Jornal Sabadão do Povo edição 149 - 2016

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FACILPA 2016. Terá? Associação Rural e Prefeitura Municipal promovem reuniões para estudar se realizam e em quais moldes a Facilpa deste ano. A grade de shows já foi anunciada e os preparativos estariam adiantados. No início do próximo mês deverá ser divulgada a decisão. Em 2015, a Prefeitura investiu mais de R$ 500 mil na festa. No Facebook e até na administração municipal as opiniões são divididas devido à enchente anunciada que causou tantos danos aos lençoenses.

EDIÇÃO Nº 149 - ANO 5 - 23 DE JANEIRO DE 2016 - LENÇÓIS PAULISTA

JORNAL SABADAO

DO POVO JORNAL A SERVIÇO DA COMUNIDADE E DA VERDADE

Editorial_ Pág. 3

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Divulgação

O

Política _ Pág. 2

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MP quer ação rápida de prevenção; inquérito identificará responsáveis

Aterro de linha da ALL estaria instável

A chuva afetou trechos da linha férrea e o aterro da estrada de ferro na área urbana da de Lençóis Paulista. É o que apontam moradores da Vila Contente que afirmam que vários “túneis” no aterro se formaram com a enchente. “A água passava pelo aterro e entrava em minha casa”, disse um moradora. A concessionária da malha férrea ALL (América Latina Logística) informou que a composição parada no aterro está vazia e que será feita uma avaliação completa em todo o trajeto urbano das linhas em Lençóis Paulista. Foto: Billy Mao

Idoso que caiu em ponte, não resistiu

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Confira -

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Opinião_ Pág. 3

Fotos: Billy Mao

O aposentado João José Soares não resistiu às fraturas causadas pela queda na ponte do rio Lençóis, na vila Repke, no período de enchente. João ia visitar uma filha, no dia 14, quando ao passar pela ponte, parte se rompeu e o homem de 89 anos caiu. João José seria a segunda pessoa a falecer tendo ligação direta com as enchentes. A primeira vítima, Jean Miguel Batista Pereira, de 28 anos, morreu afogado na enchente. Seu corpo foi encontrado na altura da Jardim Primavera. Assim como em outros locais, no momento da queda, segundo testemunhas, não havia sinalização. A Prefeitura alega que a sinalização havia sido retirada por vândalos e afirmou que só soube do caso através da imprensa. Na foto acima, equipes da Prefeitura começavam a manutenção da ponte durante a semana.

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Água - Prefeito Mané Frias e o Secretário de Vias Rodoviárias de Agudos, .... na divisa da Fazenda Serrinha, em Agudos

Promotora visitou represas rompidas e trabalha em Inquérito Civil (IC) da enchente; laudos do IPT vão indicar imóveis que podem ser demolidos

O Ministério Público apura as responsabilidades da maior enchente que atingiu Lençóis Paulista nos últimos 100 anos e busca agilidade para identificar as represas que romperam em Borebi, mas também poderá vistoriar as que romperam em Lençóis e Agudos. Até o momento, não foi divulgado se o levantamento dos responsáveis vai incluir os procedimentos de alerta e prevenção que teriam colaborado para aumentar os prejuízos dos atingidos. No dia 12, a Defesa Civil e funcionários do SAAE teriam alertado a população quanto à enchente, porém, sem apontar a necessidade de retirar móveis e pertences. No rádio, televisão e de boca em boca, a informação passada pelos responsáveis era que a enchente não atingiria o nível que chegou. A Promotora Débora Orsi Dutra afirmou que busca um andamento rápido do inquérito na prevenção de novas enchentes. Ela esteve pessoalmente esta semana em Borebi e com o prefeito Manoel Frias Filho visitou os pontos de rompimento de represas. “Não posso me responsabilizar por represas em área particular. Elas já se romperam uma, duas vezes. Até ação no MP houve, mas ninguém foi responsabilizado. As reconstruções deverão ser mais rigorosas daqui para frente”, disse o prefeito. Durante ao menos 30 dias nenhuma represa rompida poderá ser represada até que sejam feitos laudos técnicos pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão ligado a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. O órgão irá apontar, de acordo com o MP, quais imóveis em Lençóis poderão ser mantidos ou terão que ser demolidos. Página 4

HNSP completa 72 anos na próxima semana

PSDB não aprova urgência em ações destinadas para vítimas de enchente A tentativa de agilizar ações de ajuda a famílias vítimas das enchentes da semana passada não prosperou na sessão extraordinária da Câmara dos Vereadores realizada na noite da última terça-feira, dia 19. Moradores da área de enchente da cidade, representantes da OAB e entidades assistenciais lotaram o plenário da Câmara. As propostas tinham pedido de aprovação em Sem voto - Pita fez discurso pesado contra responsáveis pela regime de urgência. Página 2 tragédia enquanto tucanos brecaram regime de urgência

O hospital Nossa Senhora da Piedade de Lençóis Paulista comemora 72 anos, nos próximos dias 25 e 26 de janeiro. Para isso, divulgou uma programação de palestras que serão realizadas nos dois dias, com direito a bolo para convidados na terça-feira, dia 26. Atualmente, o HNSP conta com 280 colaboradores e 60 médicos no corpo clínico, mantém 70 leitos e serviços em 20 especialidades, como clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia, ortopedia, neurologia, anestesia, cardiologia, laboratório de análises clínicas, diagnóstico por imagem, além de UTI.

|Enchente: prejuízo pode passar de R$ 35 milhões |Macatuba assina novos convênios com entidades

PREVISÃO DO CLIMA PARA O MUNICíPIO DE LENÇÓIS PAULISTA

Os prejuízos causados pela enchente em Lençóis devem ser de R$ 35 milhões, somados os estragos na região agrícola e no comércio. Em Borebi, levantamento preliminar aponta que prejuízos podem chegar a R$ 15 milhões. As mais de 1.000 pessoas que foram atingidas devem procurar a Assistência Social para ter acesso a benefícios sociais. Página 5

Após assinatura do convênio de quase R$ 6 milhões com a Irmandade Santa Casa de Macatuba e Organização Santo Antônio de Assistência Social, na semana passada, a Prefeitura de Macatuba formalizou nesta semana parceria com mais sete entidades. A solenidade aconteceu na tarde da terça-feira, dia 19, no Salão

Nobre do Paço Municipal. Os convênios desta semana totalizam R$ 723 mil, e foram contempladas as Associações de Pais e Mestres das escolas Caic Cristo Rei, Waldomiro Fantini e Odila Galli Lista, a Organização São Francisco de Assis, a Apae, a Sobavem (Recanto dos Velhinhos) e Legião Mirim.


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POLÍTICA

LENÇÓIS PAULISTA, 23 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVO

PSDB barra votação especial de projetos voltados a atingidos por enchente que devastou Lençóis Apesar da convocação extraordinária da Mesa, sessão foi pouco produtiva Tânia Morbi A tentativa de agilizar ações de ajuda a famílias vítimas das enchentes da semana passada não prosperou na sessão extraordinária da Câmara dos Vereadores, convocada pelo presidente Anderson Prado de Lima (Rede) e realizada na noite da última terça-feira, dia 19. Moradores da área de enchente da cidade, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e entidades assistencialistas lotaram o plenário da Câmara. As propostas que tinham pedido de aprovação em regime de urgência terão que aguardar trâmite normal, com duas votações depois da volta do recesso parlamentar, no dia 1º de fevereiro, após PSDB negar a urgência dos projetos. Na pauta da sessão entraram requerimentos, indicações e projetos de lei que tratam exclusivamente da situação das famílias atingidas. Entre os requerimentos e indicações assinados por todos os vereadores constam diversos pedidos à Prefeitura. Entre eles, o de remanejamento de recursos

do orçamento para atender os atingidos; redirecionamento de recursos destinados à realização da Facilpa, e construção de piscinões para contenção da água da chuva, de novas casas destinadas às famílias atingidas e de uma nova Estação de Tratamento de Água, nas proximidades do lago da Prata, para que a captação seja feita no córrego da Prata. Porém, foram os projetos de lei assinados pelo grupo oposicionista que geraram polêmica entre os vereadores, já que os pedidos de votação em regime de urgência foram negados pelos vereadores do PSDB. Os projetos assinados por Ailton Tipó, Nardeli da Silva (Pros), Gumercindo Ticianelli Jr (DEM), Humberto Pita (PR), Jonadabe de Souza (SDD) e pelo presidente da Mesa autorizavam a prefeita Izabel Lorenzetti (PSDB) a isentar as famílias atingidas e os comerciantes de impostos e taxas durante o ano de 2016, além de criar o Programa de Auxílio enchente no município. Todos tinham regime

de urgência, para que fossem discutidos apenas na noite de terça-feira. Para que o trâmite fosse acelerado, o pedido necessitava de oito assinaturas. Contrariando posicionamentos anteriores, os vereadores tucanos se negaram a assinar o pedido de regime especial, alegando que os projetos não tinham parecer jurídico. Apenas José Pedro de Oliveira (PR), o Bentinho, concordou em endossar o pedido. Mesmo assim, faltou uma assinatura para que as propostas fossem aprovadas. No ano passado, os mesmos vereadores tucanos aprovaram projeto de lei que autorizou a prefeita a conceder o reajuste da diferença da inflação aos salários dos servidores municipais, uma vez que a atualização dos salários de 2015 ficou abaixo da inflação do período. A proposta autorizativa também não tinha parecer jurídico, mas foi aprovada. Para os autores das propostas, ouvidos pelo Sabadão do Povo, a exigência era descabida, já que se tratava de projetos meramente autorizativos, que

só seriam concretizados após análise do Executivo. Vereadores da base chegaram a discursar que a proposta tinha objetivo político e por isso eram contrários à sua votação em trâmite especial, além de ressaltarem que os mesmos pedidos já seriam encaminhados em forma de requerimento e indicação ao Executivo. No caso da proposta oposicionista, após aprovado os projetos, caso a prefeita não vete, as iniciativas se transformam em lei, com maior possibilidade de realização do que requerimentos e indicações. Isentos Na tarde de sexta-feira, dia 22, a Prefeitura anunciou as medidas de apoio aos atingidos pela enchente, a maior parte constava nos projetos apresentados na Câmara. De todos os atingidos, não será cobrado no ano de 2016, IPTU, as taxas de bombeiros e coleta de lixo, e tarifa de água e esgoto do mês de janeiro. O comércio será isento das taxas de licença e alvará, e do ISS Fixo durante este ano.

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Dois pesos, duas medidas A polêmica sobre os projetos apresentados na sessão da Câmara mostra que, pelo menos, às vezes, vereadores usam pesos e medidas diferentes para tratar assuntos semelhantes. Um exemplo, é a comparação do projeto de Chico Naves, que concede isenção de impostos a academias e as isenções propostas esta semana para famílias atingidas pela enchente. Pela proposta de Naves, que foi vetada pela prefeita Izabel Lorenzetti e obteve duas vitórias – no TJ e no STF – academias de ginástica que concedam descontos para idosos de até 50% no valor das mensalidades, mediante outras condições previstas na lei, podem ter abatimento no ISSQN. A defesa do projeto, na briga judicial proposta pela Prefeitura, foi feita pelo Procurador Jurídico da Câmara e hoje é uma lei, após provada em duas instâncias que a proposta não era inconstitucional e que vereadores podem atuar sobre isenção de impostos, em algumas situações. Mas, diferentemente daquele momento, agora a bancada

tucana foi contra o regime de urgência da votação, entre outros argumentos, pelo receio de que a proposta seria inconstitucional e por isso exigiam parecer jurídico Ocorre que em outro momento, os mesmos tucanos aprovaram projetos que não continham parecer jurídico, como o que autorizou a prefeita a adequar a correção da inflação sobre os salários dos servidores no ano passado. Após toda emoção devido ao sofrimento de tantos lençoense, causado pela enchente, a conhecida forma de fazer política voltou a cena. Um dia após a sessão, a prefeita Izabel recebeu moradores da Vila Contente, encaminhados pelo vereador Manezinho, para apresentar os benefícios a que têm direito, já previstos em lei, como o auxílio moradia. A informação foi distribuída a conta gotas, apenas quando alguém criticava a administração, especialmente nas redes sociais A estratégia parece ser minar os questionamentos que podem surgir pela forma como a admi-

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Tsss - Corre pela rádio peão da Prefeitura que o vice-prefeito José Antonio Marise estaria cogitando o vereador Manezinho para, também, ser seu vice em uma chapa pura nas próximas eleições que acontecem em outubro. As convenções deverão ocorrer até junho deste ano.

Santinho - A estratégia, há muito sonhada por marqueteiros iconófilos é ver estampado a imagem dos dois. Um, supostamente, representando a experiência da idade e o outro, a retidão, o pobre. Será que vai colar para o povo? Laço - Mas a rádio peão não perde nada. Mais dois nomes, estariam na lista do atual vice. Um ligado diretamente ao comércio. Um sonho de consumo. O outro ligado às entidades de classe. Sintonize a rádio peão e acompanhe.

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Casa cheia - Discursos inflamados e saída estratégica da base aliada ao governo

nistração encaminha o estado de pós-enchente do município, sem que a população tenha acesso direto aos responsáveis pelas medidas, como a prefeita e seu vice, que permanecem distantes das ruas. Com isso, a administração também aproveita para generalizar, especialmente através de seu porta voz no Legislativo, o líder da bancada tucana Manezinho, que os vereadores da oposição estão usando a calamidade para fazer politicagem, através das iniciativas ou criticas que

fazem à administração, ou mesmo quando apresentam propostas. Aliás, politicagem tem sido a palavra de ordem do ninho tucano após tudo o que aconteceu, até contra o jornal Sabadão do Povo – pela estratégia de desqualificar o trabalho de seus profissionais - que se diferencia dos demais veículos por optar pela identificação e cobertura de assuntos diferentes dos demais, fugindo da mesmice que impera no jornalismo tradicional.

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Café com Política Chorar pra quê? - Mesmo com o clima tenso, depois da enchente que impregnou de lama o centro de Lençóis Paulista, a política rasteira não deixou de acontecer. Políticos e cidadãos que se dizem apolíticos, aproveitaram para tirar uma casquinha do ocorrido.

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gidos pela enchente é “A água não vai subir mais que um metro”. Essa frase deixa qualquer um que foi atingido muito irritado.

ao prefeito Mané Frias estariam fazendo chacota com o rompimento das represas no município. Segundo informações de moradores, a brincadeira (com coisa séria) seria que o prefeito Logo ali - A solidariedade é que tanto queria ter feito um algo impressionante. Lençóis Ecoparque, teria conseguido Paulista recebeu mais doações com o advento da enchente. do que realmente precisava e para retribuir o ato generoso Na ativa - Enquanto em Bopromovido, tanto por lenço- rebi vereadores fazem chacota enses como por moradores de com o problema das chuvas, em cidades vizinhas, a Assistência Lençóis Paulista os vereadores Social está repartindo o que foi propuseram medidas emergenarrecadado com outras cidades ciais que poderão beneficiar a atingidas, como Borebi. população, se sancionadas.

Ta n i a M o r b i

sobre as represas que se romperam em Lençóis Paulista. Tudo está sendo apontado para Borebi. Como se apenas o município tivesse represas. Não é só lá. Em Lençóis, pelo menos quatro represas teriam se rompido e em Agudos, mais três.

Eu avisei - Estariam dizendo também que o prefeito Manoel Frias não teria avisado a Defesa Civil que o risco era grande. Mané rebate e afirma que durante uma ligação informou a Defesa Civil de Lençóis que a situação era grave e que as represas não suportariam. Isso, Quanto? - A máxima que se Umas e outras - Aliás, em Bo- Aqui também!!! - Até o mo- segundo o prefeito, foi falado às ouve por todos os bairros atin- rebi, vereadores oposicionistas mento pouco ou nada se falou 17h da terça-feira, dia 12.

Muito tempo - Até a chegada da água em Lençóis Paulista transcorreram mais de 12 horas, tempo mais que suficiente para promover qualquer ação eficaz. Foi - Muita gente está lamentando a perda não somente dos bens materiais, mas, também das histórias de vida das famílias. Muitos documentos, livros, fotografias e vídeos se perderam com a enchente. Cópia - Por falar em fotografia, virou moda andar por ai com uma máquina fotográfica à tira colo, mesmo não sabendo usá-la ou sendo profissional da área. Ano eleitoral


OPINIÃO

LENÇÓIS PAULISTA, 23 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVO

EDITORIAL

Povo lençoense: sua vassoura e sua força O recomeço a partir de qualquer ponto é sempre difícil. Seja o ponto tendo sido colocado por algo bom ou ruim. Mas, quando para recomeçar existe uma mão ou mais que se estendem, a dificuldade minimiza e a força em seguir em frente aparece. É essa força que tem se visto em Lençóis Paulista após a tragédia anunciada que afetou tantas pessoas, apesar da revolta que permanece entre os atingidos pela possibilidade de que tanto pudesse ser salvo. A tragédia poderia ser evitada? Ninguém em sã consciência diria que sim, uma vez que a força da natureza, aqui demonstrada pela água, é incontrolável de acordo com milhares de exemplos possíveis. Enquanto o lençoense, morador, empresário ou comerciante supera suas próprias forças para se levantar da lama deixada pela enchente e retomar o equilíbrio de sua vida, os questionamentos sobre culpados é cada vez mais forte. Passada a dor, é hora de dividir o prejuízo com quem poderia ter minimizado o sofrimento de pelo menos mil pessoas. A força da solidariedade demonstrada por tantos, após a tragédia anunciada, deve ser a mesma que as vítimas terão que ter para reivindicar que ela nunca mais se repita e que as perdas – materiais, psicológicas e emocionais – sejam também divididas. Nos dias após o ocorrido, muitos disseram que esta não seria a hora de procurar culpados pelo mal que assolou tantas famílias. Ocorre que a força política de quem administra a cidade tende a fazer com que esta hora - de procurar, achar e punir culpados - nunca chegue. Tem sido assim com o povo brasileiro e lençoense, contra quem sempre arrebenta o lado fraco da corda, mas que por ser o braço forte da história dá conta de remendar e reconstruir o país, e agora a cidade e suas próprias vidas. Para quem detém o poder, a culpa é sempre apenas dos outros, como se tem visto na atual crise financeira, contra a qual o município tem agido timidamente, enfatizando por outro lado, através de seus nomes políticos expoentes, que a culpa é do Governo Federal, sequer citando que ela é reflexo de um tormento mundial bem maior, demonstrando ainda um ineficaz planejamento para enfrentá-la. Planejamento que define basicamente: corte do mais fraco. A força da população é bem maior do que ela própria acredita, considerando o quanto é desestimulada a isso durante toda a vida. Não só os lençoenses atingidos têm direito de reivindicar que a Justiça puna exemplarmente culpados, como pode aproveitar a ocasião para rever conceitos políticos que estão mais que ultrapassados no município. Não se trata de caçar bruxas, mas de se posicionar enquanto personagem principal da história deste município, que embora tenha uma população ordeira, pacífica, trabalhadora vem sendo desprestigiada ao longo da história que insiste em enaltecer personagens, quando é o povo de Lençóis que escreve sua história. Esse mesmo povo forte que vem aguentando os males que lhes são impostos. Se para se posicionar como personagem principal da história, e por isso com direito a ser ouvido e respeitado, seja preciso estender a faxina que começou dentro da casa de cada um até os poderes públicos responsáveis por administrar a cidade, que assim seja. FALE CONOSCO

CNPJ: 14.647.331./0001-22 IE: 416.050.229.111 WWW.SABADAODOPOVO.COM.BR Jornalista Responsável: Tânia Morbi Mtb: 52.193 Redação e administração Lençóis Paulista Rua André Bacili, 45 Telefone – (14) 3263-1740 redacao@sabadaodopovo.com.br CONTATO COMERCIAL: (14) 99658-9731 Sugestão de Pautas: (14) 3263-1740 Registrado no Cartório de Registros de Pessoas Jurídicas de Lençóis Paulista sob número 008 - Folha 15 - Livro B1 TODOS OS ARTIGOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES Tiragem: 3.000 exemplares Na internet: http://issuu.com/billymao/docs Lençóis Paulista - Borebi Macatuba Para enviar foto de acontecimentos na cidade

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Reflexão

QUASE

“A modernização da máquina pública e da prestação de serviços da Prefeitura nos últimos 15 anos já demonstram bons resultados”

Marise, em sua página no Facebook

Sabadão online: issuu.com/billymao/docs/ Intervenção sobre Charge de DUKE

Terra de cegos railson rodrigues

A vida é feita de ciclos, muitos desses ciclos encerram-se com as etapas letivas. O fim da pré-escola, a mudança do que antes conhecíamos por primário e ginásio, e depois, a transição para o ensino médio. Em seguida, vem a faculdade, que, mesmo tendo se tornado mais acessível ao povo brasileiro, ainda é um privilégio para poucos. Essa semana aconteceu minha colação de grau do curso de Direito. Sem dúvidas, uma etapa a ser comemorada e um ciclo que se encerra, e tive a honra de ser o orador da minha turma, cheia de grandes talentos e de grandes seres humanos. Elaborei o discurso de cabeça, momentos antes de me pronunciar, mas das partes importantes que me recordo de ter dito naqueles três minutos reservados para minha fala, aproveitei para tratar desta missão de profissional da área jurídica. E foi mais ou menos assim: ... É muito difícil resumir cinco anos de curso em apenas três minutos de discurso. Mas quero

iniciar dizendo que estão corretos os que dizem que não é a faculdade que faz o aluno, mas o aluno que faz a faculdade. Pois fizemos a nossa Unip, e a fizemos da melhor maneira, em momentos inesquecíveis. Mas agora é hora de cairmos no mundão, e gostaria de fazer algumas analogias, primeiramente começando com um ditado, que diz que “em terra de cego, quem tem um olho é rei”. O que me lembra uma canção, cujo nome é justamente “Terra de cego”, onde o poeta deixa claro que enquanto o povo esperar por um salvador, que não seja ele próprio, e não assumir as rédeas do próprio destino, continuará na mesma situação que sempre esteve. Também me lembro de um livro do renomado escritor português, José Saramago, vencedor do Prêmio Nobel, que escreveu o livro “Ensaio

sobre a cegueira”, relatando um cenário onde todas as pessoas do mundo perdem a visão, e apenas uma mulher continua a enxergar, e vê o cenário de barbárie que se tornou o mundo, com pessoas beirando a selvageria para conseguir comida e sobrevivência. Um dia, explicando de onde tirou a ideia do livro, Saramago disse que, certa vez, em um restaurante, pensou: “E se todo mundo fosse cego?” Em seguida, ele mesmo respondeu: “Mas já somos todos cegos. Isso porque não usamos a razão para melhorar a vida, usamos a razão para destruí-la”. Os profissionais do direito são exatamente isso, pessoas com apenas um olho em uma terra de cegos, como no ditado. Assim, temos o dever de darmos olhos aos cegos, ouvidos aos surdos e ao mudo, darmos voz. Ao órfão, darmos uma mãe, darmos um lar

ao desabrigado, um sorriso ao desgraçado, um alfabeto ao iletrado, alegria ao infeliz e esperança aos muitos honestos nessa terra de homens vis. Portanto, ao sairmos da porta da faculdade, formados, e com todo o aprendizado recebido e proporcionado por nossos mestres, o ditado que imperará será outro, também relacionado com a malfadada cegueira, e é o que diz que o pior cego é aquele que não quer ver, e não se lembrará ou não aplicará tudo o que aqui aprendeu. Assim, a mensagem que deixo é para que sejamos todos felizes, e, acima disso, que nos lembremos de nossa missão, que para muitos pode ser a missão da própria vida, que é a de assegurar a felicidade aos que não enxergam, nessa nossa sociedade, que é uma verdadeira terra de cegos. Railson Rodrigues é pós-graduando em Direito Municipal e Assessor Legislativo

Vida e compromisso pr. antonio carlos cabral

Viver significa assumir compromissos que a vida exige a cada novo dia. Ao ser gerado o novo ser traz em si o compromisso de se desenvolver e nascer. Caso não o faça , a morte é a única certeza que o aguarda. Embora não consciente dos compromissos que a vida lhe exigirá, todos aguardamos a chegada do novo ser com expectativa redobrada. Ao nascer, o bebê assume compromisso de crescer. Os pais assumem o compromisso de estarem atentos a esse crescimento em cada etapa, buscando apoio e orientação de profissionais para sua boa saúde. Na escola o passar de ano é controlado e exigido. Caso alguma anormalidade sendo detectada, os pais são notificados para as devidas providências. Na adolescência, o primeiro namoro exige a atenção dos pais. Como adolescente, surge o compromisso da aliança de material

barato. Caso chegue ao noivado, há o compromisso de assumir responsabilidade perante a família. Na cerimônia do casamento há os votos nupciais. Cada nubente assume publicamente o compromisso de fazer o outro feliz. Há a promessa da preservação do matrimônio. Aqueles que não o cumprem, acabam gerando tragédias na família e na sociedade. A fidelidade não é cumprida, gerando lágrimas e destruição dos belos sonhos sonhados juntos e se houver filhos a tragédia pode se estender por gerações. A ausência de caráter leva o indivíduo a não cumprir com o compromisso assumido, que tem o valor de um juramento. No Antigo Testamento, os juramentos eram per-

mitidos, menos os que profanassem o nome de Deus. Então se jurava pelos céus, mesmo sendo o trono de Deus. Pela terra que é estrado dos seus pés, por Jerusalém, que é cidade o grande Rei. Pela própria cabeça, filhos, pais, mães e muitas vezes falsamente. No Evangelho de Mateus, Jesus determina que não haja juramentos de forma alguma, mas que a palavra empenhada seja cumprida de maneira integral (Mat. 5.33-37). Infelizmente não é o que vivenciamos na prática e somos surpreendidos justificando ausências em razão dos muitos compromissos como se fossemos onipresentes. Nossa sociedade esta precisando de uma revolução de princípios, uma revolução de caráter de integridade,

austeridade, gestão eficiente e eficaz de uma forma geral, envolvendo sociedade civil, política, jurídica, legislativa e instituições religiosas. Compromisso enseja mudança de direção, corrigindo o que esta distorcido pelo egoísmo, narcisismo e consumismo. Onde há falta de compromisso, a degradação e a desonestidade se estabelecem, não há desenvolvimento sustentável, a violência cresce junto com a insegurança. Por isso, o Filho de Deus se tornou um de nós, comprometendo-se para nos dar vida abundante. A exemplo de Cristo, pessoas comprometidas, coerentes, íntegras e honestas podem sofrer em uma sociedade que premia a corrupção e a desonestidade. Antônio Carlos Cabral é Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Batista Grande ABC.

Pelo histórico, a omissão matou muita gente BILLY MAO

As vilas Contente e Repke, com a água até o telhado e detritos que desceram de uma enchente anunciada, são o maior retrato da demagogia que pune os pobres e quem mora em áreas de risco. É o resultado da ausência de uma política habitacional para famílias de baixa renda. É a improvisação do salve-se quem puder. É o retrato da geração de políticos que jamais pensaram a longo prazo, no bem estar da população e das cidades, e buscam como podem, salvar a própria pele, acusando outros daquilo que eles mesmos fazem: politicagem e insensibilidade com a fatídica e anunciada tragédia. Quem inundou as casas das famílias de água suja e lama não foi só a chuva. Foram governos negligentes, demagogos e irresponsáveis em Lençóis e Borebi. Uma tragédia que teve seu prenúncio em 2006. Lá se vão mais de nove anos. Onde estavam os governantes neste período? O jornal Sabadão nasceu em outubro de 2011 já com uma linha editorial muito próxima dos anseios da população, ano que teve outra enchente. Desde lá, sempre buscamos fontes sérias para complementar as matérias

do jornal quando há necessidade de especialização no assunto pautado. Foi o que ocorreu na matéria de capa da última edição, cuja manchete, se originou a partir da informação de que o Presidente da Defesa Civil, José Antônio Marise, tinha conhecimento da gravidade em relação a possibilidade de enchente. O próprio presidente disse isso durante entrevista ao jornal. E, inclusive, o Prefeito de Borebi teria dado a informação às 17h do dia 12, de que represas se romperiam. O problema foi que o Presidente quis acreditar em um suposto histórico pluviométrico e não acreditou nas informações que tinha em mãos. Optou por acreditar num histórico improvável, diante das mudanças climáticas ocorridas até agora, e colocou a população em risco. Ocorre que o jornal não omitiu, em nenhum momento, qualquer informação sobre o ocorrido, aliás, se prontificou a checar os pontos de alagamento durante toda a segunda-

feira, na terça e depois, durante a enchente, na quarta-feira. Como veículo de Utilidade Pública o jornal se prestou a fazer o que lhe cabia naquele momento e nos cabe agora. Buscar culpados, buscar a omissão de informação e punir cabe apena ao Ministério Público, que já abriu um Inquérito. Ao jornal cabe reportar, sem omissão de informação, o que viu, o que presenciou e dar voz às pessoas atingidas, ouvir o que têm a dizer. O momento é ímpar na história de Lençóis Paulista. Muita gente sofreu perdas materiais e sentimentais. Duas, perderam a vida. Nos sensibilizamos com o ocorrido, mesmo não sendo escutados. Não queremos ser heróis de nada, não queremos levantar bandeira de batalha nenhuma. Seguimos, como antes, fazendo o que nos cabe: informar com seriedade. E é justamente por essa seriedade e compromisso com nosso leitor e com a comunidade que publicamos parte da

entrevista feita com técnico Sidney Aguiar, na rede social Facebook. Sidney diz não ser político, porém, foi ao rádio na tarde do dia 19 de janeiro, dizer que o jornal usou a informação/entrevista para fazer politicagem. Uma vergonha neste momento. Como vice - presidente do Partido Verde (diga-se, conseguido na mão grande para apoiar a atual administração) fez politicagem acusando o único jornal que questionou o posicionamento da administração. Ora, é sabido que apenas o jornal Sabadão publicou que a administração sabia do iminente perigo e não avisou a população da forma que deveria. É lastimável que profissional tão competente em relação ao Meio Ambiente se preste a este papel para “aliviar o lado” da administração, independentemente do que pensam aqueles que foram atingidos. É lastimável, depois de tamanha omissão seguida de uma tragédia, que ainda fiquem com esse joguinho dizendo que a cobrança séria é politicagem de oposição. Basta de demagogia. Billy Mao é jornalista - repórter fotográfico - com Ruth de Aquino


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GERAL

LENÇÓIS PAULISTA, 23 DE JANEIRO DE 2016 - SABADÃO DO POVO

Laudo pedido por MP vai apontar quais imóveis permanecem em áreas de risco em Lençóis A Promotora Débora Orsi Dutra, que instaurou Inquérito, após ocorrido, quer agilidade na prevenção; identificação de responsáveis segue paralela

Tania Morbi O Ministério Público de Lençóis Paulista aguarda a presença de técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão ligado a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, que irão emitir laudos para definir o destino dos imóveis invadidos pela enchente na semana passada em Lençóis Paulista, além de obras preventivas que a Prefeitura deverá realizar. Os laudos do Instituto irão apontar quais casas e ruas, que foram tomadas pela água do rio Lençóis e córrego Corvo Branco, poderão ser preservadas ou quais deverão ser removidas para evitar novos danos à população. As ações que devem definir responsabilidades seguem paralelas às que visam a prevenção e atendimento rápido à população atingida, de acordo com a Promotora de Justiça Débora Orsi Dutra. “Encaminhei o ofício com urgência ao IPT para que os técnicos venham a Lençóis e façam mapeamento de todas as áreas de risco”, afirmou. Com o levantamento, será possível definir, segundo a Promotora, onde as famílias poderão continuar morando ou não, assim como os locais onde a Prefeitura deverá realizar obras de prevenção. “Com relação a prevenção e resolver o problema da população em relação à moradia, os laudos do IPT vão nos ajudar”. Após o levantamento, o MP deve convocar a Prefeitura, para que através de convênios com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Ur-

Fotos: Billy Mao

Vila Contente - Em área de risco, casas ficam submersas na enchente bano) seja oferecido à população tanto auxílio moradia temporário, durante a reconstrução do que possa ser recuperado, como a entrega definitiva de casas para as pessoas que não puderem retornar para seus imóveis. “Isso já vinha sendo falado entre Prefeitura e CDHU em relação à Vila Contente. Mas, de acordo com as tratativas e as informações da Prefeitura e CDHU foi afastada a possibilidade em relação ao local, mas agora essa tratativa deve ser retomada”. Represas A pedido do Ministério Público, na segunda-feira, dia 18, técnicos do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do Estado, vistoriaram nove represas em Borebi. Em seis delas, foi constatado rompimento. As vistorias ajudarão nas ações preventivas, mas deverão contribuir para apurar

responsabilidades. Embora não tenham sido fiscalizadas represas em Lençóis Paulista, onde o jornal Sabadão do Povo apurou que ao menos quatro tiveram transbordo ou rompimento, a Drª. Débora Orsi Dutra afirmou que as vistorias poderão ainda ser feitas, de acordo com o andamento do inquérito civil instaurado na semana passada para apurar as causas da enchente. A reportagem do jornal Sabadão esteve na região das Chácaras Tia Emília, onde o rompimento de uma represa destruiu a estrada municipal que dá acesso à região de Virgílio Rocha e a um pesqueiro. A estrada passava sobre o riacho, cuja a represa usava a estrada como barragem. Com a quantidade de água acumulada, a terra não suportou e cedeu justamente com a estrada. “A gente vai trabalhando de acordo com informações que vão

chegando. Apurando a necessidade de diligência a gente vai fazendo”, garantiu a Promotora. 2006 sem culpados Entre os procedimentos já instaurados no Ministério Público, relativos a enchentes ocorridas em anos anteriores, a Promotora afirmou que aguarda o retorno do Promotor de Meio Ambiente, Ricardo Takashima Kakuta, para averiguar toda documentação, porém já pode verificar que, após uma grande enchente, em 2006, foi instaurado um inquérito que não apurou na época a responsabilidade da inundação, apenas apurando os danos ambientais. “Infelizmente, os laudos técnicos da época não atribuíram responsabilidades, falaram apenas em chuva e o procedimento continuou apenas para apurar danos ambientais”, lamentou.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BOREBI DECRETO Nº 005 / 2016 Declara ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA, por consequência de situação de alteração intensa e grave das condições de normalidade caracterizada como CHUVAS INTENSAS – COBRADE 1.3.2.1.4, conforme IN/MI 01/2012, na área territorial do município Borebi-SP e dá outras providencias. O Prefeito Municipal de Borebi, SR. MANOEL FRIAS FILHO, usando das atribuições que lhe são conferidas por Lei, e Considerando que, o território do Município de Borebi estende-se à Leste/Nordeste até o leito do Rio Lençóis, e que, seus principais afluentes, no Município, são o Ribeirão São Matheus e Córrego das Antas; Considerando que, a Área Urbana do Município de Borebi encontra-se circundado pelo Córrego das Antas (principal), Coronel Leite e Córrego do Jacu, sendo que, nesses locais existem pontos de represamento de águas fluviais; Considerando que, entre os dias 08 e 13 de janeiro ocorreu uma forte chuva na bacia do Rio Lençóis e afluentes a qual ultrapassou 430 milímetros, sendo que, 260 mm penas no dia 12 de janeiro, causando, neste dia, o aumento anormal das águas fluviais; Considerando que as represas existentes nas cabeceiras do Córrego das Antas, Córrego Coronel Leite e Ribeirão São Matheus não suportaram o grande volume de água do dia 12 de janeiro e acabaram cedendo; Considerando que, com a ruptura das represas, as águas estocadas ali desceram com grande velocidade e violência por seus respectivos cursos causando grandes estragos nas áreas Urbana e Rural do Município de Borebi e Lençóis Paulista; Considerando que, a forte enxurrada provocada pelas águas dessas represas destruiu Ruas, Calçadas, Avenidas, Tubulações, Pontes, Estradas, Galerias, alagou Casas, derrubou Muros, Alambrados, Postes de Energia, cavou Crateras, desbarrancou o Leito dos Córregos, destruiu Áreas de Preservação Permanente, entre outros danos de menores proporções; Considerando a necessidades de regularizar uma situação jurídica especial, que permita o atendimento rápido às necessidades temporárias de excepcional interesse público das áreas atingidas; Considerando por fim, que os prejuízos apurados vão além do inicialmente quantificado, e que, não serão superáveis e suportáveis pelo Governo Municipal, e que, o restabelecimento da situação de normalidade dependerá da mobilização de Órgãos de outras esferas Administrativas. D E C R ETA: ARTIGO 1º. Fica declarado ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA nas áreas do município contidas no Formulário de Informações do Desastre – FIDE e demais documentos anexos a este Decreto, em virtude do desastre classificado e codificado como DESASTRE METEOROLÓGICO – CHUVAS INTENSAS – COBRADE 1.3.2.1.4, conforme IN/MI nº 01/2012. ARTIGO 2º. Autoriza-se a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação sob a coordenação da Diretoria Municipal do Meio Ambiente e Agricultura, Diretoria Municipal de Obras, Engenharia e Serviços Púbicos e Defesa Civil, nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução. ARTIGO 3º. Autoriza-se a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA e realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre, sob a coordenação da Diretoria Municipal de Ação Social, Diretoria Municipal do Meio Ambiente e Agricultura, Diretoria Municipal de Obras, Engenharia e Serviços Púbicos e Defesa Civil. ARTIGO 4º. De acordo com o estabelecido nos incisos XI e XXV do artigo 5º da Constituição Federal, autoriza-se as autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações de resposta ao ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA, em caso de risco iminente, a: I – penetrar nas casas, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação; II – usar de propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Parágrafo Único: Será responsabilizado o agente da defesa civil ou autoridade administrativa que se omitir de suas obrigações, relacionadas com a segurança global da população. ARTIGO 5º. De acordo com o estabelecido no Art. 5º do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, autoriza-se o início de processos de desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares caso se faça necessário. ARTIGO 6º. Com base no Inciso IV do artigo 24 da Lei nº 8.666 de 21.06.1993, sem prejuízo das restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados a partir da caracterização do desastre, vedada a prorrogação dos contratos.

Apoio - Rodovia da Amizade foi ‘cortada’ pela água; empresas se unem para minimizar impacto na economia do município a pedido do prefeito Manoel Frias Filho (foto: detalhe)

Reunião emergencial une empresas afetadas em Borebi Billy Mao O prefeito de Borebi, Manoel Frias Filho, convocou uma reunião emergencial, na manhã do último dia 20, com representantes de empresas que atuam em Borebi e Agudos (Ascana, Tecnocana, Agricana, Milani Madeiras, Suzano, Lwarcel, Prefeitura de Agudos e Parceiros representando a Zilor) para propor um mutirão de recuperação de pontes e estradas atingidas pela chuva da última semana. O secretário de Transporte e Vias Públicas de Agudos, Joaquim Nicolau Jr., o Birola, também participou da reunião. Agudos foi o município mais atingido pelas fortes chuvas que caíram na região centro-oeste na última semana. Segundo informações meteorológicas, teria precipitado cerca de 437mm de chuva entre os dias 8 e 12. Em apenas um dia teria chovido cerca de 260 mm. Os prejuízos de apenas uma empresa participante da reunião estariam em torno de R$5 milhões. Manoel Frias reuniu as empresas para pedir ajuda na manutenção de pontes e estradas.

Segundo o prefeito, o município não tem condições de arcar sozinho com a reconstrução dos locais atingidos. “Tivemos uma perda de 20% do repasse estadual e a arrecadação não subiu, já teremos que promover ajustes para não ultrapassar os limites prudenciais da folha de pagamento, como vamos reconstruir esse estrago todo?”, questionou o prefeito. Representantes das empresas terceirizadas do setor sucroalcooleiro e madeiras foram positivos em oferecer ajuda ao município de forma conjunta. “Precisamos nos unir neste momento para recuperar o que for possível. Vamos em busca de apoio do governo estadual, do secretário da Agricultura e onde mais for preciso, no entanto, o que precisa ser feito de imediato, nós que teremos que realizar”, explanou Beto Artioli, que apresentou um panorama dos estragos em áreas atingidas em Borebi e Agudos. A reunião serviu para aproximar o município e os empresários para um bem comum que é a liberação das estradas para o fluxo de coleta de madeira e

o replantio de cana, bem como para a passagem dos cidadãos. Na prática, a Prefeitura de Borebi promoveu um levantamento de custos para a execução de uma obra provisória nas rodovia da Amizade, que liga Borebi a Agudos, onde o estrago teria sido maior. E também na estrada que liga Borebi à Iaras, passando pela Fazenda Boa Vista. As obras tiveram início na manhã de ontem, em regime de parceria e servirão para liberar o tráfego. Para a obra completa, o prefeito esclareceu que está marcada uma audiência com o secretário de Agricultura, Defesa Civil do Estado e, possivelmente, com o governador, no dia 27 deste mês, onde deverá ser apresentado o levantamento geral dos estragos causados nos dois municípios. Ainda na rodovia da Amizade, no km 6, o córrego da Serrinha receberá manutenção para evitar o aumento da erosão causada na via. O mesmo deverá ser feito na Água do Jacú, onde a borda da tubulação de escoamento está se rompendo. Para Birola, o estrago em

Agudos não impede a parceria em Borebi. “Essas estradas passam por Agudos e temos que juntar forças para resolver o problema”, disse. O secretário contou ainda que para cada manutenção a ser feita nas estradas serão cerca de 100 caminhões de terra, piçarras e pedras. “Parece pouco, mas o consumo de combustível e mão de obra é bem grande”. Manoel Frias filho contou que pretende falar com dirigentes do Movimento dos Sem Terras para pedir ajuda no contato com o Governo Federal. Uma fazenda que está em trâmite no Incra para assentamento, a Ponte Alta, está praticamente isolada. As pontes que dão acesso ao acampamento na margem da estrada estão todas comprometidas, o que atinge diretamente os integrantes do movimento. “Vou falar com o dirigente para que eles também entrem nessa somatória de forças para que possamos resolver todos os problemas. O que aconteceu não atinge só a mim ou as empresas, atinge a toda população, seja de qual cidade for”, finalizou Frias.

ARTIGO 7º. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação devendo vigorar por um período de 180 (cento e oitenta) dias, podendo ser prorrogado por igual período se necessário. ARTIGO 8º. Fica revogado o Decreto Nº. 004/2016 de 13 de Janeiro de 2016 o qual dispõe sobre Situação de Emergência. REGISTRE-SE,

PUBLIQUE-SE,

CUMPRA-SE.

Borebi/SP, 19 de janeiro de 2016. MANOEL FRIAS FILHO Prefeito Municipal Publicado no Átrio da Prefeitura em 19 de Janeiro de 2016 às 09:00h.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BOREBI/SP AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 002/2016 – Objeto: Contratação de empresa para prestação de serviços na área de Educação Física, para compor o Núcleo de Apoio ao Programa Saúde da Família (NASF) na Unidade Mista de Saúde João Raposo dos Reis. Entrega dos envelopes de documentos, propostas e do credenciamento: Dia 12 de fevereiro de 2016, às 11:00 horas, no Setor de Licitações da Prefeitura. O edital na íntegra encontra-se à disposição dos interessados no Setor de Licitações da Prefeitura, localizado na rua 12 de Outubro, nº 429, Centro, Borebi/SP, no horário das 8:00 às 11:30 e das 13:00 às 16:00 horas, ou solicitando-os através do e-mail borebi.licitacoes@yahoo.com.br. Borebi, 21 de janeiro de 2016. Manoel Frias Filho - Prefeito Municipal.


SAÚDE

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RÁPIDAS

Emissário se rompe e esgoto escorre direto para águas do rio Lençóis Uma tubulação do emissário de esgotos que segue para a Estação de Tratamento se rompeu na altura das vilas Contente e Mamedina e está despejando todo o esgoto coletado na cidade nas águas do rio Lençóis. O rompimento ocorreu depois da enchente que assolou Lençóis Paulista. Com a força

da correnteza, a cabeceira da ponte de travessia entre bairros não suportou a pressão e também ruiu, cooperando com o rompimento do emissário. O SAAE deu início esta semana à recuperação da rede de coletores e interceptores que fazem parte do sistema da ETE.

Atingidos devem buscar por

programas e benefícios disponíveis As mais de 1.000 pessoas que foram atingidas pela enchente do dia 13 de fevereiro, de acordo com dados da Prefeitura de Lençóis Paulista, devem procurar a diretoria de Assistência Social do município para fazer o cadastro que dará acesso a programas sociais e outros benefícios disponíveis por lei. Os prejuízos causados pela enchente em Lençóis devem ser de R$ 35 milhões, somados os estragos na região agrícola e no comércio. Em Borebi, levantamento preliminar aponta prejuízos podem chegar a R$ 15 milhões. Nesta sexta-feira, dia 22, a Prefeitura de Lençóis informou que 30 imóveis continuam interditados, sem previsão de serem liberados, dos 300 que foram atingidos pela enchente. Somados os danos causados na zona rural, no comércio e no município de forma geral, o custo para a recuperação deve ser de R$ 35 milhões. Embora tenha o número de famílias atingidas, é preciso que as vítimas façam o cadastro junto à Assistência, no Tonicão ou na sede da diretoria, para poderem

ser beneficiadas por programas sociais disponíveis, como auxílio moradia ao aluguel social, uma vez que a Prefeitura não deve fazer um chamamento público às vítimas, cabendo a cada família se garantir de que será beneficiada. Esta semana, apenas a ponte que dá acesso à Vila Repke (Frigol) continuava em manutenção, de acordo com a assessoria da Prefeitura, com previsão de ser liberada ainda na sexta-feira, dia 22. Levantamento feito pela Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista), divulgado esta semana, aponta que 82 empresas – entre estabelecimentos comerciais, indústrias e prestadores de serviço – foram atingidas pela enchente do rio Lençóis, com um total que varia entre R$ 12 e R$ 15 milhões em prejuízos materiais. De acordo com a Acilpa, 64 empresários declaram suas perdas aproximadas entre estoque e produtos a venda, 10 não tinham contabilizado as perdas até a quarta-feira, dia 20, e oito não haviam sido localizados.

Fotos: Billy Mao

Centro - Av. 25 e adjacentes foram atingidas

A Acilpa realizaria nesta sextafeira, dia 22, uma reunião com os empresários afetados pela enchente parar tratar dos problemas comuns a todos. Até esta semana, muitos comerciantes já haviam retomado suas atividades nos próprios prédios onde estavam instalados ou em endereços temporários, até que os imóveis sejam avaliados e liberados pela Defesa Civil. Algumas lojas fizeram vendas de estoque e promoções para movimentar o comércio e

injetar recursos na recuperação de suas perdas. Em Borebi, os prejuízos causados podem chegar a R$ 10 milhões, de acordo com a Prefeitura, uma vez que um levantamento preliminar já atingiu o total de R$ 7,4 milhões, mesmo sem ainda estar totalmente concluído, o que deve ocorrer na próxima semana. A Prefeitura contratou um engenheiro para fazer o estudo, e tem apoio das empresas do ramo canavieiro.

Assistência de Lençóis repassa doações para Borebi

Mato - Moradores fizeram parte da limpeza

Moradores do Santa Terezinha e Jardim Carolina reclamam de mato Moradores enviaram a foto acima acompanhada de uma reclamação que está ocorrendo por toda a cidade: mato alto e bichos peçonhentos. A reclamação se deve principalmente à quantidade de animais peçonhentos encontrados dentro das casas. Os moradores relatam que a “aranha marrom” e até cobras são encontradas diariamente. Este é um problema que se repete todos os anos devido o período de chuvas que colabora com o crescimento rápido do mato e a busca frenética dos animais por locais quen-

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tes e seguros. E as residências oferecem isso. Para o morador, enquanto a manutenção desses locais públicos não ocorre, é bom ficar atento. Tapar os vãos das portas com pano de chão é uma opção para que esses animais não invadam as casas. A atenção deve ser maior quando na residência houver crianças.

Devido à quantidade de produtos arrecadados em Lençóis Paulista, destinados às famílias atigidas pela enchente, a diretoria de Assistência Social fez, na terçafeira, dia 19, uma doação às famílias de Borebi, que também sofreram perdas devido à inundação. De acordo com a diretora Elizabeth Athanásio, foram destinados 30 cestas básicas, 30 fardos de leite e 30 galões

de água, além de uma grande quantidade de peças de roupas, que foram transportados por um caminhão da Prefeitura de Borebi. A diretora afirmou que a quantidade de doações surpreendeu a todos, especialmente de roupas, por isso, desde esta semana, as retiradas de peças estava totalmente liberadas para as famílias atingidas, mesmo as que já haviam sido atendidas.

90 atendidos, de acordo com a diretora, a maior parte deles, voltaram para suas casas, após avaliação de engenheiros da diretoria de Obras, outra parte teve que alugar novos imóveis para se instalarem.

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Drogas Esses locais também estariam sendo pontos para esconder drogas que são traficadas nos bairros periféricos.

Receitas para você!

Chef Paulo Campanholi

CARNE DESFIADA COM PURÊ DE MANDIOCA INGREDIENTES

1 kg de coxão duro limpo (deixe um pouco da gordura) 2 dentes de alho amassados 2 colheres (sopa) de tomilho fresco ½ colher (sopa) de alecrim 3 colheres (sopa) de azeite 2 xícaras (chá) de caldo de carne 3 colheres (sopa) de vinagre balsâmico (aceto balsâmico) 4 xícaras (chá) de água 500 g de mandioca descascada e cortada em pedaços 2 colheres (sopa) de manteiga 2 colheres (sopa) de salsinha picada grosseiramente Sal a gosto

Modo de preparo Tempere a carne com sal, o alho, o tomilho e o alecrim. Em uma panela de pressão, aqueça o azeite e frite a carne até dourar bem de todos os lados. Junte o caldo e o vinagre e tampe a panela. Cozinhe por 1 hora e 30 minutos em fogo baixo (marcados quando a panela começar a chiar). Enquanto a carne cozinha, prepare o purê de mandioca: em uma panela média, coloque a água, junte a mandioca e cozinhe, por 25 a 30 minutos ou

Na quarta-feira, dia 20, os últimos abrigados devido à enchente deixaram o Csec, que atendeu durante uma semana pessoas que tiveram que deixar suas casas e não tinham para onde ir. Foram

até que fique macia. Escorra a água e amasse com um garfo ou espremedor de batatas até obter um purê. Volte ao fogo, junte a manteiga e o sal e misture até formar uma massa cremosa. Retire a panela da carne do fogo e espere sair a pressão. Verifique se a carne está macia. Deixe amornar ligeiramente, desfie em lascas grandes e polvilhe salsinha. Sirva a carne desfiada com o purê ao lado. Bom apetite!!


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GERAL

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Enchente destruiu pontes e estradas rurais

Cerca de 30 pontes e mais de 300 km de estradas teriam sido afetados pelas chuvas que caíram em Lençóis Paulista e toda a região, segundo informações da Defesa Civil.

Além desse estrago, pelo menos quatro represas teriam se rompido na zona rural do município. Três na região de divisa de Borebi e uma atrás das Chácaras Tia Emília e Pe-

Lençóis - Rompimento na divisa

Lençóis - Erosão na estrada de Santa Bárbara

dreira, na estrada municipal que vai para Virgílio Rocha e Pesqueiro Bom Jardim. A reportagem do Sabadão do Povo fez um percurso e registrou vários pontos de estragos na zona rural. Na estrada de Santa Bárbara, a Osni Mateus - SP 261- a chuva causou erosão em vários trechos. Na região do Vale da Raposinha, ainda em Lençóis Paulista, a erosão foi causada no meio do canavial e deve gerar prejuízos, tanto para a cultura, quanto para o meio ambiente. A areia assoreou grande parte da bacia do córrego Faxinal. As represas conhecidas como “Garrido”, também se romperam e a estrada rural que liga Lençóis até Borebi está interditada devido o rompimento de pelo menos 20 metros do aterro. Represas menores que não chegaram a se romper cooperaram com a enchente por terem transbordado. Foram várias por toda a zona rural. Uma que serve para abastecimento de caminhões na região do Faxinal teve seu nível tão elevado que chegou

a formar erosão nas bordas do aterro, ficando com a aparência de que não teria suportado e se rompido, caso a chuva tivesse continuado. Lagos com menor proporção também sofreram uma inesperada cheia e transbordaram. Neste caso, esses “lagos” não entram nas estatísticas de rompimento. Em Agudos, a represa da Fazenda Serrinha teria se rompido parcialmente e forçado a barragem na rodovia da Amizade. Outra represa formada a partir da água do Pelintra, conhecida como região Ametista, também teria se rompido escorrendo para o rio Lençóis. Ainda em Agudos, a represa da Fazenda Santo Antônio também não suportou as chuvas e se rompeu, causando o rompimento da barragem na rodovia da Amizade próximo à Curva do Carvão, no Km 9 da rodovia. Na região do Corvo Branco, pelo menos uma barragem teria se rompido e outra transbordado causando a primeira inundação em uma casa da Vila Bacilli ainda na madrugada da segunda-feira,

11, destruindo a ponte da rua André Bacilli. Na ocasião, a Prefeitura informou que o ocorrido teria sido devido à quantidade de entulhos e inservíveis jo-

gados no córrego. O sistema de bombeamento implantado na Vila Contente não foi suficiente para evitar a enchente que deixou metade do bairro desabrigada. Fotos: Billy Mao

Agudos - Rodovia da Amizade, faz. Serrinha

Lençóis - Caminho do Bom Jardim

Moradores estão preocupados com quantidades de lixo e o perigo da dengue Moradores de várias partes do município e Lençóis Paulista estão preocupados com a quantidade de lixo arrastado pela enchente e sacolas plásticas que ficaram presas nas margens do rio Lençóis e córrego da Prata. Para os moradores que reclamaram da situação ao Sabadão do Povo, uma saída para amenizar a presença do mosquito da dengue, outro vilão que ater-

roriza a cidade, seria uma força tarefa com voluntários para fazer a coleta dessas sacolas e lixo. Para internautas, na rede social Facebook, a praça Ézio Frezza é um dos locais que pode receber atenção do voluntariado. Nas conversas fica evidente que somente a Prefeitura não dará conta de remover toda a sujeira. “...poderia ser montado um grupo de voluntários para cooperar

na coleta dessas sacolas. Parece pouco, mas se cada um ajudar um pouquinho, facilitaria...”, disse um dos internautas. Várias ações para a limpeza das margens do rio já ocorrem no decorrer do ano, mas devido a urgência, uma frente deverá ser formada para minimizar o problema, assim como ocorreu com o centro comercial na Avenida 25 de janeiro, onde a cooperação

mútua foi fundamental. Diretoria de Saúde Entre os dias 18 e 22 de janeiro, supervisores de saúde comunitária e agentes comunitários de saúde realizaram a Avaliação de Densidade Larvária e Índice de Breteau em Lençóis Paulista. A Sucen orienta que a medição seja feita no começo do ano, por se tratar de período de

maior infestação do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O bairro de Alfredo Guedes também será avaliado, mas em cronograma diferente. Na área urbana, foram sorteados 946 imóveis para visitação, em diferentes bairros. A orientação da Sucen é que pelo menos 600 imóveis passem por vistoria. Durante a visita, os supervisores e

agentes registram quantos locais estavam com água e apresentavam propensão ao surgimento de larva, assim como os locais que já tinham larvas e catalogaram o tipo de recipiente encontrado. Esta semana Lençóis Paulista registrou o primeiro caso de dengue do ano. Trata-se de uma moradora da Bela Vista, que esteve em Jaboticabal, antes de apresentar sintomas.

Voluntários são mãos que salvam, mesmo em meio à enchente; animais vão para abrigos para doação A solidariedade da população lençoense e de outras cidades com as vítimas da enchente da semana passada impressionou, devido à rapidez da ajuda dos voluntários e da quantidade de doações alcançada. Mas, se para as pessoas esse amparo tem sido fundamental na retomada do cotidiano, para muitos animais valeu suas próprias vidas. Apenas a Associação Protetora recolheu mais de 50 durante a inundação, além do trabalho de resgate feito por voluntárias, como do grupo de protetores Anjos da Rua, que assim como outros, mantém o amparo dos animais, após o ocorrido. A presidente da Associação, Fabiane Ibarra Natali, contou que muitos animais foram socorridos durante a enchente, que invadiu casas de voluntárias e lares temporários que tinham animais sob sua guarda, mas também animais de rua foram sendo recolhidos no centro e bairros da cidade, conforme eram encontrados, andando perdido pelas ruas.

A saída para abrigar todos, segundo ela, foi enviar emergencialmente parte do animais para um canil particular, custo que as voluntários terão que cobrir, além de novos lares temporários e de um espaço temporário foi cedido pela Prefeitura. Generosas doações de ração têm ajudado a manter a alimentação de cães e gatos, inclusive de famílias que permaneceram com seus animais, mas não têm condições de custear a ração devido às perdas que tiveram. Porém o maior problema enfrentado por todos os voluntários continua sendo a falta de um local adequado para cuidar dos animais. Problema que se agravou com a enchente e a precariedade dos recursos públicos disponibilizados. Tanto que o repasse feito para a Associação pela Prefeitura, que chegou a ser de R$ 5 mil mensais, após emendas feita ao orçamento por vereadores, baixou para R$ 2,8 mil, mesmo antes da enchente, o que fez com que as castrações de animais com dono

conhecido fossem suspensas, mantendo-se apenas as de animais de rua, como determina o convênio com o município. Anjos O grupo Anjos da Rua, formado por protetores independentes, esteve no sábado, dia 16, nos bairros atingidos pela enchente, como vilas Contente,Bacili e Repke para auxiliar os cães e gatos de rua e aqueles cujos donos tiveram as casas atingidas. “Alimentamos e distribuímos

Contente - Cão foi resgatado de telhado

água a todos os que encontramos, indistintamente e distribuímos ração para as famílias que possuíam animal”, informou Ivani Bispo, uma das voluntárias. Foram mais de 50 kg de ração de cão e gato, segundo ela. Além de comida, as voluntárias registraram todos os animais que apresentavam problema de saúde, e no domingo, dia 17, a pedido do grupo, a veterinária Mariana Pasqualinotto consultou e medicou vários animais, aplicou injeção de antibiótico, vermifugou, aplicou remédio para carrapato e sarna. Foram atendidos até animais cujas casas não haviam sido atingidas pela enchente, porém, de pessoas sem condições de levar os animais ao veterinário. Os cuidados seguiram durante esta semana, com a entrega de ração, poda, castração e atendimento médico de animais cujos donos estão abrigados em casas de parentes e não podem manter sua guarda. Os cães foram colocados em lares provisórios.

A FARMÁCIA DA CRUZEIRO MUDOU DE ENDEREÇO. CONFIRA!!!


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