Sabadão do Povo, edição 148 - 2015

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Mudança no visual A equipe do jornal Sabadão do Povo aproveitou a parada do final de ano para dar uma ajustada no visual da capa e na tipologia dos textos das matérias. A ideia foi deixar mais agradável a leitura e “quebrar”o conservadorismo das fontes. A mudança era cobrada por vários leitores que preferem letras em corpo maior, diferente dos jornais tradicionais. Apesar da mudança sutil, a linha editorial do jornal segue em frente, voltada para os anseios da população, como destaca o próprio logotipo.

EDIÇÃO Nº 148 - ANO 5 - 16 DE JANEIRO DE 2016 - LENÇÓIS PAULISTA

JORNAL SABADAO

DO POVO JORNAL A SERVIÇO DA COMUNIDADE E DA VERDADE

Editorial_ Pág. 3

Receita _ Pág. 7

ÃO Ç O M O PR R$

4 , 99

pag 2 a r fi n o C

Opinião_ Pág. 3

Eles sabiam: faltou alerta à população

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Foto: Billy Mao

Renê Alves de Almeida/14 News

Desabamentos param trens da ALL

A chuva afetou trechos da linha férrea em Lençóis Paulista e Botucatu, onde foram registradas quedas de barreira e deslizamentos de terra. A passagem de trens está temporariamente suspensa e equipes da concessionária América Latina Logística (ALL) trabalhavam até esta sexta-feira, dia 15, para restabelecer o tráfego na ferrovia. Em Lençóis Paulista, de acordo com a concessionária, trilhos foram atingidos por terra e pedras. Em Botucatu, houve deslizamento de terra e queda de barranco sob a linha férrea no trecho de serra. Foto: Billy Mao

Corpo é encontrado no rio Lençóis Na manhã da última quinta-feira, dia 14, o corpo de Jean Miguel Batista Pereira, de 28 anos, foi encontrado às margens do Rio Lençóis, na altura do bairro Primavera. Segundo a polícia, ele não tinha marcas de violência. Uma das suspeitas é de que o homem tenha se afogado após ser levado pela correnteza do rio, que chegou a subir cinco metros na quarta-feira, dia 13. Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 10h, uma pessoa que passava pelo local avistou o corpo enroscado em um galho de árvore e acionou a Polícia Militar. Ele foi retirado da água pelos bombeiros e conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) de Bauru para realização de exame necroscópico, que irá apontar a causa da morte. Serviços de atendimento à população no fim de semana A Defesa Civil de Lençóis Paulista informa: Doações As doações e ações de voluntariado funcionam neste sábado e domingo (16 e 17 de janeiro) das 8h às 16h. Água Potável e água para limpeza de áreas afetadas O SAAE informa que será mantida a estrutura montada durante a semana para a oferta de água potável e água para limpeza à população por conta da enchente. A água potável continuará a ser oferecida em 13 pontos da cidade. A relação completa está no site da Prefeitura (www.lencoispaulista.sp.gov.br) Caminhões da Prefeitura e de empresas da cidade estão de prontidão para auxiliar na limpeza das áreas afetadas pela enchente. Informações sobre este serviço pelo telefone 3269-7081.

Sobras - Crianças entre escombros daquilo que foi uma casa na vila Repke. Dimensão da enchente foi assustadora

Solidariedade faz a diferença entre lençoenses atingidos pela enchente

Wagner Gonçalves/Prefeitura Municipal

A solidariedade está sendo a força motriz para amenizar a onda de tristeza e sofrimento causada pela maior enchente dos últimos 100 anos em Lençóis Paulista. O ginásio Tonicão foi transformado em centro de apoio e arrecadação de roupas e alimentos. Muitos voluntários estão trabalhando junto à Assistência Social para também cooperar com os trabalhos e com a população atingida.

Enchente destruiu comércio da 25, pontes e residências que margeavam o rio Lençóis; um homem morreu afogado e cerca de mil pessoas foram atingidas

A informação de que o rio Lençóis poderia subir muito e causar prejuízos era de conhecimento do presidente da Defesa Civil, José Antônio Marise, segundo o técnico ambiental, Sidney Aguiar, que afirmou ter alertado, já no dia 11, o coordenador da Defesa Civil sobre a saturação do solo e a possibilidade de uma grande enchente. “Eu liguei para ele e disse que o rio Lençóis estava no limite da drenagem e o solo saturado. Fiz uma coleta de solo e de um quilo de terra saiu 1,2 litro de água. Eu falei para ele que ia dar enchente”, afirmou Aguiar. O coordenador da Defesa Civil e vice-prefeito afirmou que durante todo período de chuva trabalhou com a informação de que a quantidade seria a mesma histórica e que o nível da água não passaria de dois metros. Além dos indícios no começo da semana, que indicavam para grande quantia de chuvas em toda a região, acima de 40mm, Sidney afirmou que na terça-feira voltou a alertar a Defesa Civil de que a chuva seria bem acima de 60 mm, após receber informação de um centro meteorológico. Para ele, a rede de comunicação entre Prefeitura e Defesa Civil tinha boas informações, mas também falhas. À 0h de quarta-feira a água estava no portão do SAAE, diante da presença da prefeita Izabel Lorenzetti, parte dos diretores municipais, do vice-prefeito e de moradores atônitos, que tinham a informação de que a cheia pararia por ali, dada por Marise. Porém, a onda que desceu com o rompimento das barragens rio acima chegou sete horas depois causando o que deverá ser a maior enchente dos últimos 100 anos e o estrago que todos temiam e presenciaram. A falta de orientação para que a população retirasse a tempo móveis e o que fosse possível do comércio e residências foi o principal motivo da revolta entre moradores e comerciantes que tiveram perda total de seus bens. Entre os primeiros sinais de que a situação poderia se agravar, conforme relatado pela reportagem do Sabadão através do Facebook, por volta das 21h, até a por volta das 6h, quando a água do rompimento das represas chegou a Lençóis, foram cerca de 9h. Segundo a Defesa Civil, até esta sexta-feira, dia 15, o total era de 800 pessoas desalojadas, sendo que 100 estavam desabrigadas (sem ter onde ficar) e por isso foram instaladas no Csec, de onde não tinha previsão de sair; 300 imóveis foram atingidos, sendo que 76 deles são pontos comerciais. A cobertura das enchentes que assolaram parte de Lençóis Paulista, atingiram Borebi e Macatuba está nas Página 4 e 5

Pavuna é refúgio barato com belas cachoeiras Após ficar isolada e atender desabrigados,

Logo que você chega a borda dos paredões do vale que forma a Pavuna, em Botucatu, da vontade de voar. O vento suave que sopra daquele vale deixa o visitante mais leve. A Pavuna integrou o projeto de turismo “Caminhos do Sertão” por estar dentro do perímetro da Cuesta. A entrada no local é cobrada (R$6 por pessoa) e segundo informou seu mantenedor, o local é aberto só para visitação. Não há lanchonetes ou estrutura para

receber turistas, mas a beleza ímpar do lugar atrai muita gente. São cinco cachoeiras que se estendem paredão abaixo pelo vale. As cachoeiras não têm nomes específicos e para chegar até elas é necessário uma boa caminhada pelas trilhas na mata. Em alguns trechos foi necessário a colocação de cordas para ajudar na locomoção. A chegada até as cachoeiras demanda bom preparo físico, principalmente na volta do passeio. Página 8

Borebi começa a levantar prejuízos

Cerca de 40 pessoas foram afetadas diretamente pelos danos causados pela chuva do início da semana em Borebi. A cidade permaneceu isolada durante três dias, principalmente devido ao rompimento do asfalto da rodovia da Amizade, que dá acesso a Agudos. Ente os danos, houve a perda material das famílias e o desabastecimento de água, além dos estragos em ruas, pontes e na rodovia.

Até esta sexta-feira, a Prefeitura trabalhava para tentar calcular os danos e o valor necessário para restaurar pontes e estradas. De acordo com o prefeito Manoel Frias Filho, todas as pontes sobre rios e córregos foram arrancadas, além disso houve queda de muros de prédios públicos e outros danos em diversos pontos da cidade, devido à força da água. Página 2


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