6. Conciliando as histórias A partir dos registros históricos, as Ações e Tratados das Coroas Ibéricas (de 1493 a 1801) consideraram, além da base diplomática, os interesses da Igreja Católica na difusão da fé, mesmo que para isso as populações nativas pudessem ser submetidas à guerra justa e à escravização nas encomiendas espanholas ou nas fazendas agrícolas e em estabelecimentos pastoris de portugueses. No Tape, os arranjos dos ibéricos impactaram, após 1300 anos, as parcialidades indígenas (arachane, pato e guarani), de vida nômade com aldeamentos temporários, como revela a arqueologia e a etno-história. Na busca pelo estabelecimento de Limites na América Meridional, os reinos ibéricos se confrontaram no Período Colonial, quando as metrópoles na Europa visavam explorar recursos naturais e especiarias das colônias americanas, com base no modelo mercantil. O Tape, pela ausência de produtos de valor econômico, foi classificado como tierra de ningún provecho. Grupos guarani usavam o território (Yvy Rupa) com deslocamentos periódicos, na faina de caça-coleta e com roçados de milho, mandioca, feijão. A mudança ocorreu com ocupação jesuítica do Tape, fundando Reduções, entre 1626 e 1641, como a de Santa Ana. Para as reduções foram introduzidas cabeças de gado. A ação das bandeiras paulistas preando índios e gado, levou à retirada das reduções do centro-oeste do Tape, tendo o
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