BIO 251 - Abril 2018

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Abril de 2018 | Ano XXIX

www.diocesedeosasco.com.br

No 251

Diocese de Osasco se prepara para comemoração dos 30 anos PÁG. 03

IGREJA EM AÇÃO PROGRAME-SE

JMJ 2019 Panamá é aqui: conheça e saiba como participar PÁG. 12 PROPEDEUTAS 2018

Visita Pastoral da diocese terá início em abril

Conheça os novos propedeutas de nossa diocese PÁG. 07

PÁG.08


EDITORIAL

BIO

Caro leitor...

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Ressurreição de Cristo é um acalento de esperança diante as incertezas da vida. Cantemos a vitória! A luz que irradia torna dia a noite tão escura de nossos impasses, dúvidas, receios, limites...veja: É Cristo que desce a mansão dos mortos e rompe o silêncio da morte com brado da ressurreição e rola a pedra mais pesada da frente da nossa sepultura e nós renascemos, eis a nossa vida. Eis a nossa vitória. Vamos ao encontro do ressuscitado bradando: Aleluia! Aleluia! Aleluia!!! É nesse espírito de alegria pascal que apresentamos mais uma edição do BIO. As “24 horas para o Senhor” manifestaram o esforço e a confiança de cada penitente das várias partes da nossa diocese em assumir uma vida nova. Essa realidade rompe com todo tipo de divisão, conflitos e intrigas. É semelhante a experiência acalentadora de Cristo junto aos discípulos de Emaús: “não estava ardendo nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32), que quando ouvimos a voz de Cristo e deixamos penetrar nosso coração somos discípulos e missionários de um fecundo testemunho de fé, esperança e caridade. Tudo isso é bem elucidado no caderno ano do laicato, apresentando o sentido verdadeiro dos leigos viverem sua missão incorporados no múnus/ serviço do Cristo Ressuscitado. As palavras do Santo padre direciona como alcançaremos tamanha meta, que perpassa um itinerário de escuta, discernimento e vivência do chamado do Senhor. Nessa mesma caminhada, atentos ao Ressuscitado, os jovens são convocados para abrirem seus olhos semelhantes aos devotos e peregrinos da Virgem Mãe Aparecida dizendo: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”. (LC 1,38) preparando todos os trabalhos da próxima JMJ 2019 e o início das comemorações dos 30 anos de nossa diocese. Queremos com essa edição manifestar a alegria dos diversos sinais do encontro que fazemos com o Cristo – o Ressuscitado, como expressão autêntica de profissão de fé.

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24 horas para o Senhor

tendendo ao apelo do Papa Francisco, a Diocese de Osasco abraçou a iniciativa da realização das ‘24 horas para o Senhor’. Foram elegidos os dias 9 e 10 de março para que ao menos uma igreja de cada diocese permanecesse aberta, durante 24 horas consecutivas. O evento aconteceu nas regiões pastorais San-

to Antônio e São José Operário, realizado na Catedral Santo Antônio, e na região Bonfim, na Paróquia São João Batista, no Rochdale. Durante as ‘24 horas para o Senhor’, houve atendimento de confissões, celebrações penitenciais, adoração ao Santíssimo Sacramento e Santas Missas. Redação BIO PASCOM Diocesana

PASCOM Diocesana

PASCOM Diocesana

Pe. Henrique Souza da Silva Assessor eclesiástico do BIO

Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Supervisão: Pe. Ricardo Rodrigues Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Walkyria Aparecida do Rosário Jornalista: Daniela Nanni 2

Colaboração: Pe. Alexandre Pessoa Garcia, Pe. Daniel Bispo da Cruz, Sem. Diego Medeiros, Sem. Hiago Willian, Sem. Thiago Jordão, Conceição Ferreira Hipólito, Elza Hieko Aoki, Jefferson Rodrigues E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br Diagramação: Ir. Bruna Aparecida Rocha, MJS Tiragem: 13.000 exemplares

Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 | (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br Abril 2018


VOZ DO PASTOR

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BIO

Diocese de Osasco - 30 anos: uma jovem e amadurecida diocese

m abril de 2019, a nossa querida Diocese de Osasco estará completando 30 anos, desde a sua criação, determinada pelo Papa São João Paulo II. Em maio, dia 1º, 30 anos de sua instalação. A mesma bula papal separava da Arquidiocese de São Paulo as dioceses de Santo Amaro, Campo Limpo, São Miguel Paulista e Osasco. Quatro irmãs gêmeas, destinadas a ser dioceses grandes, populosas, e, também, ricas em vitalidade pastoral, formadas por uma corajosa periferia urbana que aliava a fé intensa e o compromisso social. Osasco teve como primeiro bispo aquele que era já auxiliar de Dom Paulo Evaristo, Dom Francisco Manuel Vieira. A matriz de Santo Antônio passou a ser Catedral, e o número de paróquias, que na época eram 43, hoje mais que dobrou. Eram 46 padres diocesanos, hoje chegamos aos 100. As Congregações Religiosas abriram caminhos, formaram comunidades, ensinaram, e junto com o clero diocesano alimentaram a fé dos mais de 1 milhão e meio de habitantes que moravam na diocese. Hoje são 2 milhões e meio, e as comunidades em torno às 88 paróquias chegam a quinhentas. Dom Ercílio Turco, que esteve à frente da diocese quase a metade desses anos,

Abril 2018

me segredou com seu jeito retraído dizendo assim: “O Senhor vai ter muita alegria aqui. É uma diocese muito boa”. Tinha razão. Vamos então ter, a partir da romaria do próximo 1º de maio, um ano inteiro de preparação para o 30º aniversário da Diocese de Osasco. E não será um ano de espera, mas um ano de caminhada. Vejam: neste ano temos programadas as visitas do bispo em cada Região Pastoral. As regiões agora são nove, com a chegada das três novas: São José Operário, Ibiúna e Itapevi. Isso significa mais proximidade, mais organicidade, mais facilidade na formação e na troca de experiências. Teremos também durante este ano a visita peregrina das relíquias de Santo Antônio, padroeiro da diocese, e de São João Paulo II, aquele que criou a diocese. A nossa Catedral, que está sendo restaurada e ampliada, receberá, no final da peregrinação, as relíquias, e faremos a proclamação de São João Paulo II como co-padroeiro diocesano. Ainda este ano teremos em andamento o projeto vocacional “Cada Comunidade uma Nova Vocação”. Esse projeto, que foi lançado na Missa do Crisma, está se espalhando por todo o Brasil, mas para nós tem um sabor especial: são 15 anos do ComVocacão, o nosso maior evento vocacional, pelo qual devemos dar muitas graças a Deus. Tudo isso ocorre em meio ao Ano do Laicato, que deverá também produzir muitos frutos de participação e compromisso dos nossos Leigos e Leigas, na Igreja e no mundo. Nesse ano experimentaremos os primeiros passos da Missão em Moçambique, com os Diáconos Rafael e Denis, integrando a Missão do Regional Sul 1 da CNBB. Nosso compromisso será de rezar por eles e ajudar materialmente a mis-

são. Mas, mais que isso, queremos receber as bênçãos de Deus para nos tornar mais ainda uma “Igreja em saída”, um renovado empenho missionário aqui mesmo em nossas comunidades, um laicato que seja no mundo luz e sal, a serviço do Evangelho. O primeiro passo é a nossa romaria. Mesmo sendo dia de São José Operário, a presença e participação de todas as paróquias é importante. Vamos chegar ao 1º

de maio de 2019 com um legado forte e significativo, fruto que permaneça em nossas almas, e para as gerações futuras, um jubileu digno de uma diocese que começou uma história tão abençoada e heroica, e toma esse passado com respeito, com olhar de esperança.

Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco 3


TESTEMUNHO DE FÉ

BIO

Santa Gemma Galgani: a 115 anos inspirando cristãos a oferecerem seus sofrimentos pela salvação das almas "Não procuro nada, não quero nada, senão aquilo que Deus quer" - Santa Gemma Galgani (Itália, 12/03/1878 - 11/04/1903). bem clara: salvar os pecadores com a própria vida. Por meio da graça mariana de participar da Paixão de Cristo, descobriu o significado místico da Virgem aos pés da Cruz e doou à Maria a sua própria alma. Da sua parte, Nossa Senhora preparou Gemma para a graça da estigmatização: a coroa de espinhos, a flagelação e o suor de sangue. Ela morreu ainda jovem, aos 25 anos - em intensa doação e sofrimento - e seu corpo permanece incorrupto, desde então. Santa Gemma nos deixa a mensagem da perseverança na fé em momentos de intenso sofrimento e doenças, da necessidade de uma vida de oração e dedicação ao próximo.

O Diário de Santa Gemma Galgani

Paróquia Santa Gemma Galgani comemora 65 anos em Osasco

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Imagem de Santa Gemma Galgani

ma santa bem próxima dos nossos tempos, que viveu profundamente a Paixão. Santa Gemma Galgani nasceu em um vilarejo próximo de Lucca, na Itália, e desde a mais tenra idade deu seu testemunho de amor, devoção e entrega à cruz, pela conversão dos pecadores. Gemma perdeu sua mãe quando tinha apenas 7 anos e pediu à Nossa Senhora que a substituísse, chamando-a carinhosamente de “mamãe”. A pequena assumiu todos os afazeres da casa e quando completou 18 anos, sofreu mais uma perda. Seu pai faleceu, deixando-a com seus 7 irmãos em profunda miséria. De saúde frágil, chegou a ser curada milagrosamente de uma meningite, que lhe causava surdez e paralisia nos membros. Era constantemente consolada pela Virgem Maria, pelo Anjo Gabriel, pelo seu Anjo da Guarda e, também, por Jesus Cristo, suportando as afrontas do demônio que a atormentou até seus últimos minutos de vida. “Prepara-te, minha filha; por minha ordem o demônio vai declarar-te guerra e dar, por esta forma, o último retoque à obra que realizei em ti”, foram as palavras proferidas por Nosso Senhor à Santa. Quando em êxtase, fenômenos supranormais manifestavam-se nela, dentre os quais a mudança do som de sua voz e o falar em linguagem usada na época de Cristo (aramaico), da qual não poderia ter conhecimento. A missão de Gemma sempre esteve 4

A Paróquia Santa Gemma Galgani, instalada no bairro de Presidente Altino pelos padres Passionistas com a ajuda dos moradores locais, tem muita história para contar. Ela demorou 8 anos para ser construída e nasceu antes mesmo da emancipação do Município de Osasco e da criação da diocese. Em 2018, no mesmo ano em que a sua padroeira completa 115 anos de morte (1903), a paróquia comemora 65 anos de existência (1953): apenas 50 anos separam as duas datas. Tamanha é a sua importância para a cidade de Osasco que, ao se tornar sexagenária, a paróquia recebeu uma significativa condecoração: um Cartão de Prata foi concedido pela Câmara Municipal em sua homenagem. Desde a instalação da pedra fundamental em 1945 (apenas 5 anos após a canonização da Santa), a Igreja passou por várias adequações, pois à medida que foi crescendo surgiram novas necessidades de ampliações. Pertencente à Região Pastoral do Bonfim, a paróquia conta com o padre Emerson Borgonovi como pároco desde 2016, que continua promovendo várias benfeitorias. Lá, Borgonovi montou o estúdio da Rádio Frutificai, projeto que faz parte da Missão Frutificai, da qual é o fundador. “Além de abrigar a rádio, estamos promovendo várias benfeitorias e uma delas são as salas para evangelização. Tudo é feito com o apoio dos paroquianos e da comunidade em prol da casa de Deus”, informou o padre.

Paróquia Santa Gemma Galgani completa 65 anos, em 29 de junho

Ficou conhecido como o livro que o diabo queimou, temendo o grande bem que a obra faria às almas. Neste diário, Santa Gemma Galgani dialoga com Deus e o diabo. De um lado, Deus, buscando salvar sua alma, imprimindo-lhe as dores de seu Filho Jesus; do outro, o diabo, tentando-a para que desistisse dos propósitos de

Deus. Nesta árdua luta espiritual entre o bem e o mal, ela escreve esta obra de raro teor espiritual, mostrando quão preciosa é a fé em Deus e no seu Filho crucificado e ressuscitado...”. Pe. José Carlos Pereira, CP Livro: Santa Gemma Galgani - Diário (Galgani, Gemma; Editora Paulus)

Segundo os ensinamentos de Santa Gemma São muitas as bênçãos recebidas pelos frequentadores da Paróquia Santa Gemma Galgani, de Osasco. “Eu gosto muito dessa Igreja e Santa Gemma tem me ajudado a perseverar nas minhas orações”, comentou o paroquiano Marco Paulo Cunha. Roseli Veríssimo compartilha da mesma opinião: “essa paróquia é um lugar de muito amor e paz, onde todos são acolhidos com muita alegria”. Interceder e se sacrificar pelo próximo foi um dos maiores ensinamentos deixados por Santa Gemma Galgani. Nesse sentido, padre Emerson encontrou, na paróquia, um terreno fértil para promover os encontros do Kerigma (para a formação de missionários), que segue o mesmo preceito da vida de santidade de Gemma. “A capacidade de sermos irmãos, de buscarmos a Deus, nos faz viver melhor. E a perseverança é uma das mais belas virtudes encontradas na vida cristã, considerada a base para alcançar as vitórias e não distanciarmos deste lindo amor do Pai para conosco!”, comentou padre Emerson. Com a participação de aproximadamente 160 pessoas, entre servos e encontristas, momentos de muitas bênçãos foram vivenciados no 1º Kerigma promovido na paróquia. “Nossos irmãos retornaram ao primeiro amor, aquele que é o maior de todos, imensurável!”, complementou padre Emerson, que pretende dar continuidade a essa importante missão em Presidente Altino. E, por fim, inspirados por todo o seu amor e entrega, Santa Gemma, rogai por nós! Dani Nanni Redação BIO Abril 2018


IGREJA EM MISSÃO / VOCAÇÃO

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Encontro com os pré-candidatos 2018

Setor Pastorais Sociais organizou no último 17 de março um encontro formativo para possíveis candidatos nas próximas eleições, no Salão de Atos da Cúria. Tivemos como palestrante o Prof. Dr. José Mário Brasiliense Carneiro, presidente da Oficina Municipal, que fez proveitosa apresentação sobre a importância da política como espaço para a caridade. Traçou o quadro de representação que temos, explicando os âmbitos nacional: federal, estadual e municipal e suas funções e poderes. Tivemos a presença de possíveis candidatos a deputado estadual e deputado federal, que se apresentaram. Diante da realidade de nosso país, não podemos nos conformar, abater e perder a fé e a esperança de ver um Brasil melhor, solidário de verdade e não só nos slogans ou somente com quem partilha das mesmas ideias, sem corrupção, sem violência, com representantes

e governantes comprometidos com o bem comum, tendo Jesus Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Jo 14, 6), como modelo de humildade e despojamento, amor ao próximo e à verdade, em defesa da vida em todos os seus âmbitos, desde a concepção até a morte natural, defensores da família e do ser humano, mulher e homem, criados à imagem e semelhança de Deus. É muito importante que nós cristãos, especialmente leigos e leigas, assumamos o nosso lugar social na transformação da realidade e o nosso papel de cidadãos desta querida terra, o Brasil. Nosso papel inclui, sem dúvida, a participação no processo eleitoral. Mas não só. O nosso trabalho enquanto cidadão começa antes disso. É nosso dever buscar muitas, ou todas possíveis, informações a respeito dos candidatos, suas origens, sua idoneidade, trajetória política, envolvimento em casos de corrupção, seus apoiadores explícitos e implícitos, seus financiadores,

A Família e as Vocações

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vivência familiar é componente fundamental da formação das pessoas, de modo que, o adulto que se chega a ser, deve-se em grande parte à formação que se teve em seu lar. Deste modo, é no âmbito familiar que primeiro se desperta para uma vocação. A instrução dos pais, na fé, é de suma importância para que os jovens estejam abertos ao convite de Deus: “Vem e segue-me”. Contudo, o mundo de hoje é cada vez mais insensível à voz de Deus, porque se apega demasiadamente ao “aqui e agora” fechando-se ao Eterno. Assim, nota-se cada vez menos na sociedade, famílias que vivam profundamente a fé e estejam abertas para o chamado de Deus. Esse é um fator que contribui para certo “desinteresse vocacional” experimentado atualmente: há vocações, mas se poderia dar mais a Deus. Os primeiros ensinamentos cristãos, o testemunho dos pais de amor à Igreja e às vocações, a transmissão de valores, a participação assídua dos

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sacramentos, a inserção na comunidade, a vida de oração em família, e assim por diante, são coisas de direito dos filhos, pois contribuem em muito para a construção de seu caráter e discernimento da vocação. A vivência saudável da vocação dos pais deve favorecer que seus filhos descubram e nutram a sua própria vocação. A família é vontade de Deus e Ele quer servir-se dela para constituir operários para a sua colheita. Prova disso, é que no seio familiar se nutriram e cresceram grandes santos como São João Maria Vianney, que desde tenra idade se mostrou diligente à instrução na fé por parte de sua piedosa mãe; dentre os irmãos era quem mais correspondia aos seus ensinamentos. Aliás, o próprio Deus feito homem quis crescer em estatura, sabedoria e graça no lar de Nazaré sob a assistência de Maria e José, seus exímios pais, em vista de sua missão. Entretanto, a família tem sido progressivamente influenciada de forma negativa pelo mundo, de maneira tal que cresce a indiferença para com

suas ideias e práticas, seu partido, sua coerência. Também é preciso ter no horizonte que há sempre uma primeira vez para se eleger. Todos os eleitos foram eleitos uma primeira vez. Mesmo não podendo ser um critério isolado para se votar, é preciso ter no horizonte também pessoas que, não tendo exercido ainda um cargo público, tenham uma trajetória de compromisso com o bem comum e a cidadania. Os que já exercem devem ser avaliados e aprovados ou reprovados pelo nosso voto. O nosso papel não termina no dia da eleição, mas continua ao longo do exercício/mandato daqueles que nos representam. Podemos dizer que o poder de um político eleito não é, em termos absolutos, um poder próprio, mas um poder delegado por muitos cidadãos e cidadãs. A rigor, os eleitos, desde o presidente da república até o vereador, mesmo sendo autoridades, são funcionários da população. São pagos, e em geral

muito bem pagos, para exercerem uma função. Peçamos a Deus muita sabedoria e discernimento para as eleições que se aproximam. Que tenhamos clareza, sejamos isentos de paixões. Que não nutramos fidelidades a traidores e lembremos que a política pode ser uma forma elevada da caridade, isto é, do amor ao próximo. Dom João Bosco esteve presente no encontro e pediu para nós a bênção de Deus.

Deus e as práticas cristãs. Não se pode negligenciar o quanto isso afeta as vocações. Hoje parece não fazer sentido algum doar a vida pelo Reino de Deus, pois se olha para as privações e não para o que se ganha. Antigamente, as famílias eram numerosas e se sentiam honrados os pais que tinham filhos padres ou religiosos. Hoje, porém, os pais não querem ter muitos filhos e, além disso, não querem “perdê-los” para Deus. Ademais, se pensa nos netos que não terão caso seus filhos se consagrem ao Senhor. Deus quis precisar de homens e mulheres que unidos a Ele, o Bom Pastor, conduzam seu rebanho à vida eterna, pois: “Ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem

pastor. Então disse aos seus discípulos: ‘A colheita é grande, mas poucos os operários! Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita’” (Mt 9,36-38). Desta forma uma das tarefas primordiais da família é a oração pelas vocações, e por que não rezar para que seus filhos sejam esses pastores? Portanto, nas famílias se deve cultivar uma vida de oração em conjunto e um eficaz incentivo ao discernimento vocacional dos filhos, de modo que os jovens se perguntem, de coração aberto, ao menos uma vez na vida: Será que Deus me chama ao sacerdócio? Ou à vida consagrada? Ou à vida religiosa?

Conceição Ferreira Hipólito (psicóloga) Elza Hieko Aoki Médica (pediatra) Fundadoras da Anoscar (Associação Nossa Senhora do Carmo) e membros da Executiva do Setor Pastorais Sociais Pe. Alexandre Pessoa Garcia Doutor em Teologia Fundamental e Coord. do Setor Pastorais Sociais

Sem. Hiago Willian Imagem da Internet

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IGREJA EM AÇÃO “Dai-nos a bênção, ó Mãe querida, Nossa Senhora Aparecida”

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ste, com certeza, será o refrão que irá embalar os corações para a 14º Romaria Diocesana. A peregrinação à Basílica de Nossa Senhora da Conceição de Aparecida, ocorrerá no próximo dia 1º de maio. E se o clima que envolve a romaria costuma ser de júbilo e emoção, por estar perto da Mãe Santíssima, muito maior será o sentido neste ano de 2018, quando é celebrado o Ano do Laicato, cuja a animação da mística será “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: ‘Vós sois sal da Terra e luz do mundo (Mt 5,13-14)”. Por este motivo, nossa romaria terá um sabor todo especial, que culminará na concentração de milhares de fiéis engajados nas diversas comunidades das nove regiões pastorais. Além disso, teremos a alegria de iniciar, também, nesta romaria, os festejos jubilosos em preparação para as comemorações dos 30 anos de instalação da Diocese de Osasco, a serem celebrados no dia 1º de maio de 2019. Outra grande ale-

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Com a Mãe Aparecida, rumo aos 30 anos de evangelização gria será a presença das relíquias de São João Paulo II e Santo Antônio, que durante o jubileu peregrinarão pelas paróquias de nossa diocese. Neste espírito de fraternidade e comunhão, a comissão organizadora da romaria, preparou uma programação especial para todos os peregrinos: 06h00 Chegada dos Romeiros 07h00 Concentração na Tribuna Bento XVI com a Banda Lira Unense 07h15 Chegada das Relíquias de São João Paulo II e Santo Antônio 07h30 Início do Terço 08h20 Sorteio da Imagem Fac-símile de N. Sra. Aparecida e os Santos leigos e leigas 09h00 Missa Solene na Basílica

Nesta dinâmica, nos cabe vivenciar e participar da festa, que se inicia na casa da Mãe, e como peregrinos percorreremos nossa diocese levando a alegria dos 30 anos e a bênção de Nossa Senhora Aparecida. E poder dizer, em 2019, aos pés da Imagem da Mãe: “Consagro-vos meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas”. Assim desejamos que todos se sintam contagiados e inebriados por vivenciar este momento forte de fé da Igreja

Missa dos Santos Óleos reúne Diocese de Osasco em momento de união e de fraternidade

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om João Bosco celebrou na noite de 28 de março, a Santa Missa do Crisma na Catedral Santo Antônio, em Osasco. Conhecida como Missa do Crisma ou Missa da Unidade, onde são abençoados os óleos dos enfermos, catecúmenos (batismo) e consagrado o óleo do crisma. Nesta celebração, o clero realiza a renovação das promessas sacerdotais proferidas perante o bispo, no dia de sua ordenação presbiteral. O sacerdote reafirma diante

da assembleia a opção de renunciar a si mesmo, assumindo o compromisso do sagrado ministério para o serviço à Santa Igreja, na obediência ao bispo. Em sua homilia Dom João Bosco, ressaltou a união de toda a Diocese de Osasco, com suas representações, leigas e religiosas, presentes na Santa Missa. “Creio que essa catedral fica pequena, com as representações das 88 paróquias, fico muito feliz com o clero todo reunido”. No término da sua pregação, o PASCOM Diocesana

Particular de Osasco. Que Maria Santíssima rogue a Deus por todos nós, e que São João Paulo II e Santo Antônio sejam para nós modelos de fé. Viva Nossa Senhora de Aparecida! Comissão Diocesana da Romaria

bispo reforçou a presença dos diáconos Dênis Mendes e Rafael Santana na Missão em Pemba, “temos a alegria de ter dois do nosso clero que vão até a Diocese de Pemba, lá em Moçambique, na África, para em nosso nome evangelizar e ser evangelizados pela realidade cruel que vive aquele povo, e fazer com que nós todos, possamos receber essa seiva da missionariedade nas nossas atividades cotidianas”. No final, padre Marcelo Fernandes, assessor diocesano do Serviço de Animação Vocacional (SAV), apresentou o novo projeto idealizado pelo Regional Sul 2 da CNBB e acolhido por mais de 50 dioceses, dentro e fora do país, inclusive a Diocese de Osasco. A campanha “Cada comunidade uma nova vocação” busca cultivar uma cultura vocacional nas comunidades, rezando assiduamente pelas diversas vocações. Os Santos Óleos foram entregues por Dom João aos padres coordenadores das regiões pastorais, que tem por missão distribuir às paróquias e padres de sua região. Jefferson Rodrigues Pascom Diocesana

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IGREJA EM AÇÃO

BIO PASCOM Frei Galvão

Visita Pastoral da diocese tem início em abril

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este ano de 2018 nossa Diocese de Osasco vivenciará mais uma vez um período de visitas pastorais. Tais visitas acontecem ordinariamente em todas as dioceses e são prescritas pelo Código de Direito Canônico, segundo o cânon. 396: “O Bispo está obrigado a visitar todos os anos a diocese no todo ou em parte, de tal modo que ao menos de cinco em cinco anos visite toda a diocese por si ou, se estiver legitimamente impedido, pelo Bispo coadjutor, ou pelo auxiliar, ou pelo Vigário geral ou episcopal, ou por um outro presbítero.” Quais as finalidades de uma visita pastoral? Geralmente contamos com a presença do Bispo em nossas comunidades quotidianamente nas Confirmações, festas de padroeiros e demais comemorações. Porém, a visita pastoral é um meio do Bispo diocesano estar mais presente em meio ao povo de Deus exercendo seu ministério pastoral de ser aquele que vela pelo bom andamento da ação evangelizadora. Como os momentos celebrativos não privilegiam tal aspecto, a visita pastoral é um momento especial de encontro do pastor próprio da diocese com o seu rebanho, ressaltando a comunhão da Igreja Particular, a Diocese, organizada em torno das várias paróquias e regiões pastorais. O Diretório para o ministério pastoral dos bispos Apostolorum Sucessores nos parágrafos 220 a 224 descreve em termos gerais o que é a visita pastoral e como ela deve proceder nas Igrejas Particulares: “A visita pastoral é uma das formas,

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corroborada pela experiência dos séculos, com a qual o Bispo mantém contatos pessoais com o clero e com os outros membros do Povo de Deus. É uma ocasião de reavivar as energias dos obreiros evangélicos, de os louvar, encorajar e consolar, como também a oportunidade de chamar todos os fiéis à renovação da sua vida cristã e a uma atividade apostólica mais intensa. A visita permite-lhe, além disso, avaliar a eficiência das estruturas e dos instrumentos destinados ao serviço pastoral, dando-se conta das circunstâncias e dificuldades do trabalho de evangelização para poder definir melhor as prioridades e os meios da pastoral orgânica”. Trata-se, portanto, de uma ação pastoral do Bispo, concretizando seu ministério apostólico de ser fundamento da comunhão visível da Igreja Particular, assegurando e confirmando na fé o povo a ele confiado. O Diretório segue com uma apresentação genérica de como deve ocorrer a visita pastoral: “Na visita às paróquias, o Bispo procurará realizar, de acordo com as possibilidades de tempo e de lugar, os seguintes atos: a) celebrar a Missa e pregar a Palavra de Deus; b) administrar solenemente o sacramento da Confirmação, se possível durante a Missa; c) encontrar-se com o pároco e os outros clérigos que colaboram na paróquia; d) reunir-se com o Conselho Pastoral ou, se este não existir, com os fiéis (clérigos, religiosos, membros das Sociedades de Vida Apostólica e leigos) que colaboram nos diversos apostolados, e com as

associações de fiéis; e) encontrar-se com o Conselho para os assuntos econômicos; f) ter um encontro com as crianças, os adolescentes e os jovens que percorrem o itinerário catequético; g) visitar as escolas e as outras obras e instituições católicas dependentes da paróquia; h) visitar, dentro do possível, alguns doentes da paróquia”. Sendo este o modelo geral, cada Bispo em sua realidade particular pode adaptar as modalidades nas quais acontecerão as visitas pastorais às devidas circunstâncias concretas nas quais encontra-se inserido. Levando em consideração esta possibilidade, neste ano nosso Bispo Dom João Bosco irá realizar a visita por Regiões Pastorais, agrupando as paróquias e o povo de Deus, sem deixar de ter um momento celebrativo com cada comunidade paroquial. Todas as indicações dadas acima ocorrerão, segundo as programações, em nível regional, de modo a dinamizar ainda

mais a ação evangelizadora em nossa Diocese e estreitar os laços de comunhão das paróquias de nossas nove Regiões Pastorais. Além das visitas, cada Região Pastoral organizará um momento de missão popular durante o período das mesmas, com a finalidade de avivar o compromisso missionário de todos os membros de nossas comunidades. Neste primeiro semestre, as primeiras Regiões que receberão a visita pastoral serão as regiões Bonfim (23/04 à 06/05), São José Operário (14/05 à 27/05) e Santo Antônio (09/06 à 24/06). Aproveitemos este momento especial em nossa Diocese para fortalecermos a comunhão com nosso pastor Dom João Bosco, entre nós, Povo de Deus da Diocese de Osasco, para que todos sejamos fiéis ao mandato de Cristo! Pe. Daniel Bispo da Cruz Secretário diocesano de pastoral

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CONHEÇA OS PROPEDEUTAS 2018 O que é o Propedêutico?

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“O que distingue o período propedêutico é a finalidade e sobretudo o seu caráter prévio para o seminário maior. Esta etapa formativa foi desejada pela primeira vez oficialmente pela Congregação para a Educação Católica em 1980, com a Carta circular sobre alguns aspectos mais urgentes da formação nos seminários. A fina-

lidade declarada deste ‘período propedêutico’ era a de garantir a quem entrava no seminário uma profunda iniciação a vida espiritual...” (Congregação para a Educação Católica, Carta circular sobre alguns aspectos mais urgentes da formação espiritual nos seminários (6 de janeiro de 1980). O Propedêutico se trata do primeiro ano do tempo de formação para o

Sacerdócio. É um ano introdutório, não deixando de ser um ano de discernimento também, para a entrada definitiva no Seminário Maior. De forma resumida, é um ano em que se começa a entrar em ritmo da vida acadêmica, da vida de oração, da vida comunitária e fraterna e do amadurecimento humano-afetivo que se terá de forma mais intensa no Seminário

Maior e, por fim, na vida sacerdotal. Neste ano, nossa Diocese conta com 15 (quinze) jovens, advindos de algumas paróquias de nossa Diocese, que estão no período Propedêutico, se preparando para ingressarem no Seminário Maior. Conheça quem são e de quais paróquias vieram.

Bruno Côrrea Branco Paróquia Santo Antônio (Vila Jaguara)

Caio Luiz Quirino de Souza Paróquia Santa Cruz (Barueri)

Cassiano Passos Vicente Paróquia Nossa Senhora das Graças (Vargem Grande Paulista)

Gabriel de Souza Moraes Paróquia Cristo Ressuscitado (Carapicuíba)

Guilherme Matheus de Jesus Paróquia Santa Isabel (Osasco)

Leonardo Ferreira Martins Paróquia Cristo Ressuscitado (Carapicuíba)

Luan Henrique F. Real de Lara Paróquia Santa Cruz (Barueri)

Luis Felipe Ribeiro Paróquia São José (Osasco)

Marcondes Moreira Borges Paróquia São Benedito (Cotia)

Mateus Alves dos Santos Paróquia Santa Isabel e São Zacarias (Osasco)

Matheus Rosa da Silva Paróquia São Francisco de Paula (Alumínio)

Ramon Oliveira Moreira Paróquia N. Sra. de Fátima (Jandira)

Thiago Roger Santos Bordini Paróquia N. Sra. de Nazaré (Jardim Arpoador) 8

Victor Marques Lavrador Paróquia São Benedito (Cotia)

Sem. Thiago Jordão

Wellington de Jesus Domingues Paróquia N. Sra. das Dores (Ibiúna) Abril 2018


ANO DO LAICATO

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Leigo: Na ação do apostolado no seio da Igreja! PASCOM Diocesana

Solenidade de Cristo Rei do Universo, 26 de novembro de 2017, abertura do Ano Nacional do Laicato, no Ginásio de Esportes José Liberatti, em Osasco, SP

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ntendendo o laicato a partir da identidade, ministério e santidade faz perceber o processo, o batismo dá a incorporação do ponto de vista de sua participação. Essa participação está inserida no corpo eclesial! É uma incorporação em Cristo. Somos ligados a Ele pelo batismo, isto é, participamos do múnus de Cristo. O cristão leigo participa do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, o seu apostolado é na própria missão salvífica da Igreja, assim a vocação laical vem de acordo à santidade pessoal e seu apostolado, partindo-se do seio da Igreja, fazendo-se aos leigos, a se comprometer a buscar o Reino de Deus, cuidando das coisas temporais e conduzindo-as a Deus (LG, 31). Vamos entender o múnus batismal, e o apostolado como protagonismo e inserido na ação eclesial, somete compreendendo e vivendo um leigo esclarecido da sua vocação pode ser a luz que reflete do verdadeiro Sol “Cristo”. Pois bem, a Igreja é luz dos povos em Cristo. Cristo é sol da “justiça”, e a Igreja reflete a luz do verdadeiro sol. A Igreja só pode ser em Cristo como sacramento, isto é, “sinal”, “instrumento”, uma Igreja formada em uma sociedade em relação e consciente. Os leigos participam do múnus sacerdotal de Cristo na qualidade Abril 2018

do sacerdócio comum dos fiéis. Devido a essa participação, são inseridos na vida litúrgica da Igreja, em seu significado amplo e profundo, de modo que a liturgia é o lugar e a forma do exercício desse apostolado. Em virtude do sacerdócio comum dos fiéis, os leigos têm acesso a Deus desde sua condição secular. A participação dos leigos no múnus sacerdotal de Cristo é um apostolado ativo, pois a finalidade da participação dos leigos no sacerdócio de Cristo é a santificação (Cf. CCC, § 901). A via de santificação não deve passar por meio de uma espiritualidade piramidal ou um apostolado clerical. Pelo contrário, o princípio da igualdade entre os batizados é o chamado universal à santidade. (Cf. CCC, § 903). A vida cotidiana dos leigos, sobretudo na vida familiar e no trabalho, deve buscar a união com Deus para poder ser reconhecida como lugar de culto e oferenda agradável a Deus. Compreendendo a função sacerdotal, a missão profética dos leigos é situá-la no conjunto da tradição cristã como determina a Lumen Gentium. Segundo a tradição cristã, o profeta é fundamentalmente uma pessoa enviada por Deus para comunicar os seus desígnios sobre o ser humano e o mundo, de modo que, sua mensagem comporte um conhecimento “divino”, fundamen-

tado na Revelação de Deus, acerca do destino do homem e do mundo (LG, 35c). A mensagem do Reino de Deus é uma realidade performativa, uma vez que comporta não somente um conhecimento sobre o destino do homem e do mundo, mas, simultaneamente, a realização parcial e definitiva da mensagem anunciada. A afirmação de que todos os membros da Igreja participam, a seu modo, da missão profética significa que todos são portadores da mensagem do Reino de Deus, revelado por Jesus Cristo, e responsáveis pelo anúncio dessa mensagem, isto é, pela Evangelização (DV, 14). A participação dos leigos na missão profética de Cristo consiste em três pontos fundamentais: O testemunho da fé: os leigos são constituídos como testemunhas de Jesus Cristo; O sentido da fé: o Concílio afirma que todos os cristãos, inclu-

sive os leigos, recebem de Cristo a razão da fé, e os Dons/carismas: os leigos recebem de Cristo, pelo Espírito Santo (Cf. LG, 4). A participação dos leigos na missão régia pressupõe duas noções: a primeira consiste na existência de um Reino de Deus, numa perspectiva escatológica, a realidade desde a criação até a parusia (1 Cor 15, 2728). A segunda consiste na existência de um rei que é o próprio Verbo de Deus, encarnado na pessoa de Jesus de Nazaré que, por sua morte e ressurreição, entrou na glória de seu reinado (Fl 2, 8-11). A partir da figura do rei, Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, ocorre uma relação congênita entre o Reino de Deus e a Igreja, pois é parte do horizonte de uma única missão (LG, 3). Devido à sua natureza, a Igreja é o germe e o início do Reino de Deus, pois enquanto peregrina no mundo, pertence ao tempo do crescimento e da maturação do Reino de Deus, e aquilo que realiza já tem caráter definitivo. Dados esses pressupostos sobre o Reino de Deus e a Igreja, a participação dos leigos na missão régia de Cristo consiste numa tarefa fundamental: o exercício é a libertação do mundo do pecado, para que os homens e a criação possam participar do Reino de Deus (LG, 33c). Assim, concluímos que o leigo, em virtude dos dons que recebe pela sua missão, é ao mesmo tempo instrumento de testemunho vivo da própria missão eclesial “pela medida do dom de Cristo” (Ef 4,7). A mudança eclesiológica é ligada pelo Concílio Vaticano II para resgatar a categoria de Mistério. Nela consiste que a índole “seculares leigos” ordena o mundo conforme o desígnio divino e é concebida historicamente para a ação salvífica, de modo que possa dedicar-se ao crescimento das realidades do mundo e participar da missão salvífica de Cristo na Igreja. Seminarista Diego Medeiros

Dia de Espiritualidade Diocesana da Pastoral Familiar, 03 de fevereiro de 2018, na Paróquia São Francisco de Paula, Alumínio, SP.

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PAPA

BIO

Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor

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ueridos irmãos e irmãs, No próximo mês de outubro, vai realizar-se a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que será dedicada aos jovens, particularmente à relação entre jovens, fé e vocação. Nessa ocasião, teremos oportunidade de aprofundar como, no centro da nossa vida, está a chamada à alegria que Deus nos dirige, constituindo isso mesmo «o projeto de Deus para os homens e mulheres de todos os tempos» (Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, Introdução). Trata-se de uma boa notícia, cujo anúncio volta a ressoar com vigor no 55.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações: não estamos submersos no acaso, nem à mercê duma série de eventos caóticos; pelo contrário, a nossa vida e a nossa presença no mundo são fruto duma vocação divina. Na diversidade e especificidade de cada vocação, pessoal e eclesial, trata-se de escutar, discernir e viver esta Palavra que nos chama do Alto e, ao mesmo tempo que nos permite pôr a render os nossos talentos, faz de nós também instrumentos de salvação no mundo e orienta-nos para a plenitude da felicidade. Estes três aspetos – escuta, discernimento e vida – servem de moldura também ao início da missão de Jesus: passados os quarenta dias de oração e luta no deserto, visita a sua sinagoga de Nazaré e, aqui, põe-Se à escuta da Palavra, discerne o conteúdo da missão que o Pai Lhe confia e anuncia que veio realizá-la «hoje» (cf. Lc 4, 16-21).

Escutar

A chamada do Senhor – fique claro desde já – não possui a evidência própria de uma das muitas coisas que podemos ouvir, ver ou tocar na nossa experiência diária. Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem Se impor à nossa liberdade. Assim pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração. Não poderemos descobrir a chamada especial e pessoal que Deus pensou para nós, se ficarmos fechados em nós mesmos, nos nossos hábitos e na apatia de quem desperdiça a sua vida no círculo restrito do próprio eu, perdendo a oportunidade de sonhar em grande e tornar-se protagonista daquela história única e original que Deus quer escrever conosco. Mas, como sabemos, o Reino de Deus vem sem fazer rumor nem chamar a atenção (cf. Lc 17, 21), e só é possível individuar os seus germes quando sabemos, como o profeta Elias, entrar nas profundezas do nosso espírito, deixando que este se abra ao sopro imperceptível da brisa divina (cf. 1 Re 19, 11-13).

Discernir

Na sinagoga de Nazaré, ao ler a passagem do profeta Isaías, Jesus discerne o conteúdo da missão para a qual foi enviado e apresenta-o aos que esperavam o Messias: «O Espírito do Senhor está sobre Mim; porque Me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar o ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19). De igual modo, cada um de nós só pode descobrir a sua própria vocação através do discernimento espiritual, um «processo pelo qual a pessoa, em diálogo com o Senhor e na escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar pela do seu estado da vida» (Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, II. 2). Todo o cristão deveria poder desenvolver a capacidade de «ler por dentro» a vida e individuar onde e para que o está a chamar o Senhor a fim de ser continuador da sua missão. 10

Viver

A alegria do Evangelho, que nos abre ao encontro com Deus e os irmãos, não pode esperar pelas nossas lentidões e

preguiças; não nos toca, se ficarmos debruçados à janela, com a desculpa de continuar à espera dum tempo favorável; nem se cumpre para nós, se hoje mesmo não abraçarmos o risco duma escolha. A vocação é hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimônio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora. O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso «eis-me aqui», nem nos assustar com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no «hoje» que Deus nos concede. Maria Santíssima, a jovem menina de periferia que escutou, acolheu e viveu a Palavra de Deus feita carne, nos guarde e sempre acompanhe no nosso caminho. Vaticano, 3 de dezembro I domingo do Advento – de 2017. Trecho da Mensagem do Papa Francisco para o 55º Dia Mundial de Oração Pelas Vocações Abril 2018


EM PAUTA

BIO

Cerimônia de Instalação do Tribunal Eclesiástico Diocesano

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o dia 14 de março, na casa de retiro Imaculado Coração de Maria, antigo Seminário do Ibaté, foi realizada a sessão Solene de Ereção e Instalação do Tribunal Eclesiástico Diocesano de Osasco, presidida por Dom João Bosco Barbosa, na presença do clero dos oficiais do Tribunal e de agentes da Pastoral Judiciária. Dom João Bosco, em sua reflexão, proferiu breves palavras e chamou a atenção para o Evangelho do dia, onde Jesus se apresenta como o verdadeiro Juiz, que dá a vida para aqueles que estavam mortos. Ele advertiu que assim o Tribunal deve agir para salvaguardar a vida dos filhos, que vivem como mortos, pelo pecado, afastados dos sacramentos, sem uma vida ativa na igreja. Portanto, deve ser um lugar acolhedor, de libertação e de salvação para as almas dos fiéis. Após a reflexão realizou-se a leitura dos decretos de ereção, criação e instalação do Tribunal, a nomeação dos membros da diretoria, e provisões de nomeações do Vigário Judicial, Pe. Ms. Marcos Antônio Funchal, e dos demais oficiais do Tribunal Eclesiástico. Em seguida fez-se a ‘Profissão de Fé e o Juramento de Fidelidade’ dos oficiais. Pe. Funchal, vigário judicial, emocionado, discorreu sobre a importância do Tribunal Eclesiástico na Diocese de Osasco, e declarou que o mesmo estará a serviço do povo e de Deus. Reafirmou o compromisso de caminhar em comunhão com o bispo diocesano, na busca da verdadeira justiça. A cerimônia encerrou-se com a bênção final e saudação a Virgem Maria, com a entoação da oração Salve Rainha. Adriano Oliveira Tribunal Eclesiástico Abril 2018

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PROGRAME-SE

BIO

Agenda Diocesana 16/04 • 4º Ano da Eleição de Dom João Bosco – Bispo de Osasco 21/04 • Escola Discípulos de Emaús – Módulo I – Aula IV 22 a 25/04 • Visita Pastoral – Região Bonfim 22/04 • Escola Discípulos de Emaús – Módulo I – Aula IV • 4º Domingo da Páscoa - Bom Pastor 25/04 • Festa de São Marcos Evangelista 27/04 • 20h - Louvor Ecumênico (Encristus) – Praça de Itapevi 28/04 • 08h30 às 12h00 - Formação Diocesana de Liturgia para as Regiões Cotia e São Roque N. Sra. das Graças - V. G. Paulista

Panamá é Aqui!

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o ano de 1986, o Papa João Paulo II - canonizado no dia 27 de abril de 2017 - convocou toda a Igreja jovem, para celebrar e professar a fé em Cristo Jesus. A cada tempo determinado da Igreja, sempre após as duas jornadas diocesanas da juventude em Roma, esta convocação é feita mais uma vez, para que todas as nações se reúnam para reviver o chamado de Cristo e se reunir em comunidade para participar da Jornada Mundial da Juventude. Em 2013 fomos agraciados, pois o nosso país foi escolhido como sede para a JMJ que teve como lema central: “Ide e façais discípulos em todas as nações” (Mt 28,19) e teve a participação de mais de três milhões de pessoas. A Igreja Jovem estava reunida na praia de Copacabana professando uma só fé em Cristo. No ano de 2016 em Cracóvia, na Polônia, a JMJ foi realizada pelo Papa Francisco, e teve como lema central: “Bem-Aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericór12

dia” (Mt 5,7) e ainda o Santo Padre motivou toda a juventude para que tenham esperança, sejam portadores da paz, e levem o Cristo Ressuscitado a todos. Na missa de encerramento da JMJ, o Papa Francisco anunciou que no ano de 2019 o próximo país a sediar o evento mundial seria o Panamá com o lema central: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua Palavra”. (LC 1,38) e mais uma vez a Igreja sairá dos quatro cantos e se reunirá para professar a mesma fé em Cristo Jesus. Mas por que Panamá é Aqui? Antes de respondermos esta pergunta, vamos voltar no ano de 2016 em que estávamos vivendo o Evento Diocesano Cracóvia é Aqui, que nos trouxe grandes realidades de fé e devoção a Igreja de Cristo. Como estávamos vivendo um tempo de crise econômica em nosso país, as passagens aéreas para Cracóvia estavam com um custo muito alto, muitos jovens de nossa diocese, infelizmente,

29/04 • 5º Domingo da Páscoa 01/05 • Festa de São José Operário

não poderiam participar do evento mundial. Agraciados pelo Espírito Santo, o Setor Juventude Diocesano criou o evento Cracóvia é Aqui. O objetivo foi proporcionar aos jovens, que não puderam ir para a cidade de Cracóvia, a oportunidade de se reunir e vivenciar os mesmos propósitos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), ocorridos na Polônia. Durante os três dias de peregrinação, de 29 a 31 de julho de 2016, na Cidade de Ibiúna, os jovens cumpriram um cronograma de catequese e fé. Após o evento, foram muitos os testemunhos deixados, na esperança de um próximo reencontro com o mesmo nível. E para atender a este chamado, mais uma vez, o Espírito enviou-nos uma resposta, e o Setor Juventude em comunhão com a JMJ 2019 lançou o

• 29º ano da Instalação da Diocese de Osasco • 14ª Romaria Diocesana à Aparecida do Norte 02/05 • Reunião Regional de Atendentes Paroquiais – Região Santo Antônio (local e horário) • 20h – Encristus – reunião mensal – V. G. Paulista 03/05 • Festa São Filipe e São Tiago Menor – Apóstolos 05/05 • Encontro CRB Osasco (local e horário) • Região Bonfim – Missão Catequese 06/05 • 6º Domingo da Páscoa • Região Bonfim – Missão Catequese 08 a 10/05 • Formação Permanente do Clero 13/05 • Solenidade da Ascenção do Senhor • Festa de Nossa Senhora de Fátima • Dia das Mães • Dia Mundial das Comunicações

Panamá é Aqui! ‘Panamá é Aqui’ seguirá o perfil do evento anterior, mas com um cronograma totalmente diferente, e que irá surpreender a todos. Vamos viver uma grande experiência de fé, está marcado para os dias 28 e 29 de janeiro de 2019 nas cidades de Alumínio e Mairinque. Esperamos que todos, mais uma vez, sintam a força da Igreja Católica Jovem e professem a sua fé em Cristo Jesus. As inscrições já estão abertas e devem ser feitas pelo site do Setor Juventude de Osasco (www.osetorjuventude.com). Lá você poderá perguntar e tirar todas as suas dúvidas. Não perca tempo, participe conosco e seja bem-vindo ao “Panamá é Aqui!” Setor Juventude Diocese de Osasco Abril 2018


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