Amor impossível

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Autoria: alunos do 5.ยบ ano


Amor impossível Numa noite de lua cheia, a Joana e o Pedro encontraram-se no sítio do costume: na praia. Ela era uma menina muito linda. Tinha os cabelos loiros e brilhantes como o sol, pele clara, olhos azuis como o céu e era muito meiga. O Pedro era o seu oposto. Tinha cabelos castanhos como o chocolate, olhos cor de azeitona e pele morena. Era um rapaz muito teimoso. Nessa noite, algo de estranho se passava entre eles. A cumplicidade, antes demonstrada, parecia ter desaparecido. A Joana estava preocupada, não dando atenção nenhuma àquilo que Pedro dizia. O pensamento dela centrava-se nas palavras e conselhos de seus pais, que lhe tinham dito que não estavam contentes com os encontros frequentes entre Joana e Pedro. Os pais dela conheciam o Pedro da escola e não gostavam da maneira de ser dele. Pedro apercebeu-se que a namorada estava absorvida nos seus pensamentos e perguntou-lhe: ― O que se passa contigo? Parece que não estás a ouvir nada daquilo que eu estou a dizer… ― Peço muita desculpa, mas os meus pais disseram-me algo de que não gostei. – respondeu a Joana. ― Conta-me o que foi que eles te disseram! – pediu o Pedro. Nesse momento surgiram os pais de Joana, que andavam à procura dela pela praia. Chamaram pela filha, um pouco chateados, e esta correu ao seu encontro, não se despedindo de Pedro. Este ficou muito triste com o sucedido e decidiu ir a casa de Joana falar com os pais dela. No fim de jantar, o Pedro dirigiu-se para a casa da sua amada, bateu à porta “ truz, truz, truz ” e veio logo abri-la o pai da Joana. O Pedro, delicadamente, pediu-lhe autorização para entrar e conversar com ele. Embora incomodado com a sua presença, o pai mandou-o entrar: ― Ainda bem que vieste! Temos muita coisa para conversar… O Pedro entrou para a sala, sentou-se no sofá e, nervoso, principiou a conversa: ― Senhor Alberto, eu percebi hoje, na praia, que os senhores não são muito a favor do meu namoro com a vossa filha. Vim aqui, hoje, dizer-vos que eu gosto muito dela. Ela, para mim é única, uma flor eterna. Neste momento, entrou na sala a mãe da Joana e surpreendida exclamou:


― Que fazes aqui, Pedro?! Não és bem-vindo a esta casa e tu sabes muito bem porquê. O Pedro ficou muito envergonhado, incomodado e triste. Então, com a voz trémula perguntou: ―Mas porquê? Prontamente, o pai apressou-se a responder: ―Tu sabes muito bem que tens faltado às aulas e andas envolvido com grupo de amigos muito pouco aconselhável e que exercem bullying sobre os alunos mais estudiosos e aqueles que são mais carenciados. A mãe interveio para acrescentar: ― Nós achamos que tu não és uma boa companhia para a nossa filha! Neste momento, Joana, que ia a entrar na sala ficou muito triste e perguntou: ― Mas porquê? Mas porquê?!... ― Minha filha, – respondeu com voz exaltada o pai – nós já conversamos acerca deste assunto! Vai para a cama, pois amanhã tens que ir para a escola cedo. Após ouvir isto, o Pedro, com as lágrimas nos olhos e cabisbaixo, abandonou a casa da Joana e, é claro que, naquela noite, não dormiu. No dia seguinte, os dois enamorados encontraram-se no recreio da escola e após uma longa conversa, decidiram encontrar-se às escondidas até que fossem maiores de idade. Teriam que aguardar dois anos, mas o amor que os unia iria vencer. Inicialmente, este plano correu bem, até que um dia a mãe, sem a prevenir, decidiu ir buscá-la à escola. Foi então aí que ela surpreendeu o casal a beijar-se, na entrada da escola. A mãe da Joana ficou furiosa, mandou a filha entrar, rapidamente, para o carro e conduziu a toda a velocidade para casa. Quando o pai soube do sucedido, decidiu castigá-la severamente e mudá-la de escola. Passados dois dias, sentindo-se injustiçados, os dois apaixonados decidiram fugir e esconderem-se em casa do seu amigo Hugo. Contudo, pouco tempo lá estiveram, pois os pais da Joana rapidamente deram pela sua falta e contactaram de imediato a GNR. Uma equipa da patrulha de buscas e salvamento, prontamente acionou todos os meios e, através do GPS do telemóvel da Joana, localizou os dois menores. Os fugitivos foram levados para a esquadra para serem interrogados e observados por uma equipa de psicólogos. Os pais de ambos foram contactados pela GNR e apresentaram-se de imediato na sala de espera da esquadra. Rapidamente, foram chamados para a sala de interrogatório e todo aquele mistério se desvendou.


O pai do Pedro informou a GNR do segredo que envolvia o nascimento do seu filho de coração. O Pedro fora perfilhado pelo senhor Joaquim e era fruto de um relacionamento anterior, que a sua esposa tivera com o pai da Joana. Eles eram meiosirmãos e este segredo nem o próprio pai da Joana conhecia, pois a mãe do Pedro nunca revelara a sua gravidez ao anterior companheiro, uma vez que a relação se desfizera. Os dois jovens e os pais da Joana ficaram surpresos e angustiados, mas foram resignados para as suas casas. Eles precisaram de um bom tempo para compreender e aceitar esta situação, que o malvado do destino lhes pregou. Contudo, com o passar dos anos, eles conseguiram ultrapassar o sofrimento e tornaram-se bons amigos e o amor deu lugar a uma amizade fraterna.


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