Portugal Global #59

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Portugalglobal Pense global pense Portugal

Entrevista

Arnaldo Machado Açores: desenvolvimento competitivo e estratégico 6

Destaque Açores

Aposta no futuro e na viragem económica 12

Mercados

Outubro 2013 // www.portugalglobal.pt

Oportunidades no Japão 26

Empresas Ramirez 22



Outubro 2013 // www.portugalglobal.pt

sumário Entrevista // 6 Arnaldo Machado é Presidente do Conselho de Administração da SDEA - Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, um organismo recentemente criado com a missão de contribuir para um ambiente facilitador da iniciativa privada empresarial no arquipélago, potenciador do progresso estrutural da economia regional, mediante dinâmicas assentes na promoção da inovação, do desenvolvimento tecnológico, na formação e qualificação dos recursos humanos.

Destaque // 12 Os Açores modernizam-se e investem na sua economia, com enfoque em sectores como: agricultura, artesanato, economia do mar, energias renováveis e turismo. O Governo Regional dos Açores tem em curso um plano que prevê um investimento público de 652 milhões de euros, em 2013, dirigido ao aumento da empregabilidade e da competitividade empresarial na região. Igualmente, foi lançada uma linha de crédito de apoio à exportação de 20 milhões de euros.

Empresas // 22 RAMIREZ: investimento de 18 milhões irá duplicar produção e promover inovação. Entrevista a Manuel Guerreiro Ramirez, presidente da Ramirez.

Mercados // 26 O Japão é um mercado com vastas potencialidades para a oferta portuguesa, nomeadamente em sectores como calçado, vestuário, têxteis-lar, cerâmicas utilitárias, pavimentos e revestimentos de cortiça e cerâmica, vinho, azeite, derivados de tomate, peixe congelado e conservas, produtos ‘gourmet’, energias alternativas limpas. Leia as análises do Embaixador de Portugal em Tóquio, José de Freitas Ferraz, e do director do Escritório da AICEP no Japão, José Joaquim Fernandes, bem como os testemunhos de duas empresas que apostaram no mercado nipónico: Katty Xiomara e Bi-silque.

Análise de risco por país – COSEC // 40 Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 43 Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 46 Bookmarks // 48


EDITORIAL

Revista Portugalglobal Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 578

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Conselho de Administração Pedro Reis (Presidente),

Negócios em perspectiva

José Vital Morgado, Manuel Mendes Brandão, Pedro Pessoa e Costa (Vogais)

Directora Ana de Carvalho ana.carvalho@portugalglobal.pt

O destaque desta edição vai para a Região Autónoma dos Açores e para um grande mercado, o Japão. Dois arquipélagos e dois temas fortes, cada um a seu modo.

Redacção Cristina Cardoso cristina.cardoso@portugalglobal.pt Vitor Quelhas vitor.quelhas@portugalglobal.pt

Colaboram neste número André Vasconcelos, Arnaldo Machado, Direcção Grandes Empresas da AICEP, Direcção de Informação da AICEP, Direcção Internacional da COSEC, Direcção PME da AICEP, Fátima Amorim, Filipe Mora Porteiro, João Carlos Correia de Lemos Bettencourt, José de Freitas Ferraz, José Joaquim Fernandes, José Manuel Rosa Nunes, Katty Xiomara, Manuel Guerreiro Ramirez, Sofia de Medeiros.

Fotografia e ilustração ©Fotolia, ©Japan National Tourism Organization, Rodrigo Marques.

Publicidade Cristina Valente Almeida cristina.valente@portugalglobal.pt

Secretariado Cristina Santos cristina.santos@portugalglobal.pt

Projecto gráfico aicep Portugal Global

Paginação e programação Rodrigo Marques rodrigo.marques@portugalglobal.pt ERC: Registo nº 125362

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Os Açores evidenciam um futuro promissor em matéria de economia, desenvolvimento e sustentabilidade, da qual traçamos aqui um breve mas consistente retrato. Neste âmbito, a entrevista de Arnaldo Machado, presidente do Conselho de Administração da SDEA, perspectiva os Açores na óptica do investimento, dos instrumentos de apoio e da exportação, bem como de sectores com potencial de investimento e desenvolvimento. Na realidade, o Governo dos Açores tem conferido especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alargamento da base económica de exportação, esforço em que se integram as Lojas da Exportação, a que está associada a AICEP. Sectores como a Agricultura (evolução muito positiva), o Turismo (eleito sector estratégico), a Energia (a força das energias alternativas) ou a economia do Mar (com o foco na riqueza da zona económica exclusiva) são analisados neste destaque, traçando uma panorâmica do que está a mudar nos Açores e do enorme potencial dos seus recursos naturais. O mercado japonês, porque é um mercado competitivo, sofisticado e inovador, com boas oportunidades de negócio para as empresas portuguesas, é abordado com a preocupação de fornecer informação relevante às em-

presas, seja do ponto de vista da exportação, seja do investimento. Realçar a economia japonesa, a segunda mais rica do mundo, e da sua importância para as empresas portuguesas, parece-nos incontornável e autoexplicativo num momento em que a diversificação dos mercados, o reforço da aposta em mercados estratégicos e a aposta em relações comerciais e de investimento com economias fortes são uma prioridade para o nosso país. Por outro lado, Portugal e o Japão têm um sólido e longo relacionamento histórico e institucional, o que permite alimentar uma sinergia de interesses favorável aos dois países e ao estabelecimento de parcerias entre as nossas empresas. A boa relação qualidade-preço dos produtos portugueses constitui sem dúvida um forte atractivo para o consumidor japonês, o qual se encontra por isso receptivo a uma significativa variedade de bens “made in” Portugal, que se estendem do vestuário, calçado e têxteis-lar ao vinho, azeite, derivados do tomate, conservas de peixe e oferta “gourmet”, passando pelos artigos para casa e as fileiras da construção e das energias alternativas. Por outro lado, ter sucesso no mercado japonês, extremamente competitivo e inovador, representa uma porta de entrada para o mercado global, e especialmente para os países vizinhos da região que é importante registar. PEDRO REIS Presidente do Conselho de Administração da AICEP



ENTREVISTA

Arnaldo Machado SDEA – Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores

APOSTA NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO A Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, EPER é uma pessoa colectiva de direito público com natureza empresarial, que tem como missão contribuir para um ambiente facilitador da iniciativa privada empresarial no Arquipélago, potenciador do progresso estrutural da economia regional, mediante dinâmicas assentes na promoção da inovação, do desenvolvimento tecnológico, na formação e qualificação dos recursos humanos. Arnaldo Machado é Presidente do Conselho de Administração da SDEA. 6 // Outubro 13 // Portugalglobal


ENTREVISTA Como e porquê foi criada a SDEA? A SDEA Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, EPER, é uma pessoa colectiva de direito público com natureza empresarial, na tutela da Vice-Presidência do Governo, constituída em Março deste ano. Foi criada para encontrar soluções concretas para as empresas açorianas, apresentando um modelo de funcionamento inovador, pois para além de desenvolver medidas que lhe foram cometidas pelos seus estatutos, tem igualmente a responsabilidade de conceber novas políticas sectoriais, tendo em vista a criação de um ambiente amigo das empresas. Pretendemos constituir um parceiro incontornável das nossas empresas, articulando as entidades administrativas envolvidas, sem prejuízo das respectivas competências próprias, assim como promover estratégias de eficiência colectiva por parte das pequenas e médias empresas, estimulando actuações conducentes à melhoria da envolvente empresarial. Neste enquadramento, temos vindo a adoptar uma estratégia de proximidade com os nossos empresários, para que mais facilmente possamos fornecer as respostas adequadas aos condicionalismos com que se defrontam as empresas regionais, cooperando igualmente com as associações empresariais no sentido de assegurar uma concertação estratégica com os agentes económicos que envolva toda a comunidade empresarial. Qual é a sua missão e quais são as suas prioridades estratégicas? A SDEA tem por missão contribuir para a concepção e execução de políticas de estímulo ao desenvolvimento empresarial, visando o reforço da competitividade e produtividade das empresas. No âmbito das suas atribuições, a SDEA desenvolve um conjunto muito diversificado de medidas, procurando ir ao encontro de uma nova estratégia de desenvolvimento regional, pela qual se pretende conferir a maior prioridade à dinamização da actividade económica, tendo em conta a criação de condições para um desenvolvimento económico sustentável. A actividade da SDEA abrange não só iniciativas de natureza conjuntural, que procuram essencialmente responder aos desafios decorrentes da situação económica adversa que actualmente defrontamos, mas também políticas de carácter estrutural, com as quais se pretende melhorar o nível de com-

petitividade das empresas, proporcionar melhores condições de empregabilidade e, deste modo, impulsionar o crescimento da economia açoriana a médio e longo prazo. No domínio da captação de investimento externo, a SDEA pretende adoptar uma estratégia pela qual se apresente os Açores como uma Região com características únicas para o

“Temos vindo a adoptar uma estratégia de proximidade com os nossos empresários, para que mais facilmente possamos fornecer as respostas adequadas aos condicionalismos com que se defrontam as empresas regionais.”

desenvolvimento de múltiplos negócios. Na verdade, os Açores possuem muitas potencialidades ao nível dos recursos naturais, nomeadamente nos domínios da economia verde e da economia do mar, que permitem ter vantagens comparativas que se podem transformar em vantagens competitivas. Na era da globalização, quais são os maiores desafios que os Açores enfrentam? Uma das principais características da globalização prende-se com a cada vez maior integração das economias, num processo de amplitude global. Como consequência deste processo, nenhum país ou região fica imune aos fenómenos de natureza económica, ou com implicações a esse nível. No actual quadro de concorrência global, os Açores dispõem de uma pequena economia insular, com elevado grau de abertura ao exterior, para além de constituírem uma região ultraperiférica, com as consequentes condicionantes que tal situação acarreta. Neste enquadramento decorre um conjunto de desafios, alguns dos quais fortemente condicionadores da atividade económica e absolutamente exógenos à atuação dos agentes económicos regionais. Assim, diria que, de um modo geral, os maiores desafios encontram-se associados a questões de competitividade e de crescimento. No entanto, muita coisa pode e está a ser feita.

O Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, na assinatura de Protocolos com os bancos relativos à linha de crédito à exportação.

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ENTREVISTA Deixaria apenas a nota daquelas que me parecem mais importantes para posicionar os Açores neste contexto de globalização económica e nas quais o Governo dos Açores, bem como outras entidades, públicas e privadas, têm vindo a trabalhar. Desde logo, uma forte aposta na qualificação dos nossos recursos humanos. Depois, a necessária diversificação do nosso tecido económico, procurando-se dinamizar actividades relacionadas com a inovação e estruturação dos sectores económicos chave. Temos ainda efectuado uma aposta contínua na redução da dependência energética, na preservação do ambiente e na procura de um adequado modelo de transportes – aéreos e marítimos – numa lógica de integração e de preços ajustados às necessidades da economia. Pode referir o potencial exportador dos Açores e quais são os seus principais mercados e parceiros internacionais? A base económica de exportação dos Açores está estreitamente relacionada com a disponibilidade de recursos naturais e com as vantagens naturais para a produção de certos produtos no sector agropecuário. A produção de leite representa cerca de 35 por cento do total de leite comercializado em Portugal, enquanto o queijo abrange aproximadamente 50 por cento do total da produção nacional. A indústria de conservas de atum ocupa também uma posição de destaque nas exportações, tendo como principais mercados de destino a Espanha e Itália. Os Açores oferecem ainda um vasto leque de produtos agrícolas com potencial para exportação, sendo interessante referir que presentemente já são o segundo maior produtor de proteias da União Europeia, que são exportadores sobretudo para a Holanda. O sector do turismo tem vindo igualmente a assumir uma importância crescente na economia regional, sendo considerado pelo Governo dos Açores como sector estratégico para o desenvolvimento regional.

O Governo dos Açores tem dedicado uma especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alargamento da base económica de exportação, sendo indiscutível que a estratégia de desenvolvimento para a Região deve assentar na promoção das nossas potencialidades no exterior e na procura crescente de mercados para o escoamento dos nossos produtos. Se uma empresa açoriana ou outra sedeada nos Açores quiser exportar, com que políticas e instrumentos de apoio pode contar? As empresas exportadoras dos Açores contam, desde logo, com o apoio e aconselhamento das Lojas da Exportação de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo, recentemente inauguradas, mediante um processo de estreita cooperação com a AICEP. Apesar de fisicamente presentes nas ilhas de São Miguel e Terceira, estas estruturas disponibilizam também o seu apoio às empresas sedeadas nas restantes ilhas do arquipélago. Por outro lado, estas empresas têm à sua disposição o Sistema de Apoio à Promoção de Produtos Açorianos, que apoia o escoamento, a comercialização e a promoção de determinados produtos originários da Região. Os incentivos previstos revestem a forma de subvenção a fundo perdido, sendo ainda possível majorar os apoios previstos quando estiverem em causa produtos com certificação “Indicação Geográfica Protegida – IGP”, “Denominação de Origem Protegida – DOP”, “Denominação de Origem Controlada – DOC” ou “Artesanato dos Açores”. A medida de apoio referida acima será, em breve, substituída por um novo sistema de incentivos, cujo objectivo será reforçar a competitividade externa dos produtos regionais e também incrementar o comércio intrarregional, contribuindo de forma positiva para a substituição de importações. Ainda no que concerne ao financiamento da actividade exportadora, está já à disposição das empresas açorianas a Linha de Apoio à Exportação das Empresas dos Açores, que

Pedro Reis, Presidente da AICEP, e Vasco Cordeiro, Presidente do Governo Regional dos Açores, na cerimónia de inauguração da Loja da Exportação em Ponta Delgada.

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ENTREVISTA visa financiar as operações de exportação de produtos e/ou serviços de origem açoriana e/ou que tenham sido sujeitos a uma transformação na Região Autónoma dos Açores. Esta linha de crédito, com bonificação de juros, financia a produção e/ou transformação de produtos e serviços destinados à exportação, a própria exportação (pré e pós embarque), os descontos de remessas de exportação e os créditos documentários de exportação confirmados. As empresas interessadas podem aceder a esta linha de crédito através dos balcões de uma das várias entidades bancárias protocoladas. A SDEA encontra-se ainda a preparar a criação da Marca Açores, que virá beneficiar, antes de mais, as empresas que desejem vender os seus bens ou serviços no exterior da Região. Este distintivo terá uma natureza transversal a toda a produção regional, no sentido de constituir uma marca global de referência, tendo em vista induzir valor acrescentado aos produtos e serviços açorianos e aumentar a respectiva penetração nos mercados interno e externo. Neste âmbito quais são as relações da AICEP e da SDEA? Como referi anteriormente, a AICEP prestou à SDEA um inestimável apoio na instalação das Lojas da Exportação em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada as quais, constituindo um serviço de proximidade às empresas com vocação exportadora, podem prestar informação da maior utilidade sobre diversos instrumentos de apoio à exportação e na formalização da estratégia de abordagem a mercados internacionais.

“De um modo geral, os maiores desafios ao desenvolvimento dos Açores encontram-se associados a questões de competitividade e de crescimento, mas muita coisa pode e está a ser feita.”

Por ocasião da cerimónia de inauguração da Loja da Exportação em Ponta Delgada, que contou com a presença do Presidente da AICEP. Dr. Pedro Reis, e que foi presidida pelo Presidente do Governo dos Açores, foi celebrado um protocolo de cooperação entre a AICEP e a SDEA através do qual se torna possível uma ligação mais estreita com a AICEP, cujo prestígio internacional e elevado know-how poderá certamente contribuir para um crescente processo de internacionalização das empresas regionais. São boas as relações entre a universidade e as empresas no arquipélago? As relações entre a Universidade dos Açores e as empresas regionais enfermam do mesmo problema que, salvo algumas excepções, se verifica também a nível nacional – existindo, contudo, e felizmente, alguns exemplos emblemáticos de um excelente relacionamento –, ou seja, um desconhecimento entre o potencial de investigação da Universidade e os reais problemas e necessidades das empresas. Deste modo, torna-

se necessário desenvolver um trabalho de aproximação entre as duas partes. E esse é um trabalho que tem de ser feito, interligando até com a questão relativa aos maiores desafios que os Açores enfrentam, e no qual a SDEA está inteiramente disponível para colaborar. Estou em crer que estamos perante uma situação já devidamente identificada por todos os intervenientes e que irá rapidamente evoluir no sentido de um maior aprofundamento da cooperação entre os mesmos. Como perspectiva o desenvolvimento dos Açores e o que é que tem de ser feito e assegurado? Começaria primeiro por destacar a excelente evolução da economia açoriana na última década, interrompida obviamente pela crise que actualmente vivemos, e que pode ser demonstrada pelos indicadores seguintes: a evolução do PIB per capita dos Açores em relação a Portugal continental (PT = 100) evoluiu de 83 por cento em 2000 para 96 por cento em 2009; já relativamente à evolução comparada de Portugal continental e Açores face à União Europeia (EUR27 = 100) verifica-se uma evolução de cerca de 81 por cento em 2000 para cerca de 80 por cento em 2009 para Portugal continental e de 67 por cento em 2000 para 77 por cento em 2009 para os Açores. Temos assim uma clara aproximação, nesta última década, entre os Açores e a média relativa a Portugal continental no respeitante ao principal indicador de crescimento económico e de bem-estar. No respeitante ao que poderá ser o desenvolvimento dos Açores, para que possamos voltar a crescer de forma significativa, diria que estamos precisamente a trabalhar nesse sentido, com a definição do que será o próximo Quadro de Financiamento Plurianual, para o período 2014-2020, na Região. Partindo da Estratégia Europa 2020, concebida pela Comissão Europeia, assumimos como principais prioridades o fortalecimento do sector primário e da produção do sector agroalimentar, a promoção de bens transacionáveis; o fomento das exportações e redução das importações, a incorporação de pessoas mais qualificadas na estrutura produtiva regional, a redução dos custos de contexto para as empresas regionais, uma forte

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ENTREVISTA

e decisiva aposta na I&D, na inovação e em novos negócios baseados nas denominadas economia verde, economia azul e economia da criatividade e, aspecto fundamental, na consolidação da rede de transportes e de logística que sustente o mercado interno e as exportações. Assim, a Agricultura, a Pecuária, o Sector Agroalimentar, o Turismo e o Mar serão as áreas prioritárias onde assentará toda a estratégia de desenvolvimento dos Açores. Gostaria de salientar a referência à Econo-

“Nos Açores é possível chegarmos a um modelo de desenvolvimento que tenha no centro as pessoas, inseridas num ambiente sustentável e desenvolvendo actividades económicas que, respeitando o ambiente, tirem partido do mesmo.”

mia Verde e à Economia Azul (ou do Mar). No meu entender, estes dois conceitos assentam fortemente naquilo que são as vantagens competitivas dos Açores, pois é em toda a cadeia agrícola e no aproveitamento das extraordinárias condições naturais de que dispomos, com especial destaque para o Mar, e também para o Turismo, que podemos aplicar os três pilares associados ao conceito de Economia Verde: pouco intensa em carbono, eficiente no uso dos recursos naturais e socialmente inclusiva. Estamos convictos que é possível chegarmos a um modelo de desenvolvimento que tenha no centro as pessoas, inseridas num ambiente sustentável e desenvolvendo actividades económicas que, respeitando o ambiente, tirem partido do mesmo, de modo a ser exequível a criação de riqueza que possibilite um adequado bem-estar a todos os açorianos, fim último de qualquer processo de desenvolvimento. Pode traçar uma breve radiografia do potencial turístico dos Açores? O turismo constituiu uma forte aposta do Governo dos Açores desde a primeira década deste novo século. Efectivamente, o turismo conheceu nos Açores um crescimento assinalável, quer em número de camas, quer em número de

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dormidas. Assim, em termos de Capacidade de Alojamento - Nº de Camas, passámos de 4.597 camas em 2001, para 9.466 em 2011. Quanto a Dormidas, evoluímos de 788.741 dormidas em 2001 para as 1.149.835 em 2011. Já quanto ao Pessoal ao Serviço, aumentou de 12.901 em 2001 para 20.005 em 2009. Estamos, portanto, perante valores altamente significativos numa Região sem um historial no sector turístico, ao contrário, por exemplo, da Madeira. O destino turístico Açores tem igualmente merecido diversas distinções de reputadas entidades. Assim, num ranking elaborado em 2007 pela National Geographic Traveler, que distinguiu as melhores ilhas e arquipélagos do ponto de vista do turismo sustentável, os Açores garantiram o segundo lugar entre 111 destinos insulares. Em 2010, os Açores receberam o Prémio Quality Coast, um galardão atribuído por um organismo da Comissão Europeia (Coastal & Marine Union), que certifica a qualidade ambiental para um turismo sustentável. E, em 2012, os Açores foram galardoados como “Destino Quality Coast nº 1”, com Reconhecimento Ouro, que distingue o mais sustentável destino costeiro de férias, na Europa. Os números apresentados revelam o potencial do turismo

“O Governo dos Açores tem dedicado uma especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alargamento da base económica de exportação.”

nos Açores, importando agora rentabilizar a capacidade instalada. O turismo continuará assim a constituir-se como uma das áreas prioritárias do Governo dos Açores para o desenvolvimento deste arquipélago. Neste quadro qual o peso económico do turismo de cruzeiros? Com a inauguração, em Julho de 2008, do empreendimento Portas do Mar, em São Miguel, os Açores viram significativamente reforçado o seu potencial de atracção de navios


ENTREVISTA Sabemos que ainda só estamos no início, que ainda é necessário desenvolver mais conhecimento, o que por si só já significa um valor económico assinalável. Trata-se de um processo que só agora começa a dar os primeiros passos, especialmente no que respeita às novas áreas emergentes da economia do Mar, sendo que também as ditas áreas tradicionais necessitam de conhecimento acrescido, particularmente no que se refere ao sector das pescas, cuja sustentabilidade se apresenta como o factor mais crítico.

de cruzeiro. Esta estrutura constitui-se como um modelo a seguir pois, para além da capacidade de atracção dos maiores barcos de cruzeiros do mundo, localiza-se e está desenhada de tal modo que o acesso dos turistas à cidade de Ponta Delgada se faz de modo extremamente facilitado, praticamente como uma extensão da cidade. Relativamente ao peso económico do turismo de cruzeiros, existe a percepção de que o contributo para a economia é potencialmente significativo. O movimento de navios de cruzeiros evoluiu de 57 navios em 2004, para 112 navios em 2012. A evolução é, por conseguinte, significativa e o respectivo contributo económico acompanhará certamente essa evolução. Existem estratégias para a exploração económica do mar açoriano? Acerca da exploração económica do mar açoriano começaria desde logo por referir que constitui uma das principais prioridades do Governo dos Açores. Estou também em crer que todos os açorianos acompanham esta prioridade estratégica, pois a verdade é que nós, açorianos, estamos no centro do Mar e queremos que este esteja no centro do nosso desenvolvimento económico e social. A Zona Económica Exclusiva (Z.E.E.) dos Açores representa atualmente 57 por cento da Z.E.E. de Portugal e aproximadamente 30 por cento da Z.E.E. europeia. O conhecimento hoje existente confirma que há um enorme potencial associado à designada Economia do Mar. Nos sectores mais tradicionais, como a pesca, a transformação e conservação de pescado, o transporte marítimo, portos e logística, ou o turismo náutico, temos já um contributo efectivo do Mar na economia açoriana. No entanto, outros se perfilam, como por exemplo, a construção e reparação naval tecnologicamente evoluída, o desenvolvimento de equipamentos marítimos relacionados com equipamento e electrónica naval ou de exploração submarina, a arquitectura e engenharia naval, o desenvolvimento de software, ou até a exploração de recursos geológicos, área aliás onde o potencial já identificado se revela particularmente interessante.

Portanto, respondendo à questão, existem de facto estratégias para a exploração do mar açoriano. Por exemplo, está neste momento em curso o desenvolvimento do Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores (POEMA), promovido pelo Governo dos Açores, que acompanha igualmente os trabalhos relativos à Estratégia Nacional para o Mar. Também no respeitante ao próximo Quadro Financeiro Plurianual, para o período 2014 a 2020, o Mar apresenta-se nos Açores como uma das áreas temáticas seleccionadas para acolher investimento apoiado por fundos estruturais, pelo que se integra na estratégia de especialização inteligente em curso. As energias renováveis podem ter um papel relevante como recurso energético nos Açores? Os Açores constituem um verdadeiro laboratório para o desenvolvimento de soluções no domínio das energias renováveis, desde logo pela particularidade de disporem de recursos geotérmicos, existindo uma clara aposta do Governo Regional em apoiar investimentos que permitam reduzir progressivamente a dependência de combustíveis fósseis. Presentemente, a energia geotérmica tem um peso de 17 por cento no total da produção. A energia eólica é a segunda maior fonte de energia renovável, tendo a respectiva produção aumentado em 90 por cento de 2011 para 2012. Os Açores dispõem também de uma das maiores centrais de biogás do país para abastecimento contínuo da rede pública. A ilha Graciosa está prestes a tornar-se a primeira ilha abastecida exclusivamente por energias renováveis. O protocolo Green Islands, desenvolvido com o MIT Portugal, tem como objectivo principal a criação de um sistema energético inteligente que optimize as energias renováveis e evite perdas na rede eléctrica. A política energética desenvolvida pelo Governo dos Açores pretende que até 2018 cerca de 75 por cento da energia produzida seja proveniente de fontes renováveis.

Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, SDEA Azores Business Development Society, EPER Rua de São João, nº 47 | 9504-533 Ponta Delgada Açores – Portugal Tel.: + 351 296 309 100 Fax + 351 296 288 492

www.investinazores.com

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DESTAQUE

OS AÇORES NA VIRAGEM Os Açores modernizam-se e investem na sua economia, desenvolvimento e sustentabilidade, dedicando o Governo Regional especial atenção não só às assimetrias do território, no sentido de as superar de vez, como ao seu potencial em matéria de sectores vocacionados para a exportação. No sentido de implementar a economia e o desenvolvimento açorianos, o Plano e Orçamento dos Açores para 2013, actualmente em vigor, prevê um total de investimento público de 652 milhões de euros. Este orçamento está dirigido ao aumento da empregabilidade e da competitividade empresarial na região e será, em 2014, de 656 milhões de euros. O Governo Regional lançou igualmente, em parceria com seis bancos, uma linha de crédito de apoio à exportação de 20 milhões de euros para facilitar a colocação de produtos regionais no exterior e reforçar a competitividade das empresas. 12 // Outubro 13 // Portugalglobal


DESTAQUE O Governo dos Açores tem dedicado uma especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alargamento da base económica de exportação. As empresas exportadoras dos Açores contam com o apoio e aconselhamento das Lojas da Exportação recentemente inauguradas, mediante um processo de estreita cooperação com a AICEP. Se o espaço nacional constitui o mais importante mercado de destino dos produtos açorianos, o comércio com o estrangeiro desempenha uma crescente importância na economia regional. Enquanto as importações se focam sobretudo nos cereais, combustíveis, maquinaria diversa e matérias-primas, as exportações centram-se nos derivados de leite e enlatados de peixe. Na área da energia, sector fundamental no desenvolvimento das ilhas, a mudança começa a sentir-se. Se é certo que a energia importada (de derivados de petróleo) constitui a base da produção de electricidade na região, outras energias alternativas, como a hídrica, a

eólica e a geotérmica, desempenham um importante papel. A indústria pesqueira apesar da relativa reduzida dimensão tem grande potencial de crescimento. A zona económica exclusiva dos Açores possui uma rica e

“Se o espaço nacional constitui o mais importante mercado de destino dos produtos açorianos, o comércio com o estrangeiro desempenha uma crescente importância na economia regional.”

trias de lacticínios, de comércio de carne, nomeadamente de carne bovina, pesqueira, conserveira. As indústrias de bebidas e similares, como sejam o vinho, cerveja, aguardentes, licores, refrigerantes e água mineral começam a ganhar destaque. A agricultura biológica, com produtos agrícolas de superior qualidade e amiga do ambiente, e a floricultura, apresentam um potencial em desenvolvimento.

diversificada população marinha, oferecendo um vasto leque de peixe fresco para consumo interno e exportação, bem como para enlatados.

O turismo tem crescido significativamente nos últimos anos, sendo considerado pelo Governo dos Açores como sector estratégico para o desenvolvimento regional. O turismo de lazer, cultural, ambiental e de congressos e incentivos são produtos que o governo regional quer desenvolver para atrair mais turistas. O arquipélago dos Açores tem vindo a ganhar notoriedade e foi galardoado com o Reconhecimento Ouro, que distingue o mais sustentável destino costeiro de férias na Europa.

A economia açoriana é predominante rural, baseada na agro-pecuária e indústrias transformadoras de base agro-alimentar, como sejam as indús-

Os indicadores são optimistas e as apostas na economia, desenvolvimento e sustentabilidade dos Açores estão a ser feitas para ganhar.

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DESTAQUE

AGRICULTURA

DESENVOLVIMENTO RURAL NUMA PANORÂMICA ECONÓMICA DAS ILHAS >POR FÁTIMA AMORIM, DIRECTORA REGIONAL DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL

A Região Autónoma dos Açores (RAA), pela sua localização geográfica, determina um forte isolamento territorial face aos espaços continentais. A economia da Região reflecte, assim, a sua localização periférica e insular, destacando-se como principais motores do seu desenvolvimento o sector público, o comércio e as actividades relacionadas com o aproveitamento dos seus recursos.

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O sector primário, onde se incluem as actividades de especialização tradicionais da economia regional (agricultura e pesca), tem uma importância decisiva na economia, que é significativamente elevada quando comparada com as médias nacionais e europeia. Estes sectores económicos e a sua implantação no território estenderam-se à maioria das ilhas, com a criação de unidades de transformação de menor ou maior dimensão, permitindo gerar riqueza e emprego, a montante e a jusante. As características edafoclimáticas e o tipo de relevo em presença fazem com

que os Açores possuam condições propícias para a produção pecuária, existindo ao longo do tempo uma forte especialização na fileira do leite e da carne, quer para uma grande diversidade de culturas, como o milho, as hortícolas, as frutícolas e a vinha, produzidas nas altitudes mais baixas. A RAA revela uma inclinação evidente para o sector leiteiro, que domina a estrutura da produção primária, em que a agro-indústria, beneficiou de uma importante modernização de infraestruturas e de equipamentos, assim


DESTAQUE

como uma actualização de métodos e processos produtivos, e uma diversificação dos produtos produzidos. Com efeito, a estrutura da Indústria de Alimentação e Bebidas regional revela o peso predominante da Indústria de Lacticínios: 16,5 por cento do número de estabelecimentos, 56,8 por cento do volume de vendas e 28,6 por cento das pessoas ao serviço. Desde há 15 anos a esta parte, a fileira do leite teve uma evolução da produção muito positiva em termos quantitativos e qualitativos, nomeadamente devida à crescente exigência dos consumidores por produtos de maior qualidade, mais diversificados e que preservem o ambiente. Assim, podemos afirmar que a fileira do leite apresenta um grande dinamismo, resultante de uma (re)estruturação da produção, com resultados assinaláveis no que se refere à qualidade do leite produzido e dos seus derivados, com destaque para os queijos. A fileira da carne tem sido uma fileira dinâmica em termos de investimento e tem vindo a delinear os seus objectivos em torno da sua capacidade de produzir um produto com qualidade. A produção de carne na RAA encontra-se muito concentrada na carne de bovino, facto que está associado à produção de leite. No entanto, a carne de suíno e a carne e ovos de aves de capoeira (galináceos) assumem um peso significativo na dieta açoriana, pelo que a sua produção faz parte da composição de muitas explorações agrícolas. Para a produção de vinho estão demarcadas três regiões – Biscoitos (Ilha Terceira), Graciosa e Pico. Além destas regiões

demarcadas, existem diversas zonas de produção de vinho sem denominação de origem bem como extensas áreas de vinhas abandonadas presentes em todas as ilhas do Arquipélago. Em termos de projecção e de quantidades produzidas, a Ilha do Pico lidera na produção de vinho, seguida da Ilha de São Miguel. Os vinhos da RAA com maior projecção são os generosos, elaborados a partir de três castas: Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico, importando referir que as duas últimas castas mencionadas são originárias dos Açores. Ao longo da última década as áreas e as explorações dedicadas às principais produções vegetais têm decrescido, exceptuando as plantas e flores ornamentais e as culturas hortícolas. Não obstante o decréscimo verificado, e os condicionalismos da região ao desenvolvimento deste tipo de actividades, tem sido atribuída relevância à sua produção por parte da tutela/estratégia regional para o sector agrícola, persistindo mesmo a perspectiva de haver um conjunto de actividades em relação ao qual se prognostica existir potencial de desenvolvimento, nomeadamente, a produção hortofrutícola, o modo de produção biológico e a vinha. Relativamente às culturas industriais, destaca-se o tabaco, a beterraba sacarina e o chá, culturas onde existe uma forte organização e ligação à indústria mas que assumem uma expressão residual e uma grande dependência das ajudas à produção (no caso das duas primeiras). No caso do tabaco, quer a área de produção (cerca de 35 hectares), quer a quantidade produzida têm diminuído, no fundo a par da tendência geral do sector agrícola na Região e no país e a par das políticas para o sector, as quais têm incentivado outras produções e têm imposto restrições à produção da planta do tabaco na Europa, com implicações directas na produção do tabaco na RAA. A produção de chá tem vindo a aumentar nos últimos anos. A produção dá-se exclusivamente na ilha de São Miguel, a qual possui as duas únicas plantações de chá da Europa para fins industriais. A maior fatia das vendas destina-se ao

consumo na Região, mas há ainda uma parcela comercializada para o Continente, assim como para a Alemanha, para os EUA, para o Canadá, e ainda para outros países europeus (embora em menor escala). A visão da estratégia para a agricultura e o desenvolvimento rural deverá assentar na auto-suficiência, em valor, do sector agro-alimentar em 2020, promovendo a sustentabilidade de todo o território regional, tendo como princípio determinante a concentração dos apoios no sector e na produção de bens transacio-

náveis e dirigidas a agentes directamente envolvidos na criação de valor a partir de actividades agrícolas e florestais. A lógica de intervenção do programa de desenvolvimento rural assenta na necessidade de aumentar a capacidade de gerar valor acrescentado, contribuindo para a diminuição do respectivo défice externo e atenuar a debilidade económica e social das zonas rurais. Assim, a estratégia de Desenvolvimento Rural para o período 2014/2020 atende a uma estrutura centrada no trinómio – competitividade produtiva e territorial – que investe na sustentabilidade dos recursos naturais e na abordagem integrada do desenvolvimento rural.

Direcção Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural Vinha Brava 9701-861 Angra do Heroísmo - Terceira Tel.: +351 295 404 200 Fax: +351 295 216 272 info.dradr@azores.gov.pt

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ARTESANATO

APOSTA NA TRADIÇÃO INOVADORA >POR SOFIA DE MEDEIROS, DIRECTORA DE SERVIÇOS DO CRAA O Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA) é o organismo responsável, na Região Autónoma dos Açores, pela concretização da política regional nas áreas do desenvolvimento e da valorização dos produtos tradicionais, designadamente do artesanato regional e das unidades produtivas artesanais, bem como pela coordenação de iniciativas multifuncionais com aplicação no meio local. Neste sentido, o Centro desenvolve um plano anual consistente e diversificado, actuando sobre quatro áreas que consideramos fundamentais: investigação / certificação, formação, apoio ao artesão e promoção. O desenvolvimento destas áreas passa pela certificação de produtos, publicações sobre a temática do artesanato na região, organização de exposições, promoção de acções de formação, oficinas e workshops, informação e prestação de esclarecimentos a artesãos, e respectivo apoio através do sistema de incentivos (SIDART). É de destacar que este sistema de incentivos permite apoiar a actividade profissional dos artesãos e o desenvolvimento económico das suas empresas a vários níveis, da comercialização até ao equipamento de produção, passando pela promoção. O Centro faz uma forte aposta na promoção do produto artesanal com valor cultural acrescentado, fazendo deste modo a articulação entre a tradição e a inovação, o que representa um considerável investimento na área da formação e renovação de saberes, bem como na formação nas áreas de marketing e orientação criativa, pois detectam-se lacunas no que respeita à inovação do produto artesanal. Além

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movendo assim a formação de novos artesãos naquelas áreas.

Palhina de trigo, Escola de Artesanato de Santo Amaro - Pico

Tecelagem, Cooperativa de Artesanato N. Sra. da Encarnação - S .Jorge

Osso de cachalote, Eduardo Silva - Pico

destas transversais, propõe-se, nas várias ilhas, uma série de formações em áreas muito específicas que caracterizam a produção artesanal da ilha, e que apresentam risco de extinção, pro-

A investigação para a certificação continua a ser um trabalho fundamental para a credibilidade do produto regional no âmbito internacional e assegurar a marca coletiva Artesanato dos Açores. Até à data, dentro dos produtos açorianos, encontram-se certificados: rendas, bordados, cerâmica, tecelagem, miolo de figueira, registos do Senhor Santo Cristo dos Milagres, escama de peixe e alguns doces regionais como o alfenim, os bolos lêvedos, as queijadas de Vila Franca do Campo, bolos D. Amélia, espécies de S. Jorge e queijadas da Graciosa. O CRAA definiu, desde 2011, uma estratégia de marketing relativamente à marca colectiva Artesanato dos Açores, com o objectivo de aumentar a visibilidade, numa perspectiva de renovação, dinamização e afirmação de uma imagem com forte identidade e visibilidade no mercado. Nesse âmbito, criou-se a linha produtos de merchandising “Azores-in-a-box” e uma linha de produtos dedicados ao público infanto-juvenil, cativando e sensibilizando a camada mais jovem às questões do artesanato. E também pensando nas camadas mais jovens surge o projecto RAÍZES-projectos pedagógicos no Artesanato dos Açores, a implementar nas escolas da região, de forma a sensibilizar o público escolar e comunidade para a produção de peças artesanais como forma de sustentabilidade.

Centro Regional de Apoio ao Artesanato Rua de S. João, 47 9504-533 Ponta Delgada – S. Miguel Tel.: +351 296 309 100 Fax: +351 296 283 117


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© Jorge Fontes

ECONOMIA DO MAR

NOS AÇORES O MAR APROFUNDA-SE A DIMENSÃO MARINHA E MARÍTIMA DA REGIÃO >POR FILIPE MORA PORTEIRO, DIRECTOR REGIONAL DOS ASSUNTOS DO MAR

O mar corre nas veias dos açorianos: é o passado, o presente, mas também o futuro. É costeiro e oceânico, diverso, rico e atractivo, imenso e estratégico. São diversas as áreas identificadas para desenvolver a economia do mar na região. Entre as novas actividades com potencialidades futuras reconhecidas destacam-se a mineração de jazidas polimetálicas no mar profundo e a descoberta de produtos bioactivos de origem marinha com aplicações na medicina, cosmética e outras indústrias biotecnológicas. Estas áreas, centrais no crescimento futuro, assentam numa forte componen-

te científico-tecnológica. Os Açores, através dos centros de investigação da sua Universidade, em parcerias nacionais e internacionais, detêm um conhecimento científico que permite avançar com segurança para estes desígnios complexos. Ecossistemas hidrotermais profundos e faunas típicas de montes submarinos, como esponjas e corais de águas frias, são os alvos de excelência para o progresso da mineração profunda e da biotecnologia azul. Entre as actividades tradicionais, destaca-se a promoção de pescarias sustentáveis e a valorização do pescado regional, reconhecido pela sua elevada

qualidade organoléptica. Temos cerca de 800 embarcações de pesca que empregam mais de 2.300 pessoas, que capturam por ano cerca de 14 mil toneladas de pescado, que rende em primeira venda aproximadamente 35 milhões de euros. Importamos e exportamos quantidades significativas de pescado. A frota de pesca lúdica inclui centenas de embarcações e todos os açorianos gostam de pescar. Existem três portos oceânicos e centenas de portos e portinhos espalhados pelas ilhas. Todos os dias, navios mercantes transportam toneladas de bens de e para a região. Milhões de utiliza-

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DESTAQUE dores viajam em ferries inter-ilhas por ano. Recebemos mais de uma centena de navios de cruzeiros e nas marinas atracam mais de 1.500 iates em rotas internacionais. Cerca de 100 empresas de actividades marítimo-turísticas recebem centenas de milhares de turistas que visitam a região atraídos pelo seu mar. A comunidade científica ligada ao mar capta milhões de euros para investigação. Investem-se quantias avultadas em centenas de obras nas áreas costeiras e portos. A observação de cetáceos é uma actividade florescente. Nos Açores, observam-se 25 espécies de mamíferos

marinhos, e as ilhas são um dos 10 melhores locais do mundo para o whale watching. A actividade rege-se por um código de conduta exigente, que promove o bem-estar de humanos e cetáceos. A cultura baleeira, arreigada no espírito açoriano desde o século XIX, evoluiu no melhor sentido e o conhecimento tradicional foi integrado numa indústria ecológica assente na mesma “matéria-prima”. Ver de perto um cachalote, ou outro grande cetáceo, é uma aventura fantástica.

e alcantiladas, observar jangadas de aves marinhas, pescar de forma lúdica, praticar desportos náuticos e nadar em águas tépidas, distinguidas por Bandeiras Azuis e outros galardões como o Quality Coast, completam a oferta marítimo-turística da região. Esta é uma área em crescimento, onde os Açores se afirmam e se distinguem pela sustentabilidade, qualidade e diversidade da oferta. Graças ao isolamento geográfico da região, ao percurso histórico e cultural das suas populações e às políticas públicas recentes, o mar dos Açores é conhecido pelo seu “bom estado ambiental”. As actividades marítimas são exercidas com um nível de sustentabilidade inusitado, em comparação com outros recantos do mundo. Neste contexto, o desafio é desenvolver actividades económicas ligadas ao mar, com benefícios sociais claros, e garantindo a conservação dos recursos marinhos. O desenvolvimento sustentável está na base da imagem positiva que a região ostenta e que pretende manter e potenciar. Nessa perspectiva criou-se uma rede abrangente e coerente de 52 áreas marinhas protegidas tanto costeiras, incluídas nos Parques Naturais de Ilha, como oceânicas, incluídas no pioneiro Parque Marinho dos Açores, reconhecidas pelas redes europeias Natura 2000 e OSPAR. No Caneiro dos Meros, no Corvo e em Santa Maria as populações desenharam áreas marinhas protegidas

nal moderno, abrangente e dinâmico, articulado nos contextos nacional e europeu. A regulamentação específica para a conservação da natureza, para a pesca, actividades marítimo-turísticas, extração de inertes, etc., tem enquadramentos propiciadores de desenvolvimento. Por outro lado, o quadro legal para a exploração mineira ou a biotecnologia, por exemplo, baliza por antecipação a emergência destas áreas.

Por outro lado, o conhecimento científico é naturalmente assumido como fundamental para alicerçar políticas sonantes de desenvolvimento. A investigação e a inovação aplicadas ao mar encontram nos centros de investigação regionais o ambiente para a sua expansão e internacionalização. A articulação eficaz e produtiva da ciência com o mundo empresarial é, talvez, o maior repto que se nos coloca para o progresso da economia do mar. O envolvimento inclusivo dos stakeholders na definição das políticas do mar e a difusão pública da cultura científica e ambiental são actividades enraizadas na região. A participação activa de uma sociedade informada é crucial para a prossecução das estratégias de desenvolvimento.

E mergulhar na região é cada vez mais atraente. Mais calmo e cultural, o mergulho arqueológico desenvolve-se de forma gradual, enquanto os cientistas marinhos aliam o interesse profissional ao lúdico, estimulando visões mais conservacionistas. Por outro lado, cada vez mais fotógrafos e documentaristas visitam a região e divulgam aos quatro ventos a excelência subaquática do seu mar.

para potenciar a biodiversidade e as actividades marítimo-turísticas.

Rua Cônsul Dabney - Colónia Alemã Apartado 140 9901-014 Horta - Faial Tel.: +351 292 208 800 Fax: +351 292 240 900

Viajar entre ilhas em veleiros ou ferries, visitar grutas, costas e baías recortadas

O crescimento azul nos Açores assenta também num património legal regio-

info.dram@azores.gov.pt

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Secretaria Regional dos Recursos Naturais Direção Regional dos Assuntos do Mar


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ENERGIA E SUSTENTABILIDADE

APOSTA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS >POR JOSÉ MANUEL ROSA NUNES, DIRECTOR REGIONAL DA ENERGIA

Mercê do empenho político do Governo dos Açores, em matéria de sustentabilidade e de optimização de recursos, nas últimas décadas tem vindo a consolidar-se a utilização de energias renováveis associada à promoção da eficiência energética. Dáse assim cumprimento à directiva comunitária do programa 20-20-20, o qual identifica os objectivos de redução na aquisição de combustíveis de origem fóssil e dos impactes ambientais em 20 por cento, simultaneamente com o crescimento na taxa de penetração de energias renováveis, igualmente em 20 por cento. No decurso do ano passado a taxa de penetração de energias renováveis na Região situou-se nos 28 por cento, representando a produção geotérmica 16,7 por cento, e a eólica e hídrica respectivamente 7,8 por cento e 3,5 por cento, num total de produção anual de 225.584,9 MWh. Os Açores são, sem dúvida, e em consequência de um plano de longo prazo bem delineado pelos responsáveis políticos, um espaço-modelo comunitário no que concerne às diferentes parcelas que constituem o arquipélago, o que permi-

te assumir o desenvolvimento sustentado como sendo uma realidade concretizável no imediato. Num espaço arquipelágico que elegeu, entre outros, o desenvolvimento do sector do turismo como uma prioridade, são patentes os projectos que têm vindo a ser desenvolvidos no sector da electricidade, principalmente no âmbito da produção através da utilização da geotermia e do vento. No período entre o início do corrente ano e o mês de Agosto, a produção de

energias renováveis representava 34,1 por cento do total regional, correspondendo 22,2 por cento à geotermia, e a produção eólica e hídrica respetivamente 7,9 por cento e 4,0 por cento, representando um crescimento, relativamente ao período homólogo do ano anterior, de cerca de 36,2 por cento. Por tipos de produção o crescimento percentual no período referido foi de cerca de 61,2 por cento para a geotermia, 12,5 por cento para a hídrica e 2,6 por cento para a eólica. Embora ainda numa fase inicial de produção, a mini e a microgera-

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DESTAQUE ção cresceram no mesmo período cerca de 59,1 por cento, denotando o empenho dos órgãos competentes do Governo regional no sentido de concretizar o aumento da produção de renováveis. Para S. Miguel, a única ilha em que existe produção de energia renovável de origem geotérmica, a taxa de penetração para os primeiros oito meses do ano atingiu cerca de 54,7 por cento, representando a geotermia 42,9 por cento do total de produção na ilha, a que correspondeu um crescimento de cerca de 61,2 por cento relativamente ao período homólogo.

Em 2018 pretende-se que a produção regional de energia de origem geotérmica atinja os 288,6 MWh, dos quais 38,7 por cento obtidos através da central geotérmica, em fase de estudo e a construir na ilha Terceira, representando cerca de 46,4 por cento e 40,3 por cento do total de produção respectivamente de S. Miguel e da Terceira. Para a Região, no ano de 2018, estima-se que a produção de energias de tipo renovável represente 58,8 por cento do total, correspondendo à geotermia 35,2 por cento, à eólica 10,8 por cento e às hídricas, nas quais se inclui um sistema hídrico reversível, 6,4 por cento. A produção através de resíduos e outras renováveis, onde se incluem a microprodução fotovoltaica, ondas e biogás, deverá represen-

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tar cerca de 7,4 por cento do total de produção regional.

primeiro semestre do corrente ano, de 17,1 por cento do total da produção;

A persecução dos objectivos definidos pelo Governo dos Açores no que concerne a produção de energias limpas, em termos de futuro e referenciados a 2018, é patente nos projectos que têm vindo a ser desenvolvidos no sector da eletricidade, nos diferentes espaços que compõem o arquipélago, entre os quais se pode salientar:

- O desenvolvimento do projecto geotérmico na ilha Terceira, que permitirá em breve a instalação de uma central piloto de 3 MW para a produção de electricidade, com o objectivo de posteriormente atingir os 10 MW.

- Um projecto tendo por base a utilização de renováveis de origem fotovoltaica e eólica na ilha Graciosa, associado à

utilização de baterias, que permitirão o armazenamento de electricidade para utilização posterior; - O projecto eólico da Serra do Cume que permitiu aumentar a taxa de pe-

“Os Açores são já um referência no que respeita a utilização de energias de tipo renovável e quanto às respectivas implicações em matéria de independência energética.”

netração de renováveis na ilha Terceira, com uma representatividade percentual, no período correspondente ao

Sem duvida, tanto no contexto do espaço nacional como comunitário o arquipélago dos Açores constitui, mercê da coerente identificação de objectivos e das prioridades atempadamente definidas pelo Governo dos Açores, já um

ponto de referência no que respeita a utilização de energias de tipo renovável, e as implicações que daí advêm no que respeita a independência energética, a não aquisição de combustíveis fósseis sujeitos a enormes volatilidades de preços e a não poluição do espaço ambiental, que constitui sem dúvida um potencial em termos turísticos e para o desenvolvimento sustentado dos Açores.

Direção Regional da Energia Rua Eng. Deodato Magalhães, 6 9500-786 Ponta Delgada - S. Miguel Tel.: +351 296 304 369 Fax: +351 296 629 383 dren@azores.gov.pt


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TURISMO

UMA OFERTA DE EXCELÊNCIA >POR JOÃO CARLOS CORREIA DE LEMOS BETTENCOURT, DIRECTOR REGIONAL DO TURISMO Nos Açores temos nove ilhas com paisagens deslumbrantes, verdes todo o ano, distintas de outros destinos turísticos, com clima ameno e com uma relação intensa com o mar. Um autêntico paraíso na Terra para quem ama a Natureza. Por ela e por causa dela o turismo tem vindo a ganhar espaço e importância junto dos mercados nacional e internacional. Hoje, os Açores estão mais perto do resto do Mundo, em resultado do forte empenho da última década e meia de governação, que passou a encarar institucionalmente o turismo, como um dos principais vectores de desenvolvimento da economia da Região. A melhoria considerável da oferta turística e das acessibilidades foram os ingredientes responsáveis pelo crescente sucesso da performance turística da Região, no cenário nacional e internacional, e contribuíram, decisivamente, para a imposição dos Açores no mapa dos destinos turísticos por excelência. Os Açores foram palco da diversificação da oferta, nomeadamente a hoteleira, cuja capacidade mais que duplicou, em resultado do esforço do Governo Regio-

nal em dotar o tecido empresarial açoriano de sistemas de incentivos que permitissem a criação de infra-estruturas de apoio ao turismo, nomeadamente de empresas de actividades de animação, novas unidades hoteleiras, bem como o incremento do turismo no espaço rural. Complementarmente e, em resultado de uma forte aposta do Governo, a oferta turística açoriana dispõe actualmente de excelentes infra-estruturas para o desenvolvimento dos produtos “����� Meeting Industry” e Turismo de Cruzeiros, capazes de corresponder às exigências destas áreas, cada vez mais apetecíveis para as economias das Regiões. Esta nova realidade da oferta regional só se tornou possível graças à comunicabilidade que houve entre o crescimento e a necessidade de acompanhar, de uma forma harmoniosa, competente e profissional, as exigências do mercado. Infelizmente, a actual conjuntura nacional e internacional, de crise, afectou naturalmente esta evolução positiva, apresentando o futuro, agora, grandes desafios, que obrigam a novas estratégias para a afirmação do destino Açores e para o incremento de receitas que garantam a sustentabilidade da indústria do turísmo. Há que apostar no conhecimento do posicionamento do nosso destino junto dos principais mercados e das suas tendências

de procura, permitindo que a oferta se flexibilize e se adapte o produto às necessidades e desejos de cada mercado alvo. Assim, e face às características do arquipélago, é importante que o apelo à captação de fluxos seja feito através de produtos turísticos e não apenas como destino generalista. É cada vez mais importante divulgar o Destino Açores associado aos produtos turísticos que marcam a sua identidade, como o mergulho, a observação de cetáceos, o pedestrianismo, etc. Faz todo o sentido abrir o Turismo de Natureza a produtos que estão alicerçados nesta mesma natureza, transformando-a proactivamente. Estamos certos que a solução para se ultrapassar esta fase menos boa do turismo açoriano passa por congregar esforços multidisciplinares para captação de fluxos turísticos capazes de sustentarem a actividade turística regional e de simultaneamente competirem num mercado global.

Direcção Regional do Turismo Rua Comend. Ernesto Rebelo, 14 9900-112 Horta - Faial Tel.: +351 292 200 500 Fax: +351 292 293 663/4 acoresturismo@mail.telepac.pt

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EMPRESAS

RAMIREZ INVESTIMENTO DE 18 MILHÕES IRÁ DUPLICAR PRODUÇÃO E PROMOVER A INOVAÇÃO A Ramirez vai construir uma nova unidade industrial, a Ramirez 1853, que permitirá duplicar a actual capacidade de produção, num investimento que ascende a 18 milhões de euros. A empresa verá reforçado o seu posicionamento no mercado interno, mas também no exterior, para onde exporta cerca de 64 por cento da produção. Com 160 anos de actividade, 180 colaboradores e uma facturação anual de 30 milhões de euros, a Ramirez exporta 64 por cento da produção para 45 mercados externos. A nova fábrica, que será construída no lugar de Avilhoso, em Lavra, Matosinhos, permitirá duplicar a capacidade actual da unidade mais antiga do mundo em laboração no sector das conservas de peixe. Os edifícios industriais ocuparão 20 mil metros quadrados de uma área total de 40 mil metros quadrados. Apoiada pelo PROMAR, esta nova unidade da Ramirez foi declarada como projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN). Actualmente, a Ramirez tem unidades industriais em Matosinhos e Peniche e uma gama de 55 referências de conservas de peixe.

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“A nossa história revela o sucesso de uma série de investimentos em períodos de adversidade. A Ramirez 1853 será uma estrutura industrial de vanguarda, com todas as especificações tecnológicas dos dias de hoje. Permitirá uma série de mais-valias: substituir as actuais instalações, diminuindo os custos operacionais e logísticos e favorecer o recurso a novos equipamentos e a criação de novos produtos, dando continuidade à aposta na segurança alimentar e na inovação”, explica Manuel Ramirez, presidente do conselho de administração da Ramirez & Cª (Filhos), SA. Fundada em 1853, em Vila Real de Santo António, a Ramirez, que já se havia estabelecido em Matosinhos no final de década de 1920, fixou aí a sua sede em 1940, cinco anos antes da en-

trada em laboração da actual fábrica em Leça da Palmeira. A Ramirez 1853 configurará também um pilar do turismo industrial em Matosinhos, já que terá ainda um museu alusivo à sua história empresarial em Vila Real de Santo António, Olhão, Albufeira, Setúbal, Lisboa, Matosinhos e Peniche, bem como uma plataforma de divulgação das mais diversas propostas de conservas de peixe.

Ramirez & Cª (Filhos) S.A. Rua Óscar da Silva, 1683 - Leça da Palmeira P. O. Box 2050 4451-953 Matosinhos Tel.:+ 351 229 997 878 Fax:+ 351 229 997 879 ramirez@ramirez.pt

www.ramirez.pt


EMPRESAS

Entrevista a Manuel Guerreiro Ramirez, Presidente do Conselho de Administração da Ramirez

HISTÓRIA E SABER DE MÃOS DADAS COM INOVAÇÃO E TECNOLOGIA domínio da embalagem, no controlo de qualidade, na segurança alimentar e no processo produtivo, bem como do posicionamento da marca no segmento da alimentação saudável. Passados 160 anos, como foi a evolução da empresa até aos dias de hoje?

A história das Conservas Ramirez remonta a 1853. Como nasceu a empresa? Sebastian Ramirez, o meu bisavô, que era andaluz, chegou a Portugal no início da segunda metade do século XIX. Veio para investir na indústria têxtil e na salga de peixe, mas cedo reconheceu o potencial do embrionário sector conserveiro. Aplicou as suas economias numa fábrica de preparação de conservas de peixe, mas estaria longe de imaginar que os seus herdeiros a conseguiriam manter, 160 anos depois. Beneficiando das grandes capturas de atum das armações algarvias, fundou a primeira fábrica em Vila Real de Santo António, onde produzia conservas de atum rabil (Thunnus thynnus). Se o meu bisavô teve o mérito de ter sido sócio da Armação do Cabeço e

perceber o potencial do sector quando ainda nem sequer se falava em esterilização, o meu avô, Manuel Garcia Ramirez, adquiriu e lançou ao mar o Nossa Senhora da Encarnação, o primeiro galeão sardinheiro a vapor português, que lhe permitiu revolucionar a actividade da pesca do cerco da sardinha, expandindo os seus negócios a Olhão, Albufeira e, mais tarde, Setúbal. Com horizontes mais alargados, aliados a uma especialização no fabrico de conservas, não surpreende a visão estratégica manifestada pelo meu pai, Emílio Garcia Ramirez, um verdadeiro cidadão do mundo, ao deslocar, na segunda metade dos anos 40, a sua principal unidade produtiva para Matosinhos, onde a empresa já laborava desde os anos 20. A mim, tem-me competido o desafio da inovação no

A indústria conserveira marcou a história e o desenvolvimento de muitas cidades do litoral português e várias empresas salientaram-se, não só pela qualidade dos seus produtos, mas sobretudo pela visão estratégica. Entre elas, a Ramirez & Cª (Filhos), SA, para a qual, uma estratégia competitiva assente na diferenciação e na inovação permanentes, aliadas a uma forte vertente social e humanista, bem como a uma vontade familiar de querer fazer sempre mais e melhor, configuram vectores estruturantes da sua longevidade. A Ramirez é hoje a mais antiga empresa de conservas do mundo. Pioneira em vários sistemas de produção de conservas, exporta para 53 países com uma gama de 55 referências e comercializa 24 marcas. Qual a missão da Ramirez actualmente? A Ramirez é hoje uma das raras empresas familiares de quinta geração, que ultrapassou e cresceu na convulsão de dezenas de revoluções, da queda de impérios e de duas grandes guerras mundiais... O mundo foi mudando e a Ramirez procurou sempre antecipar e acompanhar as tendências. Embora o objectivo, produzir conservas de peixe, seja o mesmo da génese da empresa, a nossa forma de estar hoje nos diversos mercados não tem paralelo com as décadas anteriores. A individualização dos hábitos alimentares; a rapidez de prepa-

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EMPRESAS ração, a porção adequada e a necessária portabilidade requeridas pela conveniência do produto; a selecção deliberada de produtos saudáveis; e a produção de produtos orientados para determinados grupos foram as tendências que motivaram um reposicionamento da empresa nos primeiros anos do século XXI. Como se deu a internacionalização da marca Ramirez? O processo de internacionalização da Ramirez, que foi distinguido pela Associação Industrial Portuguesa, iniciou-se no século XIX e privilegiou uma forte política de marca própria, criando e comercializando marcas como a Cocagne no Benelux (exportada desde 1906 e que assinalou recentemente 100 anos de actividade na liderança daquele mercado), a Tomé nas Filipinas, Canadá e EUA, a Al Fares no mundo árabe, a Gabriel na África do Sul ou a Mistral na Venezuela, que já se converteram em

sinónimos de excelência. A exportação das nossas conservas continua em plena expansão, solidificando a presença contínua da marca Ramirez, nos mercados da Áustria, Espanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Brasil, Inglaterra, Suíça, África do Sul, Canadá, EUA, Venezuela, Angola, Moçambique, Alemanha, Israel, Japão, China, Austrália, entre outros. Em matérias de equipamentos e tecnologias, qual foi a evolução nestes 160 anos da empresa? As evoluções maiores ocorreram nas últimas décadas. A Ramirez deu os primeiros passos com a salga. Depois de Pasteur ter introduzido a microbiologia, criaram-se máquinas para soldar latas (e mais tarde cravar) e esterilizá-las. No início em latas que podiam ir até 10 quilogramas. Os modelos foram, entretanto, evoluindo, até à lata de porção individual, semelhante à que co-

MARCAS RAMIREZ Nacionais • Ramirez • Pescador • Cocagne

Internacionais • Ramirez • Cocagne • Gabriel • Les Sublimes • Non Plus Ultra • Teddy • Kid • Renommée • Innovation • Madonina • Queen of the Coast • Tomé • Splendida • Magalhães • Mistral • Derthona • Mariolinde • Al Fares • Wild Fish • Kulla • Berthe • Aldi • Bingo

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nhecemos hoje. Os materiais também evoluíram, da folha de flandres para a o alumínio. E o processo de abertura das latas, primeiro com chaves, teve na Ramirez a percursora da abertura fácil a nível mundial. Mas esta indústria sempre foi, e continua a ser, de mãode-obra intensiva, sobretudo no manuseamento do peixe. Para preparar o futuro, contudo, a Ramirez investe hoje, no domínio industrial, na automação das suas unidades fabris, em colaboração com a indústria nacional. Igualmente, no que respeita às questões de higiene e controlo de qualidade na produção, é de referir que a Ramirez só utiliza matéria-prima de qualidade. Está certificada ao abrigo da norma ISO9001/2008, que garante a Excelência na Higiene e Controle de Qualidade dos seus produtos; bem como pelas Agências de Certificação Alimentar da União Europeia, EUA, Canadá, África do Sul e Brasil, que procuram, na segurança alimentar, a defesa da sua imagem e prestígio. Quais os produtos comercializados? Somos a empresa com a maior gama de conservas de peixe no mercado, a maior parte dos quais exclusivos: 16 conservas


EMPRESAS Marine Stewardship Council, e cofundadora do Hipercluster do Mar, a Ramirez procura também sensibilizar as camadas mais jovens da população para o moderno “Mar Português”, hoje traduzido por uma imensa zona marítima exclusiva, cuja riqueza, em todas as suas vertentes, a transformam num desígnio nacional. Contudo, para que Portugal possa beneficiar deste espaço marítimo alargado – ZEE mais Plataforma – é indispensável o conhecimento dos recursos, num momento de grandes mudanças ambientais nos oceanos, bem como das tecnologias que permitam explorar as novas oportunidades de desenvolvimento económico e social, tendo em conta o respeito pelos ecossistemas, a protecção da biodiversidade marinha e a sua sustentabilidade.

de atum; 17 conservas de sardinha; seis conservas de cavalas; e sete especialidades, fabricadas com recurso a pescado diverso, dos mexilhões ao polvo, com passagem pelo bacalhau ou pelas lulas e anchovas. Para responder às maiores necessidades de conveniência dos consumidores, a Ramirez apostou na inovação, com o lançamento de refeições prontas em conserva: o bacalhau à portuguesa, o bacalhau com grão e o atum assado à algarvia, o atum com grão, o atum com milho e feijão vermelho, o atum com feijão frade, o atum com maionese e vegetais, o atum com salada russa e maionese ou as sardinhas em caldeirada. Enquanto associados do Fórum Empresarial da Economia do Mar, quais as medidas que considera fundamentais no sentido de “afirmar Portugal como actor marítimo relevante a nível global”? Para além da nutrição, a responsabilidade em relação ao ambiente, e ao mar em particular, configura outro vector estruturante da longevidade da Ramirez & Cª (Filhos), SA. Dinamizando um processo, já concluído, de certificação da sustentabilidade da pesca da sardinha nacional, pelo

O vasto domínio da economia do mar tem grande potencial estratégico e permitirá criar riqueza, com a vantagem de vincar características intrínsecas da identidade portuguesa. O Hipercluster do Mar, a que o saudoso professor Ernâni Lopes deu corpo e do qual fomos co-fundadores, permitiu a constituição do Fórum Empresarial para a Economia do Mar, que procura precisamente motivar a sociedade a encontrar um cenário aspiracional de afirmação, que contrarie o afastamento da economia nacional em relação ao mar, onde sempre os portugueses foram grandes. A Ramirez é um dos seus entusiásticos impulsionadores… ou não estivesse a nossa matéria-prima a nadar! Por onde passa o futuro das Conservas Ramirez? Num contexto de crise económica mundial, a construção de uma nova unidade fabril está em curso e alicerçará a estratégia de contínua inovação da marca Ramirez. Acostumada, desde sempre, a superar adversidades, a Ramirez possui a auto-confiança suficiente para encarar frontalmente os desafios e as oportunidades deste novo milénio. É uma empresa vocacionada para constantes modernizações e o pecúlio das suas marcas comprovam-no: saber, sabor e saúde… são um capital inestimável da Ramirez.

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MERCADOS

JAPÃO OPORTUNIDADES NUM MERCADO COMPETITIVO Mercado com grandes potencialidades para a oferta portuguesa, o Japão ocupa, porém, um lugar modesto nas pautas do comércio externo português, pese embora o sólido relacionamento histórico e institucional existente entre as duas nações. A apetência dos consumidores japoneses por produtos com uma boa relação qualidade/ preço oferece boas oportunidades para as empresas nacionais que pretendam apostar no mercado japonês, nomeadamente para aquelas que aí já têm presença. Calçado de couro e para o vestuário, têxteis-lar, cerâmicas utilitárias e artigos de cozinha, pavimentos e revestimentos de cortiça e cerâmica, vinho, azeite, derivados de tomate, peixe congelado e conservas de peixe, produtos ‘gourmet’, energias alternativas limpas são exemplos de produtos que encontram receptividade no mercado japonês. 26 // Outubro 13 // Portugalglobal


MERCADOS

APOSTAR NO JAPÃO >POR JOSÉ DE FREITAS FERRAZ, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NO JAPÃO

Com uma população de 128 milhões de habitantes e um PIB per capita equivalente ao alemão, o mercado japonês constitui desde há muito uma prioridade para a maioria dos nossos parceiros europeus cujas exportações para o Japão se cifram anualmente em várias dezenas de milhares de milhões de euros.

Logo após a minha chegada ao Japão, numa conversa com um colega de um país do centro da Europa, foi-me relembrada a vantagem que os portugueses aqui dispõem pelo simples facto de todos saberem quem somos e o papel que tivemos na região ao longo dos séculos XVI e XVII. Pelo contrário, esse Embaixador insistia nas dificuldades que diariamente defrontava para explicar aos seus interlocutores japoneses a simples localização do seu país. Ao longo de 2013, comemoramos os 470 anos da chegada dos portugueses ao Japão. Mas importa recordar que os três portugueses que em 25 de Agosto de 1543 desembarcaram em Tanegashima vieram ao Japão para comerciar. Foi graças aos comerciantes portugueses que aqui chegaram pela primeira vez há quase cinco séculos que a Europa estabeleceu o seu primeiro contacto directo com o Japão. Foi graças à vinda desses comerciantes que foi possível, nos anos que se seguiram, introduzir pela primeira vez no Japão a medicina europeia e realizar as primeiras intervenções cirúrgicas, adoptar novas téc-

Trata-se de um mercado maduro onde não surgem surpresas e os operadores cumprem rigorosamente o que foi estipulado, como podem testemunhar os grupos empresariais portugueses que estão neste mercado há várias décadas. nicas de pintura e iniciar a construção das armas de fogo que seriam vitais para a sequente unificação do país. O Japão torna-se conhecido na Europa através das descrições escritas pelos portugueses e sabemos que um jovem samurai de Kagoshima foi viver para Portugal em 1554, trinta anos antes da célebre Embaixada Tensho que levaria quatro adolescentes de Kyushu a visitar Lisboa, Coimbra e Roma, regressando mais tarde ao Japão.

Acresce que com a entrada em vigor há três meses da Convenção para Evitar a Dupla Tributação, estão criadas as condições para fomentar ainda mais o relacionamento económico e comercial entre os dois países. Nesse contexto, o acordo firmado no ano passado entre a New Energy and Industrial Technology Development Agency (NEDO) e o nosso Ministério da Economia irá viabilizar a realização de iniciativas no domínio das energias alternativas, abrindo as portas para parcerias entre empresas dos dois

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MERCADOS países, e poderá criar novas oportunidades de investimento bem como o acesso de grupos portugueses a este importante mercado. É importante recordar que desde a década de sessenta o Japão tem canalizado relevantes investimentos para o nosso país que tendem a centrar-se no sector industrial. Este ano a Kagomé anunciou que irá aumentar a sua produção em Portugal e criar em Lisboa um centro de investigação agrária, enquanto a multinacional Marubeni adquiriu este mês 17 por cento da geração de energia eléctrica do nosso país ao comprar uma participação da GDF Suez. Está-se num período em que os grandes grupos japoneses procuram, através de aquisições no estrangeiro, destino para a enorme liquidez de que dispõem, sendo importante recordar que as poupanças dos particulares e das empresas nos diversos bancos do Japão ultrapassam os 10 biliões (trillion) de dólares. Paralelamente, desde Dezembro passado, o novo governo japonês adoptou

uma política agressiva de expansão monetária, que vai de par com um grande programa de obras públicas e o aumento da massa salarial, com o objectivo de obter o crescimento da economia. Essas escolhas – muito diferentes das opções endossadas na Europa – poderão saldar-se este ano numa taxa de crescimento de 3 por cento e, caso se traduzam em resultados sustentados, terão um impacto positivo na economia mundial. Por outro lado, a União Europeia e o Japão estão neste momento a negociar um novo quadro contratual que inclui um Acordo de Comércio Livre: a negociação em curso visa eliminar as barreiras não pautais que dificultam o acesso dos operadores estrangeiros a este mercado, sendo pois de esperar resultados significativos deste processo negocial.

MERCADO ABERTO À OFERTA NACIONAL > POR JOSÉ JOAQUIM FERNANDES, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP NO JAPÃO

Existem pois motivos de sobra para as empresas portuguesas que ainda aqui não estão presentes apostarem no Japão, tirando partido da enorme simpatia e curiosidade que existe neste país relativamente a Portugal e aos portugueses.

A economia japonesa, terceira em valor absoluto, é a segunda mais rica do mundo. Assenta num mercado interno agressivo, competitivo, diversificado e que se ramifica e estende a todo o mundo, através de uma miríade de empresas que, na sua grande maioria, são líderes mundiais nos sectores em que actuam. Em boa verdade, o mercado interno japonês, porque extraordinariamente competitivo, obriga as suas empresas a serem ágeis, fléxiveis, agressivas e permanentemente inovadoras. Nem podia deixar de assim ser num mercado que é um dos mais sofisticados e cosmopolitas de todo o mundo e é constituido por uma população de cerca de 127

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MERCADOS

milhões de consumidores com um dos poderes aquisitivos mais elevados dentro do grupo dos países mais desenvolvidos. E esta é uma das primeiras características de importância crítica para as empresas internacionais que demandam o mercado nipónico. De facto, conseguir sucesso comercial no país do sol nascente é um cartãode-visita de incontornável importância, que muito ajuda a abrir portas em todos os mercados mundiais, a começar pelos países vizinhos da Coreia do Sul e da China. Efectivamente, Tóquio é a praça comercial por excelência e que funciona como “trend setter” para outras cidades e mercados do Extremo Oriente, como Xangai, Seul, Taipé, Singapura, Hong Kong. Portanto, o Japão dita modas e estabelece comportamentos que são seguidos nos países próximos. E isto, que é decisivo em termos do sucesso comercial, acontece ao mesmo tempo que as relações históricas, geoestratégicas e políticas entre o Japão e os seus vizinhos, são de permanente atrito e constante conflito. Veja-se por exemplo o caso da Rússia, com quem ainda não foi assinado um Tratado de Paz desde do fim da Segunda Guerra Mundial, impasse que se deve fundamentalmente a disputas territorias ainda por resolver. Por sua vez, as relações com a China têm vindo a degradar-se fortemente nos últimos tempos, também principalmente por razões de disputas territoriais. A Co-

reia do Sul, colónia japonesa desde 1910 até 1945, mantém também uma relação de constante crispação com o Japão. De uma maneira geral, e sem exagerar muito, podemos afirmar que o Japão não tem muitos amigos no conjunto dos países asiáticos, considerando as atrocidades cometidas antes e durante a segunda guerra mundial, em relação às quais o Japão ainda não fez o necessário acto de contrição. Mesmo assim, alguns dos maiores parceiros comerciais japoneses são exactamente países seus vizinhos, o que revela forte sentido de oportunidade

“Conseguir sucesso comercial no país do sol nascente é um cartão-de-visita de incontornável importância, que muito ajuda a abrir portas em todos os mercados mundiais, a começar pelos países vizinhos da Coreia do Sul e da China.”

comercial do lado japonês, aliado ao pragmatismo asiático por parte de todos os intervenientes. Depois do fim da economia expeculativa, que terminou oficialmente em Maio de 1991, a economia japonesa arrefeceu e desacelarou, registando continua-

mente crescimentos anuais muito reduzidos e deflação permanente. É, desde então, vulgar ouvirem-se referências à denominada “crise japonesa”, o que é, no mínimo, curioso. Naturalmente, depois de atingir a maturidade, as economias passam a funcionar a níveis de crescimento mais reduzidos. Mas mesmo assim, a economia japonesa, apesar da dita “crise”, registou sempre indicadores que sendo preocupantes para os japoneses, são, quando comparados internacionalmente, relativamente normais. O desemprego, por exemplo, ainda hoje é elevado para os padrões da sociedade japonesa. Presentemente, oscila pelos 3,5 por cento. Por isso, os japoneses não conseguem entender os níveis de desemprego verificados em alguns países europeus. Considerando a referida “crise”, o governo actual está apostado em criar condições para que a economia cresça e se revitalize, tendo posto em prática um conjunto de estratégias, vulgarmente referidas pelo termo “abenomics”, que tem a sua origem no nome – Abe – do actual Primeiro-ministro. Passou a dar-se particular relevo às políticas de liberalização monetária, flexibilização fiscal e aos esforços por parte do banco central para, se possível num perído de dois anos, conseguir-se atingir uma inflação estável ao nível dos 2 por cento. Espera-se assim que venha a ter início um novo ciclo de crescimento.

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MERCADOS Esse crescimento vai apostar em sectores diferentes dos ditos tradicionais, como o automóvel, o eléctrico, o electrónico e equipamento industrial, por exemplo. Em boa verdade, o Japão, sendo ainda líder, perdeu competitividade nestes sectores para países concorrentes como a Coreia do Sul, Taiwan e recentemente também a China Continental. Por isso, os sectores de aposta passarão a ser do tipo serviços de saúde, equipamento médico, produtos farmacêuticos, energias alternativas limpas, novos materiais, robótica,

“Empresas que dominem novas tecnologias em sectores, áreas, produtos e serviços que se encontrem na fronteira do conhecimento e tenham já experiência de negócio noutros mercados igualmente sofisticados e exigentes, têm oportunidades disponíveis no Japão.”

mobilidade eléctrica, eco-negócio, biotecnologia, nanotecnologia, tecnologias da comunicação e informação, etc. De uma forma geral, áreas industriais que se encontrem na fronteira do conhecimento e, consequentemente, onde a inovação seja a palavra de ordem.

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Nesse sentido, a JETRO tem actualmente como função primordial a procura a nível mundial de parcerias para as empresas japonesas em áreas e sectores como os referidos acima, sendo uma das actividades o convite a empresas estrangeiras inovadoras a participar em feiras específicas no Japão, tendo havido já empresas portuguesas que foram escolhidas. O tipo de parcerias procurado pode ser multifacetado, através de, por exemplo, transferência de tecnologia, investimento japonês no exterior, investimento estrangeiro no Japão e ainda investimento conjunto em terceiros mercados. Cabe aqui referir que, e como sempre fruto das próprias necessidades internas, muitas das tecnologias de ponta citadas estão já a níveis de desenvolvimento muito elevados. Sendo a sociedade japonesa a que regista a mais alta esperança de vida em todo o mundo, todas as áreas relacionadas com a saúde evoluem a cada hora que passa. Sendo o Japão um país que depende quase a cem por cento do exterior no que diz respeito a matérias-primas, as tecnologias relacionadas com a reciclagem e o ecó-negócio são intensamente competitivas. O Japão é o país do mundo que regista índices de reciclagem mais altos, com uma estratégia que assenta agressivamente no conceito RRR – Reduce, Recicle, Reuse. Estes são apenas

alguns exemplos no meio de mais que se poderiam citar. É pois de grande importância que a comunidade exportadora nacional esteja atenta e preparada para não perder esta oportunidade de um novo ciclo de inova-

“Os sectores de aposta [no Japão] passarão a ser do tipo serviços de saúde, equipamento médico, produtos farmacêuticos, energias alternativas limpas, novos materiais, robótica, mobilidade eléctrica, econegócio, biotecnologia, nanotecnologia, tecnologias da comunicação e informação.”

ção e crescimento que, se nada de anormal acontecer daqui em diante, começa já a materializar-se no mercado japonês. A nova política monetária já conseguiu uma depreciação considerável da moeda japonesa, cujo efeito já se está a fazer sentir nas exportações. Logo, o emprego vai aumentar e, por arrastamento, o consumo interno também. Os produtos portugueses são reconhecidos no mercado como detentores de uma excelente combinação de preço, qualidade e design, e


MERCADOS isto numa altura em que o consumidor já não tem como preferência fundamental os produtos de alta gama produzidos pelas grandes marcas internacionais. Acima de tudo, a comunidade importadora percebe e sabe que Portugal é capaz de competir em clara vantagem com outros países da UE em muitas áreas, nomeadamente no que aos seus sectores tradicionais diz respeito.

Oportunidades para as empresas portuguesas Os portugueses foram os primeiros ocidentais a visitar o Japão, tendo chegado à ilha de Tanegashima, no extremo sul do arquipélago japonês, no ano de 1543. Depois e durante quase um século, a influência da cultura lusitana na cultura nipónica foi extraordinária, perdurando ainda hoje em muitos aspectos da vida quotidiana dos japoneses. Foram de facto os portugueses que estiveram na origem do primeiro grande movimento de ocidentalização do povo japonês e não há nenhum cidadão nipónico que o não saiba. Todos o aprendem na escola e, garantidamente, não passa de ano um aluno que revele desconhecimento sobre a importância do “século cristão” patrocinado pelos portugueses no Japão. E esta é a primeira grande vantagem competitiva de que a comunidade exportadora nacional pode e deve tirar vantagem. Sem sombra de dúvida, os japoneses sabem quem são os portugueses e a grande importância de tudo o que de inovador Portugal trouxe para o Japão no passado. Porém, a grande preocupação de todos os intervenientes (Governo, MNE, AICEP e empresas exportadoras) na promoção e expansão da imagem de Portugal e dos seus produtos no Japão, tem de se centrar na transmissão da ideia de Portugal enquanto país moderno, parte integrante da União Europeia e país exportador de produtos e serviços de grande qualidade. Produtos que são vendidos desde há longa data em mercados tão exigentes e competitivos como o Japão. A comunidade importadora sabe disto muito bem e é muito por essa razão que a procura japonesa coincide muito significativamente com a oferta nacional que demanda o mercado japonês. E esta é uma outra tremenda vantagem competitiva de que urge tirar partido. Por

CONSELHOS ÚTEIS NA ABORDAGEM AO MERCADO JAPONÊS • É obrigatório pensar no mercado japonês sempre numa perspectiva de longo prazo. O return on investment é mais lento do que nos outros mercados, mas uma vez que o processo tenha início, há fidelidade e continuidade. • É fundamental primeiro construir uma base sólida de confiança com os parceiros japoneses. • É preciso ser paciente e persistente. • É necessário ser capaz de, numa fase inicial, aceitar pequenas encomendas, que servem para atingir dois objectivos: a confiança do importador no exportador e a confiança do distribuidor no produto.

• É fundamental respeitar todos os compromissos assumidos sob pena de a confiança alcançada se perder para sempre. • Os cartões-de-visita são omnipresentes na cultura empresarial japonesa. Sem eles, não se existe. • Cumprir horários no Japão significa chegar pelo menos 5 minutos antes da hora. • Tendo em conta o problema da comunicação, pelo menos durante as primeiras visitas, a presença de um intérprete é inevitável. • Deve ter-se em conta que uma empresa não se pode considerar verdadeiramente internacional se não tiver presença no mercado japonês. • É importante reconhecer que, em muitas situações, as exigências colocadas pelo consumidor nipónico implicam alterações de processos e de atitudes, que se reflectem muito positivamente nos outros mercados.

• É preciso ter presente que, com alguma frequência, é necessário introduzir adaptações aos produtos, para responder às necessidades e exigências do consumidor final. todas as razões, que são por demais evidentes, mas mais ainda pelo factor multiplicador que o aumento do volume, visibilidade, percepção e identificação dos produtos portugueses vai conseguir atingir junto do consumidor final. Por outro lado, recentemente a China está a perder importância estratégica para o Japão. Por razões históricas, políticas e geo-estratégicas já mencionadas e também por motivos de competitividade. Na China o factor custo de mão-deobra começa a já não ser competitivo e as empresas japonesas já estão em fase de deslocalização da produção para outros mercados do sudeste asiático, como

• É incontornável não esquecer que uma das maiores vantagens ao conseguir successo no mercado japonês é a de que a seguir todos os outros mercados são de abordagem mais fácil.

Myanmar, Vietname e Tailândia, assim como para a Índia. Simultaneamente, os importadores japoneses procuram fornecedores alternativos em mercados que lhes garantam confiança na normalidade dos fluxos dos produtos exportados, situação que no presente a China não consegue garantir por razões de conflito político e atrito social. E Portugal aparece como um fornecedor alternativo muito bem posicionado, como confirmam as frequentes missões de compradores e investidores que nos anos mais recentes visitam Portugal em busca de fornecedores e parceiros que anteriormente procuravam na China. Esta é mais uma vantagem competitiva recente, de importância

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MERCADOS pelas empresas japonesas e que tem a ver com parcerías com empresas portuguesas com vista a desenvolvimento de negócios conjuntos nos mercados de língua oficial portuguesa, com particular realce para Angola e Moçambique. Prova disso foi a recente visita a Lisboa de uma missão de um grupo de empresários japoneses membros do Keidanren, que é a maior associação empresarial do Japão e uma das mais poderosas do mundo, durante a qual este foi um dos temas a que foi dada uma atenção muito especial.

“É de grande importância que a comunidade exportadora nacional esteja atenta e preparada para não perder esta oportunidade de um novo ciclo de inovação e crescimento que, se nada de anormal acontecer daqui em diante, começa já a materializarse no mercado japonês.”

crítica e que é de todo necessário aproveitar o mais extensivamente possivel. Assim, a moda portuguesa, com particular destaque para o calçado de couro e para o vestuário, os têxteis-lar, os tecidos, as cerâmicas utilitárias, os artigos de cozinha, os pavimentos e reves-

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timentos de cortiça e cerâmica, o vinho, o azeite, os derivados de tomate, o peixe congelado, as conservas de peixe, os produtos gourmet, as energias alternativas limpas, com destaque para a energia solar, são bons exemplos de produtos e sectores que, tendo já uma presença efectiva no Japão, podem com facilidade aumentar a sua quota de mercado. Simultaneamente, empresas que dominem novas tecnologias em sectores, áreas, produtos e serviços que se encontrem na fronteira do conhecimento e tenham já experiência de negócio noutros mercados igualmente sofisticados e exigentes, têm oportunidades disponíveis no país do sol nascente. Convém ainda ter presente, de forma muito atenta, uma das mais recentes oportunidades de negócio procurada

Por último, considerando que os japoneses ou falam muito mal ou não dominam de todo a língua inglesa e que a cultura japonesa é única e apenas igual a si própria, projectando-se e reflectindo-se na cultura empresarial, com muita facilidade acontecem choques culturais e mal entendidos que, mais frequentemente do seria desejável, criam problemas, aborrecimentos, desilusões e desistências. Para mitigar este tipo de problemas, a CE e a AICEP providenciam ferramentas, a baixo custo ou mesmo a custo zero, que se aconselham viva e empenhadamente à comunidade exportadora. Destacam-se pela sua eficácia as seguintes: • EU - Gateway to Japan (http://www. eu-gateway.eu/home): missões de exportadores organizadas pela CE. • ETP – Executive Trainning Programme (http://www.euetp.eu/): programa de formação de quadros organizado pela CE. • AICEP: programa de reuniões com importadores e visitas a pontos de venda. Fica o convite à comunidade exportadora para demandar o Japão, utilizando, sempre que oportuno e possível, uma das alternativas disponíveis aqui listadas.

AICEP no Japão Kamiura Kojimachi Bldg., 4F 3-10-3, Kojimachi Chiyoda-ku Tokyo 102-0083 - Japão Tel.: +81 3 35 11 28 71 Fax: +81 3 35 11 28 87 aicep.tokyo@portugalglobal.pt


MERCADOS

KATTY XIOMARA LEVA MODA PORTUGUESA AO JAPÃO Katty Xiomara está presente na moda de Portugal desde 1998, mas a sua versatilidade profissional tem promovido a sua participação em desafios em áreas tão diversas o como vestuário infantil, o teatro, a televisão, a música, a dança, as artes gráficas e outros eventos onde é convidada a apadrinhar ou a reinventar ideias com o seu estilo pessoal e distinto. O contacto com o Japão surgiu há alguns anos, com o convite para participar num desfile em Tóquio, com a colecção de Inverno 2011, no âmbito do evento WearEurope. Katty Xiomara tem actualmente vários projectos a realizar em 2014 no mercado japonês. Conheça o seu testemunho sobre este mercado. “Parafraseando o título dum livro que li há já algum tempo sobre a viagem singular de pai e filho ao Japão, o ‘Japão é um lugar estranho’. De facto, é uma cultura cheia de códigos. Se bem me lembro, a primeira vez que o Japão surge no nosso universo profissional foi após um desfile ao qual tinha assistido uma jornalista japonesa radicada em Londres, que nos interpelou no final sobre o potencial que a colecção teria no mercado japonês. Desde esse momento tornou-se tacitamente num objectivo: qual será a verdadeira reacção do mercado à nossa colecção? Felizmente, em 2009, fomos convidados a participar na mostra de ‘design’ Europeu no Japão - WearEurope. Este foi o nosso primeiro e verdadeiro contacto com a cultura japonesa e serviu para dar início à nossa aprendizagem.

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MERCADOS No ano seguinte fomos novamente convidados; só nesta ocasião compreendi o quão particular é a cultura e abordagem dos japoneses, pelo contacto efectivo com os potenciais compradores. Comecei a descobrir alguns dos códigos e comportamentos, sendo certo que há dificuldade em ler as expressões. Em 2005, começámos a participar em feiras internacionais mas, regularmente, só a partir de 2007. Estas feiras serviram de base para o desenvolvimento da nossa estratégia de internacionalização. Em 2012 retomámos os contactos com visitas de prospecção e com reuniões marcadas com antecedência. Tem sido um trabalho difícil pois o comportamento profissional dos japoneses é algo distante e frio. Só depois de estabelecido um contacto pessoal é que se podem criar algumas aproximações. No nosso caso, sabemos que só depois desse contacto é que eles começaram a procurar informações e a seguir o nosso percurso. Sabemos que devemos ter um percurso consistente e ter a paciência necessária para poder alcançar a confiança do comprador. 2014 será um ano decisivo na nossa estratégia para a conquista do mercado japonês, onde temos previstas várias acções que ajudem a complementar os esforços comerciais realizados através da participação em feiras locais e internacionais. É um mercado cujo conhecimento ‘fashion awareness’ é elevado, seja ele a nível de comprador profissional ou de consumidor final, com um potencial de compra considerável. Os olhos do mundo de ‘Trend setters/Fashion scouters’ estão lá, o que o torna num mercado importante para qualquer marca com ambição. Esperamos ter resultados concretos e palpáveis no final de 2014; até lá o objectivo é apresentar a marca e criar a confiança necessária para atrair os distribuidores e compradores. Pontos essenciais: • Ter em conta a diferença cultural e costumes. • Ter paciência e mostrar consistência. • Marcar reuniões e estabelecer contacto pessoal. ‘O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa lêem apenas uma página’ – Agostinho de Hipona.” www.kattyxiomara.com

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MERCADOS

A BI-SILQUE E O MERCADO JAPONÊS A Bi-silque produz e comercializa artigos de comunicação visual para casa e escritório e utilidades domésticas, exportando actualmente para mais de 60 países em cinco continentes. O mercado nacional representa apenas 1,3 por cento da sua produção, mas a empresa utiliza nos seus produtos 60 por cento de matérias-primas de origem nacional. O Japão enquanto mercado de exportação esteve sempre nos horizontes da empresa, como testemunha André Vasconcelos, CEO do Grupo Bi-silque. “Desde a sua fundação, em 1979, a Bi-silque elegeu como mercado alvo o Japão, tendo estado sempre presente desde a primeira edição da feira ISOT que se realizou há 25 anos, em Tóquio. A entrada neste mercado não foi fácil, devido à distância, ao modelo de distribuição e cultura locais. O mercado japonês já foi o nosso principal cliente, encontrando-se actualmente entre os principais. A cadeia de distribuição no Japão é muito complexa e, por vezes, sofisticada.

Entendemos que o papel do importador tradicional continua a ser uma forma segura de garantir que os nossos produtos chegam aos canais de distribuição adequados. Há que ter em atenção que este tipo de distribuição implica também preços finais (ao consumidor) elevados, pelo que os produtos devem ser percepcionados pelo seu valor acrescentado, nomeadamente pelo ‘design’ e inovação incorporados. Neste mercado altamente consumista, só os produtos que ofereçam qualidade

têm possibilidade de vencer. Assim, os produtos fabricados na Europa, como os nossos, têm que aliar ao ‘design’ aspectos qualitativos muito elevados. Dentro das marcas pertencentes ao Grupo Bisilque, a Bi-Office e Organise4Home são aquelas que mais se destacam no mercado japonês, incidindo a preferência deste pelas famílias de quadros de comunicação com características de ‘design’ e funcionalidade, aliadas a uma matéria-prima natural: a cortiça.” www.bisilque.com

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MERCADOS

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – JAPÃO O relacionamento entre Portugal e o Japão regista um saldo da balança comercial de bens entre os dois países desfavorável ao nosso país, mas é de sublinhar o crescimento médio anual das exportações portuguesas para o mercado nipónico de mais de 11 por cento entre 2008 e 2012. No comércio de bens, o Japão ocupou, em 2012, o 29º lugar no ranking global de mercados clientes de Portugal, situando-se próximo de Cabo Verde (27º), do México (28º), do Canadá (30º) e da Rússia (31º). Enquanto fornecedor de Portugal, o Japão ficou em 28º lugar no ranking em 2012.

De 2008 a 2012, verificaram-se aumentos nos valores das exportações portuguesas de bens para o Japão, com um crescimento médio anual de 11,3 por cento. Pelo contrário, nesse período, as importações portuguesas de produtos provenientes do Japão diminuíram 11 por cento (média anual).

Nos primeiros sete meses deste ano, igualmente segundo os dados do INE, registaram-se quebras quer em termos de exportações quer no que respeita às importações de, respectivamente, menos 28,7 por cento e menos 29,9 por cento. O saldo da balança comercial é defici-

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

Exportações

2008

2009

2010

2011

2012

Var %a 12/08

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

Var %b 13/12

179.816

86.486

127.748

191.960

190.084

11,3

114.768

81.867

-28,7

Importações

589.333

285.072

362.642

341.549

294.562

-11,0

202.305

141.753

-29,9

Saldo

-409.518

-198.585

-234.894

-149.589

-104.478

--

-87.537

-59.886

--

30,5%

30,3%

35,2%

56,2%

64,5%

--

56,7%

57,8%

--

Coef. Cobertura (%)

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012 (b) Taxa de variação homóloga 2012-2014 2008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados provisórios; 2013: resultados preliminares 1º apuramento

36 // Outubro 13 // Portugalglobal


MERCADOS tário para Portugal, tendo o coeficiente de cobertura das importações pelas exportações, ao longo do período em análise, oscilado entre 30,3 por cento em 2009 e 64,6 por cento em 2012. Nas exportações portuguesas para o Japão por grupos de produtos, em 2012, surgem em primeiro lugar as máquinas e aparelhos, representando 28,6 por cento do total, seguindo-se os produtos químicos (20,4 por cento), os produtos alimentares (16,5 por cento), o calçado (6,6 por cento) e os instrumentos de óptica e precisão (5,5 por cento). Este conjunto de produtos representou aproximadamente 78 por cento do valor global das nossas vendas para esse país em 2012. Nos primeiros sete meses de 2013, regista-se uma alteração na estrutura dos grupos de produtos mais exportados, com os produtos alimentares a ocuparem o primeiro lugar, representando 31,2 por cento do total e aumentando 47,8 por cento face a idêntico período de 2012. A estes seguem-se os grupos das máquinas e aparelhos, do calçado e dos produtos químicos. Os produtos classificados como de alta intensidade tecnológica representaram 45,1 por cento das exportações portuguesas para o Japão em 2012 de produtos industriais transformados (95,3 por cento das exportações totais). Seguiram-se os produtos com graus de intensidade tecnológica baixa (37,4 por cento),

média-alta (13,2 por cento) e médiabaixa (4,3 por cento). De acordo com o INE, 726 empresas portuguesas efectuaram exportações de bens para o Japão em 2012. No que se refere às importações portuguesas de bens desse mercado, em

“De 2008 a 2012, verificaramse aumentos nos valores das exportações portuguesas de bens para o Japão, com um crescimento médio anual de 11,3 por cento. Pelo contrário, nesse período, as importações portuguesas de produtos provenientes do Japão diminuíram 11 por cento (média anual).”

2012, a primeira posição foi ocupada, igualmente, pelas máquinas e aparelhos (com 32,3 por cento do valor total), seguindo-se os veículos e outro material de transporte (31,9 por cento), os plásticos e borracha (11 por cento), os metais comuns (9,9 por cento) e os instrumentos de óptica e precisão (7,2 por cento). Estas cinco primeiras categorias de produtos representaram, em conjunto, cerca de 92 por cento do total das nossas compras provenientes do Japão.

De Janeiro a Julho deste ano, os veículos e outro material de transporte foram os mais importados do Japão, com 36,2 por cento do total mas diminuindo mais de 27 por cento face a idêntico período de 2012, seguindo-se os grupos das máquinas e aparelhos, plásticos e borracha e instrumentos de óptica e precisão. O grau de intensidade tecnológica dos bens importados do Japão é média-alta (72,3 por cento do total em 2012), média-baixa (14,4 por cento), alta (10,6 por cento) e baixa (2,8 por cento).

Serviços e investimento As exportações portuguesas de serviços para o Japão e as importações provenientes desse país são pouco relevantes, tendo-se registado sempre ao longo do período em análise (de 2008 a 2012) quotas inferiores a 0,5 por cento. De 2008 a 2012, o saldo da balança comercial foi sempre negativo, sendo, no entanto, o defice de 2011 inferior a 400 mil euros, com o coeficiente de cobertura das importações pelas exportações a atingir cerca de 99 por cento. Em 2012, Portugal exportou para o Japão serviços no valor de 31,2 milhões de euros, enquanto as importações ascenderam a 46,6 milhões de euros. No que respeita ao investimento, a posição do Japão no ranking dos mercados de origem do investimento directo (IDE) em Portugal foi sempre melhor do que como destino de investimento directo português no exterior, que não tem significado neste mercado. No período em análise (2008-2012), registou-se em 2008 o valor mais elevado de investimento directo do Japão em Portugal, em termos brutos, que foi de 30,1 milhões de euros registando-se, em 2012, um montante de 4,2 milhões de euros. O valor de investimento bruto em 2011 foi negativo, estando associado a lucros reinvestidos negativos (prejuízos). Em 2008, ocorreu, igualmente, o maior montante de desinvestimento do período em análise. Em 2012, o valor de desinvestimento superou o montante de investimento bruto, conduzindo a um montante de investimento líquido negativo também nesse ano.

Portugalglobal // Outubro 13 // 37


MERCADOS

JAPÃO EM FICHA Unidade monetária: Iene japonês (JPY)

Chefe de Estado: Imperador Akihito

1 EUR = 124,4 JPY

Primeiro-Ministro: Shinzo Abe Data da actual Constituição: 3 de

1 EUR = 102,49 JPY (média de 2012)

Novembro de 1946 (promulgação); 3 de

Ranking em negócios: Índice: 7,26

Maio de 1947 (entrada em vigor).

(10 = máximo)

Principais

Japão Tóquio

(média de Fevereiro de 2013)

Partidos

Políticos:

Partido

Democrático Liberal (LDP), Novo Komeito, Partido Democrático do Japão (DPJ) e Partido da Restauração do Japão. As próximas eleições para a Câmara Alta estão previstas

Ranking geral: 28 (entre 82 mercados) Risco de crédito: País “não classificado” na tabela risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

para Julho de 2013 e para a Câmara Baixa

Grau de abertura e dimensão relativa

para Dezembro de 2016.

do mercado:

Capital:

Tóquio

(12,81

milhões

de

Exp. + Imp. (bens e serviços) / PIB = 31,4%

Área: 377.899 km2

habitantes; dados de 2011)

(2012)

População: 126,1 milhões de habitantes

Outras cidades importantes: Yokohama;

Imp. (bens e serviços) / PIB = 16,7% (2012)

Osaka; Nagoya; Sapporo; Kyoto; Fukuoka;

Imp. (bens) / Imp. Mundial = 4,6% (2011)

(estimativa 2012) Densidade populacional: 334 hab./km2 (estimativa 2012) Designação oficial: Japão (Nihon) Forma de Governo: Democracia

Kobe. Religião: As principais religiões são o xintoísmo e o budismo. Existem pequenas minorias cristãs.

Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report (March 2013); ViewsWire (March 6th 2013) World Trade Organization

Língua: Japonês

(WTO); Banco de Portugal; COSEC

EMBAIXADA DO JAPÃO EM LISBOA

FINANCIAL SERVICES AGENCY

Av. da Liberdade, 245, 6º 1269-033 Lisboa Tel.: +351 213 110 560 Fax: +351 213 537 600 consular@lb.mofa.go.jp www.pt.emb-japan.go.jp

The Central Common Government Offices No. 7 3-2-1, Kasumigaseki, Chiyoda-ku Tokyo 100-8967 - Japan Tel.: +81 3 3506 6000 foreignpr@fsa.go.jp www.fsa.go.jp/en

TOKYO CHAMBER OF COMMERCE AND INDUSTRY

representativa

ENDEREÇOS ÚTEIS

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM TÓQUIO Kamiura-Kojimachi Bldg. 5F 3-10-3, Kojimachi, Chiyoda-ku Tokyo 102-0083 - Japan Tel.: +81 3 5212 7322 Fax: +81 3 5226 0616 portugal@embportjp.org www.embaixadadeportugal.jp/pt

JAPAN EXTERNAL TRADE ORGANIZATION (JETRO) Ark Mori Building, 6F 12-32 Akasaka 1-chome, Minato-ku Tokyo 107-6006 - Japan Tel.: +81 3 3582 5511 www.jetro.go.jp

38 // Outubro 13 // Portugalglobal

MINISTRY OF FINANCE 3-1-1 Kasumigaseki, Chiyoda-ku Tokyo 100-8940 - Japan Tel.: +81 3 3581 4111 www.mof.go.jp/english/index.htm

JAPAN NATIONAL TOURISM ORGANIZATION (JNTO) 10F, Tokyo Kotsu Kaikan Building 2-10-1, Yurakucho, Chiyoda-ku Tokyo 100-0006 - Japan Tel.: +81 3 3201 3331 (Tourist Information Center – Tokyo) www.jnto.go.jp/eng/

3-2-2 Marunouchi, Chiyoda-ku Tokyo 100-0005 Tel.: +81 3 3283 7523 Fax: +81 3 3216 6497 kokusai@tokyo-cci.or.jp www.tokyo-cci.or.jp/english/

MANUFACTURED IMPORTS AND INVESTMENT PROMOTION ORGANIZATION (MIPRO) 6F, World Import Mart Bldg., Sunshine City 3-1-3, Higashi-ikebukuro, Toshima-ku Tokyo 170-8630 - Japan Tel.: +81 3 3988 2791 info.mipro@mipro.or.jp www.mipro.or.jp/english/

JAPANESE STANDARDS ASSOCIATION (JSA) 4-1-24 Akasaka Minato-ku Tokyo 107-8440 - Japan Tel.: +81 3 3583 8005 Fax: +81 3 3586 2014 www.jsa.or.jp/default_english.asp


Videoconferências

AICEP Global Network A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países. Obtenha a informação essencial sobre os mercados internacionais e esclareça as suas dúvidas sobre: • Potenciais clientes • Canais de distribuição • Aspectos regulamentares • Feiras e eventos • Informações específicas sobre o mercado

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Tudo isto, sem sair do seu escritório

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E-mail: aicep@portugalglobal.pt

Web: www.portugalglobal.pt


ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

COSEC

Políticas de cobertura para mercados

No âmbito de apólices individuais África do Sul* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Angola C Caso a caso. M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades. Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Caso a caso. Argélia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L Em princípio. exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Argentina T Caso a caso. Barein C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Benim C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária. Brasil* C Aberta sem condições restritivas. M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária. Bulgária C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas. M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística). Camarões T Caso a caso, numa base muito restritiva. Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura. China* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Chipre C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva. M/L

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Costa do Marfim T Decisão casuística. Costa Rica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Croácia C Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. Cuba T Fora de cobertura. Egipto C Carta de crédito irrevogável M/L Caso a caso. Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Estónia M/L Garantia bancária. Etiópia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso numa base muito restritiva. Filipinas C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Gana C Caso a caso numa base muito restritiva. M/L

Fora de cobertura.

Geórgia C Caso a caso numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L

aso a caso, numa base muito C restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

40 // Outubro 13 // Portugalglobal

Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Iémen C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Índia C M/L

Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L

aso a caso, com eventual exiC gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão T

Macau C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malásia C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malawi C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva. Malta C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Marrocos* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Martinica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. México* C Aberta sem restrições. M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Fora de cobertura.

Iraque T Fora de cobertura. Jordânia C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Koweit C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Moçambique C C aso a caso, numa base restritiva (eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro). M/L

Letónia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária. Líbano C Clientes públicos: caso a caso numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L

Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T

Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva. privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L

Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva (designadamente em termos de alargamento do prazo consti-


ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais M/L

tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária). Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Senegal C Em princípio. exigência de garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. M/L

Oman C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Panamá C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Paquistão Temporariamente fora de cobertura. Paraguai C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Peru C M/L

Aberta sem condições restritivas. lientes soberanos: aberta sem C condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Quénia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. República Checa C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC. M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária. Roménia C Exigência de carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística). Rússia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso. M/L Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso. S. Tomé e Príncipe C

nálise caso a caso, numa base A muito restritiva.

E ventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços. As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência. Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

Sérvia C C aso a caso, numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L

aso a caso, com exigência de C garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Síria T

aso a caso, numa base muito C restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Tailândia C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L

Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Tanzânia T Caso a caso, numa base muito restritiva. Tunísia* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Turquia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Ucrânia C Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L

lientes públicos: eventual C exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual

exigência de garantia bancária. Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso. Uganda C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L

Legenda:

Fora de cobertura.

C

Uruguai C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L

M/L T

Curto Prazo Médio / Longo Prazo Todos os Prazos

Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência. M/L

sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

* Mercado prioritário.

berta caso a caso com exigência A de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L

Fora de cobertura.

Zimbabwe C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L

Fora de cobertura.

COSEC

Companhia de Seguro de Créditos. S. A. Direcção Internacional Avenida da República. 58 1069-057 Lisboa Tel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839 internacional@cosec.pt

Advertência: A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas

www.cosec.pt

Portugalglobal // Outubro 13 // 41


TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

COSEC Tabela classificativa de países Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corresGrupo 1 Hong-Kong Singapura * Taiwan

Grupo 2

Grupo 3

Arábia Saudita Botswana Brunei Chile China • EAUa Gibraltar Koweit Macau Malásia Oman Trind. e Tobago

África do Sul • Argélia Bahamas Barbados Brasil • Costa Rica Dep/ter Austr.b Dep/ter Din.c Dep/ter Esp.d Dep/ter EUAe Dep/ter Fra.f Dep/ter N. Z.g Dep/ter RUh Filipinas Ilhas Marshall Índia Indonésia Lituânia Marrocos • Maurícias México • Micronésia Namíbia Palau Panamá Peru Qatar Rússia Tailândia Uruguai

Grupo 4 Aruba Barein Bulgária Colômbia El Salvador Fidji Letónia Roménia Tunísia • Turquia

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior. As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis. Grupo 5

Grupo 6

Angola Azerbeijão Cazaquistão Croácia Dominicana. Rep. Gabão Gana Guatemala Jordânia Lesoto Macedónia Mongólia Nigéria Papua–Nova Guiné Paraguai S. Vic. e Gren. Santa Lúcia Vietname Zâmbia

Albânia Ant. e Barbuda Arménia Bangladesh Belize Benin Bolívia Butão Cabo Verde Camarões Camboja Comores Congo Dominica Egipto Geórgia Honduras Kiribati Moçambique Montenegro Nauru Quénia Samoa Oc. Senegal Sérvia Sri Lanka Suazilândia Suriname Tanzânia Timor-Leste Turquemenistão Tuvalu Uganda Uzbequistão Vanuatu

Grupo 7 Afeganistão Argentina Bielorussia Bósnia e Herzegovina Burkina Faso Burundi Campuchea Cent. Af. Rep. Chade Congo. Rep. Dem. Coreia do Norte C. do Marfim Cuba • Djibuti Equador Eritreia Etiópia Gâmbia Grenada Guiana Guiné Equatorial Guiné. Rep. da Guiné-Bissau • Haiti Iemen Irão • Iraque •

Nepal Nicarágua Níger Paquistão Quirguistão Ruanda S. Crist. e Nevis S. Tomé e Príncipe • Salomão Seicheles Serra Leoa Síria Somália Sudão Sudão do Sul Tadzequistão Togo Tonga Ucrânia Venezuela Zimbabué

Jamaica Kosovo Laos Líbano Libéria Líbia Madagáscar Malawi Maldivas Mali Mauritânia Moldávia Myanmar

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A. * País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades

• Fora de cobertura

• Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

NOTAS a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândia d) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

42 // Outubro 13 // Portugalglobal

f) G uiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive h) A nguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta. Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos


ESTATÍSTICAS

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO >PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR 2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

IDE bruto

39.257

-8,9%

28.025

17.284

-38,3%

-40,6%

-10,6%

IDE desinvestimento

32.318

-7,8%

21.923

18.098

-17,5%

-39,8%

-16,0%

IDE líquido

6.939

-13,5%

6.101

-813

-113,3%

-170,0%

91,0%

IDE Intra UE

35.684

-8,3%

25.558

15.962

-37,5%

-40,9%

-13,7%

IDE Extra UE

3.573

-14,6%

2.466

1.323

-46,4%

-38,0%

40,6%

IDE Intra UE

90,9%

--

91,2%

92,3%

--

--

--

IDE Extra UE

9,1%

--

8,8%

7,7%

--

--

--

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL

Unidade: Milhões de euros

% Total IDE bruto

% Total

tvh 13/12

% Total

tvh 13/12

Espanha

IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Ago)

22,0%

-18,4%

Comércio

36,8%

-30,8%

França

17,0%

-36,5%

Ind. Transformadora

26,0%

-10,1%

Reino Unido

16,6%

-33,1%

Act. Financeiras e de Seguros

17,9%

-51,7%

Alemanha

12,8%

4,3%

Act. Informação e Comunicação

4,4%

-53,9%

Países Baixos

9,4%

-38,2%

Electricidade, Gás, Água

3,6%

-81,0%

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

IDPE bruto

8.989

-54,0%

6.514

5.129

-21,3%

94,2%

-31,6%

IDPE desinvestimento

7.498

-15,2%

5.468

4.163

-23,9%

-67,5%

-34,7%

IDPE líquido

1.490

-86,1%

1.046

966

-7,6%

112,9%

-19,3%

IDPE Intra UE

7.304

-56,4%

5.307

4.496

-15,3%

164,9%

-30,8%

IDPE Extra UE

1.685

-39,6%

1.207

633

-47,5%

-38,3%

-37,4%

IDPE Intra UE

81,3%

--

81,5%

87,7%

--

--

--

IDPE Extra UE

18,7%

--

18,5%

12,3%

--

--

--

% Total

tvh 13/12

% Total

tvh 13/12

Países Baixos

61,2%

-21,5%

Act. Financeiras e de Seguros

75,8%

-22,4%

Espanha

14,0%

1,5%

Ind. Transformadoras

9,1%

-11,8%

Alemanha

4,7%

1159,2%

Comércio

6,8%

84,4%

Brasil

4,1%

-59,6%

Construção

3,2%

-45,8%

Reino Unido

1,9%

5,0%

Act. Consultoria e Técnicas

1,6%

-75,2%

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR

IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Ago)

Unidade: Milhões de euros

% Total IDPE bruto

IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Ago)

IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Ago)

2010 Dez

2011 Dez

2012 Dez

2012 Jun

2013 Jun

tvh 13/12

Stock IDE

83.585

86.428

88.799

85.416

88.167

3,2%

Stock IDPE

49.942

55.823

54.010

54.757

54.739

0,0%

Unidade: Milhões de euros

Fonte: Banco de Portugal

Portugalglobal // Outubro 13 // 43


ESTATÍSTICAS

COMÉRCIO INTERNACIONAL 2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Exportações bens

45.259

5,7%

30.472

31.502

3,4%

0,0%

-23,8%

Exportações bens UE27

32.152

0,9%

21.726

22.184

2,1%

3,7%

-27,8%

Exportações bens Extra UE27

13.107

19,6%

8.746

9.319

6,5%

-6,8%

-14,1%

Exportações bens UE27

71,0%

--

71,3%

70,4%

--

--

--

Exportações bens Extra UE27

29,0%

--

28,7%

29,6%

--

--

--

BENS (Exportação)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Ago)

% Total

tvh 13/12

Espanha

23,6%

8,8%

Alemanha

11,8%

França

Meur

Cont. p. p.

Espanha

604

2.0

-2,4%

Marrocos

230

0.8

11,6%

0,9%

Argélia

139

0.5

Angola

6,2%

3,9%

Reino Unido

76

0.2

Reino Unido

5,2%

4,8%

Alemanha

-91

-0.3

Países Baixos

4,1%

-0,1%

Venezuela

-91

-0.3

EUA

4,0%

-1,0%

China

-130

-0.4

% Total

tvh 13/12

Exp. Bens - Var. Valor (13/12)

Meur

Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos

14,7%

-0,1%

Combustíveis Minerais

719

2.4

Combustíveis Minerais

10,8%

26,8%

Alimentares

141

0.5

Veículos, Outro Mat. Transp.

10,6%

-7,2%

Químicos

90

0.3

Metais Comuns

8,0%

0,9%

Plásticos, Borracha

89

0.3

Plásticos, Borracha

7,0%

4,3%

Veículos, Out. Mat. Transp.

-260

-0.9

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Exportações totais de serviços

19.098

-0,3%

12.838

13.621

6,1%

3,4%

2,5%

Exportações serviços UE27

13.100

-4,3%

8.801

9.341

6,1%

4,5%

10,4%

Exportações serviços extra UE27

5.998

9,7%

4.036

4.280

6,0%

0,3%

-15,0%

Exportações serviços UE27

68,6%

--

68,6%

68,6%

--

--

--

Exportações serviços extra UE27

31,4%

--

31,4%

31,4%

--

--

--

Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Ago)

SERVIÇOS

Exp. Bens - Var. Valor (13/12)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

44 // Outubro 13 // Portugalglobal


ESTATÍSTICAS

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Importações bens

56.166

-5,2%

37.444

37.276

-0,4%

-3,5%

-18,2%

Importações bens UE27

40.316

-7,6%

26.649

26.475

-0,7%

0,3%

-22,9%

Importações bens Extra UE27

15.850

1,5%

10.795

10.802

0,1%

-10,6%

-6,1%

Importações bens UE27

71,8%

--

71,2%

71,0%

--

--

Importações bens Extra UE27

28,2%

--

28,8%

29,0%

--

--

BENS (Importação)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Ago)

% Total

tvh 13/12

Espanha

31,7%

0,0%

Alemanha

11,2%

França

6,7%

Angola Itália Países Baixos Reino Unido

Meur

Cont. p. p.

Angola

889

2.4

-1,9%

Camarões

271

0.7

2,3%

Rússia

254

0.7

5,6%

75,2%

Argélia

-163

-0.4

5,0%

-2,7%

Arábia Saudita

-166

-0.4

5,0%

4,4%

Guiné-Equatorial

-384

-1.0

2,9%

-4,7%

Brasil

-434

-1.2

% Total

tvh 13/12

Imp. Bens - Var. Valor (13/12)

Meur

Cont. p. p.

Combustíveis Minerais

20,3%

-3,0%

Agrícolas

224

0.6

Máquinas, Aparelhos

14,1%

-3,8%

Alimentares

114

0.3

Agrícolas

11,2%

5,7%

Químicos

-149

-0.4

Químicos

10,7%

-3,6%

Máquinas, Aparelhos

-205

-0.5

Veículos, Outro Mat. Transp.

8,4%

-2,2%

Combustíveis Minerais

-231

-0.6

2012

tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Importações totais de serviços

10.405

-9,2%

7.009

7.087

1,1%

3,8%

-6,2%

Importações serviços UE27

7.591

-5,9%

5.120

5.171

1,0%

9,1%

-5,0%

Importações serviços extra UE27

2.815

-17,1%

1.889

1.915

1,4%

-9,2%

-9,4%

Importações serviços UE27

73,0%

--

73,0%

73,0%

--

--

--

Importações serviços extra UE27

27,0%

-

27,0%

27,0%

--

--

--

2012

2013 1º Sem

FMI

CE

OCDE

BdP

Min. Finanças

INE

INE

Outubro 13

Junho 13

Maio 13

Outubro 13

Outubro 13

PIB

3,2

-3,1

-1,8 : 0,8

-2,3 : 0,6

-2,7 : 0,2

-1,6 : 0,3

b

-1,8 : 0,8

Exportações Bens e Serviços

-3,2

4,0

0,9a : 4,4a

0,8 : 4,4

1,4 : 5,1

5,8 : 5,5b

5,8 : 5,0

Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Ago)

SERVIÇOS

Imp. Bens - Var. Valor (13/12)

Unidade: Milhões de euros

Unidade: % do total

PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %)

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações tvc - Taxa de variação em cadeia (a) Junho de 2013 (b) Julho de 2013

p.p. - Pontos percentuais

tvh - Taxa de variação homóloga

Portugalglobal // Outubro 13 // 45


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Gonçalo Homem de Mello BÉLGICA aicep.bruxels@portugalglobal.pt

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REDE EXTERNA

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Toronto

Bruxelas

Barcelona

Nova Iorque

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Madrid

S. Francisco

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Argel

Rabat

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MÉXICO

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Cidade do México

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MARROCOS

Caracas

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Panamá

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Bogotá

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ARGÉLIA

COLÔMBIA

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Lima

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António Felner da Costa

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Rio de Janeiro

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São Paulo

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Buenos Aires

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46 // Outubro 13 // Portugalglobal

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DINAMARCA

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Helsínquia Estocolmo

ia

Moscovo

Copenhaga Berlim

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Varsóvia Praga

s

ue

Bratislava Viena

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Budapeste

Liubliana

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Bucareste

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AO SERVIÇO DAS EMPRESAS Portugalglobal // Outubro 13 // 47


BOOKMARKS

MANUAL DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS A gestão de eventos é uma área que se encontra em franca expansão, pois a sua organização faz parte do quotidiano dos indivíduos e do funcionamento normal das empresas e instituições. Actualmente organizam-se eventos de natureza diversas, nas mais diversas áreas de negócio, também como parte integrante da estratégia de marketing das empresas. Ao nível empresarial, todos os acontecimentos, até mesmo os mais comuns, como as reuniões de trabalho, requerem um planeamento atempado e rigoroso. Já ao nível social assistimos a um aumento, ano após ano, do número de eventos propostos à sociedade e uma notável aposta no grau de sofisticação dos mesmos. Devido às exigências dos consumidores é fundamental que os profissionais que pretendem exercer funções de gestores de eventos estejam munidos de competências técnicas que

lhes permitam organizar este tipo de acontecimentos aplicando metodologias avançadas no planeamento, na gestão das equipas de trabalho, na gestão dos recursos, no controlo do orçamento e na eventual obtenção de financiamentos. A obra constituirá um indispensável suporte pedagógico para aqueles que já se apaixonaram pela área dos eventos, para os que colaboram em eventos e para aqueles que especificamente se interessam pela comunicação em eventos. Autor: Ana Margarida Isidoro, Maria Manuel Simões, Sílvia Diogo de Saldanha, Joaquim Caetano Editor: Edições Sílabo Nº de páginas: 216 Ano: 2013 Preço: 15,80€

INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE MANUAL DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO Este livro oferece ao leitor uma abordagem da temática do desenvolvimento de um novo produto ou serviço, contemplando as várias fases do desenvolvimento de forma sistematizada. Abordam-se, para além dos conceitos de inovação, criatividade, design, metodologia do desenvolvimento de um produto, outros aspectos a ter em consideração como a realização de protótipos, testes, ensaios, determinação de custos, layouts de produção, entre outros. Escrito de uma forma simples, o conteúdo deste livro não exige uma formação

48 // Outubro 13 // Portugalglobal

específica nem avançada para compreender as matérias nele expostas. Estudantes universitários, gestores, quadros, responsáveis por novos projetos, empresários actuais e futuros encontram nesta obra as ferramentas que poderão servir de apoio para a empreitada de criar um produto/serviço que dará sustentabilidade a um negócio existente ou a criação de um novo negócio. Autor: M ahomed Hanif Ussmane Editor: Ed. Sílabo Nº de páginas: 212 Ano: 2013 Preço: 15.50€



Sede: Rua Júlio Dinis, nº 748, 9º Dto 4050-012 Porto - Portugal Tel.: + 351 226 055 300 Fax: +351 226 055 399 E-mail: aicep@portugalglobal.pt Web: www.portugalglobal.pt


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