cristinasales.pt/pt/consultas/ nutricao-funcional/consultas/ nutrigenetica/

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Artigos das pp. 11 a 14 orientados pela professora de Biologia, Augusta Carvalho

O

s OGM (Organismos Geneticamente Modificados) são organismos cujo genoma foi manipulado, podendo, no caso de ter sido inserida informação genética de outros indivíduos, por forma a proporcionar-lhes novas características, ser chamados de organismos transgénicos. Da produção destes OGM, podem considerar-se dois problemas: a quebra da barreira naturalmente existente entre várias espécies e a alteração dos alimentos, o que pode acarretar problemas na saúde humana. Os detetives de OGM são quaisquer consumidores que, por não quererem consumir este tipo de alimentos e pretenderem condicionar as escolhas das indústrias agroalimentares, prestam atenção e procuram, nos locais em que fazem as suas compras, os produtos transgénicos destinados ao consumo humano. O seu objetivo é impedir que este tipo de produtos seja vendido ou utilizado em locais de consumo alimentar humano, como são os casos de cantinas e restaurantes. Os detetives devem estar sempre atentos aos alimentos, podendo excetuar-se esta regra no caso dos produtos biológicos e das secções dos legumes e frutas frescos, uma vez que, os primeiros, estão livres de transgénicos e, nos segundos, a UE não aprovou quaisquer produtos deste tipo que sejam transgénicos. Há três passos que os detetives de OGM devem seguir: 1. Ao verificar que comprou um alimento transgénico, enviar um pacote como amostra para Plataforma Transgénicos Fora, a/c Associação Campo Aberto, Apartado 5052, 4018-001 Porto, a fim de que o produto seja fotografado e colocado na página online, como

produto a evitar. Outra hipótese é fotografar o produto, digitalizando ou enviando a imagem para a morada supracitada, e devolver o produto no local em que tenha sido comprado, pedindo o reembolso e referindo que o faz por se tratar de um produto transgénico. 2. Escrever nas sugestões dos supermercados que para comprar produtos animais nesse sítio, precisa de ter informação acerca do local onde estes se podem encontrar, com a garantia de não terem sido alimentados com produtos transgénicos. 3. Nos restaurantes e cantinas que frequenta, faça pressão sobre o gerente, afirmando que não pretende continuar a ser cliente do mesmo, caso não haja rejeição dos produtos transgénicos por parte do estabelecimento. Há dois grandes tipos de transgénicos que circulam no mercado: o milho e a soja (a colza e o algodão transgénicos são pouco usados em Portugal). Na prática, se os alimentos contiverem milho, soja, ou algum dos seus derivados (óleos, amidos, farinhas, lecitinas, proteínas, etc.), eles podem ser transgénicos. De acordo com a lei, todos os produtos que contenham vegetais transgénicos têm que apresentar no seu rótulo “geneticamente modificado”. Contudo, existem os “OGM invisíveis”- produtos animais, provenientes de animais que tiveram uma alimentação com alimentos transgénicos nela inseridos, que não apresentam rotulagem relativa ao seu tipo e base de alimentação. Se tiver quaisquer dúvidas ou quiser partilhar ideias relativamente a este assunto, basta consultar ou contactar a Plataforma Transgénicos Fora. Fonte consultada:

Seja um(a) detetive OGM! (2016). Obtido de Plataforma Transgénicos fora.: http:// stopogm.net/conteudo/seja-uma-detetive-ogm


CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS Será que foste tu? Como é que poderei descobrir?

DNA Fingerprint

Por Sónia Baltazar, 12.º A1

DNA Fingerprint é um método usado para identificar um indivíduo, a partir de uma amostra de ADN, através da análise de um padrão único no seu ADN.

Conhecimento Base • Quase todas as células do corpo contêm o nosso ADN. • Em média, cerca de 99,9% do ADN entre dois humanos é o mesmo. • O resto da percentagem é o que nos difere como ser único (a menos que seja um gémeo verdadeiro!).

• Embora isto possa parecer uma pequena quantidade, significa que

há cerca de 3 milhões de pares de bases que são diferentes entre duas pessoas. Estas diferenças podem ser comparadas e usadas para distinguir alguém. • Minissatélites são sequências pequenas (10-60 pares de bases de comprimento) de ADN repetitivo que mostra uma melhor variação, de uma pessoa para a outra, que outras partes do genoma. • O primeiro minissatélite foi descoberto em 1980.

4. Uma vez o processo terminado, os fragmentos de ADN são transferidos do gel frágil para uma membrana de nylon e depois “descompactados” para produzir bandas de ADN. 5. O gel é pigmentado com um corante que se liga ao ADN e depois colocado sob luz UV, os fragmentos de ADN brilham, o que nos permite visualizar o ADN presente em diferentes locais ao longo da extensão do gel. 6. Para comparar dois ou mais DNA Fingerprints diferentes, as amostras são colocadas lado a lado no mesmo gel eletroforese.

Solucionar um crime

DNA Fingerprintring DNA Fingerprintring foi inventado em 1984 pelo professor Sir Alec Jeffreys depois de se aperceber que podia detetar variações no ADN humano, na forma de minissatélites. DNA Fingerprintring é uma técnica que simultaneamente deteta vários minissatélites no genoma para produzir padrões únicos de um indivíduo. A probabilidade de ter duas pessoas com o mesmo DNA Fingerprint e não serem gémeos verdadeiros é bastante reduzida. Tal como uma impressão digital, o ADN Fingerprint é algo com que nascemos, é algo único.

Como é o DNA Fingerprint produzido 1. Coleta-se ADN de uma amostra de material genético, habitualmente sangue, fios de cabelo, saliva ou sémen. 2. Utiliza-se então uma técnica de PCR (Polymerase Chain ReactionReação de Polimerização em cadeia), a qual permite amplificar/ multiplicar a amostra do ADN, o que pode ser bastante útil caso se perca uma amostra, ou seja necessário repetir a análise e assim dar continuidade ao estudo. 3. Estes pedaços de ADN são então separados de acordo com o seu tamanho por um processo chamado eletroforese em gel.

Imagem 2Membrana de Nylon sob luz UV

Imagem 3Verificação de combinação do ADN

dos suspeitos

O perfil de ADN é bastante útil em ciências forenses porque uma pequenina amostra de material humano deixado para trás depois de um crime pode ser suficiente para identificar alguém. Uma combinação feita entre uma cena do crime e um perfil de um indivíduo identifica um possível suspeito. A polícia poderá usar a evidência de ADN para suportar outras evidências, o que ajudará a condenar alguém por um crime. Perfis de ADN completos dão combinações fiáveis e poderão dar fortes evidências de que um suspeito é culpado ou inocente de um crime.

Bancos de dados com perfis de ADN guardados O Reino Unido foi o primeiro país a criar um banco de dados com os perfis de ADN em 1995. O UK National DNA Database (Banco de dados nacional do Reino Unido) guarda os perfis de ADN de indivíduos do Reino Unido, muitos deles, ligados a crimes sérios. A maioria dos países tem agora um banco de dados nacional com perfis de ADN.

Descobrir parentes

Imagem 1- Processo Eletroforese em gel

• O ADN é inserido em poços (cavidades) numa extremidade do gel, • •

parecido com seiva. É aplicada uma corrente elétrica para fazer o ADN avançar pelo gel. O ADN é carregado negativamente por isso dirigem-se para o lado positivo. Porque os fragmentos do ADN não têm todos o mesmo tamanho, os menores atravessam o gel mais rapidamente que os maiores.

Cada um recebe metade do seu ADN do pai e metade da mãe. Por isso, perfis de ADN podem ser utilizados para confirmar se duas pessoas estão relacionadas biologicamente. Perfis de ADN podem também ser usados para identificar vítimas de desastres e ajudar a juntar famílias separadas. Raramente os perfis de ADN resultam em falsos positivos, logo são bastante fiáveis.

Imagem 4- ADN de 3 indivíduos (mãe, pai e filho)

Fontes consultadas: Eletroforese em gel. (2017). Obtido de Khan Academy: https:// pt.khanacademy.org/science/biology/biotech-dna-technology/dnasequencing-pcr-electrophoresis/a/gel-electrophoresis What is a DNA fingerprint? (2016). Obtido de Your Genome: http://www.yourgenome.org/ facts/what-is-a-dna-fingerprint

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CIENCIAS EXPERIMENTAIS Organismos Geneticamente Modificados: As plantas que consumimos e não conhecemos Por Daniela Pereira, 12ºA1

A

biotecnologia, ao longo do tempo, tem vindo a adquirir uma enorme importância a nível mundial, tanto pelo seu poder económico, como pela sua potencial utilidade. Ao longo dos anos, com a evolução da biotecnologia, associada à evolução da Humanidade, o Homem inseriu nos mercados os alimentos geneticamente modificados. Este novo tipo de alimentos veio revolucionar o mundo da alimentação moderna. Os organismos geneticamente modificados são um dos resultados desta nova tecnologia. Os OGM são aqueles cujo genoma foi manipulado, apresentando diferenças relativamente à sua constituição original, de modo a favorecer alguma característica desejada. Os OGM podem também ser designados organismos transgénicos quando possuem material genético de outros organismos inserido no seu genoma. A manipulação genética permite obter organismos detentores de determinadas características vantajosas, previamente estudadas e selecionadas.

que o gene inserido na planta é proveniente da bactéria de solo Bacillus thuringiensis. Este gene promove a produção de uma proteína tóxica na planta, específica para o combate a determinados tipos de insetos, tornando o alimento resistente a essas espécies.

Cultivo de plantas transgénicas em Portugal

Soja

A soja é o alimento transgénico que existe em maiores quantidades no mundo, como o trigo. Há diversos tipos de soja transgénica, sendo a mais conhecida e cultivada aquela que recebeu o gene (transferido da bactéria Agrobacterium tumefaciens, existente nos solos) que lhe confere maior resistência aos herbicidas. O óleo de soja é o principal subproduto do cultivo transgénico para o consumidor. Arroz

Principais culturas transgénicas no mundo

Milho

O milho geneticamente modificado é normalmente conhecido por Página 14 milho-Bt, uma vez

O arroz transgénico mais conhecido é o arroz dourado, que apresenta dois genes, um retirado do narciso amarelo e o outro de uma bactéria. Estes genes codificam uma substância (beta-caroteno) que é percursora da vitamina A. Desta forma, este arroz é considerado como uma vantagem para os países subdesenvolvidos, que possuem uma alimentação carenciada de vitaminas. Tem sido muito controverso e está a ser testado em países do sudeste asiático e na China.

O milho transgénico (milho-Bt) é o único organismo geneticamente modificado cuja cultura é permitida na Europa. Passou pela avaliação da Agência Europeia de Segurança Alimentar e está regulamentado em Portugal. Para cultivá-lo, é necessário obedecer a uma série de medidas, como manter distâncias mínimas de outras culturas, criar zonas de refúgio com milho convencional, notificar os vizinhos e fazer cursos de formação. Áreas relativamente pequenas, concentra-


CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS das sobretudo no Alentejo e Ribatejo, estão no cimo da lista das regiões com maiores plantações de cultivo de milho-Bt. Ao longo de dez anos de cultivo em Portugal, o milho transgénico apenas adquiriu a preferência de uma pequena parte dos agricultores portugueses. A área cultivada numa década abrange pouco mais de um terço da plantação total de milho num único ano. Em 2014, o milho-Bt representou cerca de 6% da cultura total de milho em Portugal. “A tradicional broa de milho, um item simbólico da gastronomia regional portuguesa, está a ser feita em parte com milho geneticamente modificado, sem que o consumidor tenha disso qualquer conhecimento. Análises a amostras recolhidas nalguns pontos do país revelam que nos distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo há broa com milho transgénico em quantidades que obrigam a uma rotulagem específica, dizendo que o produto contém organismos geneticamente modificados (OGM). (…)”

O cancro, os oncogenes e o TP53 (supressor de cancro) Por Rafael Palindra e Mariana Francisco (12ºA2)

O

cancro é uma doença que afeta gravemente a sociedade por ser uma das maiores causas de morte na atualidade. O problema do cancro começa quando uma célula não consegue parar de se reproduzir, ou seja, parar de fazer mitoses sucessivas. Esta doença tem origem em células que, devido a oncogenes, aumentam a sua atividade mitótica exponencialmente. Este comportamento poderá levar à formação de metástases que, ao invadirem a corrente sanguínea, farão o crescimento de tumores em outros órgãos do corpo.

In Jornal Público, 22 de abril de 2015

Questões éticas levantadas em relação aos OGM

Os benefícios dos organismos transgénicos ainda não se mostram convincentes para a aceitação por parte da maioria da população. Por outro lado, a utilização de OGM na área da medicina não suscita as mesmas dúvidas que as plantas transgénicas produtoras de alimento. Na verdade, ainda não existem estudos suficientes que demonstrem que os organismos geneticamente modificados não fazem mal à saúde humana nem ao meio ambiente, sendo estas as maiores questões éticas levantadas sobre o tema. Até onde a biotecnologia poderá avançar sem que a saúde das pessoas e o equilíbrio do meio ambiente seja colocada em causa e em perigo? Artigo orientado pela professora de Biologia, Augusta Carvalho

Mas, então, de onde surgem os oncogenes? Os oncogenes surgem da mutação de uns genes chamados protooncogenes, que regulam as mitoses das células (genes que encorajam as células a se multiplicarem, o que é bastante importantes na infância e para curar feridas durante a vida, pois as células têm de ser renovadas). Estas mutações podem ocorrer devido à exposição prolongada a fatores mutagénicos (radiações, compostos químicos, etc.), que podem modificar (mutar) os proto-

oncogenes, transformando-os em oncogenes. Por outro lado, todos os animais estão equipados com uma série de “interruptores” concebidos para induzir a célula a cometer suicídio (apoptose), se algum oncogene entrar em atividade. O mais famoso e mais importante destes “interruptores” é o gene TP53, que, para bem da nossa saúde, convém que esteja operacional. O principal objetivo é conservá-lo bem, resguardá-lo do ataque de possíveis agentes mutagénicos, de forma a que execute o seu trabalho, que é o de ser o “guardião do genoma”, ou seja, é responsável por induzir a última linha de defesa do corpo contra o cancro: induz de imediato apoptose (destruição) da célula cancerígena. Este fenómeno é tão importante que quase todo o tratamento terapêutico do cancro funciona apenas porque induz a apoptose ao alertar o TP53. Quanto mais tempo vivermos, mais erros acumulamos nos nossos genes e maior é a probabilidade de oncogenes serem ativados permanentemente e de supressores de tumores serem desligados. A mutação do gene TP53 é uma característica definidora de um cancro letal. Em 55% de todos os cancros humanos, os TP53 sofreram uma mutação, não ocorrendo por isso a eliminação do cancro do doente. Artigo orientado pelo professor de Biologia, Rui Carmo

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eco dos espaços A Biblioteca ESJAC é um espaço pedagógico que cada dia oferece um “nutriente para a mente”, como diz o nosso lema. Por isso, a nossa equipa empenha-se em prestar apoio ao cumprimento dos diferentes currículos e a complementar a formação dos nossos jovens com palestras, exposições, atividades de dinamização cultural, participação em concursos, apoio à aprendizagem e divulgação de obras e de eventos, entre outros. Seguem-se notícias breves sobre algumas dessas atividades ocorridas de janeiro a maio de 2017.

Ofir Chagas lança Figuras e Factos de Tavira do Século XX

Por Ana Cristina Matias, professora bibliotecária

Dia de São Valentim

Maré de Contos Ao abrigo do Programa 365 Algarve, decorreu, de 5 a 12 de março, em Tavira, a Maré de Contos com uma programação variada, havendo atividades para o público em geral e outras dirigidas ao público escolar.

O carinho e as demonstrações de afeto devem ter um carácter diário, mas isso não invalida que se celebre o amor no Dia de São Valentim , 14 de fevereiro. Para o fazer, recebemos a colaboração dos alunos de Espanhol, 10.º ano, Cursos Profissionais, da professora Carmen Pedroso, que elaboraram postais sobre o tema «Te quiero mucho». As alunas da professora Margarida Correia (Ed. Especial) também nos deixaram um dos seus trabalhos artísticos e nós, por sua vez, pusemos obras em destaque sobre o tema do amor, como, por exemplo, a compilação da responsabilidade de Vasco Graça Moura, 366 poemas que falam de amor, e afixamos dois sonetos, um de Camões (“Quando de minhas mágoas a comprida”) e outro de Shakespeare (“Fosse-me a carne opaca de pensamento”).

A ESJAC foi contemplada com uma sessão com Cristina Taquelim, contadora de histórias. Essa atividade, "Contos de Boca a Orelha", realizou-se no dia 9 de março, às 14h10, no Auditório. Cristina Taquelim contou histórias tradicionais, outras adaptou-as para um ritmo RAP e encantou todas as turmas presentes.

Olimpíadas da Língua Portuguesa

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Como de Olimpíadas se trata, a exigência é elevada. Por isso, dos 26 alunos, do 10.º ao 12.º anos, que no dia 10 de março compareceram para realizar a prova escrita da 1.ª fase das Olimpíadas da Língua Portuguesa, nenhum alcançou a nota mínima para prosseguir em prova: 18 valores. Ainda assim, João Moura Teixeira (10.º A2) merece o nosso aplauso, pois alcançou os 16 valores.

Ofir Chagas, interessado pela realidade histórica de Tavira e do Algarve e pela preservação da sua memória, lançou no dia 18 de fevereiro, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, mais uma obra. Figuras e Factos de Tavira do Século XX contém um conjunto de crónicas da sua autoria, na maioria com grande sentido de humor, sobre figuras populares de Tavira nos anos 40, e uma peça de teatro de revista, “Tavira em Banda Curta”. Segue-se uma compilação de textos em homenagem a outros que pugnaram pela história local, como Damião de Vasconcelos e as suas crónicas, “Figuras de Tavira d’Ontem” publicadas, nos anos 40, no jornal Povo Algarvio; António Rodrigues Santos e as suas crónicas, “Figuras que o Tempo apagou”, publicadas, nos anos 80, no jornal Lestealgarve; e Liberto Conceição com a sua “Galeria de figuras típicas de Tavira” publicada, nos anos 90, no Jornal do Sotavento. Ofir Chagas convidou as duas professoras bibliotecárias do nosso Agrupamento a estarem presentes, bem como três alunos do 3.º ciclo e três do ensino secundário, tendo cada um recebido um exemplar autografado.


eco dos espaços Semana da Leitura

nal «Faça lá um poema, 2017», cujo resultado ainda se aguarda.

Com o mote «O prazer de ler», decorreu, de 27 a 31 de março, a Semana da Leitura.

Na ESJAC, a celebração teve o seu início com uma palestra pelas professoras Sílvia Quinteiro e Rita Baleiro, da Equipa UAlg, que, com grande poder comunicativo, deram uma perspetiva da viagem traçada por Claudio Magris na sua obra Danúbio. Uma viagem da nascente à foz desse rio pautada pelas reflexões do viajante sobre a história, a geografia, a filosofia, a política e a literatura. Seguiu-se a final do Concurso de leitura expressiva, «Dar Voz às Letras», noticiado na primeira página deste jornal.

Na quarta-feira, dia 29, Beatriz Carmo (12.ºA1), Enya Lenon (11.º C1), João Mêda (10.º C1) Bruna Martins e Beatriz Rosa (10.º A3), acompanhados pelas professoras Ana Cristina Matias e M.ª Albertina dos Santos, participaram na rubrica «Tavira a Ler», na Rádio Gilão. Cada um dos alunos presentes pode falar das leituras que os têm acompanhado, bem como do seu apreço pela escrita de poesia e de narrativas, para o caso de Beatriz Carmo, Beatriz Rosa e João Mêda. Poemas destes alunos tinham sido selecionados para divulgação na comemoração do Dia da Poesia (21 de março), entre os quais "Porque o rio continua, com água ou sem ela", de João Mêda, submetido ao concurso nacio-

Apresentação de O Tempo e o Verso, de José Gabriel Duarte A convite de Rui Cabrita, membro da casa Álvaro de Campos, a professora Ana Cristina Matias apresentou, no dia 8 de abril, pelas 17H, na casa Álvaro de Campos, o livro de poesia O Tempo e o Verso.

No quinto dia desta semana, houve lugar a «Partilha de Leituras», entre as turmas 10.º A2 , A3 e B, orientadas pelas professoras Albertina dos Santos e Ângela Vale. Os oradores foram Joana Carolina, João Teixeira, Sara Gama, Beatriz Rosa, Cristiana Francisco e Miguel Oliveira que provaram saber ler com gosto e comunicar essa experiência aos seus colegas. Seguiu-se uma palestra dirigida aos alunos do 12.º ano, «Depois de 1974, contar a História de outra maneira. Memorial do Convento, de José Saramago», por Carina Infante do Carmo, da Equipa UAlg.

Os alunos Beatriz Abrantes (12.º E), Cátia Pacheco (12.º C2), João Silva Dias (11.º A1), Paulo Pereira (11.º A1) e Vladyslava Shoturma (11.º A1) também participaram nesse evento de literatura e música, em conjunto com outros convidados, e leram poemas dessa obra.

A semana encerrou com o lançamento do e-book «Odes», com escrita criativa de alunos do professor Luís Gonçalves, turmas 12.ºA1, B e E, capa de Diogo Mendes (12.º E) e edição da professora Ana Cristina Matias, enquanto nos autocarros Sobe e Desce continuava a circular a Galeria de Autores elaborada pelos membros da Rede de Bibliotecas de Tavira.

José Gabriel Duarte em O Tempo e o Verso dá-nos a ler poemas que são fragmentos da sua reflexão e que por ele falam. Através da escrita, consegue ser observador de si mesmo, mas continuar uno na sua contínua busca de ser melhor. Afirma-se como um amante, que não se cansa de degustar o amor, mas também como um crítico da dissonância do Página 17 mundo.


LÍNGUAS Artigo de opinião

Amor egoísta e obstinado Por Cláudia Sequeira, 11.º B

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ntre a novela Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, e o romance russo Anna Karenine, de Tolstói, existe um fosso que os separa. No entanto, no meio das suas incontáveis diferenças, existem pontes que unem as duas obras, nomeadamente, o amor egoísta e obstinado das personagens principais. De certo modo, ambas as vidas de Simão Botelho e de Anna Karenine podem ser sintetizadas pela frase de Camilo Castelo Branco, “Amou, perdeu-se e morreu amando”, e até o fazerem parte de triângulos amorosos os une enquanto personagens. Simão amou Teresa desde o segundo em que a viu da janela do seu quarto. Escolheu perder-se no seu amor em vez de procurar soluções alternativas, ou mesmo aceitar as que o destino lhe oferecia. Podia

ter sido feliz com Teresa se o tivesse feito, se fosse mais paciente, ou talvez até mais ajuizado. Mas não o fez e não o foi, e isso acabou por ditar o seu fim. Com Anna Karenine aconteceu algo de semelhante, mas, ao contrário de Simão, Anna era uma mulher casada e já adulta. No entanto, isso não a impediu de conhecer o homem que viria, posteriormente, a ser o seu amante depois de com ele se cruzar à saída de um comboio. Perdeu-se ao cometer adultério, do qual resultou uma bastarda. Ao fugir, tanto com o amante como com a bebé, deixou o marido que se recusava a dar-lhe o divórcio e o seu filho legítimo. O seu amor obstinado, paranoico e excessivamente ciumento acabou, também, por ditar o seu fim. Suicidou-se, ironicamente, atirando-se para a linha de comboio. No entanto, mesmo com estas “pontes”, continua a existir uma gran-

de divergência entre ambas as obras, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento das personagens ao longo da ação. Enquanto na novela de Camilo o ritmo narrativo é rápido e a narração não mais aprofundada do que aquilo que é necessário, a obra de Tolstói é de um rigor descritivo e de um desenvolvimento de todas e cada uma das personagens, muito característicos do seu estilo. Escolheria, por isso, Amor de Perdição para uma leitura rápida, mas considero a leitura de Anna Karenine muito mais recompensadora a nível literário.

Mudar comportamentos e mentalidades Por João Infante, 11.º B

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mor de Perdição, publicado em 1862 por Camilo Castelo Branco, e A Confissão da Leoa, publicado em 2012 por Mia Couto, são obras muito distintas, tanto pelo tempo, lugar e contexto da ação, como pelos temas abordados. No entanto, ambas apresentam uma reflexão crítica sobre alguns aspetos da sociedade, nomeadamente a condição social da mulher e os conflitos entre pais e filhos. Apesar de a história de Mia Couto se passar dois séculos depois, os temas abordados por Camilo persistem. Porém, o espaço varia. A Página 18 ação de Amor de

Perdição decorre em Portugal, enquanto A confissão da Leoa em Moçambique. Naquilo que diz respeito à situação da mulher na sociedade, há similitudes. Temos, como exemplo, a opressão de que são vítimas Teresa e Mariamar, protagonistas de cada obra. Os autores criticam a desvalorização da opinião feminina relativamente ao próprio futuro e ao amor. Nas duas obras, as mulheres devem ser submissas ao homem, servindo apenas para casar, para ser um “acessório” e para as lides domésticas. Camilo e Mia Couto também tecem abertamente críticas aos pais e à sua relação distante e autoritária com os filhos. Para Tadeu, pai de Teresa, a filha está destinada a casar com o seu primo Baltasar, e essa é a sua única hipótese. Para Hanifa, mãe de Maria-

mar, a filha não tem grande importância, sendo que o seu único desejo é que a filha se torne uma esposa dedicada e subordinada a um “bom homem”. Em ambos os casos, os pais não demonstram um amor genuíno e descomprometido pelos filhos. Em suma, as duas obras servem de mote para uma mudança de comportamentos e mentalidades, através das críticas dos seus autores. Pessoalmente, não pondo em causa a qualidade de Amor de Perdição, recomendaria a leitura de A Confissão da Leoa, devido às descrições cruas e perspicazes da sociedade, que me agradaram particularmente. Artigos orientados pela professora de Português, Ana Cristina Matias


LÍNGUAS Apreciação crítica

A atualidade das críticas de Jonathan Swift

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s viagens de Gulliver, da autoria de Jonathan Swift é a obra mais conhecida deste autor natural de Dublim, na Irlanda, tendo sido publicada em 1726 Este romance satírico encontra -se dividido em quatro partes, cada uma descrevendo uma terra fictícia, visitada pela personagem principal, Lemuel Gulliver, um marinheiro e cirurgião. Gulliver chega a cada terra por providência do destino, através de naufrágios, piratas e traições, e, apesar de ser bem-recebido pelos respetivos governantes, sempre se sentiu indefeso, quer pela indiferença, o tamanho, a inteligência, quer pelo sentido de superioridade dos habitantes. Gulliver acabou sempre por voltar para casa, em Inglaterra, onde vivia com a mulher e os filhos. Contudo, passado algum tempo, procurava uma razão para voltar ao mar. O autor, através de descrição de cada uma destas “terras”, procura criticar as diferentes facetas negativas da humanidade. Na primeira terra visitada, Lilliput, viviam os Liliputianos, cuja dimensão diminuta caricaturiza a pequenez da humanidade nas relações sociais. Já na segunda parte, Gulliver descobre a cidade dos Gigantes, Brobdingnang, cujo tamanho excessivo da população representa o sentido de superiori-

Por Beatriz Rosa, 10.º A3

dade e a altivez do ser humano. A terceira terra visitada, Laputa, é uma ilha voadora cujo povo só se interessa pela matemática e pela música. O relato desta viagem foi utilizado para realçar a ânsia do conhecimento por parte do ser humano, que acaba por colocar em causa a justiça, a felicidade e a saúde das populações. Por outro lado, critica fortemente aqueles que governam, a abstração perante aquilo que não lhes interessa e

as regras de etiqueta, as quais são exageradas, aproximando-nos da comicidade. No quarto e último território, Hyonym, Gulliver vê-se confrontado com a insensibilidade, a ambição e a corrupção da sociedade humana. Nesta terra, o ser humano era o animal irracional que vivia subjugado por todos os outros animais, nomeadamente cavalos falantes, dotados de

razão. Aqui todos viviam num ambiente de paz em que a família e o respeito mútuo eram os pilares da comunidade. As viagens de Gulliver é um livro muito interessante de ler e recomendo-o. De uma forma breve, o autor utiliza uma espantosa aventura para expor a falsidade e corrupção que o ser humano esconde. Acho também importante referir que Gulliver, ao ser confrontado com esta verdade nua e crua, acaba por considerar, no final da história, o Homem um animal deplorável, com o qual nada quer ter a ver. A atitude crítica e satírica de Jonathan Swift lembra-nos Gil Vicente que também critica a sociedade da sua época, como acontece no Auto da Barca do Inferno. Curiosamente, as características das personagens típicas de Gil Vicente ainda são atuais. Em suma, Jonathan Swift, recorrendo a artifícios para demonstrar o seu ponto de vista, procurou criticar diretamente a forma de ser do Homem e indiretamente o engenho, as capacidades e o pensamento humano, assim como a forma como este interage com a Natureza, a tecnologia e a sociedade. Por estas razões, considero esta obra bastante atual, uma vez que as características apontadas pelo autor à humanidade continuam presentes, ainda que, por vezes, mais ou menos atenuadas. Artigo orientado pela professora de Português, Albertina dos Santos

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Línguas Creative Killer Por João Graça, Curso EFA—Educação e Formação de Adultos Artigo de ficção orientado pela professora de Inglês, Ana Magalhães

On 23rd August a university student was brutally killed while playing a game.

Visiting FUTURÁLIA Por Jacinta Hegarty e Cristiana Fernandes, 12.º C2

O

n 30th March 2017, classes 12.ºC2 and 12ºB went on a trip to Futurália in Lisbon. Futurália is a fair with lots of universities showing what they can offer to students interested in getting a higher education, it allows students to be aware of their options.

This accident occurred in Dublin, Ireland in the victim’s house. This poor young man was playing Mindcraft in the maximum settings, the computer couldn’t handle it and exploded on his face. After the bang the neighbours rushed in to find a burnt corpse on the ground, they quickly realized that the bang was originated from the victim´s personal computer and the cause for John´s death.

We started our trip at 8:40 in the morning, we travelled by bus. We arrived at 12:30, and right away walked up to the fair. The students separated This game was created to open the player´s creativity and not in groups of four and five so it would to take innocent lives. Shortly after the accident, the game be easier to move around and be able to see more and faster. From 1:30 to was banned from most countries to prevent further tragedies. 2:00pm we all had lunch at different places, some had brought food from home and others bought food there. After lunch we all went different ways to explore the fair, we visited the Everyone should feel accepted wherever they go stands and learned more about each university. We all visited universities got to be tolerant. our interests but also got to In a country within know universities we were not familiar like the United States with and it made us realise we had lots ome peoof America some of options, including abroad. ple aren’t At 4:30 pm it was time to leave, so people treat imminice to we travelled back to Tavira and argrants and even citizens from difimmigrants, people with different rived at 8 pm. ferent ethnicities based on racist skin colour or people with differIt was a very helpful experience, and stereotypes and forget that their I think we can speak for all the stuent cultural backgrounds. When culture and diversity have contrib- dents that were able to go, that it alyou travel or move to another lowed us to get information in a way uted a lot for the country. country, you expect people to be You should treat people from that we wouldn’t be able to do alone. welcoming, to help you settle To all the students that are not sure if different cultures with kindness they should go there next year, we down, so why are you being disbecause we are all human and eve- would advise you to go because it is a respectful to other people? Alryone should feel accepted wher- very good learning experience and will though you might not agree with help you figure out what paths to folever they go. your new immigrant neighbours’ low in order to provide you with the 11.º C1 traditions and future you want for Página 20 Artigos orientados pela professora lifestyle, you’ve yourself. de Inglês, Margarida Beato

S


LÍNGUAS Adult seal thinks that a random penguin is his wife Por Francisco Ashdown, Curso EFA—Educação e Formação de Adultos, Nível 4

A team of university students recorded this unusual behavior on Marion Island in the Antarctic Indian Ocean for the journal Polar Biology. It happened sometime during Spring of the year 2012. It is believed to be the only documentation of the strange occurrence

The scientists say that the reason behind the seals´ actions cannot be confirmed, because of a lack of evidence. But some believe that the problem was the fact that these young teenager seals were looking for female partners and unfortunately they were all taken by older seals, or some simply just weren´t feeling the good looks of these desperate troublesome seals.

Researchers watched as the six -foot seals, which have an average weight of 400 pounds, chased the three-foot king penguins along the rocky beach. This does happen quite a few times with closely related species. However, it is rare to find instances involving very different specimens. Artigo orientado pela professora de Inglês, Ana Magalhães

Should European countries open the door to refugees fleeing war-torn countries? Por Carolina Mascarenhas, 12.º C2

I

n my opinion, yes, they should because we need to think about other people’s lives and show our humanitarian side by helping them escape from terrible wars that they didn’t start. I also like to think that if I were

in their places, I would very much appreciate to be able to enter neighbouring countries. So, we need to see that these people are not a danger to the Nation and to the world, because they just want to escape from war and to be safe, like any other person in that situation.

To conclude, I believe that people need to be more and more humanitarian and helpful, because these horrible situations can happen at any moment, any time and at any place. Artigo orientado pela professora de Inglês, Margarida Beato

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CINEMA «Diamante de Sangue» No âmbito das disciplina de Geografia A e para a consolidação de aprendizagens relativas ao tema do 10.º ano, “Recursos do subsolo, problemas e potencialidades», os alunos assistiram ao filme “Diamante de Sangue” (2006), realizado por Edward Zwick, e, na sua sequência, refletiram sobre o mesmo. Fernanda Lopes, professora de Geografia

África, o paraíso abandonado por Deus .

O

continente africano podia ser hoje o continente mais rico e evoluído, mas é dos mais atrasados. Apesar de ter os recursos, o clima, uma enorme riqueza, é hoje uma região de terceiro mundo, volátil e em guerras constantes, atrasada e destruída. Esta realidade é bem retratada no filme “Diamante de Sangue”. As guerras quase tribais entre as diversas etnias e fações, a fraqueza dos governos, a corrupção generalizada e o banho de sangue fazem parte do dia a dia de um africano. Todos nós temos direito à autodeterminação, se assim não fosse, Portugal hoje não existiria. Mas, estará África pronta para viver sozinha? O colonialismo teve as suas coisas boas e más, cada Império teve os seus aspetos positivos e negativos e, pondo a política de parte, são inegáveis as infraestruturas deixadas pelos europeus naquele continente. Ao contrário da África do Sul, que soube aproveitar o que foi deixado e crescer economicamente, o resto do continente mergulhou numa idade das trevas após a saída dos colonos. Após a descolonização, grupos rivais começaram a lutar pelo poder, pela riqueza, pela terra. As suas armas foram, e continuam a ser, fornecidas pelas grandes potências, como os EUA, o Reino Unido e pela antiga União Soviética, que querem lucrar e ter acesso aos muitos recursos. África podia ser um grande continente. É rico em recursos do subsolo, tem um clima e um solo Página 22 favoráveis à agri-

Por João Mêda, 10.º C1

cultura, possui uma imensidão de terra que podia ser bem usada. Mas as guerras constantes têm destruído as infraestruturas, espalhado a fome e a ignorância. Como é retratado no filme, grande parte da população vive na miséria, em pequenas aldeias ou em grandes e desordenadas cidades. O ensino não é para todos e a população está, por isso, obrigada a viver da terra e do mar. Muitos são raptados e levados pelos rebeldes para a exploração de diamantes, como aconteceu com Solomon. Os diamantes são, sem dúvida, a maior riqueza de África, e o motor que move toda a engrenagem política e militar. O interesse pelo controlo deste recurso leva ao armamento de rebeldes, à destruição e substituição de governos e governantes. Todos querem ser ricos, e quem quer, não olha a meios. Mais uma vez, os brancos voltam a entrar na cena, comprando os diamantes sujos com sangue, controlando os rebeldes, lavando a pedra preciosa e lucrando. A sede por poder e riqueza leva à morte, à separação de famílias e à perda de dignidade, a maior coisa que podemos ter. Mulheres são violadas, crianças veem as famílias morrerem, sendo depois formatadas para serem crianças-soldado. Esta é talvez a coisa mais desumana que se pode fazer a alguém: lavar de tal modo a sua mente para que mate, viole e roube, pensando que é certo. O lugar de uma criança não é no campo de batalha, mas sim na escola. Todos têm uma parte de responsabilidade. Os europeus pela descolonização mal feita, as potências

O filme fez-me questionar os limites do ser humano, a dificuldade que temos em partilhar, sentir, perdoar… e ajudar. Quando olho para a quantidade de pessoas que coabitam com determinada sociedade que se afoga na pobreza, vejo um pedaço de existência que se arrasta por ruas que já não existem, um aglomerado de tristezas capazes de transpor oceanos. Ainda assim, têm esperança. “Diamante de Sangue”, de Edward Zwick mostra-nos que o amor excede qualquer barreira e que somos muito pouco sem este. Catarina Palindra, 10.º C2

por fornecerem armas e usarem os africanos como instrumentos para as suas causas, os ocidentais por ignorarem este problema e não intervirem, os negros por escolherem este caminho e todos os humanos por lavarem as suas mãos com a desculpa da “autodeterminação” . É verdade que todos têm direito de escolher seu destino, mas, tal como os jovens, certos países precisam de ajuda para saber fazer as escolhas certas.


CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS «O ódio», um filme em exploração “O Ódio” (1995), um filme de Mathieu Kassovitz, passa-se em França e começa com imagens de uma manifestação num bairro social. Conta a história de Vinz, Hubert e Saïd, respetivamente, um judeu, um negro e um árabe, durante 24 horas. Todos vivem na periferia da grande “cidade das luzes”, num bairro extremamente problemático onde se dança hip-hop e se ouve reggae e onde a marginalidade atinge picos elevados com armas, drogas, gritos e extrema violência. Quando estes jovens se deslocam para o centro da capital francesa, sentemse completamente descontextualizados num mundo tão distinto do seu. O facto de um polícia se dirigir a um deles como “senhor” causa-lhes estranheza. De um momento para o outro, estão numa exposição de arte e não percebem o que tais obras pretendem transmitir. Um deles é chamado à atenção por estar encostado a um objeto que nem sabe que se trata de uma escultura e quando vai na rua e vê um outdoor publicitário que diz “O Mundo é Seu”, reescreve: “O Mundo é Nosso”. É esta atitude de possessão do mundo que nos acompanha ao longo do filme, mostrando a dura realidade dos bairros periféricos da cidade de Paris.

Miguel Santos, 12.º C2

Um defensor dos direitos dos animais respeita ao máximo toda e qualquer forma de vida e apela à mudança, especialmente no que respeita ao estatuto dos animais nos campos político, social e económico. Ele é alguém com muita compaixão, paixão, seriedade, responsabilidade social, paciência e, acima de tudo, persistência, visto que sabe que não consegue mudar o mundo num dia, pois também não consegue os seus hábitos nesse mesmo período. Tendo em conta estes aspetos, penso que muito dificilmente Vinz, Hubert e Saïd, do filme “O ódio”, se conseguiriam inserir neste grupo, visto que, tendo em conta o que se passa nas suas vidas, os direitos dos animais não estão no topo da lista das suas preocupações. Para além disso, basta assistir à maneira como desumanizam as mulheres e as tratam «abaixo de cão» para entender que não são muito respeitadores da vida humana. Contudo, penso que Vinz partilha algumas características com alguém que protege os direitos dos animais, como a consciência social e a vontade de agir, apesar de as aplicar, no seu caso, de uma maneira muito própria. Carolina André, 12.ºC2

Emos, termo com origem na palavra em inglês emotion ou emotional, refere-se a um grupo social que tem uma visão bastante diferente do mundo. Normalmente, têm alguma revolta, seja contra a sociedade, o mundo ou até mesmo a sua vida. Os emos consideram-se pessoas altamente emotivas e sensíveis, gostam de músicas cujos temas são a melancolia, a tristeza, o amor (especificamente: o fim de uma relação) e a rejeição do outro. Usam maioritariamente roupas escuras, mas há quem também prefira roupas extremamente florescentes! Pintam os olhos de preto e, por vezes, também o cabelo com uma cor fora do comum. Muitos que aderem a esta "tribo" não o fazem apenas pelo gosto musical em comum, mas sim pela empatia com esse modo de vida. Por vezes, a vida de um emo é um "inferno", pois grande parte sofre de bullying. Isto acontece porque são diferentes e o que é diferente normalmente é atacado física e/ou verbalmente. Este sofrimento diário gera depressão, chegando alguns a cometer suicídio. Daí que um dos estereótipos mais conhecidos acerca dos emos seja "os emos são uma carrada de malucos que se cortam". Está totalmente errado. Isso acontece devido ao bullying. Este estilo de vida é completamente diferente do estilo dos três rapazes do filme "O ódio". O dia a dia deles é muito agitado e cheio de confusão, envolvendo polícia, droga, armas e conflitos entre grupos. Enquanto os emos gostam de estar no seu canto sem ninguém a perturbar, estes rapazes do filme gostam de locais movimentados e de armar conflitos com as pessoas ao seu redor. Gonçalo Agostinho, 12.º C1

Apesar de Vincent, Hubert e Saïd, os protagonistas de “O ódio”, não pertencerem a nenhum gangue, ao longo do filme é possível ver-se esses grupos (skinheads), quer no bairro onde habitam, quer na cidade de Paris. Todavia, os jovens agem quase como em conformidade com as “leis” desses grupos. Defendem o bairro e as pessoas que lá vivem, sendo capazes de lutar por isso. Mas, sobretudo, demonstram o “gosto” pela violência. Neste filme, os jovens encontram uma arma perdida. Vincent, dos três quem mais tenta agir como um gangster, apega-se de imediato à arma. Contudo, essa arma desencadeou apenas sarilhos, levando à morte de dois dos jovens. Portanto, a partir do filme, conseguimos observar que quando os jovens não estão inseridos em ambientes prósperos e socialmente equilibrados, isso leva a uma espiral de violência e de desinteresse por outros aspetos, como a escola. Além disso, depois de se entrar nesse modo de vida, é difícil sair. Por muito que se tente, vai-se sempre ter o peso de defender o gangue ou, no caso do filme, o bairro. Logo, é a escolha entre a vida (não defender o bairro) e a morte (morrer pelo bairro). Carolina Mascarenhas, 12.º C2

Artigos orientados pela professora de Psicologia, Edite Azevedo

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CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS Psicologia

É breve... Por Rúben Bento, 12.º A1

«Vida significa existência. Do latim “vita”, que se refere à vida. É o período que decorre entre o nascimento e a morte». Encontrei isto quando abri o dicionário. Mas o que mais me chamou a atenção foi a afirmação de que a vida é o tempo que decorre entre o nascimento e a morte.

Durante esse tempo existem acontecimentos que nos marcam. Alguns mais pequenos, outros de maior importância. Não interessa se foi o de ontem quando ia sendo quase atropelado, ou o do ano passado quando fiz a viagem a Madrid

V

enderam a casa e venderam-me a mim, porque era uma peça integrante daquilo a que chamava “minha casa”. Hoje, expresso-me por palavras, não havendo palavras, sentindo, não havendo sentimento. Vi o mundo dali. Era só mais uma criança inocente, porém mimada. Sentei-me no seu colo e ouvi atentamente todas as suas Página 24

com a escola. Todos os acontecimentos marcaram a vida, a vida que estou a viver. Simplesmente marcaram. Por mais simples ou pouco complexos que sejam. Alguns marcam de forma positiva e outros nem tanto. Foram vários os momentos que mais marcaram a minha vida. Uns bons. Outros … Começo pelo que me deixa feliz: as viagens que fiz e que faço marcaram e marcam a minha vida, pois é a fazê-las que me sinto mais inteiro. Já percorri este país de sul a norte, visitando também as ilhas. ADORO! Adoro visitar museus. Adoro passear. Adoro conviver. Tudo isto me muda. Traz-me cultura geral. Faço amizades. Divirtome. Cada viagem é especial. Mas também existem momentos que marcaram a minha vida de forma menos positiva. Morte. A morte da minha avó paterna, quando tinha 11 anos, fez-me olhar para as coisas com outra

perspetiva. Mas ver o meu avô materno a morrer aos poucos numa cama de hospital com um cancro de estômago mudou completamente a minha vida. A partir da noite, daquela noite, em que ele estava num caixão, em câmara ardente, dentro daquela igreja … E eu, naquela noite de verão, a chorar à porta da igreja sem conseguir pôr um pé lá dentro pois não acreditava naquilo que estava a acontecer. Foi como se naquele momento tivesse ficado sem chão ou sem parede para me apoiar, pronto para cair. Ainda agora a minha vida começou. Sei que haverá momentos positivos e momentos menos positivos. Aprendi com a morte do meu avô que a vida é curta. Por isso, tenho de a aproveitar da melhor maneira: sendo feliz e nunca esquecendo que a vida é breve.

histórias, todas as suas aventuras. Queria ser igual a si, queria explorar todos os cantos do mundo, queria escrever livros das minhas viagens, queria ter uma autocaravana igualzinha à sua! Ainda quero. Eles tentaram vender as nossas memórias, tentaram que eu me esquecesse, tentaram apagar o que, em tempos, fora a nossa vida. Agora, há um espaço na minha vida que nada conseguirá alguma vez completar. Não sei explicar o que é, mas é.

Agora passo por ali e vejo as mesmas coisas, mas diferentes, já nada me pertence. Hoje, tento ver isto como algo menos negativo. Cresci. Percebi que as coisas materiais não passam disso mesmo. É apenas o o eterno amor e a lembrança que nos unem. Com saudade. Da sua neta, Mariana Castro e Sousa Artigos orientado pela professora de Psicologia, Edite Azevedo


CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS Economia A de visita em Lisboa Por Miguel Oliveira, Raquel Teixeira e Tiago Domingos, 10.º B

Museu do Dinheiro Por Beatriz Madeira e Daniela Oliveira, 10.º B

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os dias 19 e 20 de janeiro de 2017, a turma do 10.º B da ESJAC, acompanhada pelos professores António Silva e Graciete Pontes, realizou uma visita de estudo a Lisboa, no âmbito da disciplina de Economia. A visita consistiu na ida à Assembleia da República, ao Museu do Dinheiro e à Fábrica da Felicidade. Na visita à Assembleia da República, que coincidiu com a visita do Sr. Ministro da Saúde, Adalberto Campos, os alunos puderam observar como funcionam os debates entre as várias fações do poder, em Portugal. Após a sessão, os alunos tiveram o privilégio de ser guiados pelo deputado Cristóvão Norte até à antiga sala onde se realizavam os debates. Aí puderam expor as suas dúvidas acerca da Assembleia e do seu funcionamento. A turma também visitou o Museu do Dinheiro, inaugurado em abril de 2016 pelo Banco de Portugal e situado na Antiga Igreja de S. Julião, no Largo de S. Julião. Esta visita guiada foi realizada com o objetivo de aumentar o conhecimento acerca da moeda, do seu

surgimento e da sua evolução até aos dias de hoje. Além do painéis com informação, há materiais multimédia à disposição dos visitantes pelo que os alunos não hesitaram em os utilizar. A experiência dos alunos foi ainda marcada pela passagem por um antigo cofre que contém uma barra de ouro que vale cerca de meio milhão de euros. Na visita à Fábrica da Felicidade, fundada em 1977 e localizada em Azeitão, por cima de um dos maiores aquíferos da Europa, foi possível conhecer, para além das técnicas de produção dos produtos da marca Coca-Cola, o impacto ambiental desta indústria, bem como as formas de o minimizar. Ainda foi possível compreender o impacto económico que esta estrutura industrial tem na região. A mensagem que a marca Coca-Cola tentou transmitir foi a de uma empresa que se preocupa com a preservação do ambiente, tendo em conta as necessidades da população atual e também as das gerações futuras. Foi possível ainda observar os investimentos de modernização e racionalização das instalações da fábrica, permitindo assim melhorias na produtividade.

o dia 20 de janeiro, a turma 10.ºB fez uma visita de estudo ao Museu do Dinheiro em

Lisboa. O edifício onde hoje encontramos o Museu do Dinheiro já foi a igreja de S. Julião, até 1933, o maior centro de distribuição de numerário no país, até 1996, armazém e garagem, até 2006, mas agora é um museu, o mais recente em Lisboa. O Museu do Dinheiro apresenta o tema do dinheiro, a sua história e a sua relação com as sociedades e com o indivíduo através das coleções de numismática e notafilia do Banco e de outros objetos e dispositivos virtuais de contextualização. Neste museu ficámos a saber a história do dinheiro desde o seu aparecimento até aos nossos dias, como nasceu a primeira moeda e a primeira nota, como era feito o câmbio do dinheiro e como as sociedades, portuguesa e de todo o mundo, aceitaram esta inovação.

O museu utiliza tecnologia multimédia para interagir o mais possível com os visitantes. A viagem pela história do dinheiro mostra moedas e notas raras. Pudemos ver dinheiro antigo, não só de Portugal, mas também de outros países, elementos fornecids pelo Banco de Portugal. Também ficámos a conhecer alguns dos objetos usados antigamente nos bancos, como máquinas, chapas de impressão, esboços e desenhos que estão na origem das moedas e notas. Artigos orientados pelo professor de Economia, António Viegas da Silva.

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Visita de estudo À descoberta de Madrid

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ntre os dias 21 a 24 de fevereiro de 2017, alunos do 11.º ano inscritos em Espanhol, das áreas de Ciências e Tecnologias, e de Economia, bem como seis alunas do 12.º ano realizaram uma visita de estudo à capital espanhola. Acompanhados por António Silva (professor de Economia), Paula Barata (professora de Inglês), Carmen Pedroso (professora de Espanhol) e Teresa Geraldo (professora de Filosofia), os alunos puderam ao longo de vários dias visitar alguns museus, palácios e conhecer melhor a cidade de Madrid. No primeiro dia, um dos primeiros locais a ser visitado foi o Parque do Retiro. Aí tiveram a oportunidade de ver o interior do Palácio de Cristal e, no Palácio de Velásquez, puderam ver uma parte do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Almoçaram em frente ao Monumento a Afonso XII, desfrutando de uma grande paisagem onde era perPágina 26 mitido andar de

barco. No entanto, os alunos não tiveram tempo para usufruir desta atividade. Assim, passaram os alunos uma bela manhã no primeiro dia desta pequena aventura de quatro dias num dos espaços verdes mais bonitos do centro da cidade de Madrid.

Rainha Sofia Frederica. Antes de ser um dos melhores e mais importantes museus de arte moderna da Europa, com coleções de arte do século XX, foi um austero e antigo hospital setecentista. O museu detém três exposições permanentes: “A Erupção do Século XX: Utopias e Conflitos”; “A Guerra Já Acabou? Arte num Mundo DividiÂndria Pontes e Joana Viegas, 11.º B do”; “Da Revolta à Pósmodernidade”. Daqui, destacam-se Centro de Arte Reina Sofia alguns artistas com as suas maiores obras como: Pablo Picasso com Guernica; Salvador Dalí com O Grande Masturbador; Joan Miró com Dançarina Espanhola; e Eduardo Chillida com Espírito dos Pássaros. O museu é constituído por quatro edifícios: o Edifício Sabatini (o edifício central), o edifício Nouvel, o Palácio de Velázquez e o Palácio de Cristal. No dia 21 de fevereiro, a minha turma visitou, no Parque do RetiO Museu Nacional Centro de ro, os Palácios de Velázquez e de Arte Reina Sofia, em Madrid, foi Cristal. No dia seguinte, visitámos inaugurado a 10 de setembro de o edifício central, onde a atenção 1992 (24 anos), apesar de ter sido dos alunos foi mais cativada pela decretado museu nacional em obra de Pablo Ruíz Picasso referi1988. O seu nome é uma homena- da anteriormente. gem à antiga rainha espanhola, Joana Gromicho, 11.º B


Visita de estudo Centro de Arte Reina Sofia

No dia 23 de fevereiro, um grupo reduzido constituído na sua quase totalidade por alunos do 11.ºB e o professor de Economia, António Silva, dirigiu-se ao Museu do Prado, numa atividade opcional, fora do programa da visita. Aí, tiveram a oportunidade de ver todas as salas de exposição. Sendo um museu de renome, alberga importantes obras de artistas de diversas nacionalidades, nomeadamente, espanhola, italiana, alemã, britânica e francesa. Enquanto na pintura britânica se destaca a coleção de retratos dos séculos XVIII e XIX, época do esplendor cultural em Inglaterra, na pintura espanhola destacam-se as pinturas medievais e renascentistas de pintores do Século de Ouro, nomeadamente, Goya, e ainda a mais importante coleção de desenhos e estampas, também esta pertencente ao museu. O museu conta ainda com uma igreja, localizada na parte de trás deste, que alberga importantes pinturas religiosas espanholas do século XVII. O grupo, depois de uma visita exaustiva ao museu quase na sua íntegra, sentiu que tomou a decisão certa de visitar o Prado, ao invés da alternativa de conhecer outras partes da cidade, que era o programa inicial. Brígida Fernandes e Cláudia Sequeira, 11ºB

Estúdios da ATRESMEDIA

No dia 24 de fevereiro, ocorreu a visita aos estúdios da ATRESMEDIA, a maior rede de audiovisual privada em Espanha. Fundado em 1982, sob o nome de Antena 3, o grupo é formado por canais televisivos generalistas (Antena 3), informativos (La Sexta, Mega) e de entretenimento (Neox, Nova, Atreseries), para além dos canais de rádio Melodía FM, Radio Europa e Onda Cero. Os alunos ficaram a conhecer o funcionamento das diferentes emissoras e puderam contactar com os espaços de gravação. Assistiram em direto ao programa “Al Rojo Vivo” (informação e análise da atualidade), a uma emissão da rádio Onda Cero e entraram nos estúdios de outros programas, como “La Ruleta de la Suerte”.

Para além disso, as turmas ficaram a conhecer algumas curiosidades sobre os bastidores, as técnicas utilizadas e sobre aquilo que se passa por trás das câmaras. João Infante, 11º B Bolsa de Madrid

A Bolsa de Madrid foi visitada pela turma de Economia, 11.º B, que foi acompanhada pelo professor da disciplina António Silva, e a turma de espanhol pela professora Carmen Pedroso. Os alunos ficaram a conhecer a sua história tanto a nível arquitetóni-

co, como a nível histórico. A nível histórico, a Bolsa de Madrid foi instaurada em 1809 pelo rei José I Bonaparte, mas só em 1831 foi aprovada a lei da sua criação e organização. Atraiu-nos a atenção as cinco balas marcadas num vidro de um dos salões. A nível arquitetónico, atraiu-nos a atenção as várias formas geométricas, símbolos maçónicos, e a utilização de cores mais claras. Estivemos sentados numa sala, considerada a 'joia' do Palácio da Bolsa. Até ao verão de 1989, era neste espaço que se reuniam os Agentes de Cambio e Bolsistas em sessões de trabalho. Trata-se de um espaço que conserva o mobiliário original desde a inauguração do palácio em 1893. Esta sala deixou de ser utilizada, pois atualmente essa função é feita numa grande sala que é considerada a mais importante. É nessa sala principal que decorre todo o movimento bolsista em múltiplos ecrãs gigantes e pudemos observálos em tempo real.

Nesse mesmo dia, o grupo em visita foi surpreendido com um evento invulgar: tivemos o privilégio de assistir ao lançamento de uma nova empresa na Bolsa de Valores, com uma sessão de apresentação formal dos acionistas e demais pessoal da instituição. Em suma, nós gostamos imenso, pois tem tudo a ver com a área de Economia. Beatriz Ramos e Rúben Paulino, 11.º B Artigos orientado s pelo professor de Economia, António Viegas da Silva

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Visita de estudo Aprender em contexto real

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os dias 2 e 3 de março de 2017, as turmas 12.º A1, A2, B e E, da Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia, no âmbito da disciplina de Português, e no caso da turma 12.º B também no âmbito da disciplina de Economia C, deslocaram-se a Lisboa para uma visita enriquecedora para os seus conhecimentos. Os participantes foram acompanhados por cinco professores: António Silva, Edite Azevedo, Luís Gonçalves, Marta Nugas e Paula Pereira, e uma encarregada de educação, Elsa Martins. As turmas dormiram no Hotel Vila Galé na Ericeira . Iniciámos a visita pelas 08h20. Desde cedo que estava presente o entusiasmo e a alegria nos autocarros. Durante a viagem, foi notório o convívio, não só entre os alunos das diferentes turmas, como entre alunos e professores. Música, jogos em grupo e fotografias fizeram também parte desta viagem que, apesar de longa, nos animou bastante. Pelas 13 horas, os alunos chegaram a Belém, onde almoçaram e muitos não resistiram aos tão famosos pastéis de Belém. No Parlamento

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Enquanto as turmas 12º A1, A2 e E fizeram o passeio pessoano, a turma B visitou o Parlamento, acompanhada pelo professor de Economia, António Silva, com o objetivo de assistir a um debate requerido pelo Partido Ecologista "Os Verdes" relacionado com "Áreas protegidas classificadas", na Sala das Sessões. Uma hora depois, os alunos tiveram uma visita guiada com o deputado Cristóvão Norte que deu a conhecer a Sala do Senado e respondeu a perguntas colocadas pelos alunos mais curiosos. Uma situação inicialmente intrigante, que ocorreu durante a visita ao Parlamento, foi verificar que no edifício também estava hasteada a bandeira de Espanha. Afinal tratava-se da visita oficial da presidente do parlamento espanhol, a qual os alunos viriam a encontrar, pois também assistiu por breves momentos à sessão parlamentar nas galerias do hemiciclo da sala de sessões. O passeio pessoano

O passeio pessoano teve início na Praça D. Pedro IV, conhecida como Rossio, onde, mais uma vez, as nossas simpáticas guias nos esperavam, para fazerem uma breve introdução sobre a vida de Pessoa e a Lisboa em que este viveu. Depois continuámos o nosso passeio pelas ruas movimentadas da baixa de Lisboa e Chiado, onde o poeta se encontrava geralmente e onde se situa o café A Brasileira e a sua estátua sentada na esplanada. Vimos o sítio onde nasceu Fernando Pessoa, o Largo de São Carlos, num dos apartamentos que lá existem, em frente ao teatro de São Carlos. Daí foi-nos possível

avistar a antiga Igreja dos Mártires, agora conhecida como Basílica dos Mártires, local onde o poeta foi batizado e sobre o qual escreveu “Ó sino da minha aldeia”. O passeio continuou pelos vários locais onde o poeta trabalhou e frequentou, nomeadamente a Rua da Prata, Rua dos Franqueiros (onde foi tirada a célebre fotografia de Pessoa, de pé, ao balcão, a beber um copo de vinho e na qual escreveu a Ofélia: “Fernando Pessoa em flagrante delitro”) e Rua da Assunção (onde conheceu Ofélia). Parámos também no Largo do Carmo, onde Pessoa viveu. Foi entre paragens que os alunos leram algumas “cartas ridículas” que Fernando Pessoa escreveu à sua amada e provaram os excelentes pastéis de nata da Manteigaria. O último ponto da visita foi o local onde Fernando Pessoa tomava o seu cafezinho, Martinho da Arcada. Localizado no Terreiro do Paço, é o mais antigo café de Lisboa. Fernando Pessoa foi um cliente habitual deste café até ao fim da sua vida (ainda hoje lá se pode ver a sua intemporal mesa, com a sua chávena de café, um livro e o seu típico chapéu); chegou a mencioná-lo num dos seus poemas em que evoca a amizade com o poeta Mário de Sá-Carneiro. No Convento de Mafra

No dia seguinte, sexta-feira, 3 de março, tivemos uma visita guiada pelo convento de Mafra, onde se passam alguns episódios da obra Memorial do Convento. Apesar do tempo de chuva, frio e vento, a visita correu conforme planeado, uma vez que esta se efetuou no interior do convento.


VISITA DE ESTUDO As guias foram bastante atenciosas connosco. No início da visita, fizeram um pequeno resumo da obra Memorial do Convento e falaram-nos da construção deste enorme monumento e manifestaram a sua disponibilidade para esclarecerem qualquer dúvida que tivéssemos, ao longo do percurso. Visitámos vários espaços interiores do convento, tais como, os quartos do rei e da rainha, a biblioteca, a enfermaria, casas de banho, salas de entretenimento, entre muitos outros. Acabada a visita e após a pausa para almoço, regressámos ao convento para assistir à peça de teatro relativa à obra de Saramago. A peça teve início numa sala, onde nos foi apresentada uma breve atividade com os sons que iríamos ouvir durante a peça, e acabou num auditório, onde assistimos a uma extraordinária representação da obra. A peça, encenada pela companhia Éter, enriquecedora para a aprendizagem da obra em questão, foi muito bem representada pelo grupo de atores que prendeu a atenção do público desde o primeiro momento. Todos os alunos se mostraram agradados por terem assistido à peça de teatro que teve a duração de 90 minutos. Conclusão e apreciação crítica

No geral, consideramos que a visita ultrapassou as expetativas. Não houve complicações e conseguimos realizar todo o percurso previsto. Concluída a visita de estudo, os professores mostraram aos alunos a sua satisfação com o seu bom comportamento durante a mesma e o seu orgulho pelos elogios recebidos por parte dos representantes do hotel e dos condutores dos dois autocarros. Os alunos tiveram tam-

bém a oportunidade de partilhar entre si vários aspetos, positivos e negativos, sobre o acontecido. O momento mais apreciado pelos alunos foi a peça de teatro, devido à excelente representação por parte dos atores, que ajudaram a despertar o interesse do público, facilitando a interpretação da história do livro Memorial do Convento. O único aspeto negativo foi o mau tempo que esteve em Mafra. Pudemos também concluir que foi uma forma de aprender em contexto, o que nos proporcionou uma boa e nova experiência de convívio e nos deu outra perspetiva do poeta Fernando Pessoa e da obra de Saramago Memorial do Convento. O ponto alto, para nós, foi o alojamento onde passámos a noite, na Ericeira, e onde pudemos aproveitar as ótimas instalações do hotel e a incrível vista, assim como a relação de amizade que estabelecemos com os alunos das outras turmas e os professores. É de salientar a disponibilidade e o papel que os professores e a representante dos encarregados de educação tiveram nesta atividade e também os guias pelo seu profissionalismo. Só nos resta agradecer aos professores responsáveis por esta iniciativa que foi deveras proveitosa visto que pudemos conviver e aprender num ambiente mais descontraído e apelativo com os guias

e as atividades referidas. Em relação às obras estudadas, temos agora uma visão mais integrada das obras e do contexto em que foram escritas, não esquecendo a visita ao Parlamento que despertou em nós uma visão mais global, verdadeira e critica acerca do modo como se discutem certos assuntos e projetos no país. Finalmente, agradecemos muito este tipo de viagens porque não só crescemos com a cultura que adquirimos, como podemos ver sítios novos e entusiasmantes. E, claro, o convívio é mesmo muito bom. NOTA: Este texto é constituído por excertos de vários relatórios apresentados pelos alunos: Daniela Pereira, Filipa Guerreiro, Teresa Lopes, Inês Horta, Laura Garcia, Ana Modesto, Tiago Matos e Sónia Baltazar (12º A1); e, ainda, Ana Carolina, Mariana Moreno, Maria Santos, Maria Machado, Tânia Domingos, Emine Karameshinova, Laura Pereira e Sónia Madeira (12º B).

Luís Gonçalves (Professor de Português) Página 29


VISITA DE ESTUDO Visita de Estudo a SINTRA e LISBOA – 3 e 4 de abril de 2017 – 11.º A3, C1, C2 + 12.º TGEI e TSEC

Sim... os acepipes? Deliciosos...!

O almoço, a anteceder o passeio por SINTRA, era imprescindível. Havia que dar reforço ao corpinho antes de se lhe exigir o esforço. Não foi a «bela pratada de ovos com chouriço» queirosiana, mas um belo piquenique preparado pela mãezinha.

Reunidos na praça, que pululava de gente, foi dado o tiro de partida para o passeio tentador até Seteais. Eram duas horas e, apesar da tarde ensolarada de abril, apressámos o passo e o que vimos logo foi o hotel Lawrence, que ainda mantém o seu ar simpático. Seteais ali estava e não nos desiludiu. O terreiro, coberto de relva muito tratada, e o palacete de , recebendo o sol, convidavam-nos a ficar. Depois da foto que tirámos por detrás do arco, que pomposamente mostrava o seu escudo de armas, de onde avistávamos o Palácio da Pena, aguardava-nos um momento teatral humorístico.

Ah, Núria, já pensaste, eu e tu regalados a viver neste Palácio!

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Chegava o momento de o João - Palma Cavalão, o Francisco Lola, o Diogo - Eusebiozinho, o Henrique - Concha, a Inês - Cruges e a Alexandra – Carlos, se prepararem para representar o episódio das espanholas. Por volta das seis da tarde, mais cultos, e antes de o motorista nos levar numa viagemfoguete para Lisboa, fomos à Piriquita deliciar a alma de famosas queijadas e fofos travesseiros! O preço é que não foi apetitoso...!


VISITA DE ESTUDO O dia começava bem! Esperava-nos um “peddypaper” e mais uns quilómetros a percorrer! A professora Antonieta dava as instruções e nós fazíamos um esforço enoooorme para a ouvir e para mostrar que queríamos fazer a «romaria» por essa Lisboa queirosiana!

Ah, Núria, já pensaste, eu e tu partindo daqui para ...o mundo, felizes!

Um texto sobre o que a visão do rio Tejo, das pessoas, dos sons nos provoca? Sentados no Cais das Colunas, a inspiração foi vindo e escrevemos. Depois partimos, em grupos, seguindo o percurso orientador com muita atenção para não nos perdermos nesta Lisboa que parece não parar. E nós também não parávamos. Numa correria louca, íamos descobrindo o antigo hotel Central, a estátua de Eça com a sua «verdade», o Largo de Camões com a estátua do poeta, sisudo, perante os «descuidos» dos pombos. Não é, Angela?

Víamos, como Carlos e Ega, as duas igrejas (do Loreto e da Encarnação), o teatro da Trindade, onde decorreu o sarau de beneficência a favor das vítimas do Ribatejo, o de S. Carlos, onde Carlos conheceu Teresa de Gouvarinho.

Depois, como Carlos, «farejávamos» a antiga rua de S. Francisco, o nº 31, para ver se no 1º andar víamos Maria Eduarda. Não, nem ela, nem Carlos, nem Dâmaso, o do chique a valer! Talvez no Grémio, mais à frente! Também não! Esses tempos já eram! Iludidos continuávamos, sempre à descoberta desse mundo do passado que queríamos trazer para o presente. Ainda havia o consultório de Carlos, no Rossio, o antigo «Passeio Público», hoje Avenida da Liberdade! Tudo visto, mas de forma mais acelerada, porque já cheirava a almocinho...! Ó Diogo, não sejas teimoso! Não foi no 33, foi no 31 que Carlos disse a Maria Eduarda que a amava! Não li, mas a professora disse...!

Professores Antonieta Couto e José Couto


e-mail: biblio.estavira@clix.pt

Dr

e-mail: biblioblogue@gmail.com

olas to de Esc TAVIRA n e m a p u Agr reia usto Cor g u A e g . Jor

BIBLIOTECA ESJAC http://www.estbiblioblogue.blogspot.com/

Ficha Técnica Chefe de Redação: Ana Cristina Matias Conselho de Redação: Antonieta Couto, Helena Bartolomeu, João Picoito, Luís Gonçalves, Margarida Beato, Rogério Neto e Serafim Gonçalves Redação: Alunos e Professores do AEJAC

https://www.facebook.com/www.bibliotecaESJACTavira/

IV Encontro Diocesano de EMRC em Tavira Por Fátima Paulo, professora de Economia

Prémio Kugan Por Norberto Mestre, Vice-diretor

D

C

erca de 2.800 alunos e 122 professores, do 5.º ao 12.º ano de escolaridade das várias escolas do Algarve, participaram, no dia 2 de abril de 2017, no IV Encontro Diocesano de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) em Tavira. A iniciativa, promovida pelo Secretariado da Pastoral Escolar da Diocese do Algarve, teve lugar no Parque de Feiras e Exposições de Tavira. O nosso Agrupamento foi convidado a participar e foi com grande entusiasmo que o fizemos. Turmas dos Cursos Profissionais de Secretariado, Técnico de Vendas e Turismo fizeram parte do secretariado e monitorizaram as provas. O Encontro foi aberto pelo bispo do Algarve que saudou os alunos e manifestou regozijo pela organização de mais um encontro de ERMC, agradecendo também em nome da diocese e dos próprios alunos aos professores pela realização da iniciativa, bem como à Câmara de Tavira que colaborou. Destacou e agradeceu ainda o gesto solidário dos alunos e professores que levaram 443 quilos de enlatados para doar à Cáritas Diocesana do Algarve que também esteve presente no Encontro. O prelado explicou que aqueles bens alimentares serão “distribuídos pelos mais necessitados do Algarve”. Destacou, ainda, a

urante a interrupção das atividades letivas da Páscoa, foi entregue ao aluno Luís Duarte o segundo dos três pagamentos de 400€ cada, do prémio atribuído pela Fundação Kugan ao melhor aluno do 12.º ano do Curso de Ciências e Tecnologias, de 2015/16, inscrito na disciplina importância das obras de misericórdia de Física, e cuja média final do curso fosse superior a 16 valores, no 12º corporais e espirituais. ano, e desempenho de bom no priO recinto tinha um “Mural da meiro e segundo semestres do 1.º ano Misericórdia” reservado ao desenho do ensino universitário. de uma obra de misericórdia à escolha dos alunos. Para além da Cáritas, que teve um stand para apresentação da instituição aos alunos, também esteve presente a Algar, empresa responsável no Algarve pela gestão do sistema multimunicipal de valorização e tratamento de resíduos sólidos. Esta organizou um ‘Quiz’ sobre a correta gestão dos resíduos produzidos no dia a dia, que o nosso Agrupamento Em relação ao prémio, Luís Duarte ganhou entre todas as escolas particiconsidera-o uma mais-valia, não só pantes. pela motivação para a continuação Também o vereador da Câmara de dos bons resultados no pósTavira, José Manuel Madeira, destacou o sentido de solidariedade manifesta- secundário, como também para hondo pelos alunos, agradeceu à diocese rar o mérito e o esforço desenvolvido por ter escolhido esta cidade para a ao longo do 12.º ano. Para além disso, realização do Encontro e aos alunos e trata-se de um prémio com um valor monetário muito interessante e que professores por terem participado. A manhã teve continuidade com contribui bastante para o início de atividades lúdicas e desportivas com uma fase bastante dispendiosa, a freinsufláveis, entre outras. Houve ainda quência do ensino superior. Pensa aulas de hip-hop, body combate e ainda que esta é uma iniciativa de grande importância e que muito tem zumba. De tarde, o Encontro concluiu-se contribuído para que o seu esforço, com um concerto do rapper D8 que no sempre difícil primeiro semestre da cantou temas do seu primeiro álbum Universidade, fosse ainda maior para de estreia, como “Já não dá”, “Estou conseguir alcançar os objetivos definiaqui” ou “Se tu quiseres ir comigo”, o dos inicialmente para a atribuição do prémio. Finalmente, agradece a atrique levou ao rubro os alunos. Obrigada a todos os alunos que buição do prémio pela Fundação estiveram presentes e aos professores Kugan e considera-o como uma inique contribuíram para a concretização ciativa que incentiva bastante o sucesso escolar. deste dia.


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