Portugal Global #58

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Portugalglobal Pense global pense Portugal

Entrevista

Carlos Melo Ribeiro Os desafios da Siemens em Portugal 6

Destaque Joalharia e Ourivesaria Indústria que vale ouro 12

Mercados

Argélia Um mercado prioritário 28

Setembro 2013 // www.portugalglobal.pt

Empresas Garland 26



Setembro 2013 // www.portugalglobal.pt

sumário Entrevista // 6 A Siemens é uma empresa incontornável em Portugal, onde está presente há mais de cem anos. Em entrevista, Carlos Melo Ribeiro, CEO da Siemens Portugal, passa em revista a história da empresa e fala dos principais desafios que se colocam quer à empresa, quer a Portugal.

Destaque // 12 A indústria da joalharia e ourivesaria tem grande tradição em Portugal, sendo um sector maduro e com grande potencial de crescimento, nomeadamente no que respeita às exportações. O recurso às novas tecnologias para produção de materiais diferenciados, inovadores e com design marcam um novo paradigma nesta indústria, potenciando a sua projecção internacional.

Empresa // 26 GARLAND: aposta segura em Portugal.

Mercados // 28 A Argélia é um mercado de grande dimensão e próximo de Portugal, onde existe potencial para uma maior presença das empresas portuguesas. Neste dossier, as análises do Embaixador de Portugal em Argel, António Gamito, e do Director do escritório da AICEP no mercado, João Renano Henriques. Conheça ainda o testemunho do BES e da empresa Teixeira Duarte sobre a sua presença no mercado argelino.

Análise de risco por país – COSEC // 40 Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 43 Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 46 Bookmarks // 48


EDITORIAL

Revista Portugalglobal Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 578

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Conselho de Administração Pedro Reis (Presidente),

Empreendedorismo exportador

José Vital Morgado, Manuel Mendes Brandão, Pedro Pessoa e Costa (Vogais)

Directora Ana de Carvalho ana.carvalho@portugalglobal.pt

Redacção Cristina Cardoso cristina.cardoso@portugalglobal.pt Vitor Quelhas vitor.quelhas@portugalglobal.pt

Colaboram neste número Amélia Monteiro, António Gamito, Carlos Caria, Cristina Filipe,

Portugal é um pequeno-grande país caracterizado não só por uma imensa diversidade em matéria de geografia, paisagem, clima, recursos, história e cultura, como também pela sua actividade económica, que se estende da multiplicidade dos sectores produtivos à dinâmica do tecido empresarial, bem como à história do seu empreendedorismo que se recria e se desafia, tanto no contexto interno como externo, numa procura constante de novas apostas em investimento, inovação, produtos e mercados.

Direcção Grandes Empresas da AICEP, Direcção de Informação da AICEP, Direcção Internacional da COSEC, Direcção PME da AICEP, Elisa David, Elisabete dos Santos, Fátima Santos, Farinha Gonçalves, Filipe Silva, João Renano Henriques, Ricardo Acabado.

Fotografia e ilustração ©Fotolia, Rodrigo Marques.

Publicidade Cristina Valente Almeida cristina.valente@portugalglobal.pt

Secretariado Cristina Santos cristina.santos@portugalglobal.pt

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Paginação e programação Rodrigo Marques rodrigo.marques@portugalglobal.pt ERC: Registo nº 125362

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Os três temas que hoje propomos aos leitores – o sector da joalharia/ourivesaria, a história da Siemens Portugal, e as suas renovadas apostas, e ainda o mercado da Argélia – são bem demonstrativos da dinâmica inovadora e empreendedora do país. A joalharia e a ourivesaria são uma indústria com prestigiada tradição em Portugal. Actualmente, em função das acentuadas mudanças na economia e no mercado, tanto a nível nacional como global, o sector atravessa uma fase decisiva de mudança de paradigma, modernizando-se e reinventando-se, com forte investimento na formação, inovação e design. Nas páginas do nosso destaque pretende-se mostrar alguns dos aspectos mais relevantes dessa mudança, entre os quais a relação cada vez maior das empresas com a universidade e com os centros de formação, e a crescente vocação exportadora do sector. Em entrevista temos a história de uma grande empresa com fortes laços históricos com Portugal. Carlos Melo Ribeiro,

CEO da Siemens Portugal, empresa que esteve associada desde 1905 à industrialização e ao desenvolvimento do país, fala do trajecto, do futuro e dos desafios que tanto a Siemens como Portugal têm enfrentado e estão a enfrentar com sucesso. Primeiro gestor português da empresa, Carlos Melo Ribeiro traça urna panorâmica da actividade da multinacional alemã, forte exportadora, cuja participação se estendeu do processo de electrificação do país ao desenvolvimento do transporte ferroviário, passando pelo pioneirismo da abertura das universidades às empresas e pela contribuição substancial da Siemens para o emprego e a formação qualificada. O mercado argelino, porque forte receptor da exportação e do investimento portugueses, é aqui abordado numa óptica de informação que se quer útil para as empresas. Na realidade, a Argélia é a maior economia da região do Magrebe e uma das mais importantes do continente africano. O fluxo das exportações nacionais para a Argélia demonstra, aliás, o interesse que este mercado desperta junto das empresas portuguesas, não só no sector das obras públicas e construção, como também noutros que merecem destaque corno sejam as tecnologias de informação e comunicações, o ambiente, a metalomecânica, o agro-alimentar, os têxteislar, o mobiliário, e a distribuição, sendo as oportunidades de negócio nestas áreas de actividade económica muito atractivas e um desafio interessante para o espírito empreendedor nacional. PEDRO REIS Presidente do Conselho de Administração da AICEP



ENTREVISTA

Carlos Melo Ribeiro CEO da Siemens Portugal

“ESTIVEMOS SEMPRE PRESENTES NA MODERNIZAÇÃO DO PAÍS” Presente em Portugal há mais de um século, a Siemens continua a crescer, mesmo numa conjuntura económica adversa, aumentando e diversificando as exportações (sobretudo serviços) que chegam já a mais de meia centena de países. Carlos Melo Ribeiro, CEO da Simens Portugal, orgulha-se de estar à frente de uma empresa que participa na modernização do nosso país desde 1905, papel que pretende reforçar graças a uma estratégia que antecipa o futuro e que se reinventa e adapta ao acelerado mundo em que vivemos. Numa multinacional que tem presença em 190 países, incluindo Portugal, Carlos Melo Ribeiro é o CEO de filial com mais anos no cargo. Em entrevista, o presidente da Siemens Portugal passa em revista a história da empresa, mas fala também do futuro e dos principais desafios que se colocam quer à empresa quer a Portugal. 6 // Setembro 13 // Portugalglobal


ENTREVISTA Com uma presença centenária no nosso país, a Siemens actua hoje em vários sectores de actividade sendo uma referência incontornável no que respeita ao investimento directo estrangeiro em Portugal. Pode apontar os principais factos que marcaram a história da Siemens em Portugal? A Siemens está oficialmente em Portugal desde 1905, mas o primeiro produto de que temos memória foi o fornecimento de um forno contínuo com regeneração de calor para a fábrica dos irmãos Stephens, na Marinha Grande, e que deu origem à indústria vidreira e de moldes da região. Estamos presentes na industrialização do país desde o princípio. Aliás, a aptidão da Siemens foi sempre participar em projectos relacionados com electricidade, motorização e automação. Nesse sentido, a empresa participou activamente no processo de electrificação do país, esteve presente no desenvolvimento do transporte ferroviário desde o início, desde a electrificação da linha de Sintra aos carros eléctricos da STCP, no Porto, e à linha de comboio de Cascais em 1946 e, mais tarde, no fornecimento de várias soluções, incluindo carruagens automotoras, para o Metro de Lisboa nos anos 50, entre outros. As primeiras fábricas da Siemens em Portugal surgiram nos anos 60, quando o país era atractivo enquanto destino de descentralização da produção da Alemanha para outros países, tendo avançado, nos anos 70, com a produção essencialmente baseada na mão-de-obra barata. Quando entrei na empresa, como o primeiro português a liderar a Siemens em Portugal, em 1995, a empresa tinha oficialmente 80 anos no país e, até então, o cargo tinha sido sempre ocupado por alemães. A experiência que tinha adquirido no estrangeiro, onde trabalhei vários anos, permitiu-me ver que era a altura certa para mudar o conceito de negócio em Portugal, essencialmente baseado na produção low-cost. Nos anos 90 Portugal já estava a modernizar-se, pelo que decidimos elaborar uma estratégia/ visão para dez anos: passámos das fábricas low-cost para fábricas de alta tecnologia. Quais as principais mudanças contidas nessa estratégia? Investimos em fábricas em Évora e no Norte do país de respectivamente condensadores e semicondutores com muito sucesso, mas nos finais dos anos 90 surgiu uma forte concorrência por parte dos países asiáticos, designadamente da China, e do Leste Europeu, e foi necessário reorientar essa estratégia. A Siemens orientou, então, a sua actividade para a engenharia e software reforçando a divisão das telecomunicações, outra das grandes áreas da empresa em Portugal, com mais de mil engenheiros altamente qualificados. Posteriormente, com a saída das telecomunicações para uma joint-venture com a Nokia (NSN), a empresa começou a desenvolver ainda mais as áreas das Infra-estruturas e Energia com grande participação, por exemplo, na EXPO’ 98 e no Euro 2004, onde conseguimos criar novas competências para o mundo (como por exemplo, nos aeroportos).

Noutro domínio, a Siemens Portugal contribuiu definitivamente para a abertura das universidades às empresas. Fomos pioneiros na forma de cooperação com as universidades, principalmente através da área das telecomunicações, que se encontrava em grande crescimento e na qual juntámos parcerias internacionais com institutos e universidades de diferentes países, incluindo com as portuguesas. Hoje já é prática comum as universidades trabalharem em conjunto com as empresas. Nesta ultima década, investimos mais de mil milhões de euros e criámos mais de 6 mil postos de trabalho em áreas de tecnologia de ponta, a maioria dos quais ainda se mantêm no país.

“Nesta ultima década, investimos mais de mil milhões de euros e criámos mais de 6 mil postos de trabalho em áreas de tecnologia de ponta, a maioria dos quais ainda se mantêm no país.”

A Siemens colocou no mercado e vendeu os componentes e, mais recentemente, as telecomunicações alterando de novo a sua estratégia. Uma das grandes características quer da Siemens, quer de outras companhias, hoje em dia, é precisamente estar sempre a reinventar-se e a reestruturar-se. Se não o tivéssemos feito consecutivamente e continuássemos a fazer só o mesmo que fazíamos há 10 anos, provavelmente já não existiríamos em Portugal com esta dimensão. A empresa continua a crescer mesmo nesta conjuntura adversa? Temos estado a crescer em actividades novas, ou seja, a reinventarmo-nos. Isso tem-nos ajudado a compensar o volume perdido em Portugal, onde a nossa economia contraiu cerca de 40 por cento. Nos últimos anos aumentámos em 500 o número de colaboradores do GSS – global shared services em finanças, recursos humanos e compras – que exportam serviços dentro do mundo Siemens. O sector dos serviços partilhados é uma das áreas onde Portugal se pode afirmar. A nossa estratégia foi sempre ir mais longe. Uma filial de uma multinacional como a Siemens, que está em 190 países, é responsável apenas pelo país onde se encontra, neste caso por Portugal. Mas nós desde sempre vimos que não podíamos sobreviver apenas com o pequeno mercado de Portugal e, por isso, especializámo-nos em serviços de valor acrescentado exportáveis para todo o mundo. E hoje, quando faltam 100 mil engenheiros na Alemanha e muitos outros no Norte da Europa, estamos a aproveitar esta grande oportunidade para a Siemens Portugal, quer nos serviços onde temos competências, quer com a engenharia made in Portugal.

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ENTREVISTA Refere-se à ida de engenheiros portugueses para a Alemanha ou da deslocalização desses serviços para cá? Quando faltam só na Alemanha 100 mil engenheiros e estima-se que vão faltar 200 mil dentro de 10 anos – refiro-me a todas as áreas globalmente – temos de aproveitar todas as oportunidades. Porque se há uns anos vendíamos essencialmente serviços, hoje isso só não chega: vendemos serviços e enviamos técnicos para outros locais, porque a escassez é muito grande. Só em 2013 já contabilizámos mais de 220 delegações de colaboradores a trabalhar em projectos fora do país e que na sua maioria são técnicos e engenheiros.

mara de Comércio Luso-alemã e o Estado português, que deu origem à ATEC, uma escola de formação que integra a Volkswagen, a Siemens e a Bosch. No início a escola formava 50 alunos por ano, agora forma 500. São técnicos profissionais que o país foi perdendo com a alteração do modelo escolar nos anos 70 e que são uma das grandes forças de países como a Alemanha. Actualmente, o objectivo é aumentar o ensino profissional em toda a Europa.

Além disso temos 10 centros de competência a vender engenharia para o mundo, que já geraram mais de 350 milhões de euros em receitas com a exportação de know-how e engenharia nas áreas de energia, infra-estruturas, saúde e indústria, um valor que corresponde a cerca de 30 por cento das vendas da Siemens Portugal. E quando se vende engenharia e serviços, o valor acrescentado em Portugal é praticamente de 100 por cento. Essa tem sido a nossa estratégia principal. Para isso temos tantos projectos de investigação com as universidades, temos parcerias. Recentemente assinámos um protocolo com o Estado assumindo o compromisso de cooperar activamente no desenvolvimento da “engenharia made in Portugal”, através do qual a Siemens oferece sistemas de planeamento virtual de produto (PLM) e de processos de fabricação/automação às universidades e politécnicos das áreas da engenharia, colaborando igualmente na sua formação e em estágios.

“Temos 10 centros de competência a vender engenharia para o mundo, que já geraram mais de 350 milhões de euros em receitas com a exportação de know-how e engenharia nas áreas de energia, infra-estruturas, saúde e indústria, um valor que corresponde a cerca de 30 por cento das vendas da Siemens Portugal.”

Dois exemplos emblemáticos da utilização destes sistemas são a preparação do veículo Mars Rover que aterrou em Marte e a utilização desta mesma aplicação no desenvolvimento de carros e corridas Fórmula 1, que tem levado a Red Bull às vitórias. A poupança em tempo e em protótipos é inquestionável. Onde é que recrutam os engenheiros para a Siemens? Nas universidades portuguesas, que fornecem uma educação de qualidade e são uma boa escola de engenharia. Nós temos uma grande vantagem em Portugal ao poder dispor de uma estrutura altamente profissional, com projectos de grande complexidade onde os jovens podem adquirir experiencia – somos uma segunda escola. Essa é a grande diferença. A Siemens foi a primeira empresa a criar uma escola profissional com o ensino Dual alemão, há 20 anos, com a Câ-

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E nós, ou melhor, o país tem uma formação de qualidade. Não há ano nenhum em que a Siemens Portugal não ganhe um prémio internacional relacionado com engenharia. Qual o posicionamento da Siemens Portugal no Grupo Siemens? Temos muito boa reputação e, como disse, não há ano em que não nos distingam com um prémio numa ou noutra área, reconhecendo as nossas elevadas capacidades. A nossa estratégia há muito que é de nicho. Nós somos um país pequeno e podemos trabalhar bem com nossos 2.000 engenheiros. O trabalho que fazemos é bom e isso reflecte-se internacionalmente. O prestígio que temos na Alemanha deve-se ao facto de termos conseguido antecipar o futuro. Um dia que isso não aconteça, em que não nos antecipemos, esse prestígio pode desaparecer rapidamente de um ano para o outro. O mundo hoje é muito rápido e não se compadece com quem não se prepara e não trabalha bem. Foi essa capacidade de antecipação, a tal visão a 10 anos, que nos continua a dar prestígio. Quais as principais áreas de negócio da empresa actualmente e quais os projectos em curso em cada uma destas áreas? Que projectos destacaria como mais emblemáticos? A Siemens tem quatro sectores principais. A energia, que engloba a produção e a distribuição, é neste momento o maior sector. Recordo que participámos em três das quatro


ENTREVISTA grandes centrais de produção (Tapada do Outeiro, Ribatejo e Pego), obras grandes e complexas que foram terminadas dentro ou abaixo do orçamento e no tempo certo. Um outro sector é o da indústria, com destaque para a automação e a electrificação, em que trabalhamos já há muito tempo. Temos também o sector da saúde, à qual a Siemens já estava tradicionalmente ligada, sendo hoje o maior fornecedor do mundo no ramo dos cuidados de saúde porque, além da electromedicina, alargou as suas competências através da aquisição de empresas de diagnóstico para análises “in vitro”. Um dos projectos emblemáticos da Siemens Portugal neste domínio é o Hospital da Luz, que é um dos melhores da Europa e até mesmo do mundo, estando equipado com os melhores

“O prestígio que temos na Alemanha deve-se ao facto de termos conseguido antecipar o futuro.”

e mais avançados sistemas de softwares e hardware. Posso adiantar que este ano estamos a conseguir finalmente trazer para Portugal mais um centro de competência para a modernização dos hospitais que é único na Europa para além do existente na Alemanha. Trata-se de um novo projecto em que estamos a fazer uma grande aposta, tendo em conta que a área da saúde e do bem-estar será aquela que vai dominar a

MOBILIDADE E TURISMO SÃO DESAFIOS PARA O FUTURO Há perto de 30 anos na Siemens e há quase 20 anos como CEO da empresa em Portugal, Carlos Melo Ribeiro é o líder da multinacional alemã mais antigo em funções. Licenciado em Economia (Universidade Técnica de Lisboa) e em Gestão (Universidade Católica), com um MBA do Boston College (EUA), o presidente da Siemens Portugal tem desempenhado um relevante papel na aproximação das economias portuguesa e alemã e no aprofundamento das relações entre os dois países. Defende a “Engenharia made in Portugal”, a construção da linha para o comboio de alta velocidade e um novo aeroporto em Lisboa, já que considera que o futuro de Portugal passa, entre outros aspectos, pelo turismo, através da entrada de mais turistas e consequente aumento de receitas, bem como pelo forte impacto que esta indústria tem na economia do país. “A mobilidade, que é um dos grandes desafios da civilização, só tem duas vias, a aérea e a ferrovia, pelo que a prazo vamos ter de avançar para a construção de um novo aeroporto em Lisboa. Portugal não recebe mais turistas por ano por falta de capacidade das infra-estruturas. Acredito que o futuro do país vai ser o turismo e todos os serviços e indústrias que são necessárias para o fornecer.” afirma. Além de participar num grupo de empresas alemãs que apoiam Portugal na captação de investimento alemão, Melo Ribeiro participa num Grupo de trabalho que se concentra em captar turistas alemães para o nosso país, que “são os que gastam mais e os que ficam mais tempo”.

economia daqui a uns anos. Em Portugal já temos bons players no cluster da saúde, com boas fundações e projectos de investigação. Consideramos a área da saúde como uma das principais áreas de futuro e estamos muito interessados em tudo o que é investigação e desenvolvimento em Portugal. A Siemens juntou recentemente várias áreas num sector novo a que chamou infra-estruturas e cidades, baseada no

“Há apenas 800 mil alemães a visitar-nos anualmente há mais de 10 anos. Mas há mercado e objectivos de atrair mais um milhão”, defende. “O turismo é o maior sector exportador do país, que dá emprego a dezenas de milhares pessoas, e podem estar várias indústrias a trabalhar para este mercado. Portugal recebe cerca de 12 milhões de turistas por ano, mas tem potencial para crescer muito mais”, considera ainda o CEO da Siemens Portugal.

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ENTREVISTA conhecimento das mega tendências e, mais precisamente, com o crescimento das mega cidades. O grande desafio do futuro terá lugar nas cidades e a Siemens juntou todas as suas soluções e serviços relacionados com mobilidade, eficiência energética de edifícios, redes inteligentes, entre outros, nesta nova área de negócio. A mobilidade é, aliás, uma das grandes áreas em que sempre estivemos presentes em Portugal, onde além da forte intervenção nos transportes ferroviários estamos também envolvidos na mobilidade eléctrica com o projecto MOBI.E., que tem em Portugal as condições ideais para se destacar – é um facto que o carro eléctrico vai ter grande importância no futuro, principalmente nas cidades. Também estamos a colaborar no autocarro eléctrico em parceria com a Salvador Caetano, com projectos interessantes para o grupo Siemens. Desde o início que estamos presentes no transporte ferroviário em Portugal, somos o principal player em termos de capacidade instalada, desde os metros e os suburbanos às locomotivas. Espero que os projectos ferroviários que estão em curso continuem. Por exemplo, a ligação Sines - Euro-

“Nós estamos a tentar ajudar Portugal a crescer, nomeadamente através da formação dos seus quadros e das exportações do nosso trabalho.”

pa vai ter de se fazer pois é essencial, mas é preciso que seja feito já pensando num futuro upgrade para o transporte de passageiros. O “renascimento” da linha férrea para passageiros é muito importante pela capacidade que tem de transportar grandes massas, uma vez que o transporte

A SIEMENS PORTUGAL EM NÚMEROS • Cerca 2.500 colaboradores (2012); • 900 colaboradores dedicados à exportação; • 500 colaboradores no Global Shared Services (GSS) de Lisboa (serviços de recursos humanos, fornecedores, gestão de clientes e finanças); • 10 centros de competência que facturaram 350 milhões de euros até 2012; • Exportação de serviços atinge 30 por cento do volume de negócios global; • Sete áreas principais no âmbito da estratégia a 10 anos “Fazer crescer Portugal”: energia e eficiência energética, indústria e produtividade, mobilidade e logística, cidades e sustentabilidade, economia da saúde, economia do mar, economia do turismo e serviços de valor acrescentado.

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aéreo tem o espaço limitado. Não podemos abandonar os projectos de alta velocidade e/ou velocidade elevada pois vão ser a única alternativa para o transporte de “massas”. Em resumo, nós participámos em todas as fases da modernização da produção de energia, participamos nas principais instalações de parques solares do país, estamos presentes no maior consórcio de parques eólicos, em projectos hidroeléctricos como o de Venda Nova, e somos parceiros importantes na modernização da transmissão nas linhas eléctricas. Estamos igualmente muito empenhados num dos grandes desafios de Portugal nos próximos anos, a eficiência energética, não só por uma questão de poupança, mas também pelo seu efeito na modernização da indústria capacitando-a para a exportação. Nos aeroportos, desenvolvemos em Portugal o sistema capacity plus, ou seja, um aeroporto modular que permitiu duplicar a capacidade do aeroporto de Lisboa durante o Euro 2004 e que recentemente serviu para montar o actual Terminal 2 do aeroporto da Portela. Estes terminais demoram cerca de seis meses a construir e podem funcionar de um mês a dez anos. É uma necessidade muito actual em alguns aeroportos no mundo, seja quando há acontecimentos de grande envergadura, seja quando há obras de infra-estruturas. São obras temporárias mas de rápida execução, que cumprem todas as regulamentações. Temos exportado este conceito para o Qatar, Angola e Africa do Sul, entre outros países. A diversificação de áreas de negócio é, portanto, uma estratégia que a Siemens irá manter. A estratégia para a Siemens Portugal manter e reforçar a sua presença no país foi vender serviços para o mundo. Neste momento já exportamos um terço das nossas actividades para o mercado externo. Conseguimos, além disso, ficar com a responsabilidade de desenvolver a Siemens em Angola, apesar de esta pertencer ao cluster do Grupo em


ENTREVISTA África. Queremos chegar à África do Sul, Moçambique e Norte de África –, regiões carenciadas de infra-estruturas e com recursos para investir nesta área. Uma das últimas visões que fizemos a 10 anos foi delineada com base na estratégia Europa 2020, mas, dada a conjuntura, teve de ser ajustada e elaborámos mais recentemente uma outra – Fazer crescer Portugal – com base no lema de que nós só podemos crescer se ajudarmos o país a crescer. Identificámos sete áreas principais de actuação: Energia e eficiência energética; Indústria e produtividade; Mobilidade e logística; Cidades e sustentabilidade; e três economias que consideramos serem das mais importantes para Portugal – Economia da saúde, Economia do mar e Economia dos serviços e turismo de valor acrescentado. Nós estamos a tentar ajudar Portugal a crescer, nomeadamente através da formação dos seus quadros e das exportações do nosso trabalho.

Na minha opinião, este país pode resolver-se de forma relativamente rápida, até pela sua pequena dimensão. Temos produtos óptimos, temos ambientes muito bons, temos pessoas excelentes, só precisamos de mais resultados.

“Nós participámos em todas as fases da modernização da produção de energia, nas principais instalações de parques solares do país, estamos presentes no maior consórcio de parques eólicos, em projectos hidroeléctricos como o de Venda Nova, e somos parceiros importantes na modernização da transmissão nas linhas eléctricas.”

O seu desempenho, desde 1995, à frente dos destinos da Siemens Portugal, e consequente contributo para a economia nacional, tem sido reconhecido por responsáveis portugueses e alemães. O que significa para si esse reconhecimento? Eu sou, como qualquer português, muito orgulhoso de ser português. O normal seria eu já ter sido colocado numa

Como olha para o difícil momento que se vive em Portugal, nomeadamente na vida das empresas, e que conselhos daria aos empresários portugueses para ultrapassarem essas dificuldades? Temos de pensar mais no futuro, fazer planos para 5/10 anos (para além do período eleitoral), temos que trabalhar mais e unirmo-nos mais. Agora, com a crise, finalmente os empresários começam a associar-se mais e a actuar em con-

Siemens noutro lugar do mundo. Mas eu sempre quis crescer aqui em Portugal, porque gosto do país e porque quero contribuir para o seu desenvolvimento. Além disso, tenho de admitir que temos uma excelente qualidade de vida do ponto de vista humano. Eu decidi ir para fora, cá dentro.

junto nos mercados externos quando não têm dimensão para o fazer sozinhos. Temos muito bons exemplos neste domínio. O país está a resolver a situação adversa devido à multiplicação destes bons exemplos. Temos de ser mais positivos e mais actuantes.

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DESTAQUE

JOALHARIA E OURIVESARIA UM NOVO PARADIGMA QUE VALE OURO O sector da joalharia/ourivesaria, com antiga e prestigiada tradição em Portugal, continua a demonstrar pujança, pese embora o actual contexto de contracção económica. A sua vitalidade reside sobretudo na sua capacidade de se reinventar, introduzindo mais inovação, design e qualidade nas peças produzidas, o que lhe confere um lugar especial no mundo global da moda e das joias de luxo, com reflexos muito positivos no mercado e na exportação. 12 // Setembro 13 // Portugalglobal


DESTAQUE A indústria da joalharia e ourivesaria tem grande tradição na economia portuguesa, sendo um sector maduro e com grande potencial de crescimento mesmo tendo em conta a actual situação do mercado interno e o contexto mundial de crise. Seja como for, a nova tendência para que a joia não seja apenas um investimento de valor, mas uma manifestação de arte e de identidade do seu utilizador numa sociedade cada vez mais preocupada com a estética pessoal e a individuação social, aponta para um novo paradigma consumidormercado que já está a provocar mudanças de sentido no tecido empresarial do sector. Na realidade, a indústria de ourivesaria e joalharia tem evoluído positivamente e desde 2010 que tem registado um excedente comercial na exportação. Segundo dados da Associação Empresarial de Portugal (AEP), esta indústria registou, pela primeira vez naquele ano, um excedente comercial na exportação (cerca de 73,3 milhões de euros), em resultado de uma quase duplicação das exportações, apesar do acréscimo de 21,5 por cento nas importações. Os dados referentes ao primeiro trimestre de 2012 voltaram a evidenciar, de acordo com o referido estudo, um forte dinamismo das exportações deste tipo de produtos, com uma taxa de variação homóloga de 101,1 por cento.

Deste modo, nos primeiros três meses de 2012, o peso das exportações do sector no cômputo das exportações portuguesas atingiu um peso de 1,84 por cento (contra 1,02 por cento no mesmo período de 2011).

baratos e, por outro lado, esta indústria distribui-se maioritariamente por microempresas ou unidades de pequena dimensão, com um cariz tradicionalmente familiar e com mão-de-obra pouco qualificada.

Revelando uma distribuição muito desigual no território nacional, as empresas do sector concentram-se maioritariamente no Norte do país (82,4 por cento), com o Grande Porto a destacar-se

Contudo, este sector de características tradicionais está a modernizar-se e a mudar de paradigma sobretudo graças à formação inovadora e criativa por parte de instituições com um ensino e gestão de projectos que integram os novos desafios do mercado. E também à parceria cada vez mais estreita de empresas do sector com as universidades (de que é exemplo o projecto Gradouro, que aposta em tecnologias não convencionais – fusão e solidificação incremental, metalurgia dos pós ou nanotecnologias – para aplicação a peças de joalharia e ourivesaria) e à abordagem mais global aos mercados tendo a exportação na mira.

“Este sector de características tradicionais está a modernizar-se e a mudar de paradigma sobretudo graças à formação inovadora e criativa por parte de instituições com um ensino e gestão de projectos que integram os novos desafios do mercado.”

(72,9 por cento), seguido a grande distância pela Grande Lisboa (9,7 por cento) e pelas restantes regiões. Tal como outros sectores da economia nacional, a joalharia e a ourivesaria também sentem a pressão da concorrência dos mercados do Oriente, onde os custos de produção são mais

A aposta do sector vai não só para estas novas tecnologias destinadas à produção de materiais com novas cores, texturas e efeitos de superfície que potenciem, exaltando, as propriedades dos materiais preciosos, como para novos processos de fabrico, design de produtos e mão-de-obra mais qualificada, factores-chave incontornáveis para o desenvolvimento do sector, para o seu aumento de produtividade e para a sua projecção internacional.

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DESTAQUE

AORP - ASSOCIAÇÃO DE OURIVESARIA E RELOJOARIA DE PORTUGAL RÁPIDA MUDANÇA DE PARADIGMA >Por Fátima Santos, Secretária Geral da AORP - Coordenação Associação Pólo de Competitividade da Moda

A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal - AORP é uma organização associativa de direito privado, sem fins lucrativos, que representa actualmente cerca de 85 por cento dos industriais de ourivesaria de Portugal, com cerca de 400 empresas associadas. A AORP tem como missão principal a defesa dos direitos e interesses dos seus associados, norteando a sua intervenção pelo acompanhamento da evolução do sector – desenvolve projectos de interesse estratégico e de natureza colectiva – e estimulando o seu desenvolvimento organizacional, produtivo e tecnológico. Como a maior associação sectorial a nível nacional, a AORP representa o sector no seio do Pólo de Competitividade da Moda e em outras entidades nacionais e internacionais, nomeadamente no Concelho Associativo da Associação Empresarial de Portugal - AEP, e na Confederação Mundial de Ourivesaria - CIBJO, entre outras. Nesta medida, desenvolve uma importante actividade em termos de criação e potenciação de eventos de

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promoção sectorial a nível nacional: participa activamente em feiras nacionais – Portojóia e Ourindústria – e é responsável pela organização de um Fórum da Indústria da Ourivesaria Nacional, Jornadas de Ourivesaria, entre outras actividades.

O seu universo associativo inclui um amplo leque de actividades, que se estende dos ourives e fabricantes de relojoaria com actividades de fabrico, montagem e reparação, até às pedras preciosas ou semipreciosas para joalharia e uso industrial, estojaria, maquinaria, fabricação de joalharia e ourivesaria. Para potenciar o crescimento sustentado e competitivo do sector e o reforço da presença da associação e das suas empresas no contexto internacional, operacionaliza três eixos de intervenção: Inovação, Especialização e Competitividade. Competitividade: além de ser membro-fundador do Pólo da Competitividade da Moda, desenvolve uma linha de intervenção no âmbito da poten-


DESTAQUE ciação das condições de segurança do sector e implementa uma iniciativa de longo prazo de Valorização da Ourivesaria Tradicional Portuguesa como um dos recursos com maior potencial simbólico (interno e externo) da economia e da cultura portuguesa. Qualificação: implementa no âmbito do Sistema de Incentivo às Acções Colectivas (SIAC), desde Abril de 2011, o Projecto “OURIVESARIA ON THE MOVE” e, desde Março até Dezembro de 2010, o Projecto “OURIVESARIA XXL - Consolidar as bases competitivas a nível nacional e internacional da Ourivesaria e Relojoaria portuguesa”. Desenvolve ainda, desde Outubro de 2008, como entidade beneficiária, o Projecto “Ourivesaria em Acção”, apoiado pelo Programa Operativo Potencial Humano – Medida 3.1. Programa PME Formação/Acção. Internacionalização: apoia os seus associados no desenvolvimento de projectos e iniciativas para a internacionalização do sector, através de parcerias com outras entidades, tais como a AEP ou com outras entidades internacionais. Em Março de 2011, organizou em Portugal, em parceria com a Confederação Mundial da Ourivesaria (CIBJO) e com o apoio do Programa ON2, a edição 2011 do Congresso Mundial de Ourivesaria, entre as cidades de Porto e Gondomar. O sector só poderá ultrapassar actual ciclo negativo, de contracção económica, se investirmos no desenvolvimento da imagem forte e coerente de uma arte com mais de quinhentos anos de saberes acumulados. Estou certa que o sector reencontrará o caminho do crescimento se actuar de uma forma colectiva, partilhando saberes, aproveitando sinergias e viajando em conjunto. Deixo por isso, aqui, este apelo de união.

AORP

Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal Avenida Rodrigues de Freitas, 204 4000-416 Porto Portugal Tel.: +351 225 379 161 Fax: 351 225 373 292

www.aorp.pt

PANORAMA ACTUAL DO SECTOR A ourivesaria em Portugal é um pequeno sector com fortes singularidades, fruto da utilização de metais preciosos como principal matéria-prima. Possui uma forte tradição manufactureira e uma importante concentração de efectivos e recursos na Região Norte. Caracteriza-se pela fragmentação e pequena dimensão das unidades produtivas (média de trabalhadores por empresa de 2,4 trabalhadores em 2008). Conta com aproximadamente 3.000 unidades de produção e comerciais, com tendência à redução dos efectivos. A produção nacional ocupa o 7º lugar no ranking europeu, atrás de países como Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Grécia. Perto de 25 por cento das empresas conta com alguma actividade internacional. A dimensão do mercado interno anda perto dos 377 milhões de euros. Em 2011, apresentou uma balança comercial negativa, com uma proporção de 2,99 euros importados por cada 1 euro exportado. No entanto, identifica-se uma redução progressiva no deficit da balança comercial, com um incremento gradual nas exportações, que em 2011 alcançaram perto de 33,5 milhões de euros face aos 26,9 milhões de registados em 2009, conforme os dados fornecidos pela COMTRADE. Apesar dos incipientes progressos recenseados, que validam a estratégia desenvolvida pela Associação no âmbito das acções colectivas, resulta ainda necessário prosseguir com os esforços, marcando metas mais ambiciosas para um sector que tem dado mostras de uma certa reactividade, com uma atitude mais pró-activa e uma intensificação das acções para promover o acesso aos mercados internacionais. O objectivo final é propiciar uma certa recuperação, ou a interrupção do declínio (contracção do mercado e Portugal com um decréscimo marcado das vendas internas), pela via do incremento das exportações. Na realidade, nos últimos tempos a ourivesaria tem conseguido melhorar o paradigma, introduzindo doses iguais de tradição e de conhecimento, o que resulta na melhoria contínua e no interesse crescente do mercado pelos produtos Made in Portugal. A imagem da ourivesaria portuguesa, construída numa base de tradição e arte, está focada nas capacidades criativas nos domínios do design e da moda, mas também na prestação de serviços de qualidade que são geralmente pouco reconhecidos. Os resultados dos projectos implementados mostram um sector que muda de forma acelerada, sendo capaz de seguir e criar as tendências que marcam o momento e de adaptar o modelo de negócios para conseguir vingar no mercado cada vez mais global.

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DESTAQUE

APIO – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DA INDÚSTRIA DE OURIVESARIA ESTRATÉGIA DE MODERNIZAÇÃO >Por Carlos Caria, Presidente da Direcção da APIO

A APIO foi criada em 1941 e tem como objectivo a defesa e promoção das actividades do sector de ourivesaria que representa e, em particular, dos seus associados, a nível nacional e internacional. com a administração pública, com organismos congéneres nacionais e estrangeiros, assim como com outras entidades que promovam o desenvolvimento do sector da ourivesaria em Portugal e no exterior e pela promoção e criação de organizações ou serviços de interesse comum. Actualmente está a investir num espaço dedicado à formação profissional, componente na qual se sente forte lacuna na zona Sul do país.

Nos seus 72 anos de existência, a APIO passou por duas transformações significativas. A primeira, logo após o 25 de Abril de 1974, quando alterou a sua denominação de Grémio dos Indústrias de Ourivesaria do Sul para AIOS - Associação dos Industriais de Ourivesaria do Sul, e, mais recentemente, em 2009, quando sofreu uma maior revisão estatutária, passando a ter a actual denominação e abrangência nacional. Os seus objectivos estratégicos são amplos, e passam, entre outros, pela promoção do desenvolvimento de actividades e serviços, nomeadamente, de promoção de negócios e investimentos,

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de certificação, de informação e apoio técnico, bem como pela promoção de formação profissional e ensino técnicoprofissional e superior. Colabora ainda

O volume de negócios registado em 2010 ascendeu a mais de 227 milhões de euros (fonte: Portal Estatístico de Informação Empresarial do IRN). É um sector que está obviamente dependente da evolução do


DESTAQUE preço dos metais nobres (ouro e prata) cuja evolução teve um acréscimo enorme nos últimos anos (entre 2002 e 2012 o ouro valorizou cerca de 400 por cento, passando de 10 euros por grama para 41,845 euros), e apenas este ano parece conhecer uma inversão nessa tendência. O sector é essencialmente manufactureiro mas encontra-se sujeito a constrangimentos e ameaças que o obrigam a uma rápida transformação com o objectivo de se modernizar e de se adaptar ao mercado. Neste sentido, é notável o esforço realizado ao nível do design de forma a ir de encontro às principais tendências da moda e de consumo. É por isso que se considera essencial uma profunda revisão do Regulamento das Contrastarias, documento que se considera completamente desactualizado e castrador das tentativas que as empresas do sector façam para combater a actual conjuntura que afecta seriamente a competitividade do sector. O sector da ourivesaria tem uma dimensão reduzida e, segundo os dados recolhidos pelos serviços da Associação, tem cerca de 2,1 trabalhadores por empresa, o que não difere muito da média nacional tendo em conta o universo das empresas que, segundo dados do Eurostat era, em 2008, de 2,6 trabalhadores por empresa. A APIO representa actualmente uma centena de associados que se localizam na sua grande parte na zona Sul do país, mais concretamente em Lisboa e, segundo informação retirada do Portal Estatístico de Informação Empresarial do IRN existiam em Portugal, em 2011, 598 empresas. A maioria das empresas deste sector encontra-se localizada no Norte de Portugal, nomeadamente na região de Gondomar.

APIO

Associação Portuguesa da Industria de Ourivesaria Rua Arco do Marquês do Alegrete nº6 4ºB 1100-408 Lisboa Portugal Tel.: +351 213 469 820 +351 213 243 180 Fax: +351 213 472 645

geral@apio.pt

PIN – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE JOALHARIA CONTEMPORÂNEA AS NOVAS LINGUAGENS DA JOALHARIA >Por Cristina Filipe, Presidente da Direcção da PIN

Tudo começou com a vontade de organizar em Portugal a X edição do Simpósio Internacional Ars Ornata Europeana em 2005. Com este objectivo, um ano antes, Cristina Filipe, Marília Maria Mira e Paula Paour fundaram a PIN, que em 2014 celebra o seu 10º aniversário.

Em 2004, fundámos a PIN, aquela que seria a primeira Associação Portuguesa a tratar especificamente da Joalharia Contemporânea, surgindo esta associação como uma plataforma de apoio a uma corrente da joalharia carente de estrutura institucional capaz de garantir a sua dinâmica e de apoiar os seus criadores.

anos 60, e Tereza Seabra, nos anos 70, a par de Alberto Gordillo, Alexandra Serpa Pimentel, Filomeno Pereira de Sousa, entre muitos outros, foram os pioneiros dessa história que surgiu na década de 60 do século XX, a par das grandes transformações sociais, culturais e artísticas que estavam a acontecer.

Formadas no Ar.Co, fazemos parte de uma já terceira geração de artistas que constituem a história da joalharia contemporânea em Portugal. Kukas, nos

A ruptura etimológica que a palavra joalharia sofre a partir 1960 representa a nova corrente da joalharia, a qual ao longo destes últimos 50 anos tem vin-

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DESTAQUE do a assumir novas linguagens que se traduzem não só na multiplicidade de materiais, mas também nas propostas conceptuais inerentes às criações dos vários autores, libertando-se assim da tradição e do contínuo revivalismo presentes na joalharia portuguesa. Desde a sua fundação associaram-se à PIN 218 membros, entre os quais artistas joalheiros, escolas e museus que se interessam pela criação, pelo ensino e pela divulgação da joalharia contemporânea. Através do sítio da PIN www.pin.pt procuramos difundir o trabalho dos seus associados mas sobretudo reflectir e transmitir uma visão actual em torno da joalharia contemporânea nacional e internacional. Neste sentido, promovemos com regularidade cursos, exposições, workshops e conferências, muitos dos quais são organizados pela própria Associação. Do currículo de actividades da PIN, para além do Simpósio, citado acima, que congregou cerca de 150 participantes internacionais, destacamos o encontro “4 Pontos de Contacto entre Lisboa e Roma”, em 2006, em parceria com a Associação AGC, em Itália, o incentivo que demos à exposição “Impressions on Portuguese Jewellery”, em Nuremberga, promovida pela AICEP em 2007, e ainda a exposição “Jóias Reais – Joalharia Contemporânea Luso-Brasileira”, no âmbito das comemorações dos 200 anos da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro. A PIN tem tido, portanto, um papel primordial na forma como tem sensibilizado as múltiplas instituições culturais, em Portugal e no estrangeiro, para a criação da joalharia contemporânea nacional, sendo geradora de uma série de apoios e incentivos a artistas e projectos nesta área. Tem ainda dinamizado o mercado de uma forma didáctica ao dar a conhecer as múltiplas linguagens dentro da joalharia contemporânea validando e credibilizando obras e autores.

PIN

Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea Apartado 27011 Praça do Município 1144-063 Lisboa Portugal

pin@pin.pt

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DESTAQUE

PROJECTO GRADOURO INOVAÇÃO TECNOLÓGICA QUE VALE OURO > Por Filipe Samuel Silva, Professor Catedrático, Coordenador do Projecto Gradouro e Director do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho

O projecto Gradouro tem como principal objectivo dotar as empresas de materiais e processos inovadores no domínio da joalharia/ourivesaria. Iniciado há cerca de oito anos, este projecto é desenvolvido no Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho e tem vindo a afirmar-se como uma das iniciativas mais relevantes e sustentáveis, a nível mundial, na área da joalharia/ourivesaria. Depois da várias fases de relacionamento com o tecido industrial nacional, o projecto Gradouro considerou que a estratégia mais adequada para a rentabilização dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos seria a criação de uma marca comercial que tivesse como função ser uma marca demonstradora de tecnologias e simultaneamente uma marca de penetração nos mercados. Nesta medida, o projecto já deu origem a uma spin-off da Universidade do Minho, e está a estruturar-se para entrar no mercado através da marca Grad’Or (www.gradorjewels.com).

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A ambição da nova marca é afirmar-se comercialmente a nível internacional, tal o como projecto Gradouro já o fez relativamente à investigação e ao desenvolvimento. Neste sentido, a marca Grad’Or tem como objectivo uma rápida internacionalização, servindo de guardachuva estratégico para um conjunto de empresas que queira apostar, de forma coerente e sustentável, na sua presença e afirmação em vários mercados mundiais.

sinhos, o projecto Gradouro organizou, em 2012, a 1ª Conferência Ibérica de Ourivesaria (http://www.ct2m.uminho. pt/IJC/), que contou com a presença de mais de 140 inscritos e que foi a maior conferênca do género alguma vez realizada em Portugal. O evento contou com as escolas, associações e outros actores da ourivesaria, incluindo representantes do sector vindos de Espanha, Itália, Reino Unido e Brasil, entre outros.

No sentido de promover o sector, no território nacional, e para além de ter participado e de participar regularmente em iniciativas de apoio ao sector, como é o caso da feira Ourindústria, em Gondomar, ou da feira Portojoia, em Mato-

Este evento deverá ter a sua 2ª edição, em 2014, onde se pretende levar a cabo um grande concurso de design que possa ser um espaço de afirmação quer das nossas tecnologias quer dos nossos designers. A união de esforços é


DESTAQUE fundamental para a afirmação internacional do sector e o projecto Gradouro quer estar na vanguarda deste esforço. (www.gradouro.dem.uminho.pt), (www.santafesymposium.org). Em matéria de desenvolvimento de tecnologias, o projecto já desenvolveu várias que originaram diferentes colorações de ouro ou diferentes texturas, desenvolvendo ou recorrendo a tecnologias tais como sinterização de pós compósitos, tecnologias de fundição incrementais, revestimentos funcionais, entre outras, dando origem a efeitos estéticos muito interessantes e distintos do comum, permitindo assim que os criadores de moda, em joalharia/ourivesaria, possam desenvolver produtos novos com renovados apelos ao sentido estético dos clientes. Nesta área de aplicação e desenvolvimento, o projecto possui cinco patentes. É de realçar que as novas tecnologias permitem, talvez como nunca, aliar a inovação dos materiais e tecnologias a aspectos culturais e tradicionais dos povos, e neste caso, em particular do povo português, dando origem a produtos esteticamente inovadores. Prova disso são os três prémios, conquistados a nível internacional, nomeadamente o prémio “Research Award”, o prémio “Applied Engineering Award” e o prémio “Honorary Ambassador of the Santa Fe Symposium on Jewelry Manufacturing Technology”, atribuídos pelo maior e mais reputado simpósio mundial ligado às tecnologias e materiais usados em joalharia, e onde figuram empresas tão diversas como, na área tecnológica, a empresa Mistubishi ou a empresa Kerr, entre outras bem conhecidas do sector joalheiro como Cartier, Swatch, Rolex e H.Stern. O projecto Gradouro tem sido convidado, ano após ano, a apresentar as suas inovações em vários países, não somente nos EUA mas também em Itália, Espanha, Alemanha, Dubai, entre outros. A razão destes convites tem que ver com a nossa reconhecida capacidade de inovação e desenvolvimento tecnológicos. Exemplo disso é o nosso mais recente projecto, que se iniciou este ano e que

consiste no desenvolvimento de uma tecnologia, inovadora a nível mundial, que permitirá a criação de peças feitas em diversos tons de cores de ouro e/ou de cerâmicos e a obtenção de novas texturas. Este desenvolvimento baseia-se numa tecnologia de sinterização directa, por laser, de diversos metais e cerâmicos, de forma simultânea, que teve o apoio da FCT-Fundação para a Ciência e Tecnologia e que mereceu o apoio de cerca de meio milhão de euros. Estes cerâmicos, conhecidos como cerâmicos técnicos (zircónia, carboneto de tunsgsténio, etc.), têm propriedades excepcionais de resistência ao desgaste, à corrosão, à fractura, etc, proporcionando às peças caraterísticas de um material nobre, tal como é o ouro, e permitindo também reproduzir numa escala milimétrica (dimensão das peças de ourivesaria) padrões que só são possíveis de executar noutras escalas, tais como as calçadas portuguesas ou os azulejos portugueses, que são uma riqueza da nossa cultura. Este projecto é desenvolvido em parceria pela Universidade do Minho, pelo Instituto Politécnico de Leiria e pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. O projecto aplicase não somente à área de joalharia mas também à área dentária, de próteses, e outras aplicações na área da saúde. Para além deste desenvolvimento, o projecto Gradouro mantém actualmente outras linhas de investigação em outras tecnologias que brevemente serão apresentadas, na forma de peça final, ao público. Durante a feira Portojoia 2013, a realizar em finais de Setembro de 2013, serão apresentadas as primeiras colecções que poderão ser adquiridas pelas ourivesarias em Portugal.

GRADOURO Universidade do Minho Centro de Tecnologias Mecânicas e de Materiais (CT2M) Prof. Filipe Samuel Silva Tel.: +351 253 510 254

fsamuel@dem.uminho.pt www.dem.uminho.pt

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DESTAQUE

AFFAIRE JEWELLERY A EXCELÊNCIA DA QUALIDADE EM JOALHARIA > POR FARINHA GONÇALVES, FUNDADOR E DIRECTOR DE MARCA, E ELISABETE DOS SANTOS, FUNDADORA E DIRECTORA CRIATIVA

A AFFAIRE Jewellery é uma jovem marca portuguesa que se dedica à criação de joias para um segmento médio/alto e alto. Os seus criadores – Elisabete dos Santos e Farinha Gonçalves – procuram surpreender com colecções alternativas de ‘look’ distinto e diferenciado, combinando a porcelana com materiais como o ouro ou pedras preciosas, e utilizando técnicas tradicionais de produção e inovações desenvolvidas nas suas oficinas. Cada joia é única e produzida artesanalmente, reflectindo a excelência da qualidade e a originalidade na combinação dos diferentes materiais. A criatividade e o design são dois temas que já fazem parte do léxico da gestão empresarial, tanto mais que no actual panorama de globalização, a diferenciação tornou-se fundamental para a competitividade das empresas. Neste sentido, a formação levada a cabo por instituições de ensino é crucial para

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que novas ideias possam ser testadas antes de se lançarem no mercado. O que são hoje as marcas AFFAIRE Jewellery® e Whitemans® foi antes testado em ambiente de ensino – como a ESAD - Escola Superior de Artes e Design (Escola do Institu-

to Politécnico de Leiria) – onde os fundadores destas marcas, que hoje desenham e produzem jóias e componentes para joalharia, iniciaram o projecto ainda enquanto estudantes, o que mostra que as instituições de ensino são uma espécie de incubadoras de futuras empresas em que


DESTAQUE a consultoria, a diversos níveis, está sempre presente através do amplo número de professores disponíveis. Depois dos resultados dos primeiros testes de design e de produção no final do percurso académico e motivados pelas novas e diferentes opções que seriam possíveis na conjugação de diferentes materiais, Elisabete dos Santos e Farinha Gonçalves direccionaram as competências adquiridas para a criação de um projecto mais intimamente ligado ao mundo da joalharia. Foi a junção do mais fino dos materiais cerâmicos, a porcelana, com os metais nobres e pedras preciosas que se apresentou como o ponto de diferenciação e criatividade que se procura actualmente num mercado competitivo e global.

lho desde o início de ambas as marcas. Os primeiros passos foram dados com a decisão de investimento em presenças internacionais nas feiras de Londres, Milão e Paris e só posteriormente em Portugal. Neste momento já fornecem empresas externas podendo ver os seus componentes de porcelana e metal em projectos de outras marcas e preparam para este ano de 2013 a entrada das suas joias e serviços nos mercados russo e alemão.

AFFAIRE JEWELLERY Avenida Rodrigues de Freitas, 204 4000-416 Porto Portugal Rua Bela vista à Graça nº27, Loja 31 1170 - 054 Lisboa Portugal Tel.: +351 220 993 934

info@affairejewellery.com

O que inicialmente era visto como apenas uma futura empresa de design de joias rapidamente se alterou para o desenvolvimento integral de todos os processos. A dificuldade em encontrar produtores que possuíssem a delicadeza e conhecimento para desenvolver os designs criados levou a uma mudança de estratégia de modo a incluir não só a parte de design mas também a unidade produtiva. Fundaram primeiramente a AFFAIRE Jewellery® de modo a apresentar aos amantes da joalharia artigos produzidos de forma maioritariamente manual, com design diferenciado e onde a personalização das jóias para os seus clientes através do design e produção únicas, sempre foi um dos focos principais da marca. À medida que o projecto se desenvolvia a necessidade de encontrar soluções inovadoras na conjugação dos diversos materiais ia ganhando relevância. A optimização dos processos produtivos, o melhoramento de soluções de produção e da capacidade de resposta às necessidades criadas pela procura, fez com que em Março de 2013 fosse fundada a Whitemans®. A marca fornece os serviços de produção e serviços de design para outras empresas e possui ainda a sua linha clássica e mais acessível de jóias para um mercado global e exigente. Foi também este conceito de mercado global que moldou o modo de traba-

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DESTAQUE

PORTOJOIA 24 ANOS DE BONS NEGÓCIOS >POR AMÉLIA MONTEIRO, DIRECTORA DA PORTOJOIA

Em 24 anos consecutivos, a PortoJoia tem vindo a confirmar junto dos seus visitantes profissionais as vantagens de reunir, num só local e num período de tempo definido, uma amostra tão significativa da procura e da oferta do sector da ourivesaria e da joalharia. Entre os enormes desafios que o sector tem pela frente, um deles é a internacionalização e o aumento das exportações. Tendo presente este contexto, a Portojoia vai realizar uma acção de Encontro de Negócios, cujo objectivo é criar relações comerciais que potenciem negócios nomeadamente nos mercados da Rússia, Polónia, Ucrânia, Cazaquistão, Republica Checa e Bielorrússia.

Esta iniciativa é uma forma de divulgar a nossa competitividade, inovação e design, representando uma plataforma de networking e de afirmação e valorização de produtos e marcas portuguesas. Neste sentido pretendemos alargar o espaço de negócios a estes mercados mais alternativos, com os quais ainda não temos grandes tradições comerciais, mas que representam no entanto uma oportunidade de negócio para os nossos empresários. Ao envolver associações sectoriais, instituições de investigação, centros

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tecnológicos, imprensa especializada e meios de comunicação social generalistas, a PortoJoia assegura um enfoque em targets de mercado bem definidos e uma excelente relação entre o custo e o benefício, atributos particularmente relevantes para as pequenas e médias empresas. Refira-se que cerca de 54 por cento dos contactos aqui efectuados acabam por resultar

em vendas reais, o que reflecte uma elevada taxa de sucesso. A importância da PortoJoia é fulcral para o sector a nível nacional, mas não podemos deixar de salientar que a sua relevância é particularmente sentida no Norte do país, onde se localizam mais de 80 por cento das empresas num universo de 846 fabricantes em todo o país que são responsáveis por um volume de negócios anual de cerca de 190 milhões de euros. A localização da feira na Exponor é, assim, de extrema importância para esse universo empresarial que con-

centra no Grande Porto mais de 70 por cento da sua massa produtiva. E porque esta feira extravasa o palco da troca comercial, temos vindo a apostar fortemente no incentivo à qualidade da formação, sendo disso exemplo a 9ª edição do Prémio PortoJoia Design que desafia os estudantes de design de joias e os formandos de cursos de ourivesaria a concorrerem com peças originais da sua autoria. Esta iniciativa aproxima os ainda estudantes ao mercado de trabalho, já que, ao mesmo tempo que revela novos talentos, mostra ser uma plataforma de ligação entre o mundo formativo e o empresarial. Paralelamente, a PortoJoia reflecte, também, uma crescente orientação do sector para a inovação e a adopção do design na concepção das peças, tendo para o efeito criado o Espaço Escola com o objectivo de aproximar as escolas das empresas expositoras, não só através da divulgação dos respectivos programas de formação, mas também através da prática, mostrando como se aplicam e cruzam técnicas ancestrais e inovadoras na fabricação de joias de adorno pessoal e peças decorativas.

PORTOJOIA

EXPONOR - Feira Internacional do Porto Av. Dr. António Macedo - Leça da Palmeira 4454-515 Matosinhos - Portugal Tel.: +351 808 30 1400 Fax: +351 229 981 482

info@exponor.pt portojoia@exponor.pt



EMPRESAS

GARLAND APOSTA SEGURA EM PORTUGAL Foi por acaso que a Garland “atracou” em Lisboa, há mais de 200 anos, mas hoje o grupo tem um investimento sólido em Portugal com uma rede de parcerias em todo o mundo. Presente na navegação, logística, transitários e pneus, no seguimento de uma estratégia de diversificação de negócio, a Garland está atenta ao mercado internacional e pretende intensificar a sua presença em vários mercados, nomeadamente nos PALOP. A Garland é uma das principais companhias de transporte, logística e distribuição existentes em Portugal, onde, desde 1776, tem investido de forma regular procurando responder às necessidades dos seus clientes. O Grupo é constituído por 11 empresas e tem redes de parceiros em todos os pontos do mundo e investimentos em Inglaterra, Chile e Colômbia. É com o lema ‘All in one world’ que fornece serviços de transporte e logística em todo o mundo, com uma fácil adaptação aos requisitos dos clientes e uma resposta rápida às suas necessidades, ao qual se junta um serviço personalizado de apoio ao cliente. A empresa consegue dar todas as soluções, desde a importação até à exportação, onde faz recolha nas fábricas, armazenagem e distribuição dos

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produtos pelo mundo inteiro. Por exemplo, na Europa faz rotas terrestres diárias para as principais capitais europeias. A história da empresa em Portugal remonta ao século XVIII quando o navio do mercador inglês Thomas Garland, que fazia o caminho entre o Canadá e Inglaterra, foi apanhado por uma forte tempestade que fez com que fosse desviado para o porto de Lisboa. No barco transportava bacalhau que vendeu na capital portuguesa. Alguns meses depois enviou o seu filho Joseph para abrir um escritório de importação e venda de bens alimentares em Portugal. Fundada em 1776, a Garland começou com o negócio da navegação, uma oferta que ainda mantém uma importante quota nos dias de hoje e que, em 2009,

chegou a toda a América do Sul, América Central, Canadá, Mediterrâneo, Norte de África, Europa, Médio Oriente e Extremo Oriente. Actualmente, dá grande relevo ao tramping, tendo-se especializado no atendimento de navios de granéis sólidos e líquidos. Tem uma equipa em cada porto para contactar as entidades e tratar da movimentação da carga de forma rápida e eficaz. Oferece ainda agenciamento de pacotes de atendimento que vão desde a simples recepção do navio à operação mais complexa e fretamento dos navios mais modernos do mercado, em associação com uma rede mundial de brokers. Recorde-se que nos primeiros tempos, fazia embarques de vinho do Porto na região do Douro. A empresa foi diversificando a sua área de negócio no nosso país, ao longo


EMPRESAS dos tempos, tendo iniciado operações de transitários por altura da II Guerra Mundial. No que a este negócio diz respeito, a empresa realça a aquisição, em 2005, da CONTIR, numa transação que permitiu complementar outros dos serviços da companhia, já que conseguia dar cobertura terreste a toda a Europa. Por esses dias, foram também desenvolvidos os serviços de carga aérea e marítima com a Ásia e a China. Outro dos actuais ramos de actividade da Garland é a dos pneus, negócio que começou com o início de relações entre o Grupo e a Dunlop, em 1964, e que culminou com a nomeação da Garland Laidley (anterior designação da empresa), quatro anos depois, como distribuidor exclusivo dos pneus Dunlop para o

mercado português. Cerca de 20 anos depois, a Garland Laidley atingiu a posição de maior distribuidor europeu de pneus Dunlop. De referir que a imagem da companhia mudou em 2006, por ocasião das comemorações dos 230 anos, ficando apenas com o nome Garland. Um ano mais tarde, foi estabelecida a Garland Transportes para controlar e gerir a camionagem internacional do Grupo. Por último, surge a Garland Logística, em 1998, que disponibiliza actualmente cerca de 30.000 m2 de área de armazenagem, que para além da própria armazenagem, prepara encomendas, distribui e efectua vários serviços de valor acrescentado, tais como etiquetagem, reembalamento e assem-

blagem de componentes. A Garland Logística prepara encomendas para todo o mundo e a faz distribuição tanto a nível nacional como internacional, assentando todos os seus processos na flexibilidade. Investiu ainda num WMS (Warehouse Management System), uma tecnologia avançada no negócio logístico. Neste momento, a perspectiva é continuar a crescer, com base numa equipa nova mas com experiência na área.

Estratégia de internacionalização Quanto à internacionalização do grupo, e segundo fonte da empresa, a Garland continua atenta ao mercado internacional e, centrando a sua atenção na inovação e pesquisa de novas oportunidades,

está a intensificar a presença nos PALOP. Assim, estabeleceu recentemente uma nova parceria em Moçambique, que possibilitará garantir qualidade de serviço aos seus clientes quer ao nível de despachos aduaneiros, quer ao nível de transporte e logística. Investiu. Por outro lado, mantém grandes investimentos na K-Line Portugal, PSL Freight Ltd (Reino Unido) e Anacondaweb (Chile) e continua a investir em segmentos de mercado específico. Por exemplo, no Bulk (transporte de granéis sólidos e líquidos), que tem vindo a registar crescimento ao longo dos últimos anos. Mais recentemente iniciou um serviço semanal especializado em temperatura controlada (cold chain) para cargas de grupagem e completas entre Portugal

e a Suíça e vice-versa. Este serviço foi criado com o intuito de satisfazer as cada vez mais exigentes necessidades de transportes eficientes no que respeita ao controle da temperatura das mercadorias transportadas, permitindo que os clientes tenham informação sobre a mesma em qualquer momento da viagem, explica a mesma fonte. Que acrescenta que este serviço visa ir ao encontro dos padrões de qualidade elevados exigidos em diversos sectores, nomeadamente na indústria alimentar e bebidas e farmacêutico. “No nosso tipo de negócio é a qualidade dos serviços que nos distingue dos concorrentes, bem como as relações humanas. São essas relações humanas que originam a qualidade dos nossos serviços. Se as pessoas estão satisfeitas no trabalho, dão o seu melhor aos clientes”, afirma Bruce Dawson, administrador da Garland. A Garland tem clientes nas mais variadas áreas de negócio e o Centro Logístico da Maia (CLM) – um investimento de 8 milhões efectuado em Janeiro de 2012 – é bem revelador dessa diversidade. Refere a mesma fonte que, neste momento, o CLM é um elo importantíssimo na cadeia de distribuição das colecções Hugo Boss, Terre Bleue (empresa belga de moda infantil) e Russell Athletic. Para responder às necessidades específicas das empresas de moda, foi criada a Fashion Logistics, do Grupo Faxion, a maior rede de distribuição de moda da Europa, que conta com serviços de armazenagem, pendurados e artigos de moda. Em 2012, o grupo Garland facturou 82 milhões de euros, valor que prevê aumentar este ano em 5 por cento. A empresa aumentou também o número de colaboradores que passou de 287 no ano passado para 315 actualmente.

Garland Escritórios em Lisboa: Tv. Corpo Santo, 10 - 2º -1200 - 131 Lisboa Tel.: +351 213 211 320 Fax: +351 213 466 224

www.garland.pt

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MERCADOS

ARGÉLIA UM MERCADO PRIORITÁRIO Mercado de grande dimensão e com uma economia principalmente suportada pelo sector dos hidrocarbonetos, a Argélia tem em curso um Plano Quinquenal (2010/2014) que, com um orçamento de 280 mil milhões de dólares, abre um leque de oportunidades para a exportação e investimento portugueses. O forte incremento das exportações nacionais para a Argélia é, aliás, revelador do interesse que este mercado desperta junto das empresas portuguesas, cuja presença no país tem sido mais visível no sector das obras públicas e construção. Outros sectores, porém, merecem a atenção das empresas nacionais, com destaque para as tecnologias de informação e comunicações, o ambiente, o agro-alimentar, os têxteis-lar, o mobiliário, a metalomecânica e a distribuição. As análises do Embaixador de Portugal em Argel, António Gamito, e do director do escritório da AICEP na Argélia, João Renano Henriques. 28 // Setembro 13 // Portugalglobal


MERCADOS

ARGÉLIA…AQUI AO LADO! DESCUBRA ESTE MERCADO POR ANTÓNIO GAMITO, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM ARGEL

Embaixador António Gamito

Gostaria de começar por agradecer à Administração da AICEP ter escolhido o mercado da Argélia como “capa” da sua revista de Setembro de 2013, atestando desta forma a importância deste mercado para as empresas portuguesas, assim como as potencialidades que para elas encerra. Espero depois que o texto consiga ajudar e encorajar os operadores económicos nacionais a porem a Argélia no seu radar de interesses. Sem a sua acção, os objectivos de desenvolvimento, aprofundamento e diversificação do relacionamento económico e comercial bilaterais prosseguidos pelo Embaixador de Portugal em Argel estarão sempre limitados.

BREVE CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE INTERNO E EXTERNO EM QUE SE INSERE A ACTIVIDADE DA EMBAIXADA/AICEP Num momento em que a maioria dos países do Norte de África atravessa um

período conturbado, a Argélia dispõe de estabilidade política. A segurança ao nível doméstico e das suas fronteiras, assim como a gestão das receitas provenientes da venda do petróleo e do gás, que permite garantir a paz social, subsidiar o consumo e lançar grandes programas de

“A relação com Portugal é desejada e a vontade de a desenvolver, aprofundar e diversificar é estratégica.”

desenvolvimento multissectoriais, são os pilares de sustentação do Estado. O país dispõe de uma estrutura económica maioritariamente pública e burocratizada, a par de um tecido empresarial privado ainda incipiente, mas em forte crescimento. O governo argelino aprovou um plano quinquenal de desenvolvimento para

2010-2014 de 286 mil milhões de dólares americanos. Em muitos sectores de actividade já são conhecidas as enormes estimativas de investimento até 2030. O objectivo é o de desenvolver programas de diversificação da economia para diminuir a dependência dos hidrocarbonetos e das importações. A fórmula preferencial utilizada para o efeito passa pelo recurso a parcerias. Através da criação de empresas mistas, onde a maioria do capital (51 por cento) é argelino e a gestão é entregue à sociedade estrangeira, ficando esta obrigada a transferir tecnologias, a formar recursos humanos e a criar emprego. As necessidades argelinas, pressionadas por uma população de mais de 37 milhões de pessoas, são imensas e em todos os sectores. Apesar dos esforços do governo argelino para as satisfazer localmente, as importações de bens e de serviços continuarão a ser vitais para o desenvolvimento económico e a estabilidade social do país nos anos vindouros.

A RELAÇÃO COM PORTUGAL A relação com Portugal é desejada e a vontade de a desenvolver, aprofundar e diversificar é estratégica. Poucos países assinaram, como nós em 2005, Tratados de Boa Vizinhança, de Amizade e de Cooperação com a Argélia. Outro exemplo. Apresentei as minhas cartas credenciais ao Presidente Bouteflika em 20 de Março passado, 4 dias depois de ter chegado a Argel, facto nunca antes verificado e que, na minha opinião, prova bem o interesse do governo argelino no relacionamento com o nosso país. Estas intenções foram aliás reiteradas nos encontros que naquela ocasião tive com o Ministro dos Estrangeiros e o Presidente argelinos. E mais tarde com mais 15 Ministros e outros altos funcionários argelinos de diferentes áreas. Posso as-

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MERCADOS

Embaixador de Portugal em Argel com o Ministro argelino do Desenvolvimento Industrial da Promoção do Investimento, Amara Benyounes, e o ex-ministro dos Correios e das TIC, Moussa Benhamadi.

sim afirmar que Portugal é aqui considerado como fazendo parte de “uma primeira divisão de países”. O enquadramento jurídico existente e em negociação, assim como as deslocações regulares de governantes dos dois países, atestam uma maturidade relacional que não conhece contenciosos e que também por isso dispõe de bastante espaço para crescer. A Argélia, pela proximidade geográfica (menos de duas horas de voo entre as duas capitais e 3/4 ligações directas por semana), pela estabilidade interna, pelo poder de compra e investimento assente nas receitas com a venda do petróleo e gás que, repito, asseguram a paz social, subsidiam o consumo e financiam inúmeros projectos de desenvolvimento multissectoriais, tem vindo a ganhar relevo no contexto das exportações e deslocalizações portuguesas (mais de 300 empresas exportam para a Argélia e mais de 80 estão aqui instaladas). O governo argelino está a par desta situação e encoraja-a, reconhecendo as nossas capacidades e vantagens comparativas em certas áreas, e preferindo parcerias, técnicos e tecnologias portuguesas.

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De acordo com as estatísticas do INE, as exportações nacionais têm crescido regularmente nos últimos anos (taxa de crescimento médio anual de 26,1 por cento nos últimos 5 anos), atingindo em 2012 o valor de 430 milhões de euros, o

“O enquadramento jurídico existente e em negociação, assim como as deslocações regulares de governantes dos dois países, atestam uma maturidade relacional que não conhece contenciosos e que também por isso dispõe de bastante espaço para crescer.”

que colocou a Argélia como o 14º destino dos nossos bens e serviços. O primeiro semestre deste ano registou um aumento significativo (mais 68,4 por cento do que em igual período de 2012), colocando provisoriamente o país como o 13º destino das exportações nacionais. O efeito do aumento das nossas exportações, conjugado com a diminuição

das nossas importações de gás (Portugal compra à Argélia menos de metade das suas necessidades) resultou já neste momento num saldo da balança comercial positivo a nosso favor.

DIVERSIFICAÇÃO DA COOPERAÇÃO E INICIATIVAS INSTITUCIONAIS A política de diversificação da cooperação que aqui prossigo, designadamente nos domínios da agricultura, TIC, energia e minas, habitação e urbanismo, indústria, infra-estruturas desportivas, obras públicas, pescas, recursos hídricos, transportes e turismo, não deixará de contribuir para abrir mais oportunidades a mais empresas nacionais para exportarem os seus bens e serviços e para aqui se instalarem, beneficiando de um mercado de mais de 37 milhões de consumidores e da possibilidade de os canalizarem sem direitos para outros países do mundo árabe. É neste contexto que se torna fundamental a realização até ao final do ano em Argel do Grupo de Trabalho Económico Conjunto, a organização da IV Cimeira bilateral, também em Argel,


MERCADOS antes das eleições presidenciais de Abril de 2014 e, num futuro próximo, a visita de Estado do Presidente da República Portuguesa, no seguimento da realizada pelo seu homólogo argelino a Lisboa em 2005. Estou absolutamente convencido de que o efeito conjugado da concretização destes importantes eventos não deixará de alavancar os nossos interesses económicos e empresariais crescentes no país.

DESTINATÁRIOS DA ACÇÃO DA EMBAIXADA/AICEP Do ponto de vista económico e comercial, os destinatários da acção da Embaixada/AICEP são o governo e outras entidades públicas argelinas, com quem dialogamos com vista ao desenvolvimento, aprofundamento e diversificação da relação bilateral; as empresas públicas ou privadas argelinas que procuram parcerias com congéneres portuguesas e que desejam importar os seus bens e serviços; as companhias nacionais exportadoras ou instaladas no mercado argelino, a quem prestamos informações, e para quem se identificam, promovem e facilitam oportunidades de negócio; os cidadãos argelinos requerentes de vistos Schengen para Portugal, onde se deslocam para negócios, a quem devemos dar um atendimento de qualidade e sem discriminação, assim como conceder respostas com celeridade, captando para o nosso país novos fluxos de natureza económica e comercial; e os quadros e

trabalhadores portugueses, residentes ou em circulação, prestando-lhes um serviço de atendimento de qualidade e eficiente, e garantindo-lhes uma eficaz protecção consular. Por todas estas razões, defendo uma maior aproximação entre as empresas nacionais e os serviços do Estado português em Argel. Tal atitude justifica-se para conhecermos a realidade macroeconómica e social do país e as respectivas necessidades; para organizarmos melhor a oferta nacional, criando dimensão e promovendo de forma adequada os bens que produzimos e os serviços que oferecemos; para cativarmos de forma mais eficiente os decisores, públicos e privados, e os operadores económicos argelinos que aqui representam os interesses das empresas portuguesas, assim contribuindo para as credibilizar; e para aproximar Portugal dos argelinos e aumentar a nossa visibilidade no Argélia.

CUSTOS DE CONTEXTO A relação com a Argélia também tem os seus custos de contexto. Sabemos que as instituições financeiras interessadas, por via dos créditos documentários, garantias bancárias ou outros instrumentos e mecanismos, devem estabelecer novos limites e novas facilidades de apoio às empresas portuguesas, potenciando a sua acção neste mercado. Sabemos que é importante reduzir os custos com a legalização de

documentos necessários, por exemplo, à submissão de propostas no quadro de concursos públicos. Sabemos que é preciso pôr em aplicação o acordo sobre dupla tributação, que está a penalizar as empresas nacionais, assim como terminar a negociação do acordo sobre segurança social. Sabemos que temos que combater medidas proteccionistas tomadas pelas autoridades argelinas e ultrapassar a burocracia local, estando, designadamente com a U.E., a tentar resolver este problema. Sabemos que é necessário continuar a trabalhar no

“A Argélia, pela proximidade geográfica (…), pela estabilidade interna, pelo poder de compra e investimento assente nas receitas com a venda do petróleo e gás que asseguram a paz social, subsidiam o consumo e financiam inúmeros projectos de desenvolvimento multissectoriais, tem vindo a ganhar relevo no contexto das exportações e deslocalizações portuguesas.”

sentido de se concluir um processo de facilitação de vistos a favor de portugueses e argelinos. Sabemos que é relevante tornar mais céleres os repatriamentos de capitais. Sabemos que a concorrência que aqui enfrentamos é grande e cada vez mais forte. Por isso, estamos a trabalhar com todas as entidades envolvidas para resolver as matérias referidas ou, pelo menos, reduzir o seu impacto no ambiente de negócios. Em suma, diria que entre as vantagens e as desvantagens existentes no mercado argelino, as primeiras se sobrepõem largamente às segundas. Por isso, convido os operadores económicos e comerciais portugueses a apostarem na Argélia como um país de destino para os seus bens e serviços. Estou, como toda a Embaixada/AICEP, à vossa disposição e fico à espera do vosso contacto ou visita em Argel. Como aqui se diz, “shukrah” (obrigado) e “salam alaykum” (a paz esteja convosco).

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MERCADOS

UM PARCEIRO IMPORTANTE >POR JOÃO RENANO HENRIQUES, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP NA ARGÉLIA. A Argélia é o maior país africano em área e conta com uma população de cerca de 37 milhões. A sua economia é a maior da região do Magrebe e uma das mais importantes do continente africano, muito concentrada na produção de hidrocarbonetos, proporcionando um dos rendimentos per capita mais altos em África (5.700 dólares). A economia argelina tem evidenciado um comportamento bastante favorável ao longo dos últimos anos, em resultado, fundamentalmente, do bom desempenho do sector do petróleo e do gás, que representa cerca de 70 por cento das receitas do Estado, 40 por cento do produto interno bruto (PIB) e 98 por cento das exportações. Constituindo o sector dos hidrocarbonetos o principal suporte da actividade económica do país, todas as vertentes da vida económica e social têm beneficiado da forte subida dos preços destes produtos. No entanto, a crise internacional também atingiu a Argélia e colocou em evidência a forte dependência da sua economia do sector oil & gas e a sua vulnerabilidade face a factores externos, particularmente aos preços internacionais. O aumento do preço do petróleo em 2010 permitiu apoiar os grandes projectos de investimento e dinamizar o consumo, tendo-se verificado uma recuperação da actividade económica da ordem de 3,4 por cento. Os diversos sectores da economia continuaram a crescer, particularmente a construção e as obras públicas (representam 9 por cento do PIB), induzidos pelo ambicioso programa de investimentos do governo em infra-estruturas e na construção de habitações. Também o sector dos serviços, que representa cerca de 23 por cento do PIB, evoluiu favoravelmente, beneficiando da melhoria verificada em termos de segurança interna, o que ajudou a alavancar o crescimento económico do país.

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rarem emprego (a taxa de desemprego em 2012 ultrapassou os 10 por cento), possam contribuir para uma substituição das importações e um desenvolvimento mais rápido da economia argelina, que nos últimos 5 anos já registou uma taxa média de crescimento significativa.

“As oportunidades para as empresas portuguesas são vastíssimas e nos mais variados sectores. Efectivamente, não estando a ainda incipiente indústria local em condições de responder à significativa procura de uma população de mais de 37 milhões, os bens de consumo e de equipamento são na sua maior parte originários do exterior.”

Apesar de ser um país muito dependente do exterior e importador de todo o tipo de bens, o saldo proporcionado pelas suas significativas exportações de gás e petróleo tem possibilitado uma acumulação excepcional de reservas em divisas que estão disponíveis para sustentar um ambicioso plano de investimentos orçamentado em 280 mil milhões de dólares – Plano Quinquenal 2010/2014. Para a viabilização desse Plano, as autoridades argelinas contam com os investidores estrangeiros para trazer o know-how de que o jovem país tanto necessita, através da criação ou recuperação de unidades de produção com parceiros locais que, para além de ge-

É nesse sentido que recentemente o governo argelino, através do seu Ministério do Desenvolvimento Industrial e da Promoção do Investimento, abriu a possibilidade a empresas estrangeiras, individualmente ou em parceria com argelinas, de se candidatarem a projectos de desenvolvimento tecnológico/industrial em 18 fileiras da indústria. Estas fileiras abrangem os mais diversos sectores da indústria argelina que se listam a seguir: Têxteis e Confecções, Peles e derivados, Madeira e Mobiliário, Produtos Siderúrgicos e Metalúrgicos, Materiais de Construção, Cabos e Produtos Eléctricos, Produtos Electrónicos e Electrodomésticos, Produtos Farmacêuticos e de Parafarmácia, Petroquímica e Química Industrial, Aeronáutica, Mecânica Automóvel, TIC, Novas Tecnologias, Construção e Reparação Naval, Indústria Agroalimentar, Indústria e Sistemas de Transportes, Urbanização, Tratamentos de Águas e Lixos e Dessalinização. As empresas estrangeiras interessadas nos referidos projectos beneficiarão de


MERCADOS uma plataforma de assistência, incentivos e acompanhamento, que integra representantes do Ministério da Indústria, da ANDI (Agência de Investimento sob sua tutela) e das organizações patronais e sindicais. Existem contudo alguns aspectos que as empresas estrangeiras e particularmente as portuguesas devem tomar em consideração, com destaque para o grande peso do sector público na economia. Daqui resulta uma organização centralizada e hierarquizada, limitativa da iniciativa privada, o que constitui um entrave de peso a um desenvolvimento mais rápido do país e até à actuação das empresas no terreno. Sempre que os departamentos do Estado ou as empresas públicas pretendam adquirir bens ou serviços de maior dimensão, fazem-no através de Concursos Nacionais ou Internacionais. Neste domínio, a procura dos cadernos de encargos tem vindo a aumentar por parte das nossas empresas, quer das exportadoras quer das instaladas na Argélia. Estes concursos são divulgados em Portugal através da AICEP e podem ser adquiridos e enviados directamente da sua representação em Argel para os interessados. No que respeita ao sector privado, ele é dominado por alguns grupos mais centrados no agro-alimentar, na grande distribuição e no sector imobiliário e hotelaria, assim como por PME. As empresas estrangeiras que queiram investir no sector privado devem preocupar-se em identificar parceiros de confiança. A Lei do Investimento estrangeiro obriga a que a maioria do capital das sociedades mistas seja de

origem argelina (51 por cento / 49 por cento), apesar da gestão poder ser da responsabilidade do sócio estrangeiro.

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO

CONSELHOS ÚTEIS ÀS EMPRESAS

Apontadas as condicionantes do mercado, deve ser referido que, existindo as disponibilidades financeiras já mencionadas e com tanto ainda por fazer, as oportunidades para as empresas portuguesas são vastíssimas e nos mais variados sectores. Efectivamente, não estando a ainda incipiente indústria local em condições de responder à significativa procura de uma população de mais de 37 milhões, os bens de consumo e de equipamento são na sua maior parte originários do exterior.

• Domínio do francês por parte dos seus representantes comerciais.

E embora o sector de actividade onde tradicionalmente Portugal está mais presente seja o das obras públicas e construção civil, quer através das suas empresas lideres em obras de grande envergadura como o Metro de Argel, quer através de exportações de materiais, máquinas e equipamentos para o sector, existem outros onde o espaço para penetração é enorme e há que apostar, como por exemplo as Tecnologias de Informação e Comunicações, o Ambiente, o Agro-alimentar, os Têxteislar, o Mobiliário, a Farmacêutica, a Metalomecânica e a Distribuição.

• Racionalizar a logística e o transporte das mercadorias.

Entretanto é de salientar uma vantagem importante para as empresas que pretendam vender para a Argélia: o risco financeiro das operações de exportação é mínimo, já que a legislação do país determina que todas as importações sejam cobertas por carta de crédito irrevogável, sem dúvida uma evidente segurança para quem exporta.

so e com um potencial de crescimento ao qual as nossas empresas não deverão nem estão a ficar indiferentes.

Em conclusão, existindo uma relação institucional excelente entre os dois países e sendo o mercado argelino tão dependente do exterior para satisfazer as necessidades da sua população, estão reunidas as condições necessárias para que os empresários portugueses apostem neste mercado vizinho do norte de África, que está a menos de duas horas de Portugal, com três ligações aéreas semanais directas entre Argel e Lisboa. A Argélia é assim um país próximo do nos-

• Estudar a cultura de negócios do país. • Obtenção prévia de informação sobre a organização do sector de actividade/região onde se pretende investir. • Identificação dos parceiros, reunindo o máximo de informação sobre a sua idoneidade e peso no mercado.

• Clarificar os termos dos contratos com os operadores locais recorrendo a apoio jurídico se necessário. • Participar em Feiras e Missões sectoriais para ganhar visibilidade da sua oferta. • Visitar regularmente o mercado e manter contacto com a Embaixada / AICEP. • Convidar os potenciais clientes a visitar as suas unidades em Portugal.

A evolução recente das exportações de Portugal para a Argélia, com um aumento de cerca de 70 por cento no primeiro semestre de 2013, é um sinal inequívoco de que estamos em presença de um mercado prioritário e com reconhecido potencial de expansão para os produtos e empresários portugueses.

Escritório da AICEP em Argel 7, Rue Mohamed Khoudi, El-Biar B.P. 266 - 16035 Hydra – Argel ARGELIA Tel.: +213 21 791 920 Fax: +213 21 92 5313 / 791885 aicep.argel@portugalglobal.pt

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MERCADOS

BES COM PRESENÇA NA ARGÉLIA O Banco Espirito Santo (BES) alargou a sua internacionalização à Argélia, no âmbito de uma política de estabelecimento de parcerias que lhe permite acompanhar de perto os interesses dos seus clientes e simultaneamente reforçar a sua presença naquele mercado do Norte de África. O Banco Espirito Santo (BES), no âmbito de uma estratégia de apoio aos processos de internacionalização dos seus clientes, seja em actividades ligadas à exportação, seja nos seus projectos de investimento, criou uma Unidade especializada em determinados mercados emergentes, designada Unidade International Premium (UIP), coordenada por Ricardo Bastos Salgado. A UIP é um Departamento de vocação internacional que se encontra subdivido por Desks Internacionais Regionais lideradas por especialistas nas respectivas Regiões – África, América Latina, Ásia e Médio Oriente, Europa de Leste, Norte de África e Turquia.

A Desk Norte de África, liderada por Elisa David, segue com especial relevo a Argélia, país onde tem desenvolvido importantes relacionamentos com entidades públicas e privadas. Este quadro directivo da UIP, também responsável pela Turquia, tem uma presença constante neste mercado desde 2006, acompanhando os interesses dos clientes do BES quer localmente quer a partir de Portugal. Neste contexto, o BES estabeleceu um Acordo de Partenariado com o primeiro banco argelino, o Banque Exterieure d’Algérie (BEA) e relações de privilégio com alguns outros bancos argelinos com quem trabalha diariamente, sobre-

tudo em operações de Trade Finance, actividade onde o BES tem uma quota de mercado de cerca de 30 por cento. Adianta Elisa David que o BES, em sociedade com o BEA, acaba de abrir ao público, em Argel, uma Sociedade de Leasing Luso-argelina, a ILA – Ijar Leasing, que tem o banco argelino sócio maioritário, correspondendo assim à exigência da lei argelina em vigor. A ILA é uma empresa especializada exclusivamente em corporate e abrange os ramos mobiliário e imobiliário. Até ao final deste ano estará em estudo mais um projecto do BES na Argélia, de novo em sociedade com o BEA e nos mesmos moldes exigidos pela legislação argelina. “O BES orgulha-se de poder contribuir para o reforço das históricas relações existentes entre os dois países e trazer um novo ‘apport’ a essas mesmas relações”, afirma Elisa David, acrescentando que, nesse domínio, é de realçar a recente Missão Comercial organizada pelo BES, sob o signo do partenariado luso-argelino e envolvendo os sectores de materiais de construção e alimentar, que levou a Argel 75 empresários daqueles dois ramos, possibilitando o contacto com cerca de 300 empresas argelinas que acorreram ao Hotel El Aurassi no dia 26 de Junho passado. O BES é o banco português mais internacionalizado, estando presente em 25 países de entre os quais Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, Venezuela, Macau. Elisa David Executive Vice President & Head North Africa Region, BES

epdavid@bes.pt

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MERCADOS

TEIXEIRA DUARTE SÓLIDA PRESENÇA NO MERCADO ARGELINO A Teixeira Duarte está presente na Argélia desde 2003, com vários projectos no sector da construção, principalmente na área das obras públicas e infra-estruturas. A empresa investiu cerca de 73,5 milhões de euros no mercado argelino até 2012, sendo seu objectivo chegar a um volume de negócios anual de 200 milhões de euros, como reflexo da posição consolidada que mantém naquele país. Actualmente com três obras em curso na Argélia, a Teixeira Duarte tem já em carteira três novos projectos neste país, cuja execução se prevê para breve, segundo revelou Ricardo Acabado, Delegado da Administração para a Argélia. De acordo com o mesmo responsável, até final de 2012, a empresa investiu na Argélia um montante total de 73,5 milhões de euros, tendo em 2012 atingido um volume de negócios perto de 57 milhões de euros – que representaram, nesse ano, 4,1 por cento da actividade do Grupo –, prevendo-se um aumento desta percentagem para 2013. A Teixeira Duarte tem, aliás, a expectativa de alcançar um volume de negócios no sector da construção neste país a rondar os 200 milhões de euros/ano. O volume de negócios da Teixeira Duarte no mercado argelino, nos últimos quatro anos, variou entre os 101,6

milhões e os 56,7 milhões de euros, o mesmo se passando em relação ao número de colaboradores que passou de 829 em 2009 para 404 em 2012. Quanto aos principais projectos, a Teixeira Duarte tem presentemente em fase de conclusão uma obra, em agrupamento, para a construção de 78 quilómetros de via rodoviária com perfil de auto-estrada e, prossegue com a construção de uma estação subterrânea do Metro de Argel e a construção de 65 quilómetros de via férrea (incluindo a sua electrificação) da linha Thénia/Tizi Ouzou. A Teixeira Duarte tem igualmente já atribuídos provisoriamente três projectos cuja execução se antevê para um futuro próximo, que envolvem a execução das instalações e equipamentos de exploração do lote Oeste da auto-estrada EsteOeste, a realização de uma residência oficial em Constantine e a construção da

estação de tratamento de águas residuais domésticas da cidade de Ali Mendjeli. “Reforçar a presença consolidada da Teixeira Duarte na Argélia, com base na nossa capacidade e na confiança em nós depositada pelo Estado argelino, através da realização de novas obras nos principais sectores onde já estamos implantados” são os principais objectivos da Teixeira Duarte para o mercado argelino, afirma Ricardo Acabado. O Delegado da Administração do Grupo na Argélia adianta que a empresa pretende prosseguir a actuação nos domínios das obras de geotecnia, das rodoviárias com perfil de auto-estradas, incluindo obras de arte (pontes, viadutos, túneis) e das obras hidráulicas (barragens, alimentação de água, estações de tratamento de águas potáveis e águas residuais), bem como executar na Argélia outras empreitadas que marcam o seu curriculum de 90 anos de actividade no mundo,

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MERCADOS tais como portos e aeroportos, obras ferroviárias (linhas ferroviárias, Metro e Metro de superfície); obras para habitação/ ensino e outras edificações (habitação, escolas, equipamentos sociais), edifícios na área da saúde (realização de hospitais e centros de saúde) e ainda de obras de reabilitação de edifícios urbanos.

Vantagens e desvantagens do investimento

situdes, que constituirão apenas mais um desafio à altura das capacidades e da experiência da empresa”, afirma Ricardo Acabado concluindo que, nesse contexto, “estamos optimistas e acreditamos que o futuro da Teixeira Duarte continuará a abranger também o mercado argelino, sendo inquestionável o contributo que este mercado pode dar para manter que a Teixeira Duarte continue a ultrapassar os constrangimentos económicos conjunturais – como o fez ao longo dos seus mais de 90 anos de história – e que, nesta fase resultam essencialmente da crise financeira internacional e designadamente à paralisia do sector em Portugal”.

mento feito pela Teixeira Duarte ao longo dos anos na Argélia, nomeadamente porque, como refere Ricardo Acabado, a Teixeira Duarte tem um conhecimento consolidado do mercado argelino, conhece bem as empresas locais, tem obra feita com aceitação, credibilidade e respeito das entidades argelinas e capacidade de adaptação e inovação.

Desde 2003 que a Argélia constitui um objectivo estratégico da Teixeira Duarte no âmbito da sua internacionalização, processo que tem vindo a consolidar naquele mercado. São vários os factores favoráveis a essa consolidação, como aponta o Delegado da Administração da empresa, que cita, designadamente, o facto de se tratar de um mercado de grande dimensão, com planos quinquenais muito ambiciosos, e onde tecido empresarial nacional é insuficiente.

O mesmo responsável indica, porém, algumas dificuldades da actividade neste mercado, cada vez mais exigente, como sejam a preferência nacional dada às empresas de capital argelino até 25 por cento, a maior percentagem de concursos públicos só para empresas nacionais, a valorização da moeda local nos concursos internacionais, a forte concorrência internacional de países orientais (China, Coreia, Turquia), e ainda a crise no mercado espanhol.

O actual desenvolvimento de uma economia de mercado e do investimento privado ajudam a potenciar o investi-

A Teixeira Duarte defende, no entanto, que “as vantagens do mercado argelino ultrapassam largamente as suas vicis-

Teixeira Duarte Argélia Parc Miremont - Rue A, Nº 136 Bouzareah 16000 Alger Tel.: +213 219 362 83 Fax: +213 219 365 66 geral@teixeiraduarte.pt www.teixeiraduarte.pt

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – ARGÉLIA A Argélia tem vindo a ganhar relevo no contexto das exportações portuguesas, que têm crescido regularmente nos últimos anos, sendo de realçar o aumento significativo verificado no primeiro semestre deste ano, de que resultou um saldo da balança comercial favorável a Portugal. Em 2012, a Argélia foi o 14º cliente dos bens portugueses, com uma quota de 0,94 por cento. Enquanto fornecedor o seu posicionamento também melhorou nos dois últimos anos, ocupando o

como cliente, para 13º, e uma descida enquanto fornecedor, para 20º lugar.

14º lugar da tabela de fornecedores em 2012, correspondente a mais de 1,4 por cento das importações portuguesas. Já em 2013, no primeiro semestre, verificou-se uma subida da posição

O saldo da balança comercial bilateral é tradicionalmente desfavorável a Por-

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS 2008

2009

2010

2011

2012

Var %a 12/08

2012 Jan/Jun

2013 Jan/Jun

Var %b 13/12

181.189

197.445

212.960

358.010

427.752

26,1

183.286

308.584

68,4

Importações

706.684

274.938

269.373

776.204

799.050

32,0

308.424

201.924

-34,5

Saldo

-525.495

-77.493

-56.412

-418.194

-371.298

--

-125.138

106.659

--

25,6%

71,8%

79,1%

46,1%

53,5%

--

59,4%

152,8%

--

Exportações

Coef. Cobertura (%)

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012; (b) Taxa de variação homóloga 2012-2013 2008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados preliminares 3ª revisão; 2013: resultados preliminares 1º apuramento

36 // Setembro 13 // Portugalglobal


MERCADOS tugal, dado que a Argélia tem um peso considerável no fornecimento de hidrocarbonetos, ocupando o 7º lugar no ranking de fornecedores, correspondente a 6,5 por cento das importações totais destes produtos em 2012. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), verifica-se que ao longo dos últimos cinco anos as exportações portuguesas para Argélia aumentaram significativamente e de forma contínua, o que se traduziu numa taxa de crescimento médio anual de 26,1 por cento. Em 2012, as exportações atingiram um montante de 427,8 milhões de euros, correspondente a um acréscimo de 19,4 por cento face ao ano anterior. Essa tendência manteve-se nos primeiros seis meses deste ano, com as exportações a crescerem 68,4 por cento face a idêntico período de 2012. Por outro lado, o valor das importações provenientes da Argélia, muito dependente das compras de hidrocarbonetos, revelou um crescimento médio anual de 32 por cento no período 2008-2012, tendo atingido cerca de 799,1 milhões de euros no último ano (o montante mais elevado do período). Já este ano, no período em consideração, as importações da Argélia caíram 34,5 por cento, de que resultou um saldo da balança comercial positivo para Portugal e um coeficiente de cobertura de quase 153 por cento.

mento de 65,9 por cento, e surgindo o grupo das máquinas e aparelhos em terceiro lugar, com uma variação negativa de menos 21,6 por cento. Ainda segundo o INE, o número de empresas portuguesas que exportaram para a Argélia passou de 234, em 2008, para 313 em 2012. Ao nível das importações portuguesas com origem na Argélia, é de destacar o enorme peso dos produtos energéticos, com o grupo dos combustíveis minerais a representar 93,6 por cento do total importado em 2012 (97 por cento em 2008). Destes, cerca de 98,2 por cento correspondem à aquisição de óleos brutos de petróleo e 1,8 por cento referemse a importações de gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos. No âmbito dos serviços, e de acordo com os dados do Banco de Portugal, constata-se que, no último ano, a Argélia ocupou o 39º lugar enquanto cliente de Portugal (tendo absorvido 0,1 por

“Em 2012, as exportações atingiram 427,8 milhões de euros, aumentando 19,4 por cento face ao ano anterior. Essa tendência manteve-se nos primeiros seis meses deste ano, com as exportações a crescerem 68,4 por cento face a idêntico período de 2012.”

Os bens de equipamento e os produtos intermédios são claramente dominantes na estrutura das exportações portuguesas para a Argélia, com os metais comuns e as máquinas e aparelhos a representarem, no seu conjunto, 62,5 por cento do total em 2012. Se considerarmos ainda os minerais e minérios (16,7 por cento) e as pastas celulósicas e papel (10 por cento), constatamos que os quatro principais grupos de produtos representam aproximadamente 90 por cento das exportações totais.

cento das vendas totais ao exterior) e posicionou-se em 46º como fornecedor, o que representou uma queda de dois lugares face a 2011, quer como cliente quer como fornecedor. A balança de serviços bilateral é normalmente favorável a Portugal; em 2012 o saldo atingiu 9,9 milhões de euros.

No primeiro semestre de 2013, registou-se um aumento de 86,4 por cento nos metais comuns, face a período homólogo de 2012, passando os minerais e minérios a ser o segundo grupo de produtos mais exportado, com um au-

Nos últimos cinco anos tanto as exportações como as importações tiveram uma evolução positiva, que se traduziu num crescimento médio anual de 14,6 por cento e 11,88 por cento, respectivamente. Em 2012 as exportações

registaram uma ligeira diminuição face ao ano anterior (menos 0,4 por cento), alcançando cerca de 18,2 milhões de euros, enquanto as importações aumentaram 30,6 por cento, fixando-se em 8,2 milhões de euros. Esta situação inverteu-se no primeiro semestre deste ano, com a balança bilateral a apresentar um saldo desfavorável a Portugal e com a Argélia a subir à 22ª posição como fornecedor de serviços ao nosso país. No total, as exportações de serviços portugueses para a Argélia cifraram-se em cerca de 13,1 milhões de euros no período em referência, contra 21,3 milhões de importações. No que respeita aos fluxos de investimento, e segundo o Banco de Portugal, o investimento português na Argélia é consideravelmente superior ao investimento argelino em Portugal, que não tem expressão no total do investimento estrangeiro no nosso país. Em 2012, a Argélia ocupou o 23º lugar da tabela dos destinos do investimento português no exterior, com uma quota de 0,12 por cento, tendo descido uma posição relativamente ao ano anterior. No período compreendido entre 2008 e 2012, o investimento directo português (IDPE) na Argélia atingiu 80 milhões de euros (média anual de 16 milhões de euros) enquanto o desinvestimento se elevou a 257,5 milhões de euros, resultando daí um investimento líquido negativo de cerca de 177,5 milhões de euros. De registar, porém, que no primeiro semestre deste ano o IDPE na Argélia ascendeu a 12,3 milhões de euros, valor superior ao total investido em 2010 (cerca de 11 milhões de euros). O investimento líquido manteve-se negativo nos 4,8 milhões de euros. Embora a Argélia não se encontre entre os principais destinos do investimento português no exterior, existe um número assinalável de empresas portuguesas instaladas no mercado, nomeadamente nos sectores da construção e obras públicas, engenharia, consultoria, materiais de construção e indústria alimentar.

Portugalglobal // Setembro 13 // 37


MERCADOS

ARGÉLIA EM FICHA Data da actual Constituição: Novembro de 1976, revista em 1989 e 1997. Argel

Risco geral - BB

Principais partidos políticos: Frente de

(AAA = risco menor; D = risco maior)

Libertação Nacional (FLN), anteriormente

Risco político - B

o

único

partido

legal;

Congregação

Nacional Democrática (RND); Frente das

Argélia

Risco País:

Risco de estrutura económica – BB

Forças Socialistas (FFS); Congregação para

“Ranking” em negócios: Índice 4,96

a Cultura e Democracia (RCD); Movimento

(10 = máximo)

da Reforma Nacional (Islah, Islamista);

”Ranking” geral: 75 (entre 82 países)

Movimento da Sociedade para a Paz (MSP, Islamista) e Partido dos Trabalhadores (PT). As últimas eleições legislativas realizaramse em Maio de 2012, tendo sido a FLN a

Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC – Fevereiro 2013)

força mais votada. Área: 2.381.741 km2

Capital: Argel - 4,8 milhões de habitantes, incluindo área metropolitana (est. 2007).

Grau de abertura e dimensão relativa do mercado (2011):

População: 37,1 milhões de habitantes (est. Office National des Statistiques - 2012).

Outras cidades importantes: Oran (1,2 milhões), Constantine (0,8 milhões) e

Imp. / PIB = 22,6% (EIU)

Densidade populacional: 15,6 hab./km2 (estimativa 2012)

Annaba (0,6 milhões).

Imp. / Imp. Mundial = 0,26% (OMC)

Designação oficial: República Democrática e Popular da Argélia

Exp. + Imp. / PIB = 59,3% (EIU)

Religião: o Islamismo é a religião oficial. Língua oficial: árabe. São também falados

Chefe do Estado: Abdelaziz Bouteflika (eleito pela terceira vez em Abril de 2009). Próximas eleições presidenciais em Abril de 2014.

o francês e o berbere.

Primeiro-ministro: Abdelmalek Sellal

Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) - ViewsWire February 1st 2013; Country Report February 2013,

Unidade monetária: Dinar argelino (DZD)

Organização Mundial de Comércio (OMC);

1 Euro = 103,1998 DZD (Banco de Portugal

Banco de Portugal; COSEC – Companhia de

- final de Fevereiro de 2013)

Seguros de Crédito.

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM ARGEL

INSTITUTO HALAL DE PORTUGAL FUNDAÇÃO – FIP

Rue Mohamed Khoudi, 7 El-Biar, Alger – ARGÉLIA Tel.: +213 219 25582 / 92 4076 Fax: +213 219 25313 embaixada@embaixadaportugalargel.com www.embaixadaportugalargel.com

(Certificação Halal) Palmela – PORTUGAL Tel.: +351 212 110 530 Fax. +351 212 110 539 info@halal.org.pt http://halal.org.pt

MINISTÉRE DU DEVELOPEMENT INDUSTRIEL ET DE LA PROMOTION DE L´INVESTISSEMENT

EMBAIXADA DA ARGÉLIA EM PORTUGAL

DIRECTION GENERAL DES DOUANES

AGENCE NATIONALE POUR LE DÉVELOPPEMENT DE L’INVESTISSEMENT – ANDI

Alger-Argélia Tel.0021321725959 Fax:0021321725975 drensg@douane.gov.dz www.douanes.dz

Alger – ARGÉLIA Tel.: +213 215 22014 / 63 Fax: +213 215 22017 direction@andi.dz www.andi.dz

MINISTÈRE DU COMMERCE

AGENCE NATIONAL DE PROMOTION DU COMMERCE EXTERIEUR

Alger – ARGÉLIA Tel.: +213 218 90074/75/…85 Fax: +213 218 90034 info@mincommerce.gov.dz www.mincommerce.gov.dz

Alger - ARGÉLIA Tel.: +213 215 21210 Fax: +213 215 21126 info@algex.dz www.algex.dz

ENDEREÇOS ÚTEIS

Rua Duarte Pacheco Pereira, 58 1400-140 Lisboa – PORTUGAL Tel.: +351 213 041 520 Fax: +351 213 010 393 embaixada-argelia@clix.pt www.emb-argelia.pt

EMPRESA MK4B (Certificação Halal) Lisboa – PORTUGAL Telemóvel: +351 933 603 015 mk4b.lda@gmail.com

38 // Setembro 13 // Portugalglobal

El-Biar – ARGÉLIA Tel.: +213 219 043 / 23 90 50 Fax: +213 212 39428 / 23 06 74 www.mipmepi.gov.dz


EXPORTAÇÕES E PRODUÇÃO DE BENS TRANSACIONÁVEIS

600 MILHÕES DE EUROS COM MELHORES CONDIÇÕES DE PRAZO E SPREAD. Agora, mais que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas. A Caixa dispõe de mais de 600 milhões de euros com condições especiais de financiamento para as empresas exportadoras e produtoras de bens transacionáveis. Através do crédito com prazo e condições flexíveis, redução de spread e antecipação de recebimentos de exportação, vamos ajudar a levar o espírito empreendedor nacional cada vez mais longe.

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Informe-se na Caixa.


ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

COSEC

Políticas de cobertura para mercados

No âmbito de apólices individuais África do Sul* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Angola C Caso a caso. M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades. Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Caso a caso. Argélia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L Em princípio. exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Argentina T Caso a caso. Barein C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Benim C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária. Brasil* C Aberta sem condições restritivas. M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária. Bulgária C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas. M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística). Camarões T Caso a caso, numa base muito restritiva. Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura. China* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Chipre C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva. M/L

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Costa do Marfim T Decisão casuística. Costa Rica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Croácia C Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. Cuba T Fora de cobertura. Egipto C Carta de crédito irrevogável M/L Caso a caso. Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Estónia M/L Garantia bancária. Etiópia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso numa base muito restritiva. Filipinas C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Gana C Caso a caso numa base muito restritiva. M/L

Fora de cobertura.

Geórgia C Caso a caso numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L

aso a caso, numa base muito C restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

40 // Setembro 13 // Portugalglobal

Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Iémen C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Índia C M/L

Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L

aso a caso, com eventual exiC gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão T

Macau C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malásia C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malawi C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva. Malta C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Marrocos* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Martinica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. México* C Aberta sem restrições. M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Fora de cobertura.

Iraque T Fora de cobertura. Jordânia C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Koweit C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Moçambique C C aso a caso, numa base restritiva (eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro). M/L

Letónia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária. Líbano C Clientes públicos: caso a caso numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L

Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T

Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva. privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L

Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva (designadamente em termos de alargamento do prazo consti-


ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais M/L

tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária). Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Senegal C Em princípio. exigência de garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. M/L

Oman C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Panamá C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Paquistão Temporariamente fora de cobertura. Paraguai C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Peru C M/L

Aberta sem condições restritivas. lientes soberanos: aberta sem C condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Quénia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. República Checa C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC. M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária. Roménia C Exigência de carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística). Rússia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso. M/L Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso. S. Tomé e Príncipe C

nálise caso a caso, numa base A muito restritiva.

E ventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços. As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência. Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

Sérvia C C aso a caso, numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L

aso a caso, com exigência de C garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Síria T

aso a caso, numa base muito C restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Tailândia C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L

Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Tanzânia T Caso a caso, numa base muito restritiva. Tunísia* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Turquia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Ucrânia C Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L

lientes públicos: eventual C exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual

exigência de garantia bancária. Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso. Uganda C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L

Legenda:

Fora de cobertura.

C

Uruguai C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L

M/L T

Curto Prazo Médio / Longo Prazo Todos os Prazos

Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência. M/L

sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

* Mercado prioritário.

berta caso a caso com exigência A de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L

Fora de cobertura.

Zimbabwe C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L

Fora de cobertura.

COSEC

Companhia de Seguro de Créditos. S. A. Direcção Internacional Avenida da República. 58 1069-057 Lisboa Tel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839 internacional@cosec.pt

Advertência: A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas

www.cosec.pt

Portugalglobal // Setembro 13 // 41


TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

COSEC Tabela classificativa de países Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corresGrupo 1 Hong-Kong Singapura * Taiwan

Grupo 2

Grupo 3

Arábia Saudita Botswana Brunei Chile China • EAUa Gibraltar Koweit Macau Malásia Oman Trind. e Tobago

África do Sul • Argélia Bahamas Barbados Brasil • Costa Rica Dep/ter Austr.b Dep/ter Din.c Dep/ter Esp.d Dep/ter EUAe Dep/ter Fra.f Dep/ter N. Z.g Dep/ter RUh Filipinas Ilhas Marshall Índia Indonésia Lituânia Marrocos • Maurícias México • Micronésia Namíbia Palau Panamá Peru Qatar Rússia Tailândia Uruguai

Grupo 4 Aruba Barein Bulgária Colômbia El Salvador Fidji Letónia Roménia Tunísia • Turquia

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior. As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis. Grupo 5

Grupo 6

Angola Azerbeijão Cazaquistão Croácia Dominicana. Rep. Gabão Gana Guatemala Jordânia Lesoto Macedónia Mongólia Nigéria Papua–Nova Guiné Paraguai S. Vic. e Gren. Santa Lúcia Vietname Zâmbia

Albânia Ant. e Barbuda Arménia Bangladesh Belize Benin Bolívia Butão Cabo Verde Camarões Camboja Comores Congo Dominica Egipto Geórgia Honduras Kiribati Moçambique Montenegro Nauru Quénia Samoa Oc. Senegal Sérvia Sri Lanka Suazilândia Tanzânia Timor-Leste Turquemenistão Tuvalu Uganda Uzbequistão Vanuatu

Grupo 7 Afeganistão Argentina Bielorussia Bósnia e Herzegovina Burkina Faso Burundi Campuchea Cent. Af. Rep. Chade Congo. Rep. Dem. Coreia do Norte C. do Marfim Cuba • Djibuti Equador Eritreia Etiópia Gâmbia Grenada Guiana Guiné Equatorial Guiné. Rep. da Guiné-Bissau • Haiti Iemen Irão • Iraque •

Nepal Nicarágua Níger Paquistão Quirguistão Ruanda S. Crist. e Nevis S. Tomé e Príncipe • Salomão Seicheles Serra Leoa Síria Somália Sudão Sudão do Sul Suriname Tadzequistão Togo Tonga Ucrânia Venezuela Zimbabué

Jamaica Kosovo Laos Líbano Libéria Líbia Madagáscar Malawi Maldivas Mali Mauritânia Moldávia Myanmar

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A. * País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades

• Fora de cobertura

• Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

NOTAS a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândia d) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

42 // Setembro 13 // Portugalglobal

f) G uiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive h) A nguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta. Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos


ESTATÍSTICAS

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO >PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

IDE bruto

39.257

-8,9%

24.557

15.076

-38,6%

-30,7%

12,6%

IDE desinvestimento

32.318

-7,8%

18.477

15.992

-13,5%

-20,6%

-2,0%

IDE líquido

6.939

-13,5%

6.080

-916

-115,1%

-790,4%

50,9%

IDE Intra UE

35.684

-8,3%

22.390

13.968

-37,6%

-25,3%

15,3%

IDE Extra UE

3.573

-14,6%

2.167

1.108

-48,9%

-71,7%

-23,7%

IDE Intra UE

90,9%

--

91,2%

92,7%

--

--

--

IDE Extra UE

9,1%

--

8,8%

7,3%

--

--

--

Unidade: Milhões de euros

% Total IDE bruto

% Total

tvh 13/12

% Total

tvh 13/12

Espanha

IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Jul)

22,9%

-15,3%

Comércio

37,7%

-29,7%

França

17,4%

-23,4%

Ind. Transformadora

26,3%

-10,0%

Reino Unido

16,8%

-33,6%

Act. Financeiras e de Seguros

17,2%

-50,0%

Alemanha

13,3%

11,2%

Act. Informação e Comunicação

4,3%

-58,1%

Países Baixos

8,5%

-45,6%

Electricidade, Gás, Água

3,6%

-82,7%

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

IDPE bruto

8.989

-54,0%

6.246

4.591

-26,5%

108,1%

-49,6%

IDPE desinvestimento

7.498

-15,2%

4.247

3.749

-11,7%

-24,2%

-60,9%

IDPE líquido

1.490

-86,1%

2.000

842

-57,9%

136,0%

513,0%

IDPE Intra UE

7.304

-56,4%

5.132

4.015

-21,8%

192,0%

-52,8%

IDPE Extra UE

1.685

-39,6%

1.114

576

-48,3%

-31,4%

-3,3%

IDPE Intra UE

81,3%

--

82,2%

87,5%

--

--

--

IDPE Extra UE

18,7%

--

17,8%

12,5%

--

--

--

% Total

tvh 13/12

% Total

tvh 13/12

Países Baixos

60,2%

-29,5%

Act. Financeiras e de Seguros

75,3%

-28,7%

Espanha

14,8%

2,3%

Ind. Transformadoras

9,8%

-11,3%

Alemanha

4,6%

1125,8%

Comércio

6,5%

75,9%

Brasil

4,1%

-62,8%

Construção

3,3%

-47,3%

Reino Unido

2,1%

5,1%

Act. Consultoria e Técnicas

1,7%

-73,9%

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR

IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Jul)

Unidade: Milhões de euros

% Total IDPE bruto

IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Jul)

IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Jul)

2010 Dez

2011 Dez

2012 Dez

2012 Jun

2013 Jun

tvh 13/12

Stock IDE

83.585

86.428

88.799

85.416

88.167

3,2%

Stock IDPE

49.942

55.823

54.010

54.757

54.739

0,0%

Unidade: Milhões de euros

Fonte: Banco de Portugal

Portugalglobal // Setembro 13 // 43


ESTATÍSTICAS

COMÉRCIO INTERNACIONAL 2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Exportações bens

45.259

5,7%

27.143

28.080

3,5%

5,5%

9,6%

Exportações bens UE27

32.152

0,9%

19.579

19.859

1,4%

4,6%

8,3%

Exportações bens Extra UE27

13.107

19,6%

7.564

8.221

8,7%

7,9%

13,0%

Exportações bens UE27

71,0%

--

72,1%

70,7%

--

--

--

Exportações bens Extra UE27

29,0%

--

27,9%

29,3%

--

--

--

BENS (Exportação)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Jul)

% Total

tvh 13/12

Espanha

23,5%

7,5%

Alemanha

12,0%

França

Meur

Cont. p. p.

Espanha

459

1,7

-2,6%

Marrocos

187

0,7

11,8%

-0,4%

Argélia

135

0,5

Angola

6,0%

6,7%

Angola

106

0,4

Reino Unido

5,2%

3,7%

Brasil

81

0,3

Países Baixos

4,1%

3,2%

China

-137

-0,5

EUA

4,0%

6,2%

Alemanha

-91

-0,3

% Total

tvh 13/12

Meur

Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos

14,7%

0,9%

Combustíveis Minerais

647

2,4

Veículos, Outro Material de Transporte

11,2%

-7,5%

Alimentares

148

0,5

Combustíveis Minerais

10,5%

28,1%

Plásticos, Borracha

92

0,3

Metais Comuns

8,0%

0,9%

Químicos

90

0,3

Plásticos, Borracha

7,0%

5,0%

Veículos, Out. Mat. Transp.

-255

-0,9

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Exportações totais de serviços

19.098

-0,3%

10.640

11.354

6,7%

8,4%

33,4%

Exportações serviços UE27

13.100

-4,3%

7.183

7.660

6,6%

10,0%

38,8%

Exportações serviços extra UE27

5.998

9,7%

3.458

3.694

6,8%

4,8%

22,5%

Exportações serviços UE27

68,6%

--

67,5%

67,5%

--

--

--

Exportações serviços extra UE27

31,4%

--

32,5%

32,5%

--

--

--

Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Jul)

SERVIÇOS

Exp. Bens - Var. Valor (13/12)

Exp. Bens - Var. Valor (13/12)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

44 // Setembro 13 // Portugalglobal


ESTATÍSTICAS

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

Importações bens

56.166

-5,2%

33.041

Importações bens UE27

40.316

-7,6%

23.766

Importações bens Extra UE27

15.850

1,5%

Importações bens UE27

71,8%

Importações bens Extra UE27

28,2%

BENS (Importação)

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

33.040

0,0%

10,5%

13,1%

23.597

-0,7%

11,3%

10,9%

9.274

9.443

1,8%

8,4%

19,0%

--

71,9%

71,4%

--

--

--

28,1%

28,6%

--

--

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Jul)

% Total

tvh 13/12

Espanha

31,5%

-0,8%

Alemanha

11,4%

França

6,8%

Angola Itália Países Baixos Reino Unido

Meur

Cont. p. p.

Angola

895

2,7

-1,1%

Camarões

264

0,8

3,1%

Rússia

220

0,7

5,5%

96,2%

Guiné-Equatorial

-187

-0,6

5,2%

-2,2%

Arábia Saudita

-218

-0,7

5,0%

5,0%

Argélia

-218

-0,7

2,8%

-6,9%

Brasil

-358

-1,1

% Total

tvh 13/12

Imp. Bens - Var. Valor (13/12)

Meur

Cont. p. p.

Combustíveis Minerais

19,8%

-3,6%

Agrícolas

234

0,7

Máquinas, Aparelhos

14,2%

-4,2%

Alimentares

109

0,3

Agrícolas

11,1%

6,8%

Químicos

-95

-0,3

Químicos

10,8%

-2,6%

Máquinas, Aparelhos

-203

-0,6

Veículos, Outro Mat. Transp.

8,7%

1,5%

Combustíveis Minerais

-241

-0,7

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

tvh 13/12 Jan/Jul

tvh 13/12 Jul/Jul

tvc 13/13 Jul/Jun

Importações totais de serviços

10.405

-9,2%

6.134

6.168

0,6%

1,1%

12,0%

Importações serviços UE27

7.591

-5,9%

4.495

4.483

-0,3%

1,2%

11,7%

Importações serviços extra UE27

2.815

-17,1%

1.639

1.685

2,8%

0,8%

13,0%

Importações serviços UE27

73,0%

--

73,3%

72,7%

--

--

--

Importações serviços extra UE27

27,0%

-

26,7%

27,3%

--

--

--

2012

2013 1º Sem

FMI

CE

OCDE

BdP

Min. Finanças

INE

INE

Junho 13

Junho 13

Maio 13

Julho 13

Abril 13

PIB

3,2

-3,1

-2,3 : 0,6

-2,3 : 0,6

-2,7 : 0,2

-2,0 : 0,3

-2,3 : 0,6

Exportações Bens e Serviços

-3,2

4,0

0,9 : 4,4

0,8 : 4,4

1,4 : 5,1

4,7 : 5,5

0,8 : 4,5

Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Jul)

SERVIÇOS

Imp. Bens - Var. Valor (13/12)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %)

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros tvc - Taxa de variação em cadeia

Cont. - Contributo para o crescimento das exportações

p.p. - Pontos percentuais

tvh - Taxa de variação homóloga

Portugalglobal // Setembro 13 // 45


Miguel Porfírio HOLANDA aicep.thehague@portugalglobal.pt

Gonçalo Homem de Mello BÉLGICA aicep.bruxels@portugalglobal.pt

António Silva FRANÇA aicep.paris@portugalglobal.pt

REDE EXTERNA

Miguel Fontoura REINO UNIDO aicep.london@portugalglobal.pt

José Nogueira Ramos IRLANDA

Oslo

aicep.dublin@portugalglobal.pt

Raul Travado

Manuel Martinez

CANADÁ

ESPANHA

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Hai Dublin Londres

Zuriqu

Paris

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Milão

ESPANHA aicep.madrid@portugalglobal.pt

Toronto

Bruxelas

Barcelona

Nova Iorque

Ana Sofia O’Hara EUA

Madrid

S. Francisco

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Argel

Rabat

Rui Boavista Marques Praia

EUA aicep.newyork@portugalglobal.pt

Armindo Rios

Álvaro Cunha

CABO VERDE

MÉXICO

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Cidade do México

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Carlos Pinto VENEZUELA

MARROCOS

Caracas

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Panamá

João Renano Henriques

Bogotá

Miguel Crespo

ARGÉLIA

COLÔMBIA

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Lima

Luís Moura ANGOLA

António Felner da Costa

aicep.luanda@portugalglobal.pt

BRASIL aicep.rio.janeiro@portugalglobal.pt

Rio de Janeiro

Carlos Moura

São Paulo

BRASIL aicep.s.paulo@portugalglobal.pt

Jorge Salvador CHILE aicep.santiago@portugalglobal.pt

João Pedro Pereira Santiago do Chile

ÁFRICA DO SUL aicep.pretoria@portugalglobal.pt

Buenos Aires

Fernando Carvalho MOÇAMBIQUE

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46 // Setembro 13 // Portugalglobal

aicep.maputo@portugalglobal.pt


Pedro Macedo Leão

Maria José Rézio

ALEMANHA

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João Guerra Silva

Nuno Lima Leite

DINAMARCA

POLÓNIA

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Eduardo Souto Moura

Joaquim Pimpão

SUÉCIA

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Ana Isabel Douglas

FINLÂNDIA

ÁUSTRIA

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Helsínquia Estocolmo

ia

Moscovo

Copenhaga Berlim

João Rodrigues

Varsóvia Praga

s

ue

Bratislava Viena

ÍNDIA aicep.newdelhi@portugalglobal.pt

Budapeste

Liubliana

Alexandra Ferreira Leite

Bucareste

CHINA

Baku

Ancara

Celeste Mota

Atenas

Tunes

aicep.beijin@portugalglobal.pt

Pequim

TURQUIA

Tóquio

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Tripoli

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Xangai

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Riade

Doha

Filipe Costa

Nova Deli

CHINA

Guangzhou

Abu Dhabi

Macau

aicep.shanghai@portugalglobal.pt

Hong Kong

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CHINA

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João Cardim

Nuno Várzea

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Jacarta

Luanda

Windhoek Pretória Gaborone

Maputo

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AO SERVIÇO DAS EMPRESAS Portugalglobal // Setembro 13 // 47


BOOKMARKS

ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTO UMA PERSPECTIVA ECONÓMICA Nos conturbados tempos que se atravessam, face à reconhecida necessidade em investir em ambiente económico desafiador, este livro surge da necessidade de avaliar os projectos de investimento com objectividade e rigor. Essencial a todos que optem por responder a novos desafios, o presente texto, explicitando conceitos, apontando procedimentos e demonstrando práticas, é dirigido aos estudantes de gestão e economia, aos técnicos a quem cabe a tarefa de elaborar os estudos de viabilidade económica, bem como aos que têm a missão de os apreciar, contribuindo para que os órgãos de decisão financeira e política promovam ao máximo o desenvolvimento económico-social.

Senhora Dra. Leonilde Megre, que virá certamente enriquecer o panorama da literacia financeira do país, contribuindo para uma melhor preparação do nosso tecido empresarial para enfrentar os desafios do competitivo e globalizado ambiente económico internacional, num momento em que Portugal se vira de forma determinada para a abertura da sua economia, a internacionalização das suas empresas e a captação de investimento privado, nomeadamente externo.” Pedro Reis, Presidente da AICEP, In Prefácio Autor: Leonilde Megre Editor: Edições Sílabo Nº de páginas: 260

“(...) É, por isso, de todo o mérito e oportunidade a publicação pela Editora Sílabo deste livro da autoria da

Ano: 2013 Preço: 17,80€

FORMAÇÃO PROFISSIONAL PRÁTICAS ORGANIZACIONAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO O défice de qualificações é, recorrentemente, apontado como um dos problemas estruturais do país, uma dificuldade para a inovação e o crescimento socioeconómico, um problema que importa combater. Este livro resulta de uma reflexão teórica e de trabalhos de investigação realizados pelos autores sobre a temática da formação profissional, designadamente através de um olhar sociológico sobre os problemas e as práticas, a qual pode conduzir a pistas para a acção colectiva dos actores sociais que intervêm neste domínio. O carácter preliminar sobre a temática

48 // Setembro 13 // Portugalglobal

da formação profissional e a sua sustentação com algumas investigações no âmbito da sociologia, pretendem constituir um ensaio sobre uma sociologia da formação profissional que a obra pretende situar em termos de profissões, trabalho e formação profissional. Autor: J oaquim Manuel Rocha Fialho, Carlos Alberto da Silva, José Manuel Leal Saragoça

Editor: Ed. Sílabo Nº de páginas: 210 Ano: 2013 Preço: 14.90€



Videoconferências

AICEP Global Network A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países. Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais e esclareça as suas dúvidas sobre: • Potenciais clientes • Canais de distribuição • Aspectos regulamentares • Feiras e eventos • Informações específicas sobre o mercado

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