Junho 2020 | Ano XXXI | Edição Nº 273 | www.diocesedeosasco.com.br
Diocese Diocese celebra celebra
Santo Antônio e São Sebastião VOZ DO PASTOR: Corpo de Cristo, Amém!
ESPIRITUALIDADE: A virtude da Fortaleza
BIO Boletim Informativo de Osasco
EDIÇÃO JUNHO DE 2020 Diretor Geral Dom João Bosco Barbosa de Sousa Assessor da PASCOM Diocesana Pe. Ricardo Rodrigues dos Santos Moderadora Ir. Letícia Perez, MJS Supervisão Pe. Thiago Jordão Secretária Executiva Meire Elaine de Souza Revisão Renata Muler Amparo de Sena Jornalista Daniela Nanni Colaboração Pe. Carlos Augusto de Andrade, Pe. Daniel Vitor, Sem. Guilheme Corrêa Roque, Ir. Ana Paula, Ir. Francisca Gralato, Ariovaldo Lunardi, Emílio Zoppa, Ronaldo Takeashi e Silvanei Celestino Diagramação Bruna Aparecida Rocha GRATUITA E DIGITAL Cúria Diocesana de Osasco Rua Dom Ercílio Turco, 60, Vila Osasco, CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 (11) 3683-5005 E-mail pascom@diocesedeosasco.com.br Site www.diocesedeosasco.com.br
SUMÁRIO Toque nos títulos para ir EDITORIAL - Jubileu dos 800 anos da vocação franciscana de Santo Antônio VOZ DO PASTOR - Corpo de Cristo, Amém! ORAI SEM CESSAR - Testemunhos da Quarentena CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS NO BRASIL - Misericórdia, Deus que se faz dom e se revela na presença materna de Maria PARÓQUIA EM DESTAQUE - Nossa Senhora Aparecida (Jardim Padroeira II) FORMAÇÃO PERMANENTE - Dom da Ciência - Idade Média foi a Idade das Trevas? NOTÍCIAS - Festa “online” de São Sebastião ESPIRITUALIDADE - A Virtude da Fortaleza CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO - Vida e Obra de Santo Antônio PAPA FRANCISCO
EDITORIAL
Jubileu dos 800 anos da vocação franciscana de Santo Antônio (1220 - 2020) PE. RICARDO RODRIGUES DOS SANTOS Assessor da PASCOM Diocesana
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tradicional Festa de Santo Antônio aconteceu não só na Catedral, mas também nas casas dos fiéis devotos do padroeiro de nossa diocese. Foi um modo diferente de celebrar, devido a pandemia do covid-19, que ficará gravado em nossos corações e possibilitará a colheita de muitos frutos nos lares transformados em verdadeiros oratórios a Santo Antônio durante a 90ª Trezena. Neste ano de 2020, além da Trezena transmitida pelos meios de comunicação e vivenciada nas casas, também comemoramos o jubileu dos 800 anos da vocação franciscana de Santo Antônio. Fernando Martins, nome de batismo de Santo Antônio, ingressou em 1209 no Mosteiro dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e alguns anos mais tarde, já ordenado sacerdote, tinha a incumbência de acolher pobres e peregrinos no Mosteiro Santa Cruz, em Coimbra, Portugal. Precisamente em 1220 um grupo de Frades franciscanos que estavam a caminho de Marrocos foram acolhidos por alguns dias pelo hospedeiro o monge Fernando Martins. Após alguns meses, no mosteiro de Coimbra, o mesmo Padre Fernando Junho 2020
recebeu de volta os cinco Frades, não vivos, mas em uma urna mortuária. Haviam derramado o sangue por causa do Evangelho e a presença dos restos mortais dos corajosos missionários franciscanos transformou a vida do Padre Fernando. Uma santa inquietação tomou conta de seu coração: ser mártir, testemunhar a fé até o derramamento do próprio sangue, anunciando com a vida que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Assim que um segundo grupo de Frades chegou a Portugal, ele os procurou e pediu-lhes o hábito. Fez-se franciscano! O chamado franciscano de Santo Antônio, dentro do próprio chamado à vida sacerdotal nos faz perceber a necessidade sempre constante de sermos uma Igreja missionária em todos os tempos e quaisquer circunstâncias, que não fique apenas na espera, mas que vá ao encontro dos irmãos dia após dia. Que a exemplo de Santo Antônio, também nós, neste tempo de pandemia tenhamos o mesmo desejo: ser arautos da fé, esperança e caridade, não deixando com que o medo e apreensão ofusque a alegria de sermos discípulos missionários! 3
VOZ DO PASTOR
Corpo de Cristo, Amém! + DOM JOÃO BOSCO BARBOSA DE SOUSA
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stive juntando as letras para escrever esta página do BIO na semana de Corpus Christi. Estava, com isso, pensando em refletir sobre a comunhão, na nossa Igreja, a partir do rumo que as nossas vidas tomaram com esse longo tempo de isolamento, distanciamento, ou hibernação, como queiram, com as igrejas fechadas, sem poder participar da Santa Missa. E pensando como poderíamos celebrar a Solenidade de Corpus Christi privados da eucaristia. Por coincidência era também a semana do Padroeiro, Santo Antônio, e tive a alegria de celebrar todos os dias da Trezena em nossa Igreja Catedral, coisa que sonhava em fazer há anos, treze dias com Santo Antônio. E foi uma experiência muito rica, para lá de triste, pela Catedral vazia, porém, rica de participação nas redes, com muitos comentários, abraços virtuais, esperanças. Agora já passaram estas festas, e olhamos para os próximos dias que serão de abertura gradual das atividades nas nossas cidades, nos ambientes de trabalho, as ruas e os shoppings de novo movimentados, a minha atenção de pastor se volta para este novo momento: do retorno ao “nor4
mal”, não tão normal, previsto para os próximos dias. Verdade é que em termos da pandemia não há o que comemorar. Os números só crescem, a doença atinge pessoas ao nosso redor, estamos chegando a um milhão de infectados e as projeções indicam que essa média de óbitos por dia está longe de diminuir. O espetáculo triste que damos ao mundo inteiro, pela irresponsabilidade diante da doença, pela politização cega e a ignorância dos dados da ciência, nos envergonham perante o mundo. Além de perder mais vidas, atrasará também o retorno da economia e dos empregos pela falta de confiança dos investidores estrangeiros. Certo, que nem tudo é culpa do nosso país: Quando os Estados Unidos fecham as fronteiras para os brasileiros e criticam o descuido pelos doentes, não se lembram das toneladas de equipamentos e recursos clínicos que desviaram dos países pobres para atender os seus doentes. A velha Europa, já em fase adiantada de abertura, assim como os países do Hemisfério Norte, mais privilegiados, vão reorganizando os seus mercados, de modo que podemos esperar tranquilamenJunho 2020
PASCOM Catedral de Santo Antônio
te que os países mais abastados aproveitarão a crise para crescer, os mais pobres, e os pobres dos países pobres, continuarão mais jogados na miséria. O quadro, portanto, não é animador. Mas o comércio exaurido, precisa respirar, mesmo contra a opinião dos infectologistas, precisam retomar as atividades. Os mortos estão mais para a faixa dos aposentados e, portanto, o mercado, mais forte que a lógica sanitária, força os governantes: é preciso abrir, é preciso trabalhar, e os pobres sobretudo dizem: a ajuda emergencial que era pouca, vai se acabar e precisamos ter recursos para comer. Nesse clima seguimos alimentados pela esperança de que, se não houver um retorno alarmante de contágio e de óbitos, começaremos a sair. E as Igrejas católicas, como estão depois desses meses de espera e esperança? A bem da verdade, desde o início da pandemia, nossa Igreja já espelhava Junho 2020
no que houve com a Itália, nossa sede eclesial, e sempre foi constante na afirmação de que era necessário proteger a vida em risco, antes de tudo. Foi doloroso fechar as portas ainda antes da Semana Santa, foi trabalhoso lidar com as redes sociais, com a internet sobrecarregada, com as contas em perigo, com a ansiedade de atender ao povo. O zelo pastoral dos sacerdotes e lideranças leigas encontrou caminhos para manter contatos, garantir o funcionamento mínimo, a assistência aos mais pobres, o atendimento emergencial. Os padres aprenderam a manter contato entre sí e com o povo nas videoconferências. Nós Bispos, também nos encontramos em diversos momentos, em videoconferência. Os seminaristas continuaram os estudos em casa, ligados à universidade pelo ensino à distância, mas todos esperam o momento de voltar a celebrar, reunir, comungar. Durante este tempo mantive com os padres uma sequência de mensagens com recomendações, em comunhão com as demais dioceses da nossa região e consoantes às normas emanadas pelo governo estadual e municipal. Agora, porém, junto com a abertura do comércio, as prefeituras, em sua atribuição de normatizar o retorno, colocaram a possibilidade de as Igrejas em 5
Reprodução Facebook Paróquia São José - Mairinque
Khadija, coroinha da Paróquia São José, em Mairinque
geral voltarem a ter cultos e celebrações, porém com severas restrições de número de participantes e normas rígidas de higiene. E a minha recomendação, depois de ouvir os bispos e diversos padres, foi a de retornar ao atendimento, primeiro, só das secretarias paroquiais, porém, sem retornar ainda às celebrações com a presença de fiéis. O motivo dessa recomendação é claro: o momento de relaxar os cuidados não chegou ainda. Teríamos capacidade de nos manter dentro dos limites estabelecidos? Olhando os shoppings, as filas dos bancos, o trânsito, os 6
movimentos de rua, a ansiedade de muitos fiéis, posso garantir que também nas igrejas também não será difícil manter o povo no limite. Por isso, vamos devagar, e juntos. A prudência nos aconselha a não ter essa pressa nesta hora. Até porque, em muitos lugares, depois dos decretos de abertura vieram os números alarmantes, as ordens jurídicas, os decretos de novo fechamento, especialmente quanto às igrejas. Então, o mais prudente é esperar um pouco mais. Embora algumas das nossas igrejas não tenham seguido essa orientação, a maioria entende que precisamos agir juntos, no momento adequado, que chegará com normas comuns e cuidados sérios, para todos. Fiéis, cá e lá, se reuniram para rezar, pedindo pelo fim da pandemia. E demonstrando o desejo de voltar a participar das missas na Igreja. Desejo louvável, que será atendido quando as circunstâncias forem menos desfavoráveis. Dando título a este texto de “O corpo de Cristo, Amém!” eu quis fazer lembrar que somos um corpo, a Igreja, e a Igreja particular (a diocese) é uma porção desse corpo que age com articulada comunhão. Temos claro que a pandemia atingiu nossos bens mais preciosos: vidas, encontros comunitários, abraços, relações fraternas, e a própria comunhão eucarística que Junho 2020
as transmissões ao vivo não substituem. Porém, mesmo que voltemos aos poucos, ficando em bancos alternados, em lugares pré-marcados, de bocas tapadas com máscaras, com acenos de cotovelo e banhos de álcool em gel, será que teremos recuperado esses bens preciosos que a pandemia nos tirou? Será que neste período de três meses, aprendemos as lições que o Senhor nos quis ensinar através desse “deserto” que estamos atravessando? No livro do Deuteronômio (Dt 8,2), o sábio Moisés falou ao povo dizendo: “Lembra-te de todo o caminho por onde Deus te conduziu no deserto, para te provar, para saber o que tinhas no coração,
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e para ver se observaria ou não os seus mandamentos.” Da mesma forma fazemos nós a mesma pergunta de Moisés: que tínhamos nós no coração? Fidelidade, obediência, paciência, fortaleza, temor de Deus? Tudo isso ficará evidente. O nosso povo também foi alimentado com o maná da Palavra e das celebrações à distância. Deus fez jorrar “da pedra duríssima”a água da Vida e nos alimentou neste deserto. (cf Dt 8,15-16). Por isso cremos que Terra Prometida, para nós também vai chegar. Vamos inicialmente reabrir os trabalhos em nossas secretarias paroquiais, na Cúria Diocesana, e teremos tempo para nos preparar devida-
mente para que todos, juntos, possamos dar passos mais seguros ao reiniciar as celebrações presenciais, e até retroceder, se for preciso, sempre tendo como certo que Deus não nos abandona nunca. Mesmo com as igrejas fechadas Ele terá sempre o coração aberto para os que são fiéis. Além disso, continuamos convictos de que precisamos antes de tudo proteger vidas. É nas vidas que mora o Senhor e não na economia. É nas vidas e não nos ritos, por mais santos e necessários que sejam. Continuemos firmes na nossa fé, corajosos na nossa esperança e fiéis na nossa caridade.
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ORAI SEM CESSAR
Testemunhos da Quarentena Ana Castelo - Paróquia São Gabriel Boa tarde! Venho contar meu testemunho. Sou de família católica desde a infância, e em 2014 eu iniciei minha vida na igreja na Pastoral da Acolhida. Um ano depois comecei a servir o altar como acólita da Catedral de Santo Antônio. No meu primeiro ano servindo, minha mãe foi comigo na festa do padroeiro. Nos demais anos eu segui sozinha na caminhada, minha mãe passou a não me apoiar nas atividades da igreja, até meu encontro vocacional em uma comunidade. No início dessa quarentena, sou pega de surpresa ela me chamando para rezar o terço, e desde então, ela reza o Santo Terço todos os dias às 18h. Isso para mim é gratificante, pois a devoção de minha família a Santo Antônio é tão forte que me emociono quando eu os vejo em oração. Juliana Cassimiro – Missionária Leiga de Jesus Sacerdote Nós aqui de Mairinque estamos unidos a todos por meio de orações. Esses dias não estão sendo fáceis, porém está sendo um momento em família que talvez, nesses 20 anos juntos, nunca tivemos. Um momento para estarmos em oração, mais perto de nós mesmos, conversando, meditando, ouvindo músicas, limpando a casa juntos. Sei que não é a realidade de muitos, só temos a agradecer a Deus por esse momento em família. Tenho certeza de que quando sairmos dessa seremos pessoas restauradas em Cristo. Agradecemos a Diocese de Osasco por amenizar esses dias e, principalmente, por estarem levando a Luz Divina aos nossos lares. Deus os abençoe! 8
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Família Santos Maciel - Paróquia Nossa Senhora Aparecida Somos da Comunidade Santa Luzia, da Paróquia N. Sra. Aparecida de Itapevi. Nesta quarentena temos participado das missas transmitidas pelas redes sociais, celebradas pelos Freis (Frei Denilson, Frei Revenilson e Frei Lion). Temos feito momentos oracionais rezando o Santo Terço e também mais leituras da Bíblia. Desta maneira nossa família tem buscado o fortalecimento espiritual para viver este momento difícil da pandemia, que confiamos, passará em breve. Na foto, o esposo Lucas, a esposa Verônica e o filho Mateus. Danilma Rodrigues Ribeiro Canuto – Paróquia Frei Galvão Nesse tempo de quarentena estamos sentindo muita falta de ir às missas presenciais, mas estamos acompanhando pela página da paróquia. Esse período para nossa família está sendo de transformação, pois no início da quarentena ainda no tempo quaresmal nosso pároco Pe Alexandre começou a meditar e a rezar o terço diariamente, e nós acompanhávamos pela redes sociais da paróquia. Tendo terminado esse período da semana santa da oração do terço, nossa família continuou com a prática de rezar o terço diariamente, coisa que até então não acontecia. Cremos que tudo tem um propósito de Deus. Deus abençoe! Família Passos - Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Helena Maria Uma oportunidade de vivermos a verdadeira Igreja, onde somos chamados a ser o próximo que convive conosco, de fato. Mães que ficam muito tempo fora de casa, como eu, poder estar presente e assim mostrar como é o nosso dia trabalhando. Realmente colocar em prática o amor, a partilha, doação, o respeito, a união e ver verdadeiramente que há Jesus no outro. Uma experiência incrível, de estarmos juntos, algo que o dia a dia nos rouba um pouco, e poder acertar tudo aquilo que é necessário para viver uma família cristã. Esse tempo vivido fez fortalecer tudo que nós construímos a base da fé. “Não há lugar para a sabedoria, onde não há paciência”. (Santo Agostinho). Na foto: Carmen Lúcia, Mayara Campos e Marco Aurélio Passos. Junho 2020
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CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS DO BRASIL
Misericórdia, Deus que se faz dom e se revela na presença materna de Maria IR. FRANCISCA GRALATO Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia
Santa Maria Josefa Rossello, fundadora do Instituto Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia
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uando Deus se revela em algum de seus atributos e encanta alguém a segui-lo, encantada nessa ótica, se diz que ela recebeu um dom especial: um Carisma. Deixa-me explicar melhor: quero falar do Carisma de uma santa fundadora, Santa Maria Josefa Rossello, que passou ao Instituto por ela fundado: o Instituto das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, um jeito de ser e fazer, a partir da presença de Maria 10
Mãe de Misericórdia, em sua vida. Vive a espiritualidade de sua gente, cuja devoção à Patrona de Savona: Nossa Senhora da Misericórdia, tem em Maria, não só a figura protetora e intercessora, mas o incentivo à atenção aos mais pobres e carentes, o modo de olhar a carência circundante como meio de com ela se assemelhar, de buscar na gratidão às graças Divinas a certeza de seu Amor experimentado concretamente. A devoção à Nossa Senhora da Misericórdia tem origem em 1536, quando aparece em Savona, no rio Letimbro, a um camponês: Antônio Botta. São duas aparições marcantes que ele registra, com detalhes. A Virgem se apresenta rodeada de luz, pede que se construa ali um Santuário, manda Antônio se apresentar a seu confessor e depois ao Bispo, recomenda a Oração, a penitência e, ao abençoar, afirma que ele vá fazer o que está lhe ordenando e Ela mesma “inspirará a muitos o que deverão fazer”. De fato ao lado do pequeno santuário inicialmente construído, Junho 2020
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surge uma grande Casa de acolhida aos doentes e peregrinos, que ali encontram atenção e tratamento. Antes de desaparecer eleva os olhos ao céu, abençoa e clama: Misericórdia, meu Filho. Misericórdia e Compaixão. Aquele Santuário Mariano, irradia uma espiritualidade que acolhida e desenvolvida, encaminhou à santidade muitas pessoas, ao longo dos séculos. Consagrados ali a Nossa Senhora, José Mazarello, Madre Rossello, Beata Ludovica, Chiara Luce e tantos outros são testemunhas da Misericórdia de Deus e Santos da Igreja. A Madre Rossello, como chamaremos nossa Santa daqui em diante, Junho 2020
nasceu em um distrito de Savona, Albissola Marina, na Paróquia de Nossa Senhora da Concórdia, que tinha como co-padroeiros, São Jerônimo (estudioso da Palavra de Deus) e São Bento (Mestre da espiritualidade ’reza e trabalha’). Foi batizada no mesmo dia de nascida com o nome de Jerônima Benedita. Curiosidades sobre a criatividade de Deus. Mas, não para por aí: nasce em 1811, sob a dominação de Napoleão Bonaparte, que faz prisioneiro o Papa Pio VII em Savona. Este Papa se coloca sob a proteção de Nossa Senhora da Misericórdia e promete, se for libertado, coroar a Mãe de Misericórdia como Rainha da Ligúria. Voltou em 1815 e realizou sua promessa no dia 10 de maio. Aquele povo se afervora e na pompa da celebração, se sente Igreja, abençoada pela Mãe de Misericórdia. No mesmo ano de 1815, aquele povo se vê livre da Peste Negra pela intercessão materna da Santa Mãe de Deus. Assim, sua personalidade se vai plasmando, na experiência da Misericórdia Divina. Aos 19 anos vai para a cidade de Savona e começa a olhar a seu redor e perceber que seu amor devia ser muito concreto. Deseja se consagrar como Religiosa, mas a falta de recursos econômicos a impede de ser aceita. Poucos anos depois, perde seus pais e dois irmãos. Vai ao Santuário da Misericórdia e se consagra totalmente à Mãe de Mi11
sericórdia. Não desiste de sua Vocação, espera a hora de Deus que vem manifestada pelo seu Bispo que, preocupado com a situação social de sua Igreja Particular, empobrecida pelo domínio estrangeiro, deseja promover sua gente pela educação. Vai ao encontro do Bispo. Tinha 26 anos. Convida companheiras, organiza a vida em Comum e a nova Instituição recebe o nome de Instituto das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia. Quando acolhe jovens, apresenta o Instituto, afirma que assim como o nome que levam: Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, assim deverão ser suas obras. O carisma se define como: Profunda experiência da Misericórdia de Deus. Com a Missão de trabalhar para a extensão do Reino de Deus em todos os ministérios de Misericórdia que o Instituto assume na Igreja, propondo-se a anunciar a Imagem da Internet
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todos com a língua, o coração e a verdade das obras, os traços mais finos da Misericórdia de Deus. Uma palavra programática, gravada no mármore pela Madre Rossello, aos pés da imagem de Nossa Senhora da Misericórdia: SEJA A NOSSA HERANÇA A MISERICÓRDIA, confirma que os gestos de compaixão, piedade e acolhimento realizados pelas primeiras irmãs, tornaram-se uma Missão permanente de Misericórdia, que ainda hoje se irradia da Igreja para o mundo com a presença nos cinco continentes. Amamos Maria, Mãe de Misericórdia, como nossa verdadeira Mãe. No seu “Faça-se” e no seu “Magnificat” encontramos a plenitude do seu abandono à ação consagrante de Deus e à vibração de alegria que dele deriva. Contemplar a Mãe de Deus é para nós, percebê-la no Mistério de Cristo e da Igreja: aproximar da humanidade o Amor do Pai, que Jesus veio revelar e a nossa Missão na Igreja. Junho 2020
PARÓQUIA EM DESTAQUE
Nossa Senhora Aparecida Jd. Padroeira II PE. CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE
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Paróquia Nossa Senhora Aparecida pertence a Região Pastoral São José Operário, situada a Rua José Nabor nº 11, Jardim Padroeira II, composta por cinco comunidades: Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora Perpétuo Socorro, São Benedito, Santa Teresinha do Menino Jesus e Sagrada Família. No final do ano de 2009, surgiram alguns rumores de que haveria um desmembramento de algumas comunidades para criar uma futura paróquia. A paróquia foi erigida no dia 25 de março de 2010 na Santa Missa das 20h00 com a presença de Dom Ercílio Turco, padres da diocese e com a presença de muitos fiéis, na festa da Anunciação do Senhor, tendo como primeiro pároco Pe. Rodrigo Silva Pereira que recebia das mãos de Dom Ercílio a chave da Igreja e a chave do sacrário, que guarda nosso maior tesouro. Nascia assim a querida paróquia de Nossa Senhora Aparecida. Em 28 de maio de 2019, Pe. Rodrigo foi transferido para assumir a Paróquia Santa Gema Galgani, o atual bispo diocesano Dom João Bosco Barbosa de Sousa nomeia como administrador paroquial o Pe. Leonardo Sousa Santos, que mais tarde se tornaria o pároco. Junho 2020
Comunidade Nossa Senhora Perpétuo Socorro A comunidade Nossa Senhora Perpétuo Socorro foi fundada há 30 anos por Dom Francisco. Essa comunidade pertencia a Paróquia São Paulo da Cruz. Em 2009 a comunidade passou a fazer parte da Paróquia Nossa Senhora Aparecida. As missas e celebrações da Palavra são feitas em um espaço alugado, pois o terreno destinado a paróquia está aguardando liberação da prefeitura. Apesar de todas as dificuldades, é uma comunidade viva e atuante em todas as situações. Comunidade São Benedito O Sr. Benedito Alves Turíbio era fazendeiro das localidades onde hoje é a Igreja de São Benedito, isso na década de 1980, devoto de nosso padroeiro. Cumprindo sua promessa deixou um terreno para a construção da igreja, mas, morreu antes que seu sonho fosse realizado. A comunidade precisava se organizar, por isso as pessoas se dividiram em grupos para buscar o conhecimento para poder evangelizar, procuraram a Comunidade São Paulo da Cruz. Nessa época, Dom Francisco enviou para cá, as irmãs Áurea e Luzia, Missionárias do Sagrado 13
Coração de Jesus, juntamente com as irmãs, o Padre Joaquim e várias famílias. Foi formada a comunidade no dia 28 de Julho de 1985 e a partir daí, os primeiros grupos e as primeiras missas, que começaram a serem realizadas na Escola Benedito Alves Turíbi. Depois com a compra do terreno, fizeram mutirões para levantar os muros e paredes da Igreja.
até 2010. No dia 25 de março de 2010, o pároco Pe. Rodrigo toma posse como pároco da nova paróquia (Nossa Senhora Aparecida) a qual a comunidade passou a pertencer. Permaneceu até 2019, quando o Pe. Leonardo Sousa passou a assumi-la. Curiosidades da paróquia: A comunidade Nossa Senhora Aparecida se chamava Jesus Crucificado. O terreno para construir a igreja foi doado pelo Sr. Alfredo Veloso, que condicionou sua doação ao nosso saudoso Bispo Dom Francisco Manuel Vieira, à construção de uma réplica do santuário de Nossa Senhora Aparecida no Padroeira II. São muitas as pessoas que se dedicaram a comunidade Nossa Senhora Aparecida. Iniciou-se a edificação da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, sob cuidados de Dom Francisco, tendo como padre, o padre Francisco e mais tarde, a comunidade veio a fazer parte da Paróquia São Paulo da Cruz.
Comunidade Santa Teresinha No ano de 1969, foi construído o Centro Catequético Bom Pastor (Jardim Padroeira I – Osasco), fundado pelo pároco Pe. Eugênio Hofler, onde foram realizadas as primeiras missas. A convite do Pe. Eugênio Hofler, em 1971 as irmãs da Congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência ingressam no Centro Catequético. Em 1974 foi fundada a Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus – Paróquia Sta. Isabel. O pároco Pe. Eugênio Hofler, permaneceu até o ano de 1989, após ele Pe. Angelo Grando assume a paróquia Destacamos as vocações da pae permanece até 1998. No ano de 1999 o Pe. Benedito Ce- róquia: Pe. Omar Reis, Pe. Marcesário assume a paróquia e permanece lo Pereira, Pe. Douglas Dias, Ir. Ana Vicência. Às vésperas da mudanReprodução Facebook Oficial ça de Comunidade Nossa Senhora Aparecida para paróquia, mais vocações surgiram: Pe. José Cosme, e a entrada da Irmã Caroline, para o Opus Dei, Diác. Ricardo Michelin, Ir. Naldo, seminaristas João, José A missa do 10º aniversário de instalação da Junior, Pedro, Patrício; e Cintia paróquia foi celebrada em 25 de março com transmissão ao vivo pelas redes sociais para Arautos do Evangelho. 14
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FORMAÇÃO PERMANENTE
Os dons do Espírito Santo: Dom da Ciência SEM. GUILHERME CORRÊA ROQUE 1º ano de Teologia
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terceiro dom do Espírito Santo é a ciência, que não se trata apenas da ciência humana, como a filosofia ou a teologia, mas da ciência dos santos. Aqueles que recebem esse dom de Deus não ficam mais inteligentes, humanamente falando. Na verdade, se há um aumento efetivo na inteligência, esse aumento é puramente espiritual. Ora, sabemos que a virtude teologal que corresponde diretamente à inteligência humana é a fé. Ela é dada pelo Senhor a nós para que vejamos aquilo que não conseguimos ver com os nossos próprios “olhos”, ou seja, com a nossa inteligência. Na Epístola aos Hebreus é dito: “A fé é o fundamento das coisas que se esperam, e uma demonstração das que não se veem” (Hb 11,1). Assim, por ser a inteligência humana tão limitada e tão fraca para inferir o que quer que seja sobre os assuntos divinos, e até mesmo para decidir entre os bens e os males, o dom da ciência tem a função de aperfeiçoar a fé sobrenatural que recebemos de Deus. De modo mais objetivo, podemos dizer que o dom da ciência nos faz conhecer a relação das criaturas com Deus, à medida que a atividade da nossa inteligência é elevada por Ele, e se direciona a Ele. Junho 2020
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Sendo o dom da ciência um dom intelectual, ele amplia os horizontes da nossa inteligência, e nos permite direcionar tudo o que podemos conhecer das criaturas ao Criador. Ao considerar a origem das coisas, vemos Deus; ao considerar a natureza de cada coisa individual, vemos Deus; ao levar em conta o fim a que cada coisa se dirige, vemos Deus! Não se trata de uma cegueira ou de um cabresto posto em nossos olhos para que vejamos apenas Deus nas coisas. Ao contrário, trata-se justamente do aumento na visão espiritual que temos das coisas, de maneira que tudo se torna um degrau para que a nossa inteligência alcance o Senhor, por imperfeita que seja a visão que temos Dele. Mais ainda, é graças ao dom da ciência que podemos discernir entre o que é bom ou não para que nós e os outros sejamos mais santos, pois ganhamos um tipo de feeling 15
para interpretar aquilo que convém ou não ao bom cristão, quase como um “bom gosto” na vida interior. Portanto, abramos os olhos de nossa fé! Para que consigamos o dom da ciência, as disposições de nosso coração devem ser as seguintes: devemos sempre pedir a Deus um aumento exponencial da fé, de modo que ela transborde em nós; e devemos também considerar as coisas desse mundo como se nada fossem em comparação ao Senhor, pois é assim que
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nos diz São Paulo: “Sim, na verdade tudo isso tenho por perda, perante o sublime conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor, pelo qual renunciei a todas as coisas e as considero como esterco, para ganhar a Cristo e ser encontrado Nele” (Fl 3, 8-9). Na verdade, o que há de melhor nesse mundo nada mais é do que sombra que passa, pois tudo o que aqui percebemos muda. Só Deus não muda. Santa Maria, Virgem de Pentecostes, rogai por nós!
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Idade Média foi a Idade das trevas? DR. EMÍLIO ZOPPA Advogado da Cúria Diocesana
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idade média é muito conhecida popularmente, por pura ignorância, como um período de repressão intelectual, contudo não há afirmação mais mentirosa que esta, haja vista que foi neste período da história da humanidade que foi desenvolvida a maior contribuição intelectual da civilização ocidental: O sistema Universitário!!! Este sistema foi totalmente inovador, não havia nada parecido nem mesmo na Grécia, ou seja, toda estrutura de ensino que conhecemos hoje, com cursos, faculdades, títulos, nos fora apresentado no período medieval e quem desenvolveu tal sistema (universitário) foi a Igreja e a igreja foi definida da seguinte forma pelo historiador Lowrie Daly: “A única instituição na Europa que manifestava um interesse consistente pela conservação e cultivo do saber”. Não há uma data certa para o marco inicial do sistema, o que sabemos é que as universidades surgiram em Paris, Bolonha, Oxford e Cambridge, que tiveram seu início nas escolas das catedrais e reuniões informais de professores e alunos, por volta do século XII. Diante disso podemos afirmar com certeza que devemos todo desenvolvimento intelectual do ocidente Junho 2020
à Igreja Católica Apostólica Romana, que, movida pelo Espírito Santo, sempre em busca da única Verdade que é o Cristo, incentivou no século XII e até hoje incentiva o estudo, a busca constante pelo conhecimento e, por isso, contribuiu, significativamente, com a criação do sistema universitário, para a disseminação do conhecimento e formação do conceito de uma comunidade acadêmica internacional. Inclusive os papas intervieram numerosas vezes em defesa das universidades. O papa Honório III, em 1220, se colocou do lado dos professores de Bolonha, que protestavam contra as violações das suas liberdades. Temos ainda o papa Gregório IX, na bula Parens scientiarum procurou a justiça e a concórdia no ambiente universitário concedendo o cessatio – que nada mais era que o direito dos alunos paralisarem caso fossem tratados de modo abusivo – estes casos abusivos seriam, por exemplo: preços abusivos para alojamentos. Por isso tornou-se comum os alunos enviarem as suas queixas ao Papa. Ou seja, será que o período que, com a ajuda da Igreja Católica Apostólica Romana, criou as Universidades foi, realmente, o período das trevas?? Grande abraço queridos irmãos e que Deus cuide sempre de nós. 17
NOTÍCIAS
Festa ‘Online’ de São Sebastião possibilita participação e comunhão diocesana PE. DANIEL VITOR, RONALDO TAKEASHI E SILVANEI CELESTINO Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus e Área Pastoral São Judas Tadeu
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Festa de São Sebastião e do Divino Espírito Santo da cidade de Ibiúna (realizada de 21 de maio a 02 de junho) mostrou a cada um de nós, de modo muito frutuoso, o verdadeiro sentido da fé, principalmente em dias difíceis. A tradicional festa de maio esse ano teve um formato diferente, mas que não deixou de ser especial e abençoada. Todas as iniciativas organizadas pela comissão de festa foram satisfatórias onde contamos com uma grande colaboração dos fiéis devotos. Desde o primeiro dia da novena podemos perceber qual a vontade de Deus a nosso respeito. Já no primeiro dia da novena padre Daniel Vitor, pároco da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus/ Ibiúna, convidou os fiéis a fazer da novena um verdadeiro retiro espiritual. As missas, transmitidas pelas redes sociais, tiveram a participação dos padres Fábio Rosário, Vagner Moraes, Fernando Ribeiro, Rogério Lemos, José Cosme, Ubirajara Vieira, Ely Rosa, Pe. Benedito Cesário e 18
Reprodução Facebook Oficial Festa de São Sebastião
Após 100 anos de tradição, a festa aconteceu sem a presença de fiéis
Pe. Douglas Melo. Em suas homilias, os padres motivaram a oração, o fortalecimento em Deus por meio dos sacramentos, e a exemplo de São Sebastião buscar viver a coragem, humildade e amor a Jesus Cristo, nosso Senhor. No sábado, em que é costume levar a imagem pelos 30 km de estrada, caminhamos ainda que de um modo diferente (acompanhando pelos meios de comunicação) com nossas orações durante todo o dia aguardando a Missa Solene, missa da vigília de Pentecostes (a descida do Espírito Santo) em que padre DaJunho 2020
niel questionou: “O que Deus quer de nós? Cem anos após a promessa original?” A resposta: Deus quer que renovemos, nos inflamemos da ação do Espírito Santo. Que sejamos mais intensos, mais orantes, mais fraternos. Não podemos permanecer da mesma forma ao final dessa batalha que estamos enfrentando. Pela primeira vez em cento e um anos, a imagem não esteve em Ibiúna. Ela vai até à Catedral Santo Antônio em Osasco, no coração de nossa diocese, levar a esperança à segunda cidade mais vitimada pelo Covid-19 em nosso estado. E lá, nosso pai e pastor Dom João Bosco com muita sabedoria nos lembrou: “A gente propõe, mas quem dispõe é Deus!”, se referindo que ao acatarmos as normas de restrição e isolamento achávamos que a festa seria diminuída, restrita. Mas de repente vimos que não, a festa não foi restringida, a festa cresceu! A festa conseguiu fazer com que essa grandiosa família de São Sebastião crescesse e se expandisse por toda a diocese. Na missa de despedida que este ano foi a missa do “até breve”, depositamos todas as nossas esperanças de que logo iremos festejar e glorificar a Deus, revigorados em nossa fé, por termos passado por esta peste atual. Louvado seja Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo que nos proporcionou esses dias de graças. Como são grandes os desígnios de Deus. ToJunho 2020
dos os anos, saímos de nossas casas para saudar São Sebastião, mas esse ano São Sebastião deixou o seu santuário e veio até nossas casas. Não só em Ibiúna, mas em toda a Diocese de Osasco para saudar nossas famílias, através dos sacerdotes pelos meios de comunicação. Em setembro junto com a padroeira da cidade afirmamos o propósito de continuar firmes na fé para agradecer as graças recebidas neste mês de maio! Unindo a Festa de São Sebastião com a Virgem das Dores Esposa do Divino Espírito Santo. Portanto nos cuidemos e permanecemos com atenção a vida física e espiritual para celebrar juntos após 100 anos mais uma vitória. Louvado seja Deus pelos devotos de São Sebastião que deram um grande exemplo de fé e amor neste tempo desafiador, pois, sem dúvida esta festa ficará na história do nosso povo ibiunense. Viva São Sebastião! Reprodução Facebook Oficial Festa de São Sebastião
Na foto, junto à imagem, Sem. Vinícius Soares, Pe. Daniel Vitor e Pe. Benedito Cesário (da esq. para a dir.)
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ESPIRITUALIDADE
A Virtude da Fortaleza IR. ANA PAULA, FPSS (TOCA DE ASSIS) Graduada em Filosofia e Bacharel em Teologia Imagem da Internet
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rmãos estamos a refletir sobre as virtudes cardeais. Para quem nos acompanha, sabe, que nos meses antecedentes já falamos sobre a Prudência e a Temperança. Este mês, então, falaremos sobre a virtude da Fortaleza. Acredito que essa virtude seja importante em todo o tempo e momento de nossa vida e história, mas convenhamos que em nossos dias atuais ela é quase essencial para vivermos com o mínimo de qualidade esta realidade de pandemia. Assim, a Fortaleza pode e deve ser para o homem atual um grande auxílio e remédio. Como já dissemos aqui mes20
mo, a virtude é resultado de uma ação repetida e revivida até que interiorizada, passe a ser em nós um hábito constante e permanente. No Catecismo da Igreja Católica encontramos uma definição da Fortaleza clara e profunda: é a virtude que “assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem, chegando até à capacidade do eventual sacrifício da própria vida por uma causa justa” (CIC, n. 382). Olhando assim, poderíamos pensar, irmãos, que isso seja só para os santos. Lembremos que a vida virtuosa é para todos os filhos de Junho 2020
Deus e nenhum e ninguém pode se abdicar dessas práticas. Ninguém está dispensado de praticar o bem. Por isso, a virtude da Fortaleza, que nos faz empreender e executar coisas difíceis, é para todos nós, que diariamente nos confrontamos com coisas, pessoas e situações difíceis para serem encaradas e ressignificadas. Lhe pergunto: Quem está livre de sofrimentos e toda sorte de contrariedades? Quem nunca teve de viver um contratempo? Quem não sofre contrariedades na família e no trabalho? Por isso Imagem da Internet
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mesmo, todos nós precisamos e devemos pedir a Deus o Dom da Fortaleza. Ela vem em auxílio de nossa fraqueza, dos numerosos obstáculos difíceis que temos de vencer na vida cotidiana. A virtude da Fortaleza nos assegura a decisão para não fugirmos e cumprirmos os nossos deveres e missão confiado a nós. No mundo atual, em que vivemos, por causa de várias realidades, somos inclinados a uma educação que resulta em um caráter fraco e a uma vontade inconstante e exatamente por isso muitos homens e mulheres fogem ou se desmoronam diante dos desafios da vida. É certo, irmãos, que somos desafiados com doenças, perdas, sofrimentos, etc;, mas também é verdade que tais situações não são procuradas por nós, mas elas existem e chegam quando menos esperamos. E o que fazer? Peçamos que o Senhor que também passou e experimentou as várias realidades humanas, da perda, do medo, do sofrimento que nos ensine a diante destas realidades a reagir com coragem e generosidade que nos leve ao esforço e a constância, até o fim. Sabemos que toda dor terá um fim. Até lá saibamos e busquemos nos unir a Jesus, que nos dar forças para com Ele superarmos todos os males que nos causa medo. Coragem! Pois Eu venci o mundo! (Jo 16, 33). 21
CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO
Vida e Obra de Santo Antônio ARIOVALDO LUNARDI Teólogo e Advogado
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Catedral está em festa! 13 de junho é o dia que se comemora o Santo Padroeiro. O “Santo” tem devotos no mundo todo e muitas são as paróquias que têm Santo Antônio como seu padroeiro. Santo Antônio também é o padroeiro da Diocese de Osasco, ao lado do copadroeiro, São João Paulo II. Conhecer a sua história é conhecer aquele que dedicou toda a sua vida aos pobres e realizou incontáveis milagres. Como diz o Hino de Santo Antônio: “Tantos anos já passaram pela história, tantos homens este mundo já esqueceu. Mas alguém está presente na memória, porque vive para sempre junto a Deus. És amigo do Senhor e dos pequenos, sempre atento a escutar o seu clamor. Eras ontem o que és em nosso tempo, porque em ti Deus nos garante o seu amor. Nesta hora de mudanças tão profundas, teu exemplo nos anima a caminhar, na certeza de seguir a Jesus Cristo, plena vida haveremos de encontrar. Santo Antônio pregador do Evangelho, tanta gente escutou a tua voz. Aproxima da verdade o nosso tempo, Santo Antônio roga a Deus por todos nós”. Vamos conhecer um pouco mais do nosso querido Santo: Santo Antônio ou Fernando Antônio de Bulhões, seu nome de nascença, nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões, oficial do exército de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Sua formação inicial foi feita pelos cônegos da Catedral de Lisboa. Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido. Aos 19 anos entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, contra a vontade de seu pai. Morou lá por 2 anos. Com uma grande biblioteca em mãos, Antônio avança na sua história pelo estudo e pela oração. É transferido para Coimbra, que é um importante centro de estudos de Portugal, ficando lá por 10 anos. Em Coimbra ele foi ordenado sacerdote. Logo se viu o dom da palavra que transbordava do jovem padre agostiniano. Ele tinha conhecimento e grande poder de pregação, e o Padre Agostiniano torna-se frei Franciscano. 22
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PASCOM Catedral de Santo Antônio
Em Coimbra o Padre Antônio conhece os freis franciscanos, entusiasma-se pelo fervor e radicalidade com que estes viviam o Evangelho e, pouco depois, torna-se Frei Antônio, mudando-se para o mosteiro de São Francisco de Assis. Santo Antônio faz o pedido de ir para o Marrocos pregar o evangelho e os Franciscanos permitem. No meio do caminho, porém, Frei Antônio fica muito doente e é forçado a voltar para Portugal. Na viagem de volta, o barco é desviado e vai para Itália, terminando por parar na Sicília, em um grande encontro de mais de 5 mil frades Junho 2020
franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Lá, Antônio conhece pessoalmente São Francisco de Assis. A mão de Deus o tinha guiado por caminhos diferentes. Após conhecer São Francisco, Frei Antônio passa 15 meses como um eremita no monte Paolo. São Francisco enxerga os dons que Deus deu a ele, chama-o de Frei Antônio, meu Bispo e o encarrega da formação teológica dos irmãos do Mosteiro. No capítulo geral da ordem dos franciscanos ele é enviado a Roma para tratar de assuntos da ordem com o Papa Gregório IX, que fica impressionado com sua inteligência e eloquência e o chama de Arca do Testamento. Tinha uma força irresistível com as palavras e São Francisco o nomeou como o primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em seguida, mandou-o estudar teologia para ensinar seus alunos e pregar ainda melhor. Juntavam-se às vezes mais de 30 mil pessoas para ouvi-lo pregar, e muitos milagres aconteciam. Após a morte de São Francisco, ele foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a Regra da Ordem de São Francisco. Protetor das coisas perdidas. Protetor dos casamentos. Protetor dos pobres. É o Santo dos milagres. Fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes 23
ficavam curados. Redigiu os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Antes de falecer nas portas de Pádua, Santo Antônio diz: ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas. E completou, estou vendo o meu Senhor. Em seguida, faleceu. Os meninos da cidade logo saíram a dar a notícia: o Santo morreu. E em Lisboa os sinos das igrejas começaram a repicar sozinhos e só depois o povo soube da morte do Santo. Ele também é chamado de
Santo Antônio de Lisboa, por ser sua cidade de origem. Aconteceram tantos milagres após sua morte, que onze meses após ele foi beatificado e canonizado. Quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus. Está exposta até hoje na Basílica de Santo Antônio na cidade de Pádua. Sua canonização foi realizada pelo Papa Gregório IX, na Catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja. Em 1946 foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII. Viva Santo Antônio...Viva! PASCOM Catedral de Santo Antônio
Missa diocesana de Santo Antônio, presidida por Dom João Bosco Barbosa de Sousa, na Catedral de Santo Antônio e transmitida pelos meios de comunicação
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PAPA FRANCISCO No dia 18 de maio a Igreja comemorou o centenário do nascimento de São João Paulo II, uma data especial para a Diocese de Osasco. Em 15 de março de 1989, pela bula pontifícia Coram Ipsimet, o então Papa João Paulo II criou a diocese, que durante a 15ª Romaria ao Santuário de Aparecida, realizada em 01 de maio de 2019, o aclamou como seu copadroeiro. Abaixo alguns trechos da homilia do Papa Francisco na Santa Missa do Centenário:
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hoje aqui podemos dizer: há cem anos o Senhor visitou o seu povo. Enviou um homem, preparou-o para ser bispo e guiar a Igreja. Celebrando a memória de São João Paulo II, retomemos isto: “O Senhor ama o seu povo”, o Senhor visitou o seu povo, enviou um pastor. E quais são, digamos assim, “os sinais” do bom pastor que podemos encontrar em São João Paulo II? Muitos! Mas mencionemos apenas três. A oração: São João Paulo II era um homem de Deus porque rezava, e rezava muito. Ele sabia bem que a primeira tarefa do bispo é rezar. E ensinou-nos que quando o bispo faz o exame de consciência à noite, se deve perguntar: quantas horas rezei hoje? Homem de oração. A proximidade: Não era um homem desapegado do povo, pelo contrário, foi visitar o povo e deu a volta ao mundo inteiro. O pastor está próximo do povo, pelo contrário, se não estiver, não é pastor, é um hierarca, um administrador, talvez bom, mas não é pastor. O amor à justiça: Mas à justiça plena! Um homem que queria a justiça, a justiça social, a justiça dos povos, a justiça que afasta as guerras. Por isso, São João Paulo II era o homem da misericórdia, porque justiça e mi-
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sericórdia caminham juntas, não se podem distinguir [no sentido de separar], estão unidas: justiça é justiça, misericórdia é misericórdia, mas uma não se encontra sem a outra. E falando do homem de justiça e misericórdia, pensemos no que São João Paulo II fez para que as pessoas compreendessem a misericórdia de Deus. Pensemos no modo como ele promoveu a devoção a Santa Faustina [Kowalska] cuja memória litúrgica, a partir de hoje, será para toda a Igreja. Ele sentiu que a justiça de Deus tinha este aspecto de misericórdia, esta atitude de misericórdia. E este é um dom que ele nos deixou: justiça-misericórdia e a misericórdia justa. Peçamos-lhe hoje, que conceda a todos nós, especialmente aos pastores da Igreja, mas a todos, a graça da oração, a graça da proximidade e a graça da justiça-misericórdia, da misericórdia-justiça. Iolanda Cavalcante - PASCOM Diocesana
Apresentação das relíquias de Santo Antônio e São João Paulo II na 15ª Romaria
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Programação Revista Rádio Católica Segunda a sexta às 12h e reprise às 0h
Terço da Misericórdia Todos os dias às 3h e 15h
A voz do Pastor
Todos os dias às 09h, 13h e 19h
Santo do dia
Todos os dias às 09h30 e 19h30
1h com Maria
Todos os dias às 06h, 12h e 18h
Ao vivo Não deixe de Sonhar
Hora da Misericórdia
Deus no Comando
Vem e segue-me
Segunda-feira às 10h
Quarta-feira às 10h
Sexta-feira às 15h
Primeira quinta-feira de cada mês às 10h