MEMORIAL DO CONVENTO
Os alunos do 12º E, com a professora Maria Dâmaso, partiram da leitura do Memorial do Convento, de José Saramago, e selecionaram excertos para criarem ilustrações. Inspirados pelo texto, criaram estes belos desenhos.
Por uma hora ficaram os dois sentados, sem falar. Apenas uma vez Baltasar se levantou para pôr alguma lenha na fogueira que esmorecia (…). Hei de ir para Mafra, tenho lá família, Mulher, Pais e uma Irmã, Fica, enquanto não fores, será sempre tempo de partires (…) Se eu ficar, onde durmo, Comigo.
o padre virou-se para ela, sorriu, olhou um e olhou outro, e declarou, Tu és Sete-Sóis porque vês às claras, tu serás Sete-Luas porque vês às escuras
Entre a vida e a morte, disse Blimunda, hรก uma nuvem fechada
Em poucos minutos, a mรกquina atinge a costa do mar, parece que a estรก puxando o sol para a levar ao outro lado do mundo.
Vai sair a procissĂŁo de penitĂŞncia.
Blimunda, Blimunda, Blimunda, filha minha, e já me viu, e não pode falar, tem de fingir que me não conhece ou me despreza, mãe feiticeira e marrana ainda que apenas um quarto, já me viu, e ao lado dela está o padre Bartolomeu Lourenço, não fales, Blimunda, olha só, olha com esses teus olhos que tudo são capazes de ver, e aquele homem quem será, tão alto, que está perto de Blimunda e não sabe, ai não sabe não, quem é ele, donde vem, que vai ser deles, poder meu, pelas roupas soldado, pelo rosto castigado, pelo pulso cortado, adeus Blimunda que não te verei mais
A queima jĂĄ vai adiantada, os rostos mal se distinguem. Naquele extremo arde um homem a quem falta a mĂŁo esquerda.
Mas voou em pessoa, ou só voaram os balões, Voara os balões, foi o mesmo que ter voado eu (…) O homem primeiro tropeça, depois anda, depois corre, um dia voará, respondeu Bartolomeu Lourenço