Contos do 7ºA

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A Professora – Maria Teresa Guedes


A Grande Aventura Rui e João tinham treze anos e eram grandes amigos. Estavam sempre juntos e apoiavam-se nos bons e nos maus momentos. Rui era alto, magro, tinha olhos castanhos e cabelo curto liso alourado. João tinha uma estatura média, era magro, tinha olhos azuis e cabelo curto acastanhado. Um dia, Rui fora avisado pelos pais de que iriam passar as férias de verão à praia. A casa de praia de Rui era grande, branca, construída no alto de uma colina com vista para a praia. Rui sempre pôde convidar um amigo para ir passar as férias com ele e aquelas férias não eram exceção. Este ano decidira convidar João. Este ficara tão emocionado, que mal queria acreditar. Com o máximo entusiasmo que um adolescente daquela idade poderia ter, começou desde logo a preparar tudo. Quando chegou o dia de partirem, João foi ter com Rui e foram todos juntos para Cobalt, a terra onde se situava aquela maravilhosa casa. João trazia, para além de uma mala com roupa, uma mochila com vários mapas da região e uma bússola - os nossos aventureiros sempre gostaram de estar preparados para os imprevistos. Quando chegaram a Cobalt, João ficou fascinado com a beleza da vila iluminada na colina pela luz do farol e pelas luzes da vila. Foi então que João reparou na grande casa que estava diante dos seus olhos. - Rui, é esta a tua casa de praia? - perguntou João. - Sim, é esta! E é muito grande, tem uma pequena biblioteca e, para além de duas salas e uma cozinha, tem vários quartos para hóspedes, bem como vários quartos de banho - respondeu Rui. João e Rui desfizeram as malas e arrumaram tudo. Foram jantar e depois ficaram algum tempo a ver a vista maravilhosa da praia e do mar iluminado pelo farol. - João, já pensaste que tesouros incríveis poderão estar escondidos aqui? Cobalt sempre foi uma terra de piratas e marinheiros e muitos viviam por estas zonas. Estás a ver aquele rochedo? Perto dele há correntes muito fortes. Dizem as lendas que muitos barcos cheios de tesouros se afundaram ali, deixando–os por descobrir! - afirmou Rui, emocionado, apontando para uma rochedo enorme que limitava a praia. - Amanhã vamos descobrir mais informações sobre Cobalt, quem sabe se não encontramos algo maravilhoso! - exclamou João, entusiasmado ao pensar em todos os piratas e marinheiros, barcos e navios que por ali passaram. Rui e João foram dormir, tinham de descansar para um novo dia. No dia seguinte, quando os dois amigos acordaram, foram até à sala tomar o pequeno almoço. Ficaram muito tristes quando viram que estava a chover, mas não desanimaram. Pedro, o pai de Rui, deu-lhes muitos livros de mitos e lendas sobre Cobalt, começando eles, assim, a sua busca por algo fora do normal.


Após várias tentativas, encontraram um livro muito estranho. Parecia faltar uma parte e estava escrito com símbolos ilegíveis, numa língua que, certamente, ninguém naquela casa falava. João, muito admirado com o título do livro, decide perguntar: - Pedro, o título, “O Mistério de Mount Henry”, diz-lhe alguma coisa? - Não, nunca vi esse livro antes, se calhar estava no meio de outros. A única coisa que te sei dizer é que há muitos anos existiu aqui um grupo de piratas chamado “Os Piratas de Henry”. Henry era o maior pirata que alguma vez navegou no Atlântico e os antigos diziam que a base, onde guardava os vários navios da sua frota, mantimentos e tesouros, era perto de Cobalt. As lendas contam que essa base tinha algo a ver com este monte e, por isso, passou-se a chamar-lhe “Mount Henry”. - Que história tão fantástica pai! Achas que quando parar de chover podemos ir à vila para descobrirmos algo sobre este livro? – pergunta, entusiasmado, Rui. - Sim, podem ir se a tua mãe deixar! - Mãe, podemos ir à vila quando parar de chover?- pergunta Rui. - Claro, mas agora vamos almoçar, o almoço está pronto! Após o almoço, parou de chover e os nossos aventureiros decidiram ir à vila. Prepararam uma mochila com um guarda-chuva, uma bússola e um mapa. Levaram com eles, também, um livro um caderno e uma caneta. Quando chegaram à vila, Rui, que já conhecia um pouco dela, mostrou-a a João. Começaram por ir à livraria. Esta era um espaço muito antigo e à entrada fomos logo surpreendidos pela beleza da sua grande porta de madeira e vidro. Era toda trabalhada e tinha nela esculpidas caras de homens, que mais pareciam monstros ou almas aterrorizadas. O soalho era de madeira e, a cada passo que davam, este parecia estar prestes a desabar, tal era o barulho do ranger da madeira. Lá dentro, no meio daquelas estantes de livros, muito antigas, que mais pareciam que já não eram limpas há séculos, estava um jovem franzino, de óculos, que mal se via dada a quantidade de livros em monte. Rui, sem o querer assustar, perguntou-lhe se já alguma vez tinha ouvido falar de um livro chamado “O mistério de Mount Henry”. O rapaz, meio atrapalhado, respondeu que não. Mas havia algo de estranho no seu olhar, e na maneira como este dissera que não. Rui apressou-se a perguntar-lhe se já alguma vez tinha ouvido falar de códigos de piratas em livros. Este disse que não, mas que quem os poderia ajudar seria o velho Almerino. - Procurem por ele nos Correios, ele é a pessoa certa, para vos ajudar, pois nasceu nesta vila e sabe tudo sobre ela. Se quiserem podem dizer que vão da minha parte! - respondeu o rapaz. - Muito bem, foste uma grande ajuda para nós. Os dois amigos agradeceram e saíram. João, ao olhar para trás, reparou que o rapaz os ficara a observar durante algum tempo e, por isso, não reparou no homem que vinha na sua direção até este lhe ter dado um encontrão. João deu dois passos para trás, sem cair, pediu desculpa e continuou a andar. Era um homem muito sinistro, aparentava ter já bastante idade e o seu rosto negro e avermelhado estava já gasto pelo calor do sol. Para além disso, tinha grandes barbas e um olhar carrancudo - era o tipo de homem que metia medo a qualquer criança!


- Sabes quem era? - perguntou João a Rui. - Não, nunca o vi por aqui, talvez seja algum pescador. Rui e João deslocaram-se, assim, para o posto dos Correios onde pediram para falar com o tal senhor Almerino. Ao saber que vinham da parte do rapaz da livraria, recebeu-os com muito agrado. Era um homem alto, moreno, bem parecido, com um bigode arrebitado e torcido nas pontas que lhe dava ar de pessoa muito inteligente. As crianças ficaram a saber que noutros tempos já tinha sido faroleiro. O homem ficou fascinado com as crianças e com o seu espírito aventureiro. Resolveu, por isso, dar-lhes um livro que tinha com ele, numa gaveta velha de uma secretária que mal se conseguia abrir, chamado “O Dicionário da Língua Pirata”. E disse-lhes para terem cuidado. Os dois rapazes agradeceram e foram para casa. - Estamos estafados! Para a próxima temos de ir de bicicleta, pai ! - disse Rui ao chegar a casa. - Encontraram algo? - perguntou Pedro. - Deram-nos um dicionário que parece traduzir o livro que encontrámos ontem respondeu João orgulhoso do que tinham recebido. Lancharam e tentaram descodificar o livro. Foi então que conseguiram decifrar as seguintes mensagens: “No Mount Henry descansa, uma enorme herança Muito Grande e brilhante Como o sol ofuscante. Durante a maré baixa aparece E logo desaparece Quem a herança encontrar Muito vai festejar” “Na praia de Henry o tesouro lá estará Apenas o corajoso, a passagem encontrará E dele desfrutará!” João e Rui ficaram a pensar um pouco naquela estranha mensagem. Lembraram-se, então, que a praia perto da casa onde estavam se chamava praia de Henry, portanto esta e o monte teriam de ter uma ligação muito forte. O melhor seria começarem já a preparar o que deviam levar consigo. Decidiram ir à garagem à procura de corda e de uma lanterna. Afinal não sabiam de que tipo de passagem se tratava e tinham que estar prevenidos! Após uma deliciosa refeição, estiveram juntos na sala a ver televisão juntamente com Pedro e a mãe de Rui. Foram dormir rapidamente pois, no dia seguinte, tinham uma aventura à sua espera que requeria acordarem muito


cedo para apanharem a maré vazia, sem que ninguém percebesse o que estavam a fazer. Quando acordaram, vestiram-se à pressa e apenas tomaram uma refeição ligeira. Desceram rapidamente pelo caminho que ia dar à praia - tinham que percorrer um longo caminho até chegarem ao monte Henry. O acesso ao monte era difícil, havia uma espécie de lama que escorregava e, juntamente com a areia, ainda ficava pior. Percebiam agora o porquê de ninguém andar por ali. Sabiam que tinham seis horas até a maré começar a encher, o que lhes dava, ainda, bastante tempo. A cada passo que davam pensavam, para si próprios, se estariam a fazer bem em estar ali... - Já falta pouco - diz Rui. - Mais cem metros e finalmente conseguimos! - Uff... Chegámos! - diz João, já exausto. O peso das mochilas fazia-se sentir nas suas caras. - Agora que estamos junto do monte, podemos finalmente descansar um pouco! - diz Rui, depois de beber quase meio litro de água. Junto do enorme rochedo, encontraram muita vegetação enterrada na areia, havia uma espécie de barro a envolver algumas partes da rocha, noutras parecia que o rochedo era feito de carvão. Ao contornarem aquela rocha gigantesca, viram que ela tinha várias reentrâncias, como se fossem abrigos que o mar escavava nela. Entraram num para descansarem e se abrigarem um pouco do sol, quando reparam naquilo que parecia um túnel. Entreolharam-se, agacharam-se e rastejaram por dentro ele por cerca de dois metros, depois levantaram-se. Tinham espaço e ligaram a lanterna. Para seu espanto, deram conta que estavam dentro de uma gruta para onde tinham sido levados através de uma passagem secreta! As marcas deixadas pela água nas paredes demonstravam que esta deveria ser inundada durante a maré alta, mas os buracos em pedra com vários metros de profundidade que existiam dos lados da passagem era algo para eles, ainda, sem explicação. Avançaram uns cem metros e encontraram-se diante de uma grande rocha. - Chegámos ao fim, afinal não tem saída – disseram os rapazes em coro. Mas João, ao tocar na rocha, achou que esta não parecia bem real. De repente, um som sinistro ecoou na gruta. Cheios de medo começaram a correr e foi então que viram uma sombra! Mal queriam acreditar no que estavam a avistar, aquilo que menos esperavam encontrar naquele dia: o homem carrancudo que encontraram à saída da livraria. - João, mal posso acreditar! - Não faças barulho, ele decerto não nos vai atrapalhar - disse João, um pouco inquieto. - Quem está ai? - pergunta uma voz rouca. - Fomos descobertos! Rui, lembra-te que não estamos a fazer nada de mal, afinal estamos a descobrir o que outras pessoas já descobriram! - Ah, vocês, o que estão aqui a fazer?! - exclamou o homem. À medida que o homem se acercava, cada vez os rapazes tinham mais medo. - Vocês não sabem que é perigoso andar por aqui? A maré enche e podem morrer! O velho aproximou-se dos rapazes e ao agarrá-los pelo pescoço com aquelas mãos tão ásperas, estes deram um berro que se devia poder ouvir na praia. Nisto, ouve-se uma voz a dizer: - Pare, pare, por favor, avô, eles são meus amigos!


- Tu estás a dizer-me que estes bisbilhoteiros são teus amigos?! - Sim, eles foram à livraria e tinham conhecimento do livro, avô! - Como é possível que um segredo tão bem guardado seja agora do conhecimento de todos? Não pode ser! O rapaz acabou por convencer o avô de que, mais tarde ou mais cedo, o segredo teria de ser revelado, pois era demasiado grande e pesado para ser carregado às costas de três pessoas. Rui e João estavam brancos como a cal, nem sabiam como falar de tanto tremerem. - Eu chamo-me Jacinto - disse o rapaz com um brilho nos olhos - e vou mostrarvos o nosso segredo, venham connosco. Assim, ao aproximarem-se da rocha, fizeram deslocar uma pedra e a rocha rodou. Ao rodar, surgiu o grandioso tesouro de Henry, o mais temido e rico pirata destas redondezas, que a todos deslumbrou. Dentro daquela gruta havia de tudo o que se pudesse imaginar, ouro, joias, estátuas e objetos de ouro e prata magnificentíssimos. No momento em que chegaram ao fim da gruta, abriu-se uma nova rocha, como se de uma porta se tratasse, e viram uma lagoa lindíssima com vários barcos atracados. - Agora percebo - disse João - aqueles buracos profundos que estavam na entrada da gruta vêm dar aqui, não é ? - És muito perspicaz rapaz, esses buracos em pedra com vários metros de profundidade vêm, de facto, dar a esta lagoa, fazendo escoar a água do mar de dentro da gruta, evitando que as pessoas fiquem lá presas durante a maré cheia - disse o velho, já com um sorriso nos lábios. - Quer dizer que até na maré cheia os piratas poderiam vir para o seu esconderijo e daqui partirem para o mar! - disse Rui, entusiasmado. Subitamente, alguém tocou nas costas dos rapazes. Aterrorizados e com calafrios, viraram-se de repente. - Não tenham medo. Não vos vou fazer mal! Repararam, então, que era apenas o senhor dos correios que os tinha ajudado. - O senhor também sabia deste esconderijo?- perguntou João. - Sim, claro que sabia, esta era a base secreta de Henry, um pirata de quem ali o velho capitão Ramiro é descendente. E nós andamos, sempre, a afugentar os caçadores de tesouros deste sítio, por isso é que vimos aqui muitas vezes. O meu sonho é que um dia possamos fazer um museu com todos estes artefactos. O que acham? - perguntou Almerindo. - Eu acho uma ótima ideia! - concordou Rui imediatamente. - Até poderíamos vender livros e histórias na livraria! – respondeu Jacinto. - Eu acho que se todos fizermos uma petição talvez possamos criar um museu na vila! - disse João. E assim foi, juntaram-se todos os habitantes para ajudar e fizeram um museu dos melhores que este mundo já viu. Em honra do nosso grande capitão pirata Henry, deixaram o seu maior barco na praia para que algum aventureiro, como Rui e João, pudesse, um dia, sonhar em ter uma aventura tão maravilhosa quanto esta!

Eduardo Moita Ladeiras Coutinho dos Santos, nº14, 7ºA


Anaconda – A ressurreição da rainha Anaconda

Há sete anos atrás, Diogo Vanzeller tinha tirado a esmeralda do veneno do templo da Anaconda em busca de uma cura para o cancro, mas o que ele não sabia é que esse ato iria despertar a rainha Anaconda. Agora, passados sete anos, estamos a ver as consequências, o número de mortes por Anacondas é cada vez maior. O rapaz chegou mesmo a pensar que aquilo podia estar relacionado com a esmeralda do veneno. Então, resolveu voltar ao templo da Anaconda, mas primeiro tinha que encontrar uma boa equipa, pois o caminho era muito difícil e, a cada momento, com novos perigos à espreita. Diogo procurou preparar bem essa viagem. Assim, fez primeiro algumas leituras, pesquisou informação e organizou mentalmente a viagem. Foi buscar o melhor médico especializado em venenos, o melhor guia da selva Amazónia, o melhor construtor de barcos e o melhor navegador. Tudo parecia perfeito. Acompanhado desta bela equipa de especialistas, partiu com um barco pelo rio Amazonas. O tempo estava péssimo, chovia a cântaros e as correntes eram muito fortes. No segundo dia, a intempérie acalmou, mas o barco ficou muito danificado e tiveram que continuar o caminho a pé. Tudo estava a correr bem, porém, de repente, o navegador levou com um dardo no pescoço e adormeceu. Aconteceu o mesmo com o médico e com a restante equipa. Quando acordaram, viram que tinham sido capturados pela tribo dos dentes venenosos, a qual tinha como deusa a rainha Anaconda e, pelos vistos, os nossos heróis iriam ser o seu pequeno-almoço. No momento em que eram levados até ao fosso onde estava a rainha Anaconda, Diogo, com os pés, conseguiu agarrar na lança de um guarda da tribo, cortou as cordas que o amarravam e, logo de seguida, deu cinco socos, um em cada guarda. Depois, desamarrou o resto da equipa. Um guarda conseguiu libertar a rainha Anaconda. Esta tinha cerca de quinze metros de altura, era castanha, com manchas avermelhadas, a boca enorme e conseguia comer pelo menos três pessoas de uma vez. O grupo fugiu, então, para a selva, mas Anaconda era persistente e continuou a segui-los até que ficaram encurralados. Ou era a Anaconda ou a cascata. Tentaram matá-la com metralhadoras e granadas. Tudo em vão. Finalmente, saltaram.


- Não consigo ver nada, a água está vermelha – exclamou Diogo. Espera… o que é isto … um ninho de Anacondas?!!!!! - Não!! A minha equipa está a ser devorada à minha frente!! Então, Diogo usou as suas últimas granadas para matar as Anacondas, mas era tarde demais. Estavam todos mortos. Saiu de imediato da água e jurou que iria matar a rainha Anaconda, nem que fosse a última coisa que fazia na sua vida. Como não tinha armas, a não ser uma granada, fez uma lança, um arco e dez flechas e envenenou a lança e as flechas com o veneno das Anacondas. Então, foi ao templo da Anaconda que se situava num precipício e gritou: - Rainha Anaconda, estou aqui para vingar todas as pessoas que mataste. Agora, vais morrer!!!. A rainha apareceu, estava no topo do templo. Determinado, Diogo lançou as dez flechas, seis acertaram as outras falharam. Anaconda desceu do templo, estava mesmo à frente do nosso herói. Este espetou-lhe a lança na cabeça, mas não chegou. Subitamente, a cobra comeu-lhe o braço onde estava a granada e esta explodiu. - Consegui!! Consegui!! Vinguei-vos e salvei o mundo!!!!. Com aquela bela sensação de dever cumprido, Diogo voltou para a sua terra e deu a notícia a todos. Grande história, grande momento aquele digno, certamente, de um bom livro ou filme. Como é evidente, foi admirado e elogiado por todos. Em sua honra e do resto da equipa fizeram uma estátua em ouro de todo o grupo a matar Anaconda. E deste modo se imortalizaram os heróis.

FIM

Diogo Vanzeller, nº. 12 7º A


Uma viagem à Floresta dos Livros O Rui, a Joana, o Pedro e a Daniela tinham ganho um concurso literário. Tudo começou quando o Rui viu na televisão um concurso cujo prémio era uma semana numa floresta, com campismo, adrenalina e aventura. Então, ligou aos outros e sugeriu-lhes que participassem. Cada um enviou um trabalho e o da Joana venceu. Uma semana depois, partiram de avião. Quando entraram, estavam todos entusiasmadíssimos: ─Uau! Nem acredito que ganhámos! ─ afirmou a Joana. ─Vai ser tão “fixe”! ─Pois é… Eu adoro explorar! ─ exclamou o Rui. E continuaram a falar, todos animados, até que, de repente, ouviram: ─Piloto automático desativado - numa voz mecânica. Apreensivos, foram até à cabina e assustaram-se quando viram que não havia piloto e estavam a despenhar-se. Entraram todos em pânico até que, no meio da correria, o Pedro viu quatro paraquedas. Acalmou-se e chamou os outros. As miúdas, quando viram os paraquedas e perceberam a sua ideia, exclamaram em coro: ─O quê?! Eu não vou saltar daqui! Estás parvo ou quê? ─Temos de saltar! Se não saltarmos, vamos morrer! Sem alternativa, mas completamente amedrontadas as raparigas concordaram. Na altura de saltar, deram as mãos e o Rui disse: ─Saltem! Visto que era o único com experiência de paraquedismo, saltou e arrastou os outros. No momento de abrir os paraquedas, gritou: ─Abram agora! Abriram e desceram suavemente até ao chão, exceto a Joana, que ficou presa numa árvore e tiveram de cortar o paraquedas com o canivete do Pedro. Quando olharam à volta, repararam imediatamente que era uma floresta fora do normal. As árvores brilhavam fantasmagoricamente, o chão


parecia coberto de ossos que se desfaziam quando se tocava neles, não se via Sol e a floresta inteira parecia cheia de portas, alçapões, janelas, mas… observando melhor…eram livros, muitas e variadas capas de livros… O grupo exclamou em sintonia: ─Uau!!! O Rui, que não conseguia ficar parado, correu a abrir um dos livros, mas fechou-o imediatamente: ─Não acredito. Está um leão enorme por detrás desta capa! Que história será esta?! ─Olha, nesta estava um diabo! Que estranho! – exclamou o Pedro. ─Então… - calculou a Joana – em cada uma delas deve uma personagem perigosa… uma espécie de armadilha… Receosos de encontrar novas surpresas, decidiram acampar ali. Tiraram a tenda e o Pedro distribuiu tarefas. Tinham que fazer uma fogueira, encontrar comida e prevenirem-se contra os perigos que ali proliferavam. Meia hora depois, estavam todos reunidos. ─ Encontrámos um esquilo morto e uns frutos ali numa árvore ─ disseram as raparigas. ─ Eu consegui arranjar uns ramos. Mas estes ramos são estranhos. Parece que se mexem. ─ exclamou o Rui ligeiramente enjoado. ─Certo, já percebemos que aqui tudo é um tanto esquisito. Parece que estamos num mundo de verdadeira ficção. Olhem, estão a ver aquela montanha? ─ disse o Pedro, apontando. ─ Eu acho que a saída deve ser por ali. Passaram a noite naquele lugar e, quando acordaram, arrumaram tudo e começaram a andar. Estavam tão desejosos de sair dali que nem repararam que estavam a ser seguidos. Caminharam em direção à montanha, passaram por muitos e estranhos livros de espessuras e letras diversas, cada um mais estranho que o outro. Receavam que algo saltasse dali, mas, durante os três dias seguintes, nada aconteceu. No quarto dia, o Rui, de repente, soltou um grito: ─ Cuidado!


Quando se viraram para trás, viram um ogre verde, com olhos esbugalhados, com cerca de três metros. Só usava uns calções rasgados gigantes e, na mão, tinha uma moca. De que história teria ele saído?!! Ficaram aterrorizados, mas o ogre estacou, sem se mexer. Olhando com mais atenção, perceberam que tinha um ar triste e entenderam porquê, tinha um pico gigante espetado no pé. Parecia que o ogre só queria ajuda. Ou talvez não. Talvez pretendesse também ajudá-los. Então, aproximaram-se e, com toda a força conjunta, arrancaram o espinho. O ogre soltou um suspiro gigante. Apontou para eles, depois para o seu ombro e olhou a montanha. ─ Não percebem? Ele quer ajudar-nos. Vamos ─ sugeriu o Rui. Já no ombro do animal, chegaram à base da montanha ainda nesse dia. Então, o ogre pousou-os e despediram-se. Que boa ajuda ele lhes dera! ─ Ah! Isto não é uma montanha, é uma ravina, e bem grande! Como vamos chegar lá acima? Observaram atentamente a montanha, até que o Pedro exclamou: ─ Já sei! Olhem as raízes das árvores. Podemos trepar por elas… Era uma boa ideia. Começaram a trepar e quase que caíram várias vezes, mas quando chegaram ao topo, ficaram boquiabertos: ─ Isto é … uma base militar! ─ exclamou a Daniela. Quando os guardas os viram, indagaram como é que ali tinham chegado e eles responderam que se tinham despenhado. Os guardas deixaram-nos voltar para casa desde que prometessem não contar a ninguém. E não contaram. Mas pensaram para si próprios que, um dia, toda aquela história iria ser objeto da sua escrita. Talvez num novo concurso literário….


Imagem a partir da qual foi elaborado o conto.


O Coelho desconhecido

Era meados de março, estava um dia solarengo e todos os miúdos andavam no parque com um cesto de madeira e com um grande sorriso na face. À janela, estava um menino chamado Marco. Ele era o único que estava com uma cara de espanto, mas ao mesmo tempo parecia algo assustado. O menino era estrangeiro e, desse modo, ainda não conhecia os costumes daquele país. Com bastante espanto, Marco espreitava pela janela e observava todos os miúdos que se apresentavam na rua, perguntando-se a si mesmo: “porque seria que andava toda a gente com cestos cheios de ovos?” De repente, algo interrompe o seu pensamento. Mas o que seria aquilo? Era branco, andava aos saltinhos e deixava ovos por todo lado. Após ter observado tal coisa, Marco apercebeu-se de que era um coelho gigante que andava por ali a pôr ovos e as crianças iam-nos apanhando. Ao princípio, assustou-se, mas acabou por se colocar de novo a questão: porque seria que os miúdos faziam aquilo? Então, Marco foi ter com o pai para que este lhe explicasse a situação com que se deparara. A primeira reação do seu pai foi soltar uma gargalhada, mas no fim explicou a Marco porque é que tal coisa acontecia. No fim de tudo explicado, o menino expressou tal sorriso, com tanta alegria, que foi a correr para a rua apanhar também alguns ovos. Inês Casimiro Mariana Marçal – 7º A


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