Lieracias cívicas e críticas: Refletir e praticar

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Manuel Pinto mpinto@ics.uminho.pt Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), Universidade do Minho, Portugal

Prefácio: conceitos e práticas Sendo este um livro virado para as reflexões e práticas em literacia informativa e mediática, faz sentido dedicar alguma atenção aos conceitos que utilizamos. Na verdade, as nomenclaturas que nos têm servido são importantes na medida em que nos entendemos com elas. Mas as mudanças culturais, tecnológicas e civilizacionais que vivemos trazem questões novas que vale a pena considerar. Neste terreno conceptual, há sempre que contar com fenómenos de moda, mas, talvez mais ainda, há que considerar os contextos que pressionam no sentido de encontrar respostas a novas questões. Assim, quando, nos anos 60 e 70, se começou a prestar alguma atenção aos média (aos self e aos mass media, como então se dizia), havia quem pusesse a tónica na tecnologia e no seu papel na educação (tecnologia educativa) e quem pusesse o papel no multidimensional campo mediático (educação para os média). Como se tratava de aprender novas linguagens (por exemplo, a linguagem da imagem ou do audiovisual), pegou em alguns meios a metáfora da alfabetização mediática. Mas já nessa altura, Halloran e Jones (1986) chamavam a atenção, num documento editado pela UNESCO, que toda a educação para os média só fazia sentido se proposta como uma “educação para a comunicação”. À medida que se foi consolidando uma perspectiva de educação avaliada por parâmetros e indicadores de pendor quantitativo, foi-se consolidando o conceito de literacia sobre os média ou, simplesmente, mediática. Entendia-se e ainda se entende que há processos de aquisição de conhecimentos, competências e atitudes para compreender e usar criticamente os média e há resultados, naturalmente diferenciados, mas mensuráveis desses processos. Já no século XXI, perante a explosão da sociedade da informação, cada vez mais digital, a UNESCO desencadeou uma ação à escala global, que tem vindo a ganhar forma. Apostou em iniciativas de largo espectro para fazer dialogar e convergir duas áreas em que a organização 7 Prefácio: conceitos e práticas


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