BMS_A minha Freguesia a Ler+ [projeto]

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A MINHA FREGUESIA A LER +

[PROJETO PLURIANUAL DE PROMOÇÃO DA LEITURA E DA LITERACIA] 2013-2014

Um projeto a pensar no que mais importa: as

PESSOAS

Porque não há fronteiras para a imaginação… Porque é urgente aproximar, desassossegar e contagiar…

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ÍNDICE •

Introdução • 3 Filosofia do projeto • 5 Objetivos • 6 Formatos de intervenção [Fi] • 7 Corpus documental de suporte • 9 Público-alvo • 10 Coordenação • 10 Candidaturas e rede de parceiros • 10 Comunicação/difusão e layout associados • 11 Calendarização geral • 12 Monitorização e avaliação do projeto • 13 Custos associados • 14 Conclusão • 15

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INTRODUÇÃO • O concelho de Silves tem uma superfície de quase 700km2 de área, estando computada a sua população total, em 2011, em 37126 habitantes, verificando-se desde logo uma taxa significativa de residentes em idade sénior. Apresenta atualmente oito freguesias, sendo a maioria delas predominantemente rural (excetuam-se Pêra e Armação de Pêra). Em termos culturais, Silves tem vindo a revelar nos últimos anos uma dinâmica relativamente irregular em termos de continuidade temporal e algo assimétrica no que concerne à distribuição geográfica das suas práticas culturais, o que justifica a necessidade de uma estratégia global e sustentada que possa quer orientar e agilizar os serviços competentes, quer envolver, mobilizar e concertar os agentes locais, quer ainda consolidar práticas e segmentos de público – a qual, aliás, está, neste momento, a ser desenvolvida pelo Departamento Sociocultural da autarquia. A nível de espaços culturais camarários, existem vários equipamentos museológicos (quer na sede do concelho, quer na freguesia de S. Bartolomeu de Messines), uma biblioteca municipal, um castelo (o ex-libris do núcleo histórico citadino), um teatro e uma casa da cultura dedicada aos legados islâmico e mediterrânico, estando alguns deles num patamar inicial de afirmação e consolidação em termos de organização interna, raio e eixos de intervenção e impacto público. O movimento associativo de cariz recreativo e cultural tem uma dimensão mais ou menos reduzida, destacando-se, a nível das atividades culturais nucleares, algumas associações ligadas às artes performativas (música, teatro e dança) e também à defesa, dinamização e promoção do património cultural material e imaterial do concelho. Juntam-se ainda diversas agremiações locais, de menor estruturação organizacional e com uma ação mais pontual e irregular, que se enquadram sobretudo nos domínios do lazer, entretenimento, convivialidade e animação. No que toca especificamente ao campo da Leitura, foi implantada na cidade em 20 de agosto de 1960 uma biblioteca fixa (n.º10) da Fundação Calouste Gulbenkian, a qual foi extinta a 31 de dezembro de 2004. Já antes, a partir de 1958 o concelho seria contemplado com a visita regular (quinzenalmente) da Biblioteca Itinerante n.º6, de Lagos, também da Gulbenkian, no âmbito do Serviço de Bibliotecas Itinerantes (SBI) criado no mesmo ano no seio da referida Fundação por sugestão do escritor Branquinho da Fonseca. Este serviço itinerante foi oficialmente extinto, a nível nacional, em 2002. Em junho de 1983 foi aberta ao público a biblioteca e museu municipais no Torreão das Portas da Cidade, sendo que o museu funcionou aí até 1990 e a biblioteca até 2008. A 23 de abril deste último ano são então inauguradas as novas instalações da Biblioteca Municipal (sitas na Rua Latino Coelho, junto à Praça Al’Mutamid), a qual se integra, à semelhança das suas congéneres municipais, na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas criada em 1987 com o Programa Nacional de Leitura Pública então implementado. Ao longo destes últimos quatro anos a Biblioteca Municipal de Silves [BMS] tem procurado adotar uma estratégia de atuação que assenta, por um lado, na criação, consolidação e alargamento da denominada Rede de Bibliotecas de Silves (através do apoio e formação técnicos junto de bibliotecas sediadas nas escolas do concelho e da prática de rotação de obras do seu fundo documental através do empréstimo institucional) e, por outro, em ações e projetos de promoção da leitura – não apenas centrados na cidade – que têm sido dirigidos quer, de forma mais acentuada, à comunidade escolar de todo o concelho (desde o pré-escolar, passando pelos vários níveis de ensino, até aos formandos adultos das Novas Oportunidades e dos Cursos de Educação e Formação de Adultos [EFA]), quer ao público em geral, às famílias, aos Polos de Educação ao Longo da Vida (público sénior) e a vários

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interlocutores sediados nas freguesias do concelho, designadamente algumas associações culturais que têm revelado clara motivação em desenvolver dinâmicas nas áreas da literacia e da leitura. A presente realidade, na qual se inscrevem as especificidades anteriormente explicitadas, configura um quadro que, no que concerne à promoção da leitura e do livro em Silves, requer assim, também, a implementação de projetos de continuidade, de maior fôlego, que, ainda que estimulados e apoiados pela edilidade e seus serviços competentes, possam ser dinamizados, sustentados, difundidos e participados sobretudo pelas comunidades locais e com os quais estas efetivamente se comprometam, revejam e identifiquem, incutindo-lhes assim espírito de iniciativa e autonomização de práticas e dinâmicas no plano cultural. É nestes pressupostos fundamentais que se enquadra o projeto “A minha Freguesia a Ler+”, a implementar, de forma faseada, no biénio 2013-2014, o qual se dirige a quatro freguesias do concelho de Silves, visando assim a difusão dos hábitos de leitura e das práticas de narração oral junto das populações.

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FILOSOFIA DO PROJETO • Este projeto plurianual pretende contribuir para a prossecução de uma política de efetiva descentralização e deslocalização crescentes dos espaços de leitura e das modalidades de divulgação da mesma junto dos estratos etários adulto e sénior da população silvense. Assente numa clara lógica de proximidade, esta proposta visa um envolvimento, diálogo e concertação dinâmicos com os agentes culturais das várias freguesias, mormente com as juntas de freguesia e o movimento associativo local (sociedades recreativas, antigas casas do povo e outras entidades similares). Desta forma, também se procura esbater diversos obstáculos derivados tanto da distância espacial entre o núcleo citadino e as freguesias rurais, como de algum défice e ineficácia dos mecanismos de comunicação/divulgação institucionais, bem como da acentuada carência de transportes públicos que permitam deslocações regulares e ainda do isolamento de certos núcleos populacionais mais dispersos – fatores estes dissuasores da utilização e fruição plenas dos serviços proporcionados pela BMS. Tematicamente enquadrado no eixo Literacia/Leitura, o presente projeto insere-se em dois dos objetivos estratégicos de intervenção da Biblioteca Municipal de Silves para o biénio 2012-2013: a promoção/mediação da leitura com público adulto generalista, numa lógica de itinerância e de parceria com os vários “atores” culturais locais [EE4]; e o alargamento e expansão da já referida Rede de Bibliotecas de Silves, no sentido da inclusão de parceiros associativos e outros com vocação cultural sediados nas freguesias [EE6]. O plano “A minha Freguesia a Ler +” tem assim como fio condutor principal o vetor Envolver, já identificado no documento estratégico Cultura21 como uma das temáticas fundamentais para repensar e reformular o atual panorama cultural no concelho de Silves. De facto, é imperioso que o paradigma relacional existente entre a autarquia e os restantes agentes culturais perca o pendor dominantemente assistencialista verificado nos últimos anos e coloque sim a tónica na importância de incutir nestes últimos uma crescente responsabilização e autonomização, e de promover a sua capacitação para a condução das dinâmicas culturais do concelho. São seis os valores (ou palavras-chave) nucleares atinentes ao projeto agora apresentado, os quais, de certa forma, se interpenetram e complementam: + Envolvimento + Proximidade + Descentralização + Continuidade + Desenvolvimento cultural + Integração social Este último eixo essencial – que, de certa forma, discorre dos acima mencionados e que está ligado ao impacto social que se pretende criar nas diversas comunidades locais – reveste-se de particular importância, visto que este projeto tem uma declarada vertente de integração e inclusão sociais através da leitura, sobretudo junto da população sénior com reduzidos níveis de literacia. Preveem-se, de facto, alguns formatos de intervenção in loco com o segmento de público idoso (e não só), que visam sobretudo lutar contra práticas e contextos de isolamento e (auto-)exclusão, recorrendo ao livro e à narração oral como instrumentos privilegiados de aglutinação, quebra de rotina e enriquecimento psicossocial dos seus destinatários.

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Para tal, é fundamental a colaboração conjunta e articulada do Setor de Ação Social da Câmara Municipal de Silves [CMS], das Juntas de Freguesia e das instituições privadas de solidariedade social que trabalham no terreno, de forma a identificar os casos existentes, já sinalizados ou não. Por fim, at last but not least, é importante frisar que o facto de este projeto implicar a formalização de uma candidatura por parte dos parceiros locais interessados (as diversas associações culturais e recreativas do concelho) constitui mais uma forma de estimular a iniciativa e a mobilização efetiva dos agentes culturais do concelho, comprometendo-os coletivamente em prol de um objetivo comum.

OBJETIVOS •

O presente projeto apresenta seis grandes objetivos, que assentam sobretudo nos eixos da difusão generalizada da leitura e, assim, do acesso a conteúdos culturais, do envolvimento dos “atores” locais e do alargamento da já existente Rede de Bibliotecas de Silves, de modo a uniformizar princípios, práticas e processos biblioteconómicos e ainda a promover um permanente diálogo em rede entre os vários parceiros da mesma. Ob1 Difusão dos hábitos de leitura e de práticas de narração oral nas freguesias do concelho Ob2 Promoção da partilha coletiva e do debate informal sobre livros e leituras Ob3 Estímulo à realização de ações de intervenção sociocultural junto da comunidade local Ob4 Difusão de boas práticas de voluntariado visando a formação de bolsas de “contagiadores” da leitura Ob5 Incentivo e apoio à criação e dinamização de espaços de leitura em contexto associativo ou similar Ob6 Alargamento, em parceria com os agentes culturais locais, da rede de leitura municipal

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FORMATOS DE INTERVENÇÃO [Fi] •

A nível da operacionalização, definiram-se três eixos fundamentais de atuação no terreno, tendo como epicentro um grupo controlado de indivíduos, jovens e adultos residentes na freguesia, e coordenados por um técnico da BMS e por um interlocutor associativo, que se propõe dinamizar um conjunto diversificado de atividades quer no seio da sua estrutura interna, quer visando a comunidade envolvente, quer ainda apoiando o espaço de leitura que já exista ou venha a ser criado numa associação cultural local. A criação de um contexto específico para a leitura no meio associativo pressupõe, em primeiro lugar, que exista na freguesia uma agremiação cultural, devidamente organizada e com uma atividade regular, cujos dirigentes e sócios estejam efetivamente motivados em atingir esse objetivo e a qual apresente condições mínimas de viabilidade a nível de espaço, fundo documental, recursos materiais e estrutura humana de apoio necessários, as quais serão complementadas, reforçadas e ampliadas (e não criadas à partida exclusivamente por entidades exteriores à associação) pela rede de apoios e parcerias a desenvolver. Desta forma, pretende-se que as associações-âncora [AA] – designação para as entidades locais que forem dotadas de espaços de leitura – revelem, à partida, um declarado espírito de iniciativa, criatividade e criem as suas próprias sinergias e dinâmicas, numa atitude proactiva, sendo depois coadjuvadas pelos suportes humanos e logísticos fomentados pelo presente projeto. No fundo, este projeto propõe-se estimular o arranque desse processo de inclusão e integração graduais dos espaços de leitura associativos na rede municipal já existente, de modo a que, num futuro próximo, essa realidade seja transversal não apenas ao universo dos equipamentos camarários adstritos à área do livro e aos agrupamentos escolares do concelho (como acontece atualmente), mas também às associações culturais e recreativas, e a outras entidades civis, que privilegiem a leitura e a literacia como áreas de atuação. Por outro lado, também quer fomentar-se um conhecimento mais aprofundado da estrutura, organização e valências da BMS pelas populações residentes nas freguesias e pelas associações e demais instituições envolvidos neste plano, encurtando a distância entre as duas “margens” e fomentando uma maior aproximação e colaboração recíprocas. Desta forma, e através de um conhecimento e adesão mais substanciais aos seus serviços e projetos por parte da população não citadina, a BMS pode assim, não só aumentar o seu número de leitores associados (objetivo quantitativo), como também identificar, analisar e tipificar, com rigor e eficácia, os perfis, motivações e áreas/formatos de interesse desse público-alvo em concreto, de modo a perceber as suas especificidades e necessidades (objetivo qualitativo).

Enumera-se seguidamente os três formatos de intervenção previstos: Fi1 Encontros mensais com grupo controlado de mediadores/”contagiadores” da leitura, criado em regime de voluntariado, de forma rotativa em vários espaços da freguesia [após prévia auscultação e convite a figuras locais de vários quadrantes, perfis e idades] Medidas (objetivos específicos): M1 | Partilha/troca de leituras e debate informal (interno) em torno dessas experiências, sob o formato de clube de leitura Sector de Bibliotecas e Documentação [SBD] Município de Silves outubro de 2012


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M2 | Seleção coletiva de obras/autores/temáticas para ações de intervenção comunitária M3 | Definição e monitorização das estratégias e práticas de promoção do livro/leitura, sinalização dos segmentos de público-alvo e agendamento das atividades a desenvolver no terreno Fi2 Ações regulares de intervenção in loco na comunidade visando a promoção da leitura (em contextos indoor e outdoor, dirigidas a grupos coletivos e/ou a destinatários individuais), a partir de uma lógica de voluntariado Práticas previstas (tipologias): P1 | Serões coletivos de cariz literário-musical em vários pontos da freguesia* P2 | Leituras personalizadas ao domicílio, planeadas previamente** P3 | Performances improvisadas nos cafés da freguesia, sem comunicação prévia P4 | Tertúlias/conversas temáticas com figuras locais de interesse cultural P5 | Bookcrossing*** P6 | Visitas guiadas, com formação de utilizador [Bibliotour], ao espaço de leitura associativo e à BMS**** --------------------------*com publicitação do espaço de leitura existente na freguesia e possibilidade de empréstimo domiciliário **com possibilidade de participação alargada de público (círculo de vizinhos, familiares e amigos próximos) e de empréstimo domiciliário no momento ***dirigido em particular à comunidade estrangeira residente na freguesia ****requer articulação prévia com o técnico da BMS e associação-âncora envolvidos no projeto, exigindo um número mínimo de participantes

Fi3 Apoio à instalação e organização de espaços de leitura em contextos associativos[-âncora] Medidas: M1 | Empréstimo institucional, rotativo, de obras do fundo documental da BMS M2 | Oferta de publicações editadas e/ou patrocinadas pela CMS M3 | Organização técnica, decoração e animação do espaço de leitura, visando a orientação temática e a fruição do leitor M4 | Apoio ao tratamento técnico documental para futura integração do espaço de leitura na Rede de Bibliotecas de Silves M5 | Conceção de formulários de interface com o público, mormente fichas de empréstimo manual, questionários sobre hábitos e preferências de leitura e cartões de leitor M6 | Publicitação do espaço de leitura e das suas valências junto da comunidade local

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CORPUS DOCUMENTAL DE SUPORTE • Para levar a efeito este projeto com eficácia e impacto, é fundamental que a componente da escolha de obras a utilizar seja criteriosamente pensada, dado que o fundo documental destinado à promoção da leitura com o público-alvo em causa tem de ter em consideração determinados aspetos essenciais (uns mais objetivos, outros menos concretos; intrínsecos ou não às obras selecionadas) que podem determinar uma maior atração ou repulsa dos destinatários por aquilo que é proposto. Nesta medida, há, grosso modo, quatro fatores primários a ter em conta quando se aborda a questão do condicionamento e orientação do gosto e interesse literários dos utilizadores adultos em geral (não descurando, obviamente, os tópicos da idade, ocupação profissional e nível sociocultural): 1. A motivação utilitarista-funcional [a escolha de obras relativas a questionamentos, desafios, problemas e carências físicas ou psíquicas concretos surgidos no decurso da rotina quotidiana do indivíduo]; 2. A motivação temática, derivada da manifesta atualidade do assunto das obras; 3. A motivação comercial ou sócio-mediática [a escolha de obras muito difundidas e hipervalorizadas pelo marketing editorial e pelos media; ou acessíveis a baixo custo, fruto de campanhas promocionais pontuais; ou de autores conhecidos do grande público; ou que são/foram best-sellers]; 4. A motivação (puramente) pragmática em termos psicológicos, ligada às questões do tamanho do livro e do tempo empregue na sua leitura [a escolha de livros com um número pouco significativo de páginas; ou de géneros literários marcados pelo texto curto (contos, novelas, pensamentos/aforismos, poesia, microficção, etc.); ou de livros muito ilustrados e com pouco conteúdo textual]. O fundo bibliográfico a utilizar terá três finalidades: o empréstimo rotativo de obras ao espaço de leitura criado na associação-âncora, o qual será monitorizado regularmente (através de mapas bimestrais), de modo a aferir do seu impacto junto do público-alvo, do feedback transmitido por este e, assim, das tendências dominantes a nível da leitura (em termos de géneros, autores e temáticas privilegiados); a divulgação em ações diversas de promoção do livro (usando mormente as obras que estão acessíveis para empréstimo no espaço de leitura, para que os eventuais interessados possam depois ter contacto directo com as mesmas e requisitá-las); e o corpus de literatura ficcional em língua estrangeira destinado ao Bookcrossing. No que concerne aos temas a privilegiar para efeitos de instalação inicial dos espaços de leitura – e para além das obras que as associações já possuam a nível de fundo antigo e de outras publicações mais recentes –, a seleção bibliográfica da BMS recairá sobre cinco áreas: literatura diversa para adultos (ficção [romances, contos e novelas], memórias de vida, textos cronísticos e diarísticos, poesia e banda desenhada); Psicologia/Autoajuda; Culinária; Sexualidade/Educação Familiar; e literatura infanto-juvenil diversa.

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PÚBLICO-ALVO • Este projeto tem como destinatários centrais as crianças, jovens, adultos e seniores (inseridos ou não em instituições escolares, associativas e privadas de solidariedade social), alfabetizadas ou não e residentes em quatro freguesias do concelho de Silves. Incluem-se neste espectro não só os indivíduos de língua portuguesa, mas também as comunidades estrangeiras aí sediadas.

COORDENAÇÃO •

O projeto é coordenado, de forma articulada e intercomunicante, entre a BMS (com um técnico da mesma adstrito a essa função) e a direção da associação-âncora definida em cada um dos casos. Haverá ainda a colaboração de um segundo técnico da BMS no que concerne especificamente à organização e dinamização dos vários clubes de leitura a criar nas freguesias.

CANDIDATURAS E REDE DE PARCEIROS •

O presente projeto será apresentado na Biblioteca Municipal de Silves em formato coletivo, numa sessão pública que reunirá todas as entidades locais que se revelem potenciais alvos (como intervenientes diretos e/ou beneficiários) do mesmo, nomeadamente as juntas de freguesia, as associações culturais e recreativas e outras agremiações de cariz social, educativo e criativo, bem como outros parceiros envolvidos neste processo. De forma a estimular a iniciativa, capacidade de concertação e a autonomização das comunidades, e a veicular publicamente uma marca de maior neutralidade no que concerne ao processo de seleção das entidades/freguesias, serão estas a submeter as suas candidaturas ao presente projeto, sendo previamente informadas, através da já referida sessão pública, dos seus pré-requisitos e áreas de responsabilidade de cada parceiro definidos por este documento. Note-se que a congregação de residentes ligados a coletividades culturais e recreativas, a profissões ou outras ocupações na área da Cultura, bem como a movimentos e grupos cívicos e sociais com declarado peso local, assume-se como claramente fulcral para um maior impacto e consolidação dos objetivos propostos pelo presente projeto. Paralelamente, o contributo quer das estruturas religiosas existentes no terreno e das instituições privadas de solidariedade social (IPSS’s), quer das juntas de freguesia locais – interlocutores privilegiados que a população reconhece como próximos e cúmplices – reveste-se igualmente de manifesta pertinência para um maior alargamento e difusão das diversas dinâmicas a implementar e consolidar, daí a inclusão, por exemplo, da Paróquia de N.ª Sr.ª de Silves e do Setor de Ação Social do Município de Silves na lista de potenciais parceiros. Este projeto contará ainda com a colaboração da Direção Regional de Cultura do Algarve, através da doação de um conjunto significativo de publicações (que esta entidade patrocina) a cada espaço de leitura criado nas freguesias, sendo igualmente enquadrado, para efeitos de publicitação e de visibilidade mais alargadas, no conhecido Plano Nacional de Leitura, mais precisamente na sua vertente de promoção da leitura com adultos, e no site da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Pretende-se que a Fundação Calouste Gulbenkian funcione também como parceiro institucional deste projeto ao nível do apoio à organização e difusão dos vários espaços de leitura a implementar em contexto associativo.

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O envolvimento do projeto de cidadania ativa “Voluntários de Leitura”, criado em 2012 pelo Centro de Investigação para Tecnologias Interativas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, também é fundamental, dado que partilha de objetivos e práticas comuns a este plano através da criação de uma rede de voluntariado alargada a nível da promoção da leitura.

COMUNICAÇÃO/DIFUSÃO E LAYOUT ASSOCIADOS •

Para um efetivo sucesso e impacto do projeto é imperioso que este apresente uma estratégia de comunicação adequada ao seu enfoque temático, objetivos e destinatários. A eficácia e consistência desse programa de difusão torna-se assim fundamental, quer a nível interno (no seio das estruturas que o dinamizam), quer sobretudo no que toca ao público-alvo que pretende cativar e congregar. Assim, torna-se imprescindível a colaboração do Gabinete de Imagem e Relações Públicas (GIRP) da CMS, designadamente a nível da conceção dos diversos materiais gráficos de divulgação do projeto (cartaz genérico, flyers informativos e marcadores de livros personalizados), e da sua subsequente impressão e acabamento. Note-se ainda que a imagem oficial a criar para o projeto será reproduzida em todos os materiais produzidos, refletindo a mesma algumas ideias fundamentais que esta proposta pretende difundir junto das comunidades-alvo: abrangência etária, estímulo ao exercício partilhado da imaginação e incentivo ao convívio, reflexão e debate em torno dos textos e da sua partilha oral. Todo o material de publicitação será depois distribuído massivamente pela freguesia em causa em cada momento, não só em formato de papel, mas também por email através da internet, para uma lista controlada e atualizada de endereços eletrónicos. Propõe-se ainda a criação de uma plataforma digital de apoio (blogue/facebook associado), gerida pela BMS, que será complementada pelos conteúdos a inserir regularmente nos websites e facebooks da CMS e das respetivas juntas de freguesia e associações-âncora locais, bem como pelos sítios oficiais do Plano Nacional de Leitura e da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Ainda no que concerne ao plano de comunicação, é fundamental a agregação a este projeto, como principais media partners, da imprensa local (jornais Terra Ruiva e Voz de Silves) e de outros meios de difusão já consolidados no concelho, como é o caso, mormente, da Rádio Algarve FM.

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CALENDARIZAÇÃO GERAL •

Este projeto de promoção de leitura apresenta um caráter plurianual, estando pensado e estruturado para uma implementação gradual e faseada, durante dois anos [2013-2014], em quatro freguesias do concelho de Silves, com o seguinte escalonamento temporal genérico, suscetível de aditamentos, reformulações e especificações a definir oportunamente: FASE I junho/julho 2012 Conceção e apresentação do projeto a nível interno [CMS] setembro 2012 Reuniões preparatórias, a nível interno, para definição da estratégia de difusão pública do projeto novembro 2012 Sessão de apresentação pública, em formato coletivo, do projeto e publicitação do mesmo em vários canais a nível local e regional/nacional novembro/dezembro 2012 Análise das candidaturas e seleção das duas freguesias contempladas para a implementação da fase II do projeto (inclui a identificação das associações-âncora [AA] respetivas e a definição dos planos de instalação dos seus espaços de leitura)

FASE II janeiro 2013 Arranque do projeto nas primeiras duas freguesias janeiro 2013 em diante Instalação e organização dos espaços de leitura nas AA e respetiva difusão junto das comunidades janeiro 2013 em diante Empréstimos institucionais, em esquema rotativo, de obras da BMS aos dois espaços de leitura janeiro 2013 em diante (mensalmente) Encontros regulares com os núcleos locais de mediadores da leitura entretanto formados janeiro 2013 em diante (regularmente) Implementação de ações diversas de promoção da leitura nas comunidades locais FASE III janeiro a dezembro 20144 [Será aplicada nas restantes duas freguesias selecionadas a mesma metodologia, ao nível das etapas e timings, que foi implementada nas freguesias inicialmente contempladas.]

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MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROJETO • Este projeto será alvo de uma monitorização e avaliação regulares materializáveis em formato de relatório trimestral produzido pelo seu coordenador, o qual é depois apresentado superiormente à BMS, ao Executivo da CMS e às restantes entidades parceiras para seu conhecimento e análise. O referido documento conterá a descrição, aos níveis quantitativo e qualitativo, das diversas atividades realizadas no âmbito do projeto, tanto ao nível dos encontros mensais dos núcleos locais de mediadores de leitura como das ações de promoção da leitura, como ainda dos fluxos de input e output de informação revelados pelos espaços de leitura (número de leitores e de empréstimos domiciliários, perfis e motivações dos leitores, sugestões e críticas do público, temáticas e autores mais solicitados, etc.), fazendo depois o tratamento e leitura crítica dos vários dados disponíveis e uma posterior reflexão sobre os mesmos com os demais parceiros do projeto.

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CUSTOS ASSOCIADOS •

A nível de despesas a efetuar, e dada a lógica, inerente ao projeto, de cooperação institucional e de aproveitamento máximo da complementaridade de recursos disponíveis pelos diversos parceiros, esta proposta apresenta apenas custos indiretos para a CMS, designadamente: 1. Oferta de obras editadas e/ou patrocinadas pela autarquia silvense, de modo a integrar os fundos documentais dos espaços de leitura criados; 2. Disponibilização regular (conforme as necessidades de cada etapa/timing) de dois técnicos do Setor de Bibliotecas e Documentação [SBD] e da respetiva viatura de serviço da Divisão de Cultura e Turismo [DCT] da CMS para apoio à implementação e dinamização do projeto; 3. Conceção gráfica e/ou impressão de materiais de comunicação pelo GIRP.

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CONCLUSÃO •

O futuro das bibliotecas públicas passa indiscutivelmente pela sua capacidade de desdobramento e adaptação às exigências dos novos tempos, colocando as pessoas no centro das suas preocupações em termos de estratégias de intervenção e enfatizando assim a crescente dimensão psicossocial que os contextos biblioteconómicos têm vindo a adquirir nos últimos anos fruto do visível alargamento “espontâneo” das suas valências e competências iniciais. Paralelamente, realidades como a do concelho de Silves exigem, pelas suas notórias especificidades (extensão geográfica, estrutura demográfica, níveis de literacia e patamar de desenvolvimento sociocultural) a adoção, cada vez mais acentuada, de mecanismos e processos de descentralização, itinerância, cooperação e autonomização no que concerne à relação entre a autarquia e os agentes culturais locais, e no seio destes. Este projeto, inscrito na área da leitura e do livro, pretende precisamente contribuir para reforçar essa lógica, não só realizando ações pontuais de dinamização cultural em diversos pontos do concelho, mas sobretudo estimulando a criação, consolidação e difusão, nas suas várias freguesias, de valências materiais (uma rede de quatro espaços de leitura abertos ao público) e de recursos humanos organizados (quatro núcleos locais de voluntários da leitura) em torno da promoção da leitura. Depois do balanço final quando da conclusão oficial do projeto, e caso se considere pertinente/útil e surjam solicitações efetivas do meio associativo nesse sentido, seria de equacionar o alargamento deste plano às restantes freguesias do concelho de Silves, isto no decurso do biénio 2015-2016. Após o término do projeto, espera-se que os espaços de leitura entretanto criados e os grupos de “contagiadores” da leitura que os envolvem e suportam possam prosseguir, de forma regular e com uma autonomia crescente, as suas práticas junto das comunidades locais, de modo a garantir uma efetiva dinâmica de continuidade que vise a generalização dos benefícios psicossociais/educativos proporcionados por estas valências ligadas ao universo dos livros. Só assim se poderá atingir níveis mais ambiciosos e sustentados de literacia e de generalização do acesso das populações à cultura.

Silves, outubro de 2012 Paulo Pires | Técnico Superior/Programador

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