Introdução Esta é o sétimo de uma série de relatórios anuais sobre inovação no ensino, aprendizagem e avaliação. Os The Innovating Pedagogy reports dirigem-se a professores, responsáveis pela educação, académicos e a todos os que se preocupam com a forma como a educação poderá mudar nos próximos dez anos. A presente edição é o resultado da colaboração entre investigadores do Institute of Educational Technology da The Open University, Reino Unido, e do Norway’s Centre for the Science of Learning & Technology (SLATE). Compartilhámos ideias, propusemos inovações, lemos artigos científicos e blogs e comentámos as contribuições preliminares de cada um. Trabalhámos juntos para compilar esta edição listando novos termos, teorias e práticas educativas, e depois reduzindo-os para aqueles que têm o potencial de provocar grandes mudanças na prática educativa. A edição de 2019 apresenta dez pedagogias que já influenciam a prática educativa ou oferecem oportunidades para o futuro. Por "pedagogias inovadoras" refereimo-nos a teorias e práticas de ensino, aprendizagem e avaliação, novas ou alteradas, para um mundo tecnologicamente moderno. De acordo com os temas da inovação e do futuro, os relatórios são agora publicados no início de cada ano. Este sétimo relatório, Innovating Pedagogy 2019, foi publicado em janeiro de 2019, no início do 50º ano da The Open University. Apresenta-se depois do sexto relatório, Pedagogia da Inovação 2017, publicado em dezembro de 2017.
O futuro da educação Durante o ano passado, novas abordagens à educação ocuparam muitas vezes as manchetes dos jornais. Uma universidade em Londres testou o uso de conferencistas em hologramas que pareciam falar com os alunos em muitas salas ao mesmo tempo. Uma escola na China anunciou que estava a utilizar um software de reconhecimento facial para monitorizar a atenção dos alunos nas aulas. O Facebook criou um programa de aprendizagem online, que levou os alunos 6
Pedagogias Inovadoras 2019
de Nova Iorque a abandonar a sala de aula onde estava a ser utilizado. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, anunciou a intenção de criar uma série de escolas onde a criança seria o cliente. Numa entrevista na revista Wired, o especialista em inteligência artificial (IA) Sebastian Thrun disse: “Com a IA, poderíamos transformar todas as pessoas em peritos imediatos… Não necessitaríamos de passar 10.000 horas a aprender alguma coisa. Imagine se pudesse tornar-se num médico de renome mundial de um dia para o outro.” Embora todas estas abordagens pareçam novas, estão enraizadas em entendimentos limitados da educação. Embora se apresentem como entusiasmantes, apresentam algo de desanimador. Cada uma apresenta a aprendizagem como algo a ser consumido, como um conjunto de factos e competências que devem ser transferidos de especialistas para alunos. A aprendizagem não é apresentada como uma atividade agradável ou estimulante. O papel do professor é negligenciado, ou apresentado como algo que no futuro será simulado por uma máquina. O papel do aluno é reduzido ao de um cliente ou consumidor. O especialista em ensino online Stephen Downes aponta uma perspetiva diferente. No seu roadmap para o ensino e aprendizagem na era digital, argumenta que o futuro do sistema educativo, “o âmago da aprendizagem encontra-se não naquilo que é definido no currículo, mas na forma como os professores ajudam os alunos a descobrir novas possibilidades a partir de coisas familiares e coisas novas” Esta é a visão que adotámos ao compilar este