BIO 249 - Fevereiro 2018

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Fevereiro de 2018 | Ano XXIX

www.diocesedeosasco.com.br

No 249

Revita

Dia Mundial do Enfermo PÁG. 11

CF 2018 EM PAUTA

Será instalado na Diocese de Osasco o tribunal eclesiástico PÁG. 05 IGREJA EM AÇÃO

Fraternidade e superação da violência

Leigos: atuar, testemunhar e participar! PÁG. 06

PÁG.09


EDITORIAL

BIO

Caro leitor...

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stamos iniciando um novo ano e estabelecendo metas no caminho da evangelização. Diante a isso surgem alguns questionamentos. Quais os direcionamentos, objetivos e estratégias mais eficazes para corresponder a vontade de Deus e as necessidades de cada pessoa? Caminho, quem nunca questionou para onde iremos, qual a melhor direção, qual o caminho mais rápido, por qual caminho devemos seguir. Esse embate da direção da vida é o que dá sentido aos sinais do tempo. Não podemos caminhar desorientados, perdidos, sem rumo. Hoje nos deparamos com passos acelerados, mas aonde queremos chegar? Mostram-se tantos caminhos, numerosas possibilidades, mas aonde queremos chegar? Caminhamos e caminhamos e passamos despercebidos ou nem certo sabemos o que se deve ser percebido. Caminhamos para o sucesso. O que é este sucesso? Sucesso financeiro onde a crise abafa. Sucesso do prazer que o gosto da atualidade é descartável. Sucesso do poder onde o descrédito e a falta de confiança desmoronam relações. Isto causa insegurança, medo, desespero e causa um tremendo desgaste e alimenta frustrações. A vida pastoral envolvida pela experiência de Deus torna-se o meio essencial em dar uma nova resposta para todas essas questões, tendo em vista as urgências da nossa realidade. Por isso, nesse ano dos leigos queremos impulsionar uma evangelização que faça a todos experimentarem verdadeiramente o encontro com Jesus Cristo – Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6). Sabemos o quanto o comprometimento do discipulado é importante para juntos sermos “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14) proclamando as maravilhas do Senhor! Pe. Henrique Souza da Silva Assessor eclesiástico do BIO

Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Supervisão: Pe. Ricardo Rodrigues Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Walkyria Aparecida do Rosário Diagramação: Ir. Bruna Aparecida Rocha, MJS Jornalista: Daniela Nanni Colaboração: Pe. Jorge Augusto M. Alexandre, Pe. Marcos Antônio Funchal, Pe. Marcelo Fernandes de Lima, Pe. Mateus Locatelli, Diácono Dênis Mendes, Sem. Diego Medeiros, Sem. Thiago Jordão E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 | (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br

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Diocese terá três novas regiões

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ossa Diocese, com o passar do tempo, se depara com diversos desafios que interpelam uma reflexão precisa acerca dos meios e estruturas necessárias para a Ação Evangelizadora. Por certo, alguns desafios persistem com o passar do tempo. Outros são vencidos ao longo do caminho. Porém, a missão é árdua e continua a exigir nossa cooperação e testemunho. Durante o ano de 2017, a Coordenação de Pastoral da Diocese começou a refletir uma proposta para cooperar com o Bispo Diocesano em relação à Visita Pastoral. Foram então criados alguns grupos de Paróquia em virtude desta Visita. As sugestões para a formação dos grupos foram baseadas nos trabalhos pastorais que eram realizados a nível de Setor em cada Região Pastoral. De fato, muitas atividades ainda hoje acontecem a nível de Setor nas Regiões Pastorais. Evidente que esta organização torna mais frutuosa a participação dos agentes de pastorais nas atividades e trabalhos a serem realizados. Alguns desafios como a distância e as realidades próprias de cada Paróquia são superados. Desta forma, após o Bispo Diocesano ouvir a todos os organismos da Diocese, achou-se por bem criar mais três Regiões Pastorais, que são elas: São José Operário, desmembrada da Região Pastoral Santo Antônio. Itapevi, desmembrada da Região Barueri. Ibiúna, desmembrada da Região S. Roque. Acredito que com o empenho de todos poderemos dar continuidade em nossa Missão Evangelizadora com muito mais eficácia após esse significativo passo em nossa Diocese. Fica como tarefa no decorrer deste ano a estruturação e organização. Será preciso nomear as Coordenações Regionais de Pastoral e Movimentos e as Equipes Executivas. Reestruturar o Conselho Regional de Pastoral e a Reunião do Clero de cada Região. Além disso, muitos outros encaminhamentos serão necessários para o bom êxito da Ação Evangelizadora na Diocese de Osasco. Peço a Nossa Senhora Aparecida e a Santo Antônio que nos acompanhem com suas preces, para que juntos correspondamos a vontade de Deus em nossa Diocese. Região Pastoral Santo Antônio: Catedral Santo Antônio, São Gabriel da Virgem Dolorosa, Nossa Senhora Aparecida (Jaguaribe), Espírito Santo, Nossa Senhora da Conceição, São Domingos, Sagrada Família, Santa Isabel, São Paulo da Cruz, Bom Jesus Crucificado (desmembrada de Nossa Senhora da Conceição).

Região Pastoral São José Operário: Nossa Senhora de Nazaré, São José Operário, Nossa Senhora das Graças, São João Batista, Santa Maria Mãe de Deus, Imaculada Conceição, São Judas Tadeu, São Vitor, Nossa Senhora Aparecida (Padroeira). Região Pastoral Barueri: São João Batista, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora Mãe da Igreja, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora da Escada, Rainha Santa Isabel, Santa Cruz. Região Pastoral Itapevi: São Judas Tadeu, São José, Nossa Senhora Aparecida (Jandira), Nossa Senhora Aparecida (amador Bueno), São Francisco de Assis, Nossa Senhora de Fátima, Cristo Rei, Nossa Sra. Medianeira de todas as Graças. Região Pastoral São Roque: São Roque, São Luís Gonzaga, Nossa Senhora da Penha, São José, São Francisco de Paula, Nossa Senhora Aparecida, São João Batista, Santa Catarina de Alexandria. Região Pastoral Ibiúna: Nossa Senhora das Dores, Santa Teresinha do Menino Jesus e São Roque, Santa Cruz, Bom Jesus e Santa Cruz, Nossa Senhora de Guadalupe, Área Pastoral São Judas Tadeu. Região Pastoral Bonfim: Senhor do Bonfim, Santa Gema Galgani, São José, Nossa Senhora dos Remédios, Santo Antônio, São José Operário, Cristo Rei, Santa Teresinha do Menino Jesus, Nossa Senhora Aparecida (Helena Maria), Nossa Senhora Aparecida (Piratininga), Nossa Senhora Aparecida (Vila Piauí), Nossa Senhora do Rosário de Fátima, São João Batista. Região Pastoral Carapicuíba: Nossa Senhora Aparecida, Santo Antônio, São Pedro, São Lucas Evangelista, São Roque, Santa Rita de Cássia, São Paulo Apóstolo, São Francisco de Assis, Cristo Ressuscitado, Nossa Senhora das Graças, São José, Nossa Senhora Aparecida e Sagrado Coração de Jesus, Santa Edwiges, São Pedro e São Paulo. Região Pastoral Cotia: Nossa Senhora do Monte Serrate, Santo Antônio e Nossa Senhora do Carmo, São Pio X, Nossa Senhora de Fátima (Coimbra), São Benedito, Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Graças, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, Nossa Senhora do Carmo e São Cirstóvão, Nossa Senhora de Fátima (Àgua Espraiada), Nossa Senhora Imaculada Conceição. Pe. Jorge Augusto M. Alexandre Coord. Diocesano de Pastoral Fevereiro 2018


VOZ DO PASTOR

BIO Imagem da Internet

Superar a violência, construir fraternidade

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tempo da Quaresma tem início com o dia das Cinzas, e a cor roxa vem nos convidar a uma retomada dos melhores caminhos, uma renovação da vida pessoal e comunitária, um mergulho nas raizes de nossa vida cristã. Passados os festejos natalinos, o recesso habitual das escolas, da catequese, e de descanso para muitos, é hora de voltar nossa atenção para a vida que se abre a nossa frente, sempre com novidades: é ano eleitoral, ano de copa do mundo, coisas que fazem esquecer os apertos econômicos, o desemprego, os altos custos, as crises de sempre que apertam os cintos e restrigem a vida da grande maioria para poucas alegrias. Para nós cristãos, o tempo da Quaresma é precioso: nos remete ao essencial da nossa vida. E nossa vida é Jesus Cristo, sua Palavra, sua proposta de vida, a sua vida compartilhada com os irmãos e irmãs no quotidiano do amor Familiar, na comunidade, num mundo feito de irmãos. Mundo de irmãos? Mas aqui termina o sonho e começa a realidade bruta que experimentamos: que mundo de irmãos é esse que temos? Ao olharmos a vida que desenhamos há pouco vemos que a fraternidade, o mundo justo, a convivência sadia entre as pessoas, o respeito e o cuidado pelos mais frágeis ainda está para ser construído. Temos essa esperança de um mundo melhor porque foi essa a razão da vinda de Cristo, do seu sofrimento e da sua ressurreição.

Fevereiro 2018

Então a Quaresma bem vivida se torna um caminho de fraternidade, a melhor maneira de prepararmos a Páscoa, morreremos com Cristo para ressuscitar com ele. Na Quaresma deste ano a Campanha da Fraternidade vem, com o seu enredo, desfilando em nossas ruas, invadindo nossas casas, vem tirando a nossa paz. Superação da Violência é o tema que refletiremos e vem apresentado nas páginas centrais desta edição do BIO. Impossível fechar os olhos, trancar a casa, subir o vidro do carro. Não adianta tapar os ouvidos, fingir de cegos, chamar a polícia, a tv cospe violência em duas de cada três notícias. Quem sabe encontremos refúgio na religião. Clamando a Deus, cantando aleluias, portando amuletos, dizendo esconjuros, será que nos protegemos assim da violência? Porém a questão principal não é fugir da violência, mas superá-la. A religião é, sim, um caminho, mas não uma rota de fuga. Mãos na Bíblia, vamos encontrar a violência desde a primeira página, o primeiro registro de um homicídio. Encontramos lá a violência da escravidão, a perseguição dos profetas, a traição, o interesse, as histórias de martírio e de covardia. Mas a maior de todas as histórias de violência, a maior lição de superação da violência, nos dá Jesus Cristo na Cruz. “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem”. De fato não sabemos, a humanidade não sabe o que fazer. Dá vontade de dizer que não existem caminhos duradouros para uma cultu-

ra da paz. Mas o caminho existe, e já foi inaugurado por Cristo com sua vida de amor, com sua paixão e ressurreição. Há esperança. Talvez os frutos não sejam imediatos, mas importa começar. Testemunhar diante da sociedade, onde o ódio e a rapina fazem tantas vítimas e, por vezes hostiliza a própria igreja, testemunhar a fraternidade. É esse o convite. Talvez encontremos a violência entranhada dentro de casa. Mas a Família ainda é o melhor antídoto para a violência. Vamos então ao encontro das

Famílias, vamos montar um “hospital de campanha” como sempre afirmou o Papa Francisco, ele que tem sido vítima de violência dos próprios irmãos de fé. Vamos organizar em nossas comunidades e realizar com esforço e esperança um grande programa de conscientização e mobilização, pela cultura da paz. Uma rica experiência quaresmal e uma Feliz Páscoa a todos! Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco Instagram @d.freibosco

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TESTEMUNHO DE FÉ

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Ela é Mãe, Ela é Rainha, Ela é Vencedora, Ela é Três Vezes Admirável “Levem a Imagem da Mãe de Deus e deem um lugar de honra nos lares, assim eles hão de se tornar pequenos Santuários nos quais a Imagem de graças se manifestará, operando milagres de graças, criando uma Santa Terra de Famílias e formando santos membros…” Pe. José Kentenich, 1948.

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Movimento de Aliança com Maria, que começou na Alemanha há mais de 100 anos, encanta o mundo com a imagem da Mãe Peregrina percorrendo lares, escolas e visitando enfermos e deficientes visuais, crianças, jovens e adolescentes, presidiários, comerciários e também catequizandos. Suas imagens estão espalhados nos 5 continentes com mais de 200 centros de espiritualidade e de missão.

Imagem pintada no Século XIX pelo artista italiano Luigi Crosio sob o título em Latim “Refugium Peccatorum” (Refúgio dos Pecadores). Em 1915, foi levada para o Santuário de Schoenstatt e, de lá, espalhouse pelo mundo.

O Movimento Apostólico de Schoenstatt faz parte da Obra Internacional fundada em 1914, pelo Pe. José Kentenich, na Alemanha. Durante a I Guerra Mundial, seminaristas foram convocados como soldados e, apesar dos desafios, difundiram a espiritualidade no meio da guerra. Então, a Mãe de Deus atraiu muitas pessoas ao Santuário, realizando milagres de conversão e transformações nas almas. Durante a II Guerra Mundial, em 1941, o fundador foi preso pelos nazistas e levado ao campo de concentração onde fundou o Instituto Secular dos Irmãos de Maria e a Obra das Famílias; empenhando-se também pelo crescimento da expansão Internacional do Movimento. A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt surgiu, então, em 1950 e acelerou a expansão do Movimento em todo o mundo, inclusive nas paróquias e dioceses do Brasil. Fonte: schoenstatt.org.br 4

Conquistando os lares da Diocese de Osasco É com o lema “Nada sem vós, Nada sem nós”, que a Mãe, Rainha, Vencedora Três Vezes Admirável de Schoentastt vem despertando os corações de muitas famílias da Diocese de Osasco, desde 1991. Segundo a Coordenadora Diocesana, Maria do Carmo da Silva Pereira, são 780 imagens da Mãe Peregrina, que vem transformando a vida de muitas pessoas, e cerca de 7 mil diocesanos que peregrinam todos os anos ao Santuário em Atibaia. “As famílias que a recebem passam a se empenhar pela santidade, vivendo amplamente a aliança batismal. Só na cidade de Osasco são 7 imagens que levam esperança, força e fé a cerca de 210 lares”, afirmou a coordenadora que está à frente do movimento desde 2010. “De Schoenstatt (bairro da cidade de Vallendar), na Alemanha, partiu um movimento de renovação religioso e moral para o mundo a partir daqueles que se comprometeram a oferecer a Maria, empenho constante em sua autoeducação. Essa Aliança com Maria está presente em todo o mundo, inclusive na Grande São Paulo, em nossa região”, afirmou Ana Lúcia Leite, coordenadora da Mãe Peregrina de Osasco. E foi assim que uma Santa Missa de Envio recebeu a recém-chegada imagem da Mãe Peregrina a Osasco, no dia 19 de dezembro de 2017. “Fiquei muito emocionada em saber que a mãe de Deus aceitou novamente ficar entre nós, agora dentro do Condomínio São Cristóvão, no bairro Jardim Bandeiras. Porque, como em Schoenstatt, aqueles que a convidam tem que garantir o esforço em viver a santificação na vida diária, oferecendo contribuições ao Capital de Graças e é isso que está sendo feito. São mais 30 famílias recebendo sua visita uma vez por mês, tornando esses lares santificados. É Maria se tornando presente e atuando como interArquivo pessoal

cessora, em nosso favor, junto a Deus”, afirmou a coordenadora. “Receber Nossa Senhora em nosso lar é uma luz, uma benção, uma flor que se abre, é um aroma, é paz, é força, é fé, é foco”, finalizou. Roberto de Campos, um dos responsáveis pelo Grupo de Oração São Cristóvão, confirma o propósito: “Em janeiro completamos 1 ano de orações nos apartamentos, levando a imagem da Sagrada Família. Ao longo desse tempo, também ajudamos a realizar 2 Missas no colégio do condomínio e iniciamos esse novo projeto da Mãe Peregrina. Nessa 2ª Santa Missa tivemos o envio da imagem para peregrinar de casa em casa, garantindo assim que em cada dia da semana tivéssemos uma família em oração. Logo receberemos mais uma imagem e já estamos em fase final de gestação do nosso Ministério de Música Mãe Peregrina. Com a Santíssima Virgem à frente da batalha estamos formando o poderoso exército de Maria, em busca da fraternidade”, complementou Campos. Arquivo pessoal

A coordenadora Ana Lúcia foi curada por intercessão de Nossa Senhora.

Ana Lúcia e o contrato de amor com Maria A Mãe e Rainha é fiel à Aliança de Amor, ela cumpre o seu papel de Educadora diariamente e espera que cada um que selou a Aliança também lhe seja fiel. Assim aconteceu com Ana Lúcia Leite, coordenadora do movimento em Osasco. “O projeto Mãe Rainha se fez presente há menos de 1 ano na minha vida. Sempre fui recebedora da imagem em minha casa e fui convidada pelo padre a ser coordenadora do movimento em Osasco. Aceitei com medo, pois eu estava passando por um doloroso tratamento de câncer de mama, recém-descoberto. No entanto, eu disse o meu SIM, pois tinha certeza que Deus e Nossa Senhora estavam caminhando comigo. Agora entendo que esse câncer foi um presente de Deus. Mudou minha relação com Ele, com as pessoas, comigo mesma, comecei a praticar exercícios físicos, uma alimentação saudável e prestar atenção em mim e no meu potencial. Com esse despertar, agora sei que preciso estar conectada com Deus e Nossa Senhora diariamente e viver cada dia intensamente. Deus me curou e me libertou para servir, para ser fiel à Aliança de Amor”, finalizou a coordenadora. Dani Nanni Redação BIO

Santa Missa de Envio da Imagem da Mãe Peregrina realizada no Condomínio São Cristóvão, em Osasco.

Agenda - 15/04 – Encontro Diocesano da Mãe Peregrina – das 8 às 17h no Santuário Diocesano Dom Luís Orione – Cotia/SP. - 11/11 - Peregrinação da Diocese de Osasco ao Santuário de Schoenstatt - Atibaia/SP. Fevereiro 2018


EM PAUTA

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Instalação do tribunal eclesiástico diocesano

ntrevista com o Pe. Marcos Antonio Funchal, futuro Vigário Judicial da diocese. No próximo dia 19 de março será erigido em nossa Diocese de Osasco o Tribunal Eclesiástico Diocesano de Primeira Instância por nosso Bispo Dom João Bosco e nesta mesma data será nomeado como Vigário Judicial o reverendíssimo Pe. Marcos Antonio Funchal, Mestre em Direito Canônico, juntamente com os demais juízes diocesanos e oficiais do Tribunal. Nesta entrevista o futuro Vigário Judicial explica-nos o que é o tribunal eclesiástico e qual a sua atuação na Ação Evangelizadora da Igreja.

o fiel na sua busca de sua santidade em vista de chegar a Vida Eterna. O mandamento principal é a caridade, portanto não pode prejudicar o seu irmão (Sl. 14) O fiel cristão tem, em razão do seu batismo, uma série de direitos e deveres que lhes são próprios. Os pastores têm o dever de garantir a ele o acesso aos meios de salvação, principalmente os sacramentos e todas as graças divinas. Sempre que um fiel for privado de seus direitos injustamente, pode recorrer ao Tribunal eclesiástico para que este proteja e restitua seus direitos. Podem ser julgadas no tribunal eclesiástico as causas que dizem respeito aos direitos individuais das pessoas físicas e jurídicas, as causas penais sobre delitos e violações das leis eclesiásticas, as causas de caO que é o Tribunal Eclesiástico? Em cada diocese o Bispo Diocesano é o Juiz para nonização dos servos de Deus e causas sobre os julgar as causas dos fiéis batizados que pertencem Sacramentos e sobre o estado das pessoas, dentre a diocese, pois ele é “o maior garantidor da unida- elas, a Declaração de Nulidade do Sacramento de católica, na fé e na disciplina” (Papa Francisco, do Matrimônio dos fiéis que fracassaram na vida MP Mitis Iudex Dominus Iesus, Proêmio) Este conjugal. poder de julgar o bispo pode exercer pessoalmente ou por outros que exercem em seu nome. Estas Onde está localizado o pessoas formam o Tribunal Eclesiástico, com juTribunal Eclesiástico? ízes diocesanos, patronos, promotores de justiça, O tribunal eclesiástico de Osasco terá suas insnotários e peritos, coordenados pelo vigário judi- talações no prédio da Cúria Diocesana, situado na cial. O Vigário Judicial age com poder ordinário rua da Saudade, 60 Vila Osasco SP, ao lado da Caem nome do Bispo. Estes servidores exercem na tedral Santo Antônio. Ele estará aberto ao público Igreja a Pastoral Judiciária, um serviço pastoral de terça a sexta-feira das 13h as 17h e por telefone para as pessoas que sentem que estão privadas de 3683-4522 de segunda a sexta-feira das 8h as 17h seus direitos ou que tiveram seus casamentos fra- ou pelo email camara.diocesedeosasco@gmail. cassados. Portanto o Tribunal tutela as pessoas que com. estão feridas, que trazem em sua trajetória de vida as marcas do sofrimento. Todo fiel tem direito ao Muitos procuram o tribunal por que acesso próximo e facilitado a justiça eclesiástica.

Em quais situações o fiel pode recorrer ao Tribunal Eclesiástico?

A lei suprema na Igreja é a salvação das almas, ou seja, todas as estruturas pastorais visam ajudar

querem se casar de novo na Igreja. Qual a diferença entre Nulidade Matrimonial e o simples divórcio? Em que casos podem ser declarados nulos?

mite o divórcio e portanto Nulidade Matrimonial não é um tipo de divórcio, pois se houver um matrimônio verdadeiro ele é indissolúvel: o que Deus uniu o homem não separa. O que se investiga no processo é: este casamento é válido ou não, Deus uniu ou não uniu estes cônjuges? O matrimônio goza do favor do direito e sempre será válido até que se comprove a sua nulidade. Portanto o tribunal eclesiástico é o “tribunal da verdade do vínculo sagrado” (Papa Francisco, Discurso à Rota Romana de 2016). “A Família, para a salvação da humanidade, fundada no matrimônio indissolúvel, unitivo e procriativo, pertence ao sonho de Deus e da sua Igreja.” (Pio XI, Casti connubii, 31/12/1930). O que pode tornar nulo um casamento são os impedimentos dirimentes (doze), os vícios de consentimento (nove) e os erros de forma canônica (três). Os casos mais comuns são os vícios de consentimento que podem afetar os dois ou um dos contraentes.

O fiel que está interessado em abrir um processo de declaração de nulidade o que deve fazer?

Primeiramente ele deve procurar o seu pároco ou o serviço da Pastoral Familiar em sua paróquia ou região pastoral. A Pastoral Familiar tem um grupo de leigos que atuam na Pastoral Judiciária e são capacitados para fazer um atendimento inicial para orientar como processo para preparação da documentação e da elaboração do Libelo (petição) junto ao tribunal eclesiástico. Também podem se dirigir diretamente ao tribunal nos horários descritos acima.

Agradecemos ao Pe. Marcos Funchal pelos esclarecimentos e rogamos à Virgem Maria e a Santo Antônio que intercedam a Deus por este esperado Sabemos bem que a doutrina da Igreja não per- serviço pastoral que se inicia em nossa Diocese. Imagem da Internet

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CAMPANHA DA FRATERNIDADE

“Vós sois todos irmãos” (Mt 3,8)

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stamos prestes a iniciar a quaresma, um tempo forte que a Igreja convida a todos os fiéis a fazerem penitência e mudarem suas vidas, inserindo-se ainda mais no mistério de Cristo. A conversão nos ensina a deixar a Palavra de Deus ser

tocada e aplicada em nossas vidas e a cultivarmos a oração, o amor a Deus e a solidariedade fraterna, despertando os sentimentos de Jesus Cristo. Nesse tempo precioso de transformação, a Igreja no Brasil apresenta às comunidades uma realidade

que pede atenção, mudança, conversão. A vida cotidiana é contínua transformação para que todos possam viver como irmãos. O Evangelho oferece a todos os cristãos a oportunidade de vida nova, de novas relações, de cuidados fraternos.

Superação da violência Neste ano a CNBB propõe a todos uma reflexão sobre a violência, que infelizmente é uma realidade vivida por um grande número de brasileiros, pois os diversos tipos de violência se intensificaram e se tornaram comuns também em cidades pequenas e médias. Apesar de possuir 3% da população mundial, nosso país responde por quase 13% dos assassinatos

no planeta. Em 2014, o Brasil chegou ao topo do ranking, considerado o número absoluto de homicídios. Foram 59.627 mortes, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um dos fatores que levam um país a sofrer com esses grandes números é o aumento de desempregados e a falta de investimentos públicos, inclusive na educação e saúde. Portal Dom Total

Ranking de violência nas cidades da região diocesana de Osasco de acordo com o ranking estadual 1º Cotia (12º) 2º Osasco (13º) 3º Itapevi (14º) 4º Jandira (20º) 5º São Paulo (24º) 6º Barueri (29º) 7º Carapicuíba (32º) 8º Ibiúna (38º) 9º Mairinque (42º) 10º Araçariguama (49º) 11º Vargem Grande Paulista (52º) 12º São Roque (84º) 13º Alumínio (216º)

Como cristãos devemos despertar uma cultura de fraternidade em nossa sociedade, apontando os princípios de justiça, denunciando ameaças e violações da dignidade e dos direitos, abrindo caminhos de solidariedade. A CF 2018 é um instrumento para as comunidades cristãs e de todas as pessoas de boa vontade para superar a violência vivendo como irmãos! O Cristão no caminho quaresmal, na busca de conversão, estará disposto a ajudar a superar a violência.

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Pensar globalmente e agir localmente No dia 27 de janeiro aconteceu uma formação diocesana sobre a CF, com a presença dos padres, religiosas, seminaristas e inúmeros leigos de toda a diocese, e foi assessorada pelo professor universitário Sérgio Vieira, que teve como objetivo direcionar os membros paroquiais de como agir e trabalhar o tema da campanha em sua realidade e incentivar a procura das fragilidades e os pontos a serem melhorados em relação à missão da Igreja, para que todo o laicato possa ter um comprometimento de ir até o povo oprimido, afim de liderar e mobilizar. A formação, assim como no texto base da campanha, apresentou todos os diferentes tipos de violência e as consequencias deixadas na sociedade em cada caso. O mundo hodierno tem trazido diferentes culturas, tais como: a de corrupção estrutural, que vem sequestrando os sonhos das famílias de um futuro promissor decorrente de inúmeras leis contraditórias que causam uma insegurança na sociedade, como por exemplo a de ideologia de gênero que surgiu sorrateiramente para tentar destruir a base familiar. Um dos caminhos para a superação da violência é o combate do niilismo, onde a pessoa considera que as crenças e os valores tradicionais são infundados e que não há qualquer sentido ou utilidade na existência, que geralmente afeta os adolescentes e jovens, fazendo com que eles percam o sentido da fé, e acabam cometendo violência contra si mesmos, se suicidando e deixando marcas em suas famílias. Nós cristãos devemos nos aproximar desses jovens para evitar essas situações acompanhan-

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PASCOM Diocesana

Formação diocesana da Cf 2018 com o professor Sérgio Vieira

do os casos de perto, apresentando o sentindo da vida e o chamado de Deus para cada um de seus filhos.

A morte por suicídio é maior do que pela febre amarela Profº Sérgio Vieira

versos encontros. Algumas paróquias já começaram o seu trabalho de conscientização e não queremos que ninguém fique de fora dessa. Organize sua paróquia, juntamente com seu pároco, e saia para salvar vidas. Tenham todos uma boa e santa quaresma e uma frutuosa missão fraterna! Redação BIO Imagem da Internet

A violência é um tema que não deve ser esquecido, pelo contrário, ela deve ter uma atenção especial em todos os seus casos, pois ela está presente em todos os problemas da sociedade desde o início da existência humana. Por isso todas as comunidades devem fazer seus trabalhos de conscientização, criando grupos para que possam dialogar a nível regional e também paroquial e mobilizar em todas as mídias sociais, deixando claro os riscos causados pela falta de denuncia e/ou atenção. Após unir todos os segmentos católicos nas paróquias e regiões a proposta é ter um programa contínuo de atenção religiosa e psicossocial e elaborar um plano de ações estratégicas para trazer todas as realidades de violência para dentro da Igreja, e assim trabalhar todas as dores e sofrimentos dos oprimidos, buscando a superação da violência, em grupo, ou melhor, em comunidade. A diocese estará se organizando com assessores e líderes diocesanos, regionais e paroquiais para que a campanha seja trabalhada durante todo o ano com di-

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IGREJA EM MISSÃO

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BIO Imagem da Internet

A Missão

ueridos leitores, nesta edição do BIO vamos dar continuidade a reflexão que iniciamos no mês anterior, no qual vimos que a Missão tem sua origem

no seio da Trindade, sendo que foi querida pelo Pai, iniciada pelo Filho e opera até nossos dias pela obra do Espírito. Por sua vez, nestas breves linhas compreenderemos que a Igreja foi enviada por Cristo, e é essencialmente missionária.

Igreja enviada por Cristo Nosso Senhor Jesus Cristo, no início de seu ministério chamou doze homens para estar com Ele, e vivendo a intimidade com o Mestre, fossem enviados para pregar a Boa Nova (cf. Mc 3,13). Deste modo, “foram os Apóstolos os germes do novo Israel e ao mesmo tempo origem da sagrada hierarquia. Depois que por Sua Morte e ressurreição completou em Si os mistérios de nossa salvação e da renovação universal, o Senhor obteve todo o poder no céu e na terra. Antes de ser assumido ao céu fundou Sua Igreja como Sacramento de Salvação” (AG 871). Assim, como Jesus foi enviado pelo Pai, aprouve Cristo enviar os Apóstolos a todo Mundo, dando a seguinte ordem: “Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei”

(Mt 28,19s). Com isso, é no mandato de Jesus que se encontra o dever da Igreja de propagar a fé e a salvação de Cristo. “Obediente ao mandato de Cristo e movida pela graça e caridade do Espírito Santo, a Igreja cumpre sua missão quando em ato pleno se faz presente a todos os homens ou povos, a fim de levá-los à fé, à liberdade e à paz de Cristo, pelo exemplo da vida, pela pregação, pelos sacramentos e demais meios da graça. E assim se lhes abre um caminho desimpedido e seguro à plena participação do mistério de Cristo” (AG 871). Ao falar sobre a Missão da Igreja, o Documento de Aparecida fala que a “Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até à morte de Cruz (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4 ss). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho” (DAp 31).

Razões e necessidade da atividade missionária A razão principal para a atividade missionária está no próprio querer de Deus, pois Ele “quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade. Porque um é Deus, um também o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou para redenção de todos” (1Tm 2,4-5). Além da

razão sobrenatural, existe uma motivação pessoal, como diz o Documento de Aparecida: “Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos que jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão” (DAp 29). Imagem da Internet

Papa Bento XVI e a missão Ad Gentes Também hoje a missão ad gentes deve ser o horizonte constante e o paradigma de toda a atividade eclesial, porque a própria identidade da Igreja é constituída pela fé no Mistério de Deus, que se revelou em Cristo para nos dar a salvação, e pela missão de testemunhar e anunciar ao mundo até ao seu regresso. Como São Paulo, devemos ser solícitos pelos que estão longe, por quantos ainda não conhecem Cristo nem experimentaram a paternidade de Deus, conscientes de que “a cooperação se alarga hoje para novas formas, não só no âmbito da ajuda econômica mas também no da participação direta” na evangelização (João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio, 82). O anseio de anunciar Cristo impele-nos também a ler a história para nela vislumbrarmos os problemas, aspirações e esperanças da humanidade que Cristo deve sanar, purificar e colmatar com a sua presença. De fato, a sua Mensagem é sempre atual, penetra no próprio coração da história e é capaz de dar resposta às inquietações mais profundas de cada homem. Por isso a Igreja, em todos os seus componentes, deve estar ciente de que “os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus” (Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 97). Isto exige, antes de mais nada, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo, “num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver”(Carta ap. Porta fidei, 8). (Mensagem do Papa Bento XVI para do Dia Mundial das Missões 2012) Diácono Dênis Mendes

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ANO DO LAICATO

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Leigos: Atuar, testemunhar e participar! Imagem da Internet

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termo “leigo” não era conhecido como hoje e não havia separação ou distância entre os diferentes termos ministeriais. Ao longo da história da Igreja, percebe-se a presença laical inserida na comunidade cristã como colaboradores diretos, exercendo seu papel como “anunciadores da palavra”, atuando nas periferias existenciais e pondo em prática o seu papel missionário. O Concílio Vaticano II, no capítulo IV da Lumen Gentium (LG), dedicou-se em tratar sobre os leigos, discorrendo assim, um tema nunca visto antes na história dos concílios, mas compreensível no contexto da eclesiologia da época, colocando o “leigo” em evidência, mostrando que os leigos são protagonistas na Igreja. O concílio deixa em evidência este povo messiânico com a vocação à santidade própria e a do mundo inteiro, que emana do Batismo (LG, 12). O cristão leigo, pela propagação do Evangelho, mostra a Igreja atuando no mundo. Como dirá a LG: “a santidade deve ser alcançada na vida diária, nas ocupações de todo aspecto do ser humano. O fundamento teoló-

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gico de tudo isso, é além da lei da encarnação cristã, o sacerdócio comum dos fiéis”, portanto, “[...] todos os fiéis sintam-se convidados e mesmo obrigados à santidade” (LG, 86). O leigo é o cristão batizado que se caracteriza pela índole secular de sua vida e compete a ele a missão de buscar o reino. Vive no mundo e é chamado por Deus, para que aí exerça sua própria atividade, inspirado pelo Espírito evangélico, concorrendo para a santificação do mundo, como fermento e desse modo, manifestando Cristo aos outros, com seu testemunho de vida e com o fulgor da sua fé, esperança e caridade (LG, 31). O Concílio faz com que os leigos entendam que eles realmente são pertencentes à Igreja, na condição de filhos do Pai, resgatados por Cristo e santificados pelo Espírito que faz com que os homens sejam testemunhas de Cristo. Desse modo, podemos afirmar que é pela ação do Espírito Santo que os leigos devem tornar-se mais conscientes de sua própria responsabilidade no serviço e na missão. O decreto “Apostolicam Autuositatem” acrescenta

que os leigos devem promover e efetuar o seu trabalho para própria santificação, isto é, crescendo no caminho da santidade. Os leigos, portanto, são parte viva do movimento missionário da Igreja, e com razão o decreto lembra a importância da participação das mulheres no apostolado. Entendendo que o leigo é consagrado e enquanto consagrado tem uma missão, sendo ele enviado para “atuar” no mundo que não é consagrado: O que você como leigo, tem feito para protagonizar sua missão na vocação laical, e testemunhar a caridade consagrando os lugares pela sua presença? Sem. Diego Medeiros Ano pastoral 9


VOCAÇÃO

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oda vocação é um dom livre e gratuito de Deus. É o chamado livre de Deus que espera uma resposta livre do seu filho que por Ele é chamado. É sempre o Senhor que toma a iniciativa, que vem ao encontro do ser humano realizando um chamado e conferindo-lhe uma vocação. Toda a pessoa humana é chamada por Deus a estar com Ele e todo cristão tem a vocação comum à vida e ao discipulado de Jesus, que constitui vocacionalmente as bases da vida cristã. Mas Deus concede a cada filho uma vocação especifica para o serviço do seu Reino. Cumprindo o mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo, de rezar pelas vocações (cf. Mt ) e para fomentar uma cultura vocacional em nossas paróquias, lançamos em nossa Diocese o projeto “Cada comunidade uma nova

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vocação”, idealizado pelo Regional Sul 2 da CNBB, em Curitiba, e abraçado, ao todo, por 50 Dioceses, dentro e fora do país, inclusive a nossa. O objetivo do projeto é, além de cultivar uma cultura vocacional nas comunidades, rezar assiduamente pelas diversas vocações e levar adolescentes e jovens a se questionar sobre o projeto de Deus em sua vida. Você pode nos ajudar de modo simples e prático. Na sua paróquia, na sua comunidade, com o seu grupo de pastoral, rezar uma dezena do terço antes do início das reuniões e encontros pelas diversas vocações da Igreja. E se perguntar se a minha comunidade já ofertou para a Igreja uma vocação específica, especial-

mente, a sacerdotal e a religiosa. Em nossa diocese, temos a alegria de celebrar todos os anos o COMVOCAÇÂO, a festa das vocações que, nesse ano, chegará a sua 15ª edição. Tal evento é um grande instrumento do Reino de Deus que manifesta a cultura vocacional. Pela bondade divina, todos os anos o nosso Seminário diocesano São José acolhe diversos jovens que desejam e acreditam ser chamados por Deus para a vida presbiteral, com a intenção de realizar um discernimento mais profundo, muitos deles oriundos do Comvocação. Não é raro, também, ouvir das Congregações, Institutos Religiosos e de Vida Consagrada que expõem seus carismas no evento, darem bons testemunhos de jovens que, conhecendo e se identificando com algum carisma, começam um caminho de discernimento vocacional procurando respostas às suas inquietações. Mas podemos fazer mais com as nossas orações, nesse ano nacional do laicato, da abertura do Sínodo dos Jovens no Vaticano, com o tema: “Juventude, fé e discernimento vocacional”, e ainda da Jornada Mundial da Juventude no

Panamá em janeiro de 2019. Para isso, produziremos textos vocacionais, testemunhos e vídeos que serão divulgados no site da diocese e do Comvocação e, sobretudo, nas Redes Sociais. Daremos início oficialmente a esse projeto com abertura diocesana na missa dos santos óleos desse ano. Contamos com a sua colaboração e de sua comunidade para implorar ao Senhor da messe que envie mais trabalhadores para a sua seara. Pe. Marcelo Fernandes de Lima Assessor diocesano do SAV

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DIA MUNDIAL DO ENFERMO

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dia mundial do enfermo foi instituído em 1992 pelo Papa São João Paulo II. Os objetivos do Santo Padre com essa celebração anual eram: sensibilizar o povo de Deus, as várias instituições católicas de saúde e a sociedade civil diante da necessidade de assegurar uma melhor assistência possível aos enfermos; ajudar o enfermo a compreender o sofrimento no plano humano e, sobretudo, no sobrenatural; promover o comprometimento dos diversos âmbitos eclesiais com a pastoral da saúde, e fazer com que os sacerdotes diocesanos e religiosos compreendam a importância da assistência religiosa aos enfermos. (Carta do Santo Padre João Paulo II ao Cardeal Fiorenzo Angelini, por ocasião da instituição da Jornada Mundial do Enfermo n.02) A data escolhida para tal jornada foi 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, pois Lourdes é o Santuário Mariano símbolo, por excelência, da esperança e da graça, no sentido de aceitação e da entrega do sofrimento salvífico. Foi nessa mesma data, em 1984, que São João Paulo II publicou sua carta apostólica Salvifici Doloris (Idem n.03). O Papa Francisco, em sua mensagem para o XXVI Dia Mundial do Enfermo, propôs como tema de reflexão as palavras de Jesus no alto da cruz: “Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe! e, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua” (Jo 19, 26-27). Para o Papa essas palavras de Jesus originam a “vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade” (Mensagem do Papa Francisco para XXVI Dia Mundial do Doente n.01. Maria não permanece paralisada diante do sofrimento do Filho na cruz pois assumiu para si as preocupações do Filho com a Igreja e a humanidade. A vocação materna de Maria passa para toda a Igreja quando aos pés da cruz a Mãe de Jesus assume João como filho. Os evangelhos apresentam toda

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predileção de Jesus pelos doentes, pecadores, pobres e abandonados. Assim, além de ser continuadora da missão de Jesus, a Igreja assumiu também sua vocação materna, a qual se concretizou através de inúmeras iniciativas a favor dos enfermos, pois em várias partes do mundo Ela exerce o protagonismo no cuidado da vida, sendo capaz de cuidar mesmo quando não se é mais capaz de curar, como afirma o Papa Francisco ao longo da sua mensagem (Idem, n.04). Essa realidade é muito presente no Brasil. Quantas dioceses e congregações religiosas não medem esforços para manter atendimentos dignos mesmo com poucos recursos, diante da corrupção e dos desvios de verbas para a saúde? Esse empenho de tantos, tanto no passado como no presente, deve ser visto com gratidão e deve nos levar a projetar bem o futuro. No entanto, o Santo Padre nos alerta para o risco duma mentalidade empresarial nas instituições católicas de saúde, o que provocaria um descarte maior dos mais pobres. Francisco nos exorta que “a pessoa do doente seja respeitada Imagem da Internet

na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento” (Idem, n.05). O Papa afirma que: a Igreja recebeu de Jesus como dom o seu poder de cura. Ela vive essa missão também através da pastoral da saúde que “permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos centros de tratamento de excelência” (Idem, n.06). Assim, a pastoral da saúde assume seu compromisso e participa da missão eclesial de ser presença junto aos que sofrem. A pastoral da saúde na Diocese de Osasco A pastoral da saúde na Diocese de Osasco está presente praticamente em todas as paróquias, possuindo mais de 1600 agentes voluntários. Anualmente, no mês de julho, a Pastoral da saúde realiza um retiro a nível diocesano. Para o ano de 2018, a coordenação diocesana, juntamente com o regional Sul I, está programando um curso com o intuito de melhor estruturar a pastoral na diocese e também formar agentes em conformidade com as três dimensões da pastoral da saúde: a solidária, a comunitária e a político-institucional. A pastoral da saúde na região pastoral de Carapicuíba Na região pastoral de Carapicuíba todas as paróquias realizam anualmente duas missas para os enfermos. Semanalmente os agentes e os ministros visitam os doentes levando a Eucaristia. Os padres, na medida em que são solicitados, também fazem acompanhamento

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em domicílio aos enfermos e idosos. O Hospital Geral de Carapicuíba, semanalmente, recebe a visita dos agentes de pastoral e dos seminaristas camilianos, tais visitas visam ser presença samaritana e materna da Igreja junto aos que sofrem. No âmbito social a pastoral da saúde realiza mutirões, especialmente em locais próximos a áreas livres. Nessas ocasiões há o atendimento médico, verificação dos sinais vitais, é realizado o teste de glicemia, e quando possível outros exames. No período que antecede o inverno, essa pastoral tem a responsabilidade de, em conjunto com a secretaria municipal de saúde, promover a vacinação dos idosos e dos grupos de risco. Além dessas atividades, os agentes de pastoral auxiliam na marcação de consultas em hospitais e clínicas, nos encaminhamentos de exames e no acompanhamento dos doentes. A equipe da coordenação da pastoral da saúde, duas vezes por semana, atende no dispensário, o qual repassa aos doentes e idosos cadeiras de rodas, camas hospitalares, bengalas e medicamentos, sendo atendidas cerca de 150 pessoas semanalmente. Percebe-se através desses eventos a atuação da pastoral da saúde junto aos doentes e sofredores, assumindo assim sua missão, como foi desejo do Papa João Paulo II ao instituir o Dia Mundial do Enfermo. A pastoral da saúde, buscando servir aos doentes e necessitados, também está exercendo a vocação materna da Igreja, como nos exorta o Papa Francisco na sua mensagem desse ano. Pe. Mateus Locatelli, MI 11 11


PROGRAME-SE

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Quarta-feira de Cinzas

Missa de abertura da CF 2018

“Com o suor de teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás.” (cf. Gn 3,19)

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om a imposição das cinzas, iniciamos a Quaresma, tempo que nos prepara espiritualmente para vivenciarmos com dignidade o Mistério Pascal de Cristo, que é a sua Paixão, Morte e Ressurreição, ápice de nossa fé cristã. “As cinzas nos lembram a nossa condição original: somos feitos de pó, porém pó modelado pelas mãos amorosas de Deus que soprou Espírito de vida em nós. Vivenciar a Quaresma é ansiar por este sopro de vida que Deus não cessa de nos oferecer na lama de nossa história” (Pp. Francisco) “A Quaresma é tempo de compaixão, para podermos dizer como no Salmo 50: ‘dai-nos Senhor a alegria da vossa Salvação, sustentai-nos com um espírito generoso’” (Pp. Francisco), por isso que no início da Quaresma recebemos as cinzas, para lembrarmo-nos que somos mortais, chamados constantemente a uma mudança radical de vida. Esta mudança, chamada conversão, nada mais é do que um voltar-se para Deus, principalmente neste tempo santo, em que somos convidados a fazermos jejum, orações e práticas de caridade. As cinzas são oriundas dos Ramos abençoados na Semana Santa do ano anterior, lembrando-nos que a conversão se dá cotidianamente. A imposição das cinzas em nossa cabeça assume um duplo significado: o primeiro é relativo à mudança interior, à penitência,

à conversão, como supracitado; já o segundo significado recorda-nos a precariedade da condição humana, somos “passageiros”, sujeitos à morte, porém, se aceitarmos fazer um processo, um caminho com Cristo, nos tornaremos vitoriosos com Ele, por Ele e n’Ele. Em resumo, a Santa Igreja nos indica, na oração recitada por seus ministros, o significado da celebração da quarta-feira de cinzas: “Ó Deus, que não quereis a morte do pecador, mas a sua conversão, escutai com bondade as nossas preces e dignai-vos abençoar estas cinzas que vamos colocar sobre as nossas cabeças. E assim, reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova à semelhança do Cristo ressuscitado.” Tenhamos à mente a frase de São João Paulo II: “Santo é um pecador que nunca desiste!” Não desistamos de alcançar a santidade, não desistamos de alcançar os céus. Façamos propósitos para esta Quaresma: procuremos algum sacerdote, confessemos os nossos pecados, participemos da Santa Missa, busquemos os Sacramentos da Igreja. “Eis o tempo de conversão!”: Uma Santa Quaresma a todos.

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omo de costume, em todos os anos, a Igreja do Brasil vive durante o tempo quaresmal a Campanha da Fraternidade (CF). Neste ano o tema da CF é: “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Programemo-nos

Sem. Thiago Jordão Ano pastoral

Agenda diocesana 11/02 • Dia mundial do efermo 13/02 • Carnaval

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com nossas comunidades paroquiais para participarmos da Santa Missa de abertura da Campanha da Fraternidade em nossa Diocese, a realizar-se no dia 16 de fevereiro às 20h na Catedral de Santo Antônio. Somos todos convidados para este momento!

22/02 • Festa da Cátedra de São Pedro - Apóstolo

14/02 • Cinzas

24/02 • 23º Encontro Ampliado das Pastorais – Sub Regional SP-2

16/02 • 20h00 - Missa de abertura da CF - Catedral Santo Antônio

03/03 • Curso Teológico Pastoral – Início das Aulas – 1º Semestre

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