BIO 247 - Novembro 2017

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Novembro de 2017 | Ano XXVIII

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No 247

VOZ DO PASTOR

Formar leigos e leigas para ser sal e luz na Igreja e no mundo PÁG. 03 IGREJA EM MISSÃO

Diocese promove 5º Encontro de Comunicadores PÁG. 05 ENTREVISTA

Pe. Cássio fala sobre estadia na Itália

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EDITORIAL

BIO

Caro leitor...

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remos iniciar o ano do Laicato no próximo dia 26/11/2017 na Solenidade de Cristo Rei evidenciando a importância da ação pastoral de nossos leigos na Igreja. Mas, o que de fato é um ministério? Ministério é o carisma assumido em forma de serviço à comunidade e à sua missão no mundo e na Igreja como um todo, e por esta é reconhecido. Para exercê-lo, portanto, é necessário: a graça de Deus (carisma), capacidade (habilidade humana), reconhecimento da Igreja. Em geral todo serviço realizado, com dedicação, humildade e gratuidade na Igreja pode ser chamado ministério, por exemplo, ensinar o catecismo, distribuir alimento aos pobres, limpar a Igreja etc. Para evitar a confusão dos termos, a palavra ministério foi, desde muito tempo, consagrado a designar os serviços que atendem as exigências permanentes da missão da Igreja, na comunidade tais como: ensino: pregação, catequese, evangelização etc.; santificação: culto a Deus, sacramentos, ações litúrgicas; pastoreio: coordenação pastoral, sacerdócio ministerial. Todos os ministérios e carismas, que o Espírito Santo derrama sobre todos e cada um dos fiéis cristãos (Christifidelis Laice), tem como

fim próprio e comum a unidade da missão da Igreja (Vaticano II, decreto a missão dos leigos Apostolicam Actuositatem, n.1) Todo ministério é designado e reconhecido para a comunidade: ministério ordenado; pela comunidade: catequistas, evangelizadores, coordenadores e leitores e com a comunidade: ministérios extraordinários não ordenados. Trata-se de uma ação oficial da Igreja: ad intra: para dentro da comunidade e ad extra: para fora da comunidade (sociedade). Enquanto ministério, quem fala e faz, não o faz por si, mas pela Igreja e o que ela recomenda. Estas funções extraordinárias são permitidas que leigos exerçam temporariamente em título de suplência. Isto não desvaloriza a atuação do ministro, mas aponta que ele tem uma dignidade diferente daqueles que recebem a sagrada ordem. Como diz o documento 105 da CNBB, a missão do leigo é ser luz do mundo e sal da terra: Luz das nações (Lúmen Gentius), o que qualifica, dignifica e evidencia o seu chamado de cooperar com a Igreja na sociedade, família, no trabalho, na política, na escola e na cultura. Pe. Henrique Souza da Silva Assessor Eclesiástico do BIO

Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Supervisão: Pe. Ricardo Rodrigues Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Walkyria Aparecida do Rosário Diagramação: Ir. Bruna Aparecida Rocha, MJS Jornalista: Daniela Nanni Colaboração: Pe. José Cássio Marinho, Pe. Alexandre Garcia, Sem. Dênis Mendes, Sem. Diego Medeiros, Sem. Leonardo Loriato de Souza, Sem. Rafael Santana, Ir. Luzia Daniela da Trindade, Carol Gonzaga, Conceição Ferreira Hipólito, Elza Hieko Aoki, Roberto de Campos E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 | (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br 2

Semana de Fé e Compromisso Social A Semana de Fé e Compromisso Social aconteceu de 24 a 26 de Outubro de 2017, no Salão de Atos da Cúria. O tema geral do evento foi “Comunhão e Participação”. PASCOM Diocesana

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a primeira noite, o tema foi Economia de Comunhão, apresentado por Maria Goretti Reynaud Rodrigues, do Movimento Focolares. A origem da Economia de Comunhão foi com Chiara Lubich, fundadora do movimento. Em sua visita ao Brasil, em 1991, ela se impressionou com a desigualdade social e pobreza em nosso país. Então, surgiu a proposta de promover uma prática de economia voltada para a comunhão e a gratuidade. Na segunda noite de encontro, Joceilma Melo Santos Sena, Conselheira Tutelar em Barueri, falou sobre o trabalho dos Conselhos Tutelares nos municípios que formam a nossa diocese, de sua criação a partir do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e da importância da nossa participação no processo de eleição dos Conselhos de nossos municípios; saber como acolher as crianças e adolescentes nas suas fragilidades , defendendo seus direitos; estudando o ECA e que, enquanto Igreja, devemos nos organizar para colocar pessoas responsáveis e comprometidas com a defesa da vida e dos direitos das nossas crianças e adolescentes. A Pastoral da Criança, representada por Silvia e Fernanda fizeram um breve relato da Pastoral da Criança no âmbito diocesano. Irmã Dilvana, Suzete e outros da equipe da Pastoral do Menor apresentaram os trabalhos feitos pela nossa Igreja na Fundação Casa, trazendo-nos belíssimos depoimentos referentes ao trabalho. No último dia, Matheus Belloni Torsani, graduando da Faculdade de Medicina da USP, explanou sobre o

Sistema Único de Saúde (SUS) em nosso país, que, apesar de ser o maior Sistema de Saúde Pública no Mundo, tem muitos problemas a serem discutidos e resolvidos. No SUS, um dos princípios é que nós, usuários, temos o direito de participar da sua gestão. O Conselho Gestor, composto por 4 a 12 Conselheiros, é um espaço em que a participação dos usuários é paritária, ou seja, temos direito à metade das vagas. Em cada Unidade de Saúde existe um Conselho Gestor. Daí a importância da nossa presença neste Conselho, no sentido de exercer o nosso direito de fiscalizar, opinar, buscar soluções junto aos Gestores a fim de lutar para melhorar a saúde do nosso município. A cada dia fizemos a leitura do texto escrito pelo nosso querido Dom Frei João Bosco que fala sobre o dia do Pobre que será comemorado no dia 19 de novembro, instituído pelo Papa Francisco. Agradecemos a todos os participantes, à diocese pelo apoio, ao Setor Pastorais Sociais, à equipe executiva, à equipe técnica, às paróquias envolvidas na acolhida e no lanche de cada dia. Que em nossas ações de evangelização, estejam incluídos ações e projetos em favor dos nossos irmãos em situação de vulnerabilidade. Pe. Alexandre Pessoa Garcia Coordenador Diocesano do Setor Pastorais Sociais Conceição Ferreira Hipólito Elza Hieko Aoki Integrantes da Executiva do Setor Pastorais Sociais e Fundadoras da ANOSCAR Novembro de 2017


VOZ DO PASTOR

BIO

Formar leigos e leigas para ser sal e luz na Igreja e no mundo

39ª. Assembleia das Igrejas Particulares, em Itaici, Indaiatuba, SP

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Ano do Laicato tem início na Festa de Cristo Rei, dia 26 de novembro, e a nossa Diocese prepara-se para uma solene e festiva celebração com todas as paróquias, no Ginásio de Esportes José Liberatti, em Osasco, com missa, apresentações musicais e um ambiente bom de convivência e comemoração. Teremos durante todo o ano que se segue oportunidade de compreender o papel essencial dos leigos, a maior parcela da Igreja, encontrar caminhos para o crescimento e a ação consciente dos leigos na própria vida da Igreja e sobretudo na transformação do mundo. Leigos e leigas atuando na Igreja, tornam-na viva e participativa. Leigos e leigas com espírito missionário levam o Evangelho a todos os recantos da sociedade e do mundo. Leigos e leigas, maduros e bem formados transformam a vida familiar, a economia, a política, as artes, o lazer e o trabalho, enriquecendo essas realidades com os valores do Evangelho. Fazem do mundo o lugar do Reinado de Cristo. Tem sentido, portanto que este ano especial comece na Festa de Cristo Rei. Um ano não é só um ano A escolha de um tema e a proposta de um ano comemorativo não deve ser acolhido como algo passageiro. Tivemos há pouco o Ano Mariano, antes o Ano da Misericórdia, mais para trás o Ano Sacerdotal, o Ano Paulino, o Ano da Vida Consagrada, e outros. Novembro de 2017

Tudo passa e parece que pouco adianta dar importância a essas motivações. Não é bem assim. Essas ocasiões deixam marcas profundas. São como o nosso alimento: podemos esquecer o que comemos ontem, na semana passada ou há anos atrás. Porém isso nos alimentou e nos fortaleceu para o que somos hoje. Os leigos sempre tiveram importância na Igreja, porém, a partir do Concílio Vaticano II, ganharam visibilidade e força eclesial, surgiram as pastorais sociais, as comunidades de base, as pastorais da juventude e outras expressões importantes. Um Sínodo sobre a missão dos Leigos, teve como conclusão a Chirstifideles laici, exortação de São João Paulo II, da qual comemoramos 30 anos. Um Ano do Laicato deve dar continuidade a este grande caminho, e mesmo atualizar as propostas da Igreja para o Laicato para que seja mais efetiva a sua presença na Igreja e no mundo. Os frutos, portanto, não deverão se restringir a este ano, mas abrir-se para o futuro. Mais que oportuno, essencial O Ano do Laicato acontece em boa hora. Na Igreja atual, do Papa Francisco, recebemos preciosos impulsos: ele quer uma Igreja missionária e isso só pode acontecer se houver um laicato ativo. Outro impulso vem da Amoris Laetitia, a Exortação do Papa Francisco sobre a Família, que fala ao coração dos leigos. Famílias bem constituídas são sinal de um laicato consciente e bem formado. Uma proposta feita pela CNBB, refletindo sobre a missão e ministérios dos leigos resultou no Documento 105, que fez uma nova e atualizada síntese, da participação dos leigos e leigas na Igreja e no mundo, conforme foi pedido pelo Concílio. Mais recentemente ainda, a CNBB se debruçou sobre o tema da Iniciação à Vida Cristã, entendendo que

o caminho para formar os leigos como discípulos missionários, com condições de entrar no coração do mundo levando as propostas do Evangelho, deve ser semelhante àquele dos primeiros cristãos: eram minoria, viviam num mundo adverso, eram perseguidos, mas tinham uma vida com Cristo tão , na comunidade da Igreja, que seu testemunho encantava até os corações mais duros, chegando a mudar a face do violento Império Romano. Precisamos de leigos assim. Leigos respondendo às provocações do mundo Os leigos perguntam se os Bispos não vão fazer um pronunciamento, um protesto, uma manifestação contra as ofensas que apareceram na mídia nas últimas semanas: ofensas a Nossa Senhora Aparecida, à Eucaristia, ao Crucifixo. E ainda sobre as obras ditas “de arte” que mostram a sexualidade humana deformada pela ideologia de gênero, imoralidades bizarras e até grotescas. Mais ainda, se não cabe um pronunciamento da Igreja sobre os desmandos políticos, a volta do trabalho escravo, a desesperança do povo diante das malas de dinheiro e a falta de remédios nos postos de saúde. Claro, tudo isso merece a consideração dos bispos e até mesmo houve um pronunciamento oficial da Igreja diante desses fatos que deixam a nossa gente indignada. Um simples protesto, ainda que seja da CNBB ou do Papa, pode acabar colocando mais lenha na fogueira, fazendo propaganda do erro e da mentira. Por isso a Igreja reage sempre com a necessária prudência. Mas, não resta dúvida, o meio mais eficaz de combater tudo isso, sejam os vícios da política, sejam as ofensas aos símbolos religiosos, sejam as questões sociais, passa pela formação constante de um laicato maduro e atuante, comprometido com a fé e com o bem social. Iniciação combina com Ano do Laicato A recente Assembleia das Igrejas de todo o Estado de São Paulo (Sul 1) juntou os dois documentos da CNBB: A formação mais profunda e comprometida de Leigos e Leigas resultará em cristãos maduros para atuar na Igreja e na sociedade. Ou o inverso: um itinerário de Iniciação à Vida Cristã desde a infância, passando pela catequese de adultos e chegando a um aprofundamento para os já iniciados, resultará em um laicato capaz de enfrentar a realidade da evangelização no mundo de hoje. O resultado dessa equação aponta para uma tarefa que deveremos assumir em nosso planejamento diocesano: estabelecer e colocar em andamento um projeto diocesano de iniciação e formação dos leigos para que sejam presença cristã no mundo. Já temos atividades de formação que são bem conduzidas: as semanas temáticas para os catequistas, para os ministros, a semana social, a atividade da Pastoral Familiar, a escola de Emaús, o estudo promovido pelos Movimentos, o Curso de Teologia Pastoral e a própria catequese infantil e juvenil... tudo isso pode ser estendido num projeto mais amplo que contemple retiros, cursos, material didático, programas para todas as etapas da vida, e as necessidades específicas de cada grupo de cristãos. Não deverá ser um projeto de curto prazo, mas progressivo, enriquecido pela realização do Ano do Laicato. Vamos abraçar esse caminho com força e dedicação. Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco 3


FORMAÇÃO PERMANENTE

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BIO

O Ano Litúrgico e seus evangelhos

Ano Litúrgico celebra o Mistério de Deus em Cristo e encontra o seu fundamento na livre iniciativa de Deus de se auto revelar na história e na vida da humanidade, por isso, ao longo de todo o ano celebramos esse acontecimento fundante da nossa fé na liturgia e na vida. A Sagrada Escritura é a verdade salvífica revelada por Deus, de modo que possui um lugar privilegiado na Liturgia e na Catequese uma vez que ela é a sua maior fonte. Sendo assim, a Igreja organizou as leituras que são feitas na Santa Missa em três anos: Ano A, B e C para que melhor e mais profundamente se viva e se celebre o mistério de Cristo. Em cada ano litúrgico propõe-se a leitura de um dos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) aos domingos e nas principais festas. Eles receberam o nome de sinóticos porque podem ser lidos em paralelo, pois apresentam uma síntese da Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, de suas palavras e ações. O Evangelho segundo São João de um modo diverso é lido nos três anos em algumas Solenidades, de um modo especial na Páscoa. Os Evangelhos foram escritos à luz da Fé Pascal, ou seja, tendo como base a paixão morte e ressurreição de Jesus, o anúncio do querigma, a fim de despertar a fé nos ouvintes. Eles tinham destinatários diferentes: Mateus escreveu aos judeus, Marcos aos romanos, Lucas aos gentios e

João a todos, de um modo universal. Os evangelistas foram simbolizados pela tradição da Igreja por

Calendário litúrgico

quatro figuras descritas no livro do Apocalipse (Ap 4,6-8), tendo como

fundamento o começo da narração de cada evangelista. Mateus é representado pela figura de um homem porque no início do Evangelho escrito por ele é apresentada a genealogia de Jesus, ou seja, o homem como obra prima de Deus. Marcos é representado pela figura de um Leão, porque começa o Evangelho com a pregação de João Batista no deserto, onde os leões habitavam, tendo em vista a realeza de Cristo, sua força. Lucas é representado pela figura de um touro porque na parte inicial do Evangelho ele fala sobre o templo, onde eram imolados os bois, significando a dimensão da oferta. Por fim, João é representado pela figura da águia, por causa do elevado estilo de seu Evangelho, por falar da Divindade e do Mistério altíssimo do Filho de Deus no seu prólogo. A Constituição Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II determinou que “se prepare para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus: abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia, de modo que, dentro de um período de tempo estabelecido, sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura”. Segundo São Jerônimo “Ignorar as Escrituras é Ignorar a Cristo”, portanto, que nesse Ano B, possamos rezar e meditar as leituras retiradas do Evangelho Segundo São Marcos e colher os frutos da graça de Deus contidos nelas.

O Ano Litúrgico sob o olhar do Evangelho segundo Marcos “Pois o Filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Através dessa afirmação temos uma chave de leitura teológica para entender o Evangelho narrado por São Marcos uma vez que seu objetivo principal era mostrar que Jesus sendo o Senhor se fez servo e ensinou a servir, e por isso o discípulo precisa aprender com o mestre a servir a Deus nos irmãos, uma vez que o fundamento do discipulado é o serviço. O Evangelho segundo Marcos foi o primeiro a ser escrito, por volta do ano 65d.C, portanto é o mais antigo dos evangelhos. É também o mais curto possuindo apenas 16 capítulos. Seu objetivo principal era apresentar às primeiras comunidades cristãs quem é Jesus, sua identidade messiânica. Assim, olhando para as ações de Jesus o leitor con-

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cluirá que Ele é Deus, que Ele é o Senhor, e passará a segui-lo no caminho do discipulado, no cotidiano da vida, abraçando o querigma cristão, testemunhando a alegria do encontro com Cristo e saindo em missão. O discípulo autêntico vai atrás do mestre no caminho da Cruz. Não existe discipulado sem Cruz. Infelizmente os discípulos custaram para entender isso, de modo que por diversas vezes Jesus os exortava. “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque quem quiser salvar a sua vida irá perdê-la, mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, irá salvá-la” (Mc 8,34-35). Marcos revela Jesus sendo muito duro com os discípulos, mostrando que eles ainda estavam cegos, sem reconhecer na humildade o caminho ensinado e vivido pelo Mestre, pois mesmo depois de

presenciarem tudo o que o Senhor realizou, de conviver com Ele, de ouvir seus ensinamentos, ainda assim buscavam o primeiro lugar, queriam o poder, queriam reinar segundo os critérios desse mundo. O modo de Jesus reinar é diverso dos reis deste mundo, Ele reina servindo e dando a vida, reina na Cruz, morrendo para nos salvar. A grande dificuldade dos discípulos foi entender que Jesus é o Senhor justamente porque servia. Que nós ao longo desse ano litúrgico que se inicia (Ano B), em que meditamos no Evangelho segundo Marcos, possamos estar atentos às necessidades dos nossos irmãos e irmãs. Que esse advento seja um tempo frutuoso de conversão e amadurecimento para nós. Sem. Leonardo Loriato de Souza 3º ano de teologia

Novembro de 2017


IGREJA EM MISSÃO

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Seminaristas da Diocese de Osasco participam do 31° Curso Ad Gentes

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ntre os dias 30 de julho e 26 de agosto de 2017, os Seminaristas Dênis Mendes e Rafael Ferreira participaram do 31° Curso Ad Gentes, promovido pelo CCM (Centro Cultural Missionário – Organismo da CNBB), realizado em Brasília – DF. O Curso de Extensão para missionárias e missionários enviados Além Fronteiras contou com a participação de vinte e um missionários, sendo estes presbíteros, diácono permanente, religiosas, seminaristas e leigos, vindos de todas as regiões do Brasil e que serão enviados, sobretudo, para o Continente Africano e Americano. Este período de formação dividido em diversas dimensões que tocam a vida do missionário, a saber: dimensão humano-afetiva, bíblica, histórica, socioambiental, geográfica, antropológica, teológica e prática. Em todas estas dimensões o texto bíblico que as perpassou foi a Parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10,30-35), sendo que os participantes do curso, por diversas vezes, foram interpelados sobre “Quem é o meu próximo?”.

Testemunho Seminarista Dênis Mendes “A experiência vivida durante o Curso Ad Gentes foi riquíssima, pois além do vasto conteúdo apreendido, tivemos a honra de conviver com pessoas de diversos estados de vida e de diferentes lugares, padres, diácono, seminaristas, religiosas e leigos; missionários que serão enviados para inúmeros lugares ao redor do mundo, porém vão com um mesmo objetivo: a dilatação do Reino de Deus, anunciando a “Alegria do Evangelho”. Esta experiência feita em Brasília, sobretudo com a partilha realizada entre os participantes, revela o quanto a Igreja no Brasil tem crescido no vigor Missionário e atendido o apelo do Santo Padre, o Papa Francisco, de ser uma “Igreja em Saída”; isto nos motiva a dar um passo a mais na caminhada missionária que já temos realizado, assumindo uma missão além fronteiras.” Testemunho Seminarista Rafael Santana “A Igreja nasce da missão e existe para a missão. Existe para os outros e precisa ir a todos" (E.N,14). É desta frase da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi do Papa Paulo VI, que gostaria de narrar minha experiência no Centro Cultural Missionário vivida este ano no mês de agosto, junto com o seminarista Dênis Mendes. “A Igreja existe para ir a todos” essa frase é uma realidade que eu pude experimentar nos dias vividos dentro do CCM. Foi um tempo de profunda alegria, marcado pela fraternidade e acolhida dos irmãos de diversos estados, que se preparavam para missão Ad Gentes, que com sua simplicidade e generosidade, ajudaram

a fortalecer a minha vocação a vida missionária." Dentro das diversas experiências vividas neste tempo, dois momentos marcaram o encontro: a vivência fraterna e o testemunho missionário dos irmãos, que nos ajudou a ter uma visão ampla da missão e a perceber a exigência que faz a Igreja de ter missionários, e que sem um coração generoso, capaz de ir o encontro do outro, dificilmente seremos a Igreja de Jesus Cristo. A grande necessidade que a Igreja faz hoje de viver em estado permanente de Missão, como outras vezes já nos falou o Magistério da Igreja, nasce de sua essência e isso não acontecerá se não tivermos o nosso coração como o de Jesus Cristo: dilatado pelos pobres, pelos excluídos do Reino. Seminarista Dênis Mendes Seminarista Rafael Santana

Dom João Bosco encontra com os seminaristas, Dênis e Rafael, durante o curso em Brasília.

5º Encontro de Comunicadores motiva a Pascom da Diocese de Osasco PASCOM Diocesana

Momento de partilha sobre as realidades da Pascom nas paróquias dos participantes do encontro

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Pascom da Diocese de Osasco se reuniu no último sábado de outubro, 28, para a 5ª edição do ENCOM - Encontro de Comunicadores, realizada na Paróquia Imaculada Conceição, na Cidade de Osasco, no Km 18. O encontro reuniu agentes da Pastoral da Comunicação, seminaristas, religiosas, estudantes e interessados em comunicação para um dia de formação e comunhão. As atividades iniciaram com a Santa Missa, presidida por D. João Bosco, bispo diocesano, que refletiu sobre o papel da Pascom, que não precisa aparecer, mas atuar assim como uma rede elétrica, que deve estar escondida atrás das paredes, mas ser eficiente, presente, constante, integrado no Novembro de 2017

edifício onde o próprio Cristo é o fundamento. E ter como objetivo alimentar, clarear e aquecer a comunhão deste edifício, para construção da Igreja, para fazer a Igreja capaz de iluminar para fora. A Pascom deve ser a referência luminosa, iluminada pela fonte, que é de Jesus Cristo. D. João Bosco lembrou ainda de uma questão muito atual e que envolve o trabalho da comunicação: o aspecto da beleza, da arte, da criatividade, da liberdade do espírito que cria e salientou o embate que a Igreja está com a arte destrutiva. “A Igreja sempre foi patrocinadora da arte, sempre apoiou a arte desde a arquitetura, da pintura, da escultura, da música e do teatro. Todas as artes nasceram dentro da igreja, então dizer que a Igreja está contra a arte é mentira” e convidou a Igreja a fazer uma arte com tanta beleza e tanto capricho, que não sobre espaço para a destruição. Da mesma forma a comunicação precisa ser tão bem feita e que leve a beleza de Deus, que não dê espaço para os choques com a mídia secular. A parte da manhã foi assessorada pelo Pe. Marcus Vinícius, coordenador estadual da Pascom Regional Sul 1 da CNBB, que destacou os eixos que gera comunhão e interatividade na pastoral: a formação, a articulação, a produção e a espiritualidade. Ele salientou que é importante a pastoral assessorar a paróquia em todas as instâncias de comunicação e enxergar onde o padre precisa de auxílio e orientação “A Pascom precisa estar ao lado (do padre), como um apoio, e nem sempre concordar com tudo, mas ter o senso crítico daquilo que está sendo feito na paróquia”, disse.

Na parte da tarde houve um momento de partilha onde os participantes puderam dar o testemunho de seus trabalhos e mostrar as necessidades da pastoral na Diocese. Os comunicadores puderem também optar por participar de uma das três oficinas, que aconteceram simultaneamente: redes sociais, transmissões online ou técnicas de fotografia, onde foi transmitido conhecimentos mais técnicos. Nossa Senhora da Comunicação rogai pelos comunicadores da Diocese de Osasco! Carol Gonzaga Pascom Diocesana PASCOM Diocesana

Pe. Marcus Vinicius, coordenador estadual da Pascom Regional Sul 1

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300 ANOS

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Comemorações no santuário nacional pelos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida Portal A12

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contém terras de todos os estados brasileiros em sua composição. No final do dia diversos cantores da música brasileira se reuniram no Santuário Nacional, para homenagear Nossa Senhora Aparecida, na Festa dos 300 anos da Padroeira do Brasil. Para esse momento especial, os artistas se juntaram ao Santuário, para presentear a Mãe Aparecida com o seu dom. Fonte: Portal A12

Missa solene presidida pelo Cardeal Giovanni Batista Re

m comemoração aos 300 anos da aparição de Nossa Senhora da Conceição Aparecida o santuário nacional organizou uma grande festa para homenagear a padroeira e rainha do Brasil. A novena em preparação para a festa contou com diversas homenagens diárias sobre a história e milagres realizados pela intercessão de Nossa Senhora. Foi ao som de “Mãezinha do Céu” que um coral formado por várias crianças que o Santuário Nacional iniciou as celebrações do dia 12, às 7h30. Quem presidiu foi o Missionário Redentorista e Conselheiro Geral para América Latina, Padre Rogério Gomes. Durante a celebração, as crianças foram recebidas com muitos aplausos ao passar com um carro-andor em formato de balão e crianças vestidas de branco. Padre Rogério, durante homilia, relembrou Ester, uma mulher

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e a devoção a virgem Aparecida. É uma devoção profundamente enraizada e transmitida de geração em geração como uma chama sempre acesa no coração das pessoas, ao longo desses 300 anos.” Após a celebração, Padre João Batista de Almeida, reitor do Santuário, se dirigiu até a capela reservada e coroou a Imagem de Aparecida com a Coroa Jubilar, preparada de modo especial para as festividades de 2017 e que

que estava vivendo em situação de perseguição e morte. “Em Apocalipse, as primeiras comunidades cristãs viviam num mundo de perseguição. Nosso Deus é um Deus da vida, não é um Deus da morte”. Ele reflete sobre o quanto situações atuais no mundo arrebatam crianças e as tira da possibilidade de vida, seja em situações de guerra ou com a realidade da corrupção que tira o pão das crianças e as deixa sem possibilidade de vida, educação e de um futuro melhor. “Vamos ter a força necessária para lutar com valores cristãos e honestidade”, finaliza. A missa solene foi presidida pelo representante do Papa Francisco, o cardeal Dom Giovanni Batista Re, às 09h30. O celebrante não deixou de ressaltar o bonito e solene momento vivenciado em Aparecida. “É um momento íntimo, neste Santuário Mariano sente-se pulsar o coração católico do Brasil

Alguns momentos das comemorações no santuário nacional

Novembro de 2017


IGREJA EM AÇÃO

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proposta da Igreja no Brasil para a próxima Festa de Cristo Rei do Universo (26 de novembro) é iniciar um ano todo dedicado aos leigos, estendendo-se até a mesma festa, em 2018. Perceberão as comunidades, a partir desse ano comemorativo, a vitalidade, o empenho e atuação dos nossos leigos, que participam das atividades pastorais, movimentos e associações. Os mesmos leigos estão vivendo a sua fé cristã nas famílias, estão no mundo do trabalho, nas organizações da sociedade política, econômica e em todos os meios de comunicação, participando e exercendo o seu múnus batismal. Um dos sinais mais positivos de nossos tempos é, sem dúvida, a cres-

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Ano do Laicato no Brasil cente e cada vez mais intensa participação dos leigos na vida da Igreja. Nesse histórico foi tão grande o número daqueles que transmitiram a fé, que podemos dizer que foi uma “primavera”, um florescer para um novo tempo: cristãos leigos testemunhando os valores do Evangelho também no mundo econômico e político, trabalhando para que o Reino de Cristo aconteça no mundo, transformando as relações pessoais, semeando a justiça e, fazendo valer no mundo o mandamento do amor, assim, apontando para a esperança do Reino. Leigos e leigas assumem esse compromisso no dia do batismo. São eles a maioria do povo de Deus no anúncio e no testemunho do Evangelho,

os leigos são sujeitos capazes de levar Jesus Cristo a todos os recantos da terra. Leigo é aquele que é consagrado, e enquanto consagrado tem uma missão, sendo ele enviado para “atuar” no mundo que não é consagrado. Essa é a missão secular do leigo. Vinte anos após o Concílio Vaticano II, um novo documento, escrito pelo papa João Paulo II, a Exortação Christifideles laici, trouxe novamente à luz esse tema, firmando o passo nos avanços alcançados e possibilitando novas aberturas de consciência para que o laicato se revele como verdadeiro dom de Deus para a Igreja. Justamente agora, na comemoração dos 30 anos da Christifideles laici, o Ano do Laicato nos possibilita vi-

ver intensamente essa conquista. O tema escolhido reflete o longo trajeto de estudos realizado pela Igreja no Brasil, que teve como fruto o documento 105: “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”, aprovado na 54ª Assembleia Geral da CNBB. Nele se acentua que o leigo é membro do corpo de Cristo Jesus, responsável pela evangelização, sendo fermento, sal da terra e luz do mundo. Esse documento vem fazendo crescer a consciência da missão do laicato em todo o Brasil e, sem dúvida, o Ano do Laicato reacende a importância da missão dos leigos. A CNBB, neste documento vem ressignificar mais as mentes e os corações, na Igreja, para uma participação mais viva e consciente. Imagem da Internet

O papel do leigo na Igreja A vocação leiga é expressão de Cristo ao próximo, por meio do sacramento do Batismo, impulsionada pela graça do Espírito Santo. Nesse sentido, não se pode “fechar” os olhos, é preciso, antes, abri-los para enxergar os leigos como protagonistas da ação evangelizadora. É com eles que a Igreja parte para sua sublime missão de levar Jesus Cristo “a todos os povos”. Basta ouvir a voz da Igreja na Lumen Gentium, dizendo que o conjunto dos fiéis é chamado por Deus a contribuir, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mundo, por meio do cumprimento do próprio dever, guiados pelo espírito evangélico. A grande forma de evangelizar, então, é abraçar a vocação, de modo a ser portador da palavra, levando a Igreja ao diálogo. O catecismo apresenta uma grande diretriz sobre a vocação leiga: “Os fiéis leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja: graças a eles a Igreja é o princípio vital da sociedade humana. Por isso, especialmente, eles devem ter uma consciência sempre mais clara, não somente de pertencerem à Novembro de 2017

Igreja, mas de ser Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e os bispos em comunhão com ele. Isso é a Igreja”. É essa comunhão que une e faz Igreja plena em Jesus. A vocação leiga é ser Igreja, viver pela Igreja e viver com a Igreja. E, como Igreja, deve-se olhar para as exigências sociais que os cercam, enxergar onde elas estão e descobrir o novo que nasce para, com a graça de Deus, tornar o rosto de Cristo visível aqui na terra. Afinal, hoje a sociedade necessita de cristãos leigos que amem o que fazem e que levem suas experiências com Cristo a todos a sua volta. Falta alegria no que se faz! Mostrar a vocação de leigo, que é ser amor de Deus ao próximo, fará transparecer a face de Jesus à sociedade, levando a verdade e a justiça na política, na educação, na saúde, ou seja, em todo lugar, sendo verdadeiramente sal e luz. Não dá para ficar indiferente às injustiças e não levar à comunidade a esperança do amor que brota e que vem de Cristo. O mundo está à frente! O Santo Padre, o Papa Francisco, nos exorta na Evangelii Gaudium: “Saí para

evangelizar, a Igreja clama por vós! Sair para ir ao encontro do outro, o que atrai e une em Cristo Jesus”. De fato, a própria vocação é viver o Batismo para o caminho da santificação, é anunciar e colaborar com uma civilização do amor, na responsabilidade de povo de Deus, fiel aos seus ensinamentos. De tal maneira que não há vocação inferior, todas são para a busca da salvação e da santificação. Por isso, a vocação leiga é ser a face de Cristo no meio da humanidade. E que cada um abrace o seu apostolado para promover verdadeiras e frutuosas vocações, uma vez que todos são chamados à santidade! Seminarista Diego Medeiros 4º ano de teologia 7


VOCAÇÃO

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BIO

As novas perspectivas da vida consagrada da Igreja

entre as diversas formas de discipulado-missionário no Corpo de Cristo que é a Igreja, encontramos a vocação à vida consagrada. Quem sente este chamado, busca de uma forma mais radical, viver o sacramento que nos abre às portas à Igreja, à vida plena em Cristo: o Batismo - professando, de uma forma especial, os conselhos evangélicos, sinais eloquentes do Reino. A Vida Religiosa está inserida na vida da Igreja e esta, por sua vez, no mundo - numa realidade marcada por constantes mudanças e avanços. Por conseguinte, ela é convidada e impelida a buscar e discernir uma nova relação entre Igreja e mundo.

Nesta perspectiva a Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica lançou um documento de Orientação, chamado “Para vinho novo, odres novos”, fruto da plenária do Dicastério de 27 a 30 de novembro de 2014 e de sucessivas reflexões e encontros ocorridos, sobretudo no Ano da Vida Consagrada em 2015. Este documento propõe uma análise e discernimento, à luz do Espírito, dos apelos que faz ressoar hoje, tendo como ponto de partida a reflexão do desenrolar da Vida Religiosa com os seus desafios do Concílio Vaticano II aos nossos dias. Convida a “analisar com parresia os odres adequados a

guardar os vinhos novos que o Espírito continua a dar à sua Igreja, exortando a levar a cabo mudanças com ações concretas a breve e longo prazos”. (“Para vinho novo, odres novos”, Paulinas, 2017, p. 9) Da Vida Religiosa requer atualmente uma fidelidade criativa com uma certa “elasticidade” capaz de ao mesmo tempo zelar e repropor a inspiração primitiva dos Institutos, suportar as tensões atuais e responder aos apelos da história. Buscar uma justa medida, baseada na forma que Jesus viveu e anunciou o Reino, fundado na lei da liberdade, permitindo um novo modo de entrar em relação com as pessoas e situações concretas.

(cf. idem, p. 12) Não só uma mudança de estrutura, mas uma conversão do coração – prática que muitas vezes desestabiliza e entra em confronto com esquemas pré-concebidos que já não respondem aos desafios dos dias de hoje. Novas perspectivas que colocam a Vida Consagrada a caminho, em movimento, discernindo os novos percursos, com sabedoria e senso eclesial, em escuta constante aos apelos do Espírito, (cf. idem, p. 21) recordando sempre o seu profetismo e a alegria de pertencer ao Senhor e viver para Ele e para os irmãos. Mais uma vez, sente-se ressoar: “Eis que faço novas todas as coisas”! (Ap. 21,5)

A alegria da Consagração Uma particular atenção no contexto atual também foi dada à vida contemplativa feminina na Igreja, com a publicação da Constituição Apostólica Vultum Dei Quaerere. Este documento veio preencher e sanar a lacuna de um texto legislativo pós conciliar para esta específica vocação; busca refletir as novas realidades que os Mosteiros estão vivendo atualmente. Novas perspectivas são oferecidas para somar e atualizar a rica tradição que possui e caracteriza este estilo de vida. É através da sua “vida escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3), que o contemplativo busca apaixonadamente a Face do Amado, como sugere o próprio título da Constituição. Ulteriores clarificações e expli-

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cações virão com uma futura Instrução preparada pela Congregação da Vida Consagrada. Hoje, o grande desafio que tem diante de si a vida contemplativa, sinaliza Dom Carballo, “é ser de verdade e simplesmente mais contemplativa”, ter uma sensibilidade afinada capaz de perceber os rumores dos passos de Deus no silêncio do quotidiano, da história, da atualidade. (cf. CARBALLO, José Rodriguez. Vultum Dei Quaerere per crescere nella fedeltà creativa e responsabile, Libreria Editrice Vaticana, 2017, p. 39 e 41). Felizmente, no Brasil, o número de pessoas chamadas a viver esta vocação é grande e, nestes 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora no Rio Paraíba, em Aparecida aconteceu o II Encontro Nacional da Vida Monástica e Contemplativa com a participação de diversos representantes dessas famílias religiosas. Entre os dias 23 a 27 de maio se reuniram para recordar e viver o que a Igreja lhes pede, celebrando a alegria da Consagração Monástica e Contemplativa. Conferências, partilhas e experiências enriqueceram este encon-

tro no coração do Ano Mariano. No próximo dia 21, celebra-se a festa da Apresentação de Nossa Senhora no templo. Neste dia a Igreja também celebra a jornada “Pro Orantibus”, que é um dia de oração e suporte para a vida monástica e contemplativa. Recordemos, de uma forma especial, todos aqueles que abraçaram esta vocação e os três mosteiros presentes na Diocese: Dominicanas, Carmelitas e Passionistas. Peçamos ao Senhor que possam

ser “como Maria, escadas pela qual desce Deus para encontrar o homem e o homem sobe para encontrar Deus e contemplar o seu rosto no rosto de Cristo” (idem, p.96). E que nenhuma dificuldade ou desafio impeça de resplandecer a alegria dos consagrados de pertencer ao Senhor, pois a meta é a maturidade do desenvolvimento, na plenitude de Cristo! (cf. Ef. 4,13) Ir. Luzia Daniela da Trindade, CP Mosteiro Santa Gema Novembro de 2017


TESTEMUNHO DE FÉ

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Pastoral Fé e Política comemora mais de 30 anos de engajamento

contagem regressiva para as eleições presidenciais de 2018 já começou e o cenário político brasileiro é considerado pouco amistoso. O país vive uma forte recessão econômica, denúncias de corrupção correm pelos corredores do Planalto, a Lava Jato já acumula 47 fases e toda essa situação requer que a sociedade se mobilize, agora, por um futuro com menos descrença e mais perspectiva. E é com o objetivo de conscientização, formação e engajamento do povo que a Pastoral Fé e Política atua na Diocese de Osasco, campo fértil para os leigos que

se sentem vocacionados para esta missão. A Pastoral – iniciada na diocese pelo Padre Luizinho (atualmente Bispo Dom Luiz Fernando Lisboa) – é fruto da caminhada dos movimentos sociais e encontra-se em sintonia com as diretrizes pastorais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), atuando há mais de 30 anos em Osasco. “Desenvolvemos cartilhas e folders para a formação cidadã, especialmente nos anos eleitorais, realizamos encontros mensais e anuais e damos cursos de formação sobre fé e política”, afirmou Joaquim João da Silva, que desde 1984 atua na Pastoral.

“Também compõem a coordenação da Pastoral, Joaquim da Silva, José Fonteles, João Batista, Pedro de Morais, João Frederico dos Santos e Vicente Napoleão. Temos uma bagagem grande nessa área e nosso grupo surgiu antes mesmo da formação da Diocese de Osasco. Escrevemos 11 cartilhas de formação aos longos de três décadas e já atuamos nas Campanhas da Fraternidade, Conselhos de Leigos, cursos de Teologia Pastoral, fundamos as pastorais sociais, entre outras ações”, informou Jonas Queiroz, que também faz parte da base da Pastoral.

Cristãos leigos: sal da terra e luz do mundo A vocação à política de um leigo cristão deve ser embasada no bem comum, na caridade social, no horizonte amplo do serviço à comunidade, que são os fatores necessários para que ele se diferencie daqueles que se deixam corromper por vantagens de qualquer natureza. “Nós temos o papel de incentivar o leigo a ser missionário no meio político. Visamos conscientização e não votos. Visamos a política do bem comum e não a politicagem”, afirmou José Fonteles da Silva. Esse assunto foi amplamente discutido na 54º Assembleia Geral da CNBB, de 2016, com o tema “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da terra e luz do mundo”. De acordo com o estudo 107 da CNBB, o leigo já não constitui um segmento ou um mero braço da hierarquia no mundo, como era visto anteriormente, mas um sujeito eclesial que realiza, em sua condição e missão próprias, o tríplice múnus de Jesus Cristo sacerdote, rei e pastor (cf. LG, n. 31.34-36). “Somos uma pastoral social e incentivamos os leigos a participar consciente, efetiva e frutuosamente dos processos de planejamento, decisão e execução da vida política seja no âmbito do seu bairro, da sua cidade, estado ou país. Para tanto, temos dois grupos atuando, um na Paróquia Cristo Rei (Itapevi) e outro na Comunidade Cristo Ressuscitado (Osasco)”, completou Fonteles.

Chamados a participar da (re)construção da sociedade As instituições do Estado Brasileiro, os sistemas político e eleitoral e a própria ideia de democracia representativa enfrentam uma crise de confiança por parte dos cidadãos. Por isso, a Semana de Fé e Compromisso Social de 2016 teve como tema central a Política e o Bem Comum. O ciclo de encontros propôs uma formação fundamental sobre as contribuições essenciais da tradição clássica e cristã, no diálogo com os desafios atuais da vida política. O programa reuniu aspectos da filosofia, sociologia, antropologia, direito, teologia e ensino social cristão permitindo uma reflexão sobre a pessoa e suas manifestações nas várias dimensões da vida humana. “Foram três dias muitos produtivos nos quais abordamos a política, o bem comum e a participação democrática. Tivemos a oportunidade de refletir sobre temas de grande relevância, como a importância da participação do leigo cristão Novembro de 2017

Encontro Diocesano de Fé e Politica, que aconteceu em agosto de 2017, no Centro Pastoral.

no processo de (re)construção de uma sociedade mais igualitária, baseada na verdade e na justiça”, afirmou Fonteles. A tomada de consciência por parte dos eleitores e dos processos de combate à corrupção que a política nacional vivencia nos últimos anos promove o anseio coletivo por novos princípios, valores e modelos de Estado capazes de construir um país mais justo e fraterno com ajuda das políticas públicas. “Atualmente, temos uma Pastoral com uma base forte, bem consolidada com poucas pessoas, mas que há anos lutam por melhorias em nossas realidades. Mas já chegamos a ter mais de 50 membros ativos engajados em movimentos sociais, nos conselhos paritários da cidade, nos setores da criança e do adolescente, saúde, entre outros. Precisamos retomar esse engajamento, principalmente da nossa juventude, que tem uma força incrível”, continuou Fonteles. “A Igreja e seus fiéis têm papel importante na transformação da sociedade. Muitos não sabem ou não se lembram, mas a Campanha da Fraternidade de 1996 – cujo tema foi Fraternidade e Política (A Serviço da Vida e da Esperança) – frutificou na mobilização da população brasileira para a coleta de mais de 1 milhão de assinaturas,

gerando a promulgação, em 1999, da Lei 9840/99 contra a compra de votos e o uso indevido da máquina administrativa”, informou Joaquim. Os membros da Pastoral Fé e Política acreditam que um novo momento esteja surgindo. “O Papa Francisco tem incentivado as pessoas a serem mais participativas. Precisamos de maior colaboração dos leigos e o despertar das comunidades. Por isso, estamos elaborando uma cartilha atualizada sobre o assunto, além de cursos de formação mais atrativos. Entendemos que a massiva participação da população na política seja importante para ajudar a reverter a crise que se instalou no país”, finalizou Fonteles. Daniela Nanni - Redação BIO Colaboração: Roberto de Campos 9


ENTREVISTA

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P

e. José Cássio Marinho é padre da Diocese de Osasco, foi pároco da Paróquia Santa Gema e ocupou o cargo de reitor do Seminário Diocesano de Filosofia de 2010 a 2015. Atualmente ele reside em Roma em virtude dos estudos. Em sua estadia no Brasil há alguns meses, durante o período de férias escolar, Pe. Cássio concedeu entrevista ao BIO – Boletim Informativo de Osasco, e contou um pouco sobre seu cotidiano na Itália. 1) Há quanto tempo o senhor está estudando em Roma? Onde reside? Eu estudo em Roma há 1 ano, cheguei dia 23 de agosto de 2016 e resido no Pontifício Colégio Pio Brasileiro. 2) Qual curso está fazendo e qual a sua duração? Eu sou aluno de Mestrado em História da Igreja, curso que tem três anos de duração. 3) Qual o principal objetivo do curso? O objetivo principal do curso é dar ao estudante um conhecimento da ciência histórica propriamente dita, de sua metodologia de pesquisa e aplicação a casos concretos ao longo dos séculos. 4) Que importância o senhor acredita que ele terá para seu ministério e que contribuição dará para a Diocese de Osasco? Grande importância porque este estudo capacita a pessoa para fazer todo tipo de pesquisa histórica e nossa Diocese é riquíssima historicamente falando. Além de poder ajudar na formação dos futuros Padres e dos irmãos leigos.

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O Papa Francisco recebeu os alunos do Colégio Pio Brasileiro no dia 20 de outubro, onde está Pe. Cássio, presbítero da Diocese de Osasco. Todos ficaram emocionados e agradecidos pela boa acolhida do Santo Padre.

5) Como é a convivência no Colégio Pio Brasileiro com os demais padres? A convivência é muito boa. Somos cerca de 90 Padres no Colégio e, ainda que estejam todos atarefados com seus estudos, sobra tempo para conhecer realidades diversas da nossa, uma vez que moram aqui Padres de todos os cantos do Brasil. 6) Além dos estudos, quais outras atividades o senhor exerce em Roma? Tenho uma atividade pastoral esporádica e vez ou outra vou para o esporte. 7) Como foram as férias no Brasil? Deixe uma mensagem a nós (Diocese de Osasco). Graças a Deus foi muito bom rever as pessoas de minha família que moram em Carapicuíba e no norte do

Brasil. O contato com o exercício da pastoral na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes foi excelente. Era o que mais me fazia falta. Meu agradecimento a Dom João Bosco que me confiou esta missão tão importante e que me apoia e incentiva. Minha saudação aos irmãos Padres que também sempre me mandam mensagens e demonstram seu carinho e incentivo. Saudação toda especial ao Povo de Deus das Paróquias onde trabalhei e que eu sei que rezam por mim. Deus lhes recompense por tanta generosidade. A Igreja é Santa e é a nossa Mãe, tudo vale a pena por ela. A Santíssima Virgem Maria interceda por cada um e por cada vocação. Muito obrigado. Redação BIO

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PAPA

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Nós não amamos em palavras, mas com fatos

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"Filhinhos, não amamos palavras nem linguagem, mas com fatos e verdade" ( 1 Jn 3:18). Estas palavras do apóstolo João expressam um imperativo de que nenhum cristão pode sair. A seriedade com que o "discípulo amado" transmite até hoje, o comando de Jesus é ainda mais acentuado pela oposição que ele encontra entre as palavras vazias que muitas vezes estão em nossa boca e os fatos concretos com quem somos chamados a medir. O amor não permite álibi: quem ama como Jesus amava, deve fazer seu próprio exemplo; especialmente quando são chamados a amar os pobres. A maneira de amar o Filho de Deus, por outro lado, é bem conhecida, e João lembra letras claras. Baseia-se em duas colunas de rolamento: Deus primeiro amado (1 Jo 4, 10-19); e ele adorava se entregar, até a própria vida (1 Jo 3, 16 ).

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"Este pobre clamou e o Senhor o escutou" (Sl 34, 7). A Igreja sempre entendeu a importância de tal choro. Temos um grande testemunho das primeiras páginas dos Atos dos Apóstolos, onde Pedro pede para escolher sete homens "cheios do Espírito e da sabedoria" (6, 3) para cuidar dos pobres. É certamente um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã chegou ao cenário mundial: serviço aos mais pobres. Tudo isso era possível porque ele entendeu que a vida dos discípulos de Jesus precisava ser expressa em tal fraternidade e solidariedade para corresponder aos ensinamentos do Mestre dos pobres abençoados e herdeiros do Reino dos Céus (cf.Mt 5,3).

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No entanto, houve momentos em que os cristãos não ouviram esse apelo ao fundo, dei-

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xando-os conquistar a mentalidade mundana. Mas o Espírito Santo não falhou em chamá-los a manter o olhar no essencial. Na verdade, levou homens e mulheres que ofereceram suas vidas de várias maneiras para servir os pobres. Quantas páginas da história, nesses dois mil anos, foram escritas por cristãos que, com toda simplicidade e humildade, e com a generosa fantasia da caridade, serviram seus irmãos mais pobres!

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Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é antes de tudo uma vocação de seguir o pobre Jesus. É uma jornada atrás d'Ele e com Ele, um caminho que leva à bem-aventurança do Reino dos Céus (Mt 5,3; Lc 6,20). Pobreza significa um coração humilde que sabe aceitar sua condição de criatura e pecado limitado para superar a tentação da onipotência, que é ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede que você pense em dinheiro, carreira, luxo como objetivo da vida e condição para a felicidade. É a pobreza, sim, que cria condições para assumir livremente responsabilidades pessoais e sociais, apesar dos limites, confiar na proximidade de Deus e sustentada por sua graça. A pobreza, como entendido, é o medidor que nos permite avaliar o uso correto de bens materiais e também viver de maneira não egoísta e possessiva os laços e as afeições ( cf. catecismo da Igreja Católica , n. 25-45).

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Conhecemos a grande dificuldade que surge no mundo contemporâneo para poder identificar claramente a pobreza. No entanto, ela está nos questionando todos os dias com seus milhares de rostos marcados pela tristeza, exclusão, abuso, violência, tortura e prisão, guerra, privação de liberdade e dignidade, ignorância e analfabetis-

mo, emergências de saúde e falta de trabalho, traços e escravidão, exílio e miséria, migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças exploradas por interesses vil, pisadas por uma lógica pervertida de poder e dinheiro. Que lista implacável e nunca completa me obriga a lidar com a pobreza que é o resultado de injustiça social, miséria moral.

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No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Predecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres.

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Desejo que as comunidades cristãs, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres, que este ano será 19 de novembro, XXXIII Domingo do Tempo Ordinário, esforçar-se-á por criar muitos momentos de encontro e amizade, solidariedade e ajuda concreta. Eles podem então convidar os pobres e os voluntários a participarem juntos com a Eucaristia neste domingo, para que a celebração da solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Rei do universo, no próximo domingo, seja ainda mais autêntica Na verdade, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o Inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscita para uma vida nova no dia de Páscoa.

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A base para as muitas iniciativas concretas que podem ser realizadas neste Dia é sempre a oração. Não esqueçamos que nosso Pai é a oração dos pobres. O pedido do pão, de fato, expressa confiança em Deus para as necessidades primárias de nossas vidas. Como Jesus nos ensinou com esta oração expressa e reúne o grito daqueles que sofrem com a precariedade da existência e a falta de necessidade. Para os discípulos que pediram a Jesus para ensiná-los a orar, Ele respondeu com as palavras dos pobres que se voltam para o único Pai em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que é expressa no plural: o pão que está sendo solicitado é "nosso", e isso envolve compartilhamento, participação e responsabilidade comuns. Nesta oração, todos reconhecemos a necessidade de superar todas as formas de egoísmo para obter a alegria da aceitação mútua.

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Peço aos irmãos bispos, sacerdotes, diáconos - que por vocação têm a missão de apoiar os pobres, pessoas consagradas, associações, movimentos e o vasto mundo do voluntariado para trabalhar para que este Dia Mundial dos Pobres é para estabelecer uma tradição que seja um contributo concreto para a evangelização no mundo contemporâneo. Este Dia do Novo Mundo, portanto, torna-se um forte apelo à nossa consciência de crença, de modo que estamos cada vez mais convencidos de que compartilhar com os pobres nos permite compreender o Evangelho em sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso para atrair para receber e viver a essência do Evangelho. Do Vaticano, 13 de junho de 2017 Memória de Santo Antônio de Pádua Trechos da Mensagem do Papa Francisco pelo Dia Mundial dos Pobres Fonte: http://w2.vatican.va

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PROGRAME-SE

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Agenda Diocesana 19/11 • Pastoral Bíblico-Catequético – Encerramento da Escola Catequética – Regiões Pastorais • COMIDI – Confraternização – Local a definir • Retiro de Encerramento - Pastoral da Saúde 26/11 • Solenidade de Cristo Rei do Universo 15h – Missa Diocesana – Ginásio José Liberatti – Osasco

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01/12 • Ordenação Diaconal 20h00 - Catedral Santo Antônio • 54º Aniversário de Ordenação Sacerdotal de Dom Ercílio Turco – Bispo Emérito 03/12 • Missa em Ação de Graças pelos 173 anos do Apostolado da Oração

15h00 - Catedral Santo Antônio 08/12 • Ordenação Presbiteral 20h00 - Catedral Santo Antônio • Solenidade da Imaculada Conceição de N. Sra. • Aniversário Natalício de Dom João Bosco 12/12 • Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

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