As plantas medicinais

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As Plantas Medicinais Qual a sua importância para a saúde?

Catarina Loureiro nº 4 Francisco Sousa nº 12 Joana Pereira nº 14 Patrícia Viegas nº24 Pedro Fialho nº26 12ºA1


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Índice Pág. Introdução ……..……………………………………………………………………. 4 1. Das plantas aos fármacos (História) …………………………….……………… 7 2. Princípios activos…………………………………………………………………...9 2.1. Glícidos…………………………………………………………………….9 2.2. Lípidos………………………………………………………………...….11 2.3. Vitaminas………………………………………………………...………11 2.4.Minerais ……..……………..……………………………………………12 2.5. Alcalóides………………………………………………………………..13 2.6. Óleos essenciais e resinas…………………………………………….13 2.7. Ácidos orgânicos………………………………………………………..13 2.8. Taninos…………………………………………………………………..14 3. Fitoterapia……………………………………………………………………….…15 4. A aromaterapia e as plantas medicinais………………………………………..18 5. Modos de Preparação das plantas……………………………………………...19 5.1. Extractos…………………………………………………………………19 5.2. Tinturas…………………………………………………………………..20 5.3. Unguentos……………………………………………………………….20 5.4. Cataplasmas…………………………………………………………….21 5.5. Tisanas…………………………………………………………………..22 5.5.1. Infusão…………………………………………………………23 5.5.2. Decocção………………………………………………………24 5.5.3. Maceração……………………………………………………..25 5.6. Compressas……………………………………………………………..26 6. Plantas da flora algarvia………………………………………………………….27 6.1. Adiantum capillus-veneris (Avenca)……...……………………….… 29 6.2. Anagallis arvensis (Morrião)…………………………………...……...31 6.3. Anthemis nobilis (Macela)…………………………………………..…32 6.4. Anthylis vulneraria (Vulneraria)…………………………………….....34 6.5. Arbutus unedo (Medronheiro)…………………………………………35 6.6. Bellis perennis (Margarida)…………………………………………....37 6.7. Borago officinalis (Borragem)……………………………….……….39 6.8. Bryonia cretica sp dioica (Briónia)……………………...………….....41 6.9. Calluna vulgaris (Urze)…………………………………………..…… 43 6.10. Capsella bursa-pastoris (Bolsa de pastor)……….…………..…… 45 Área de Projecto

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6.11. Ceterach officinarum (Doiradinha)……………………..……..…….47 6.12. Daphne gnidium (Trovisco fêmea)…………………………..…… ..49 6.13. Datura stramonium (Estramónio)……………………………….… .49 6.14. E. telmateia (Cavalinha)……………………………………… … ..51 6.15. Foeniculum vulgare (Funcho)……………………………...……… .53 6.16. Fumaria officinalis (Fumaria)………………………..……………. .55 6.17. Geranium robertianum (Erva-de-são-roberto)…………………... .57 6.18. Heliotropium europaeum (Tornassol)………………………….… .59 6.19. Laurus nobilis (Loureiro)…………………………………...……… .60 6.20. Lavandula luisieri (Rosmaninho)……………………………… … .62 6.21. Marrubium vulgare (Marroio)…………………………….………… 63 6.22. Mentha pulegium (Poejo)………….……………….………………..65 6.23. M. suaveolens (Mentrasto)……….………………………………….67 6.24. Mercurialis annua (Barradoiro)………………………….……… …68 6.25. Myrtus communis (Murta) ………………………..……………… …69 6.26. Nerium oleander (Loendro)………………………...……………… .71 6.27. Papaver rhoeas (Papoila)……………………………………………73 6.28. Pistacia lentiscus (Pistácia)…………………...…………………… 75 6.29. Rosmarinus officinalis (Alecrim)………….………………………. 77 6.30. Ruscus aculeatus (Gilbardeira)………………..…………………….79 6.31. Ruta chalepensis (Arruda)………………………...…………………81 6.32. Salvia officinalis (Salva)……………………………...……………. .84 6.33. Smilax aspera (Salsa parrilha)……………..………………………..87 6.34. Sonchus oleraceus (Serralho)……………………………………….89 6.35. Tamus communis (Norça-preta)…………………………………….90 6.36. Urginea marítima (Cebola-albarrã)…………………..…………… 92 6.37. Urtica sp (Urtiga)………………………………………………….…. 93 6.38. Vinca minor (Pervinca)………………………………..……………. 95 7. Conservação e secagem das plantas………………………………………….96 Conclusão………………………………………….……………………………… .98 Bibliografia………………………………………………………………………….100 Agradecimentos………………………………………………………………… .102

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Introdução No âmbito da disciplina de área de projecto, de acordo com o tema global deste ano lectivo, “Nós e os outros”, o nosso grupo decidiu que o subtema “As Plantas Medicinais” estaria enquadrado neste contexto, uma vez que julgamos que é um assunto que tem vários benefícios ao nível da medicina e que seria útil a sua utilização como alternativa aos inúmeros químicos utilizados actualmente pela população ao nível da saúde. Estabelece ainda uma relação entre a comunidade e a Natureza, tendo esta vindo a diminuir ao longo dos tempos. Contudo, nos últimos anos, têm aumentado as áreas que recorrem à preferência pelos produtos biológicos em oposição à indústria química. Com este trabalho, pretendemos alertar a comunidade para os benefícios que as plantas nos podem facultar. Pretendemos ainda apurar certos conhecimentos, tais como, descobrir quais: os seus benefícios e malefícios, as suas utilidades, os seus modos de preparação e as vantagens e desvantagens na sua substituição por químicos. As plantas têm sido usadas ao longo dos tempos pelos seres humanos como fontes de alimentos, produtos cosméticos e medicamentos. Também têm sido empregadas como matéria-prima para a construção de habitações, assim como para a obtenção de vestuário. A importância das florestas, especialmente das tropicais, na manutenção do equilíbrio ecológico da Terra, só agora começa a ser devidamente compreendida e apreciada. Estamos perante a necessidade urgente de utilizar estes recursos de maneira proveitosa, tanto do ponto de vista da conservação do meio ambiente como do ponto de vista económico. As plantas medicinais ajudaram milhares de pessoas a recuperarem a sua saúde desde tempos imemoriais. Antes de serem inventados os Área de Projecto

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medicamentos pela medicina convencional, os médicos utilizavam as propriedades das plantas medicinais para aliviar dores de cabeça, cicatrizar feridas, arranhões e queimaduras, para diminuir a febre e lutar contra os parasitas. As plantas tornaram-se o fundamento de alguns sistemas médicos tradicionais muito elaborados, com milhares de anos de existência, em países como a Índia ou a China. Estes sistemas tradicionais de medicina continuam a desempenhar um papel essencial nos cuidados médicos, ao ponto de a OMS (Organização Mundial de Saúde) calcular que oitenta por cento dos habitantes do mundo do actual confiam principalmente nas medicinas tradicionais para resolver os problemas básicos da saúde. Para os antigos, as plantas que curam eram apelidadas de “virtuosas” ou “ervas santas”. As pessoas que tinham o dom de as reconhecer chamavam-se “virtuosos”. No decorrer dos tempos, as plantas passaram a ser classificadas com diversos nomes, alguns relacionados com as características e afinidades, outras recebiam o cognome de quem descobria as suas propriedades nutritivas e curativas. As plantas vivem numa constante e subtil mutação que por vezes nos passa despercebida. Ao estabelecer-se um contacto assíduo e harmonioso com certas espécies no seu lugar de origem, damo-nos conta de uma empatia propícia a um melhor conhecimento e compreensão das suas características e comportamentos. Calcula-se que haja cerca de duzentas e cinquenta mil espécies vegetais em todo o planeta, das quais apenas dez por cento podem considerar-se medicinais, sendo estas utilizadas por diversas culturas e etnias em diferentes aplicações medicinais, tradicionais ou científicas. Existem cerca de vinte e cinco mil espécies de possível utilização terapêutica. Felizmente, a indústria química veio contribuir para uma melhor resposta às necessidades da população, uma vez que se fosse necessário encontrar na natureza as toneladas de matérias-primas necessárias, a natureza não conseguiria “dar resposta”. Hoje em dia, os farmacêuticos ainda vendem muitos

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medicamentos que contêm plantas, na forma de tinturas, extractos secos ou de líquidos. Achamos importante a realização deste trabalho para permitir à comunidade aprofundar os seus conhecimentos sobre os aspectos históricos e curativos que as plantas possuem. A utilização de tisanas para solucionar os pequenos problemas de saúde é importante porque diminui o consumo de fármacos, que possuem uma potência e toxicidade evidentes, e, para isso, é indispensável um conhecimento básico das propriedades medicinais de cada espécime. No entanto, temos que alertar que muitas plantas medicinais têm propriedades tóxicas notáveis, portanto devem ser prescritas exclusivamente por médicos.

(1)

Guia Ecológico das plantas Aromáticas e Medicinais

(2)

Guia de las Plantas Medicinales

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1. Das plantas aos fármacos (História)

Hipócrates, que viveu entre 460 e 370 a.C., associava as doenças às mudanças de estação e recomendava a ingestão de alguns alimentos e plantas em épocas específicas do ano, de forma a evitar o aparecimento das doenças.

Fig. 1 – Farmacologia da antiguidade clássica

No tempo dos romanos, a prática médica continuou a assentar nos ensinamentos de Hipócrates, associados à magia e à religião. Já no início da era cristã, Celso escreveu um guia de medicina que incluía minerais já anteriormente utilizados pelos egípcios, como o mercúrio, o arsénio e o chumbo. Galeno passou a tratar os doentes com as chamadas “ misturas abençoadas”

ou

preparações

galénicas”, que resultavam da junção de várias plantas e ervas.

Em 1803, Friedrich Serturner isolou a morfina das papoilas do ópio. E, com a chegada dos árabes, chegaram novos remédios – noz vómica, bórax, cânfora mas prevaleciam as ideias de Galeno e a tradição médica grega, práticas que foram abandonadas durante a Idade Média. Fig. 2 – Papoila do ópio

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pio

No séc.XV, Aureolus Bombastos, que se chamou a si próprio Paracelso (melhor que Celso), pôs a hipótese de que as plantas são compostas por substâncias activas com efeitos no organismo e de que as doenças resultam de acontecimentos externos e não de desequilíbrio de humores. Com os Descobrimentos, os navegadores trouxeram ervas até então desconhecidas que se revelaram “milagreiras”, mas também novas doenças. Neste período, os médicos passaram a ser protegidos por lei e os seus boticários começaram a fornecer os remédios prescritos por estes. Durante o final do séc. XIX e na primeira metade do séc. XX, a química foi-se desprendendo dos modelos naturais,

optando

pelos

tão

conhecidos fármacos. No entanto, os seus efeitos secundários levaram os investigadores alternativa. pesquisa,

a

procurar

Como

resposta

optaram

por

uma à

sua

servir-se

novamente das características das plantas, de modo a conseguirem os mesmos resultados, mas com efeitos colaterais inferiores, para que a saúde da comunidade não venha a ser

Fig. 3 – Dependência dos fármacos

comprometida.

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2. Princípios activos nas plantas Os princípios activos são componentes químicos que conferem às plantas medicinais propriedades terapêuticas. Distribuem-se pelos diferentes órgãos da planta, caule, raiz ou folhas, de forma desigual, em função da especialização das células. Essa distribuição depende da planta em questão. Segundo a sua natureza, podem classificar-se em vários grupos: Glícidos, Lípidos, Vitaminas, Minerais, Alcalóides, Essências e Resinas, Ácidos Orgânicos e Taninos.

2.1

Glícidos

Também conhecidos como hidratos de carbono, são substâncias compostas por hidrogénio (H), oxigénio (O) e carbono (C). São muito abundantes nos vegetais. Os mais importantes são: o Açúcares - São hidratos de carbono simples, solúveis em água e de sabor doce. Os mais comuns são a glicose, a frutose (monossacarídeos) e a sacarose (dissacarídeo). São encontrados principalmente nos frutos. Os mais ricos em açúcares são: as cerejas,

as

framboesas,

os

morangos, a graviola, os figos, o ananás, as uvas e as amoras. Os caules da cana-de-açúcar são muito ricos em sacarose.

Amidos

-

É

o

elemento

mais

Fig. 4 – Frutos ricos em açúcares

representativo no grupo dos glícidos. A maior parte das plantas produz amidos como substância de reserva nas raízes e sementes. São energéticos e Área de Projecto

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emolientes (tem acção suavizante e anti-inflamatória sobre a pele e as mucosas). o Celulose- É uma fibra vegetal insolúvel. É o hidrato de carbono mais abundante nos vegetais. o Mucilagens- De consistência gelatinosa, têm a propriedade de reter água, inchando e aumentando de volume. As mucilagens lubrificam e protegem a camada mucosa de todo o tubo digestivo, que reveste o seu interior desde a boca até ao ânus. São emolientes, anti-inflamatórios (quando aplicadas sobre a pele), antitussígenas (em caso de laringite ou traqueíte, suavizam as mucosas acalmando a tosse) e ligeiramente laxantes. São úteis em todas as reacções inflamatórias do aparelho digestivo (como são exemplo a esofagite, a gastrite, a úlcera gastroduodenal e as hemorróidas). Combate a obesidade visto que, ao ingerir mucilagens com água, estas aumentam o volume do bolo alimentar no estômago produzindo sensação de saciedade.

Fig. 5 – Fucus (alga marinha rica em mucilagens)

o Pectina- É um glícido que não é absorvido no intestino, mas que actua localmente como lubrificante e suavizante para a passagem

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das fezes, da mesma forma que fazem as mucilagens ou fibras vegetais. o Inulina- É formada por cadeias de moléculas de frutose, ao contrário da do amido, que é formado por glicose. Encontra-se sobretudo

nas

raízes,

como

material de reserva (como por exemplo

na

alcachofra,

na

bardana, na chicória, no dentede-leão e na equinácea). A inulina transforma-se em frutose durante a digestão. Fig. 6 – Equinácea

2.2

Lípidos

São substâncias cujas moléculas são formadas pela união da glicerina ou outros álcoois com diferentes ácidos gordos. As plantas produzem-nos a partir dos hidratos de carbono, como substâncias de reserva energética. São usados pela sua propriedade nutritiva e energética e também pela sua acção suavizante e emoliente. São ricos em lipídios: o abacate, a aveia, a avelã, as azeitonas, o cacau, a espirulina, o trigo, as Fig. 7 – Espirulina (alga verde)

sementes de girassol, as nozes, entre outros.

2.3

Vitaminas

São substâncias de natureza química muito variada que actuam como catalisadores biológicos de numerosas reacções químicas e não podem ser produzidas pelo nosso organismo, consequentemente, têm de ser ingeridas com regularidade. Área de Projecto

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Provitamina A (caroteno)

Agrião, alfafa, cacau, cenoura, cereja, framboesa, sementes de girassol, goiaba, maçã, mamão;

Vitaminas do grupo B

Abacate, aipo, aveia, cacau, cereja, dente-de-leão, espirulina, gergelim, ginseng, sementes de girassol, morango;

Vitamina C

Beldroega, couve, framboesa, goiaba, laranja, limão são boas fontes de vitamina C.

Vitamina E Vitamina P

Agrião, espirulina, girassol, milho, gergelim. Alfafa, aspargo, laranja etc.

Tabela 1 – Principais vitaminas nas plantas

2.4

Minerais

É o que sobra após a queima de uma planta seca. Os minerais mais importantes para o ser humano e que se encontram nas plantas são: o Cálcio – É indispensável para a formação dos ossos, intervindo nas funções do coração e do sistema nervoso. Ex: luzerna, aveia, cebola, sésamo, goiaba, maçã, nozes, erva-de-sangue, entre outras. o Fósforo – Intervém no sistema nervoso e na composição dos ossos. É encontrado por exemplo na alfafa, na aveia, na cebola, na cenoura, na alforfa, no gergelim, na goiaba, na maçã e nas nozes. o Ferro – É imprescindível para a produção de sangue. Abunda no abacate, no agrião, na cereja, na espirulina, no gergelim, na goiaba, na maçã e nas uvas. o Magnésio – Cumpre uma importante função no sangue e nos ossos. É encontrado na cebola, na couve, no gergelim, na maçã e na tília. o Potássio – É um diurético muito seguro. Encontra-se na alcachofra, na cavalinha, na cebola, na cenoura, na cereja, no limão e nas uvas. o Silício – Contribui para a elasticidade e a beleza da pele e para a força do cabelo e das unhas. Encontra-se na cavalinha, no cardopenteador, na grama e na sete-sangrias. o Iodo – É imprescindível para o desenvolvimento do sistema nervoso e para o funcionamento da glândula tiróide. Área de Projecto

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2.5

Alcalóides

São substâncias nitrogenadas muito complexas, de reacção alcalina e que, mesmo em pequenas doses, produzem grandes efeitos sobre todo o organismo. São substâncias muito activas que podem curar doenças graves, mas que podem também intoxicar caso não sejam usadas correctamente.

2.6

Óleos essenciais e Resinas

Os óleos essenciais apresentam características: bactericida, antivirótico, cicatrizante,

analgésico,

relaxante,

expectorante, antiespasmódico. Os principais são o timol (do tomilho), o cineol (do eucalipto), o limoneno (do limoeiro) e o mentol (da

menta).

As

resinas

manifestam

propriedades: purgante, anti-sépticas urinárias, antiespasmódicas,

rubefacientes

e

anti-

reumáticas. São obtidas através da incisão do caule de diversas plantas (copaíba, abeto, Fig. 8 – Óleos essenciais de rosmaninho e flor de laranjeira

2.7

entre outras).

Ácidos orgânicos

Encontram-se

nas

plantas

em

grande

quantidade,

concentrados

principalmente nos frutos, sendo os mais importantes: Cítrico, Málico e Tartárico, Salicílico, Oxálico, Ácidos Gordos, Oleico, Linoleico e Linolênico o Ácidos Cítrico, Málico e Tartárico – Estes ácidos são abundantes nos frutos e bagas, embora a sua concentração diminua à medida que amadurecem. Diminuem o número de bactérias causadoras das cáries e a infecção bucal porque fazem aumentar a produção de saliva limpando a cavidade bucal. o Ácido Salicílico – É um ácido do tipo fenólico que exerce três funções principais: anti-inflamatória, analgésica e antipirética. Como exemplo de 13 Área de Projecto José Alberto Mesquita da Silva


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plantas que possuem este tipo de ácido temos o amor-perfeito, a calêndula, a macieira e o morangueiro. o Ácido Oxálico – Normalmente está associado ao potássio (K) e ao cálcio (Ca), com os quais forma sais minerais. É abundante nas folhas verdes. o Ácidos Gordos – São, juntamente com a glicerina, o principal componente das gorduras. o Ácido Oleico- É um ácido monoinsaturado, principal componente do azeite de oliva, que contribui para regular o nível de colesterol. o Ácidos Linoleico e Linolênico- São conhecidos por essenciais, visto que o nosso organismo não é capaz de os produzir por si próprio. São encontrados no abacate, na espirulina e na nogueira.

2.8

Taninos

São compostos fenólicos, que coagulam a gelatina e outras proteínas, formando sobre a pele e mucosas uma camada seca e resistente ao apodrecimento. Possuem propriedades adstringentes, hemostáticas, antisépticas e tonificantes. Quando ingeridos em doses elevadas, os taninos podem impedir a absorção de certos minerais como o cálcio(Ca) e o ferro(Fe), da mesma forma que das vitaminas. As plantas mais ricas são: agrimónia, amieiro, avenca, bistorta, carvalho, castanheiro, chá-preto, faia, hamamélis, morangueiro (folhas), nogueira, salgueirinha, ulmeiro, entre outras.

Fig. 9 – Agrimónia

Fig. 10 – Bistorta

Área de Projecto

Fig. 11 – Hamamélis

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3. Fitoterapia Desde que o Homem existe que se faz uso de plantas para tratar doenças. A fitoterapia (Fito = Planta e Terapia = Tratamento) significa “cura através das plantas” é, assim, a base da farmacologia moderna e o mais antigo sistema de cura do mundo utilizado por todos os povos, sem excepção. Cada povo que já viveu na Terra desenvolveu

o

conhecimento

das

plantas curativas indígenas, das suas características e das suas aplicações. Alguns

desses

povos

(chineses

e

indianos, por exemplo) conservaram uma

tradição

herbática

forte

pelos

séculos fora, enquanto na Europa e na América do Norte a tradição perdeu-se à

Fig. 12 – Inscrições sobre as plantas em papiro

medida

que

ganhava

proeminência.

vemos

a

renascer

medicina

o

No

ocidental entanto,

interesse

pela

fitoterapia. O primeiro sistema de fitoterapia foi desenvolvido através de plantas com fins curativos. Este existe desde os primórdios da história e é praticado até hoje por tribos remotas. Da Índia, a fitoterapia viajou para a China, mas também para o Médio Oriente: os egípcios conservaram em papiros o seu conhecimento sobre plantas e as suas propriedades curativas. À medida que os Gregos se expandiam (e, depois deles, os Romanos), a fitoterapia passou a ser divulgada também no Ocidente. Na China, inscrições nas carapaças de tartaruga (160.000

das

quais

pertencentes

à

dinastia Shang, de 1766 a 1112 a.C.) Área de Projecto

Fig. 13 – Inscrições nas carapaças de tartaruga

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revelaram que, já nessa época, os curandeiros conheciam os sintomas e a terapia para tratar 36 tipos de doenças ou males. Sun Shu Mai, que viveu de 581 a 682 d.C. foi considerado o Rei da Fitoterapia e pioneiro no reconhecimento de algumas doenças (cólera e tuberculose). Utilizava cascos de tartaruga para raquitismo. As suas anotações são as primeiras do mundo em relação à fitoterapia.

Foi

o

autor

do

livro

Mil

Remédios de Ouro e criador do sistema de medida utilizado na Acupuntura CUN para

localizar

pontos,

(pioneiro

na

utilização dos pontos Ashi e pontos extras). Personificava

os

ideais

altruístas

do

confucionismo. As suas receitas para tratar Beriberi, um tipo de desnutrição, cegueira nocturna

e

bócio

comprovadas

pela

vieram ciência

a

ser

Fig. 14 – Sun Shu Mai, pioneiro da fitoterapia

séculos mais tarde.

Grande parte dos medicamentos que utilizamos hoje em dia, alguns bem conhecidos como a aspirina (que é feita de salgueiro e ulmeiro), a morfina (feita de sementes de ópio) e mesmo as pílulas anticoncepcionais (feitas de inhame selvagem) são derivados de plantas. Ao contrário do medicamento, em que é extraída uma pequena parte da planta, ou seja, o seu princípio activo, a fitoterapia utiliza toda a planta ou parte dela. A fitoterapia utiliza algas e plantas marinhas, bolbos, raízes, flores, cascas, sementes e folhas, tanto de plantas selvagens como de ervas e especiarias culinárias, frutas e vegetais.

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Algumas ervas são antibacterianas, outras antifúngicas, antiflatulentas, sedativas, calmantes, tonificantes, fortificantes, estimulantes, insecticidas, entre outras. A fitoterapia considera que se deve debelar a causa e não os sintomas. Estes são sinais de aviso de que algo corre mal no organismo. Tal como a homeopatia, uma terapia alternativa que se baseia no princípio similia similibus curantur ("os semelhantes curam-se pelos semelhantes"), a fitoterapia é apropriada para doenças crónicas, de longa duração, como a alergia, asma, cistite, depressão, problemas digestivos, nevralgia, problemas menstruais, dificuldade respiratória, problemas de pele, tensão e infecções virais. Todos os problemas agudos, como fracturas, ferimentos graves, doenças agudas dos órgãos ou dos ossos, devem ser tratados pela medicina convencional. No princípio do século passado, concluiu-se que o efeito obtido pela utilização de toda a planta pode ser, muitas vezes, diverso do que a simples soma dos seus componentes. A fitoterapia começou a desenvolver-se, então, tal como a conhecemos. Para algumas plantas, como a valeriana, por exemplo, não se conseguiu, ainda, descobrir o princípio activo que as faz tão eficazes. Também está por explicar pela ciência ocidental a diferença dos resultados quando se utiliza a planta toda e não apenas o seu princípio activo.

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4. A aromaterapia e as plantas medicinais Possivelmente, o aparelho respiratório é um dos mais sensíveis à acção das

plantas

medicinais.

São

muitas

as

formas

de

tratamentos

fitoterapêuticos que exercem acção benéfica sobre os órgãos do nosso sistema respiratório. A aromaterapia, ou seja, o emprego das essências ou óleos

essenciais

para

fins

curativos,

constitui

uma

das

grandes

redescobertas da fitoterapia moderna. Dependendo da planta, o óleo essencial terá características diferenciadas de aroma, cor e densidade. Os óleos essenciais podem ser usados diluídos, através de massagens, cremes, loções, gel ou na sua forma

pura,

através

da

inalação.

Dependendo da forma de uso provocará efeitos

físicos,

alterando

mentais

a respiração,

e

emocionais,

os batimentos

cardíacos, pressão arterial, estados de ânimo e concentração.

Fig. 15 – Produtos utilizados na aromoterapia

O odor alivia a tensão, melhora a saúde e induz ao bem-estar. A inalação de uma essência exerce acções medicinais sobre o aparelho respiratório através de plantas anti-sépticas, broncodilatadoras (as que dilatam os brônquios) e mucolíticas (as que fluidificam as mucosidades dos brônquios). O Terapeuta Luiz Ferreira no seu livro - Excelência Vital, adverte que "(…) é preciso deixar bem claro que a aromaterapia quer seja feita por

inalação ou absorção é uma terapia natural de grande efeito preventivo e curativo, e sem os efeitos colaterais das drogas" e complementa: "Só se obterá dos óleos essenciais um grande benefício se somente ingredientes naturais foram usados no seu todo para que ele seja tão puro quanto possível. Similares não fazem o efeito preciso e desejado(…)". Área de Projecto

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5. Modos de preparação das Plantas As plantas medicinais podem ser usadas na forma de chás, xaropes, cápsulas, pó, banhos, sucos, inalantes, compressas, emplastros (colocação das ervas directamente sobre a pele) e unguentos (preparações gordurosas que não contêm água). "Mas é preciso usá-las na dose adequada e prepará-

las com atenção. Afinal, estas plantas são remédios," explica o professor do Instituto Aurora de Terapia.

5.1

Extractos

Os extractos obtêm-se pela acção de um dissolvente sobre as partes activas das plantas. No fim elimina-se o dissolvente e obtém-se unicamente os princípios activos das plantas. Como dissolvente, pode utilizar-se: álcool etílico, propilenglicol, o éter, glicerina ou água. Há vários tipos de extractos, sendo os mais comuns: o Extractos líquidos – Consistência de um líquido espesso. o Extractos fluidos – Têm a consistência do mel fresco. São os mais utilizados, visto serem de fácil uso e preservação. o Extractos secos – Consistência do pó, têm a vantagem de terem uma grande concentração de substâncias activas. o Nebulizados – Técnica mais moderna que consiste em atomizar, ou vaporizar a solução extractiva e submetê-la então a uma corrente de ar a alta temperatura. Deste modo obtêm-se os princípios activos de uma maneira rápida e garante-se uma maior pureza.

Fig. 16 – Extractos florais líquidos

Área de Projecto

Fig. 17 – Extractos secos

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5.2 As

Tinturas

tinturas

são

soluções

alcoólicas

que

produzem efeitos mais concentrados. Graças ao álcool, apenas as substâncias activas solúveis em álcool vão ser utilizadas, conferindo uma qualidade específica a cada tintura. Fig. 18 – Tintura

Devem-se tomar várias precauções na utilização de tinturas, nomeadamente: o Nunca ultrapassar a dose prescrita, pois as tinturas tem uma grande concentração de princípios activos, e a sua ingestão em demasia pode levar a efeitos secundários. o Não devem ser tomadas por pessoas sensíveis a álcool pois as tinturas têm um cariz muito alcoólico, apesar de as doses prescritas não serem suficientes para se sentir efeitos do álcool, convém ter cuidado.

5.3

Unguentos

Nos unguentos, a matéria utilizada para se dissolver os princípios activos é matéria gorda, com destaque para a vaselina, o azeite e o sebo animal. Usa-se como uma pomada ou creme, espalha-se sobre a pele e deixase absorver. Uma das vantagens do uso de unguentos é poder-se utilizar em locais específicos, podendo assim proceder-se a um tratamento mais eficaz. Outra vantagem é a solubilidade da pele em relação a matéria gorda, o que ajuda a uma Fig. 19 – Unguento medicinal

rápida absorção da gordura pela e pele.

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5.4

Cataplasmas

Podem ser preparadas de diversas maneiras: o Com farinha de sementes (linho, mostarda, alforva): Amassa-se a farinha com água até formar uma pasta uniforme e fluida. Depois aquece-se num recipiente, agitando-se sempre, até que adquira uma consistência pastosa. Aplica-se sobre a pele com uma espessura de um ou dois centímetros, protegida com um pano de algodão ou de flanela.

Fig. 20 – Cataplasma de argila

o Com folhas ou raízes de plantas frescas esmagadas (agrião, bardana, cebola, consolda, couve): Esmagam-se numa almofariz até obter uma papa uniforme, que se estende sobre um pano e se aplica fria ou quente, conforme seja necessário: o Com frutos (morangos, figos), esmagados ou envolvidos num pano. As cataplasmas são úteis porque podem permanecer muito tempo em contacto com a pele e porque reforçam diversas propriedades das plantas, como: o Cicatrizantes o Resolutivas (provocam o esvaziamento de abcessos e furúnculos) o Analgésicas e sedativas o Peitorais e anti-inflamatórias o Revulsivas (ruborizantes) Área de Projecto

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As cataplasmas não podem ser aplicadas sem ter em conta a temperatura, a pele e a duração: o A temperatura tem que ser alta, 40 Cº a 50 Cº de maneira a ajudar as plantas a libertar mais facilmente os seus princípios activos. o As cataplasmas com efeitos revulsivos podem provocar a irritação da pele, por isso têm que ser envolvidas num pano de flanela. o A duração não deve exceder os 10 minutos em cada aplicação, sendo aconselhado várias aplicações curtas por dia em vez de só uma prolongada.

5.5

Tisanas

As tisanas obtêm-se tratando os produtos vegetais com água. São a forma mais popular de preparar as plantas medicinais. A água é o veículo ideal para se extrair a maior parte dos produtos químicos produzidos pelas plantas, por se tratar de um dissolvente universal por excelência. As tisanas usam-se sobretudo por via oral, mas também se podem utilizar em compressas ou loções. São o resultado da acção da água sobre os produtos vegetais. Conforme a aplicação da água, são três os procedimentos pelos quais se pode obter uma tisana: infusão, decocção e maceração. Nos três casos, deve-se começar por: 1. Pesar ou medir a quantidade adequada de produto vegetal a utilizar. 2. Triturar bem as partes da planta a utilizar. As plantas devem-se guardar tão inteiras quanto possível, e triturar apenas no momento em que vão ser utilizadas. Desta forma, conservam melhor as suas propriedades. Existem três modos de preparar tisanas: o Infusão o Decocção o Maceração Área de Projecto

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5.5.1 Infusão A infusão é o procedimento ideal para obter tisanas das partes delicadas das plantas: folhas, flores, sumidades e caules tenros. Com a infusão extrai-se uma grande quantidade de substâncias activas, com pouca alteração da sua estrutura

química

conservando-se Fig. 21 – Preparação de uma infusão

o

e,

portanto,

máximo

das

propriedades.

Modo de preparação: 1. Colocação: Colocar as partes a usar (folhas, flores ou outra parte) num recipiente de porcelana, barro cozido, vidro ou matéria semelhante, que resista bem à acção súbita de calor. As partes das plantas a utilizar podem estar soltas dentro do recipiente, ou então juntas num coador para infusões, que se coloca dentro do recipiente, ou então juntas num coador para infusões, que se coloca dentro do recipiente. 2. Escaldão: Verter a água acabada de ferver sobre as plantas, na proporção adequada. 3. Extracção: tapar o recipiente e esperar até à dissolução dos princípios activos. Normalmente, bastam 5 ou 10 minutos. Quanto mais espessas ou duras forem as partes das plantas utilizadas, mais tempo será necessário para a sua extracção.

Conservação das infusões ´

Em geral, as infusões podem conservar-se durante cerca de doze horas. Preparam-se logo de manhã e vão-se tomando ao longo do dia. Se o ambiente for muito quente, o mais aconselhável é guardá-las no frigorífico. Podem ser aquecidas novamente, mas sem chegar a ferver. Não se devem tomar infusões que tenham sido preparadas com mais de 24h de antecedência. Área de Projecto

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5.5.2 Decocção

A decocção utiliza-se para preparar tisanas à base de partes duras das plantas (raízes, rizomas, casca, sementes), que precisam de ser mantidas em ebulição para libertar os seus princípios activos. A decocção apresenta o inconveniente de alguns dos princípios activos poderem degradar-se pela acção prolongada do calor. Fig. 22 – Preparação de uma decocção

Modo de preparação: 1. Colocação: Colocar o produto num recipiente adequado, com a proporção de água requerida. 2. Cocção: Ferver durante 3min a 15min, em lume brando. 3. Deixar repousar durante alguns minutos. 4. Filtrar com um coador.

Conservação das decocções Dado terem sido fervidas, as decocções conservam-se durante mais tempo do que as infusões, especialmente se forem guardadas no frigorífico. Podem utilizar-se durante vários dias, nunca devendo ultrapassar mais de uma semana.

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5.5.3 Maceração A maceração consiste na extracção dos princípios activos de uma planta ou parte dela, à temperatura ambiente, utilizando a água como dissolvente (também se pode fazer com álcool ou azeite). Trata-se simplesmente de “pôr de molho”, partidas ou bem trituradas (mais eficaz), as partes das plantas a utilizar.

Fig. 23 – Preparação de uma maceração

A maceração é o método preferível para os seguintes casos: •

Plantas cujos princípios activos se destruam com o calor.

Plantas muito ricas em taninos. Quando se tomam por via oral, um excesso de taninos dá à infusão um gosto amargo ou áspero. A maceração tem a vantagem de extrair a maior parte dos princípios activos, deixando os taninos na planta.

Modo de preparação: 1. Colocação: Colocar as partes da planta a utilizar, com a proporção de água requerida (à temperatura ambiente), num recipiente opaco (que não deixe passar a luz). 2. Deixar repousar num lugar fresco, protegido do sol. Mexer várias vezes enquanto a preparação está em repouso. 3. Se a maceração for de partes moles (folhas, flores, etc.), bastam 12 horas. Quando se trate de partes duras (raízes, casca, sementes, etc.), tem de se esperar 24 horas. Tempos mais longos podem dar origem a fermentação ou ao aparecimento de bolor. 4. Filtrar com um coador. 5. O líquido resultante da maceração pode ser aquecido suavemente antes de se tomar. Área de Projecto

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Conservação das macerações As macerações podem conservar-se durante bastante tempo (até um mês), especialmente quando o líquido extractor utilizado como dissolvente for o azeito ou o álcool em lugar da água.

5.6

Compressas (modo de aplicação)

As compressas resumem-se em molhar um pano numa tintura, tisana ou sumo e em seguida aplicar sobre a pele. São mais fáceis de aplicar do que uma cataplasma, mas por outro lado surtem menos efeito.

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6. Plantas da flora Algarvia O Algarve é composto por uma grande diversidade paisagística.

“Sobre a vegetação natural, refira-se que o Algarve apresenta os elementos típicos da vegetação mediterrânica, com algumas das espécies associadas à designação, como o alecrim, o loendro ou o medronheiro (…). Como sítios especialmente importantes para plantas endémicas, destacam-se a Costa Sudoeste e, em particular, o promontório de Sagres e a metade superior da serra de Monchique. Nas regiões serranas subsistem (…) extensas plantações de pinheiro e eucalipto.” Citação adaptada do site de Helder M. Faria Martins Presidente da Região de Turismo do Algarve

Para além de um património cultural rico e diverso, de diferentes períodos históricos, existe uma paisagem única, com flora e fauna características da região – de tipo mediterrânico. As zonas mais características algarvias (Barrocal, Litoral e Serra) apresentam diferenças entre si, e nas plantas que aí se desenvolvem, devido ao tipo de solo que lhes é característico. Um determinado tipo de solo (seco, húmido, rochoso entre outros) favorece o desenvolvimento de determinadas espécies de plantas.

Fig. 24 – Esquematização das três sub-regiões que constituem a região Algarvia

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O Litoral Algarvio é bastante diversificado, quer em termos litológicos quer morfológicos, dividindo-se tradicionalmente em três sectores: – sector Ocidental, onde as arribas são talhadas em rochas do Paleozóico; – sector Meridional

Oeste

(Barlavento

Algarvio)

desenvolvido

em

formações

essencialmente do Cenozóico; – e o sector Meridional Este (Sotavento Algarvio) com arribas arenosas, atribuídas ao Pliocénico e Plistocénico, e com extensas praias de areias holocénicas. São exemplos de plantas características do Litoral Algarvio a marcela mourisca, a salicórnia e o piorno.

A zona central do Algarve, designada por Barrocal Algarvio, é formada essencialmente por rochas mesozóicas, essencialmente carbonatadas. No entanto, não há certezas relativamente á formação de certas rochas, podendo ser paleozóicas. As características litológicas e paleo-ambientais produziram nas rochas carbonatadas um modelado cársico bastante variado e por vezes exuberante. A Serra Algarvia é formada por argilitos por vezes com xistosidade e grauvaques, dobrados, com idade compreendida entre o Devónico superior e o Carbónico. A relativa homogeneidade litológica, a baixa permeabilidade e a dureza dos terrenos, produziram uma rede hidrográfica densa, hierarquizada e bem encaixada Não existe uma distinção clara entre as plantas que se desenvolvem no Barrocal e na Serra, podendo-se considerar estas duas áreas como uma só. Plantas que são exemplos do enquadramento paisagístico do barrocal e da Serra são a piteira, o tomilho, a salva, urtiga, malva e funcho.

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6.1. Adiantum capillus veneris – Avenca

Outros nomes: Capilária, capilária-de-montepelier e avenca de montepelier. Este feto é conhecido por capilaria, devido ao seu poder, segundo pessoas entendidas, de impedir a queda de cabelo, em certa medida. Habitat: Própria da Europa meridional, embora também cresça em regiões temperadas do continente americano. Prefere os lugares húmidos, como paredes de poços, as fontes e as grutas. Descrição: Planta vivaz, da família das Polipodiáceas, que atingem de 10cm a 40cm de altura. Botanicamente trata-se de um feto cujos esporângios estão situados numa prega do bordo

exterior

das

frondes

(parte foliácea dos fetos). Os caules e os pecíolos (pezinhos que seguram as folhas) são finos lisos e brilhantes. Tem um sabor ligeiramente doce.

Fig. 25 – Avenca

Partes utilizadas: Os caules finos, os pecíolos e as frondes. Modos de preparação: • Uso interno: o Infusão; o Xarope. • Uso externo: o Cataplasmas o Gargarejos. Área de Projecto

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A tisana (1,5g por chávena ou 50g a 60g de folhas secas por litro, ou 15g a 30g de folhas frescas por litro) é tomada em jejum e no intervalo de refeições, ajudando deste modo a melhorar a visão, a memória e a irritação no sistema respiratório. A tisana utilizada em compressas produz uma acção revitalizante.

Componentes principais: Todas as partes da planta contêm mucilagens, taninos, açucares, óleos essenciais e ácido gálico. Propriedades e indicações: • Béquica: acalma a tosse e a irritação da garganta (especialmente indicada nas tosses secas provocadas por irritação das vias aéreas superiores); • Emoliente e expectorante: recomendada como tratamento de apoio nas bronquites agudas e crónicas; • Antiespasmódica uterina: alivia as menstruações dolorosas e regulariza as menstruações; • Fortalece o cabelo. Aplicações: Anginas, bronquites, cabelo, dores menstruais e tosse.

Colheita: Colhem-se apenas as folhas do princípio dos ramos. Estes só se cortam quando começam a inclinar-se e antes de tocarem na agua. Época de colheita é de Maio a Outubro. Conservação: As folhas verdes perdem rapidamente a vitalidade e a cor. Têm de se utilizar imediatamente após a colheita.

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6.2. Anagallis arvensis – Morrião Habitat:

Cresce

normalmente

junto a caminhos, campos secos, terrenos não cultivados e arenosos na

Europa.

Esta

expandida

praticamente por todas as zonas temperadas do globo. Partes utilizadas: A planta inteira em flor, e na menor medida, as

Fig. 26 – Erva do garrotilho ou Morrião

folhas.

Características: Planta anual. Apresenta caule quadrangular e mede 30 a 40cm de altura. De ramos alongados e as folhas são ligeiramente púrpura. Floresce entre Maio e Agosto e as flores são pequenas com uma mancha púrpura no centro e cinco pétalas vermelhas com um pequeno pedúnculo vertical. O fruto tem a forma de uma pequena urna e tem uma cor pálida e translúcida. Toda a planta possui em sabor acre e liberta um odor nauseabundo. Componentes principais: Os principais activos desta planta extraem-se em meio aquoso, contem ciclamina (substancia venenosa), óleos essenciais, enzimas proteoliticas, fitoestrogénios, flavonoides. Propriedades e indicações: Utilizado contra pruridos diversos e distúrbios nervosos.

É

anti-fúngico,

antiviral,

cicatrizante,

sedante,

expectorante,

ligeiramente diurético e sudorífero.

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6.3. Anthemis nobilis – Macela Outros nomes: Macela dourada, macela flor, macela galega, macela de botão, macelão, marcela, camomila de paris, camomila romana e falsa camomila. Habitat: Campos cultivados, prados e alqueives de terreno silicioso da Europa Ocidental. É também conhecida no continente americano. Descrição:

Planta

vivaz

da

família

das

Compostas, de 10cm a 30cm de altura e vilosa ao tacto. É mais baixa e ramificada que a camomila. As suas folhas apresentam finos segmentos. Os capítulos florais são muito parecidos com os da camomila, mas têm um odor mais intenso. Fig. 27 – Macela

Partes utilizadas: Capítulos florais. Preparação: • Uso interno: o Infusão; o Pó; o Essência • Uso externo: o Compressas; o Lavagens oculares; o Fricções. Propriedades

e

indicações:

A

essência

da

macela

contém

camazuleno, de acção anti-inflamatória, diversos ésteres e um princípio amargo de acção digestiva e carminativa (ajuda a expulsar os gases intestinais).

Contém

além

disso

cumarinas

e

flavonóides

de

acção

antiespasmódica. Possui também propriedades emenagogas (estimula e normaliza a menstruação) e anti-reumáticas. Sabe-se que na idade média a Área de Projecto

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macela foi muito utilizada contra a lepra e a peste. Tem as seguintes aplicações: • Uso interno: o Afecções digestivas; o Cólicas intestinais; o Dores menstruais. • Uso externo: o Reumatismos; o Cicatrização; o Lavagens oculares. Indicações: A emulsão proporciona uma maior eficácia destacando-se os seguintes efeitos: purificante, vitamínico, anti-oxidante, diurético, antiobésico e galactogogo. Deve tomar-se em jejeum e no intervalo das refeições. A infusão proporciona principalmente os efeitos antiespasmódico, vulnerário, digestivo e febrífogo. Pode tomar-se uma pequena taça de tisana após o almoço e outra após o jantar. A emulsão aplicada directamente sobre a pele produz um aumento de tonicidade e estimula a coloração. Colheita: Colhem-se as inflorescências da macela conforme vão atingindo a maturação e sempre no final da tarde. Corta-se o caule a 5cm do solo de modo a não afectar a raiz, que é muito frágil, contribuindo-se assim para um melhor reflorescimento da planta. O pequeno caule ajuda a manter a vitalidade da flor por um período mais longo. Conservação: Após a colheita colocam-se as flores num cesto de vime, na vertical, revestido com um pano de algodão ou linho de cor natural, para as proteger da luz e de eventuais contaminações. As flores mantêm-se durante cinco a sete dias. Passado este período começam a secar. Quando secas, cortam-se os caules e guardam-se as flores num vaso de vidro opaco conservam-se naturalmente mais ou menos um ano, como se pode comprovar pela cor amarelo-dourado e peculiares aromas e sabores

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6.4. Anthyllis vulneraria – Vulneraria Habitat: Encontra-se difundida por toda a Europa em prados e terrenos calcários. Descrição: Planta vivaz da família das leguminosas chega a atingir os 30cm de altura. As folhas e o cálice dos capítulos florais são cobertos de pelos florais as flores são amarelas e reúnem-se em capítulos nas extremidades de um caule erecto. Partes utilizadas: A planta inteira. Preparação: • Uso interno:

Fig. 28 – Vulneraria

o Infusão. • Uso externo: o Lavagens. Propriedades e indicações: Toda a planta contém taninos, saponinas e flavonóides. A sua infusão usa-se para lavar as feridas, quer limpas quer infectadas, as chagas e úlceras de difícil cicatrização, as escoriações e as zonas contusas. Favorece o aparecimento de uma crosta e a rápida epitelização (cobertura com pele) das zonas lesionadas. Na Suíça e noutros países europeus, toma-se a infusão como depurativa do sangue e faz parte das chamadas “tisanas de primavera”.

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6.5. Arbutos unedos – Medronheiro Outros nomes: Êrvedo e ervedeiro. Habitat: Bosques de azinheiras e montanhas baixas da Europa Mediterrânica. Conhecida em algumas regiões da América Central e do Sul e Médio Oriente. Encontra-se em quase todo o continente português. Descrição: Arbusto de folha perene, atinge os 4m de altura, da família das Ericáceas. As suas flores

brancas

ou

verdes, com forma de guizo,

apresentam-se

em cachos. O fruto é uma

baga

vermelha

de

cor

quando

amadurece.

Fig. 29 – Medronheiro

Partes utilizadas: Os frutos, as folhas e a casca. Preparação: • Uso interno o Os frutos comem-se frescos ou em doce; o Decocção.

Propriedades e indicações: Os frutos do medronheiro contêm açúcares, ácidos orgânicos, pectinas e taninos. São adstringentes e não convém abusar deles. As folhas e a casca do arbusto possuem até 36% de taninos, o que as Área de Projecto

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torna muito adstringentes, e arbutina, um glicócido que tem acção anti-séptica e anti-inflamatório sobre o aparelho urinário. Usam-se para combater as infecções urinárias, as cistites, os cálculos e cólicas renais, assim como em caso de diarreias e desentrias. Aplicações principais: A raiz é usada na limpeza do sangue, no combate a doenças cancerosas e na sífilis. Lavam-se muito bem as raízes, partem-se em pequenas partes e fervem-se durante cerca de 10min, de seguida, deixam-se de infusão, outros 10min, e bebem-se vários copos durante o dia, fora das refeições. As suas folhas têm quase o mesmo aproveitamento, mas as raízes são melhores. Também se usa a casca dos ramos novos para o mesmo fim. Os seus frutos são muito saborosos e também diuréticos.

Precauções: Os frutos desta planta, quando maduros, podem atingir um certo grau alcoólico, dado que o processo de fermentação se pode iniciar na própria árvore. Por isso, e pelo seu notável efeito adstringente, não convém comer mais de um “punhado” de medronhos por dia.

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6.6. Bellis perenis – Margarida

Outros nomes: Margarita, bemme-quer e bonina. Habitat: Originária do centro da Europa, adapta-se a várias partes do

continente.

Também

se

encontra no continente americano, sobretudo no Norte. Cresce nos prados

Fig. 30 – Margarida

e lugares onde haja erva.

Descrição: Planta da família das Compostas, que não costuma ultrapassar os 10cm ou 15cm de altura. As folhas, amplas e em forma de espátula, formam uma roseta na sua base. As flores chamam a atenção pelo seu disco amarelo e as suas pétalas brancas ou rosadas. Partes utilizadas: As flores e as folhas. Preparação e emprego: • Uso interno: o Usa-se como verdura especialmente crua, em saladas e outros pratos; o

Infusão.

• Uso externo: o Compressas.

Propriedades e indicações: Nas folhas e especialmente nas flores é onde se concentra a maior parte dos seu princípios activos medicinais como: saponinas, taninos e ácidos orgânicos. Área de Projecto

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Algumas das suas propriedades são: • Depurativa; • Laxante; • Ligeiramente diurética; • Sudorífica; • Febrifuga (que faz baixar a febre) • Expectorante; • Tonificante; • Aperitiva (abre o apetite); • Vulneraria (cicatriza as feridas e cura as contusões), quando aplicada externamente.

O uso desta planta é indicado nos seguintes casos: • Doenças febris e infecciosas (gripe, bronquite, catarros e sarampo); • Traumatismos, contusões, entorses, furúnculos, chaga e em geral qualquer lesão da pele ou os tecidos que requeira uma acção antiinflamatória e cicatrizante.

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6.7. Borago officinalis – Borragem

Outros nomes: Borrage. Habitat: Originária do Norte de África, embora cultivada em toda a Europa e América. No sul da Europa encontra-se no estado silvestre, em terras arenosas e expostas ao sol. Descrição: herbácea

da

Planta família

das

Borragináceas. É uma planta anual

com

bastantes

ramos,

alguns deles partindo da base, é mais activa quando fresca e atinge entre os 30cm e os 70cm de

altura.

Toda

encontra-se

a

coberta

planta de

pequenos pelos tesos de cor branca. As flores são atraentes, de cor azul, violeta ou branca, e

Fig. 31 – Borragem

com 5 pétalas. Partes utilizadas: As folhas, flores e o óleo das sementes. Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (20 a 30g de folhas e flores num litro de água), sumo fresco e óleo das sementes. • Uso externo: o Cataplasmas.

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Propriedades e indicações: Toda a planta contém abundantes sais minerais, especialmente nitrato de potássio (KNO3), assim como cálcicos e silícios. As suas propriedades são: • Sudorífica (sobretudo as flores): favorece a produção de suor, com que se eliminam as impurezas e resíduos metabólicos que circulam pelo sangue. Daí ser muito útil nas doenças infecciosas e febris. Dado que tem ao mesmo tempo uma acção expectorante, é especialmente indicada em bronquites agudas, gripes e constipações; • Diurética: aumenta a produção de urina e eliminação de ureia, acido úrico e outras substâncias residuais. Interessa portanto a quem sofra de gota, artritismo ou nefrite (inflamação dos rins); • Emoliente e anti-inflamatória, devido ao seu conteúdo em mucilagens e também em prostaglandinas. Aplica-se externamente em forma de cataplasma para a aliviar as dores da gota e amadurecer os furúnculos e abcessos. Conseguem-se igualmente bons resultados quando se aplicam sobre os eczemas e queimaduras leves; • Hipolipemiante: é muito rica em ácido linoleico (um acido gordo poli saturado). Este óleo é, portanto, de efeitos hipolipemiantes (faz decrescer o colesterol do sangue); • Regulador hormonal: o óleo das sementes da borragem actua também como regulador do sistema hormonal e como normalizador dos ciclos em caso de dismenorreia (transtornos da menstruação). Colheita: A melhor altura para colher e utilizar as folhas é precisamente na primavera, época do ano mais conveniente a curas depurativas. Na América central cria-se a chamada Borragem brava (heliotropum

indicum L.). A sua composição e propriedades são muito semelhantes às da borragem. Emprega-se o seu sumo fresco como loção contra o prurido (comichão), especialmente em caso de sarna.

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6.8. Bryonia cretica sp dioica – Briónia

Outros nomes: Briónia-dioica, norsa-branca,

erva-cobra

e

nabo-do-diabo. Habitat: Comum em sebes e bosques do centro e do sul da Europa, em especial perto das margens dos rios. Também se encontra

no

continente

americano. Fig. 32 – Briónia

Descrição: Planta trepadeira, da família das Cucurbitáceas, que chega a tingir 3 metros de altura. As folhas têm 5 lóbulos, e junto a elas nascem umas gavinhas com que se agarra a outras plantas e árvores. As suas flores são brancas ou azuladas e os frutos são umas bagas vermelhas. Partes utilizadas: Raiz. Preparação e emprego: • Uso interno: o Decocção (com a raiz).

Propriedades e indicações: A raiz da briónia é um nabo muito grande, que chega a atingir o tamanho de uma cabeça humana. É muito irritante para a pele. Contém uma resina e um alcalóide (a brionina), que fazem dela um purgante drástico. Antigamente utilizava-se nos casos de congestão cerebral e

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hidropisia, mas, devido as diarreias que provoca, hoje utilizam-se outros remédios mais suaves.

Precauções: As bagas vermelhas desta planta são muito tóxicas, e inclusivamente

podem

tornar-se

mortais. Em caso de intoxicação (improvável, devido a serem muito irritantes e praticamente não se poderem

comer),

é

necessário

provocar

o

vómito,

administrar

carvão vegetal e transportar o doente

com

urgência

para

o

Fig. 33 – Fruto da briónia

hospital. Briónia branca: A Briónia branca (Bryonia alba L.) é outra espécie da mesma família, com propriedades idênticas á briónia-dióica.

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6.9. Calluna vulgaris – Urze Outros

nomes:

Torga-ordinária,

mongariça,

magoriça,

panelas,

queiró,

quebracarrasca,

carrasquinha, urze do monte e barba do mato. Habitat: Costuma formar extensos brejos em terras estéreis siliciosas da Europa e também de parte da América do Norte. Em Portugal de norte a sul e no litoral.

Fig. 34 – Urze

Descrição: Pequeno arbusto de 20cm a 50cm de altura, da família das

Ereaceas, cujas folhas são pequenas, opostas e muito numerosas. As flores nascem ao longo do caule, e a sua cor varia entre o rosa, o vermelho – púrpura e o violeta. Partes utilizada: As sumidades floridas. Preparação e emprego: • Uso interno: o Decocção; o Infusão (50 a 55g de flores com os seus pedúnculos para 1L de agua, levantar fervura e deixar 10min, tomando 3 vezes por dia fora das refeições). • Uso externo: o Compressas; o Cataplasmas; o Óleos essenciais (massagens). Área de Projecto

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Propriedades e indicações: Toda a planta contém uma substância conhecida como arbutina, que ao ser hidrolizada pelas bactérias intestinais se transforma em hidroquinona, um potente anti-séptico urinário. Também possui taninos, que lhe confere as suas propriedades adstringentes, assim como flavonóides de acção diurética. O seu uso é recomendado nos casos de: • Doenças urinárias: infecção, urina turva, ardência ao urinar, cistite e pielonefrite. A sua acção anti-séptica sobre a urina permite que esta recupere o seu aspecto normal em poucos dias; • Diarreias, em virtude do seu efeito adstringente.

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6.10. Capsela bursa-pastoris – Bolsa de pastor

Outros nomes: Capsela, erva-do-bom-pastor e mandioquinha-do-campo. Habitat: Planta disseminada por todo o mundo. Abunda nos campos cultivados (considerada erva daninha), à beira dos caminhos e muros velhos. Em Portugal aparece com muita frequência, nos meses de Abril e Maio, em sítios bastante húmidos e em pequenas quantidades. Descrição: Planta anual, da família das Crucíferas, que atinge ate 50cm de altura. As folhas

formam

uma

roseta

junto ao solo. As flores são pequenas e brancas. A parte mais característica da planta é o fruto, de forma triangular e sabor salgado. Fig. 35 – Bolsa de pastor

Preparação e emprego: • Uso interno: •

Infusão (35g para 1L de agua, levantar fervura e deixar 10min, tomar 3 vezes ao dia).

• Uso externo: •

Compressas e tampões.

Propriedades e indicações: Toda a planta contém aminas biogénicas (colina, acetilcolina e tiramina, entre outros), que actuam sobre o sistema nervoso, Área de Projecto

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autónomo e vegetativo, provocando a contracção das arteríolas, do útero, do intestino e de outros órgãos ocos. As suas propriedades são: • Hemostática (detém as hemorragias); • Ocitócica (contrai o útero e neutraliza os vasos sanguíneos que provocam hemorragias no seu interior); • Tónica do tubo digestivo (faz o intestino recuperar a sua tonicidade muscular e as suas contracções peristálticas). Devido a estas propriedades terapêuticas, a bolsa de pastor é uma planta muito útil em diversas doenças, como a seguir se indica: • Hemorragias uterinas; • Epistaxe (hemorragias nasais); • Aceleração do parto; • Atonia intestinal; • Hipotensão. Precauções: A pequena percentagem de tiramina e de outras aminas biogénicas que a bolsa de pastor possui, provocam um leve efeito vasoconstritor e hipertensor por isso, quem sofrer de hipertensão arterial (tensão alta) devera controla-la todos os dias enquanto durar o tratamento com esta planta.

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6.11. Ceterach officinarum – Doiradinha

Outros nomes: Ceteraque.

Habitat: Cria-se em muros e penhascos da Europa Ocidental. Aclimatada na América.

Descrição: Feto vivaz da família das Polipodeáceas, que forma pequenos tufos de 20cm a 30cm de altura. As frondes (parte foliácea dos fetos) são divididas em lóbulos escamas

e

cobertas

por

douradas

na

página inferior. A raiz é fibrosa e Fig. 36 – Doiradinha

negra.

Partes utilizadas: As frondes (folhas do feto).

Preparação e emprego: •

Uso interno: o Decocção (30g de frondes por 1L de agua, 5 chávenas por dia).

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Propriedades e indicações: Contém taninos e ácidos orgânicos. Desde há muito tempo que se utiliza com bons resultados contra a tosse das bronquites agudas e catarros brônquicos, pois tem propriedades béquicas, peitorais e antitússicas. Não é tão activa como a avenca (outro feto). Também é diurética e sudorífica. Proporciona uma certa acção anti-inflamatória sobre as vias urinárias, pelo que se torna útil nos casos de cistite e de cólica renal.

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6.12. Daphne gnidium – Trovisco fêmea Habitat: Europa e países do sul. Em Portugal, de norte a sul. Não gosta de terrenos

húmidos,

pelo

que,

habita

geralmente em lugares altos, soalheiros e secos. Descrição: enormes

Planta

moitas,

vivaz, com

formando

vários

caules

partindo da base, em posição vertical, redondos, quase da grossura de um dedo mindinho, de cor castanha. Ao cimo, encontram-se as folhas, miudinhas e de Fig. 38 – Trovisco fêmea

um verde acentuado. Apresenta flores brancas.

Partes utilizadas: A casca dos ramos e as sementes. Aplicações: Por ser bastante narcótico, devido aos seus compostos químicos, só tem aplicações externas. No entanto as suas qualidades terapêuticas devem-se principalmente à dafnina. Além desta, ainda contém óleo volátil, resina, cera, matéria corante e sais. Portanto a sua aplicação é só efectuada externamente, e nos seguintes males: reumatismo, nevralgias, ciática, bronquite e pleurisias. Preparação e emprego: Só a casca tirada dos ramos tem aplicação. Depois de tirada, em tiras compridas, coloca-se de molho durante nove horas. A seguir coloca-se sobre os locais afectados, segurando com ligaduras apropriadas. Quando se tem de tratar uma zona de maior dimensão, colocam-se tantas fitas da sua casca quantas sejam necessárias para cobrir toda a zona. Também se usam as suas bagas da seguinte forma: para uma porção de bagas, o dobro de álcool. Deixa-se macerar durante quinze dias e utiliza-se em fricções, abafando.

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6.13. Datura Stramonium – Estramónio Outros nomes: Figueira-doinferno, figueirinha-do-inferno, pomo-espinhoso, erva-dosbruxos, burladora e zabumba. Habitat: Originária das Américas Central e do Sul, embora se encontre espalhada por quase todo o mundo, cresce á beira dos campos e caminhos, sempre próximo de lugares habitados. Descrição: Planta anual robusta,

Fig. 39 – Flor do estramónio

da família das Solanaceas, que atinge de 30cm a 90cm de altura, caule bastante forte e ramificado. Tem flores grandes verde-claras, com espinhos nas extremidades, brancas e em forma de trombeta. O fruto é espinhoso e toda a planta exala um cheiro desagradável. Partes utilizadas: Folhas.

Fig. 40 – Fruto do estramónio

Preparação e emprego: • Uso interno: o Pó de folhas (dose máxima 0.2g 3 vezes por dia), • Uso externo: o Cataplasma de folhas esmagadas, o Inalações com as folhas secas. Propriedades e indicações: Trata-se de uma planta narcótica. Toda a planta contém alcalóides activos sobre o sistema nervoso vegetativo (hiosciamina, atropina e escopolamina), além de ácidos cítrico e málico, taninos e óleo essencial. Tem uma acção semelhante á do meimendro e da beladona, que Área de Projecto

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consiste em inibir o sistema nervoso parassimpático. Possui as seguintes propriedades e aplicações: • Anti-espasmódico: relaxa a musculatura do tubo digestivo, dos brônquios, dos canais biliares e urinários; • Analgésica, sedativa e antitússica; • Tem-se usado em todo o tipo de cólicas intestinais, biliares e renais e também como anti-asmático; • Aplicado externamente acalma as dores reumáticas. Precauções: Planta estupefaciente tóxica, produz alucinações e transtornos mentais, como sugerem alguns dos seus nomes populares, como o de “Ervados-Bruxos” e o espanhol “vuélvete loco” (torna-te louco).

6.14. E. Telmateia – Cavalinha Outros nomes: Equiseto-dos-campos, cauda-de-cavalo, cavalinha-doscampos, erva-carnuda, pinheirinha, rabo-de-asno e rabo-de-cavalO. Habitat: Conhecida em toda a Europa e América. Cresce nos lugares frescos e sombrios de clima temperado, embora também se encontre em pedregais, beiras de caminhos e lugares secos. Prefere os solos arenosos. Descrição: Planta herbácea, vivaz, da família das Equisetáceas, que atinge de 10cm a 30cm de altura. Produz dois tipos de caule: uns são férteis, de cor avermelhada e sem ramos, que aparecem primeiro, em cuja extremidade há uma espiga com esporos; os outros estéreis, que aparecem no fim da primavera, formados por diversos segmentos articulados, dos quais saem uns ramos muito finos.

Fig. 41 – Cavalinha

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Partes utilizadas: Os caules estéreis e os seus ramos. Preparação e emprego: • Uso interno: o Decocção (40-50g de planta por litro de agua); o Sumo fresco da planta (3 colheres de sopa a cada refeiçao). • Uso externo: o Compressas (aplicam-se localmente sobre a zona afectada); o Tamponamento nasal (faz-se uma compressa com a decocção anterior e coloca-se no nariz). Propriedades e indicações: Toda a planta é rica em substâncias minerais, especialmente silício e potássio. Além disso, contém uma saponina (a equisetonina) e flavonóides, a que se deve o seu efeito diurético, diversos ácidos orgânicos e resinas. Possui propriedades remineralizantes e depurativas, hemostáticas e, em aplicação externa, cicatrizante. São estas as suas principais indicações: • Processos degenerativos da pele, do tecido conjuntivo e dos ossos: nestes tecidos, o oligoelemento (silício) estimula a regeneração das fibras de colagénio e elastina que os formam, e que coma idade perdem consistência e elasticidade. A cavalinha é o vegetal com maior proporção de silício orgânico (combinado com proteínas); • Rugas e estrias da pele: melhora a flacidez da pele e fá-la recuperar um aspecto limpo e elástico; • Unhas frágeis; • Flacidez mamária: dá firmeza e tonicidade aos tecidos mamários; • Úlceras varicosas, abcessos, feridas infectadas, eczemas, conjuntivites; • Artrose (degeneração da cartilagem articular): graças ao seu conteúdo em silício e efeito depurativo; • Osteoporose (perda da consistência óssea): o silício estimula a actividade dos osteoblastos e fibroblastos, células do tecido conjuntivo que sintetizam as fibras de colagénio e formam a matriz do osso; • Raquitismo, fracturas, descalcificação: o silício facilita a assimilação e fixação do cálcio nos ossos;

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• Arteriosclerose: o silício tem um efeito preventivo e possivelmente regenerativo, sobre a degeneração das artérias, ao estimular a regeneração das fibras elásticas detioradas na sua parede; • Edemas (retenção de líquidos), litiase renal (pedras nos rins), infecções urinárias, gota, excesso de ácido úrico, e sempre que se pretenda um efeito diurético e depurativo, suave mas eficaz; • Hemorragias: a cavalinha tem um notável efeito hemostático (detém as hemorragias), tanto aplicada localmente como ingerida por via oral. Alcalóides na cavalinha: Na cavalinha e outras plantas do género Equisetum, existem pequenas quantidades de nicotina (indícios). Com as doses recomendadas de cavalinha, a quantidade de nicotina que se ingere é praticamente desprezável e não tem quaisquer efeitos sobre o organismo.

6.15. Foeniculum vulgare – Funcho Sinonímia científica: Foeniculum foeniculum Kast e Foeniculum officinale All. Outros nomes: Funcho vulgar e funcho ordinário. Habitat: Oriundo dos países mediterrâneos, mas amplamente difundido por toda a Europa e América. Cresce em terrenos não cultivados e ribanceiras secas. Descrição: Planta vivaz de 80cm a 220cm de altura, da família das

Umbelíferas. Os caules são maciços, de cor verde-azulada, e a raiz é fusiforme da grossura de um dedo. As folhas são finamente divididas e têm um aroma típico. As flores são amarelas agrupam-se

e em

umbelas terminais. Os frutos são formados por dois mericarpos de cheiro aromático, sabor adocicado, Área de Projecto

Fig. 42 – Funcho

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quente e levemente acre. Partes utilizadas: A planta toda Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (com 8g a 10g de sementes ou 50g a 60g de raiz por litro de água adoçada, três a quatro chávenas por dia); o Essência (1 a 3 gotas, duas ou três vezes ao dia). • Uso externo: •

Lavagens oculares (com uma infusão igual aquela que se usa internamente).

Propriedades e indicações: Toda a planta, e especialmente as sementes contêm uma essência rica em anetol e estragol e hidrocarbonetos terpénicos. Pode ser substituído pelo endro, coentro, angélica ou sementes d anis. As suas propriedades são: • Carminativo (facilita a expulsão de gases intestinais); • Digestivo (facilita o esvaziamento do estômago e a digestão); • Expectorante (indicado em catarros brônquicos e constipações); • Galoctogogo (aumenta a a produção de leite nas mães que amamentam); • Purificante (limpeza geral do sangue e doenças nos rins). Externamente utiliza-se para lavagens ou banhos oculares nas conjuntivites crónicas. Precauções: Não ultrapassar as doses pois a essência que contém pode provocar convulsões.

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6.16. Fumaria officinalis – Fumaria

Outros nomes: erva-molarinha, erva-pombinha, fumo-da-terra, moleirinha e erva-dos-cãezinhos. Habitat: Nas proximidades de campos cultivados, nas beiras de caminhos e em terrenos baldios. Originária da Europa mas difundida por todo o mundo. Descrição: Planta anual da família

das

Fumariáceas

que atinge de 20cm a 70cm de altura. As suas folhas são de um cinzento-esverdeado e

as

flores

rosadas

ou

vermelhas. O aroma é ácido e o sabor amargo. Partes utilizadas: Toda a planta, excepto a raiz.

Fig. 43 – Fumaria

Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (50g da planta por litro de água, uma chávena antes de cada refeição); o Sumo da planta fresca, extracto seco (1g antes de cada refeição).

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Propriedades e indicações: Toda a planta contém flavonóides que a tornam colerética e antiespasmódica, sais de potássio, a que se deve a sua acção diurética e depurativa e diversos alcalóides derivados de isoquinoleína (fumarina) que lhe conferem uma acção anti-histamínica (a estamina intervém nas reacções alérgicas) e anti-inflamatória. Além disso a fumarina contém princípios amargos e mucilagens. Tem as seguintes indicações: • Eczemas e erupções de pele, devido a auto-intoxicação por putrefacção intestinal, insuficiência renal, afecções hepáticas (hepatite crónica), ou alergias. • Afecções hepáticas: congestão e mal funcionamento do fígado ou hepatite crónica, pelo seu efeito colerético (estimula a produção da bílis), • Hipertensão arterial, pelos seus efeitos diuréticos, anti-espasmódico, depurativo e fluidificante do sangue

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6.17. Geranium Robertanium – Erva-de-são-roberto

Outros nomes: Bico-de-grou, dibo-de-grou-robertino e erva-roberta. Habitat: Encontra-se vulgarmente em lugares sombrios como muros, sebes e barrancos de toda a Europa e América do Norte. Descrição: Planta herbácea da família das Geraniáceas, que atinge de 20cm a 60cm de altura. Toda a planta tem um tom avermelhado e exala um cheiro desagradável típico. As flores Fig. 44 – Erva-de-são-roberto

são rosadas, em grupos de duas.

Partes utilizadas: A planta inteira. Preparação e emprego: • Uso interno: o Decocção (20g da planta por litro de agua, 3 a 4 chávenas por dia); o Essência (2 a 3 gotas três vezes ao dia). • Uso externo: o Lavagens Oculares e bochechos bucais (com uma decocção de 40g de planta por litro); o Compressas (com a mesma decocção).

Propriedades e indicações: Toda a planta contém uma substância amarga (geranina) um óleo essencial que lhe confere o seu cheiro típico, e importantes Área de Projecto

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quantidades de taninos, que determinam a sua acção adstringente. Em uso interno

apresenta

propriedades

diuréticas,

fluidificantes

do

sangue

e

ligeiramente hipoglicemiantes. Utiliza-se em casos de diarreia, edemas (retenção de líquidos), e como complemento no regime dos diabéticos. Actualmente emprega-se sobretudo em uso externo, pelas suas propriedades adstringentes e vulnerarias, nos seguintes casos: • Afecções dos olhos (irritação ocular, remelas, conjuntivite); • Afecções bucais (estomatite, faringite e gengivite); • Erupções cutâneas (herpes, eczemas e infecções da pele). Colheita: As folhas verdes colhem-se antes do nascer do sol e após a época da floração. No Outono o caule principal, quase despido de folhas, adquire uniformidade na cor. É nesta época que deve ser colhido. Podem também colher-se as raízes das plantas que já atingiram o seu total desenvolvimento. Conservação: As folhas mantêm a vitalidade e a cor durante mais ou menos 5h. Os caules e a raiz conservam o rigor e o tom vermelho cerca de 5 dias. Podem secar-se mas sofrem fortes alterações na cor, aroma e sabor, tornandose insípidos.

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6.18. Heliotropium europaeum – Tornassol

Outros nomes: Tornesol, verrucária e ervas-das-verrugas. Habitat: Lugares incultos, campos abandonados e bermas de caminhos de toda a Europa. Surge em alguns jardins, como planta ornamental.

Fig. 45 – Tornassol

Descrição: Planta de aroma agradável da família das Boragináceas que atinge ate 80cm de altura. Os seus caules e folhas estão cobertos de pêlos suaves. As flores são pequenas e agrupam-se em ramalhetes curvados na extremidade. Partes utilizadas: As folhas Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão ou decocção (20g a 40g de folhas por litros de agua, e tomam-se ate 3 chávenas diárias). • Uso externo: o Loções, usando compressas (sobre a zona da pele infectada com as mesma decocção ou infusão do uso interno);

Fig. 46 – Flor do tornassol

Propriedades e indicações: toda a planta contém o alcalóide heliotropina, que lhe dá propriedades anti-sépticas e cicatrizantes, febrífugas, colagogas (estimula o funcionamento da vesícula biliar), e emanagogas (activa a menstruação). A sua aplicação mais importante é nas lesões da pele: feridas, abcessos, úlceras varicosas, erupções e verrugas, embora leve muitos dias a eliminá-las. Área de Projecto

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6.19. Lauros Nobilis – Loureiro

Outros

nomes:

Loureiro-comum,

loureiro-de-apolo,

loureiro-dos-poetas,

loureiro-vulgar, louro e sempre-verde Habitat: Originário dos países mediterrâneos. Cria-se em algumas regiões próximas do litoral, de clima temperado. Cultivado e naturalizado no continente americano. Descrição: Árvore de folha perene, da família das Lauráceas, que pode medir de 2m a 8m de altura. As folhas são lanceoladas,

coriáceas,

brilhantes

pela face superior e baças pela face inferior. As flores são pequenas, de cor branca ou amarelada, os frutos são

drupas

semelhantes

às

azeitonas, produzidas unicamente pelos loureiros fêmeas.

Fig. 47 – Loureiro

Partes utilizadas: As folhas e os frutos. Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (20-30g de folhas de louro por 1L de água, a que se pode acrescentar um punhado de frutos maduros para conseguir um maior efeito, três vezes ao dia, fora das refeições). • Uso externo: o Óleo de loureiro (aplica-se em loção na parte dorida);

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o Bálsamo anti-reumático (manteiga de loureiro, aplica-se em fricções sobre a zona afectada, não é própria para ser ingerida).

Propriedades e indicações: As folhas do loureiro são ricas num óleo essencial volátil, composto em 45% por cineol, contém também taninos e um princípio amargo. Os frutos contêm ainda 25% de manteigas gordas formadas pelos ácidos láurico, óleico, palmítico e linoleíco. O princípio activo responsável pelos efeitos medicinais do loureiro é o seu óleo essencial. Vejamos as propriedades do loureiro: • Aperitivo, eupéptico (facilita a digestão) e carminativo (elimina os gases do tubo digestivo), • Suavemente diurético; • Emenagogo (estimula a menstruação) e regulador do ciclo menstrual; • Anti-reumático e anti-inflamatório, muito eficaz aplicado externamente (utiliza-se em fricções para aliviar torcicolos, lombalgias ciáticas, entorses dos tornozelos e outras dores osteomusculares).

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6.20. Lavandula Luisieri – Rosmaninho Habitat: Por toda a Europa, encontra-se facilmente em terrenos altos e soalheiros. Descrição: Atinge alturas de 40cm a 50cm. Caule com ramos

fortes

em

grande

quantidade que partem da base, cheios de pequenas e finas folhas. Flores roxas do tamanho pequeno.

Partes utilizadas: As flores.

Fig. 48 – Rosmaninho

Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (de espigas secas, toma-se depois do almoço, com gargarejos); o Decocção (com as sementes previamente trituradas). • Uso externo: •

Maceração e emulsão com espigas recém-colhidas.

Propriedades e indicações: Destacam-se os seguintes efeitos: purificante, antioxidante, estimulante, galactagogo, anti-obésico, antimefítico e refrescante. A infusão proporciona principalmente os efeitos: depurativo, energético, carminativo e vulnerário. A decocção proporciona em especial os efeitos: desintoxicante,

energético,

galactagogo,

antiperminicioso,

béquico

e

antipodágrico. A emulsão aplicada directamente produz uma acção estimulante e refrescante, aumentando a elasticidade e o brilho da pele e do cabelo. Pachos quentes aliviam dores lombares e contribuem para a cicatrização de feridas. Área de Projecto

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6.21. Marrubium Vulgare – Marroio

Outros nomes: Marroio-branco, marroio-de-França, marroio-vulgar, marrolho e erva virgem. Habitat: Comum em terrenos soalheiros, secos e baldios de toda a Europa, de onde é originário, e da América, onde se naturalizou. Descrição:

Planta

vivaz

da

família das Labiadas que atinge de 30cm a 80cm de altura. De caule

erecto,

rígido

e

algo

lenhoso, com pequenas flores brancas que se dispõem em grupos ao longo do mesmo. Partes

Fig. 49 – Marroio

utilizadas:

As

sumidades floridas e as folhas.

Preparação e emprego: •

Uso interno o Infusão (30g a 40g de sumidades de folhas por 1L de agua, 2 a 3 chávenas diárias).

Propriedades e indicações: Contém um princípio amargo, marrubina, a que se atribuem as suas propriedades expectorantes, béquicas (calmantes da tosse e da irritação da garganta), febrífugas, aperitivas e digestivas. Contribui Área de Projecto

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também para elas o seu conteúdo em saponinas, mucilagens e taninos. A emulsão proporciona uma melhor eficácia destacando-se os seguintes efeitos: purificante, emenagogo, tónico, ferífugo e vulnerário. Emprega-se: • Nas afecções do aparelho respiratório (fluidifica e desinfecta as secreções bronquiais, aliviando a tosse). Recomenda-se o seu uso em todas as afecções bronquiais: catarros, laringites, traqueítes, bronquites, asma e outras; • Como tónico digestivo (aumenta o apetite e facilita a digestão). Colheita: Colhem-se as folhas verdes e os ramos floridos antes do nascer do sol. Conservação: As folhas mantêm a vitalidade e a cor mais ou menos 7h, e os ramos floridos conservam-se 5 a 7 dias. Quando perdem a vitalidade e a cor intensifica-se o sabor amargo.

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6.22. Mentha Pulegium – Poejo

Habitat: Cresce em lugares frescos, por vezes junto aos regatos em toda a Europa. Difundido pelo continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas muito aromática, de 20cm a 40cm de altura. Flores agrupam-se nas axilas das folhas, são lilases, cor-de-rosa ou brancas e têm um aroma que lembra o da casca de limão e o da hortelã, muito atractivo e penetrante. Fig. 50 – Poejo

Partes utilizadas: Toda a planta. Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (10g a 20g de poejo por 1L de agua, uma chávena depois de cada refeição. No caso de afecções bronquiais ou transtornos da menstruação, ingere-se uma chávena bem quente de 2 em 2 horas). • Uso externo: o Bochechos (com uma infusão mais concentrada, 30g por litro de agua); o Lavagens (com a infusão concentrada).

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Propriedades e indicações: Toda a planta contém óleo essencial (0.5% a 1%) à base de pulegona, uma cetona não saturada. Contém também mentona, limoneno e outras cetonas. Eis as suas propriedades: • Digestivo

e

tónico

estomacal,

facilita

os

processos

digestivos

aumentando a secreção de fluidos (gástrico, intestinal e pancreático). É carnitivo (elimina o excesso de gases e combate as fermentações intestinais acalmando as dores de cabeça de origem digestiva); • Expectorante e antitússico (de utilidade nos catarros e na tosse convulsa); • Emenagogo e anti--espasmódico (facilita a menstruação e acalmas as dores que podem acompanha-la), • Vermífugo (para expulsar os parasitas intestinais, toma-se uma chávena em jejum durante 5 dias seguidos); • Anti-séptico (muito útil para bochechar em caso de mau hálito ou piorreia, e para lavar feridas na pele). Precauções:

Embora

não

seja

contra-indicado

no

caso

de

úlcera

gastroduodenal, deve-se usar com prudência e fora das épocas de crise.

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6.23. Mentha Suaveolens – Mentrasto

Habitat:

Pode

encontrar-se

á

beira de rios e lagos, de norte a sul do país e por toda a Europa. Descrição: Caule erecto, com 30cm a 40cm de altura, folhas verde-acinzentadas

e

largas.

Forma moitas muito avultadas. Partes utilizadas: Toda a planta. Fig. 51 – Mentrasto

Preparação e emprego: • Uso interno: o Infusão (algumas raízes por 1L de agua, fervendo durante 20min, 1L por dia).

Propriedades e indicações: Contém taninos e ácidos orgânicos. Desde há muito é utilizada com bons resultados contra tosses de todas as origens, gripes bronquites, constipações e catarros brônquicos, pois tem propriedades béquicas, peitorais e antitússicas.

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6.24. Mercurialis annua – Barradoiro

Outros nomes: Erva-mercurio, urtiga-morte. Habitat: encontra-se em Portugal de norte a sul, em encostas com orientação norte. Descrição: 30cm a 50cm de altura, com a raiz branca e fibroso caule erecto, oco e muito ramoso desde a base. Folhas opostas, pecíoladas e ovais ou lanceoladas. Flores pequenas

de

cor

esverdeada.

brancaCheiro

nauseabundo, sabor amargo e salino.

Fig. 52 – Barradoiro

Partes utilizadas: Toda a planta. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Infusão (30g para 1L de agua, 3 vezes ao dia).

Propriedades e indicações: Possui princípios activos como o mercurial, a saponina, os óleos essenciais, as aminas e a metilamina, e é indicada no combate das seguintes doenças: reumatismo, raquitismo, anemia, diarreia, cistite e menstruações dolorosas.

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6.25. Myrtus Cumunis – Murta

Outros nomes: Murta-ordinaria, murta-cultivada, murta-dos-jardins, murteira, mirto, flor-do-noivado. Habitat: Originária da Europa

embora

também se crie no continente americano, encontra-se ainda em terras

bravias,

não

cultivadas.

Fig. 53 – Fruto da murta

Descrição: Arbusto de caule muito ramificado da família das Mirtáceas, que atinge até 3m de altura. As flores são brancas ou rosadas e os frutos são bagas negras tendo um sabor áspero mas aromático. Partes utilizadas: As folhas e os frutos. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Infusão (15g a 20g de folhas e bagas para 1L de agua, 3 a 5 chávenas por dia); o Essência (de 1 a 3 gotas, três vezes ao dia antes das refeições).

Uso externo: o Gargarejos (com a mesma infusão); o Lavagens vaginais (com a mesma infusão cuidadosamente coada), o Inalações da essência. Área de Projecto

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Propriedades e indicações: A raiz e os frutos são aperitivos e diuréticos, as folhas e as bagas contêm taninos, resinas, substâncias amargas e sobretudo mirtol, essência rica em cineol, de acção anti-séptica e antibiótica na presença de germes gram-positivos. As suas propriedades adstringentes e anti-sépticas tornam-na especialmente útil nos seguintes casos: • Afecções respiratórias: rinites, sinusites, bronquites, por acção da sua essência • Diarreias, gastroenterites, dispepsias e infecções urinárias (pelo seu conteúdo em taninos); • Estomatites (inflamação da mucosa bucal) e faringites, aplicada em forma de gargarejos; • Leucorreia (fluxo vaginal anormal), aplicada mediante uma cânula especial, sob a forma de lavagens ou irrigações vaginais.

Fig. 54 – Flor-do-noivado (murta)

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6.26. Nerium Oleander – Loendro

Outros nomes: Cevadilha, aloendro, loendreira, loureiro-rosa, espirradeira. Habitat: É vulgar nos países mediterrâneos onde prefere as margens das correntes de água. Existe cultivações desta planta em toda a América e Europa. Descrição: Arbusto que varia entre 2m a 4m de altura, da família das Apocináceas. As folhas

são

lanceoladas

coriáceas.

As

grandes,

agrupadas

ramalhetes,

flores

e são em

cor-de-rosa,

brancas ou vermelhas.

Fig. 55 – Loendro

Partes utilizadas: As flores. Preparação e emprego: •

Uso externo: o Pomada (250g de manteiga sem sal ou outro excipiente gordo, e 150g de flores de loendro, que se devem deixar macerar durante 6 horas); o Cataplasmas (de flores sobre a zona infectada).

Propriedades e indicações: As flores e sobretudo as folhas do loendro contêm glicósidos, flavonoides, rutina, taninos e resinas. O seu princípio activo mais importante é a folinerina, glicósido que, por hidrólise se transforma em oleandrigenina. Esta substância é um potentíssimo cardiotónico. No entanto 71 Área de Projecto José Alberto Mesquita da Silva


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não se recomenda o seu emprego por via oral, devido à dificuldade de calcular a dose terapêutica, por esta se situar muito perto da dose tóxica. Usa-se contra a sarna e doenças de pele como o herpes, acne, prurido, entre outras. Precauções: O loendro é muito tóxico. A ingestão de apenas 2 folhas é suficiente para provocar a morte a um adulto.

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6.27. Papaver Rhoeas – Papoila

Outros nomes: Papoila-vulgar, papoila-ordinaria, papoila-das-searas, papoilarubra, papoila-vermelha, papoila-brava. Habitat: Frequente nas searas e nos campos abandonados Encontra-se por todos os continentes. Em Portugal existe principalmente no Ribatejo, Alentejo e Algarve. Descrição: Planta anual da família das Papaveráceas, como a dormideira que produz o ópio. O seu caule (entre os 30cm-50cm), que se acha coberto

de

pequenos

pêlos

segregam lát ex branco quando cortado. As flores são formadas por

quatro

vermelha

pétalas

intensa,

de com

cor uma

mancha negra na base. O fruto tem a forma de uma urna, com uma tampa no alto.

Fig. 56 – Papoila

Partes utilizadas: As pétalas e os frutos. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Pétalas (cruas); o Infusão (6 a 8 pétalas por chávena, 3 chávenas por dia); o Xarope; o Decocção (várias colheres de sopa antes de deitar).

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Propriedades e indicações: O látex da papoila contém quatro alcalóides (readina, reagenina, rearubina I e II) mas não contém morfina. A papoila possui ainda antocianinas e mucilagens. Embora os efeitos dos alcalóides da papoila sejam semelhantes aos da morfina, são isentos da sua toxicidade. Não há, portanto, risco de dependência. São estas as suas propriedades: • Sedativo e sonífera (de acção suave e livre dos riscos dos psicofármacos, útil contra a angustia e a ansiedade); • Antitússica e expectorante (indicada para tosse convulsa, bronquites secas e ataques de asma); • Dor de dentes (os bochechos com a infusão produzem um notável efeito analgésico).

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6.28. Pistacia lentiscus – Pistacia

Outros nomes: Almecegueira, aroeira, aroeiro, lentisco. Habitat: Conhece-se como originária das ilhas gregas e encontra-se espalhada por todo o Mediterrâneo. Cria-se em terrenos secos, altos e argilosos, entre alfarrobeiras e azinheiras. Descrição: Arbusto da família das

Anacardiáceas,

pode

atingir entre 1m a 2m de altura. As folhas que se conservam verdes

todo

coriáceas pêlos).

e

Flores

o

ano

glabras

são (sem

azuladas

ou

azul-claro com uma mistura de branco, cálice curto com três dentes. O fruto é uma baga, Fig. 57 – Pistacia

vermelha

ou

negra,

do

tamanho de uma ervilha. Partes utilizadas: A resina, as folhas e as flores. Preparação e emprego: •

Uso externo: o Bochechos (com uma decocção de folhas e caules, 100 g por litros de água até 5 vezes ao dia), o A almécega (mastigada ou em pasta dentífrica).

Propriedades e indicações: A almécega contém ácido mastíctico, masticina e essência rica em pineno. Quando se mastiga forma uma massa mole como a cera que adere aos dentes. Pela sua acção anti-inflamatória e anti-séptica, Área de Projecto

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combate a piorreia e a gengivite (inflamação das gengivas). Torna-se útil no tratamento de parodontose (inflamação e degeneração dos tecidos de fixação dos dentes). Perfuma o hálito produzindo uma sensação de frescura e limpeza. As folhas e os caules tenros contêm uma menor quantidade de princípios activos, mas em compensação possuem mais taninos. Utilizam-se no mesmo modo da álmecega, em bochechos feitos com a sua decocção para desinflamar e fortalecer a dentição.

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6.29. Rosmarinus Officinalis – Alecrim Outros nomes: Alecrinzeiro, alecrim-alvar, alecrim-dourado. Habitat: Próprio das regiões secas e quentes do sul da Europa prefere as

terras

acompanhar

calcárias as

e

costuma

azinheiras

e

matagais. Descrição: Arbusto lenhoso de até 1m

de

altura,

da

família

das

Labiadas. As folhas estreitas e alongadas são de cor verde-escura pela face superior e cobertas de uma penugem prateada pela face inferior. As flores são pequenas e de cor azul ou violeta-claro. Toda a planta exala um agradável aroma Fig. 58 – Alecrim

canforado. Partes utilizadas: As sumidades floridas. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Infusão e decocção (20g a 40g de folhas de alecrim por litro de água, 2 a 3 chávenas por dia); o Essência (3 a 4 gotas, 3 vezes ao dia).

• Uso externo: o Banhos e lavagens (com uma infusão concentrada); o Gargarejos (com a mesma infusão concentrada); Área de Projecto

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o Fricções (com álcool de alecrim e essência); o Fomentações e compressas quentes (com a mesma infusão concentrada). Propriedades e indicações: Contém uma essência com derivados terpénicos, ao qual deve a maior parte das suas virtudes medicinais, ácidos fenólicos de acção diurética, e flavonóides com efeitos anti-espasmódicos. Enquanto a emulsão feita com as inflorescências proporciona uma melhor eficácia, destacando-se os

seguintes efeitos: purificante,

vitamínico, vivificante,

galactagogo e anti-oxidante. A emulsão preparada com as folhas proporciona em especial os efeitos: depurativo, refrescante e aperitivo. Já a infusão proporciona principalmente efeitos depurativos e estimulantes. Tem as seguintes propriedades: • Tonificante (devolve a vitalidade, sendo esta a sua acção mais importante); • Diurético e anti-espasmódico (indicado para as cólicas renais); • Digestivo (as suas propriedades colagogas, de protector e regenerador hepático e carminativas, fazem com que tomado depois das refeições, facilite notavelmente a digestão); • Vulnerário e anti-reumático (acentuada acção anti-inflamatória o que o torna ideal para entorses, edemas e dores musculares e reumáticas); • Cicatrizante e anti-séptico (estimula a cicatrização das feridas, úlceras da pele e eczemas). Colheita: as folhas verdes das bases dos ramos podem-se colher o ano todo. Conservação: as folhas verdes são muito sensíveis, para manterem a cor e a vitalidade, ao serem colhidas introduzem-se imediatamente num frasco de vidro opaco com água viva proveniente de uma pura nascente. As folhas amarelodouradas conservam-se melhor e podem secar-se.

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6.30. Ruscus aculeatus – Gilbarbeira

Outros nomes: Gilbardeira, gilbalbeira, erva-dos-vasculhos, azevinho menor. Habitat: Tem predominância em terrenos calcários e bosques, especialmente de faias e azinheiras, de toda a Europa Central e Meridional. Descrição: Sub-arbusto sempre verde da família das Liliáceas, com caule erecto de meio a 1m de altura. Folhas verde-escuras e espinhosas na extremidade. O fruto é uma baga redonda, verdeescuro, e mais tarde, em fins de Setembro, de um vermelho muito acentuado. Fig. 59 – Fruto da Gilbardeira

Partes utilizadas: O rizoma e a raiz. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Decocção (40g a 60g de raiz ou rizoma por 1L de agua, 4 a 6 chávenas por dia).

Uso externo: o Loção (com as mesma decocção do uso interno); o Compressas (embebem-se na decocção e aplicam-se sobre a zona afectada).

Propriedades e indicações: A raiz e o rizoma da Gilbarbeira contêm saponinas

esteróidicas

de

acção

Área de Projecto

vasoconstritora

e

anti-inflamatória

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(ruscogeninas), assim como rutina de acção protectora sobre os vasos capilares (efeito vitamina P). A Gilbarbeira é possivelmente o remédio vegetal com maior acção tónica sobre as veias. Por isso entra na composição de numerosos medicamentos anti-hemorroidais

e anti-varicosos.

As

suas

aplicações são as seguintes: • Afecções

venosas

(varizes,

flebites,

pernas

pesadas,

edemas,

hemorróidas, melhora a circulação do sistema venoso e fortalece as paredes dos capilares, o seu efeito diurético contribui para acentuar a sua acção benéfica sobre a circulação venosa); • Gota, artritismo e litíase renal (pela sua acção depurativa, favorece a eliminação do acido úrico e aumenta o suor, o que também contribui para o efeito depurativo do sangue); • Externamente aplica-se sobre a pele para reduzir a celulite, graças ao seu efeito tonificante sobre os tecidos.

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6.31. Ruta chalepenis – Arruda

Outros nomes: Ruda, arrudia. Habitat: Originária dos países mediterrâneos

e

da

Ásia

menor. Prefere os terrenos secos e pedregosos. Cultivouse noutras regiões temperadas da

Europa

e

também

na

América. Fig. 60 – Arruda

Descrição: Planta Herbácea vivaz, da família das Rutáceas que atinge de 60cm a 1m de altura. As flores são amarelo-esverdeadas e agrupam-se em umbelas. Deitam cheiro forte, muito peculiar. Partes utilizadas: As sumidades floridas. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Infusão (2g a 5g de planta por 1L de agua, 2 chávenas por dia); o Decocção (com a raiz seca); o Emulsão (com as flores verdes e inflorescências); o Essência (2 a 3 gotas diariamente).

Uso externo: o Compressas (empapadas numa infusão concentrada de 10g a 20g por 1L de agua, que se aplicam sobre a zona afectada); o Maceração ou trituração das sementes.

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Propriedades e indicações: Existem vários efeitos, consoante a emulsão seja realizada de manhã ou de noite. A emulsão da manhã proporciona uma melhor eficácia destacando-se os seguintes efeitos: purificador, vitamínico, antimefítico, anti-infeccioso, adstringente, vulneraria, estimulante e emenagogo. A emulsão da noite proporciona principalmente os efeitos depurativos e sedativo. A Decocção proporciona em especial os efeitos depurativos, anti-infecciosos e vulnerarios. Os gargarejos com uma tisana bem aromatizada purificam o paladar e fazem desaparecer o mau hálito. As compressas produzem um aumento de tonicidade, ajudam a cicatrização de feridas, aliviam dores nas costas e no peito. As suas principais aplicações são: • Afecções ginecológicas: a arruda contém uma essência rica em metilnunilcetona, de forte actividade ocitócica (contrai o útero), e emenagoga. Por isso aplica-se em casos de amenorreia., desde que se tenha a certeza de não ter sido motivada por uma gravidez, assim como no caso de dismenorreia; • Anti-espasmódica e anti-séptica: a essência da arruda também é notável por estas propriedades, pelo que se administra para acalmar as cólicas abdominais; • Anti-hemorrágica: a arruda contém também rutina e rutósido (vitamina P) que aumenta a resistência dos vasos capilares e pode deter algumas hemorragias internas. No entanto nestes casos deve diagnosticar-se a causa da hemorragia antes de a administrar; • Anti-reumática: externamente é revulsiva e usa-se em compressas para acalmar as dores reumáticas; • Afecções dermatológicas: pela sua acção revulsiva torna-se útil em certas doenças da pele: sarna, psoríase, eczemas. Precauções: Em doses elevadas é abortiva e tóxica, pelo que é contraindicada durante a gravidez. O contacto da planta com a pele pode provocar reacções alérgicas.

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Colheita: Para colher folhas ou ramos da arruda deve estabelece-se um contacto assíduo com a planta, observando com especial atenção a intensidade do seu aroma. Se exalar um cheiro desagradável é melhor não lhe tocar pois pode provocar erupções na pele. Se colhermos com o devido cuidado as folhas da base inferior dos ramos, ou alguns ramos floridos sem afectar o caule principal, antes do nascer do sol, a planta oferece a sua delicada fragrância e não causa nenhum dano. Conservação: As folhas verdes mantêm a vitalidade e a cor mais ou menos durante sete horas. As inflorescências conservam a cor e a vivacidade entre cinco a sete dias. As sementes secas duram muito tempo e podem reproduzirse mesmo se passados mais de quinze anos. A raiz com cinco anos de existência concentra muita energia e mantém o vigor mais ou menos uma semana, depois começa a mirrar. Quando bem seca conserva-se naturalmente durante muitos anos.

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6.32. Salvia officinalis – Salva

Outros nomes: Salva-mansa, Salva-menor, Salva-das-boticas, Salva-dasfarmacias,

Salva-verdadeira,

Grande-salva,

Salva-da-catalunha,

Chá-da-

europa, Chá-da-frança e Chá-da-grecia. Habitat: Abunda em terrenos calcários secos e expostos ao sol. Acha-se aclimatada na América. Descrição: Sub-arbusto de base lenhosa da família das Labiádas, de 50cm a 80cm de altura. As folhas são ovaladas, de cor verde-acinzentada. As suas flores, azuladas ou violetas, são dispostas em espiga.

Fig. 61 – Salva

Partes utilizadas: As folhas. Preparação e emprego: •

Uso interno: Área de Projecto

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o Infusão (15g a 30g de folhas e sumidades floridas por 1L de água, até 4 chávenas por dia); o Essência (2 a 3 gotas, 3 vezes ao dia). •

Uso externo: o Compressas e loções (com uma decocção de 80g a 100g de folhas por 1L de água); o Bochechos e gargarejos (com a mesma decocção); o Irrigações vaginais (com a decocção bem filtrada); o Banhos (adicionando-se a decocção à água do banho).

Propriedades e indicações: Toda a planta contém uma essência (até 2,5%) rica em tuionas, o que explica a sua acção anti-séptica, anti-sudorífica e emenagoga. Possui ainda taninos catéquicos que lhe conferem propriedades adstringentes e tonificantes, flavonóides e ácidos fenólicos de acção aniespasmódica e colerética e por último substâncias semelhantes à da foliculina (hormona estrogénica feminina segregada pelo ovário). São estas as suas principais aplicações: • Afecções

ginecológicas

(pela

sua

acção

emenagoga

e

anti-

espasmódica, estimula e regula a menstruação, acalma as dores da menstruação, combate os transtornos da menopausa. Tomada no último mês antes do parto, facilita-o, estimulando as contracções. Recomendase o seu uso em caso de vaginismo e frigidez. Em irrigações vaginais combate a leucorreia.); • Tonificante para o sistema nervoso (possui uma leve acção estimulante sobre as glândulas supra-renais. Por isso é indicado nos estados depressivos,

astenia,

hipotensão,

tremores,

vertigens

e

outras

manifestações de desequilíbrio neurovegetativo.); • Excesso de sudação (é talvez a planta com maior acção anti-sudorífica que se conhece, é também febrífuga.); • Diabetes (oferece uma provada acção hipoglicemiante que permite reduzir a dose de medicamentos anti-diabéticos.); Área de Projecto

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• Afecções digestivas (é digestiva e carminativa; pela sua acção antiespasmódica e anti-séptica contribui para acalmar os vómitos, as diarreias e as cólicas abdominais. Oferece o seu efeito colerético (estimula a secreção de bílis) descongestionando o fígado e facilitando a digestão); • Afecções da boca e da faringe (graças à sua acção adstringente e antiséptica usa-se com muito bons resultados em caso de gengivite, aftas, amigdalite e faringite. Em gargarejos acalma o ardor da garganta e a tosse do fumador); • Afecções da pele (desinfecta e cicatriza a pele. Útil em feridas, úlceras, furúnculos, abcessos e picadas de insectos). Precauções: Em doses elevadas a essência da salva é convulsionante e tóxica. Por isso recomenda-se não tomar salva de forma continuada durante mais do que um mês. O uso interno da salva é desaconselhado em qualquer quantidade nos seguintes casos: lactação (suprime-a); gravidez (excepto no último mês); estados de irritabilidade ou de grande excitação nervosa.

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6.33. Smilax áspera – Salsaparrilha Outros nomes: Salsaparrilha-do-reino, Salsaparrilha-indigena, legacão, alegra-campo, recama. Habitat: Podemos encontrá-la em bosques secos da América Central e do Sul e também no Sul da Europa. Descrição: Sub-arbusto espinhoso da família das Liliáceas que trepa árvores até 40m de altura. As suas folhas são grandes com o bordo circundado de espinhos e em forma de coração alongado. As flores são brancas e os frutos são vermelhos e enegrecidos. Fig. 62 – Salsaparrilha

Partes utilizadas: O rizoma e a raiz Preparação e emprego: •

Uso interno: o Infusão (30g a 40g de rizoma ou raiz triturados por 1L de agua, 3 a 5 chávenas diárias antes das refeições).

Propriedades e indicações: Contém glicósidos saponínicos, resina e óleo essencial que lhe conferem propriedades diuréticas, sudoríficas, depurativas, aperitivas e tonificantes. Favorece a eliminação de ureia, de ácido úrico e de outros resíduos orgânicos e faz descer o nível de colesterol no sangue. Usa-se nos seguintes casos: • Reumatismo, artritismo, gota; • Doenças dos rins (nefrites, insuficiência renal); Área de Projecto

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• Afecções febris (gripe, febres tropicais, entre outras); • Inapetência, digestões pesadas; • Afecções dermatológicas (acne e eczemas); No tratamento da sífilis pode ter interesse como complemento do tratamento específico pela sua acção depurativa. Precauções: Em doses elevadas produz náuseas e vómitos. Não se recomenda o consumo de bagas da salsaparrilha. Não confundir estas bagas com as da norsa-preta ou as da hera, que são muito tóxicas.

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6.34. Sonchus oleraceus – Serralho Outros nomes: Serralha. Habitat: Existe em vários países da Europa, nas encostas com orientação norte. Descrição: Planta de meio porte com caule quadrangular oco por dentro e muito quebradiço. Folhas alongadas, serradas e bastante tenras. Partes utilizadas: As folhas. Preparação e emprego: •

Uso interno: o Infusão (40g de folhas por 1L de agua, 3 copos por dia); o Ingestão (planta crua ou cozida).

Fig. 63 – Serralho

Propriedades e indicações: pode usar-se nas seguintes doenças: hepatites, colecistites e todas as doenças do fígado.

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6.35. Tamus Communis – Norça-preta

Outros nomes: Arrebenta-boi, baganha, tamo, uva-de-cão.

Habitat: Cria-se nos bosques e barrancos sombrios do centro e sul da Europa.

Descrição: Planta trepadeira da

família

das

Dioscoreáceas, que atinge até 4m de altura. O caule é fino e estriado e com ele se enrosca noutras plantas. As folhas têm a forma de um coração. O fruto é uma baga vermelha brilhante. Fig. 64 – Fruto da norça-preta

Partes utilizadas: A raiz.

Preparação e emprego: •

Uso externo: o Cataplasmas (com a raiz triturada e cozida, aplicando-se ate três vezes ao dia sobre os hematomas).

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Propriedades e indicações: A raiz da norça-preta é muito volumosa (até 10kg) e feculenta. Contém um alcalóide, a diosgenina que a torna muito irritante quando se ingere por via oral. No entanto aplicada localmente possui notáveis propriedades vulnerarias: cura as contusões e faz desaparecer os hematomas que se formam debaixo da pele.

Precauções: toda a planta é venenosa em uso interno, assim como os seus frutos. No caso de intoxicação provocar o vómito e administrar carvão vegetal.

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6.36. Urginea marítima – Cebola-albarrã Outros nomes: Cila-marítima, cebola-marinha, albarrã-ordinária, alvarrãbranca. Habitat: Cresce em regiões costeiras da Europa, em Portugal encontra-se em sítios altos e pedregosos e em serras principalmente. Descrição: Bolbo escamoso e bastante volumoso do tamanho de uma cebola normal das maiores. As escamas exteriores são secas e quase vermelhas, as interiores são brancas e suculentas. É inodoro mas com sabor acre. As flores nascem primeiro do que as folhas, sendo bastante compridas, de um verde-escuro. Caule erecto, chegando a atingir 50cm de altura, onde termina coberto de flores. Fig. 65 – Cebola-albarrã

Partes utilizadas: Só a cebola. Preparação e emprego: •

Uso interno:

o Ingestão (planta crua, sumo fresco (duas a três vezes por dia), cebola cozida ou assada) Uso externo:

o Sumo fresco (aplica-se em loção ou compressas); o Cataplasmas (de cebola cozida); o Gargarejos (com o caldo da cebola cozida). Propriedades e indicações: A cebola-albarrã contém uns glicósidos chamados cilarenos de acção cardiotónica, muito semelhante á da dedaleira. As suas propriedades são: Área de Projecto

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• Expectorante e peitoral: pela sua acção antibiótica, mucolítica (facilita a expulsão da mucosidade, tornando-a mais fluida), anti-inflamatória, torna-se o remédio ideal no caso de afecções respiratórias, como a bronquite. • Doenças dos rins. Precauções: doses elevadas provocam náuseas, vómitos, arritmias e até paragem cardíaca. Por essa mesma razão é considerada uma planta tóxica, que, naturalmente, tem que ser usada sempre sob vigilância médica.

6.37. Urtica sp – Urtiga Outros nomes: Urtigão. Habitat: Encontra-se espalhada por todo o mundo, no entanto prefere os lugares húmidos próximos das zonas habitadas. Descrição:

Planta

vivaz

da

família das Urticáceas que atinge de 0.5m a 1.5m de altura. Tanto os caules de secção quadrada, como as folhas, são cobertos de pelos urticantes. As flores, de cor verde, são muito pequenas. Partes utilizadas: Toda especialmente as folhas.

a

planta,

Fig. 66 – Urtiga

Preparação e emprego: •

Uso interno: o Ingestão (sumo fresco (de meio a um copo de manha e outro ao meio dia)); o Infusão (com 50g de planta por 1L de água, 3 a 4 chávenas diárias);

Uso externo: o Loção (aplica-se o sumo sobre a pele afectada); o Compressas (empapam-se com o sumo, mudando-se 3 a 4 vezes por dia); Área de Projecto

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o Tampão nasal (empapa-se uma gaze no sumo e introduz-se na fossa nasal). Propriedades e indicações: Os pelinhos da urtiga contêm histamina (1%) e acetilculina (de 0,2% a 1%), substâncias que o nosso organismo também produz e que intervêm activamente sobre os aparelhos circulatório e digestivo como transmissores dos impulsos nervosos do sistema vegetativo. Cerca de 10mg destas substâncias são suficientes para provocar uma reacção cutânea. As folhas contêm abundante clorofila, são muito ricas em sais minerais, especialmente ferro (Fe), fósforo (P), magnésio (Mg) e silício (Si), que as tornam diuréticas e depurativas. Contêm também vitaminas A, C e K, ácido fórmico, taninos e outras substâncias que ainda não foram bem estudadas, que no seu conjunto tornam a urtiga numa das plantas com mais aplicações medicinais: • Depurativa, diurética e alcalinizante (indicada no caso das afecções reumáticas, artritismo, gota, pedras nos rins, areias na urina, e em geral sempre que se precise desta acção); • Antianémica (usa-se nas anemias por falta de ferro ou por perda de sangue, o ferro e a clorofila que abundam na urtiga são estimulantes da produção de glóbulos vermelhos); •

Vasoconstritora (contrai os vasos sanguíneos) e hemostática (detém as hemorragias): indicada especialmente nas hemorragias nasais e uterinas. Muito útil para as mulheres com a menstruação abundante;

Digestiva (dá bons resultados nos transtornos da digestão devidos a atonia ou insuficiência dos órgãos digestivos);

Adstringente (tem-se usado com êxito para acalmar as fortíssimas diarreias da cólera, e todo o tipo de diarreias);

Hipoglicemiante (as folhas da urtiga fazem baixar o nível de açúcar no sangue o que se tem comprovado em numerosos doentes. Embora não possa substituir a insulina permite diminuir as doses de medicação antidiabética);

Galactoga (aumenta a secreção do leite mamário);

Emoliente (pelo seu efeito suavizante recomenda-se nas afecções crónicas da pele especialmente dos eczemas, as erupções e acne. Também e usa contra a queda de cabelo. Limpa, regenera e embeleza a pele). Área de Projecto

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6.38. Vinca minor – Pervinca Outros nomes: Vinca, vincda-previnca, congossa. Habitat: Apresenta-se difundida por toda a Europa central e do sul. Cria-se nos bosques húmidos especialmente de carvalhos e faias. É cultivada na América do Norte com fins medicinais. Descrição: Planta vivaz da família das Apucináceas, apresenta caules rasteiros e pode alcançar até 2m de comprimento. As suas folhas são perenes, coriáceas e de bordos lisos. As flores são pendunculadas e de cor azul ou violeta. Tem um sabor muito amargo. Fig. 67 – Pervinca

Partes utilizadas: As folhas.

Preparação e emprego: • Uso interno: o Decocção (30g a 50g de folhas por litro de água, 3 a 5 chávenas diárias); o Preparados farmacêuticos (cápsulas, xaropes e outros). • Uso externo: o Compressas (com a mesma decocção descrita no uso interno, aplica-se 10min a 15min, duas ou três vezes por dia). Propriedades e indicações: O seu princípio activo mais importante é a Vincamina (0,1% a 0,2%), um alcalóide indólico com notáveis propriedades vasodilatadoras. Contém também taninos de acção adstringente e outros alcalóides recentemente identificados. As suas aplicações são: •

Insuficiência circulatória cerebral (a Vincamina é um potente vasodilatador das artérias cerebrais, e melhora o funcionamento do sistema nervoso central. É também hipotensora. Aplica-se com êxito em caso de cefaleia, vertigens, acufénios (zumbidos nos ouvidos), e noutras manifestações de insuficiência circulatória cerebral devidas a arterioescleroses, hipertensão, a outras causas. É uma planta ideal para combater os transtornos da senilidade); Enxaquecas (ajuda a acalmar a dor e evita o seu reaparecimento); 95 Área de Projecto José Alberto Mesquita da Silva


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• •

Hemorragias (o seu efeito adstringente e hemostático dos taninos explica que antigamente se tenha utilizado a pervinca para deter as hemoptises (hemorragias bronquiais) que se apresentam na tuberculose. Externamente aplica-se em caso de feridas, hematomas e contusões, para reduzir a hemorragia); Colite e gastroenterite (pode empregar-se para cortar a diarreia); Diabetes (os alcalóides da Pervinca apresentam um moderado efeito hipoglicemiante: fazem descer o nível de glicose no sangue, reduzem a glicosúria (eliminação de glicose com a urina). No caso de diabetes, usase em combinação com o regime diabético e outros tratamentos); Antilactagoga (detém a produção de leite nas mulheres lactantes. Ingerem-se por via oral e aplicam-se em compressas sobre o peito, em caso de inflamação (mastite) ou quando interessa suspender a lactação); Tonificante geral e do aparelho digestivo.

7. Conservação e secagem das plantas A redução das plantas ao estado seco pode fazer-se de várias maneiras, dependendo da espécie que se pretende secar. Para que a secagem seja bem realizada, deve haver apenas a perda de água. A seiva e o suco ficam concentrados nos vegetais, tal como todos os outros elementos químicos que possam possuir. Depois da secagem, normalmente conservam a sua cor original.

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Fig.68 – Forno solar de secagem de plantas

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As plantas devem secar à sombra, mas em lugares bem arejados, já que podem apodrecer. Contudo, é possível fazer a secagem ao sol, mas nestas condições colocam-se as plantas sobre uma rede e, por cima desta, para não estar em contacto directo com o sol, deve colocar-se um cartão forte sempre em lugar seco, sem estar em contacto com o chão. Alguns exemplos de plantas que se secam desta forma são: erva-de-são-roberto, a cavalinha e muitas outras. Também se pode usar, para este propósito, estufas.

Fig.69 – Estufa de secagem de favas de cacau

Um exemplo de secagem é a das raízes de medronheiro ou funcho que podem ser secas directamente ao sol, mas antes terão que ser lavadas e cortadas em pedaços, para secarem mais depressa. As bagas serão colocadas numa caixa de cartão completamente fechado, mas em lugar seco e arejado. Todos os dias, a caixa terá que ser baloiçada para impedir que as que estejam no fundo apodreçam. Podem ainda ser secas sem qualquer contacto com o sol, e apenas comprimidas entre papel absorvente, de jornal e cartão . É um modo de secagem mais caseiro e rudimentar e foi o que nós utilizámos para realizar a secagem das plantas que recolhemos, para a construção do nosso herbário .

Fig.70 – Planta seca

Seja que planta for, terá que ser guardada em lugar seco e sempre resguardada da luz, do vento, do ar e do pó em caixas de lata bem fechadas, ou em sacos de linho ou de papel. Área de Projecto

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Conclusão A utilização de plantas medicinais foi durante séculos um conhecimento empírico, porém, nos nossos dias, a ciência moderna estuda as suas propriedades terapêuticas e dá uma explicação científica das suas razões. Hoje, não é apenas o conhecimento empírico popular que passou de geração em geração, porque tem havido muitas experiências científicas a comprovar a importância das plantas para a nossa saúde e bem-estar. Muitos medicamentos são ainda extraídos das plantas e dos seus princípios activos. Numerosos laboratórios farmacêuticos reconheceram a importância de incluir nos seus produtos farmacêuticos gamas de produtos feitos à base de plantas. O que ao longo do trabalho foi descrito é uma tentativa de relatar vivências e transmitir à comunidade conhecimentos que nós próprios temos vindo a beneficiar e a aprender ao longo da realização deste projecto. Quisemos transmitir aos interessados conhecimentos a respeito dos vegetais mais importantes e úteis bem como os

prejudiciais para o ser humano,

baseando praticamente a nossa pesquisa em plantas da zona algarvia. A natureza proporciona-nos uma infinidade de plantas com propriedades medicinais cujos segredos e virtudes são uma fonte inesgotável. Se soubermos aproveitar bem esta riqueza natural, como alternativa ou complemento à medicina convencional, seremos mais saudáveis. É de prever que uma mudança na atitude da população não aconteça de uma maneira repentina, mas queremos acreditar que, num futuro próximo, a importância das plantas venha a ser reconhecida a um nível superior ao que temos observado. Mas, e como tudo, e devendo este tema ser tratado com maior sensibilidade, pois as plantas, com especial relevo para as plantas medicinais, são um recurso extremamente frágil, este aumento da incidência da população mundial sobre o tema em questão, e a sua posterior utilização, Área de Projecto

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poderá dar origem a muitos problemas, idênticos aos que enfrentamos nos dias de hoje, como a sobrexploração. Assim sendo, tal como tudo, este assunto deve ser abordado de uma maneira consciente, alertando empresas e consumidores dos riscos presentes. Concluímos assim que um uso sensato das capacidades das plantas medicinais para o nosso beneficio é um assunto com pouca relevância a nível mundial, mas que aliando os vários recursos de que dispomos presentemente, desde empresas farmacêuticas a empresas de marketing e publicidade, passando por sindicatos de protecção ambiental, será, com brevidade, possível oferecer à população um novo recurso na área da saúde, devidamente aprovado e divulgado: as plantas medicinais.

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Bibliografia Fontes literárias: • PENA, ANTÓNIO - Roteiro natural do Concelho de Tavira. Editora: História viva – Tavira e INTERREG II – Espaços Naturais (2001). • SALGUEIRO JOSÉ – Ervas, Usos e Saberes – Plantas Medicinais no

Alentejo e outros Produtos Naturais. Editora: Marca- ADL- Lisboa, Agosto de 2004. • SAKAI ZÉLIA – Guia Ecológico das Plantas Aromáticas e Medicinais. Editora: Círculo de Leitores (2000). • SCHAUENBERG PAUL/ PARIS FERDINAND – Guía de las plantas

Medicinales. Ediciones OMEGA S.A – Barcelona, Cuarta Edición (1980). • Dr. SERRA JOSEP LLUÍS BERDONCES I. – Gran Enciclopedia de las

Plantas Medicinales – Terapia natural para el tercer Milenio. Editora: TIKAL. • Dr. YARZA OSCAR – Plantas que curam & Plantas que matam. – Editora: hemus - Editora limitada (1982).

Fontes da internet: •

COUTINHO

VÂNIA,

Projecto Sementinha, Os nossos chás -

http://www.scribd.com/doc/2898028/Guia-de-Ervas-Medicinais (01/10/2010) •

Escola

Superior

de

Medicina

Tradicional

Chinesa

(ESMTC),

Fitoterapia,http://www.esmtc.pt/index.php?option=content&task=view&id =32&Itemid=64 (18/02/11)

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LOPES, F. e MONTEIRO, A. (2010) Modelado cársico no concelho de

Loulé,http://sapiens.no.sapo.pt/m-carsico/enquad-geomorf.htm#barrocal (01/03/2011) •

MARTINS HÉLDER M. FARIA, Presidente da Região de Turismo do Algarve

-

Guia

percursos

pedestres

Algarve,

http://algarvedir.com/CMS/section-blog/32-portugues/160-guia-percursos -pedestres-algarve.html (18/02/2011) • SOSSAE FLÁVIA CRISTINA – Plantas Medicinais, http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/medicinais.html (04/02/2011) • Universidade dos Açores, http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/listagens.php?lang=pt&sstr=4&i d=F00628&dis=pico (12/11/2010)

Fontes da internet sem autor explícito: •

http://bruxaxanda.spaces.live.com/blog/cns!FBDC593E93EE1951!1383.e ntry (9/02/11)

http://cantinhodasaromaticas.blogspot.com/ (01/10/2010)

http://www.cantoverde.org/plantasmed.htm (11/01/2011)

http://companheiros-3c.blogspot.com/2009/03/como-fazer-umherbario.html (15/02/11)

http://ec.europa.eu/agriculture/organic/home_pt (01/10/2010)

http://farmaceutico.com.sapo.pt/fitoterapia.html (18/02/11)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta_medicinal (30/09/2010)

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Agradecimentos Para a realização deste trabalho beneficiámos da ajuda de várias pessoas,

nomeadamente

especialistas

no

assunto

que

tratámos.

Seguidamente gostaríamos de agradecer o tempo dispensado e a paciência para nos fornecer os conhecimentos que nos permitiram uma melhor realização deste trabalho. Queremos, portanto, agradecer desde já às seguintes pessoas: - Francisco Sousa - José Manuel Rosa Pinto - Nuno Loureiro - Marta Santos - Micaela Sousa - Miguel Godinho (CIIPCacela) - Tolentina

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Edição: Ana Cristina Matias (professora bibliotecária)

Semana da Cultura Científica 2012

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