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CIÊNCIAS NATURAIS
Planeta Terra
Consultora Científica: Maria Augusta Gama
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ano
Ana Cristina Barros e Fernando Delgado
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[MODELO DIDÁCTICO]
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Bem-vindo ao 9.o ano! Neste ano que agora inicias, o teu manual de Ciências Naturais pretende ser um guia orientador e um ponto de partida para atingires os objectivos deste ano lectivo. Para ser mais fácil explorares o teu manual, passamos agora a apresentar a sua organização. Planeta Terra apresenta um tema, VIVER MELHOR NA TERRA. Este é constituído por blocos, organizados por unidades apresentadas da seguinte forma:
Início de unidade
O que eu já sei! Vai permitir-te verificar os conhecimentos que adquiriste anteriormente.
Observo, penso, descubro e... aprendo! Actividade de exploração, que te permitirá uma aproximação aos conteúdos.
Páginas informativas
Analiso… Actividades para analisares e interpretares dados.
T Muitas imagens e esquemas, para melhor compreenderes os conteúdos.
Definição de alguns termos.
... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Para testares as teorias que aprendeste.
Será que APRENDI? Actividades, ao longo dos conteúdos, para verificares o que aprendeste.
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No fim de unidade ... Organizo as minhas ideias Esquema para completares, relacionando os diferentes conteúdos.
... Ideias-chave Síntese do que é essencial saberes.
... DESCOBRE POR TI MESMO Sugestões que te ajudarão a aprofundar os conhecimentos adquiridos.
Actividades Exercícios de fim de unidade, para que possas verificar, aplicar e relacionar o que aprendeste.
Área de projecto
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente Para reflectires sobre a importância da Ciência e da tecnologia para o Homem e para a Terra.
Área de
PROJECTO
Sugestões para Área de Projecto e de metodologias de trabalho.
Atlas de anatomia Para que possas aprofundar a exploração do corpo humano, os seus diferentes sistemas e órgãos.
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Saúde
[p. 8]
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[ÍNDICE]
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Saúde individual e comunitária [p. 10]
1.1 Como está organizado o teu corpo?
Viver melhor na
2 2.1 2.2 2.3 2.4
Reprodução humana [p. 36]
[p. 34]
33
O que é a sexualidade? [p. 38] O que é a adolescência? [p. 40] O que é puberdade? [p. 42] Como funciona o sistema reprodutor masculino? [p. 44]
2.5 Como funciona o sistema reprodutor feminino? [p. 46]
2.6 O que é o ciclo sexual feminino? [p. 48] 2.7 O que é a fecundação? [p. 50] 2.8 O que acontece após a fecundação? [p. 51] 2.9 O que acontece durante a gestação? [p. 52] 2.10 O que acontece durante o parto? [p. 54] 2.11 Qual é a importância da amamentação [p. 55] 2.12 Como planear uma família? [p. 56] 2.13 O que são as infecções sexualmente transmissíveis? [p. 62] 2.14 Como prevenir as IST? [p. 64] Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 66] Ideias-chave [p. 68] Organizo as minhas ideias [p. 69] Actividades [p. 70]
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Terra
Transmissão de vida
[p. 12]
1.2 O que é a saúde? [p. 14] 1.3 O que é a saúde pública? [p. 16] 1.4 Como se mede o estado de saúde de uma população? [p. 18] 1.5 Como promover a saúde? [p. 24] Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 27] Ideias-chave [p. 28] Organizo as minhas ideias [p. 29] Actividades [p. 30] Área de projecto [p. 32]
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6
Hereditariedade [p. 72] O que é a hereditariedade? [p. 74] Onde se encontra a informação genética? [p. 76] Como se transmite a informação genética? [p. 78] Como é determinado o sexo? [p. 82] O que são caracteres ligados ao sexo? [p. 83] Qual é o impacto da manipulação genética? [p. 84] Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 87] Ideias-chave [p. 88] Organizo as minhas ideias [p. 89] Actividades [p. 90] Área de projecto [p. 92]
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Sistema neuro-hormonal [p. 96]
4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7
5 5
O que é o sistema neuro-hormonal? [p. 98] O que é o sistema nervoso? [p. 100] Como se transmitem os impulsos nervosos? [p. 101] Como funciona o sistema nervoso central? [p. 102] O que são actos voluntários e actos reflexos? [p. 106] Como é formado o sistema nervoso periférico? [p. 108] Quais são as doenças mais frequentes do sistema nervoso? [p. 110] 4.8 Como funciona o sistema hormonal? [p. 112] 4.9 Quais são as doenças mais frequentes do sistema hormonal? [p. 114] 4.10 Que comportamentos afectam o sistema neuro-hormonal? [p. 116] 4.11 Como evitar o stress? [p. 118] Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 120] Ideias-chave [p. 122] Organizo as minhas ideias [p. 123] Actividades [p. 124]
66
Sistema cardiorrespiratório [p. 160]
[p. 94] u n i d a d e
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Organismo humano em equilíbrio
5.1 5.2 5.3 5.4 5.5
Alimentação e digestão [p. 126]
Por que razão nos alimentamos? [p. 128] Quais são as funções dos nutrientes? [p. 130] O que é o metabolismo celular? [p. 132] Como funciona o sistema digestivo? [p. 134] Quais são as doenças mais frequentes do sistema digestivo? [p. 144] O que é uma alimentação saudável? [p. 146] Quais são as consequências dos desequilíbrios alimentares? [p. 150] O que são distúrbios alimentares? [p. 151] Como se manipulam e conservam os alimentos?
5.6 5.7 5.8 5.9
[p. 152]
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 154] Ideias-chave [p. 156] Organizo as minhas ideias [p. 157] Actividades [p. 158]
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6.1 Para que serve o sistema cardiorrespiratório? [p. 162] 6.2 Qual é a composição do sangue? [p. 163] 6.3 Por onde circula o sangue? [p. 165] 6.4 Como funciona o coração? [p. 166] 6.5 Como é que o sangue circula? [p. 172] 6.6 Como é constituído o sistema respiratório? [p. 174] 6.7 Como funciona o sistema respiratório? [p. 176] 6.8 Quais são as doenças do sistema circulatório? [p. 178] 6.9 Quais são as doenças do sistema respiratório? [p. 181] 6.10 O que é o sistema linfático? [p. 182] Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 184] Ideias-chave [p. 186] Organizo as minhas ideias [p. 187] Actividades [p. 188]
7 7.1 7.2 7.3 7.4
Sistema excretor [p. 190]
O que é a excreção? [p. 192] Como se forma a urina? [p. 196] Como é controlada a produção de urina? [p. 198] Que doenças afectam o sistema urinário? [p. 199]
7.5 Como prevenir as doenças do sistema excretor? [p. 200]
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente [p. 201] Ideias-chave [p. 202] Organizo as minhas ideias [p. 203] Actividades [p. 204] Área de projecto [p. 206] Anexos [p. 208] Glossário [p. 210] Atlas de anatomia [p. 214] Bibliografia [p. 224]
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Viver melhor na
Terra
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Saúde
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Saúde
O Q U E V O U D E S C O B R I R ! Como se organiza o teu corpo? O que é a saúde? Será a ausência de doença? Todos temos o mesmo acesso à saúde? Podemos medir o estado de saúde das populações? Todas estas questões têm respostas que podes descobrir neste bloco. Lê-o atentamente e realiza as actividades propostas. Tens muito que descobrir.
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Saúde individual e comunitária
1.1 1.2 1.3 1.4
Como está organizado o corpo humano? [p. 12] O que é a saúde? [p. 14] O que é a saúde pública? [p. 16] Como se mede o estado de saúde de uma população? [p. 18] 1.5 Como promover a saúde? [p. 24]
Área de
PROJECTO
A saúde na minha escola • Avalia o «estado de saúde» da tua escola. • Divulga os dados, elabora uma campanha e promove a saúde. Influencia os comportamentos de colegas, professores, funcionários e encarregados de educação. • Consulta a proposta de projecto nas páginas 32 e 33.
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Saúde individual e comunitária Aproximadamente 1 nm
Aproximadamente 0,1 nm
Célula
Átomo Água
Proteína
Aproximadamente 3 a 20 nm
5000 a 200 000 nm
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas. A — A menor partícula de um elemento que mantém as suas propriedades químicas é… a) … o átomo. b) … a célula. c) … o electrão. d) … o núcleo. B — As moléculas são associações de… a) … electrões. b) … células. c) … átomos. d) … protões.
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C — Todos os seres vivos são compostos por… a) … tecidos. b) … órgãos. c) … células. d) Todas as opções anteriores. D — O metabolismo celular é o conjunto de reacções químicas que ocorrem… a) … num organismo. b) … numa célula. c) … durante a respiração. d) … durante o exercício físico.
E — Para realizar as suas funções, as células do corpo humano necessitam de… a) … luz. b) … nutrientes. c) … ar. d) … dióxido de carbono. F — O Homem é um animal e pertence à classe dos… a) … répteis. b) … mamíferos. c) … humanos. d) … sexuados.
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Tecido
Aproximadamente 1,75 m
Aproximadamente 1 cm
Órgão
Sistema de órgãos
Organismo
Aproximadamente 30 cm
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente as imagens destas páginas e responde às questões que se seguem. 1.1 Qual é a imagem que representa a estrutura mais simples? 1.2 Qual é a imagem que representa a estrutura mais pequena e que podes considerar viva? Justifica a tua resposta. 1.3 Considerando as dimensões indicadas para cada estrutura representada nas imagens, calcula quantas vezes é uma célula de 5000 nm maior do que um átomo. 1.4 Sabendo que 1 nm (nanómetro) corresponde a 1 x 10(-6) mm, calcula as dimensões, em milímetros, de uma célula de 5000 nm e de uma de 200 000 nm. 1.5 Com base na análise das figuras, define: a) tecido; b) órgão; c) sistema. 1.6 Apresenta três exemplos de órgãos do corpo humano. 1.6.1 Os órgãos que referiste estão ligados entre si ou estão isolados? Justifica a tua resposta.
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1.1 T
Sistema de órgãosT Conjunto de órgãos interligados cujo funcionamento contribui para um objectivo comum.
Como está organizado o corpo humano? Apesar da aparente simplicidade exterior do corpo humano (cabeça, tronco e membros), existe uma complexidade escondida, que vais agora descobrir e aprender a cuidar. O corpo humano está organizado em vários sistemas de órgãosT, que permitem realizar muitas e diferentes tarefas indispensáveis à sua sobrevivência. • Sistema tegumentar (1) — protege o corpo das agressões, da desidratação e dos agentes patogénicos, controla a temperatura, elimina excreções e recebe estímulos do exterior. • Sistema locomotor (2A) — constituído por músculos, articulações e um suporte esquelético, confere protecção e mobilidade ao corpo. • Sistemas endócrino e nervoso — coordenam e regulam o funcionamento do organismo, mantendo-o em equilíbrio. • Sistema cardiovascular — distribui pelo organismo os nutrientes, o oxigénio e outras substâncias, recolhe as substâncias tóxicas produzidas e defende-o de infecções. • Sistema linfático (2B) — regula o conteúdo de líquidos e defende o corpo de agentes infecciosos e lesões. • Sistema respiratório — realiza a troca de gases com o exterior, retirando o oxigénio do ar para o sangue e removendo deste o dióxido de carbono para o exterior. • Sistema digestivo — ingere os alimentos, transformando-os em substâncias mais simples, que podem ser utilizadas pelas células do corpo. • Sistema urinário — elimina o excesso de líquidos e de substâncias tóxicas, promovendo o equilíbrio do organismo. • Sistema reprodutor — permite a formação de novos indivíduos a partir da formação e da união de células sexuais masculinas e femininas. Podes explorar todos estes sistemas no atlas anatómico que se encontra no fim deste manual. [A]
1
12
SISTEMA TEGUMENTAR. Permite isolar o organismo do meio exterior.
2
[B]
SISTEMA LOCOMOTOR E SISTEMA LINFÁTICO. O sistema locomotor suporta, protege e permite a deslocação do corpo [A]. O sistema linfático protege o organismo de agressões externas [B].
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Os sistemas são compostos por órgãosT, que se associam para desempenhar uma função (3). Por exemplo, no sistema cardiovascular, o coração associa-se às veias e às artérias que permitem a distribuição de gases e nutrientes às células e a recolha de produtos para excretar. Os órgãos são constituídos por dois ou mais tipos de tecidosT e, geralmente, têm forma reconhecível (3A a D) . Cada tecido é formado por células muito semelhantes entre si e que desempenham a mesma função.
Saúde individual e comunitária
T
ÓrgãoT Estrutura constituída por dois ou mais tecidos, que realiza uma função específica dentro de um determinado sistema. TecidoT Grupos de células semelhantes que desempenham a mesma função. CélulaT Unidade básica da vida.
[A] [C]
Tecido epitelial de revestimento (pericárdio)
Tecido muscular (miocárdio)
[B]
[D]
Tecido conjuntivo
3
Tecido adiposo
O CORAÇÃO É UM ÓRGÃO. Tem a função de bombear o sangue dentro do sistema cardiovascular. É composto por vários tipos de tecidos: tecido de revestimento [A], tecido conjuntivo [B], tecido muscular [C] e tecido adiposo [D].
As célulasT são a unidade básica da vida (4). É nas células que se realiza a respiração, essencial para a produção de energia, se constroem as proteínas necessárias para a construção de novas células e tecidos, se produzem substâncias tóxicas que é necessário eliminar, etc. As células apresentam diferentes formas, consoante o tecido a que pertencem ou a função que desempenham no organismo.
[A] [B]
[D]
[C]
Será que APRENDI? 1. Quais são os níveis de organização do corpo humano?
2. Por que razão em organismos complexos, como o corpo humano, são necessários sistemas? 4
DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS. O organismo humano tem triliões de células de diferentes tipos, como, por exemplo: espermatozóides [A], glóbulos vermelhos [B], células musculares [C] e células nervosas [D].
3. Por que motivo é a célula a unidade básica da vida?
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1.2 O que é a saúde? Analiso… 1. Observa atentamente a figura e responde às questões que se seguem.
SO CIA L
AL NT ME
SAÚDE FÍSICO
1.1 Que figura geométrica está representada na figura? 1.2 Justifica a escolha desta figura geométrica para representar o conceito de saúde. 1.3 Por que razão são iguais os três lados desta figura? 1.4 As setas estão direccionadas em dois sentidos. Porquê? 1.5 Refere um exemplo em que o factor mental intervenha no factor físico. 1.6 Com base nas respostas anteriores, define saúde.
Factores sociais A nossa saúde não é independente do local onde vivemos e das condições nele existentes. A ausência de saneamento básico (sistemas de esgotos), de recolha de resíduos, de água potável canalizada e de condições de higiene e habitabilidade (5) favorece o aparecimento de doenças relacionadas com estes factores, como, por exemplo, a cólera e o tifo. Por outro lado, em centros urbanos desenvolvidos, as condições de vida ou de trabalho podem estar na origem de perturbações de ordem psíquica, conhecidas como stress.
Factores psíquicos 5
14
AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DE VIDA. As condições de habitabilidade das casas, aldeias, vilas e cidades influenciam a saúde dos que lá vivem.
O stress é uma das muitas alterações psíquicas que podem influenciar o normal funcionamento do organismo (6). As pessoas que vivem sob stress têm maior probabilidade de desenvolver certas doenças, como, por exemplo, as doenças cardiovasculares, do que aquelas que levam uma vida «calma».
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Factores físicos A condição física também influencia o estado psíquico e social dos indivíduos. A ausência de bem-estar físico pode dificultar ou impedir o desenvolvimento de funções sociais (7), como trabalhar, estudar, conviver, praticar desporto, etc., provocando, por isso, mal-estar psíquico. No entanto, a má condição física pode ter origem em hábitos pouco saudáveis que são facilmente corrigíveis.
6
ANSIEDADE. As «dores de barriga» antes de um teste são um exemplo da influência do factor mental no factor físico: resultam da ansiedade provocada pela aproximação de uma avaliação.
7
Saúde individual e comunitária
T
SaúdeT Estado de completo bem-estar físico, mental e social.
AUSÊNCIA DE BEM-ESTAR FÍSICO. O excesso de peso, por exemplo, dificulta a prática desportiva e pode levar ao isolamento social e à depressão.
O conceito de saúde depende destes três factores e todos eles têm a mesma importância. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúdeT como o completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade. Esta organização declarou a saúde como um bem essencial a toda a Humanidade e definiu os pré-requisitos essenciais da mesma: • • • • • • • • •
paz; educação; recursos económicos; recursos sustentáveis; igualdade; abrigo; alimentação; ecossistema estável; justiça social.
Será que APRENDI? 1. Justifica a importância de cada um dos pré-requisitos essenciais para a saúde, definidos pela OMS.
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Saúde públicaT Conjunto de acções que têm como objectivo a promoção da saúde de uma população, prevenindo, curando e eliminando as doenças.
O que é a saúde pública? De acordo com o conceito de saúde da OMS, os médicos, enfermeiros e técnicos de saúde não são os únicos especialistas capazes de assegurar a saúde das populações, a prevenção das doenças e a sua cura. Os engenheiros, os arquitectos e os políticos responsáveis pelo ordenamento do território têm um importante papel a desempenhar na promoção da saúde das populações, desenvolvendo infra-estruturas que permitam a existência de condições de habitabilidade para todos (8). Por outro lado, os sociólogos e os psicólogos estudam e prevêem as reacções das populações às alterações das condições sociais e psíquicas que podem influenciar o seu estado de saúde. Os biólogos, os bioquímicos e os farmacêuticos investigam as causas e as curas das doenças. Os economistas intervêm na gestão dos recursos das populações. Devido a esta interdisciplinaridade, considera-se saúde públicaT o conjunto de acções que têm como objectivo a promoção da saúde, a prevenção da doença (9), o seu diagnóstico e tratamento precoces e a sua recuperação.
8
JARDINS. Os espaços verdes nas cidades aumentam a qualidade de vida das populações. São locais onde as pessoas podem fazer desporto, ler, passear, etc.
9
VACINAÇÃO. É fundamental vacinar. A vacinação permitiu eliminar doenças como, por exemplo, a varíola e a poliomielite, causa de morte em crianças até ao século passado.
Alguns dos problemas de saúde pública estão associados ao desenvolvimento da sociedade, da tecnologia e da industrialização. O seu impacto sobre o Ambiente (10) é tal que existe já uma disciplina designada por Saúde Ambiental. 16
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Também o crescimento demográfico e a concentração das populações em centros urbanos aumentam os níveis de stress, responsável por várias doenças dos foros físico e psíquico (11).
10
PROBLEMAS AMBIENTAIS. Certos factores ambientais, como a poluição, têm um forte impacto na saúde. Estima-se que um sexto dos óbitos e das doenças de crianças possam ser causados por factores ambientais.
11
CONSULTA DE ROTINA. É aconselhável ir frequentemente ao médico, mesmo na ausência de doença. Nas consultas de rotina, o médico prescreve exames de acordo com a idade, condições de vida e factores de risco individuais.
Por outro lado, os baixos níveis de escolaridade e a falta de formação e de informação de alguns cidadãos e de algumas sociedades levam à adopção de comportamentos de risco, prejudicando a saúde individual e a saúde comunitária. É, por isso, fundamental, nas escolas, a educação para a saúde, de forma que os jovens sejam saudáveis e, ainda, agentes promotores de saúde (12).
12
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE. Na formação dos jovens, a colaboração entre médicos, técnicos de saúde e professores pode contribuir para uma sociedade promotora de saúde.
Será que APRENDI? 1. Quais são os objectivos da saúde pública? 2. Refere alguns factores que podem afectar a saúde pública. 3. O que entendes por promoção de saúde? 17
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1.4 Como se mede o estado de saúde de uma população? Analiso… 1. O gráfico seguinte apresenta o indicador «esperança de vida à nascença» por regiões do Mundo. Analisa-o e responde às questões. Esperança de vida à nascença (anos) 2000-2005
1965-1970
76 71
70
67
65 59
56
54 49 44
África
Ásia
América Latina Regiões e Caraíbas desenvolvidas
Média mundial
Fonte: Nações Unidas, 2007
1.1 Quais são as regiões do Mundo que têm maior esperança de vida? 1.2 Caracteriza a variação deste indicador entre os períodos de 1965-1970 e 2000-2005. 1.3 Quais são as regiões que têm menor esperança de vida? 1.3.1 Apresenta explicações para este facto.
2. Analisa o gráfico seguinte, que representa a evolução do indicador «esperança de vida à nascença» em Portugal, e responde às questões.
Idade (anos)
Evolução da esperança de vida à nascença em Portugal 86 84 82 80 78 76 74 72 70 68 66 64 62 60
Mulheres 1980
1985
1990 Anos
1995
Homens 2000 Fonte: OCDE, 2006
2.1 Que género (masculino ou feminino) apresenta, em média, maior esperança de vida? 2.2 Descreve a evolução deste indicador em Portugal. 2.3 Que razões poderão explicar a evolução da esperança de vida? 2.4 Qual era a esperança de vida dos homens, em Portugal, em 2003? 2.5 Em que região do gráfico do exercício 1 incluirias Portugal? Justifica a tua resposta.
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A saúde de uma população pode ser medida por alguns indicadores estatísticos. Um desses indicadores é a esperança de vida à nascençaT, que corresponde ao número de anos, em média, que cada pessoa pode esperar viver, calculada no momento em que nasce.
Saúde individual e comunitária
T
Esperança de vida à nascençaT Número de anos que um indivíduo, à nascença, pode esperar viver.
A esperança de vida tem aumentado nos países com desenvolvimento elevado e em Portugal nestas últimas décadas (13). Para tal tem contribuído a evolução das ciências e tecnologias médicas (14), a farmacologia, que desenvolve medicamentos cada vez mais eficazes para combater e prevenir as enfermidades, e o aumento do número de hospitais (15) e de centros de saúde, que prestam melhores e mais rápidos serviços médicos aos cidadãos.
13
ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA. Hoje em dia as pessoas vivem mais tempo. As mulheres têm, em geral, maior esperança de vida do que os homens.
14
TECNOLOGIA. Os progressos tecnológicos permitem detectar doenças precocemente, aumentando assim as possibilidades da sua cura.
Será que APRENDI? 1. Por que razão se considera
15
a esperança de vida à nascença um indicador do estado de saúde de uma população? HOSPITAIS. Os hospitais são estruturas muito caras, existindo em maior número nos países com desenvolvimento elevado. São tecnologicamente bem apetrechados e possuem profissionais qualificados, que estão aptos a intervir em problemas de saúde graves e a resolver situações de emergência.
2. Refere dois factores que possam ter contribuído para o aumento da esperança de vida.
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1.4 Analiso… 1. O gráfico seguinte apresenta a evolução do indicador «taxa de mortalidade infantil» em Portugal. Analisa-o e responde às questões. Evolução da taxa de mortalidade infantil em Portugal
1.1 Indica o valor aproximado da taxa de mortalidade infantil em Portugal em 1960. Taxa de mortalidade infantil (‰)
80
1.2 Indica o valor aproximado da taxa de mortalidade infantil em Portugal em 2005. 1.3 Como evoluiu este indicador em Portugal? 1.4 Que razões podem ter contribuído para a evolução deste indicador?
70 60 50 40 30 20 10 0 1960 1970 1980 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 Anos Fonte: INE — Estatísticas demográficas (2007)
2. O gráfico seguinte refere-se ao indicador «taxa de mortalidade infantil» no Mundo. Analisa-o e responde às questões.
OCEANO OCEANO PACÍFICO OCEANO
PACÍFICO
OCEANO AT L Â N T I C O
0-4 5-9 10-24 25-49 50-74 75-99 + 100
ÍNDICO
0
2000 km
Fonte: CIA — The World Factbook, 2006
2.1 Qual é a zona do Mundo que apresenta, actualmente, a taxa de mortalidade infantil mais elevada? 2.2 Refere dois países onde a taxa de mortalidade infantil é mais baixa. 2.2.1 Procura encontrar explicações para o facto referido em 2.2. 2.3 Relativamente a este indicador, qual é a posição de Portugal em relação ao resto do Mundo?
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A taxa de mortalidade infantilT corresponde ao número de óbitos em crianças até 1 ano de idade, por cada mil crianças que nascem vivas (nados-vivos), ocorridos num período de tempo, geralmente um ano.
Saúde individual e comunitária
T
Taxa de mortalidade infantilT Número de óbitos em crianças até 1 ano de idade por cada mil nados-vivos.
Nas últimas décadas, houve uma diminuição muito significativa deste indicador nos países de desenvolvimento elevado. Nestes países, a mortalidade infantil existente encontra-se associada a causas biológicas e a factores de risco durante a gravidez. A melhoria da assistência médica prestada às grávidas, aos recém-nascidos e às crianças, com consultas de rotina (16), a especialização dos técnicos de saúde materno-infantil, o aumento das taxas de vacinação, bem como o desenvolvimento de novas vacinas e a evolução tecnológica (17), têm contribuído para o decréscimo da mortalidade infantil.
16
CONSULTAS PRÉ-NATAIS. As consultas de rotina durante a gravidez são comprovadamente eficazes na diminuição da mortalidade infantil e têm sido implementadas nas últimas décadas, quer nos países de desenvolvimento elevado, quer nos países de desenvolvimento baixo. Nestes últimos, ainda há muito que fazer para diminuir a taxa de mortalidade infantil.
17
ECOGRAFIA. As ecografias permitem acompanhar o desenvolvimento fetal desde muito cedo, detectando problemas precocemente, o que permite iniciar mais cedo o tratamento.
Nos países de desenvolvimento médio ou baixo, as taxas de mortalidade infantil continuam a ser altíssimas e dependentes de factores socioeconómicos. A maioria das populações não tem acesso às condições mínimas de saúde: a malnutrição, as deficientes condições sanitárias, as baixas taxas de vacinação e, ainda, a escassez de serviços de assistência médica comprometem a vida de crianças em todo o Mundo (18).
Será que APRENDI? 1. O que representa a taxa de mortalidade infantil?
2. Refere dois factores que contribuíram para a diminuição da taxa de mortalidade infantil nos países desenvolvidos.
3. Que medidas poderão ser tomadas 18
CRIANÇA EM SOFRIMENTO. A mortalidade infantil atinge valores preocupantes nas zonas menos desenvolvidas do Mundo.
para diminuir esta taxa nos países de desenvolvimento baixo ?
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1.4 Analiso… 1. Lê atentamente o texto e responde às questões seguintes. a consumo de demasiados alimentos faz com que é que à rior quantidade de energia ingerida seja supe utilizada pelo organismo. Este é um factor que, agra e. vado pelo sedentarismo, contribui para a obesidad s de excesMetade dos adultos portugueses revela problema 2025, deverá so de peso e 15% sofrem de obesidade, que, em afectar metade da população do Mundo. alarmantes. Entre as crianças, os números são igualmente excesso de têm Em Portugal, 32% das crianças dos 7 aos 9 anos lar, 24% das peso e 11% sofrem de obesidade. Na idade pré-esco m de obesidade, de acordo com crianças apresentam excesso de peso e 7% sofre os dados do Ministério da Saúde. é a segunda causa de morte eviEste problema é preocupante, pois a obesidade tável, que pode ser prevenida.
O
tado) http://www.oprimeirodejaneiro.pt, 2007 (adap
1.1 Identifica o problema abordado no texto. 1.2 Indica dois factores que contribuem para o aumento de peso de um indivíduo. 1.3 Qual é a percentagem de portugueses adultos que sofriam de obesidade em 2007? 1.4 Existiam problemas de obesidade nas crianças portuguesas em 2007? 1.4.1 Justifica com frases retiradas do texto. 1.5 Comenta a afirmação seguinte: «Ser gordo não é um problema.»
T
ObesidadeT Doença resultante de um excesso de tecido adiposo provocado pela ingestão de demasiados alimentos.
Será que APRENDI? 1. Que informações se podem inferir a partir da taxa de incidência de obesidade de uma população?
22
A taxa de obesidade também é um indicador do estado de saúde de uma população. A obesidadeT é uma doença causada, geralmente, pela ingestão de quantidades de alimentos que ultrapassam largamente aquelas que o organismo consome, dando origem a um excesso de gordura corporal acumulada (tecido adiposo) que atinge valores que podem afectar a saúde, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e da diabetes. Embora existam factores hereditários que podem predispor para a obesidade, esta doença tem especial incidência nos países de desenvolvimento elevado. Com efeito, nestes países o poder económico e os hábitos de consumo permitem os excessos alimentares que, a par do sedentarismo (pouca actividade física), provocam a obesidade. Em Portugal e na Europa, esta doença está a aumentar, sendo considerada pela OMS a pandemia do século XXI. No dia 19 de Maio comemora-se o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade.
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T
As taxas de doenças infecciosasT são também indicadoras do estado de saúde de uma população. Estas doenças são provocadas por agentes externos, como as bactérias (19A), os vírus (19B), os protozoários e os fungos.
[A]
Saúde individual e comunitária
Doenças infecciosasT Doenças provocadas por vírus, bactérias, protozoários e fungos.
[B]
19
AGENTES INFECCIOSOS. O bacilo de Koch [A] é responsável pela tuberculose, e o vírus da imunodeficiência humana [B] é responsável pela SIDA.
Destas doenças, destacam-se ainda as infecto-contagiosas, que têm a particularidade de se transmitir por contágio. Uma das doenças infecto-contagiosas mais conhecidas é a síndrome gripal, vulgarmente conhecida por gripe.
N.º de casos notificados / 100 000 habitantes
A tuberculose é também uma doença infecto-contagiosa; mata cerca de dois milhões de pessoas por ano, a maior parte das quais em países de desenvolvimento baixo. Esta doença está relacionada com condições de pobreza, falta de higiene, malnutrição e comportamentos de risco que debilitam o sistema imunitário, facilitando a infecção. Cerca de um terço da população mundial (20) encontra-se infectada pela bactéria da tuberculose (o bacilo de Koch), embora exista vacina para prevenir esta infecção. 80 Portugal
União Europeia
70 60 50 40 30 20 10 0 1980
1985
1990
1995
2000
Anos Fonte: OMS (2006)
20
EVOLUÇÃO DA TUBERCULOSE. Em Portugal, o número de casos notificados por 100 000 habitantes tem diminuído, mas ainda está muito longe da média da União Europeia.
Será que APRENDI? Muitas doenças infecciosas, como a SIDA, a hepatite, a malária e a gripe, preocupam as autoridades de saúde mundiais.
1. Comenta a afirmação seguinte:
O modo mais eficaz de combater as doenças infecciosas é a prevenção, nomeadamente através de campanhas de educação e de programas de vacinação (caso existam vacinas).
2. De que forma podemos prevenir as
«As doenças infecciosas não são todas contagiosas.» doenças infecciosas?
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1.5 Como promover a saúde? MEDIDAS PROMOTORAS DE SAÚDE
Praticar desporto é essencial para a saúde. Sabe-se que uma actividade física regular diminui o risco de doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, a obesidade, a diabetes, etc. Existem ainda benefícios psicológicos importantes, como a diminuição do stress, da ansiedade e dos estados depressivos. A prática de desporto aumenta a confiança e a auto-estima e melhora o desempenho escolar.
Uma alimentação equilibrada desde a mais tenra idade é fundamental para assegurar o correcto funcionamento do organismo. Uma dieta saudável inclui alimentos variados em quantidades equilibradas. É fundamental a ingestão de vegetais e de fruta e o controlo das gorduras, do sal e do açúcar. Uma alimentação desequilibrada está na origem de várias doenças.
A higiene e a vacinação são a melhor forma de prevenir várias doenças, incluindo as infecciosas. Por isso, devemos ter uma higiene corporal adequada, cumprir os planos nacionais de vacinação e seguir as instruções do médico relativamente a vacinas que podem não fazer parte do plano actual, mas que são úteis em determinados casos — por exemplo, a vacina contra a gripe para determinados grupos de risco, como os mais idosos.
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Saúde individual e comunitária
MEDIDAS PROMOTORAS DE SAÚDE
É fundamental prevenir os efeitos nocivos da exposição solar e protegermo-nos da radiação ultravioleta. Para isso, devemos evitar a exposição ao sol nas horas em que a radiação é mais intensa (durante o Verão, entre as 11 horas e as 16 horas) e usar óculos escuros com protecção ultravioleta, protectores solares de acordo com o nosso tipo de pele, vestuário adequado e chapéu.
Assegurar boas condições de estudo e de trabalho: • locais bem ventilados; • luz natural ou boa iluminação (evitar reflexos no monitor do computador); • mobiliário adequado à função e ao tipo de utilizador; • locais calmos e sem ruído.
A promoção da saúde individual e colectiva permite reduzir os riscos de doenças crónicas e infecciosas. Favorece a implementação do bem-estar físico, psíquico e social de cada indivíduo e de toda uma população.
Planear e ordenar o território, principalmente as zonas habitacionais, permitindo assegurar boas condições de vida: • habitações com condições; • recolha e tratamento de resíduos; • rede de saneamento básico; • espaços verdes; • parques infantis; • rede de transportes; • etc.
Na adolescência, o organismo precisa de descansar o tempo necessário, dormindo entre 8 e 10 horas diárias. Em Portugal, existem estatísticas que indicam que a população, em geral, e os jovens, em particular, dormem pouco. Este hábito tem influência negativa na memória, no raciocínio, no aproveitamento escolar, na produtividade e no comportamento.
Será que APRENDI? 1. O que entendes por medidas promotoras de saúde?
2. Enumera algumas alterações que poderias propor na área da tua residência para melhorar a qualidade de vida.
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1.5 COMPORTAMENTOS DE RISCO A EVITAR
Não se deve consumir álcool até aos 18 anos. Na idade adulta, este apenas deve ser ingerido em quantidades moderadas — se não estiver grávida ou a amamentar, se não for conduzir ou manipular máquinas e se não estiver doente ou a tomar medicamentos. O alcoolismo é um problema grave de saúde pública. É responsável por uma parte significativa dos acidentes de viação, da violência doméstica e de doenças do sistema digestivo. Em Portugal, o consumo de álcool é muito elevado e tem aumentado entre os jovens, nomeadamente aos fins-de-semana. Além de criar dependência, esta substância tóxica não é eliminada eficazmente pelo organismo. Adquirir hábitos de vida saudáveis
O tabagismo é a primeira causa de morte evitável. O consumo de tabaco transforma-se rapidamente em dependência, física e psíquica. O fumo do tabaco reduz as defesas do organismo, que fica sujeito a várias doenças, nomeadamente do foro respiratório, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e de cancro, em particular do pulmão. Os fumadores passivos (pessoas que estão frequentemente em zonas com elevado teor de fumo de tabaco) correm o risco de contrair as doenças dos fumadores.
Evitar comportamentos de risco
I
I
Promoção da saúde I
Ordenamento do território
O consumo de drogas é também uma preocupação das sociedades actuais, uma vez que as drogas debilitam física e psicologicamente os indivíduos que as consomem, mas também porque originam graves problemas sociais, como a destruição de famílias e o aumento da criminalidade. O consumo de drogas injectáveis é ainda causa de transmissão de algumas doenças, como a SIDA, a hepatite B e a hepatite C.
Será que APRENDI? 1. Imagina que és responsável por uma campanha para jovens para prevenção de comportamentos de risco. Elabora um slogan para: a) consumo de álcool; b) consumo de tabaco; c) consumo de drogas; d) sedentarismo.
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O sedentarismo, ou seja, a falta de exercício físico regular (caminhar, andar de bicicleta, praticar desportos individuais ou colectivos, etc.), está na origem de doenças dos foros físico e psíquico, como as doenças cardiovasculares, a obesidade, as posturas incorrectas e a depressão. Portugal é o país da União Europeia com os níveis de sedentarismo mais elevados.
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Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente 1. Antes de leres o texto, responde às questões seguintes com «sim» ou «não». 1.1 A televisão pode influenciar a saúde? 1.2 O visionamento de programas violentos na televisão pelos jovens pode torná-los mais violentos? 1.3 As pessoas, ao verem muitas cenas de violência na televisão, podem tornar-se insensíveis?
2. Lê com atenção o texto que se segue. estudos de comunicação em saúde sugerem que a vulgarização das cenas de violência gera crianças menos sensíveis à dor e ao sofrimento as rodeia e dos outros. Gera crianças com medo do mundo que do contacmais propensas a agredir outras crianças. O aumento tardiamais reaja ça to com cenas violentas faz com que a crian entre luta mente a pedir ajuda ou a intervir para apaziguar uma os seus comoutras crianças. Torna-a mais propensa a agredir ssores, a panheiros, a discutir e a desobedecer aos pais e aos profe o um lugar perigoso e povoado por pessoas com do Mun o deixar tarefas incompletas e a interpretar is trabalhos de Gerbner demonstraram a surmás. Para complementar estes dados, os ainda actua violentos por hora de emissão em amostras de preendente incidência estatística de mais de vinte actos dez canais televisivos. ão em saúde, Rowell Huesmann, verificou Um outro investigador destes fenómenos de comunicaç ças, de séries televisivas como os Anjos de Charlie que as mulheres que se tornaram fãs, enquanto crian o para assumir comportamentos agressivos e até ou a Supermulher adquiriram uma maior propensã cionalmente com estas «heroínas». violentos do que as jovens que não se envolveram emo is de televisão e os seus investidores continuam Apesar de toda a evidência, os operadores dos cana cenas de violência e o comportamento agressivo a tentar negar a relação entre o televisionamento de muitos investigadores, que afirmam que há uma das crianças. Nesta negação, são contrariados por relação inequívoca entre os dois fenómenos!
M
ÚLTIPLOS
Medicina & Saúde, 2007 (adaptado)
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Assinala aquelas em que mudaste de opinião. 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Que programas de televisão vês? 3.2.1 Consideras que esses programas são violentos? Justifica a tua resposta.
SOU UM CIDADÃO RESPONSÁVEL 1. Faz uma pequena lista com os programas que vês na televisão. 2. Debate na sala de aula a violência na televisão. 3. Na tua escola, promove uma campanha de sensibilização contra a violência escolar. 27
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... Ideias-chave P Para poder realizar as diferentes tarefas indispensáveis à sua sobrevivência, o corpo humano está organizado em:
• sistemas de órgãos — conjuntos de órgãos interligados cujo funcionamento contribui para um objectivo comum; • órgãos — estruturas constituídas por dois ou mais tecidos que realizam uma função específica dentro de um determinado sistema; • tecidos — grupos de células semelhantes que desempenham a mesma função; • células — unidades básicas da vida.
P Segundo a Organização Mundial de Saúde, o conceito de saúde traduz-se no estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas na ausência de doença ou enfermidade.
P Entende-se por saúde pública o conjunto de acções que têm como objectivo a promoção da saúde de uma população, prevenindo, curando e eliminando as doenças.
P Para avaliar o estado de saúde de uma população, utilizam-se vários indicadores, como: • a esperança de vida à nascença — número de anos que um indivíduo pode esperar viver no momento em que nasce; • a taxa de mortalidade infantil — número de óbitos em crianças, até 1 ano de idade, por cada mil nados-vivos, durante um determinado período de tempo; • a taxa de incidência de obesidade — percentagem de indivíduos obesos (com doença resultante de um excesso de tecido adiposo); • a taxa de incidência de doenças infecciosas — percentagem de indivíduos com doenças provocadas por vírus, bactérias, protozoários e fungos, e o total de indivíduos dessa mesma população.
P Medidas de promoção da saúde: • • • • • • • •
praticar exercício físico; ter uma alimentação equilibrada; ter hábitos de higiene; cumprir os planos de vacinação; prevenir os efeitos nocivos da exposição solar; assegurar boas condições de estudo e de trabalho; assegurar boas condições de vida; descansar o tempo necessário, consoante a idade e as actividades praticadas.
P São comportamentos de risco as atitudes que põem em risco a saúde: • • • •
consumo de álcool; tabagismo; consumo de drogas; sedentarismo.
... DESCOBRE POR TI MESMO • MORGAN, Spurlock — Super Size Me: 30 Dias de Fast Food, New Age Entertainment, 2004. • A Gripe das Aves — Corrida contra o Tempo, National Geographic Society, 2006. • NAIK, Anita — Colecção Geração Fixe, «Em forma», Edições Gradiva, 2006. • GALLAVOTTI, Barbara — Colecção Bravo, «O Corpo Humano. Segredos da Nossa Vida», vol. 13, Lisboa, Editorial Caminho, 2006.
28
• http://www.saudepublica.web.pt — Portal da saúde pública. • http://www.portaldasaude.pt — Informações sobre a saúde em Portugal. • http://ec.europa.eu/health-eu/index_pt.htm — Portal de saúde pública da União Europeia.
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... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática.
Corpo humano
organizado em
I
I
Tenta completá-lo substituindo as letras das caixas vazias pelos termos que o tornam lógico. A compostos por I
Órgãos
refere-se ao
compostos por I
I
B Individual
compostos por I
Células
I I
Bem-estar
Físico C
I
I
depende do
D
I
pode ser
I
como
I
Conjunto de medidas
Vacinação Ordenamento do território
I
I
que promovem
Educação para a saúde
assegurada por
I
Pública F
I
avaliada por
Taxa de mortalidade infantil
como I
E
I
I
I
SAÚDE
G Taxa de incidência de doenças infecciosas
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Actividades 1. Completa o crucigrama a partir das definições seguintes. Horizontais 1. Actividade que aumenta os níveis de bem-estar. 2. Diz-se da doença provocada por um fungo, uma bactéria ou um vírus.
7 1 8
2
3. Método de evitar ou minimizar os efeitos de doenças infecciosas. 4. A primeira causa de morte com prevenção possível. 5. Conjunto de células semelhantes que têm a mesma função.
3 9
10
4
6. Estrutura com dois ou mais tecidos que desempenham uma ou mais funções comuns.
5
Verticais
6
7. Doença que consiste na acumulação de gordura e que faz perigar a saúde. 8. Medem o estado de saúde de uma população. 9. Quando ingerido em excesso, provoca vários problemas, incluindo a violência. 10. Conjunto de órgãos que contribuem para um objectivo comum.
2. Sabendo que os seres vivos podem ter vários níveis de organização, responde às questões. 2.1 Qual é o nível básico de organização de um ser vivo? 2.2 Refere a condição necessária para que um ser vivo possua órgãos. 2.3 Comenta a seguinte frase: «O homem tem um nível de organização complexo.» 2.4 Apresenta um exemplo de um sistema e identifica a(s) sua(s) função(ões).
3. Lê atentamente o texto e responde às questões seguintes.
A
temática «Ambiente e Saúde» tem vindo a ganhar importância: os cidadãos estão cada vez mais sensibilizados — os resultados de um inquérito Eurobarómetro de 2002 revelaram que cerca de 89% dos cidadãos europeus se preocupam com o impacto que o ambiente tem na sua saúde. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito «Ambiente e Saúde» abrange tanto «os efeitos patológicos induzidos directamente pelas substâncias químicas, radiações e alguns agentes biológicos, como os efeitos (frequentemente indirectos) na saúde e no bem-estar». Para esta organização, o Ambiente deve ser entendido em sentido lato — «físico, psicológico, social e estético, englobando a habitação, o desenvolvimento urbano, o uso dos solos e os transportes». Plano Nacional de Ambiente e Saúde, 2007 (adaptado)
3.1 Que influência pode ter o Ambiente na saúde? 3.2 Os cidadãos interessam-se pela relação entre a saúde e o Ambiente? Justifica a tua resposta. 3.3 Comenta a afirmação seguinte: «Se o Ambiente não der origem directamente a doenças, não se pode dizer que tenha influência na saúde.» 3.4 Apresenta o conceito de Ambiente, segundo a OMS. 30
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4. Sabendo que há indicadores estatísticos que medem o estado de saúde de uma população, responde às questões. 4.1 Explica a relação do indicador «percentagem de obesos» com o desenvolvimento de um país. Justifica a tua resposta. 4.1.1 Se fosses responsável pelo sector da saúde no teu país, que medidas tomarias para melhorar os valores desse indicador? 4.2 Explica por que razão é a «esperança de vida à nascença» um bom indicador do estado de saúde de uma população.
5. Observa o gráfico seguinte, que representa o número de mortes por acidentes de trabalho por 100 000 habitantes. Acidentes de trabalho 8 6 4
Noruega
Suécia
Reino Unido
Dinamarca
Finlândia
Holanda
Alemanha
Bélgica
Itália
Grécia
França
Luxemburgo
Irlanda
Áustria
Espanha
Portugal
0
UE
2 Europa
Acidentes de trabalho mortais / 100 000 habitantes
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Fonte: EUROSTAT (2007)
5.1 Podem os acidentes de trabalho ser considerados um indicador de saúde? Justifica a tua resposta. 5.2 Comparando os valores deste indicador em Portugal e nos restantes países da Europa, o que podes concluir? 5.3 Representam os acidentes de trabalho um problema de saúde pública? 5.4 Sugere algumas medidas que possam diminuir o número de acidentes de trabalho mortais em Portugal.
6. As imagens seguintes apresentam diversos estilos de vida. Responde às questões que se seguem. [A]
[B]
[C]
[D]
6.1 Redige uma legenda para cada imagem. 6.2 Selecciona as imagens que mostram opções de vida que promovem a saúde. 6.3 Identifica, para cada situação, a vantagem ou a desvantagem das opções de vida que representam. 6.4 Além das situações indicadas, refere outras que correspondam a situações de promoção da saúde. 31
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Área de
PROJECTO
A saúde na minha escola Objectivos • Identificar hábitos de vida saudável. • Identificar comportamentos de risco. • Identificar situações que ponham em risco a saúde individual e comunitária na escola. • Informar os colegas, pais, professores e funcionários da escola sobre as conclusões do trabalho. • Melhorar a informação e formação de todos os agentes educativos na escola.
1.a FASE F O R M A Ç Ã O D E G R U P O S DE TRABALHO E DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO • Com a ajuda do professor, decidam quais são os critérios de avaliação do vosso desempenho.
2.a FASE P L A N I F I C A Ç Ã O D O T R A B A L H O / P E S Q U I S A • Para realizarem este trabalho, deverão ter em conta os objectivos propostos e elaborar uma lista das atitudes promotoras de saúde e dos comportamentos de risco que querem avaliar (ver exemplo da tabela ao lado). • Deverão também fazer uma lista dos equipamentos da escola e do meio envolvente que possam interferir na saúde dos elementos da comunidade escolar, referindo ainda o seu funcionamento (ver exemplo da tabela ao lado).
ATITUDES PROMOTORAS DE SAÚDE
COMPORTAMENTOS DE RISCO
Refeições equilibradas
Consumo de tabaco
Prática de desporto
Consumo de drogas
Hábitos de higiene
Consumo de álcool
Vacinas actualizadas
Consumo excessivo de doces
Número de horas de sono diárias
Sedentarismo
EQUIPAMENTOS ESCOLARES
MEIO ENVOLVENTE
Pavilhão desportivo
Acessibilidades (ciclovias, passeios, paragens de autocarros, etc.)
Balneários
Zonas verdes
Refeitório
Proximidade do centro de saúde
Casas de banho
Equipamentos desportivos
Gabinete médico
Tabacarias
Gabinete de apoio ao aluno
Cafés
Serviço de Psicologia Sala de convívio
• Poderão realizar a vossa avaliação recorrendo à observação ou aplicando inquéritos. Se optarem pelos inquéritos, definam respostas de escolha múltipla e evitem as questões abertas, para facilitar o tratamento das respostas. 32
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Saúde individual e comunitária
• Solicitem ajuda ao professor de Matemática para saber quantos inquéritos devem realizar, tendo em conta os aspectos do tratamento de dados. • Deverão procurar outros indicadores do estado de saúde. Poderão encontrar informações no Instituto Nacional de Estatística (http://www.ine.pt), EUROSTAT (http://epp.eurostat.ec.europa.eu) e Organização Mundial de Saúde (http://www.who.org). Podem ainda pesquisar nos sites aconselhados no final da unidade. • Planifiquem as fases seguintes: — COMO FAZER: decidam como realizar cada uma das fases: pesquisa, execução e apresentação. — ONDE FAZER: decidam onde fazer cada fase do trabalho. — QUEM FAZ: distribuam as tarefas, de modo que todos os elementos do grupo participem em todas as fases. — QUANDO FAZER: estabeleçam prazos para as diversas fases.
TEMA:
OBJECTIVOS: Como
Onde
Quem Quando
Pesquisa Execução Apresentação
3.a FASE E X E C U Ç Ã O • Façam os inquéritos ou as observações. • Dividam as várias perguntas pelos diferentes grupos da turma e procedam ao tratamento dos dados. A estatística poderá ser sugerida pelo professor de Matemática. • Construam os gráficos correspondentes a cada questão. • Um ou mais grupos poderão preparar a apresentação (sob a forma de um jornal, um cartaz ou através da projecção de slides, utilizando diferentes softwares) para transmitir os resultados à comunidade escolar. • Outros grupos poderão fazer a campanha de sensibilização da escola, de acordo com os resultados obtidos no suporte escolhido.
4.a FASE A P R E S E N T A Ç Ã O D O T R A B A L H O • Exponham o vosso trabalho na escola e também na página da Internet. As medidas para promover a saúde são úteis para todos. • Contactem as outras turmas da escola, professores, funcionários e encarregados de educação e convidem-nos a assistir às vossas apresentações.
5.a FASE A V A L I A Ç Ã O
AVALIAÇÃO DO PROJECTO Alunos a) Auto-avaliação g) Avaliação do grupo Pesquisa Execução Apresentação Final
A a)
B g)
a)
C g)
a)
D g)
a)
g)
• Procedam à vossa auto-avaliação e à avaliação dos restantes membros do grupo. 33
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B L O C O
2
Transmissão de vida
O Q U E V O U D E S C O B R I R ! O aparecimento de uma nova vida é sempre um acontecimento em que a Natureza nos surpreende. Compreender como se origina uma nova vida, como são transmitidas as características de pais para filhos, que diferenças e semelhanças existem entre os órgãos sexuais masculinos e femininos e aprender a evitar problemas de saúde para os pais e para as crianças é o que vais descobrir neste bloco.
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2 2 u n i d a d e
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Reprodução humana
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 2.10 2.11 2.12 2.13
O que é a sexualidade? [p. 38] O que é a adolescência? [p. 40] O que é a puberdade? [p. 42] Como funciona o sistema reprodutor masculino? [p. 44] Como funciona o sistema reprodutor feminino? [p. 46] Como funciona o ciclo sexual feminino? [p. 48] Como se dá a fecundação? [p. 50] O que acontece após a fecundação? [p. 51] O que acontece durante a gestação? [p. 52] O que acontece durante o parto? [p. 54] Qual é a importância da amamentação? [p. 55] Como planear uma família? [p. 56] O que são as infecções sexualmente transmissíveis? [p. 62] 2.14 Como prevenir as IST? [p. 64]
3 3 u n i d a d e
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Hereditariedade
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6
O que é a hereditariedade? [p. 74] Onde se encontra a informação genética? [p. 76] Como se transmite a informação genética? [p. 78] Como é determinado o sexo? [p. 82] O que são caracteres ligados ao sexo? [p. 83] Qual é o impacto da manipulação genética? [p. 84]
Área de
PROJECTO
Dia Mundial da Luta Contra a SIDA • Realiza uma pesquisa sobre a SIDA, o estado actual da doença em Portugal e no Mundo e as medidas de prevenção. • Promove várias actividades para divulgar o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA na tua escola. • Consulta a proposta de projecto nas páginas 92 e 93.
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Reprodução humana
[A]
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas.
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A — Os seres que se reproduzem são… a) … os animais. b) … os animais e as plantas. c) … todos os seres vivos. d) … todos os seres vivos, excepto os seres unicelulares.
C — Os indivíduos que frequentam o 9.˚ ano de escolaridade são, geralmente, … a) … crianças. b) … adolescentes. c) … pré-adolescentes. d) … adultos muito jovens.
B — O Homem é um animal vivíparo, porque o embrião se desenvolve... a) … no útero, sendo dependente da mãe. b) … no útero, não sendo dependente da mãe. c) … independentemente da mãe. d) … nos ovários, sendo dependente da mãe.
D — Os assuntos relacionados com relações sexuais devem ser abordados… a) … nas disciplinas de Ciências Naturais e Formação Cívica. b) … apenas em Formação Cívica. c) … em qualquer disciplina. d) … apenas com os encarregados de educação.
E — As relações sexuais podem dar origem a… a) … filhos. b) … infecções. c) … prazer. d) … filhos, infecções e prazer. F — Os contactos sexuais são proibidos… a) … entre pessoas do mesmo sexo. b) … entre pessoas de sexos diferentes. c) … entre adolescentes. d) Nenhuma das opções anteriores.
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[B]
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente as imagens A e B e responde às questões que se seguem. 1.1 Redige uma legenda para cada uma das imagens. 1.2 Que tipos de relações interpessoais se estabelecem entre as pessoas da imagem A? 1.3 Que tipos de relações se poderão estabelecer entre as pessoas da imagem B? 1.4 Imagina e escreve uma pequena história sobre a relação entre as duas pessoas da imagem A. 1.5 Elabora agora uma história para as pessoas da imagem B.
2. Diz o que entendes por: a) sexualidade; b) sexo; c) relação sexual; d) cópula.
3. O que mudou em ti, da infância para a adolescência?
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2.1 T
Caracteres sexuais primáriosT Órgãos reprodutores presentes no ser humano desde o desenvolvimento embrionário e que permitem distinguir ambos os sexos. SexualidadeT Energia que encontra a sua expressão física, psicológica e social no desejo de contacto, ternura e amor.
O que é a sexualidade? Desde cedo que se atribui a cada pessoa o sexo masculino ou feminino, tendo em conta as características que o corpo apresenta. Os rapazes e as raparigas apresentam órgãos sexuais externos diferentes: os rapazes, um pénis e escroto; as raparigas, uma vulva. Estes órgãos fazem parte dos sistemas reprodutores e são alguns dos órgãos que constituem os caracteres sexuais primáriosT. Os caracteres sexuais primários são as únicas características sexuais presentes durante a infância e permitem distinguir as meninas dos meninos (1).
1
MENINO OU MENINA? Apenas os caracteres sexuais primários permitem distinguir os dois sexos durante a infância.
Os sistemas reprodutores masculino e feminino, muito semelhantes aos dos restantes mamíferos, têm como objectivo assegurar a reprodução. No entanto, ao contrário dos restantes animais, os seres humanos desenvolveram a sexualidade, sem implicar, necessariamente, a reprodução, relacionando-se entre si de uma forma afectiva. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a sexualidadeT pode ser definida como uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade, que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados (2). A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, actua também sobre a saúde física e mental.
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SEXUALIDADE. A sexualidade manifesta-se pelo desejo de contacto, de ternura e amor.
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Reprodução humana
A sexualidade é individual e envolve vários aspectos da vida, do desenvolvimento físico (3) e do desenvolvimento psicológico, influenciando a personalidade, as atitudes e as relações com os outros (4).
3
DESENVOLVIMENTO FÍSICO. A componente física da sexualidade traduz-se nas diferenças físicas entre homens e mulheres.
4
RELAÇÕES AFECTIVAS. De acordo com a nossa sexualidade, organizamos a nossa vida e escolhemos os nossos companheiros ou companheiras para nos relacionarmos afectivamente e para nos reproduzirmos.
O desenvolvimento da sexualidade é condicionado pela cultura, pela religião e por tradições do meio social onde crescemos. A família, a religião, os amigos, a comunicação social, etc., influenciam os comportamentos e as atitudes relacionadas com a sexualidade (5).
[A]
[B]
Será que APRENDI? 1. Comenta a frase seguinte: «Sexualidade não é o mesmo que reprodução.»
2. Compara as imagens 5A e 5B 5
AS INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS. As manifestações e o desenvolvimento da sexualidade dependem da sociedade em que vivemos. A sexualidade manifesta-se de forma diferente de indivíduo para indivíduo, estando também dependente da cultura.
e explica de que forma diferentes culturas podem encarar a sexualidade.
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2.2 T
AdolescênciaT Etapa do desenvolvimento que ocorre desde o momento em que as alterações biológicas, psicológicas e sociais, com vista à reprodução, iniciam o seu desenvolvimento até à idade adulta.
O que é a adolescência? Para cada um de nós, durante a infância, os pais e/ou os professores eram os modelos a seguir. Depois, o corpo muda e os sentimentos individuais e relativos aos outros também. O corpo cresce e modifica-se, altera-se a maneira de pensar, vivem-se todas as situações com muita intensidade, surgem dúvidas e questões e vontade de discutir ideias, descobrem-se novos sentimentos e, também, a sexualidade. Estas alterações biológicas, psicológicas e sociais constituem uma fase do desenvolvimento humano — a adolescênciaT (6).
Na adolescência, existem transformações físicas, mas também psicológicas e sociais. São frequentes os sentimentos de revolta, de angústia e de euforia, mas também o desenvolvimento de novos relacionamentos, novos interesses e ideais.
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ADOLESCENTES. Os jovens adolescentes revelam, em simultâneo com as modificações corporais, grandes alterações no comportamento.
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A adolescência situa-se entre a infância e o estado adulto. Nesta fase de transição, o corpo está a preparar-se para atingir a maturação sexual, que permite a reprodução (7). A sexualidade, que assume um papel fundamental na adolescência, continua a ser muito importante ao longo da vida; faz parte da personalidade individual, auxiliando o seu desenvolvimento.
Reprodução humana
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Idade adultaT Altura em que o crescimento parou, o sistema reprodutor já completou a sua maturação e um sistema de valores e crenças se enquadra numa identidade estabelecida.
A idade adultaT é atingida quando todas as transformações terminam.
Bebé Feto
Adolescência Idade adulta
Embrião Fecundação
Divisões celulares do zigoto
Infância
Primeira infância
[...] Afinal, continuas a crescer e, como tudo na vida, a adolescência também passa, é uma fase. Uma fase entre ser criança e ser adulto, onde por vezes parece que vos tratam como crianças mas exigem de vós comportamentos de adulto... vais ver que passa... conversa sobre ela, é fácil e ajuda... crescer também tem destas coisas! http://www.juventude.gov.pt (adaptado)
7
DESENVOLVIMENTO HUMANO. Os seres humanos passam por várias etapas de desenvolvimento até atingirem a idade adulta.
Será que APRENDI? 1. Observa com atenção as fotografias da imagem 6, que representam vários adolescentes em diferentes situações, e responde às questões. 1.1 Cria uma história para cada uma das fotografias. 1.2 Qual destas situações consideras a mais feliz? Justifica a tua resposta. 1.3 De que forma as situações representadas podem contribuir para a formação da personalidade?
2. Como distingues um adulto de um adolescente? 41
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2.3 O que é a puberdade? Analiso… 1. Os gráficos que se seguem representam o desenvolvimento do corpo humano durante a puberdade. Analisa-os e responde às questões. Raparigas (anos) 10
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18 Desenvolvimento inicial dos seios Crescimento dos pêlos púbicos Pico de crescimento Alteração das formas do corpo Crescimento dos pêlos axilares
1.ª menstruação
Seios com dimensões adultas 9
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19 anos
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19 anos
Rapazes (anos) 10
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18 Crescimento do escroto e dos testículos Pico de crescimento Aumento do pénis Crescimento dos pêlos púbicos Crescimento dos pêlos axilares Alteração do timbre da voz Crescimento dos pêlos faciais 9
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Idade média
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Intervalo de tempo
1.1 Identifica o primeiro sintoma da puberdade nas raparigas e nos rapazes. 1.2 Refere os dados dos gráficos que confirmam as seguintes afirmações: a) «A puberdade não começa sempre na mesma idade, para as raparigas.» b) «A puberdade começa mais tardiamente nos rapazes do que nas raparigas.» c) «A maioria dos sintomas da puberdade ocorre simultaneamente, e não isoladamente.» 1.3 Comenta a seguinte frase: «O início da puberdade coincide com o aparecimento da primeira menstruação.» 1.4 Qual é a idade média em que surge a barba? 1.5 Quais são os sintomas da puberdade que observas facilmente nos teus colegas?
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A puberdadeT é um período de maturação biológica, consequência de alterações hormonais que provocam um conjunto de transformações físicas e psicológicas que acontecem na vida de todos os rapazes e raparigas, preparando-os para a reprodução, e que marcam o início da adolescência. As características físicas que se desenvolvem ou surgem durante a puberdade chamam-se caracteres sexuais secundáriosT. Estes devem-se à produção de hormonas sexuais que então se inicia e preparam o corpo para a reprodução, a produção de células sexuais, a actividade sexual, a gravidez e a amamentação. O momento em que se iniciam estas mudanças e a velocidade a que decorrem varia de pessoa para pessoa (8).
T
PuberdadeT Período em que ocorrem as alterações biológicas que preparam o corpo para a reprodução. Corresponde ao início da adolescência. Caracteres sexuais secundáriosT Cada uma das características físicas que se desenvolvem ou surgem na puberdade.
9
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Reprodução humana
JOVENS DA MESMA IDADE. Todos estes jovens têm 13 anos, mas os seus corpos apresentam diferentes desenvolvimentos.
ACNE JUVENIL. É uma inflamação da pele, comum durante a puberdade, na face e no tórax. Quando a limpeza diária da pele não é suficiente para evitar esta inflamação, deve procurar-se ajuda médica para uma medicação apropriada.
Nas raparigas, a puberdade inicia-se geralmente com um aumento na altura e no peso; mais tarde, desenvolvem-se os seios e aparecem pêlos na zona púbica e, posteriormente, nas axilas. As ancas alargam e tornam-se mais arredondadas. A pele fica mais oleosa e pode surgir a acne (9). A primeira menstruação, a menarca, indica o início do funcionamento dos órgãos reprodutores. A puberdade feminina termina quando o crescimento pára e os ciclos menstruais se tornam regulares. Nos rapazes, a puberdade inicia-se geralmente com um crescimento dos testículos, seguido do aparecimento dos pêlos púbicos e, posteriormente, do crescimento do pénis e aumento da estatura e da massa muscular. Os pêlos púbicos e axilares crescem e o timbre de voz começa a ficar mais grave. A pele torna-se mais oleosa, surgem a acne e os primeiros sinais de barba. Por vezes, durante a noite, há emissões espontâneas de esperma — poluções nocturnas. Estas emissões são normais, indicando o início do funcionamento do sistema reprodutor. CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS Raparigas Alargamento das ancas. Maior acumulação de tecido adiposo. Desenvolvimento dos seios. Aparecimento da acne. Aparecimento dos pêlos nas axilas e nos órgãos genitais. Primeira menstruação — menarca.
Rapazes Aumento do tamanho do pénis e dos testículos. Desenvolvimento corporal devido ao aumento de massa muscular. Aparecimento de pêlos nas axilas e nos órgãos genitais. Aparecimento da acne. Aparecimento da barba. Mudança do timbre da voz. Poluções nocturnas.
Será que APRENDI? 1.
Que características da puberdade são mais visíveis externamente?
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2.4 Como funciona o sistema reprodutor masculino? Canais deferentes — canais que ligam os epidídimos à uretra. Fazem o transporte dos espermatozóides.
[A]
Epidídimos — órgãos em forma de vírgula formados por canais muito finos e enrolados, localizados sobre os testículos. São os locais onde os espermatozóides maturam, adquirindo mobilidade.
[C]
Uretra — canal que transporta o sémen, ou esperma (que contém os espermatozóides), desde os canais deferentes até ao exterior. Também transporta a urina proveniente da bexiga, mas nunca simultaneamente.
Escroto — órgão externo, com forma de bolsa, que contém os testículos e os protege do exterior. Controla a temperatura interna nos testículos, fundamental para a formação dos espermatozóides.
Testículos — gónadas masculinas, de forma oval, estão localizados dentro dos escrotos. São os órgãos onde se produzem os espermatozóides e a testosterona (a hormona sexual masculina).
[B]
Vesículas seminais — duas glândulas ligadas aos canais deferentes. Produzem o líquido seminal, que contém os nutrientes necessários para os espermatozóides. O líquido seminal junta-se aos espermatozóides antes de estes atingirem a uretra.
Pénis — órgão sexual externo, que apresenta forma cilíndrica, contém a uretra e é revestido por uma pele fina e móvel que, na extremidade, forma uma prega — o prepúcio — que cobre a glande. Este órgão liberta os espermatozóides para o exterior.
Próstata — glândula localizada perto da zona inferior da bexiga, é atravessada pela uretra. Produz o líquido prostático, que liberta para a uretra e que protege os espermatozóides da acidez da uretra e da vagina.
Glande — extremidade dilatada do pénis, onde se situa o orifício da uretra, é coberta pelo prepúcio.
10
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Túbulos seminíferos — tubos muito finos e enrolados, localizados dentro dos testículos, onde se formam continuamente os espermatozóides.
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO. Vista frontal [A] e lateral [B]. Pormenor de um testículo [C].
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O objectivo do sistema reprodutor masculino (10) é produzir células sexuais, ou gâmetas — os espermatozóides (11) —, e transportá-las até ao aparelho reprodutor feminino. Os espermatozóides formam-se nos tubos seminíferos, dentro das gónadas masculinasT — os testículos. A partir dos testículos os espermatozóides iniciam o seu percurso pelas vias genitais masculinasT: amadurecem nos epidídimos, localizados na parte superior de cada um dos testículos, percorrem os canais deferentes e saem finalmente pela uretra, localizada no pénis. Os testículos produzem ainda a hormona sexual masculina: a testosterona, que regula o funcionamento do sistema reprodutor masculino e o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Durante o percurso, os espermatozóides recebem os produtos das glândulas anexas masculinasT: o líquido seminal, proveniente das vesículas seminais, que permite deslocarem-se com facilidade, e o líquido prostático, proveniente da próstata, que vai anular a acidez da uretra e da vagina.
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Gónadas masculinasT Órgãos, denominados testículos, que produzem os gâmetas masculinos — os espermatozóides — e a hormona sexual masculina — a testosterona. Vias genitais masculinasT Canais percorridos pelos espermatozóides desde a sua formação até à sua saída pela uretra. Glândulas anexas masculinasT Glândulas que produzem líquidos que, conjuntamente com os espermatozóides, vão formar o sémen, ou esperma.
Os líquidos produzidos pelas glândulas e os espermatozóides formam o sémen, ou esperma, que sai pela parte final da uretra, na extremidade do pénis. O pénis e o escroto constituem os órgãos genitais externos masculinos. Cabeça
Flagelo Zona intermédia
11
ESPERMATOZÓIDE. Os espermatozóides são os gâmetas masculinos e são as células mais pequenas do corpo humano. São constituídos por uma cabeça, em cujo núcleo se encontra o material genético, uma zona intermédia e um flagelo, que se movimenta como uma cauda, permitindo que o espermatozóide se desloque.
Será que APRENDI? 1. Copia o esquema para o caderno, substituindo as letras pelos termos que o tornam lógico. Órgãos do sistema A masculino
Órgãos externos
Pénis
Órgãos internos
Escroto •
2.
Gónadas B
Vias genitais: • Epidídimos • C • D
Glândulas anexas: • E • F
Explica a função de cada um dos órgãos do sistema reprodutor masculino.
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2.5 Como funciona o sistema reprodutor feminino? Trompas de Falópio — canais, com cerca de 10 cm de comprimento, que ligam os ovários ao útero e permitem a passagem dos óvulos. É o local onde ocorre a fecundação.
[A] Ovários — gónadas femininas, com a forma e o tamanho de uma amêndoa, onde são produzidos os óvulos e as hormonas sexuais femininas.
Colo do útero — zona inferior e estreita do útero que estabelece a comunicação com a vagina.
Útero — órgão muscular oco, revestido internamente por um tecido muito irrigado por vasos sanguíneos, denominado endométrio. No útero ocorre a menstruação, a implantação e o desenvolvimento do embrião e do feto.
Vagina — canal de paredes muito musculosas que liga o útero ao exterior e permite a passagem do fluxo menstrual e do sémen durante a relação sexual, servindo também de canal de parto.
[C]
[B]
Monte-de-vénus
Clítoris — pequeno órgão muito sensível, dado possuir muitas terminações nervosas. Encontra-se no ponto de união dos pequenos lábios.
Pequenos lábios — pregas de pele muito fina e sensível que se unem na parte anterior, no clítoris e que estão envolvidas pelos grandes lábios.
Grandes lábios — pregas de pele que cobrem os genitais externos.
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Uretra
Orifício genital — abertura da vagina para o exterior.
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO. Vista frontal [A] e lateral [B]. Órgãos genitais externos [C].
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O objectivo do sistema reprodutor feminino (12) é produzir células sexuais femininas, ou gâmetas — os óvulos (13) —, e proporcionar condições para a fecundação e desenvolvimento do feto até ao nascimento. Os óvulos formam-se dentro das gónadas femininasT — os ovários. Ao contrário dos espermatozóides, que apenas se formam na puberdade, aquando do nascimento de uma menina existem já cerca de 1 000 000 de células nos ovários que poderão dar origem a óvulos. No entanto, destas, apenas cerca de 450 amadurecem, formando os óvulos. Aproximadamente uma vez por mês é libertado um óvulo pelos ovários — ovulação —, durante o período que vai da menarca à menopausa (período superior a doze meses sem menstruação que ocorre quando deixa de existir libertação de óvulos). Os dois ovários funcionam alternadamente; por isso, cada um liberta, para a respectiva trompa de Falópio, um óvulo de dois em dois meses, aproximadamente. Se não for fecundado, o óvulo degenera em cerca de 24 horas.
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Gónadas femininasT Órgãos, denominados ovários, que produzem as células sexuais femininas — os óvulos — e as hormonas sexuais femininas. Vias genitais femininasT Órgãos percorridos pelos óvulos ou pelos espermatozóides: trompas de Falópio, útero e vagina. Órgãos genitais externos femininosT Conjunto de órgãos externos formado pelo clítoris, orifício genital, monte-de-vénus e pequenos e grandes lábios. No seu conjunto, constituem a vulva.
O óvulo libertado para a trompa de Falópio é encaminhado até ao útero com o auxílio dos cílios existentes nas suas paredes interiores. As trompas de Falópio, o útero e a vagina constituem as vias genitais femininasT.
Núcleo
Óvulo
Os ovários produzem também as hormonas sexuais femininas, que regulam o sistema reprodutor feminino e são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos. Exteriormente, o sistema reprodutor feminino possui os órgãos genitais externos femininosT, que, no seu conjunto, se designam por vulva. A vulva é constituída por: • monte-de-vénus — camada de gordura situada sobre a púbis, coberta por pêlos púbicos; • grandes lábios — duas pregas de pele que protegem os restantes órgãos; • clítoris — órgão saliente, que se encontra na união dos pequenos lábios. É muito sensível, pois possui muitas terminações nervosas, sendo responsável pela estimulação sexual; • pequenos lábios — pequenas pregas de pele que se unem sob o clítoris e protegem a uretra e o orifício vaginal; • orifício vaginal — entrada da vagina; este orifício pode encontrar-se parcialmente coberto por uma fina membrana — o hímen.
Zona pelúcida (camada de células protectoras)
13
ÓVULO. Os óvulos são as células sexuais femininas. São as maiores células do corpo humano. Cada óvulo maduro mede cerca de 1 mm e está envolvido por várias células muito mais pequenas, que formam uma camada protectora.
Será que APRENDI? 1. Copia o esquema para o caderno, substituindo as letras pelos termos que o tornam lógico.
Órgãos do sistema reprodutor A
Órgãos externos ou vulva • B • Orifício genital • C • Grandes lábios • D
2.
Órgãos internos
•
Gónadas E
Vias genitais: • Trompas de Falópio • Útero • F
Explica a função de cada um dos órgãos do sistema reprodutor feminino.
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2.6 Como funciona o ciclo sexual feminino?
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Ciclo sexual femininoT Conjunto de transformações que ocorrem nos ovários e no útero, aproximadamente, de 28 em 28 dias, desde a menarca até à menopausa. Hormonas sexuais femininasT Hormonas reguladoras do ciclo sexual feminino produzidas nos ovários: estrogénios, produzidos pelos folículos, e progesterona, produzida pelo corpo amarelo. Ciclo ováricoT Conjunto de transformações que ocorrem nos ovários durante o ciclo sexual feminino. Apresenta três fases: fase folicular, ovulação e fase luteínica.
A partir da primeira menstruação, ou menarca, até à menopausa acontece regularmente, nos ovários e no útero, uma série de transformações, a que se dá o nome de ciclo sexual femininoT (14). Este ciclo tem, geralmente, a duração média de 28 dias: começa no primeiro dia da menstruação e termina na véspera da menstruação seguinte. Em cada ciclo ocorre a maturação de um óvulo, num ovário, e o útero prepara-se para receber um óvulo fertilizado. Estas transformações, bem como todas as transformações que acontecem durante a puberdade, são reguladas por diversas hormonas, entre as quais as hormonas sexuais femininasT: os estrogénios e a progesterona.
Ciclo ovárico: O ciclo ováricoT é o conjunto de transformações que ocorrem nos ovários durante o ciclo sexual e tem três fases distintas: • Fase folicular — produção de estrogénios pelas células foliculares, crescimento e maturação de um folículo que contém no seu interior um óvulo. • Ovulação — libertação do óvulo para a trompa de Falópio, que ocorre quando os estrogénios atingem o seu valor máximo no sangue. • Fase luteínica (ou do corpo amarelo) — transformação das restantes células do folículo numa estrutura designada por corpo amarelo, que produz a hormona progesterona. Se não ocorrer fecundação, o corpo amarelo degenera em duas semanas; se existir fecundação, permanece no ovário nos primeiros meses de gravidez. Fase folicular Variação da concentração no sangue dos estrogénios e da progesterona, ao longo de um ciclo sexual feminino.
Libertação do óvulo — ovulação.
Fase luteínica ou do corpo amarelo.
Degeneração do corpo amarelo.
Maturação do folículo — fase folicular.
1.º
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5.º Fase menstrual
Fase
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Ciclo uterino: Relacionado com o ciclo ovárico, o ciclo uterinoT prepara o útero para a possível chegada de um óvulo fertilizado. Este ciclo é regulado pela variação das hormonas sexuais e apresenta três fases distintas que se repetem, aproximadamente, de 28 em 28 dias:
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Ciclo uterinoT Conjunto de transformações que ocorrem no útero durante o ciclo sexual feminino. Apresenta três fases: fase menstrual, fase proliferativa e fase secretora.
• Fase menstrual — o início da menstruação representa o primeiro dia do ciclo uterino. Ocorre quando as duas hormonas sexuais atingem a concentração mínima no sangue. Consiste no desprendimento do endométrio das paredes do útero. Como o endométrio é muito irrigado por vasos sanguíneos, esta libertação é acompanhada de hemorragia — a menstruação. O fluxo menstrual passa da cavidade uterina para o colo do útero e é expulso através da vagina. Dura aproximadamente 5 dias. • Fase proliferativa — com o aumento de produção de estrogénios, a camada de endométrio volta a reconstituir-se e torna-se mais espesso e irrigado por vasos sanguíneos. Dura cerca de 9 dias. • Fase secretora — maior desenvolvimento do endométrio que é provocado pelo aumento da produção de progesterona, produzida pelo corpo amarelo. Dura aproximadamente 14 dias. Por volta do 21.˚ dia do ciclo uterino, o endométrio está preparado para alojar um embrião. Se não houver fecundação, com a degeneração do corpo amarelo, os níveis de progesterona diminuem. Os níveis baixos das duas hormonas provocam novo desprendimento do endométrio, dando origem, por volta do 28.˚ dia do ciclo, a uma nova menstruação.
Ovulação Fase luteínica
14
CICLO SEXUAL FEMININO. Relação entre a produção das hormonas sexuais e os ciclos ovárico e uterino.
Ciclo ovárico.
Será que APRENDI? 1. Em que órgãos ocorrem as transformações do ciclo sexual feminino?
2. Observa a figura 14. 2.1 Quanto tempo, em média, dura o ciclo sexual feminino? 2.2 Em que altura do ciclo sexual feminino se dá a ovulação? Ciclo uterino.
2.3 Que fenómenos ocorrem no útero e nos ovários no período que precede a ovulação? 2.4 O que é a menstruação?
10.º proliferativa
14.º
20.º Fase secretora
28.º Fase menstrual
2.5 Que variação hormonal origina a fase menstrual?
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Como se dá a fecundação? Analiso… 1. Observa com atenção a imagem, que
Trompa de Falópio
representa o percurso dos espermatozóides dentro do aparelho reprodutor feminino, e responde às questões. Óvulo
1.1 Qual é a origem dos espermatozóides? 1.2 Descreve o percurso dos espermatozóides dentro do aparelho reprodutor feminino. 1.3 Por que razão não há um óvulo em cada uma das trompas? 1.4 Onde é que os espermatozóides encontram o óvulo?
Cavidade uterina
Ovário
Colo do útero Espermatozóide
Vagina
Vulva
T
FecundaçãoT Fusão de um espermatozóide com um óvulo, formando uma única célula: o ovo, ou zigoto.
Todos os dias, nos testículos dos homens maturam centenas de milhões de espermatozóides. Os espermatozóides são libertados para o exterior através de uma ejaculação, ou seja, emissão de sémen (ou esperma). Quando são depositados no interior da vagina, os espermatozóides nadam para a cavidade uterina e para as trompas, podendo permanecer vivos, nas vias genitais femininas, durante seis dias (embora a maioria degenere ao fim de 24 horas). O encontro entre os espermatozóides e o óvulo dá-se, após a ovulação, nas trompas de Falópio. Quando um espermatozóide consegue ultrapassar a capa protectora do óvulo, penetra neste, perdendo a sua cauda. Com a fusão dos dois núcleos, completa-se o processo da fecundaçãoT (15).
Será que APRENDI? 1. 50
O que entendes por fecundação?
15
FECUNDAÇÃO. Os espermatozóides são muito mais pequenos do que os óvulos. Dos milhões que se dirigem para o óvulo, geralmente, apenas um consegue penetrar na camada protectora.
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2.8 O que acontece após a fecundação? Da fecundação resulta uma única célula — o ovo, ou zigoto (16). Após a fecundação, passadas algumas horas (aproximadamente, 24 horas), o ovo, ou zigoto, começa a dividir-se. Três ou quatro dias depois, forma um corpo globoso, denominado mórula (17), que desce, lentamente, pelas trompas, até chegar ao útero.
T
NidaçãoT Implantação e fixação do blastocisto no endométrio. EmbriãoT Fase do desenvolvimento do novo ser, que decorre da nidação até à oitava semana, após a fecundação.
Geralmente, após quatro dias a mórula chega ao útero, continua a crescer e a desenvolver-se, e ao quinto dia forma o blastocisto, que no sexto ou sétimo dia depois da fecundação se aloja no endométrio, ocorrendo a nidaçãoT (18), passando a denominar-se embriãoT.
16
OVO, OU ZIGOTO. Célula resultante da união de dois gâmetas, feminino e masculino. 3.˚ dia: mórula — esfera de células resultantes de divisões sucessivas do zigoto.
[A]
[B]
[C]
[D]
17
PROCESSO DE DIVISÃO CELULAR DO OVO. Após algumas divisões, o ovo, ou zigoto, apresenta-se como um corpo globoso, denominado mórula.
1.˚ dia: ovo, ou zigoto.
5.˚ dia: blastocisto — esfera oca formada a partir da mórula.
Será que APRENDI? 1. Quando é que se forma o embrião? 2. Refere as condições necessárias 18
SUCESSÃO DE ACONTECIMENTOS APÓS A FECUNDAÇÃO. Cerca de seis a sete dias após a fecundação, o blastocisto aloja-se no endométrio — nidação.
para que uma relação sexual possa dar origem a um novo ser.
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2.9 T
GestaçãoT Período de desenvolvimento do novo ser. Começa após a formação do ovo, passando pelas fases de mórula, blastocisto, embrião e feto, até ao nascimento.
O que acontece durante a gestação? Após a nidação, o embrião desenvolve três estruturas, de protecção e alimentação, fundamentais para o desenvolvimento do novo ser (19): a placenta, o cordão umbilical e o saco amniótico.
Saco amniótico — bolsa cheia de um líquido (o líquido amniótico) que protege dos choques o embrião/feto que se encontra no seu interior. Placenta — órgão que se desenvolve no endométrio e que liga a mãe ao embrião, por onde ocorrem trocas de nutrientes e excreções. Funciona, também, como barreira protectora.
Embrião Cordão umbilical — órgão em forma de tubo que liga o embrião à placenta. Os seus vasos sanguíneos transportam os nutrientes da mãe para o embrião e os produtos da excreção do embrião para a mãe.
Líquido amniótico
19
EMBRIÃO EM DESENVOLVIMENTO NO ÚTERO. O embrião desenvolve-se dentro do saco amniótico, ligado à placenta pelo cordão umbilical, por onde ocorrem as trocas de nutrientes entre a mãe e o embrião.
O período de desenvolvimento de um novo ser — desde a formação do ovo até ao parto — denomina-se gestaçãoT ou gravidez. A gravidez dura aproximadamente 40 semanas, ou seja, nove meses, contadas a partir do primeiro dia da última menstruação.
Será que APRENDI? 1. Será possível existir gestação sem placenta? Justifica a tua resposta.
2. Descreve a função do cordão umbilical.
3. Refere a importância do saco amniótico.
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Durante a gestação, o corpo da mãe vai sofrendo sucessivas alterações para poder sustentar o ser que cresce e se desenvolve dentro do seu útero. No final da gravidez, o corpo da mãe prepara-se também para o parto e para a amamentação. Por seu lado, o embrião vai crescendo, formando os órgãos e sistemas, passando a chamar-se feto após a oitava semana. Ao longo da gestação, os órgãos e sistemas crescem e preparam-se para desempenhar as funções vitais, como a respiração, o que permitirá ao bebé sobreviver fora do corpo da mãe após o parto. No entanto, tal como acontece com os outros mamíferos, o novo ser ainda dependerá da amamentação e da protecção da mãe nos primeiros tempos de vida.
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SUCESSÃO DE ACONTECIMENTOS DURANTE A GESTAÇÃO
O embrião/feto
Período durante o qual se inicia a formação dos órgãos e dos sistemas. No segundo mês de gestação, já é possível, através de ecografia, observar os batimentos cardíacos. No fim da oitava semana, passa a denominar-se feto. Por volta da 12.ª semana, os órgãos genitais já estão formados, podem ver-se as pálpebras e os olhos fechados, mede cerca de 8,7 cm das nádegas até ao cimo da cabeça e pesa cerca de 45 g.
A mãe
Primeiro trimestre
Percebe que está grávida porque a menstruação não aparece na altura prevista. Ocorre o aumento do volume das mamas, que, devido à alteração dos seus valores hormonais, apresentam maior sensibilidade. Por vezes, sente náuseas e enjoos, sofre de obstipação, alterações no apetite e no humor, aumento da frequência urinária, entre outros sintomas.
A mãe
O feto
Segundo trimestre Os principais órgãos encontram-se formados. Executa muitos movimentos, pratica a deglutição e os movimentos respiratórios, suga, mexe os braços e as pernas. Por volta da 26.ª semana, mede 25 cm das nádegas à cabeça e pesa cerca de 1 kg. Se existir um parto prematuro, o recém-nascido tem grandes hipóteses de sobreviver.
O útero dilata e o ventre começa a ficar mais proeminente. Alguns dos sintomas (náuseas e enjoos) do primeiro trimestre têm tendência a desaparecer. Aumenta a frequência cardíaca, pode surgir a sensação de pernas cansadas ou, mesmo, varizes. Existe aumento do peso.
O feto
Aumenta bastante de peso. Por falta de espaço, movimenta-se menos. Os pulmões concluem a sua maturação por volta da 34.ª semana e o sistema nervoso termina a sua maturação na 37.ª semana. A frequência cardíaca é duas vezes maior do que a de um adulto. Apresenta cerca de 45 a 50 cm de comprimento e pesa cerca de 3 a 3,5 kg.
A mãe
Terceiro trimestre
Sensação de peso, dificuldades respiratórias e dores nas costas são sintomas causados pela pressão do feto no diafragma e na caixa torácica. Estes sintomas diminuem logo que o feto encaixa na bacia, aumentando a frequência urinária. Pode surgir o primeiro leite, o colostro. Começam a surgir as contracções, que, inicialmente, são espaçadas e indolores.
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2.10
2 O que acontece durante o parto? O parto, expulsão do feto para o exterior, é regulado por hormonas produzidas pela mãe e pelo feto. Ocorre geralmente em três fases: dilatação, expulsão do feto e expulsão da placenta. Cada uma destas fases pode durar mais ou menos tempo, consoante a posição do feto e as condições físicas da mãe.
ETAPAS DO PARTO Dilatação
Fase mais demorada do parto. Consiste em contracções do útero (em intervalos que se tornam regulares) e na dilatação do colo do útero, que aumenta de diâmetro de modo a permitir a passagem do bebé. O saco amniótico rompe-se e o líquido amniótico (cerca de 3 a 5 litros) sai pela vagina. Como este líquido é transparente, é habitual dizer-se que «rompem as águas». Os músculos da vagina relaxam e dilatam para a passagem do feto.
Expulsão do feto
Dura, aproximadamente, entre 15 a 30 minutos. O feto sai passando através do colo do útero e da vagina, que estão no máximo da dilatação. O bebé respira no exterior, utilizando, pela primeira vez, os seus pulmões. É cortado o cordão umbilical que liga o bebé à placenta.
Expulsão da placenta
Acontece naturalmente cerca de 5 a 15 minutos após a expulsão. O resto do cordão umbilical e a placenta saem para o exterior juntamente com os restos da parede do útero (endométrio). Esta fase é acompanhada por contracções fortes do útero, que facilitam a expulsão da placenta.
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2.11 Qual é a importância da amamentação? Após o nascimento (20), o filho continua a necessitar da mãe durante muito tempo. Nos primeiros meses, além do afecto e dos cuidados de higiene, precisará de ser alimentado, e não existe melhor alimento para o bebé do que o leite materno (21). Este contém todos os nutrientes essenciais (e nas quantidades adequadas) para a digestão e para o desenvolvimento do bebé.
20
RECÉM-NASCIDO. Após o nascimento, o bebé respira pela primeira vez pelos seus pulmões e o seu cordão umbilical é cortado. A partir desse momento, o recém-nascido torna-se um ser independente, mas que continua a precisar de muitos cuidados.
21
AMAMENTAÇÃO. O recém-nascido, depois dos primeiros exames médicos, deve ser colocado de imediato junto da mãe, para o aquecer, confortar e amamentar. A amamentação reforça a afectividade entre mãe e filho.
Vantagens da amamentação Para o bebé:
Para a mãe:
• O leite materno contém todos os nutrientes, incluindo a água de que o bebé necessita para um crescimento e desenvolvimento adequados e saudáveis durante os primeiros seis meses de vida. • O leite materno vai mudando, adaptando-se às necessidades e ao crescimento do bebé. • Os anticorpos conferem imunidade e diminuem o número de infecções e o risco de alergias. • Diminui o risco de vómitos e diarreias. • Reduz o risco de diabetes na criança. • Melhora o desenvolvimento mental. • Melhora a formação da boca e reduz o risco de cáries dentárias. • Reforça a afectividade e o vínculo mãe-bebé. • Transmite mais segurança e auto-estima.
• Promove uma mais rápida recuperação do útero após o parto. • Torna a recuperação da forma física mais rápida. • Diminui o risco de hemorragia após o parto. • Reduz o risco de cancro da mama, do ovário e do endométrio. • Reduz o risco de osteoporose e diabetes. • É económico, porque é gratuito. • Está sempre pronto em qualquer hora ou lugar e à temperatura ideal para o bebé. • Pode ser conservado e armazenado para ser posteriormente utilizado. http://www.chbalgarvio.min-saude.pt, consultado em 07/07/15 (adaptado)
Será que APRENDI? 1. O feto respira de forma autónoma apenas após o nascimento. Porquê? 2. Enumera as vantagens da amamentação que te parecem mais importantes. Justifica a tua resposta. 55
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2.12 Como planear uma família? Analiso… 1. Analisa a figura que se segue, que relaciona o ciclo ovárico, o ciclo uterino, a secreção do colo do útero e a variação da temperatura corporal, e responde às questões. Período estéril Grau de fertilidade
Período estéril Período fértil
Muco mais claro e fluido
Máximo de muco
Muco opaco, grosso e pegajoso
Muco (secreção do colo do útero) 37 °C Temperatura corporal 36,5 °C
1
7 Maturação folicular
14
21
Ovulação
28 Corpo amarelo
Ciclo ovárico
1
7
14
21
28
7
14
21
28
Menstruação Ciclo uterino
1
5
Dias do ciclo
1.1 Em que dia do ciclo ocorre a ovulação? 1.2 Descreve o que se passa com a secreção de muco ao longo do ciclo. 1.3 Descreve a variação da temperatura corporal durante o ciclo sexual feminino. 1.3.1 Consideras essa variação fácil de detectar? Justifica a tua resposta. 1.4 Em que altura do ciclo a probabilidade de a mulher engravidar é maior? 1.5 Quais são os sintomas que a mulher pode identificar durante o período fértil? 1.6 Com base nos dados do gráfico, como deverá a mulher proceder se quiser evitar uma gravidez?
T
Planeamento familiarT Conjunto de medidas de saúde que visam controlar a ocorrência de uma gravidez. Métodos contraceptivosT Métodos e técnicas que permitem evitar uma gravidez.
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Decidir ter um filho é uma opção do casal que vai influenciar a sua vida para sempre. Os pais são responsáveis pela sobrevivência e educação do filho nos primeiros anos de vida e são o seu modelo de afecto durante toda a vida. Os futuros pais podem e devem realizar o seu planeamento familiarT, ou seja, decidir a altura própria para ter um filho, recorrendo a serviços médicos e a métodos contraceptivosT (naturais ou artificiais) que permitem ao casal viver a sexualidade sem o receio de uma gravidez não desejada.
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Métodos contraceptivos naturais Estes métodos consistem em técnicas para determinar o período fértilT, ou seja, a altura em que é mais provável haver fecundação, e evitar ter relações sexuais nesse período. O tempo de vida dos espermatozóides dentro do aparelho reprodutor feminino é, em média, de cerca de três dias. Por seu lado, o óvulo mantém-se em condições de ser fecundado durante 24 horas após a ovulação. Assim, tendo em conta que a ovulação ocorre por volta do 14.˚ dia (pode ocorrer um ou dois dias antes, ou um ou dois dias depois), o período fértil situa-se, em média, entre o 9.˚ e o 19.˚ dias do ciclo.
Reprodução humana
T
Período fértilT Período de cerca de dez dias que compreende os cinco dias anteriores e posteriores à ovulação, em que a probabilidade de haver fecundação é maior. Métodos contraceptivos naturaisT Cálculo do período fértil da mulher, permitindo evitar relações sexuais nesse período.
Os métodos contraceptivos naturaisT baseiam-se no conhecimento, por parte da mulher, do seu corpo e do seu ciclo sexual. A mulher tem de saber reconhecer muito bem as modificações que ocorrem no seu corpo durante o ciclo sexual para perceber quando está no período fértil e o casal evitar ter relações sexuais. No entanto, estes métodos são muito falíveis, uma vez que não só as alterações que indicam o período fértil são pouco evidentes, como acontecem frequentemente alterações no ciclo sexual. Assim, estes métodos são mais eficazes para os casais que querem saber o período fértil para engravidar, devendo então ter relações sexuais nesta fase do ciclo.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NATURAIS Calendário
Muco cervical
A mulher deverá medir a temperatura diariamente, ao acordar, sempre à mesma hora, antes de comer e com o mesmo termómetro. Durante alguns dias a temperatura é mais baixa, subindo de um dia para o outro cerca de 0,5 ºC. Esta subida indica a ocorrência da ovulação. Vantagens: Não apresenta efeitos físicos e não é definitivo. Desvantagens: Exige uma verificação sistemática, pois existem diversos factores, internos e externos, que podem influenciar a temperatura corporal.
Retira-se diariamente da vagina, com os dedos, um pouco do muco que é segregado pelo colo do útero (muco cervical). Coloca-se entre dois dedos e observa-se a sua elasticidade: no período estéril, é pouco elástico; no período fértil, a elasticidade é bastante superior. Vantagens: Não apresenta efeitos físicos e não é definitivo. Desvantagens: Requer uma análise diária e sistemática, para que sejam perceptíveis as alterações que ocorrem no muco produzido.
AGOSTO
JULHO S
Temperatura
S
T
Q 1
Q 2
S 3
S 4
D 5
6
7
8
9
10 11 12
T
Q
Q
S
S
D 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15
13 14 15 16 17 18 19
16 17 18 19 20 21 22
20 21 22 23 24 25 26
23 24 25 26 27 28 29
27 28 29 30 31
30 31 24
1.º dia de menstruação
6
Ovulação
Se a menstruação ocorrer de 28 em 28 dias, a ovulação ocorrerá por volta do 14.˚ dia. Assim, o período fértil deverá acontecer entre o 9.˚ e o 19.˚ dias a contar do primeiro dia de menstruação. No exemplo apresentado, o período fértil será entre 1 e 11 de Agosto, e a ovulação deverá ocorrer a 6 de Agosto. Vantagens: Não apresenta efeitos físicos e não é definitivo. Desvantagens: Muito falível, pois qualquer desequilíbrio biológico pode conduzir à alteração do dia da ovulação.
Será que APRENDI? 1. Por que razão são considerados pouco eficazes os métodos naturais de contracepção? 2. Observa o calendário presente na página. Se o primeiro dia da menstruação for o dia 19 do mês de Julho, qual será o período fértil? Justifica a tua resposta.
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Métodos contraceptivos artificiaisT Formas não-naturais de evitar uma gravidez. Métodos contraceptivos artificiais reversíveisT Métodos artificiais que, quando suspensos, permitem voltar a engravidar.
Métodos contraceptivos artificiais Os métodos contraceptivos artificiaisT são formas não-naturais de evitar uma gravidez. Podem ser reversíveis ou irreversíveis. Os métodos contraceptivos artificiais reversíveisT são todos aqueles que permitem que a mulher possa engravidar naturalmente depois de interromper a sua utilização. Existem aqueles que constituem um impedimento físico à possibilidade de fecundação ou nidação — os métodos barreira — e os que interferem quimicamente no equilíbrio hormonal do ciclo sexual feminino — os métodos hormonais. Existem vários métodos barreira, mas actualmente apenas dois são considerados eficazes para evitar uma gravidez: o preservativo e o dispositivo intra-uterino.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS ARTIFICIAIS — REVERSÍVEIS DE BARREIRA Preservativo
DIU — Dispositivo intra-uterino
Dispositivo feito de borracha muito fina (látex) que se coloca no pénis quando este se encontra erecto. Após a ejaculação, o sémen fica retido no reservatório da extremidade do preservativo, impedindo que seja depositado na vagina. Vantagens: Impede a fecundação e evita o contágio das infecções sexualmente transmissíveis. Desvantagens: Tem de ser colocado com o pénis erecto antes de existir contacto genital.
Dispositivo feito de cobre ou de plástico. Pode ter diversas formas. É inserido no útero, através da vagina, por um médico. Este dispositivo impede que ocorra a fecundação e a nidação. Vantagens: É muito eficaz e pode durar entre 3 e 5 anos. Desvantagens: Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis. Necessita de ser verificado por um médico pelo menos duas vezes por ano. Pode aumentar o fluxo e as dores durante o período menstrual.
A contracepção hormonal baseia-se na administração de hormonas sintéticas semelhantes às hormonas sexuais femininas, mas que impedem a ovulação ou a nidação, alterando também o muco vaginal. Não havendo produção de óvulo, é impossível haver fecundação e, consequentemente, uma gravidez. Estas hormonas devem ser prescritas por um técnico de saúde, pois existem algumas contra-indicações e vários tipos de combinações hormonais, com diferentes dosagens, que podem ser administradas de várias maneiras: por via oral — pílula; por via cutânea — adesivo contraceptivo; por implantação sob a pele — implante intradérmico; ou por colocação de um dispositivo dentro da vagina — anel vaginal. 58
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MÉTODOS CONTRACEPTIVOS ARTIFICIAIS — REVERSÍVEIS HORMONAIS Pilula
Adesivo contraceptivo
Na maioria dos casos, toma-se um comprimido diariamente durante 21 dias e suspende-se a toma durante 7 dias, durante os quais aparece a menstruação. Vantagens: Elevada taxa de sucesso, regulariza os ciclos menstruais. Desvantagens: Tem de ser tomada diariamente e não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis.
Adesivo que liberta hormonas através da pele. Coloca-se o adesivo durante três semanas e à quarta semana aparece a menstruação. Vantagens: Elevada taxa de sucesso, regulariza os ciclos menstruais e evita a toma diária de um comprimido. Desvantagens: Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis.
Implante intradérmico
Anel vaginal
O médico coloca, com uma seringa, debaixo da pele, um pequeno bastonete que vai libertando lentamente as hormonas. Ao fim de alguns meses, o período menstrual desaparece. Vantagens: Elevada taxa de sucesso, dura cerca de 3 anos e evita a toma diária de um comprimido. A menstruação voltará quando forem retirados os implantes Desvantagens: Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis.
Pequeno anel de plástico flexível que é introduzido no fundo da vagina durante três semanas. Vai libertando hormonas durante essas três semanas, ao fim das quais o anel é retirado e aparece a menstruação. Vantagens: Elevada taxa de sucesso, regulariza os ciclos menstruais, evita o esquecimento da toma do comprimido e pode ser retirado durante o acto sexual. Desvantagens: Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis.
Será que APRENDI? 1. Qual é a diferença fundamental entre os métodos barreira e os métodos de contracepção hormonal?
2. Explica de que forma o DIU impede uma gravidez. 3. Explica por que razão o aconselhamento do método contraceptivo hormonal a adoptar deve ser realizado por um técnico de saúde.
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2.12 Analiso… 1. Lê com atenção o texto que se segue e responde às questões. contracepção de emergência é um método de emer e, ação gência que permite inibir ou atrasar a ovul por isso, evitar que uma relação sexual não protegijada. Tamda ou mal protegida origine uma gravidez não dese o ovo se que dir bém pode impedir a fertilização ou impe da altura do implante no útero e inicie a gravidez, dependendo gravidez ciclo menstrual. Este método não interrompe uma o no antad impl er estiv ovo o que já se tenha iniciado (isto é, se útero, se tiver ocorrido a nidação). relação Pode ser utilizada nas 72 horas que se seguem a uma sexual não protegida, se: • não foi utilizado qualquer método contraceptivo; contraceptivo (ex.: esqueci• houve falha ou erro na utilização de um método imo admitido); mento de uma toma da pílula para além do prazo máx a; • o preservativo rompeu-se ou ficou retido na vagin ; fértil • houve erro de cálculo do período • houve deslocamento do DIU; • ocorreram relações sexuais forçadas (violação). er implantado no útero, a conSe a mulher já estiver grávida, isto é, se o ovo já estiv ora não tenha qualquer efeito nocitracepção de emergência é totalmente ineficaz, emb vo sobre o feto ou a gravidez. de transmissão sexual. Este método contraceptivo não protege das doenças
A
2007 www.farmaceutico.com.sapo.pt, consultado em 30/8/
1.1 Em que situações se pode tomar a contracepção de emergência? 1.2 Como actua este tipo de pílula? 1.3 Comenta a afirmação seguinte: «A contracepção de emergência provoca um aborto, uma vez que pode actuar já depois da fecundação.» 1.4 Quanto tempo depois da relação sexual pode ser tomada a «pílula do dia seguinte»?
Quando se decide iniciar a vida sexual, deve procurar-se aconselhamento médico para se decidir sobre a utilização ou não do método contraceptivo mais adequado a cada situação. Há vários recursos disponíveis: • • • • • 60
Médico de família ou ginecologista. Centros de Planeamento Familiar. Associação para o Planeamento da Família (APF) — www.apf.pt. Sexualidade em Linha (800 22 20 03). Portal do Ministério da Juventude sobre saúde e sexualidade — www.juventude.gov.pt/Portal/OutrosTemas/SaudeSexualidadeJuvenil.
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Os métodos contraceptivos irreversíveisT consistem em intervenções cirúrgicas. Uma vez realizadas, impedem definitivamente a gravidez. No caso da mulher, com a laqueação de trompas, existe a impossibilidade de engravidar naturalmente. No caso dos homens, a vasectomia impede a produção de sémen fértil.
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Métodos contraceptivos irreversíveisT Operações cirúrgicas realizadas com o objectivo de impossibilitar definitivamente que a mulher possa engravidar ou que o homem possa fecundar.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS ARTIFICIAIS — IRREVERSÍVEIS Vasectomia
Laqueação de trompas DEPOIS SIOPED
ANTES
Operação que corta os canais deferentes, impedindo que os espermatozóides cheguem à uretra. Assim, o sémen do homem passa a ser estéril. Vantagens: Tem uma taxa de 100% de sucesso. Desvantagens: Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis. O homem fica impedido de fecundar naturalmente.
EFICÁCIA
PROTECÇÃO CONTRA AS IST
Calendário
Pouco
Não
1. Qual é a diferença fundamental
Temperatura
Pouco
Não
Muco
Pouco
Não
entre os métodos contraceptivos reversíveis e irreversíveis?
Preservativo
Muito
Sim
DIU
Muito
Não
Pílula
Muito
Não
3. Qual é o método contraceptivo mais
Adesivo contraceptivo
Muito
Não
Implante intradérmico
Muito
Não
indicado para os jovens? Justifica a tua resposta.
Anel vaginal
Muito
Não
Laqueação de trompas
Total
Não
Vasectomia
Total
Não
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
Naturais
Artificiais
Barreira
Reversíveis Hormonais
Irreversíveis
Operação que corta ou bloqueia as trompas, impedindo o normal percurso do óvulo e dos espermatozóides e a fecundação. Vantagens: Tem uma taxa de 100% de sucesso. Desvantagens: Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis. A mulher fica impedida de engravidar naturalmente.
Esterilizantes
Será que APRENDI? 2. Qual é o único método contraceptivo que evita as infecções sexualmente transmissíveis?
4. Em que situações te parece conveniente optar pelos métodos contraceptivos irreversíveis?
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2.13 O que são as infecções sexualmente transmissíveis?
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Infecções sexualmente transmissíveis (IST)T Infecções que se transmitem, de pessoa para pessoa, sobretudo através do contacto sexual.
O Homem convive diariamente com milhões de microrganismos: vírus, bactérias, protozoários e fungos, que se encontram no ar, na terra, na água e até dentro do nosso corpo. A maioria desses seres microscópicos não o afecta e alguns são mesmo essenciais para o funcionamento do seu organismo, como é o caso dos que habitam no intestino. No entanto, alguns microrganismos podem causar infecções ligeiras, e outros (página 23) podem provocar infecções graves e contagiosas. Algumas dessas infecções transmitem-se sobretudo por contacto sexual entre uma pessoa infectada e uma pessoa sã, denominando-se infecções sexualmente transmissíveis (IST)T. As IST representam um problema grave de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde estima que surjam anualmente 340 milhões de novos casos de IST curáveis e vários milhões de IST incuráveis, incluindo cerca de 5 milhões de novas infecções por VIH (vírus da imunodeficiência humana, o vírus que está na origem da SIDA). Algumas IST atingem principalmente as vias genitais do sistema reprodutor, são de fácil diagnóstico e curáveis por administração de antibióticos.
EXEMPLOS DE INFECÇÕES QUE ATINGEM PRINCIPALMENTE O SISTEMA REPRODUTOR Infecção/Agente infeccioso
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Sintomas
Consequências
Transmissão por contacto sexual e…
Candidíase Candida albicans (fungo)
Secreção vaginal intensa, envolvendo por vezes comichão e ardor. É geralmente assintomática no homem.
Não tem consequências para a mulher.
Partilha de roupa interior, de toalhas, etc. Da mãe para o recém-nascido durante o parto, infectando boca e/ou olhos.
Tricomoníase Trichomona vaginalis (protozoário)
Secreção vaginal espumosa de cor verde-amarelada. Ardor, comichão e dor ao urinar. Nos homens, raramente aparecem sintomas.
Infecção dos aparelhos urinário e genital quer dos homens quer das mulheres.
Partilha de roupa interior, de toalhas, etc.
Uretrite e cervicite Chlamydia trachomatis (bactéria)
No homem, dor ao urinar e secreções com pus. Na mulher, dor ao urinar e durante as relações sexuais, e secreções vaginais amareladas e com pus.
Infecção urinária na mulher e uretrite no homem e infertilidade.
Partilha de roupa interior, de toalhas, etc.
Herpes genital Herpes simplex (vírus)
Feridas e úlceras nos órgãos genitais externos.
Aumenta o risco de cancro do colo do útero.
Da mãe para o recém-nascido durante o parto.
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Existem IST que podem dar origem a problemas de saúde graves, como a infertilidade e o cancro anogenital, além de poderem causar parto prematuro, doenças no recém-nascido ou a morte do feto, quando a mulher infectada está grávida. Algumas IST afectam outros sistemas que não o sistema reprodutor. Os vírus da hepatite B (VHB) e da SIDA (VIH) transmitem-se através do contacto com o sangue e fluidos corporais de uma pessoa infectada, só que o VHB é 50 a 100 vezes mais infeccioso do que o VIH e pode sobreviver em ambiente externo, à temperatura ambiente, por períodos prolongados.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS QUE PODEM ATINGIR TODO O ORGANISMO Desenvolvimento da infecção
Sintomas
Gonorreia Neisseria gonorrhoeae (bactéria)
Infecção do revestimento mucoso da uretra, do colo uterino, do recto e da garganta ou da membrana branca (conjuntiva) dos olhos.
Na mulher, inflamação do colo do útero e transtornos menstruais. No homem, uretrite com produção de uma secreção amarelada.
Esterilidade feminina e masculina. Inflamação da pelve e complicações durante a gravidez.
Partilha de roupa interior, de toalhas, etc. Da mãe para o recém-nascido durante o parto, causando conjuntivite.
Hepatite B VHB (vírus)
Infecção das células do fígado, causando lesões e o seu mau funcionamento.
Lesões hepáticas, hepatite, cirrose e cancro do fígado.
Produz graves problemas no fígado. Pode causar a morte.
Sangue. Da mãe para o recém-nascido durante o parto e através do leite materno.
SIDA VIH (vírus)
Destruição progressiva dos glóbulos brancos, causando a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e outras doenças que advêm de uma imunidade deficiente.
Anemia, febre, perda de peso, alterações imunitárias.
Infecções generalizadas e morte.
Sangue. Via placentária e leite materno.
Sífilis Treponema pallidum (bactéria)
Infecção dos gânglios linfáticos que se propaga por todo o organismo através do sangue.
Inicialmente, feridas genitais que não curam. Posteriormente, lesões na pele e mucosas.
Pode dar origem a lesões nos sistemas cardiovascular e nervoso. Malformação ou morte do recém-nascido.
Via placentária e da mãe para o recém-nascido durante o parto.
Infecção/Agente infeccioso
Consequências
Transmissão por contacto sexual e…
Será que APRENDI? 1. A gripe é causada por um vírus e pode ser transmitida durante o acto sexual. Por que razão não é considerada uma IST? 2. Quais são as IST que podem ser transmitidas por contacto com peças de roupa contaminadas? 3. Quais são as IST que podem ser transmitidas da grávida para o feto? 4. Quais são as IST que também se transmitem por contacto sanguíneo? 63
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2.14 Como prevenir as IST? Analiso… 1. Analisa o texto e as imagens seguintes, que se referem à SIDA e à sua distribuição no Mundo, e responde às questões.
IDA significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e é uma fase avançada da infecção provocada pelo vírus da imunodef iciência humana (VIH). «Síndrome» significa o conjunto de sintomas e sinais de uma doença. «Imuno» refere-se ao sistema imunitário, que é o mecanismo que o nosso corpo possui para nos defender dos microrganismos patogénicos causadores de doenças e infecções. «Def iciência» significa falha ou mau funcionamento. «Adquirida» quer dizer que não a herdamos mas que a desenvolvemos durante a vida. A infecção por VIH provoca uma falência do sistema imunitário, produzindo-se a síndrome. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2006, as estimativas dos valores da SIDA no Mundo eram as seguintes: • pessoas vivas infectadas com VIH: 39,5 milhões; • novas infecções com VIH: 4,3 milhões; • mortes devidas à SIDA: 2,9 milhões.
S
[A — 1985]
OCEANO OCEANO PACÍFICO OCEANO OCEANO
PACÍFICO AT L Â N T I C O
ÍNDICO
15,0 - 34,0% 5,0 - < 15,0% 1,0 - < 5,0% 0,5 - < 1,0% 0,1 - < 0,5% < 0,1%
0
[B — 2005]
OCEANO OCEANO PACÍFICO OCEANO OCEANO
PACÍFICO AT L Â N T I C O
ÍNDICO
15,0 - 34,0% 5,0 - < 15,0% 1,0 - < 5,0% 0,5 - < 1,0% 0,1 - < 0,5% < 0,1%
Organização Mundial de Saúde, 2006 (adaptado)
1.1 Como se denomina o vírus que causa a SIDA? 1.1.1 Qual é o sistema do nosso organismo que é afectado por esse vírus? 1.1.2 Quais são as consequências para o organismo quando esse sistema deixa de funcionar? 1.1.3 Por que razão a SIDA não é considerada uma doença, mas sim uma síndrome? 1.1.4 Justifica a afirmação seguinte: «A SIDA não é hereditária.» 1.2 Compara os mapas com dados referentes à percentagem de adultos infectados em 1985 [A] e em 2005 [B] e responde às questões. 1.2.1 Em 1985, quais eram as zonas do Mundo afectadas pela SIDA? 1.2.2 Em 1985, qual era a zona do Mundo onde se registava uma maior percentagem de pessoas infectadas? 1.2.3 Como evoluiu a percentagem de pessoas infectadas durante os vinte anos seguintes?
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O preservativo é o único método contraceptivo eficaz na prevenção das IST, uma vez que representa uma barreira que impede que o sémen e o fluido vaginal entrem em contacto. No entanto, deve-se, ainda, ter cuidados de higiene íntima (manter limpos os órgãos genitais externos) e não partilhar roupa interior, toalhas ou utensílios íntimos de outras pessoas. Para prevenção de doenças como a hepatite B e a SIDA, que também se transmitem através de sangue contaminado, não se devem partilhar objectos como, por exemplo, escovas de dentes, seringas, lâminas de barbear e outros objectos cortantes. Antes de engravidar, devem ser feitas análises ao sangue, verificando a presença de anticorpos para este tipo de infecções e prevenindo o contágio do bebé. No caso de existirem dúvidas, deve ser procurado aconselhamento especializado junto do médico assistente ou através das várias linhas telefónicas disponíveis. Relativamente à hepatite B, já existe uma vacina, que faz parte do plano nacional de vacinação e que é 95% eficaz. Quanto à SIDA, têm sido desenvolvidos vários medicamentos que atrasam o desenvolvimento da infecção e os sintomas da síndrome. Em alguns casos, tem sido mesmo possível verificar que certas pessoas, nomeadamente crianças, deixam de estar infectadas com a administração de medicamentos retrovirais (designação atribuída aos medicamentos que impedem os vírus do tipo do VIH de se reproduzirem).
COMO NÃO SE TRANSMITE A SIDA
Reprodução humana
MÉTODOS DE PREVENÇÃO DAS IST • Usar preservativo. • Não partilhar objectos e roupas interiores. • Não partilhar seringas e objectos cortantes. • Fazer análises ao sangue, para despiste destas doenças, antes de engravidar. • Consultar um médico regularmente e sempre que tenha dúvidas.
LINHAS TELEFÓNICAS DE APOIO Linha SOS SIDA
• 800 20 10 40
Linha SOS Grávida
• 808 20 11 39
Linha SIDA
• 800 26 66 66
Sexualidade em Linha
• 808 222 003
COMO SE TRANSMITE A SIDA
Sexo com preservativo
Trabalhos de equipa e contactos sociais
Sexo sem preservativo Comida e talheres Mãe/Filho, durante a gravidez, parto e amamentação Aperto de mão Picada de insectos Contacto com sangue infectado
Uso das casas de banho
Tosse
Agulhas, seringas e outro material de injecção contaminado
Será que APRENDI? 1. Que cuidados deverás ter para não seres infectado com o VIH? 2. Explica a mensagem presente no cartaz.
http://www.portaldasaude.pt (adaptado)
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Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente I 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Pode a interrupção voluntária da gravidez ser realizada em qualquer altura durante o período de gestação? 1.2 Em Portugal, só é permitida a interrupção da gravidez em caso de deficiência do feto? 1.3 Os profissionais de saúde que realizam as interrupções de gravidez podem divulgar a identidade de quem solicitou a sua intervenção?
2. Lê com atenção o texto que se segue. é por vezes designada por aborto interrupção voluntária da gravidez (IVG) do nascimento». No entanto, a palavoluntário, do latim ab-ortus, ou seja, «privação embrião, ou feto, expulso do ventre vra «aborto, em termos científicos, designa o . Segundo a Organização Mundial de Saúde materno por acção da interrupção da gravidez do o peso do embrião ou feto ultrapassa qui(OMS), só existe tecnicamente um aborto quan nas de gravidez. nhentos gramas, ou seja, com cerca de 20-22 sema 10 semanas de gravidez, calculadas a partir Em Portugal, é permitida a IVG nas primeiras em estabelecimento de saúde oficial ou ofida data da última menstruação, desde que realizada er pode fazer o pedido de interrupção da gravicialmente reconhecido. Apenas a própria mulh A interrupção da gravidez só pode ser realizada dez, salvo no caso de ser psiquicamente incapaz. entimento da mulher. por um médico, ou sob sua orientação, e com o cons de três dias e indica que tem de ser garantiA lei prevê ainda um período mínimo de reflexão nto psicológico durante o período de reflexão» e da à mulher «a disponibilidade de acompanhame ico de serviço social» durante o mesmo período. «a disponibilidade de acompanhamento por técn de efectuação, no caso concreto, da eventual A mulher tem de ser informada «das condições ncias para a saúde da mulher» e das «condições interrupção voluntária da gravidez e suas consequê gravidez e à maternidade». Também é obrigatóde apoio que o Estado pode dar à prossecução da uma consulta de planeamento familiar». rio que seja providenciado «o encaminhamento para em caso de violação ou crime sexual (não sendo A IVG é ainda permitida até às dezasseis semanas quatro semanas em caso de malformação do feto. necessário que haja queixa policial), e até às vinte e a IVG está sujeita à conf idencialidade e ao Como qualquer prestação de cuidados de saúde, processo de interrupção da gravidez. segredo prof issional, incluindo todas as etapas do
A
Lei n.˚ 16/2007 de 17 de Abril (adaptado)
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Qual é o prazo legal para a interrupção da gravidez por opção da mulher? 3.3 Quem pode solicitar uma interrupção voluntária da gravidez? 3.4 Onde se pode fazer uma interrupção da gravidez?
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II 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Uma vez que as mulheres têm sempre ciclo sexual, poderá a esterilidade ser considerada um problema apenas masculino? 1.2 Actualmente, a esterilidade do homem impossibilita a gravidez da mulher?
2. Lê com atenção o texto que se segue. esterilidade, ou seja, a impossibilidade de ter filhos, pode ter várias causas, que podem ser apenas da mulher, apenas do homem ou de ambos. médica Actualmente, graças a grandes avanços da ciência ilidaester a a e das tecnologias, quando o problema que caus a diversas de não pode ser resolvido, os casais podem recorrer técnicas de procriação medicamente assistida. Actualmente, as técnicas mais utilizadas são: quando o problema da esterilidade se deve à Inseminação artificial — recorre-se a esta técnica o óvulo. Consiste em introduzir artificialmente incapacidade de os espermatozóides atingirem a da ovulação. espermatozóides normais no útero da mulher, na altur do a mulher tem problemas de produção de Fecundação in vitro — esta técnica é utilizada quan um tratamento hormonal para induzir a produção óvulos, ovulação ou nidação. A mulher é sujeita a no laboratório com espermatozóides retirados ao de vários óvulos, que se extraem e se fecundam , implantam-se alguns no útero da mãe. Geralhomem. Quando os zigotos começam a dividir-se dando origem a outros tantos embriões e a uma mente, mais do que um consegue realizar a nidação, gravidez múltipla de falsos gémeos.
A
2007 (adaptado) Biologia y Geologia 3 ESO; Santillana Educación,
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 O que é a procriação medicamente assistida? 3.3 Como é que uma mulher com problemas de ovulação pode ficar grávida recorrendo às técnicas actualmente existentes?
SOU UM CIDADÃO RESPONSÁVEL 1. Realiza um pequeno debate na tua turma sobre a interrupção voluntária da gravidez. 2. Em Portugal, a Lei n.º 32/2006 regula a utilização de técnicas de procriação medicamente assistida (PMA). 2.1 Consulta a lei e realiza uma pesquisa sobre as diversas técnicas disponíveis. 2.2 Promove um debate na tua turma sobre as considerações e as limitações que a lei prevê para o recurso a estas técnicas e para a investigação científica a elas associada.
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... Ideias-chave P Os caracteres sexuais primários são os órgãos reprodutores presentes no ser humano desde o desenvolvimento embrionário; os secundários são constituídos por cada uma das características físicas que se desenvolvem ou surgem na puberdade.
P A puberdade é o período em que ocorrem alterações físicas e psicológicas, relacionadas com a maturação sexual e a produção de gâmetas. Corresponde ao início da adolescência.
P A sexualidade é, segundo a OMS, a energia que encontra a sua expressão física, psicológica e social no desejo de contacto, ternura e amor.
P O sistema reprodutor masculino é constituído por: gónadas masculinas — testículos, que produzem os espermatozóides e as hormonas sexuais masculinas; vias genitais — epidídimos, canais deferentes e uretra; glândulas anexas — vesícula seminal e próstata; e órgãos genitais externos — pénis e escroto.
P O sistema reprodutor feminino é constituído por: gónadas femininas — ovários, que produzem os óvulos e as hormonas sexuais femininas; vias genitais — trompas de Falópio, útero e vagina; e órgãos genitais externos — vulva.
P O ciclo sexual feminino tem a duração aproximada de 28 dias e é formado por: ciclo ovárico — fase folicular, ovulação e fase luteínica; e ciclo uterino — fase menstrual, fase proliferativa e fase secretora.
P As hormonas sexuais femininas que regulam o ciclo sexual feminino são: os estrogénios, produzidos pelas células foliculares, e a progesterona, produzida pelo corpo amarelo. A hormona sexual masculina, testosterona, é produzida nos testículos.
P A gestação (período de desenvolvimento do novo ser) começa após a fecundação (formação do ovo por fusão de um espermatozóide com um óvulo), seguida da nidação (implantação e fixação do blastocisto no endométrio) e do desenvolvimento do feto até ao nascimento.
P O período fértil é o período de dez dias compreendido entre os cinco dias anteriores e os cinco dias posteriores à ovulação, em que a probabilidade de ocorrer fecundação é maior.
P O planeamento familiar é um conjunto de medidas de saúde que permitem controlar a ocorrência de uma gravidez. Pode ser feito através de métodos contraceptivos — métodos e técnicas que permitem evitar uma gravidez, de uma forma natural ou artificial e de forma reversível ou irreversível.
P As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são as infecções que se transmitem principalmente por contacto sexual. Podem ser prevenidas: • • • • •
utilizando o preservativo; não partilhando objectos íntimos e roupas interiores; não partilhando seringas e objectos cortantes; fazendo análises sanguíneas antes de se engravidar; consultando um médico regularmente e sempre que existam dúvidas.
... DESCOBRE POR TI MESMO • A Vida no Ventre, National Geographic, 2005. • A Odisseia da Vida, Lusomundo, 2005. • HARRIS, R. H. — Vamos Falar de Sexo, Lisboa, Terramar, 1994. • MEREDITH, S. — Tudo Sobre a Adolescência, Edicare Editora, 2005. • Vários — Amor e Sexualidade, Editorial Verbo, 2003. • http://juventude.gov.pt/portal/OutrosTemas/SaudeSexualidadeJuvenil/ — Portal do Ministério da Juventude sobre saúde e sexualidade juvenil. • http://www.apf.pt — Associação para o Planeamento da Família.
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Reprodução humana
... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática.
que são
D
I
que são
Internos
I I
I I
B
Líquido seminal Líquido prostático
que são
C
I
I
A
E
I
Glândulas anexas
I
I
I
Tenta completá-lo substituindo as letras das caixas vazias pelos termos que o tornam lógico.
Uretra
Órgãos
os
F
I
Gónadas
produzem
G
I
Trompas de Falópio
I
Útero
I
Espermatozóides
Vagina
H I
I I
Vias genitais
que são
que são
Internos
I
Órgãos
I
os
Ovários
produzem I
I
composto por
que é
Externos
J
L
I
I
Escroto
Hormona que é a
I
Pénis
I
I
pode ser
Externos
I
regulado por
que são
I
I
I
Feminino
I
M Progesterona
Naturais
Reversíveis
como o
Q
I
previne as
I
podem ser
P
podem ser
I
I
O
I
evitável através de
I
que termina no
Métodos contraceptivos
Parto
Gravidez
através da
I
N
I
que são
que se inicia na
Reprodução
I
tem por objectivo
Hormonas
I
I
regulado por
I
SISTEMA REPRODUTOR
I
I
composto por
IST
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Actividades 1. Completa o crucigrama a partir das definições
1
seguintes. 2
Verticais
3 6
2. Caracteres que se desenvolvem ou surgem apenas durante a puberdade. 3. Inflamação da pele comum na puberdade. Horizontais
5
4
1. Pêlos que surgem na puberdade em ambos os sexos.
7 8
4. Caracteres sexuais constituídos pelos órgãos reprodutores. 5. Caracter sexual secundário masculino. 6. Indivíduo que já completou a sua maturação sexual e adquiriu um sistema de valores.
7. Período da adolescência em que existem muitas alterações hormonais e se inicia a produção de gâmetas. 8. Caracter sexual secundário feminino.
2. Analisa os esquemas, que representam os sistemas reprodutores feminino e masculino, e responde às questões. A
B
[A]
[B]
C
O N
F
M
G H
L
D J
E
I
2.1 Redige as legendas para os diferentes esquemas. 2.2 Quais são os órgãos que produzem os gâmetas? 2.3 Considerando as vias genitais: a) refere o que são as vias genitais; b) identifica os órgãos que constituem as vias genitais femininas; c) descreve a formação e o percurso do sémen até à sua saída pelo orifício genital. 2.4 Quais são os órgãos responsáveis pela formação das hormonas sexuais femininas? 2.5 Quais são os órgãos que produzem a hormona sexual masculina? 2.5.1 Como se chama essa hormona? 2.5.2 Qual é a sua função? 2.6 Tendo em conta os órgãos sexuais externos: a) indica quando se formam; b) refere a designação dos órgãos sexuais femininos externos; c) refere o nome dos órgãos sexuais masculinos e identifica as suas funções. 70
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Reprodução humana
3. Observa com atenção a figura, que representa esquematicamente o ciclo sexual feminino e a variação hormonal que ocorre durante esse ciclo. 3.1 Descreve o que se passa em cada uma das fases do ciclo uterino. 3.2 Em que altura do ciclo sexual se dá a ovulação?
Progesterona Estrogénios
Variação hormonal
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3.3 Se o ciclo sexual se iniciar no dia 3 de Novembro, em que altura se pode considerar que a mulher está no período fértil? Justifica a tua resposta. 3.4 Que fase ou fases do ciclo uterino não acontecem durante a gravidez?
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 Dias Fase menstrual
Fase Ovulação proliferativa
Fase secretora
4. Completa o texto substituindo as letras por termos que o completem correctamente. A B Quando se dá a , o óvulo sai para a e mantém-se vivo durante cerca C D de 24 horas. Se houver cópula, pode acontecer a ; ou seja, um dos pode E encontrar o óvulo e dar origem ao , ou zigoto, que percorre a trompa até chegar ao F útero. Quando se dá a , passa a chamar-se embrião e, no final do segundo mês da G gravidez, passa a denominar-se .
5. Explica o que entendes por planeamento familiar. 5.1 Por que motivo se diz que os métodos naturais de contracepção são mais eficazes para quem quer ter filhos do que para quem quer evitar engravidar?
6. Observa as imagens, que representam vários métodos contraceptivos, e responde às questões. [A]
[B]
[C]
[D]
6.1 Refere o nome de cada um dos métodos representados. 6.2 Qual é o único método eficaz na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis? Justifica a tua resposta. 6.3 Como funciona o método contraceptivo representado na imagem A? 6.3.1 Que outros métodos idênticos conheces? Menciona as vantagens e desvantagens que apresentam. 6.4 Quais dos métodos ilustrados nas imagens são considerados irreversíveis? Justifica a tua resposta.
7.
As imagens seguintes fazem parte de uma campanha de alerta para a transmissão do VIH. Constrói uma frase para acompanhar cada uma das imagens.
[A]
[B]
[C]
[D]
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u n i d a d e
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Hereditariedade
[A]
[B]
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas. A — A cor dos olhos é uma característica hereditária porque… a) … pode transmitir-se de pais para filhos. b) … não se pode transmitir. c) … só passa da mãe para os filhos. d) … depende apenas dos avós. B — Qualquer célula, quando se reproduz, dá origem a células… a) … exactamente iguais. b) … diferentes. c) … muito idênticas, mas que podem apresentar pequenas diferenças. d) … iguais ou diferentes.
72
C — Pais musculados dão origem a filhos… a) … musculados. b) … com musculatura normal. c) … com musculatura. d) … de maior estatura. D — A probabilidade é… a) … a medida da possibilidade de um acontecimento ocorrer. b) … quando um acontecimento ocorre. c) … quando um acontecimento ocorre mais do que uma vez. d) … quando a possibilidade de um acontecimento ocorrer é nula.
E — Os seres humanos constituem… a) … apenas uma espécie. b) … várias espécies. c) … uma família de espécies. d) … uma espécie superior. F — Dá origem a descendência fértil, o cruzamento de seres vivos... a) … híbridos. b) … de espécies diferentes. c) … da mesma raça. d) … da mesma espécie.
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[C]
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente a imagem A e responde às questões que se seguem. 1.1 Qual é a espécie dos indivíduos retratados na imagem? 1.2 Identifica na imagem características semelhantes entre os vários indivíduos. 1.3 Identifica três características diferentes presentes nas pessoas da imagem. 1.4 Poderás identificar algumas características dos pais de cada uma das pessoas da imagem? Justifica a tua resposta. 1.5 Seria possível saber como eram exactamente os pais dos indivíduos da imagem? Justifica a tua resposta.
2. Observa a imagem B e responde às questões. 2.1 Sabes o que representa a estrutura representada? 2.2 Em que local(is) é possível encontrá-la? 2.3 Consegues estabelecer alguma relação entre esta estrutura e a imagem A? 2.3.1 Se respondeste sim à questão anterior, descreve a relação.
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3.1 T
Característica ou carácterT Propriedade morfológica ou fisiológica de um indivíduo. HereditariedadeT Transmissão da informação que determina as caraacterísticas de um indivíduo para os seus descendentes. GenéticaT Ciência que estuda os mecanismos da hereditariedade. ADNT Molécula orgânica com estrutura em dupla hélice que é responsável pela transmissão dos caracteres hereditários.
O que é a hereditariedade? É frequente identificarmos nas pessoas características ou caracteresT semelhantes aos dos seus pais ou dos seus avós. Isto acontece porque o ser humano, tal como todos os seres vivos, herda dos seus progenitores as informações (codificadas) que determinam as suas características — a essa transmissão dá-se o nome de hereditariedadeT. A ciência que estuda os mecanismos da hereditariedade é a GenéticaT. Durante muitos anos não se conhecia o modo como se transmitiam as características hereditárias. Foi apenas há cerca de 150 anos que um monge austríaco, Gregor Mendel (1), publicou os resultados das suas experiências, que demonstravam como plantas da mesma espécie poderiam originar descendentes com características diferentes das plantas progenitoras. Apesar de o seu trabalho não ter sido reconhecido em vida, pois não havia na época bases científicas para explicar os resultados experimentais obtidos, foi ele que descobriu os mecanismos básicos da hereditariedade. Foi já no século XX, com o avanço da Ciência, nomeadamente da Citologia (estudo da célula) e da Química, que se descobriu a molécula que está na base da hereditariedade, o ADNT — ácido desoxirribonucleico (2).
G T
C A
G C
C G A
T G
C A T A
C
G
A
T
G
C
C
G T
A G
1
74
GREGOR MENDEL. É considerado o pai da Genética. Realizou experiências com ervilhas-de-cheiro (Pisum sativum) e demonstrou que determinadas características dos progenitores eram transmitidas para os descendentes em determinadas proporções.
2
C
MOLÉCULA DE ADN. Em meados do século XX, Watson e Crick, dois cientistas americanos, descobriram a estrutura helicoidal em dupla hélice do ADN. Esta é a molécula que define as características hereditárias de todos os seres vivos.
A molécula de ADN existe em todas as células dos seres vivos e contém toda a informação do ser vivo a que pertence. Quando um ser vivo se reproduz, quer seja de forma sexuada ou assexuada, o ADN passa para a nova célula e, com ele, a informação das características do(s) progenitor(es).
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Hereditariedade
Quando se trata de reprodução assexuada (sem fusão de dois gâmetas diferentes), o ADN passa da célula-mãe para as células-filhas por duplicação, dando origem a células muito idênticas (3).
3
REPRODUÇÃO ASSEXUADA: BIPARTIÇÃO DE UMA PARAMÉCIA. A paramécia é um organismo unicelular que se reproduz assexuadamente, por bipartição. Uma célula de paramécia origina dois seres unicelulares idênticos, ou seja, duas novas paramécias que, provavelmente, são geneticamente iguais ao progenitor.
Quando a reprodução é sexuada, o ADN dos gâmetas dos pais recombina-se no ovo, ou zigoto. Daí que os filhos não sejam exactamente iguais aos pais. Apesar de os seres vivos possuírem as mesmas características dentro de cada espécie, cada indivíduo tem a sua identidade própria ao expressar as suas características de uma forma particular. Há, no entanto, algumas características que não são hereditárias e que resultam da influência do meio ou da actividade do ser vivo (4).
[A]
4
[B]
[C]
CARACTERES HEREDITÁRIOS E NÃO-HEREDITÁRIOS. Algumas características são hereditárias, como, por exemplo, a cor da pele [A], o tipo de cabelo ou a cor dos olhos [B]. Outras, como um corpo musculado, que é uma característica adquirida pelo treino intenso, ao longo da vida, não são transmitidas dos progenitores para os descendentes.
Será que APRENDI? 1. Dá dois exemplos de caracteres hereditários. 2. Explica por que razão as descobertas de Mendel não foram aceites no seu tempo. 3. Justifica a afirmação: «Mendel é o pai da Genética.» 4. Identifica a molécula responsável pela hereditariedade. 75
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3.2 T
CromossomasT Segmentos de ADN. Tornam-se visíveis quando espiralizam e encurtam durante o processo de divisão celular.
Onde se encontra a informação genética? O ADN — a molécula onde a informação genética está codificada — encontra-se presente no núcleo das células eucarióticas (5) e no citoplasma das células procarióticas. O ADN só é visível ao microscópio electrónico. Quando as células se preparam para sofrer divisão, o ADN é condensado e muito enrolado, tornando visíveis os cromossomasT ao microscópio óptico. Os cromossomas são porções bem definidas de ADN.
Cromossoma
Núcleo
T
C
A
G
ADN
5
ADN NA CÉLULA EUCARIÓTICA. Estrutura e localização do ADN na célula eucariótica.
Cada espécie possui um número constante de cromossomas. Na espécie humana, em todas as células, à excepção dos gâmetas, existem 46 cromossomas, agrupados em 23 pares — os cromossomas homólogos. Os gâmetas, ou células sexuais, possuem metade do número de cromossomas, apenas 23 (um de cada par), permitindo que, quando ocorre a fecundação, o ovo e, consequentemente, o futuro ser possuam os 23 pares de cromossomas que caracterizam a nossa espécie (6). 76
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Dos 46 cromossomas, 22 pares são designados por autossomas, sendo morfologicamente iguais; o outro par é constituído pelos cromossomas sexuais que podem ser morfologicamente diferentes (XX ou XY). Os cromossomas possuem milhares de pequenos segmentos de ADN dispostos topo a topo — os genesT (7). Os genes são as unidades funcionais da hereditariedade transmitidos de uma geração para outra. Para cada gene, existe uma cópia — aleloT — num cromossoma e outra cópia no cromossoma homólogo. Cada alelo pode conter informação alternativa para a mesma característica, por exemplo, cabelo liso versus cabelo ondulado.
Hereditariedade
T
GenesT Segmentos do ADN que determinam características hereditárias. AleloT Forma de existência de um gene. Cada alelo provém de um dos progenitores, e ambos os alelos de um gene ocupam uma posição similar nos dois cromossomas homólogos.
O genoma é a totalidade material genético típico de uma espécie.
Cromossomas sexuais
6
CROMOSSOMAS HUMANOS. Os cromossomas humanos são 46, associados em 23 pares. Estes pares de cromossomas apresentam genes para as mesmas características, sendo designados por cromossomas homólogos.
7
GENE. Unidade funcional da hereditariedade. Cada cromossoma contém milhares de genes. Cada cor representa os alelos de um gene.
Será que APRENDI? 1. Observa atentamente a figura, que representa os resultados de uma experiência em que se cortaram diferentes partes de uma
Corte da base
O chapéu sobrevive algumas semanas, mas não regenera a alga inteira.
O talo sobrevive algumas semanas, mas não regenera a alga inteira.
A base regenera a célula inteira em algumas semanas.
I
Base ou pé
Corte do caulículo
I
Caulículo
Corte do chapéu
I
Chapéu
I
alga verde unicelular (Acetabularia sp.). Responde às questões que se seguem.
1.1 Onde está situado o núcleo da alga unicelular? 1.2 O que acontece a cada uma das partes (chapéu, caulículo e pé) após o corte. 1.3 O que podes concluir desta experiência?
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3.3 Como se transmite a informação genética? Analiso… 1. Gregor Mendel efectuou várias experiências com ervilhas-de-cheiro (Pisum sativum). Observa os esquemas, que representam os resultados de uma das suas experiências, e tenta chegar às mesmas conclusões.
Cruzamento parental
Polinização cruzada artificial
Os órgãos masculinos das plantas com pétalas púrpuras foram cortados. O pólen da planta com pétalas brancas foi colocado artificialmente nos órgãos femininos das plantas com pétalas púrpuras.
Geração F1
As sementes obtidas a partir do cruzamento anterior foram semeadas, dando origem a novas plantas – plantas da 1.ª geração filial (F1).
Geração F2
I
I
I
705 plantas com pétalas púrpuras
929 sementes
224 plantas com pétalas brancas
As plantas obtidas anteriormente foram autopolinizadas, ou seja, permitiu-se que, em cada flor o seu pólen contactasse com os seus óvulos. Obtiveram-se, assim, plantas de 2.ª geração (F2).
1.1 Por que razão se cortaram os órgãos masculinos de uma das plantas? 1.2 Como foi efectuada a polinização das plantas progenitoras (P)? 1.3 Que cor apresentam as pétalas das flores da primeira geração (F1)? 1.4 Explica a frase seguinte: «Nas plantas da F1 efectuou-se uma autopolinização.» 1.5 Qual é a probabilidade de se obter, na primeira geração (F1), plantas de cor branca? 1.6 Qual te parece ser a probabilidade de se obter, na segunda geração (F2), plantas de cor branca? 1.7 Formula uma hipótese que explique o facto de só na geração F2 aparecerem flores brancas.
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Realizando a experiência da página anterior, Mendel verificou que, embora na primeira geração não aparecessem pétalas de cor branca, estas surgiam na segunda geração. Isto indicava que, por alguma razão, o carácter «pétalas brancas» não se manifestava na primeira geração, mas passava para a geração seguinte.
Hereditariedade
T
Alelo recessivoT Alelo que se manifesta apenas quando está nos dois cromossomas homólogos. Alelo dominanteT Alelo que se manifesta sempre que está presente.
A característica «cor das pétalas» é determinada por um gene que possui um par de alelos. Um dos alelos determina a cor púrpura (representada por P) e o outro alelo a cor branca (representada por p). Quando, em cada flor, se formam os gâmetas, cada um destes fica apenas com um dos alelos, pois só recebem metade dos cromossomas. Neste caso, para a cor das pétalas, a planta de flor púrpura que só tinha alelos «P» produziu os gâmetas «P»; a planta branca produziu os gâmetas só com o alelo «p». As sementes formadas pela união destes gâmetas dão origem a plantas (F1) que possuem pares de cromossomas «Pp» e apresentam a flor púrpura. Ou seja, um dos alelos contém a informação para a flor branca, mas a característica que ele determina não se manifesta — é um alelo recessivoT. Por outro lado, o alelo de cor púrpura manifesta-se mesmo que se encontre apenas num dos cromossomas homólogos, não permintindo a expressão do alelo recessivo, sendo um alelo dominanteT. Assim, quando esta primeira geração de plantas (F1) se cruza, dá origem a uma nova geração de plantas (F2), das quais apenas 25% apresentam flor branca (correspondendo à probabilidade de se juntarem os gâmetas «p» da cor branca, formando o par «pp») (8). Geração parental
PP
Gâmetas da geração parental
P
Geração F1
pp
p Gâmetas da geração F1
Pp
P
p
P
PP
Pp
p
Pp
pp
G E R A Ç Ã O F2
8
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS POR MENDEL. Se for considerado o gene para a cor das pétalas, em que os seus alelos são de cor púrpura «P» e determinam a cor branca «p», verifica-se que, no cruzamento do grão de pólen com o óvulo, a geração F1 obtida possui os dois alelos «Pp». A geração F1 vai produzir gâmetas com o alelo «P» e gâmetas com o alelo «p». O cruzamento destes gâmetas formam sementes que originam 3/4 (75%) de plantas, com pétalas de cor púrpura «PP» e «Pp» e 1/4 (25%) de sementes que originam flores com pétalas de cor branca «pp».
Será que APRENDI? 1.
Quando se diz que um alelo é dominante?
2. Como se representa simbolicamente um alelo recessivo e um alelo dominante?
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3.3 T
GenótipoT Constituição genética de um indivíduo, para um ou mais genes. FenótipoT Expressão de uma característica num ser vivo.
Os genes determinam todas as características dos seres vivos e são herdados de geração em geração. Ao conjunto de genes de um indivíduo chamamos genótipoT; o resultado da sua expressão no indivíduo denomina-se fenótipoT. Há pessoas que conseguem dobrar o polegar para trás (fenótipo «polegar dobrado») e outras que, por muito esforço que façam, apenas o conseguem manter na posição vertical (fenótipo «polegar direito») (9). A capacidade de dobrar o polegar é determinada por um alelo recessivo, logo, só se revela quando o alelo «polegar dobrado» está presente no par de cromossomas homólogos, ou seja, genótipo «dd». Quando se formam os gâmetas, os pares de cromossomas homólogos separam-se, ficando cada gâmeta com metade dos cromossomas presentes nas células originais. Assim, dependendo do genótipo dos pais, a fecundação pode dar origem a diferentes genótipos e a diferentes probabilidades de os descendentes terem o fenótipo dos pais (10). D — alelo que determina «polegar direito». d — alelo que determina «polegar dobrado». dd
DD Dd
9
CURVATURA DO POLEGAR. A maioria das pessoas não consegue dobrar o polegar para trás. Quem o consegue fazer tem de ter no seu genótipo os dois alelos recessivos que determinam este fenótipo.
Dd
Dd
Será que APRENDI? dd
1. Faz um estudo semelhante ao da figura 10, mas desta vez admite que a mãe tem genótipo «DD» e o pai «Dd».
2. Como são transmitidas as características dos pais para os descendentes?
80
10
DD
Dd
Dd
GENÓTIPO VERSUS FENÓTIPO. Os pais possuem, nos cromossomas homólogos, os dois alelos diferentes (genótipo «Dd»). Então, a combinação de alelos presentes nas células do descendente depende dos alelos presentes no espermatozóide e no óvulo que formaram o ovo. Neste caso, há 25% de probabilidade de terem filhos com o fenótipo «polegar dobrado» (genótipo «dd») e 75% de terem filhos com o fenótipo «polegar direito» (genótipos «DD» ou «Dd»).
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Hereditariedade
Há determinadas doenças hereditárias que, por terem origem num alelo recessivo, têm reduzida probabilidade de se revelarem no fenótipo. O albinismo é uma doença hereditária causada pela falta de melanina, um pigmento responsável pela cor da pele, dos olhos e do cabelo (11).
11
ALBINISMO. Os indivíduos albinos têm a pele branca, a íris rosa e a pupila vermelha devido à falta de produção de melanina.
O alelo que determina o albinismo não tem a informação para produzir melanina. O alelo dominante é o alelo responsável pela pigmentação normal «A», enquanto o alelo responsável pelo albinismo é recessivo «a». Assim, mesmo que os pais não tenham fenótipo «a», podem ser portadores do alelo albino no seu genótipo (12). I
1
2
Albinismo II 1
2
3
4
Pigmentação normal
5
1
III
1
2
3
2
Casamento
3
Descendência
4 1
2
IV 1
12
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ÁRVORE GENEALÓGICA DO ALBINISMO.
Será que APRENDI? 1. Qual é o parentesco do indivíduo I-2 com o indivíduo II-2? 2. Qual é o parentesco do indivíduo III-1 com o indivíduo I-1? 3. Sabendo que designamos por «A» o alelo da pigmentação normal e por «a» o alelo do albinismo, refere o genótipo dos indivíduos III-3 e III-4.
4. Como explicas que o indivíduo IV-10 seja albino, se os pais não o são? 81
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3.4 T
Cromossomas sexuaisT Par de cromossomas que determinam o sexo. XX determina que é mulher; XY determina que é homem.
3 Como é determinado o sexo? Todas as células humanas, com excepção dos gâmetas, possuem 23 pares de cromossomas. Destes, 22 pares de cromossomas são idênticos em todos os indivíduos, e um dos pares — o par dos cromossomas sexuaisT — difere: pode ser XX, no caso feminino, ou XY, no caso masculino (13).
[A]
[B]
Cromossomas sexuais
13
Cromossomas sexuais
CONJUNTO DE CROMOSSOMAS NO HOMEM [A] E NA MULHER [B].
I
Quando se formam os gâmetas, os pares de cromossomas dividem-se, o que também acontece nos cromossomas sexuais. No caso da mulher, todos os gâmetas possuem o cromossoma X; no caso do homem, metade dos gâmetas possui o cromossoma X e a outra metade o cromossoma Y. A combinação de cromossomas sexuais que resulta da fecundação determina o sexo da criança que é gerada (14).
22 + X
I
22 + X
22 + X
44 + XX
22 + X I
44 + XX
22 + X I
22 + X 22 + Y
Será que APRENDI? 1. Quantos cromossomas têm os gâmetas humanos?
2. Como é determinado o sexo da criança?
3. Comenta a seguinte frase: «É o “pai” que determina o sexo dos filhos.»
82
22 + Y 44 + XY
14
44 + XY
MENINO OU MENINA? Os óvulos possuem sempre 22 cromossomas (autossomas) mais um, o cromossoma sexual X. Quando se formam os espermatozóides, estes possuem 22 cromossomas (autossomas) mais um dos cromossomas sexuais X ou Y. Se o espermatozóide que fecunda o óvulo possuir o cromossoma Y, dá origem a um rapaz (XY); se possuir o cromossoma X, dá origem a uma rapariga (XX). O sexo dos filhos é determinado pelo cromossoma sexual presente no espermatozóide que realizou a fecundação. Para cada gravidez, existem 50% de probabilidades de nascer um rapaz e 50% de probabilidades de nascer uma rapariga.
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3.5 O que são caracteres ligados ao sexo? Algumas características hereditárias humanas são determinadas pelos genes localizados nos cromossomas sexuais. A hipertricose auricular (aparecimento de pêlos longos e abundantes no bordo das orelhas) é provocada por um gene localizado no cromossoma Y. Logo, só se transmite à descendência masculina. Outras doenças, como a hemofilia (problemas na coagulação do sangue) e o daltonismo (cegueira para algumas cores) (15), resultam de genes localizados no cromossoma X. Como estas doenças são determinadas por alelos recessivos, os homens, por só possuírem um cromossoma X, sofrem mais destas doenças hereditárias. As mulheres afectadas são raras, pois necessitam de herdar, dos dois progenitores, os dois cromossomas X afectados. O daltonismo é um problema hereditário em que o alelo recessivo «d» que o provoca está localizado no cromossoma X (16). Para que um homem seja daltónico, basta possuir este alelo no seu cromossoma X (XdY). Para que uma mulher seja daltónica, é necessário que o alelo recessivo esteja presente nos dois cromossomas (XdXd). [A]
Mulher portadora sã XdX 1
XdX Rapariga portadora sã
3
4
XY Rapaz são
XX Rapariga sã, não portadora
[B]
Mulher não portadora XX 5
XY Rapaz são
16
6
DALTONISMO. Os daltónicos não conseguem distinguir total ou parcialmente os números que estão no interior dos círculos. Com este teste, é possível ver se as pessoas são ou não daltónicas.
Homem são XY
2
XdY Rapaz daltónico
15
As características ligadas ao sexo são determinadas por genes localizados nos cromossomas sexuais, expressando-se, por isso, de forma diferente nos indivíduos do sexo feminino e nos indivíduos do sexo masculino.
Homem daltónico X dY 7
XdX XdX Rapariga portadora sã Rapariga portadora sã
8
XY Rapaz são
TRANSMISSÃO DO DALTONISMO. No caso de a mulher ser portadora e o homem são, apenas os filhos rapazes podem ser daltónicos (filho 1). Se a mulher não for portadora e o homem for daltónico, nenhum dos rapazes será daltónico (5 e 8), uma vez que herdam o cromossoma X da mãe. Neste caso, as raparigas serão sempre portadoras (6 e 7), pois herdam sempre o cromossoma X com o alelo recessivo do pai.
Será que APRENDI? 1. Observa a figura 16. Supõe que o indivíduo 1 casava e tinha filhos com a rapariga 7. Apresenta os genótipos e fenótipos possíveis desses filhos.
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3.6 Qual é o impacto da manipulação genética? Analiso… 1. A imagem representa a clonagem da ovelha Dolly. Observa-a e responde às questões. Célula somática
[A]
I
I
Extracção do núcleo I
I
?
Núcleo
I
Introdução do núcleo no óvulo
[B]
I
I
I
1.ª divisão celular
I
Óvulo sem núcleo
I
I
? I
I
Óvulo (célula sexual)
ou
Extracção do núcleo
1.1 Que tipo de célula foi retirada à ovelha B? 1.2 Que parte da célula retiraram à ovelha A? 1.3 Que ovelha (A ou B) cedeu o material genético? 1.4 A ovelha que vai nascer será igual à ovelha A ou B? Justifica a tua resposta.
T
CloneT Um clone é um ser vivo que é descendente de um único progenitor e é geneticamente idêntico a este.
Clonagem O termo «clone»T vem da palavra grega «klón», que significa rebento vegetal, ou seja, pedaço que se destaca de uma planta, por reprodução assexuada. A mais antiga técnica de clonagem é realizada frequentemente na agricultura, quando se corta uma parte de uma planta que é posteriormente enraizada. Origina-se, assim, uma planta com o mesmo ADN que a planta-mãe, ou seja, é produzido um clone. Actualmente, a clonagem é uma das técnicas de manipulação genética mais mediáticas. Pode designar a produção de organismos idênticos ao progenitor a partir do ADN de uma única célula deste último (clonagem de
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Hereditariedade
T
Clonagem reprodutivaT Processo cujo objectivo é a criação de um indivíduo que é uma cópia genética do progenitor. Clonagem terapêuticaT Clonagem efectuada com o objectivo de obter tecidos ou órgãos para tratamento de doenças.
indivíduos) ou a introdução de um novo gene num organismo (por exemplo, clonagem de um gene humano numa bactéria para produção, em larga escala, de uma proteína humana). Os clones são organismos descendentes de uma célula de um único progenitor e são geneticamente idênticos a este. Em 1997, fez-se o primeiro clone de um mamífero, a ovelha Dolly. Desde essa altura que a técnica tem sido utilizada para produzir clones de outros mamíferos, como, por exemplo, gatos, cães, porcos ou cavalos. Este tipo de clonagem, em que se pretende criar um novo ser, «cópia» de outro, designa-se por clonagem reprodutivaT. A investigação deste tipo de clonagem em seres humanos é proibida pelas Nações Unidas. No entanto, existem muitos progressos na utilização da clonagem a partir de células estaminais (células indiferenciadas) (17), nomeadamente de seres humanos.
[A]
[B]
[C] 17
CÉLULAS ESTAMINAIS. Células indiferenciadas [A] que podem dar origem a diversos tipos de células, como, por exemplo, as células sanguíneas [B] e as células nervosas [C].
Estas células podem ser encontradas na placenta, no sangue do cordão umbilical e nos embriões. As células estaminais são mais difíceis de encontrar no adulto, mas já foram descobertas no cérebro, na espinal medula, no fígado, no pâncreas, etc. A descoberta e utilização destas células permite curar doenças, como a leucemia, com o transplante de células estaminais para a medula óssea, que se diferenciam em novas células sanguíneas, possibilitando a cura. É também possível fazer com que as células estaminais, depois de processadas em laboratório, dêem origem a tecidos que possam ser utilizados para reconstituir tecidos de órgãos doentes. Espera-se que, de futuro, seja possível utilizar as células estaminais para reconstruir órgãos completos para transplante. Isto permitiria ultrapassar a dificuldade de encontrar órgãos de dadores compatíveis e diminuir a rejeição dos mesmos, uma vez que estes seriam formados a partir de células estaminais do próprio indivíduo. Este tipo de clonagem, cujo objectivo é o tratamento de doenças a partir da criação de tecidos e, provavelmente, no futuro, a criação de órgãos para transplante, formados a partir de células estaminais, é designado por clonagem terapêuticaT.
Será que APRENDI? 1. Explica o que são células estaminais.
2. O que é a clonagem? 3. O que distingue a clonagem terapêutica da clonagem reprodutiva?
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3.6 T
Trangénicos ou organismos geneticamente modificadosT Organismos em que foram introduzidos um ou mais genes de espécies diferentes.
Transgénicos Durante muitos anos melhoraram-se raças de animais e variedades de plantas cruzando (reproduzindo sexuadamente) os indivíduos que possuíam as melhores características. São exemplo desta selecção as raças de cães e de gatos ou as variedades de trigo ou de milho que se cultivam. Com a Engenharia Genética, passou a ser possível produzir organismos cujo ADN não foi obtido por multiplicação e/ou recombinação natural, mas pela introdução de um gene modificado ou de um gene pertencente a uma outra espécie — transgénicos ou organismos geneticamente modificadosT (OGM) (18).
18
MILHO Bt. Foi inserido no seu ADN um gene de uma bactéria (Bacillus thuringiensis) que contém informação para a produção de um composto natural, tóxico para os insectos, tornando este milho mais resistente a pragas.
19
ARROZ DOURADO. Neste arroz, foram clonados três genes, dois de uma planta (o narciso) e outro de uma bactéria. Com estes três genes o arroz passa a produzir uma maior quantidade de vitamina A, tornando-se mais nutritivo.
Vantagens na produção de transgénicos: • • • • •
Será que APRENDI? 1. O que são OGM? 2. Refere as vantagens e desvantagens da produção de OGM.
3. Se fosses político, que medidas tomarias em relação à investigação, produção e comercialização destes organismos?
86
maior resistência de plantas a pragas; redução do uso de pesticidas; atraso na putrefacção após a colheita; aumento da produção agrícola; produção de alimentos mais nutritivos, que podem ajudar a combater a malnutrição nos países pobres.
Inconvenientes na produção de transgénicos: • produção mundial excedentária de alguns alimentos; • redução da biodiversidade, pois os transgénicos libertados na Natureza tornam-se mais competitivos; • as bactérias e os insectos contra os quais estas espécies estão protegidas podem adquirir resistência, tornando-se pragas incontroláveis; • aumento de alergias por parte das pessoas alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas produzidas pelos transgénicos.
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Hereditariedade
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Já existe tecnologia para a clonagem de seres humanos? 1.2 São as leis que impedem a clonagem de seres humanos claras e objectivas? 1.3 Existirão benefícios resultantes da investigação em técnicas de clonagem?
2. Lê com atenção o texto que se segue. se da clonagem clonagem da ovelha Dolly fez com que se falas ar seres humaclon para ia humana. A utilização desta tecnolog is, para as -lega ético nos é algo que levanta inúmeras questões tratar o rta tudo, impo quais não há respostas definitivas. Acima de que se impõem. Quem assunto com responsabilidade e com as cautelas car com a vida humana? Temos nós pode desempenhar «o papel de Deus» e decidir brin clonar ou para quê clonar? Não temos reso direito de decidir quem clonar, como clonar, onde dos esforços mais recentes. postas, apenas dúvidas e um vazio legal, apesar de clonar seres humanos? Esta é uma quesImporta também esclarecer: Estaremos em condições rições de que seres humanos tenham sido clotão que ainda se mantém em aberto. Há algumas desc mesmo verdade. Tem havido uma grande contronados, mas ainda não há certezas de que isso seja existir. De qualquer forma, a questão fulcral vérsia, mas a verdade é que a tecnologia parece clonados e com o direito que teremos, ou não, de prende-se com a saúde dos potenciais indivíduos experimentar a clonagem com a vida humana. à clonagem reprodutiva, referida até aqui. A clonagem tem ainda outra vertente, em oposição estaminais são utilizadas para dar origem a órgãos Trata-se da clonagem terapêutica, em que células processo está ainda numa fase muito inicial. ou tecidos para aplicações médicas. Mas mesmo este s em condições de clonar seres humanos com Como investigador, acredito que um dia estaremo ética e moral, tenho muitas dúvidas sobre se o segurança. Como ser humano, com uma dimensão fícios da clonagem terapêutica, espero que sejadeveremos fazer. Como potencial receptor dos bene amos um dia beneficiar desta tecnologia. mos capazes de tomar as decisões certas, para que poss
A
TIAGO FLEMING OUTEIRO, «Passado, Presente e
anos», Futuro da Clonagem e os Receios dos Clones Hum http://www.cienciahoje.pt, 2006 (adaptado)
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Como decorre a investigação na clonagem terapêutica? 3.3 Achas possível que existam ou que venham a existir clones humanos? Justifica a tua resposta.
SOU UM CIDADÃO RESPONSÁVEL 1. Faz uma pesquisa sobre a clonagem reprodutiva e a clonagem terapêutica. 2. Promove um debate na tua turma sobre as questões éticas inerentes a ambos os processos de clonagem. 87
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... Ideias-chave P A Genética é a ciência que estuda a hereditariedade, ou seja, a transmissão da informação que determina as características de um indivíduo para os seus descendentes.
P A cada uma das propriedades morfológicas ou fisiológicas características de um indivíduo denominamos carácter ou característica.
P O ADN é uma molécula orgânica com estrutura em dupla hélice, existente em todas as células, responsável pela transmissão dos caracteres hereditários.
P O ADN forma estruturas denominadas cromossomas — porções de ADN que se tornam visíveis quando sofrem condensação durante a divisão celular.
P Cada uma das características hereditárias é determinada por um ou mais segmentos de ADN, existentes nos cromossomas — os genes.
P Denomina-se alelo cada uma das informações alternativas que podem existir para um mesmo gene.
P O genótipo é a constituição genética de um indivíduo. P O fenótipo é a forma como uma característica se expressa num ser vivo. P Um alelo é considerado recessivo se só manifesta o seu efeito quando está presente nos dois cromossomas homólogos. É considerado dominante quando manifesta o seu efeito mesmo estando presente apenas num dos cromossomas homólogos.
P Os cromossomas sexuais (X e Y) são o par de cromossomas que determinam o sexo: — XX determina que é mulher; — XY determina que é homem.
P Os genes localizados nestes cromossomas determinam os caracteres ligados ao sexo. P Um clone é um ser vivo, um tecido ou uma célula que contém o mesmo ADN que outro ser vivo.
P A clonagem é uma técnica de manipulação genética destinada a produzir clones. Pode ser reprodutiva, quando se pretende criar um indivíduo que é uma cópia genética do progenitor; ou terapêutica, quando é efectuada com o objectivo de obter tecidos ou órgãos para tratamento de doenças.
P Os transgénicos ou organismos geneticamente modificados são todos os organismos que, através da Engenharia Genética, sofreram a introdução de um ou mais genes modificados ou de espécies diferentes.
... DESCOBRE POR TI MESMO • BAY, MICHAEL — A Ilha, Lusomundo, 2005. • Clonagem, National Geographic, 2002. • VANCLEAVE, J. — Corpo Humano para Jovens, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1997. • LANDA, R.; BAEVERLE, P. — A Genética É Genial, Livraria Civilização Editora, 1998. • Vários — Enciclopédia da Ciência, «Genes & ADN», Porto Editora, 2004. • http://gslc.genetics.utah.edu/units/cloning/clickandclone — Simulação da criação de um clone. • http://www.bionetonline.org/portugues — Clonagem e transgénicos.
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unidade 3
Hereditariedade
... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática. Tenta completá-lo substituindo as letras presentes nas caixas vazias pelos termos que o tornam lógico.
HEREDITARIEDADE
transmissão da I
Informação estudada pela responsável por I
que são os
I
Caracteres
Fenótipos I
determinados pelo I I
I
manipulado pela
que desenvolveu
organizado em
B
I
I
a partir do
Cromossomas que determina os
que I forma os
I
Genes
que permitem produzir I
I
Transgénicos
C
constituídos por
I
Tecnologias
que têm I
que constituem o
Alelos
através da
I
A
D
que podem ser
I
Clonagem I
que pode ser I
Reprodutiva
E
I
Recessivos
I
F
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Actividades 1. Completa o crucigrama a partir das definições seguintes. Verticais 1
1. Organismos nos quais foram introduzidos genes de outras espécies.
2
2. Indivíduo que foi obtido assexuadamente e que é geneticamente idêntico à célula que lhe deu origem.
3
4
6
3. Ciência que estuda a hereditariedade.
5
4. Segmentos de ADN que determinam caracteres.
7
5. Molécula onde está a informação genética. Horizontais 8
6. Alelo que apenas se manifesta quando está presente nos dois cromossomas homólogos. 7. Pai da Genética. 8. Local onde está localizado o material genético nas células eucarióticas.
2. A imagem seguinte apresenta uma árvore genealógica que representa as características «cabelos louros»/«cabelos pretos». Observa-a atentamente e responde às questões que se seguem.
I
1
2
Cabelo louro Cabelo preto
II 1
2
3
4
5
III 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2.1 Qual é o parentesco entre o indivíduo I-1 e III-2? 2.2 Quantos filhos têm os indivíduos II-1 e II-2? 2.3 Refere, justificando, se a característica «cabelo louro» é recessiva ou dominante. 2.4 Identifica o genótipo dos indivíduos II-1 e II-2. Justifica a tua resposta. 2.5 Quais são os genótipos dos indivíduos II-4 e II-5. Justifica a tua resposta. 2.6 Quais são os genótipos dos filhos do casal II-4 e II-5.
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unidade 3
Hereditariedade
3. Numa determinada planta, o alelo para a flor cor-de-rosa (R) é dominante e o alelo para a flor branca (r) é recessivo. Numa planta que apresenta a cor rosa, quisemos determinar o seu genótipo. Para isso, fizemos um cruzamento com uma planta que apresentava cor branca. Responde às questões. 3.1 Se todos os descendentes apresentarem flores cor-de-rosa, o que podemos concluir sobre o genótipo da planta em estudo? 3.2 Se nascerem plantas com flores de ambas as cores, o que podemos concluir sobre o seu genótipo?
4. Observa a imagem e responde às questões que se seguem. Sapo A
Ovo
Sapo B
Célula epitelial totalmente diferenciada
Os ovos desenvolvem-se, originando girinos
Núcleo destruído pela radiação Ovo sem núcleo
Núcleo da célula epitelial
Ovo com núcleo transplantado
Núcleo implantado no ovo
4.1 Que técnica de manipulação genética está a ser utilizada? Justifica a tua resposta. 4.2 Refere, justificando, se o girino irá dar origem a um sapo do tipo A ou B. 4.3 Este tipo de técnica já foi aplicado noutros seres vivos. Refere o primeiro mamífero a ser produzido por esta técnica.
5. Lê o texto e responde às questões.
«O
S resultados das nossas pesquisas sobre a influência dos organismos geneticamente modificados (OGM) nos organismos vivos tornam duvidosa a sua inocuidade», disse o presidente da Associação Nacional para a Segurança Genética, numa conferência de imprensa no Centro REGNUM, em Moscovo.
A biotecnóloga Maria Konovalova, que conduziu pessoalmente os testes, afirmou que a soja transgénica neles utilizada produziu mutilações sérias nos órgãos internos dos ratos (fígado, rins e testículos) e na arquitectura celular e histológica. Além disso, também influenciou o número de nascimentos por ninhada, alterou a taxa de mortalidade dos descendentes e ainda resultou num aumento da agressividade e perda do instinto maternal. Agência noticiosa Regnum, Maio de 2007 (adaptado)
5.1 O que são organismos geneticamente modificados (OGM)? 5.2 Que problemas foram detectados nos animais que se alimentaram de OGM? 5.3 Perante este cenário, se fosses um responsável político, o que farias em relação a este produto transgénico? 5.4 Com os conhecimentos que adquiriste sobre os OGM, considerarias benéfico que se interrompesse a investigação sobre estes organismos? Justifica a tua resposta.
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Área de
PROJECTO
Dia Mundial de Luta Contra a SIDA (1 de Dezembro) Objectivos • • • • •
Organizar actividades para o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA. Trabalhar em equipa. Desenvolver competências de expressão oral. Desenvolver competências de expressão escrita. Desenvolver competências nas TIC.
1.a FASE A E S C O L H A D O D I A ( 1 D E D E Z E M B R O É FERIADO) E SELECÇÃO DAS ACTIVIDADES A REALIZAR E ORGANIZAR • • • • • • •
Palestra sobre o tema «A SIDA em Portugal e no Mundo». Desdobráveis sobre medidas preventivas da SIDA. Sessão de cinema sobre o tema. Página na Internet alusiva ao tema. Produção de um filme sobre o tema. Divulgação das actividades (cartazes e folhetos). Concurso de cartazes.
2.a FASE C O N S T I T U I Ç Ã O D E G R U P O S E D E F I N I Ç Ã O D O S C R I T É R I O S DE AVALIAÇÃO • Formação dos grupos com o auxílio do professor e definição dos critérios de avaliação.
3.a FASE P L A N I F I C A Ç Ã O • Planifiquem as actividades que escolheram de acordo com a tabela da página 33. • Planifiquem as várias etapas do trabalho. Utilizem uma agenda para marcarem os vossos compromissos. • Façam uma lista das instituições que poderão fornecer materiais de divulgação sobre o tema (por exemplo, Associação para o Planeamento Familiar, Centro de Saúde, Associação Abraço, Comissão Nacional de Luta Contra a SIDA, etc.). • Façam o programa do dia para divulgação das actividades.
4.a FASE D E S E N V O L V I M E N T O • Palestra — Se precisam de convidar alguém do Centro de Saúde ou de uma associação de apoio a doentes com SIDA, devem fazê-lo o mais rapidamente possível e marcar o dia e a hora. — Devem também perguntar aos oradores convidados que meios são necessários para a palestra. — Peçam com antecedência ao professor para marcar o auditório da escola e requisitar os meios necessários para a palestra.
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unidade 3
Hereditariedade
— Solicitem as informações profissionais do(s) orador(es). — Escolham uma pessoa para estar na mesa e apresentar (o)s orador(es). • Filme Para fazer um filme, são necessários vários alunos no grupo de trabalho, uma vez que este projecto requer mais recursos e tempo, apresentando várias etapas: — Escrever o guião. — Distribuir os papéis pelas personagens. — Conceber os adereços. — Decidir as horas e os locais para as filmagens. — Fazer as montagens utilizando computadores. — Fazer convites para a apresentação do filme. — Apresentar o filme na escola na data estabelecida. • Folheto informativo desdobrável — Pesquisar os sintomas, as consequências, os meios de transmissão da SIDA e as formas de prevenção. — Procurar sistematizar e sintetizar a informação, escolhendo os tópicos mais importantes. — Desenhar e/ou escolher imagens que ilustrem as mensagens que querem passar. — Elaborar uma maqueta do folheto. — Imprimir em papel reciclado. — Distribuir os folhetos no dia previsto para as restantes actividades. • Concurso de cartazes — Divulgar o concurso na escola. — Decidir quantos prémios irão dar. — Procurar patrocinadores que possam dar prémios para o concurso de cartazes. — Decidir a constituição do júri. — Marcar a entrega dos prémios e divulgar a data na Escola; — Reunir o júri para avaliar os cartazes e decidir a quem atribuir os prémios, cerca de uma semana antes do dia da entrega dos prémios. — Afixar os cartazes numa vitrina da escola e indicar os premiados, no dia combinado. — Entregar os prémios.
5.a FASE F I N A L I Z A Ç Ã O • Cheguem mais cedo à escola no dia escolhido para terem tudo pronto a tempo.
6.a FASE A V A L I A Ç Ã O • Procedam à auto-avaliação e à avaliação dos restantes membros do grupo de acordo com os critérios estabelecidos inicialmente (consultem a grelha de avaliação proposta na página 33). 93
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B L O C O
3
Organismo humano em equilíbrio
O Q U E V O U D E S C O B R I R ! O teu corpo é uma máquina fantástica, com várias engrenagens, que funcionam de forma integrada e são capazes de realizar inúmeras tarefas. Onde vai o teu corpo buscar energias para tantas actividades? Como expele os produtos de que não necessita? Como te poderás manter saudável para que esta máquina maravilhosa que é o teu corpo dure muitos anos?
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Sistema neuro-hormonal
Sistema cardiorrespiratório
u n i d a d e
Alimentação e digestão
5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9
6.1 Para que serve o sistema cardiorrespiratório? [p. 162] 6.2 Qual é a composição do sangue? [p. 163] 6.3 Por onde circula o sangue? [p. 165] 6.4 Como funciona o coração? [p. 166] 6.5 Como é que o sangue circula? [p. 172] 6.6 Como é constituído o sistema respiratório? [p. 174] 6.7 Como funciona o sistema respiratório? [p. 176]
6.8 Quais são as doenças do sistema circulatório? [p. 178] 6.9 Quais são as doenças do sistema respiratório? [p. 181] 6.10 O que é o sistema linfático? [p. 182]
7 7 u n i d a d e
4.1 O que é o sistema neuro-hormonal? [p. 98] 4.2 O que é o sistema nervoso? [p. 100] 4.3 Como se transmitem os impulsos nervosos? [p. 101] 4.4 Como funciona o sistema nervoso central? [p. 102] 4.5 O que são actos voluntários e actos reflexos? [p. 106] 4.6 Como é formado o sistema nervoso periférico? [p. 108] 4.7 Quais são as doenças mais frequentes do sistema nervoso? [p. 110] 4.8 Como funciona o sistema hormonal? [p. 112] 4.9 Quais são as doenças mais frequentes do sistema hormonal? [p. 114] 4.10 Que comportamentos afectam o sistema neuro-hormonal? [p. 116] 4.11Como evitar o stress? [p. 118]
5 5
6 5 u n i d a d e
u n i d a d e
4 4
Sistema excretor
Por que razão nos alimentamos? [p. 128] Quais são as funções dos nutrientes? [p. 130] O que é o metabolismo celular? [p. 132] Como funciona o sistema digestivo? [p. 134] Quais são as doenças mais frequentes do sistema digestivo? [p. 144] O que é uma alimentação saudável? [p. 146] Quais são as consequências dos desequilíbrios alimentares? [p. 150] O que são distúrbios alimentares? [p. 151] Como se manipulam e conservam os alimentos? [p. 152]
7.1 O que é a excreção? [p. 192] 7.2 Como se forma a urina? [p. 196] 7.3 Como é controlada a produção de urina? [p. 198]
7.4 Que doenças afectam o sistema urinário? [p. 199]
7.5 Como prevenir as doenças do sistema excretor? [p. 200]
Área de
PROJECTO
Jogo sobre o corpo humano • Realiza uma pesquisa sobre as diferentes características dos vários sistemas do corpo humano. • Envolve a comunidade escolar, promovendo um torneio deste jogo na tua Escola.
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u n i d a d e
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Sistema neuro-hormonal
[A]
[B]
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas. A — O organismo humano está em equilíbrio quando… a) … se desloca sem cair. b) … se alimenta de forma adequada. c) … todos os sistemas funcionam correctamente. d) … consegue andar sobre um arame. B — a) … b) … c) … d) …
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O cérebro é... um tecido. um órgão. um sistema. um organismo.
C — Os movimentos voluntários são aqueles que realizamos… a) … contra a nossa vontade. b) … com boa vontade. c) … por nossa vontade. d) … apenas porque nos mandam. D — O cérebro é importante porque controla... a) … o pensamento. b) … as emoções. c) … os movimentos voluntários. d) … as diferentes actividades do organismo.
E — Com a nossa vontade, controlamos… a) … todos os órgãos do nosso corpo. b) … alguns órgãos do corpo. c) … apenas os órgãos dos sentidos. d) … apenas os órgãos locomotores. F — Os vários sistemas do corpo humano… a) … estão articulados entre si. b) … são independentes uns dos outros. c) … funcionam de forma desarticulada. d) … não partilham órgãos.
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[C]
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente as imagens destas duas páginas e responde às questões que se seguem. 1.1 Qual das situações poderá resultar de um desequilíbrio? Justifica a tua resposta. 1.1.1 De que forma pode uma pessoa em desequilíbrio evitar cair e magoar-se? 1.1.2 Refere, justificando, o órgão ou sistema que comanda essa acção. 1.2 Identifica a imagem que reflecte um grande controlo sobre os movimentos do corpo. Justifica a tua resposta. 1.2.1 Refere, justificando, o órgão ou sistema que comanda essa acção. 1.3 Indica os órgãos internos que reconheces no corpo representado na imagem C. 1.3.1 Sabendo que os nervos estão representados a verde, refere: a) as zonas do corpo que percorrem; b) a sua origem maioritária; c) a sua função provável.
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4.1 T
EstímuloT Alteração no exterior ou no interior do corpo susceptível de causar uma resposta do organismo. Sistema neuro-hormonalT Formado pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal, responde de forma adequada aos estímulos e coordena toda a actividade do organismo.
O que é o sistema neuro-hormonal? Perante uma situação de perigo, o corpo reage sempre de forma a proteger a sua integridade física. Por exemplo, quando se está a andar de bicicleta e se é surpreendido por um obstáculo, trava-se rapidamente para evitar a queda (1A). Também numa situação de proximidade excessiva com uma chama, existe uma reacção repentina de afastamento dessa fonte de calor, sem necessidade de pensar (1B).
[A]
1
[B]
RESPOSTA A UM ESTÍMULO. Perante um obstáculo, o organismo reage rapidamente, realizando uma travagem brusca [A]; para evitar uma queimadura, a mão afasta-se repentinamente de uma fonte de calor que esteja muito próxima [B].
Estas reacções fazem parte da resposta do organismo a um estímuloT — qualquer alteração no exterior ou no interior do corpo capaz de provocar uma resposta do organismo — e são coordenadas pelo sistema neuro-hormonalT. O sistema neuro-hormonal é formado pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal. O funcionamento integrado de ambos os sistemas depende da articulação entre si. Desde a recepção de um estímulo até à produção da resposta há uma sequência de acções que envolve diferentes órgãos ou células.
Sistema neuro-hormonal
I
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I I
I
Sistema nervoso
Sistema hormonal
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Sistema neuro-hormonal
Os órgãos envolvidos na captação dos estímulos, na sua transmissão e na elaboração de uma resposta são: • Receptores, órgãos ou células especializadas que captam os estímulos do exterior ou do interior do organismo e informam o centro nervoso: — Os órgãos dos sentidos recebem os estímulos do exterior (2). — Outros orgãos como a boca, o estômago, os pulmões, etc., produzem estímulos que nos informam de que temos sede, fome, falta de ar, etc. • Nervos sensitivos, que detectam os estímulos e transmitem o impulso ao centro nervoso.
2
• Centro nervoso (espinal medula ou encéfalo), que recebe a informação dos receptores, analisa-a e processa uma resposta adequada. • Nervos motores, que transmitem a informação proveniente do centro nervoso ao órgão efector ou células efectoras.
ÓRGÃOS RECEPTORES. Os órgãos dos sentidos estão sempre a captar informações do exterior, que enviam para o cérebro.
• Efectores, órgãos ou células que dão a resposta ao estímulo. A resposta motora consiste, geralmente, num movimento activado pelo sistema nervoso. A resposta hormonal ou secretora consiste na secreção de uma hormona, por uma glândula, que vai actuar sobre os órgãos que produzem efectivamente uma resposta.
I
Receptor I
Nervos sensitivos I
Centro nervoso I
Nervos motores I I
I
Órgão efector: músculo
Órgão efector: glândula
I
I
Provoca um movimento
Segrega uma hormona
I
I
Resposta motora
Resposta hormonal
Sistema nervoso
Estímulo
Será que APRENDI? 1. Sistema hormonal
O sistema neuro-hormonal, além de fornecer respostas adequadas aos estímulos, mantém todos os sistemas a funcionar de forma integrada e em equilíbrio, coordenando todo o funcionamento do organismo.
Observa as imagens 1A e 1B e responde às questões que se seguem. 1.1 Identifica os estímulos e os órgãos receptores desses estímulos. 1.2 Identifica os órgãos efectores que deram resposta aos estímulos. 1.3 Já viveste alguma situação semelhante às apresentadas? Qual foi o tempo necessário para responderes perante o estímulo?
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4.2
4 O que é o sistema nervoso?
T
O sistema nervoso (3) é responsável pela transmissão das informações dos órgãos receptores aos centros nervosos, pela análise e processamento da resposta a essas informações e pela sua transmissão aos órgãos efectores. É composto por dois subsistemas que estão interligados e coordenam toda a informação no organismo e entre este e o exterior.
Encéfalo Espinal medula
Nervos cranianos
• Sistema nervoso central (SNC) — formado pelos centros nervosos, encéfalo e espinal medula, tem como função coordenar as actividades do corpo.
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso central
NeurónioT Célula nervosa que assegura a passagem da informação no sistema nervoso, através da propagação dos impulsos nervosos.
• Sistema nervoso periférico (SNP) — constituído pelos nervos e pelos gânglios, percorre todo o corpo e tem como função levar as informações dos receptores ao sistema nervoso central e as suas ordens aos órgãos efectores (músculos ou glândulas).
Nervos raquidianos
A transmissão das informações no sistema nervoso acontece, muito rapidamente, sob a forma de impulsos nervosos, que se propagam no corpo através dos neuróniosT. Os neurónios (4) são formados por: • corpo celular — parte da célula onde se encontra a maioria dos organitos celulares; • dendrites — prolongamentos ramificados do corpo celular;
3
• axónio — estrutura muito longa que pode ser ramificada na extremidade e ao longo da qual se propaga o impulso nervoso. SISTEMA NERVOSO. É composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso periférico (SNP).
O impulso nervoso é uma corrente eléctrica que se propaga apenas num sentido. Terminações do axónio
Fibra muscular
Corpo celular
Dendrites
Axónio
4
O sistema nervoso recebe os estímulos, processa a informação e transmite as respostas aos órgãos efectores, através de impulsos nervosos.
100
NEURÓNIOS. São as células nervosas, formadas por dendrites, corpo celular e axónio. O impulso nervoso é transmitido ao longo do axónio, sempre no mesmo sentido.
Será que APRENDI? 1. Refere a função do sistema nervoso. 2. Diferencia, quanto à sua função, o sistema nervoso central do sistema nervoso periférico.
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4.3 Como se transmitem os impulsos nervosos? Entre os axónios de um neurónio e as dendrites de outro, existem zonas de separação denominadas fendas sinápticas, através das quais se transmite o impulso nervoso.
T
SinapseT Processo de transmissão dos impulsos nervosos de um neurónio para outro.
Ao processo de transmissão do impulso nervoso de um neurónio para outro dá-se o nome de sinapseT. As sinapses podem ser eléctricas ou químicas. Nas sinapses químicas, após a chegada do impulso nervoso à terminação do axónio, existe a libertação de uma substância química — o neurotransmissor (5). Este irá ligar-se às dendrites do neurónio seguinte, provocando neste segundo neurónio a propagação de novo impulso nervoso ao longo do seu axónio.
Terminação do axónio Neurotransmissores Fenda sináptica
Dendrite
5
SINAPSE QUÍMICA. Os impulsos nervosos chegam à zona terminal do axónio e provocam a libertação dos neurotransmissores (substâncias químicas) na fenda sináptica. Estas substâncias são depois reconhecidas pelo neurónio seguinte.
Sinapse
Neurónio sensitivo
De acordo com a função que desempenham e com a direcção de propagação do impulso nervoso, os neurónios (6) podem ser classificados em:
Neurónio conector Sinapse
• neurónios sensitivos — recebem o estímulo e transmitem os impulsos nervosos do órgão receptor ao centro nervoso (encéfalo ou espinal medula); • neurónios conectores — localizados na espinal medula e no encéfalo, ligam os neurónios sensitivos aos neurónios motores; • neurónios motores — transmitem os impulsos nervosos do centro nervoso ao órgão efector (músculo ou glândula), originando a resposta ao estímulo.
Receptor
Neurónio motor
6
Efector
TIPOS DE NEURÓNIOS.
Será que APRENDI? 1. Classifica os neurónios de acordo com a sua função. 2. Explica como se transmitem os impulsos nervosos de um neurónio para outro. 101
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4.4 T
Sistema nervoso centralT Formado pelo encéfalo e pela espinal medula, coordena toda a actividade do corpo. EncéfaloT Formado por diversas estruturas, entre as quais cérebro, cerebelo, bolbo raquidiano e hipotálamo. Controla todos os movimentos voluntários e involuntários. Espinal medulaT Centro nervoso responsável pelos actos reflexos. CérebroT Dirige todas as respostas voluntárias aos estímulos. É responsável pelas funções intelectuais, emocionais, artísticas, etc. Bolbo raquidianoT Controla os movimentos involuntários dos órgãos. CerebeloT Coordena os movimentos voluntários dos membros e o equilíbrio. HipotálamoT Estabelece a ligação entre o sistema nervoso e o sistema hormonal.
Como funciona o sistema nervoso central? O sistema nervoso centralT (7) coordena as actividades do corpo. É formado pelos dois centros nervosos — o encéfaloT e a espinal medulaT — e está envolvido em três membranas, as meninges, e por um fluido denominado líquido cefalorraquidiano, que tem como função proteger todo o sistema de possíveis choques, amortecendo os impactos. A espinal medula (8) está ainda protegida pela coluna vertebral e é responsável pelos actos reflexos — reacções involuntárias. O encéfalo (9), protegido pela caixa craniana, é ainda o centro coordenador: recebe, processa, armazena a informação e decide a resposta a ser executada. Coordena os movimentos voluntários e involuntários, sendo formado por várias estruturas, entre as quais: cérebroT, bolbo raquidianoT, cerebeloT e hipotálamoT. Meninges Encéfalo
Espinal medula
7
SISTEMA NERVOSO CENTRAL. Formado pelo encéfalo e pela espinal medula.
Substância branca
Vértebras
Canal central preenchido por líquido cefalorraquidiano
Nervos Substância cinzenta
8
102
ESPINAL MEDULA. Situada no interior da coluna vertebral, desde a base do encéfalo até ao fim das costas, está protegida pelas meninges e pelo líquido cefalorraquidiano que se encontra dentro do canal central. Controla todos os actos reflexos — aqueles que são realizados sem pensar.
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Sistema neuro-hormonal
O cérebro é responsável pelo pensamento, memória, aprendizagem, linguagem, etc., e dirige as reacções voluntárias aos estímulos. Está dividido em dois hemisférios, o esquerdo e o direito, que coordenam actividades e funções específicas. É formado por milhões de neurónios que formam o córtex cerebral — zona exterior do cérebro, de cor cinzenta, formada pelas dendrites e pelos corpos celulares dos neurónios — e por uma zona interior, denominada substância branca — zona mais interna do cérebro, de cor branca, formada pelos axónios dos neurónios. O cerebelo está localizado debaixo do cérebro, na zona da nuca, e também está dividido em dois hemisférios. Coordena os movimentos voluntários, como o movimento dos braços e das pernas ou a locomoção, e o equilíbrio do corpo. O bolbo raquidiano encontra-se na base do cérebro, em contacto com a espinal medula. Controla os movimentos involuntários do organismo, como os batimentos cardíacos, os movimentos respiratórios (ventilação pulmonar), os movimentos peristálticos do sistema digestivo, etc. O hipotálamo, parte de uma estrutura maior, o diencéfalo, estabelece ligação entre o sistema nervoso e o sistema hormonal e desempenha outras funções, como controlar a temperatura do corpo e o comportamento alimentar.
Hipotálamo
Cérebro — órgão responsável pelo pensamento e pela memória, entre outras actividades.
Hemisfério esquerdo
Hemisfério direito
Substância branca
Córtex cerebral
Circunvoluções
Bolbo raquidiano — controla os movimentos involuntários.
9
Cerebelo — coordena os movimentos voluntários.
Corpo caloso — formado por fibras nervosas que fazem a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais.
ENCÉFALO. Coordena toda a informação, processa as respostas e controla todos os movimentos voluntários e involuntários.
Será que APRENDI? 1. Refere a localização e a função da espinal medula. 2. Identifica o órgão do encéfalo responsável pelo equilíbrio do corpo. 3. Será possível viver sem bolbo raquidiano? Justifica a tua resposta. 4. Por que razão é o cérebro também conhecido por «massa cinzenta»? 103
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4.4 ... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Conhecer a constituição do encéfalo de um mamífero.
[A]
Material • • • • • • • •
Encéfalo de porco ou de carneiro. Frasco de boca larga de vidro (1). Álcool. Tabuleiro. Bisturi. Pinça. Agulha. Luvas cirúrgicas. [B]
Procedimento
1. Coloca o encéfalo no frasco, cobre-o com o álcool e aguarda cerca de cinco dias. Desta forma, ficará mais duro, o que facilitará a observação.
2. Após cinco dias, coloca o encéfalo no tabuleiro e observa atentamente o seu aspecto exterior [A].
3. Com o bisturi, corta o encéfalo, de modo a separar os dois hemisférios cerebrais, e abre-o [B].
4. Se o encéfalo do mamífero que observaste ainda possuir um pouco da espinal medula, identifica as substâncias cinzenta e branca.
Discussão
1. Compara o encéfalo do mamífero com o encéfalo humano da figura 9 da página anterior. 1.1 Descreve o que observas quanto à forma, textura e cores. 1.2 Desenha o que observas e realiza a respectiva legenda, identificando as várias zonas: cérebro, cerebelo, bolbo raquidiano e, se possível, o início da espinal medula. 1.3 Qual é a zona maior do encéfalo? 1.3.1 Refere a sua função. 1.4 Qual é a zona menor do encéfalo?
1.5 Onde se localiza o cerebelo? 1.5.1 Refere a sua função.
2. Observa com mais atenção a zona do cérebro. 2.1 De que forma podes identificar o córtex cerebral? 2.2 De que forma podes identificar o corpo caloso?
3. Analisa com atenção o exterior do encéfalo. 3.1 Identifica as meninges. 3.1.1 Como as distingues do restante encéfalo? 3.1.2 Qual é a sua função?
1.4.1 Refere a sua função. Nota: (1) O frasco de vidro deverá ter tampa com rosca, para ficar bem vedado, e deverá ter tamanho suficiente para conter o encéfalo.
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Os dois hemisférios cerebrais, que estão internamente ligados pelo corpo caloso, cooperam de modo a interpretar os estímulos recebidos ou as ordens enviadas pelo cérebro. No entanto, cada hemisfério tem funções dominantes (10): o hemisfério esquerdo elabora os raciocínios lógicos — é o hemisfério racional; o hemisfério direito é criativo e intuitivo. No que se refere às actividades motoras, o hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo, enquanto o hemisfério esquerdo controla o lado direito (11).
√?
Intuição
Matemática
Sistema neuro-hormonal
FUNÇÕES DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS • O hemisfério direito do cérebro é responsável pela criatividade e intuição. Controla o lado esquerdo do corpo. • O hemisfério esquerdo do cérebro é responsável pelo raciocínio lógico. Controla o lado direito do corpo.
28
1
Formas
Música
Hemisfério direito
Hemisfério esquerdo
ax=
Lógica
Padrões Análise Fantasia Célula nervosa motora
Perigos
10
Córtex cerebral
Línguas
HEMISFÉRIOS CEREBRAIS. Tronco cerebral
Os hemisférios cerebrais estão ainda divididos em quatro lobos — frontal, parietal, temporal e occipital —, onde se localizam várias áreas responsáveis por algumas das suas principais funções (12). Lobo frontal — controla o movimento dos músculos e alguns aspectos das emoções e da memória.
Lobo parietal — processa a informação dos sentidos, como a temperatura, o paladar, a dor, etc. Realiza cálculos e raciocínios e processa as informações relativas à localização do indivíduo.
Bolbo raquidiano Fibras musculares esqueléticas da mão Espinal medula
11
Área da leitura e compreensão
Área da fala
Lobo occipital — controla a visão.
12
CONTROLO DOS MOVIMENTOS. Cada hemisfério cerebral controla os músculos do lado oposto do corpo.
Será que APRENDI? 1.
Lobo temporal — controla a audição e a sua relação com a fala e a linguagem, a memória e algumas emoções.
Célula nervosa motora
Identifica o hemisfério responsável pela sensibilidade musical.
2. Qual é o hemisfério cerebral que Área da audição
controla os movimentos do braço esquerdo?
3. Apresenta um exemplo de uma função controlada por cada um dos quatro lobos.
LOBOS DO CÉREBRO E RESPECTIVAS ÁREAS FUNCIONAIS.
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4.5 T
Acto voluntárioT Movimento comandado pelo cérebro. É uma resposta controlada e consciente a um estímulo. Acto reflexoT Movimento de resposta a um estímulo que não é controlado voluntariamente. A elaboração da resposta é realizada na espinal medula.
O que são actos voluntários e actos reflexos? O corpo humano está constantemente a receber informações do ambiente que o rodeia e dele próprio. Essas informações podem constituir estímulos, ou seja, podem provocar uma reacção. Dependendo do estímulo, é possível ao organismo humano reagir de duas maneiras: de uma forma consciente, em que existe a decisão de reagir — acto voluntárioT; ou de forma irreflectida, em que o corpo reage sem que exista consciência ou decisão — acto reflexoT (involuntário). Os actos voluntários (13) dependem da vontade de os realizar, porque são comandados pelo cérebro. Estas reacções são sempre precedidas de uma actividade mental, pois existe a intenção de executá-las, podendo, por esse motivo, ser voluntariamente interrompidas.
ESTÍMULO Exemplo: som I
RECEPTOR Exemplo: ouvido I
NERVOS SENSITIVOS Transmitem a informação ao cérebro I
CENTRO DE RESPOSTA: CÉREBRO Decide reagir ao estímulo I
NERVOS MOTORES Transmitem a ordem do cérebro ao efector I
ÓRGÃO EFECTOR Exemplo: músculo do pescoço I
RESPOSTA Exemplo: viragem da cabeça no sentido do som
13
106
FALAR AO TELEFONE. Falar é um acto voluntário, tal como olhar ou virar a cabeça na direcção de um som.
Quando se toca em algo muito quente ou pontiagudo, essa parte do corpo afasta-se sem que seja necessário decidir fazê-lo: essa reacção constitui um acto reflexo. Os actos involuntários ou reflexos (14) não dependem da vontade, sendo o centro de resposta a espinal medula. Este tipo de reacção é um processo muito veloz, porque os impulsos nervosos deslocam-se até atingir a zona da espinal medula mais próxima. Por serem tão rápidos e não necessitarem da intervenção do cérebro, os actos reflexos evitam a existência de acidentes de maior gravidade.
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Neurónio sensorial Superfície da pele (receptor)
Axónio do neurónio sensorial Interneurónio
Sinapses
Sistema neuro-hormonal
T
Reflexos inatosT São reflexos comuns a todas as pessoas. Nascem com o ser humano. Reflexos condicionadosT Actos reflexos resultantes da prática de determinada acção. Resultam de uma aprendizagem por repetição, estando presentes apenas nas pessoas que realizaram essa aprendizagem.
Axónio do neurónio motor
Músculo (efector)
14
Substância branca Substância cinzenta
ACTO REFLEXO. Quando os receptores do tacto presentes no pé sentem uma picada, emitem um impulso nervoso que se vai propagar pelos neurónios sensitivos até à espinal medula. Uma vez chegado a este centro nervoso, os neurónios conectores transmitem este impulso aos neurónios motores, que estimulam o movimento do músculo da perna, fazendo com que se afaste do objecto pontiagudo.
Muitos dos nossos actos reflexos nasceram connosco: são reflexos inatosT (15) e não resultam de nenhuma aprendizagem. São exemplo destes reflexos a deglutição, a sucção, etc. Outros resultam de uma aprendizagem e variam de pessoa para pessoa consoante as suas experiências de vida — são os reflexos condicionadosT (16). Os reflexos condicionados resultam de uma aprendizagem baseada em rotinas como, por exemplo, quando se trava a bicicleta perante um obstáculo ou quando se foge perante um animal feroz. 15
SUCÇÃO. A sucção é um acto reflexo inato de qualquer mamífero: os recém-nascidos não são ensinados a mamar.
Será que APRENDI?
Estímulo: A
Receptor: B
I
Completa o esquema que se segue dando um exemplo de um acto reflexo.
I
1.
Nervo sensitivo I
Centro nervoso: C 16
Efector: D
I
Os actos reflexos ou involuntários envolvem também o sistema hormonal. Por vezes, a resposta involuntária resulta numa secreção.
I
Resposta: E
I
TRAVAGEM BRUSCA. A travagem brusca é um reflexo condicionado. O organismo aprendeu a dar esta resposta depois de uma grande experiência de condução. Quem nunca aprendeu a conduzir não tem este reflexo.
Nervo motor
2. Elabora um esquema idêntico para um exemplo de acto voluntário.
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4.6 Como é formado o sistema nervoso periférico?
T
NervosT Formados por grupos de fibras nervosas compostas por axónios.
O sistema nervoso periférico é formado, entre outros, por: • nervos raquidianos (17) — 31 pares de nervos que partem da espinal medula, ramificando-se e distribuindo-se por todo o corpo; • nervos cranianos (18) — 12 pares de nervos que partem do encéfalo. Os nervosT são compostos por fibras nervosas. As fibras nervosas são associações de axónios, que são os prolongamentos dos neurónios.
Nervos cervicais
Nervo auditivo
Nervo troclear Nervo abducente
Nervo olfactivo Nervo óptico
Nervos dorsais
Nervo motor ocular
Nervo trigémeo
Nervo acessório
Nervo vago Nervo facial Nervo hipoglosso
18
Nervo glossofaríngeo
NERVOS CRANIANOS.
Nervos lombares
Nervo
Nervo coccígeo
Vasos sanguíneos
Nervos sagrados
17
NERVOS RAQUIDIANOS. Partem da espinal medula e ramificam-se para todo o corpo.
Fibras nervosas Tecido conjuntivo
19
NERVOS E FIBRAS NERVOSAS.
Será que APRENDI? 1. Para que servem os nervos? 2. Distingue nervo craniano de nervo raquidiano.
108
Existem nervos sensitivos e nervos motores. No entanto, a maioria dos nervos são mistos, ou seja, tanto transmitem informações para os centros nervosos (encéfalo ou espinal medula) do sistema nervoso central, como instruções deste para os órgãos efectores (músculos ou glândulas).
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Sistema neuro-hormonal
O sistema nervoso periférico é responsável por toda a comunicação entre o sistema nervoso central e o resto do corpo. De acordo com o tipo de comunicações que se estabelecem, o sistema nervoso periférico divide-se em sistema nervoso somático e sistema nervoso autónomo (20).
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
— Recebe e processa as informações provenientes dos órgãos dos sentidos, do equílibrio, dos músculos esqueléticos, dos tendões, entre outros. — Transmite as ordens do SNC aos músculos que são de controlo voluntário.
— Controla as funções básicas e involuntárias do organismo, ou seja, que se realizam independentemente da nossa vontade, como, por exemplo, as actividades viscerais. — Subdivide-se em dois sistemas de funções opostas: o simpático e o parassimpático (20).
Sistema parassimpático — controla e mantém as funções vitais de modo a conservar energia.
Contracção da pupila Estimulação da secreção de saliva Diminuição do ritmo cardíaco
Sistema simpático — está activo apenas em alturas de stress de modo a preparar o organismo para o excesso de actividade.
Dilatação da pupila Inibição da secreção de saliva
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO • Faz a ligação entre os receptores e o sistema nervoso central, e entre estes e os órgãos efectores. • É formado pelos nervos cranianos e pelos nervos raquidianos. • Divide-se em sistema nervoso somático e autónomo.
Aumento do ritmo cardíaco
Constrição dos brônquios
Dilatação dos brônquios
Aumento dos movimentos peristálticos do estômago
Inibição dos movimentos peristálticos do estômago
Inibição da libertação de glucose
Estimulação da libertação de glucose
Inibição da secreção da adrenalina
Estimulação da secreção da adrenalina
Será que APRENDI? 1. Identifica a função do sistema nervoso periférico.
2. Refere os tipos de SNP que Contracção da bexiga
Relaxamento da bexiga
estudaste. 2.1 Como se distinguem?
3. Descreve a reacção do sistema Contracção do ânus
Relaxamento do ânus
nervoso autónomo simpático quando vives as situações de stress seguintes: A — Medo.
20
B — Corrida. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO. Controla as actividades que não dependem do cérebro. Divide-se em sistema parassimpático e sistema simpático.
C — Evacuação das fezes.
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4.7 Quais são as doenças mais frequentes do sistema nervoso? Analiso… 1. Lê com atenção o texto e responde às questões. por tristeza mais mardepressão é uma doença mental que se caracteriza idades habitualmente cada ou prolongada, perda de interesse por activ cansaço fácil. Esta doensentidas como agradáveis e perda de energia ou de de o indivíduo assegurar as suas ça conduz à diminuição substancial da capacida oas de todas as idades, desde a responsabilidades do dia-a-dia. Pode afectar pess pode conduzir ao suicídio, uma infância até à terceira idade e, se não for tratada, pode durar de alguns meses a consequência frequente desta doença. A depressão alguns anos. o um problema primordial de A depressão é reconhecida em Portugal com associada à perda de 850 mil vidas saúde pública. Estima-se que esta doença esteja doença é a principal causa de incapor ano, mais de 1200 mortes em Portugal. Esta vida saudáveis entre as 107 doenpacidades e a segunda causa de perda de anos de em cada quatro pessoas em todo o ças e problemas de saúde mais relevantes. Uma mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Porém, há factores que influenAs causas diferem muito de pessoa para pessoa. depressivos. Por exemplo, conciam o aparecimento e a permanência de episódios ido, o desemprego, a incapacidade dições de vida adversas, a perda de um ente quer mas doenças e a dependência de de lidar com determinadas situações, etc. Algu facilitar a ocorrência de episódios substâncias, como as drogas, podem provocar ou depressivos ou a evolução para depressão crónica.
A
ciclopedia+da+saude/ http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/en saude+mental/depressao.htm, consultado em 09/10/2007
1.1 Como é que se distingue a depressão de uma situação de tristeza? 1.2 Refere algumas causas e consequências de uma depressão. 1.3 Por que razão é a depressão considerada um problema de saúde pública?
As doenças do sistema nervoso podem ter várias causas e provocar diversas alterações do organismo, quer a nível físico quer a nível psicológico. As alterações físicas mais comuns têm origem em infecções, obstruções ou ruptura dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, ou em quedas que originam lesões da espinal medula. Outras doenças, como as de Alzheimer e de Parkinson, resultam da degeneração das células nervosas e constituem actualmente as doenças do sistema nervoso mais comuns entre a população idosa. 110
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As alterações psicológicas podem ter várias origens e são muito complexas. Podem apresentar-se como perturbações alimentares (como a obesidade, a anorexia e a bulimia) ou como perturbações de comportamento que conduzem a estados de ansiedade, depressão, hiperactividade, esquizofrenia, etc.
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
PERTURBAÇÕES MENTAIS
PERTURBAÇÕES FÍSICAS
Meningite
Lesão na espinal medula
As lesões na espinal medula geram paralisia nos membros inferiores (paraplegia) ou em todos os membros (tetraplegia) se a lesão for entre a 5.ª e a 6.ª vértebras cervicais (do pescoço).
A meningite é uma infecção das meninges que pode ser de origem bacteriana ou viral. Actualmente, já existem vacinas para prevenir algumas infecções bacterianas.
Doença de Parkinson É uma doença degenerativa do sistema nervoso que provoca tremor nas mãos, braços e pernas, rigidez muscular, dificuldades em andar e alteração na coordenação dos movimentos. Os doentes podem chegar a ter dificuldade em caminhar, falar e realizar tarefas simples.
Doença de Alzheimer A degeneração do sistema nervoso origina perda de memória, orientação e raciocínio. Agrava-se gradualmente de forma irreversível, originando dificuldades na linguagem e na comunicação e alterações profundas da personalidade.
Ansiedade Estado emocional instável, geralmente acompanhado de alterações fisiológicas e comportamentos semelhantes aos causados pelo medo. Depressão Afecta todo o corpo e estados de ânimo e interfere com todas as actividades quotidianas do indivíduo. A depressão não é uma tristeza passageira; se não for tratada, pode durar anos.
Défice de atenção e hiperactividade Embora seja diagnosticada na infância, não afecta apenas crianças, podendo atingir a adolescência e etapas posteriores da vida. Esquizofrenia Afecta as capacidades intelectuais, o controlo das emoções e as relações interpessoais. São frequentes as alucinações visuais e auditivas mas, mediante medicação, pode ser controlada.
Será que APRENDI? 1. Investiga a causa, os sintomas e o modo de prevenção da poliomielite, uma doença que atinge o sistema nervoso. 2. Sabes fazer diminuir o estado de ansiedade antes de um teste ou de uma prova? Justifica a tua resposta. 111
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4.8 Como funciona o sistema hormonal? O sistema hormonal é composto pelas glândulas endócrinas, que produzem hormonas, que controlam os processos mais lentos do organismo.
O sistema hormonal ou endócrino funciona de forma articulada com o sistema nervoso no controlo das funções vitais. Dá resposta a estímulos provenientes do exterior e é responsável pelo controlo dos processos lentos, como o crescimento das células, o funcionamento dos órgãos sexuais, os processos metabólicos (como a digestão, a excreção, a ventilação pulmonar, a circulação sanguínea e a manutenção da temperatura do corpo), controlando ainda o nosso humor e disposição. O sistema hormonal é composto por várias glândulas endócrinas (21), localizadas em diferentes partes do corpo, que produzem e libertam no sangue as hormonas (22). Alguns órgãos, como os testículos, os ovários e o pâncreas, têm outras funções além da produção de hormonas. Embora as glândulas endócrinas sejam as principais produtoras de hormonas, alguns órgãos, como o cérebro, o coração, o timo, o fígado, os pulmões, os rins, a pele e a placenta, também produzem hormonas.
Hipotálamo — controla todo o sistema hormonal.
Paratiróides — produzem hormonas que mantêm os níveis de cálcio no sangue.
Tiróide — produz hormonas que estimulam a produção de calor, o crescimento dos ossos, o metabolismo celular e o desenvolvimento. Pâncreas — segrega a hormona, a insulina e a glaucagina, que regula os níveis de glucose no sangue.
Supra-renais — segregam hormonas que influenciam todo o metabolismo e algumas características do corpo. Estas hormonas são responsáveis pelas respostas de defesa do organismo a estímulos que provocam medo ou stress.
Ovários — segregam as hormonas sexuais que determinam as características femininas e regulam o ciclo uterino.
Hipófise — segrega várias hormonas que regulam o funcionamento de outras glândulas (como a tiróide, as supra-renais, os ovários e os testículos). Interfere no funcionamento de outros órgãos, como os rins e o útero, e no crescimento dos ossos.
Testículos — segregam as hormonas sexuais que determinam as características masculinas.
21
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PRINCIPAIS GLÂNDULAS DO SISTEMA HORMONAL OU ENDÓCRINO.
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As hormonas funcionam como mensageiros químicos. Uma vez no sangue, as hormonas estimulam ou inibem a actividade de outros órgãos, ou induzem outras glândulas a produzirem outras hormonas. No sangue circulam simultaneamente várias hormonas; no entanto, cada uma afecta apenas os tecidos ou células que estão geneticamente programados para as receber e responder às suas ordens. Essas células ou tecidos têm receptores específicos para essa hormona — um mecanismo semelhante a uma chave e a uma fechadura. Se uma hormona encaixar no receptor celular, então, as células desse tecido modificarão imediatamente o seu metabolismo (actividade) de modo a cumprir as ordens. Todas as células que tiverem um receptor de determinada hormona vão ser estimuladas ou inibidas por essa hormona (22).
Sistema neuro-hormonal
CARACTERÍSTICAS DAS HORMONAS • São segregadas nas glândulas endócrinas, por alguns tecidos ou células. • São mensageiros químicos. • Actuam em pequenas quantidades sobre tecidos ou órgãos específicos. • Só são segregadas enquanto são necessárias.
Em alguns casos, os tecidos receptores estão localizados apenas num determinado órgão ou glândula. Noutros, o tecido receptor está disperso pelo corpo e, nesse caso, o efeito da hormona vai fazer-se sentir por todo o corpo.
Célula-alvo
Os níveis de hormonas no sangue são regulados pelo hipotálamo e pela hipófise. É a concentração de determinada hormona no sangue que inibe ou estimula as glândulas a continuarem a sua segregação.
Vaso sanguíneo
Este mecanismo de regulação denomina-se mecanismo de retroacção, retroalimentação ou feedback, e pode ser positivo ou negativo.
Célula secretora
Célula-alvo
Vaso sanguíneo
Os níveis de hormonas no sangue são influenciados por factores externos, como o stress, ou internos, como infecções e alterações nos níveis de determinadas substâncias no sangue. O mecanismo de regulação hormonal (retroacção) pode ser representado pelo esquema seguinte.
22
MECANISMO DE ACÇÃO DAS HORMONAS. As hormonas são libertadas pelas células secretoras e são transportadas na corrente sanguínea. Cada hormona actua apenas sobre as células que possuem receptores para essa hormona.
Estímulo
I
estimula
inibe
I
Glândula segrega
circula
Hormona
actua
I
I
Níveis altos no sangue
I
I
I
inibe estimula
estimula
Hipófise I
estimula
I
I
Hipotálamo
Órgão ou célula-alvo provoca I
Resposta
Será que APRENDI? I
Retroacção negativa
I
1. Refere o papel do sistema hormonal no organismo. 2. Para que servem as hormonas? 3. Identifica a glândula endócrina que segrega a hormona responsável pelo
Retroacção positiva
crescimento dos ossos.
4. Explica o que entendes por mecanismo de retroacção. 113
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4.9 Quais são as doenças mais frequentes do sistema hormonal? Analiso… 1. Analisa a imagem, lê o texto e responde às questões que se seguem. diabetes é uma doença crónica que se Elevada Baixa concentração concentração caracteriza pelo aumento dos níveis de de glucose de glucose açúcar (glucose) no sangue e pela incaglua pacidade de o organismo transformar toda cose proveniente dos alimentos. A quantidade de O pâncreas glucose no sangue denomina-se glicemia. O pâncreas liberta liberta ir surg pode Além da diabetes gestacional, que insulina glucagina durante a gravidez e desaparecer após o parto, existem dois tipos de diabetes. Diabetes tipo 2 (diabetes não insulinodependente) — é a mais frequente (90 por cento dos As células O fígado casos). O pâncreas produz insulina, mas as adiposas Níveis normais de liberta retiram células do organismo oferecem resistência à açúcar no sangue glucose a glucose acção da insulina e o organismo tem cada vez da circulação mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos. Se o doente não consegue controlar a diabetes através de dieta e actividade física regular, deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. a mais rara. O pâncreas produz insulina Diabetes tipo 1 (diabetes insulinodependente) — é as as situações. Como resultado, as céluem quantidade ou em qualidade insuficientes, ou amb ue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível las do organismo não conseguem absorver, do sang está directamente relacionada com hábise mantenha elevado e seja expelido para a urina. Não a manifesta falta de insulina. Os doentes tos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a vida. necessitam de uma terapêutica com insulina para toda
A
/07 (adaptado) http:// www.portaldasaude.pt, consultado em 13/10
1.1 Identifica as hormonas representadas na imagem. 1.1.1 Por que razão se diz que essas hormonas são antagónicas? 1.1.2 Qual é a reacção do pâncreas aos diferentes níveis de glucose no sangue? 1.1.3 Apresenta o significado das palavras «hiperglicemia» e «hipoglicemia». 1.2 Diz o que entendes por diabetes. 1.3 Distingue a diabetes tipo 1 da diabetes tipo 2. 1.3.1 Qual é o tipo mais comum? 1.3.2 Como se pode controlar a diabetes tipo 2?
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Sistema neuro-hormonal
A coordenação do organismo depende da acção conjunta do sistema nervoso e do sistema hormonal. Assim, o excesso ou carência de apenas uma hormona pode afectar o equilíbrio do organismo. As doenças do sistema hormonal resultam das deficiências nas glândulas e órgãos endócrinos, que se podem traduzir num excesso de produção hormonal — hiperfunção (23) — ou numa deficiente segregação hormonal — hipofunção (24).
DOENÇAS DO SISTEMA HORMONAL Resultam da segregação deficiente de hormonas por parte das glândulas endócrinas: hipofunção ou hiperfunção. 23
GIGANTISMO. Excesso de produção da hormona do crescimento pela hipófise durante a infância, que leva a um crescimento excessivo do indivíduo.
24
NANISMO. Deficiente produção da hormona do crescimento na infância, que leva a um crescimento reduzido do indivíduo.
Será que APRENDI? 1.
Qual é o papel do pâncreas no sistema endócrino?
2. Diz o que entendes por gigantismo e nanismo.
25
2.1. Explica, em ambos os casos, como se desenvolvem estas doenças. HIPERTIROIDISMO. Excesso de produção hormonal da tiróide, que leva ao aumento do metabolismo, nervosismo, insónias, hiperactividade e perda de peso. Pode ser acompanhado pelo aumento de volume da tiróide, originando o bócio.
3. Quais são os efeitos do hipertiroidismo?
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4.10 Que comportamentos afectam o sistema neuro-hormonal? Analiso… 1. Lê o texto e responde às questões que se seguem. este passa para a corrente sanguíórgãos do corpo e onde pode nea, a partir da qual exerce a sua acção sobre diversos manter-se durante várias horas. estimulante do sistema nervoso Contrariamente ao que se diz, o álcool não é um inicial de euforia e de desinibição central, mas sim um depressor, pois à sensação , descoordenação muscular, dimisegue-se um estado de sonolência, turvação da visão preensão, fadiga muscular, etc. Se as nuição da capacidade de reacção, atenção e com ocar depressão respiratória, coma doses ingeridas forem muito elevadas, podem prov etílico e até a morte. sistema cerebral, responsável pelo O álcool actua bloqueando o funcionamento do s torna o indivíduo eufórico, alegre e controlo das inibições. A diminuição das inibiçõe levá-lo, em determinadas ocasiões, a com uma falsa segurança em si mesmo, podendo s de tráfego merecem uma menção adoptar comportamentos de risco. Os acidente entes tem relação directa com o conespecial. Uma altíssima percentagem desses acid pelo álcool do que por outras drogas. sumo de álcool. Há mais mortes por dia causadas te entre os jovens. Podemos afirmar que é a primeira causa de mor l, OUCOS minutos depois da ingestão de álcoo
P
tado) http://www.idt.pt, consultado em 15/10/07 (adap
1.1 Como é que o álcool ingerido circula no corpo? 1.2 Encontra no texto afirmações que contrariem a afirmação seguinte: «O álcool é um estimulante do sistema nervoso central.» 1.3 Tendo em conta que a ingestão de bebidas alcoólicas tem várias consequências, refere: a) as consequências imediatas e os efeitos passado algum tempo; b) as possíveis consequências da ingestão de grandes quantidades de álcool. 1.4 Pesquisa em livros, jornais ou na Internet dados que justifiquem o último parágrafo do texto.
T
DrogaT Substância natural ou química capaz de provocar alterações físicas e/ou psicológicas.
O sistema neuro-hormonal pode ser seriamente afectado pelos comportamentos aditivos, ou seja, pelo consumo de substâncias que causam dependência física ou psicológica — as drogasT. Hoje em dia é comum ouvirmos falar de drogas legais e ilegais, drogas leves e pesadas, drogas químicas e naturais. Seja qual for a substância, esta é considerada droga sempre que, uma vez dentro do corpo humano, actue sobre o sistema nervoso central, provocando alterações físicas e/ou psicológicas. EXEMPLOS DE DROGAS • Tabaco • Álcool • Café
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• Cannabis • Cocaína • Heroína
• Esteróides anabolizantes • Calmantes • Anfetaminas (speed)
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Sistema neuro-hormonal
COMPORTAMENTOS ADITIVOS Consumo de substâncias aditivas legais
Consumo de psicofármacos
O tabaco, o álcool e as xantinas (chá, café e cacau) são drogas legais com que lidamos todos os dias e ao consumo das quais nem sempre damos a devida importância. No entanto, os seus efeitos a longo prazo incluem perturbações do sistema nervoso central, podendo levar a problemas vários nos sistemas cardiorrespiratório e digestivo.
Os psicofármacos, como os calmantes, são substâncias receitadas por médicos, muitas vezes utilizadas de forma indevida.
Consumo de esteróides anabolizantes
Consumo de heroína
Consumo de Cannabis (marijuana e haxixe)
Os esteróides anabolizantes actuam negativamente sobre o sistema nervoso, mas também sobre outros sistemas (fígado, rim, coração, atrofia testicular e, nas mulheres, masculinização). São utilizados por atletas e jovens interessados em aumentar a sua massa muscular.
Esta droga, tal como outros opiáceos (derivados do ópio), é depressora do sistema nervoso central. Ou seja, torna as reacções mais lentas e pode causar reacções diversas, desde a desinibição até ao coma e à morte.
Conhecida também por «charro», «erva», ou «ganza», esta droga é rapidamente absorvida pelos pulmões ou pelo sistema digestivo. Liberta-se lentamente no sangue, onde permanece durante muito tempo. Afecta o cérebro, alterando a percepção da realidade.
Será que APRENDI? 1. Realiza uma pesquisa sobre os efeitos de cada uma das drogas e apresenta os resultados num pequeno relatório. 117
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4.11 Como evitar o stress? Analiso… 1. Lê os textos e responde às questões que se seguem. stress. O stress provoca um últimas décadas, cada vez mais pessoas sofrem de mecanismos de defesa. Os sintodesequilíbrio entre o corpo e a mente, afectando os res. Para os médicos, o stress é o mas manifestam-se na combinação de vários facto complicar ou atrasar a recuperação de uma causador de muitas doenças; contribui também para acitante. O stress pode originar perturbadoença prolongada ou aumentar o seu período incap elho digestivo, alteração de certas glândulas ções mentais, erupções da pele, alterações do apar tência e desinteresse pela actividade sexual, internas (tiróide), perturbações menstruais, impo entre outros problemas. íveis factores de stress. Se saltar de páraCada pessoa reage de forma diferente perante poss uns, para outros só a ideia já é aterradora. -quedas é um passatempo e um divertimento para
N
AS
ltado em 16/10/07 (adaptado) http://www.pfizer.pt/viver_melhor/stress.php, consu
faz parte da vida de crianças e adolescentes bem-estar físico, socioafectivo e pode ter consequências negativas para o seu identificados como possíveis e cognitivo. Três domínios da vida escolar foram . focos de preocupação para crianças e adolescentes sso e para a obtenção de bons resultados. Nível académico: existe uma pressão para o suce diferentes materiais, realizando os trabaO grande número de disciplinas que obriga a organizar calendários e a organizar o estudo para as lhos das diferentes disciplinas, a cumprir diferentes OCDE, os alunos portugueses passam em diferentes avaliações, etc. Segundo um relatório da o que está acima da média europeia. média 5 horas por semana a fazer os trabalhos de casa, da escola e relação com os professoNível de adaptação ao funcionamento e regras com horários mais irregulares e com a necesres: a partir do 2.˚ ciclo, os jovens são confrontados os conhecem menos bem. sidade de se adaptarem a diferentes professores que aceite pelos colegas, o medo de desagraNível de relação entre colegas: o receio de não ser pelos pares é motivo de preocupação para dar por causa da aparência física e de ser rejeitado No mesmo sentido, os episódios de violência os alunos, principalmente a partir da adolescência. foco de preocupação para muitos alunos. e de agressão entre pares (bullying) nas escolas são um AL como acontece na fase adulta, o stress
T
ltado em 18/10/07 (adaptado) http://www.proformar.org/revista/edicao_7, consu
1.1 Explica, por palavras tuas, o que entendes por stress. 1.2 Retira do texto uma frase que apoie a afirmação seguinte: «O stress não é uma doença, é uma resposta do organismo a um determinado estímulo, e varia de pessoa para pessoa.» 1.3 Refere algumas das consequências do stress. 1.4 Qual é a situação escolar que mais frequentemente te provoca stress? 1.4.1 O que fazes para evitar essa situação? 1.4.2 Sugere possíveis alterações na organização da tua escola que pudessem diminuir o stress dos alunos.
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O stress é o resultado da reacção do organismo a estímulos externos desfavoráveis. Quando somos colocados perante uma situação que nos mete medo ou que tememos não conseguir superar, o sistema neuro-hormonal reage, produzindo grandes quantidades de uma hormona — a adrenalina — que, uma vez lançada no sangue, prepara o nosso corpo para reagir ao perigo. No sistema respiratório, a adrenalina provoca a dilatação dos brônquios e o aumento dos movimentos de ventilação, fazendo com que haja maior captação de oxigénio. No sistema cardiovascular, a adrenalina provoca a aceleração dos batimentos cardíacos e uma diminuição da dimensão dos vasos sanguíneos, obrigando o sangue a circular mais rapidamente e, consequentemente, a levar mais oxigénio para os músculos e para o cérebro.
Sistema neuro-hormonal
MEDIDAS PARA EVITAR O STRESS • Planear as actividades diárias. • Praticar actividade física diariamente. • Dormir 8 horas por dia. • Ter uma alimentação equilibrada. • Não ter comportamentos aditivos. • Ter bom humor e atitudes positivas.
Quando o perigo passa, a produção de adrenalina também cessa, e tudo volta ao normal. No entanto, actualmente, nos países de maior desenvolvimento, quer os adultos quer as crianças e os adolescentes são frequentemente colocados perante situações de stress. O excesso diário de circunstâncias que provocam stress pode originar alterações no funcionamento da tiróide, perturbações nos sistemas cardiovascular, digestivo e reprodutor, e doenças neurológicas, como a depressão. A melhor maneira de se evitar o stress é ter uma atitude positiva e bem-humorada (26), planeando as actividades diárias (27) de modo a permitir a prática de exercício físico, uma alimentação equilibrada, cerca de oito horas de sono, ter tempo para estudar e estar com os familiares e amigos.
26
MANTER O BOM HUMOR. Em situações difíceis, é fundamental manter a boa disposição para evitar o stress.
27
PLANEAR AS ACTIVIDADES DIÁRIAS. Organizar o dia, de forma a ter tempo para comer, estudar, brincar, estar com os amigos, praticar exercício físico (de preferência ao ar livre) e dormir.
Será que APRENDI? 1.
Organiza um horário de modo a planeares as tuas actividades diárias (não te esqueças da actividade física!). 1.1 Discute-o com os teus encarregados de educação e com o teu professor.
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Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente I 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Já foi atribuído o Prémio Nobel da Medicina a um cientista português? 1.2 São sempre as descobertas dos cientistas bem aplicadas? 1.3 Deveria o Prémio Nobel ser retirado sempre que as descobertas dos cientistas laureados fossem mal aplicadas?
2. Lê com atenção o texto que se segue. eitado da angiografia cerebral, e internacionalmente resp Congresso Internapor isso, Egas Moniz participou em 1935 no II apresentados os foram cional de Neurologia, em Londres, onde Universidade de Yale, sobre trabalhos de James Watts e Carlyle Jacobson, da s frontais de chimpanzés. os resultados da destruição em laboratório dos lobo a substancialmente reduziA capacidade de aprendizagem dos animais ficav u Egas Moniz a perguntar da e os seus estados emocionais alterados. Isso levo evitar o desenvolvimento de se a remoção do lobo frontal (lobotomia) poderia os sintomas de frustração. neuroses experimentais em animais, eliminando no Homem por meios «Não será viável diminuir os estados de ansiedade s. A resposta de Watts de cirúrgicos?», questionou o neurologista portuguê ar os estudos que conduque isso seria «um passo formidável» levou-o a inici Em 1949 recebia o Nobel ziriam à lobotomia, assim que regressou a Lisboa. da Medicina. ugal, o médico americano Walter Freeman Ao saber das experiências realizadas em Port os. A lobotomia tornou-se ali muito popular apressou-se a divulgar o método nos Estados Unid de 50 mil lobotomias nos EUA. Em 10% das e nos quarenta anos seguintes foram feitas cerca entanto, nos outros 90% os resultados foram cirurgias os pacientes mostraram melhoras. No desses casos de insucesso queriam que o Prémais ou menos desastrosos. Familiares de alguns mio Nobel fosse retirado a Egas Moniz. andre Castro Caldas, que nos últimos 25 Para o neurologista e investigador português Alex no Hospital de Santa Maria, a reivindicação anos dirigiu o Centro de Estudos Egas Moniz, rância científica». E explica: «O Prémio Nobel desse grupo de familiares revela «uma grande igno as a um desenvolvimento científico e não pela foi-lhe atribuído por um trabalho que abriu port tou um grande progresso no conhecimento de prática clínica. Nos anos 30, a lobotomia represen primeira vez uma relação directa entre a doença funções cerebrais. Foi aí que se estabeleceu pela a da técnica desenvolvida por Egas Moniz não mental e a estrutura cerebral.» «A aplicação errad lhe pode ser imputada», sublinha Castro Caldas.
P
IONEIRO
Diário de Notícias, 21/7/2005 (adaptado)
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião.
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II 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Sabes quem é António Damásio? 1.2 Os cientistas dedicam-se unicamente a livros de estudo e a artigos científicos? 1.3 Conseguem os cientistas divulgar a Ciência de forma simples?
2. Lê com atenção o texto que se segue. amor infinito e prof issiodas emoções e deu-lhe nalismo integral. Entrou no território ilimitado que consideram que explicação científica. Damásio é um dos cientistas tão falada inteligência emocional. devemos decidir com a razão e com o coração, a cias. Os seus estudos têm sido fulcrais para É uma estrela cintilante no universo das neurociên responsáveis pela tomada de decisões e concompreender o funcionamento das áreas cerebrais ecer as bases cerebrais da linguagem e da duta, porque as suas investigações permitem conh plexas em linguagem acessível a toda a gente. memória e porque divulga questões científicas com lifica o que é complicado e relaciona os fenóAutor de vários livros de divulgação científica, simp de Descartes — Emoção, Razão e Cérebro Humamenos da mente com o quotidiano. Escreveu O Erro Todos com êxito e traduzidos em várias línguas. no, Ao Encontro de Espinosa e O Sentimento de Si. da Ciência. A sua intenção primeira é António Damásio é uma espécie de propagandista stiga — o sistema nervoso central e a relação estabelecer uma relação entre a matéria que inve na vida quotidiana, na relação das pessoas, nos com o corpo — e a forma como isso se insere divulgador. Para Damásio, é essencial «que a comportamentos. Ao fazer isso, torna-se um do convulsivo e atormentado em que vivemos». investigação ajude a mudar um pouco este mun nsão dos processos neurodegenerativos do Pelo contributo dado à Neurobiologia, à compree o, à Ciência em geral —, António Damásio foi cérebro, como Parkinson e Alzheimer — no fund te o Prémio Pessoa e o Prémio Príncipe das distinguido com vários galardões, nomeadamen em 2005. «É genial», remata Manuel Sobrinho Astúrias de Investigação Científica e Técnica, nologia Molecular da Universidade do Porto. Simões, director do Instituto de Patologia e Imu com NTÓNIO Damásio entregou-se à Ciência
A
topic=1, consultado em 09/10/07 (adaptado)
l=3& http://www.rtp.pt/gdesport/?article=106&visua
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Qual é o tipo de investigação a que António Damásio se dedica? 3.3 Por que razão tem este cientista recebido tantos prémios?
SOU UM CIDADÃO RESPONSÁVEL 1. Complementa o que aprendeste ao longo desta unidade realizando uma pequena pesquisa sobre o trabalho de Egas Moniz e a sua importância para a Medicina.
2. Faz uma investigação sobre o que é a inteligência emocional e debate os resultados com os teus colegas e professor. 121
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... Ideias-chave P Os estímulos são alterações no exterior ou no interior do corpo que provocam uma resposta do sistema neuro-hormonal, que é formado pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal.
P Os órgãos receptores captam os estímulos e, através de impulsos nervosos, informam o centro nervoso — órgão que recebe a informação dos receptores, que a analisa e processa uma resposta. A informação é transmitida aos órgãos efectores, que realizam uma resposta motora ou hormonal.
P O sistema nervoso é formado pelo: • sistema nervoso central (SNC), cuja função é coordenar o corpo e as suas actividades e que é composto pelos centros nervosos: — encéfalo, formado, entre outras estruturas, pelo cérebro (dirige todas as respostas voluntárias aos estímulos), cerebelo (coordena os movimentos voluntários dos membros e o equilíbrio), bolbo raquidiano (controla os movimentos involuntários dos órgãos) e hipotálamo (faz a ligação com o sistema hormonal); — espinal medula (responsável pelos actos reflexos). • sistema nervoso periférico (SNP), que percorre todo o corpo e estabelece a ligação entre os receptores e o sistema nervoso central, e entre este e os órgãos efectores. Divide-se em: — sistema nervoso somático — recebe as informações dos órgãos receptores e transmite as respostas do SNC aos músculos, que são de controlo voluntário; — sistema nervoso autónomo — controla as funções básicas e involuntárias do organismo. Divide-se em sistema parassimpático e sistema simpático.
P A transmissão das informações no sistema nervoso acontece sob a forma de impulsos nervosos, que se propagam no corpo através dos neurónios — células nervosas.
P P P P
A sinapse é o processo de transmissão de impulsos nervosos de um neurónio para outro. Os nervos são formados por grupos de fibras nervosas compostas por vários axónios. Os actos voluntários são respostas voluntárias e conscientes a um estímulo. Os actos reflexos são respostas involuntárias a um estímulo, pois a sua elaboração é realizada na espinal medula. Podem ser reflexos inatos ou condicionados.
P As doenças do sistema nervoso podem ser perturbações físicas (por exemplo, a meningite) ou perturbações mentais (por exemplo, a depressão).
P O sistema hormonal controla os processos mais lentos do organismo e é composto pelas glândulas endócrinas, por alguns tecidos e células produtoras de hormonas — mensageiros químicos — que actuam em pequenas quantidades sobre tecidos ou órgãos específicos.
P As doenças do sistema hormonal caracterizam-se pela hiperfunção ou hipofunção das glândulas.
P As substâncias capazes de provocar alterações físicas e/ou psicológicas denominam-se drogas. P O stress é o estado físico e/ou psicológico resultante das respostas do organismo a estímulos externos que o podem prejudicar.
... DESCOBRE POR TI MESMO HOWARD, Ron — Uma Mente Brilhante, Lusomundo, 2001. LEVINSON, Barry — Encontro de Irmãos, Lusomundo, 1988. Era Uma Vez o Corpo Humano, «As Hormonas», «O Cérebro», «Os Neurónios», Planeta Agostini. • Vários — Atlas Visual da Ciência, «O Corpo Humano», volume 15, Buenos Aires, Editorial Sol 90. • GONZALEZ, M.T. — A Lua de Joana, Editorial Verbo, 2001. • http://www.innerbody.com — Anatomia humana. • http://saude.hsw.uol.com.br/nervo.htm — Funcionamento do sistema nervoso. • http://www.idt.pt/id.asp?id=p1 — Instituto da Droga e da Toxicodependência.
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... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática.
controla
Hipotálamo
I
I
B
I
controla
Movimentos voluntários dos membros
I
I I
Cerebelo
Actos voluntários
Movimentos involuntários dos órgãos
I
I I
I
formado por
controla
Actos reflexos inatos
formado por
A
que são
Sistema nervoso central
Cérebro
I
I
Tenta completá-lo substituindo as letras presentes nas caixas vazias pelos termos que o tornam lógico.
controla
C
Centros nervosos de onde partem os
E
para
I
I
transmitem por
Neurónios
I
formados por
D
I
I
formado por
Órgãos efectores I
divide-se em
activo em
Sistema simpático
activo em
I
H
actuam sobre
Situações de repouso
I
segregam
I
Movimentos voluntários
Situações de stress
I
divide-se Sistema em nervoso autónomo I
formado por
I
I
Sistema hormonal
I
controla os
I
G
Sistema nervoso somático
divide-se em I
I
I
formado por
Hormonas
I
SISTEMA NEURO-HORMONAL
I
F
circulam no
inibem
I I
Níveis altos
se atingem
J
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Actividades 1. Lê atentamente o texto e responde às questões.
O
Manuel está a jogar numa partida de futebol. Aproxima-se da baliza pelo extremo direito, observa o Vítor no centro da área, que grita a pedir a bola. O Manuel olha para a bola, para o Vítor, pensa e, com um pontapé, centra a bola para a cabeça do Vítor. A adrenalina do Vítor sobe, os músculos ficam tensos, o ritmo cardíaco aumenta e concentra-se. Flecte os músculos das pernas, salta cabeceando a bola para a baliza!!! É golo!!! Grita e pula de alegria. 1.1 Qual é o centro nervoso que permite que o Manuel passe a bola ao Vítor? 1.2 Identifica o órgão efector utilizado quando o Manuel passa a bola ao Vítor. 1.3 Que tipo de resposta faz o coração do Vítor bater mais depressa? 1.4 Dá exemplos de órgãos receptores de estímulos envolvidos neste jogo.
2. Observa a figura, que representa um encéfalo, e responde às questões seguintes. 2.1 Faz a legenda da figura. A
2.2 Identifica o local do encéfalo responsável pelos movimentos voluntários.
E
2.3 Enuncia três funções de A. B D
2.4 Como é formado o sistema nervoso central? 2.5 Quais são as funções do sistema nervoso central?
C
3. Observa a figura seguinte e responde às questões. 3.1 Que células estão representadas por A?
A
C
B
3.2 Como se denomina a região representada por B? 3.3 Que substâncias estão representadas pela letra C? 3.4 Explica de uma forma simples como são transmitidos os impulsos nervosos.
4. Classifica as acções que se seguem como actos reflexos ou actos voluntários. A — Jogar futebol. B — Picar o dedo e afastá-lo rapidamente do espinho. C — Fechar os olhos ao ficar encandeado com os faróis de um carro. D — Iniciar uma dieta.
5. Quais são as funções do sistema nervoso periférico? 124
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6. O texto que se segue refere-se ao sistema nervoso periférico. Completa-o com as palavras correctas. A O sistema nervoso periférico divide-se em e autónomo. O primeiro transmite as ordens B do até aos músculos de controlo voluntário. O sistema nervoso autónomo controla as C funções do organismo, como, por exemplo, o ritmo cardíaco. Este sistema pode ainda D subdividir-se noutros dois: o sistema simpático e o . O sistema simpático está activo E apenas em situações de .
7.
Quais são as consequências possíveis de uma queda que provoque uma lesão na coluna vertebral?
8. Observa a figura, que representa o sistema endócrino, e responde às questões. 8.1 Identifica as diversas glândulas.
1
8.2 O que entendes por glândulas endócrinas?
2
8.3 Qual é a ligação que podes estabelecer entre o sistema nervoso e o sistema hormonal?
4
3
5 6
9. Comenta a afirmação seguinte: «No sangue circulam, simultaneamente, várias hormonas; no entanto, nem todos os órgãos respondem às suas ordens.»
10. Explica o que entendes por mecanismo de retroacção. 10.1 Qual é a importância desse mecanismo? 10.2 Dá um exemplo de um mecanismo de retroacção hormonal que conheças.
11. O gráfico mostra a variação da concentração de glucose e insulina no sangue após terem sido ingeridas duas colheres de chá de açúcar. Responde às questões que se seguem. 11.1 O que aconteceu à concentração de glucose no sangue depois de se ingerir o açúcar?
Concentração de glucose no sangue (variação)
Concentração de insulina no sangue (variação)
Insulina
11.2 O que aconteceu à concentração de insulina depois de se ingerir o açúcar? 11.3 Sugere uma hipótese que explique por que razão a concentração de insulina no sangue é variável. 11.4 Este gráfico poderia corresponder a uma pessoa diabética? Justifica a tua resposta.
Glucose 0
5
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Tempo (min)
12. Descreve uma situação de stress que provoque uma resposta hormonal. 125
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u n i d a d e
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Alimentação e digestão
[A]
[B]
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas. A — Os animais obtêm os seus alimentos através da... a) … ingestão. b) … absorção. c) … fotossíntese. d) … decomposição. .
126
B — Para viver, o ser humano necessita de… a) … alimentos. b) … água. c) … oxigénio. d) Todas as opções anteriores.
C — O sistema digestivo humano é… a) … igual em todas as pessoas. b) … diferente de idade para idade. c) … diferente de pessoa para pessoa. d) … diferente nos homens e nas mulheres. D — A boca e a faringe pertencem ao… a) … sistema digestivo. b) … sistema respiratório. c) … sistema digestivo e sistema respiratório. d) Nenhuma das opções anteriores.
E — A frase: «As pessoas magras são mais saudáveis do que as gordas.» é… a) … verdadeira. b) … falsa. c) … verdadeira apenas para os adultos. d) … verdadeira apenas para as crianças. F — A conservação dos alimentos serve para… a) … diminuir as substâncias tóxicas. b) … atrasar a sua degradação. c) … prepará-los para o consumo humano. d) … adicionar substâncias denominadas aditivos.
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[C]
[D]
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente as imagens destas duas páginas e responde às questões que se seguem. 1.1 Compara a imagem A com a imagem D. 1.1.1 Onde é que existem melhores condições para cozinhar? Justifica a tua resposta. 1.1.2 Enumera as consequências prováveis para a saúde das condições retratadas nas duas imagens. 1.2 Compara a imagem B com a imagem C. 1.2.1 Que diferenças encontras nas pessoas retratadas? 1.2.2 Qual será a origem do excesso de peso do jovem da imagem B? 1.2.3 Qual será o motivo da magreza excessiva da criança retratada em C? 1.2.4 Em que tipo de sociedades ou países poderão ter sido tiradas as fotografias das imagens B e C? Justifica a tua resposta.
2. Comenta a afirmação seguinte do filósofo Hipócrates (estudioso grego, considerado o «pai da Medicina»): «Que o teu alimento seja o teu medicamento.»
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5.1 T
NutriçãoT Conjunto de processos que cada ser vivo realiza para obter matéria e energia. NutrientesT Compostos químicos orgânicos ou inorgânicos que regulam o organismo ou lhe fornecem matéria e energia. AlimentaçãoT Forma de nutrição dos animais.
Por que razão nos alimentamos? Todos os seres vivos desenvolvem processos para a obtenção de matéria e energia, que lhes permitem elaborar a sua própria matéria e realizar as suas funções vitais. A esse conjunto de processos chamamos nutriçãoT. Aos compostos de origem orgânica ou inorgânica que, através desses processos, são transformados em energia e/ou em matéria necessárias à construção, reparação e regulação do organismo chamamos nutrientesT. Apesar de todos os seres vivos necessitarem de nutrientes, nem todos os obtêm da mesma maneira. Nos seres produtores, como as plantas, a nutrição realiza-se através da fotossíntese (1). Os seres decompositores, como os fungos, adquirem os nutrientes através da absorção (2).
[B] Energia solar
CO2 I
I
O2
Folha
Caule Água e sais minerais
Compostos orgânicos
[A]
Raiz
H2O
1
FOTOSSÍNTESE. As plantas captam a energia do Sol, o dióxido de carbono do ar, a água e os nutrientes do solo através das raízes, produzindo compostos orgânicos ricos em energia, que utilizam para fabricar novas células e para desenvolver as suas funções vitais.
2
ABSORÇÃO. Os fungos [A], como o bolor do pão [B], decompõem a matéria orgânica, sobre a qual se fixam, e absorvem-na através das suas células, obtendo assim matéria e energia necessárias à sua sobrevivência.
À semelhança dos restantes animais, o homem adquire através da alimentaçãoT os nutrientes que regulam o seu organismo e que fornecem energia para a realização das suas actividades e matéria para a construção de novas células e tecidos (3). 128
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Alimentação e digestão
T
Nutriente essencialT Nutriente necessário ao organismo, mas que não pode ser sintetizado por ele. AlimentoT Substância que pode ser ingerida e que fornece um ou mais nutrientes.
3
ALIMENTAÇÃO. A nutrição do ser humano realiza-se através da alimentação. Ao ingerirmos os alimentos, damos início ao processo de nutrição através da digestão.
Os nutrientes inorgânicos — a água e os minerais — não são produzidos apenas pelos seres vivos e têm, geralmente, uma função plástica e reguladora do organismo. Os nutrientes orgânicos — os glúcidos, os lípidos, as proteínas e as vitaminas — são fabricados exclusivamente pelos seres vivos, têm várias composições químicas e, exceptuando as vitaminas, podem ser transformados em energia e/ou em matéria pelo ser que os ingeriu. As vitaminas não se transformam em energia, mas são indispensáveis à regulação do funcionamento do organismo.
TIPOS DE NUTRIENTES • Nutrientes inorgânicos: água e minerais. • Nutrientes orgânicos: glúcidos, lípidos, proteínas e vitaminas.
Alguns nutrientes, como algumas vitaminas e alguns minerais e lípidos, são considerados nutrientes essenciaisT — têm de ser obrigatoriamente ingeridos, porque o nosso organismo não é capaz de os produzir ou não os produz em quantidades suficientes. Os restantes nutrientes também são necessários ao organismo, mas podem ser sintetizados a partir de outros já ingeridos. Os alimentosT possuem, ainda, algumas substâncias importantes para a regulação do organismo, tais como as fibras das plantas, que, por não serem digeridas e absorvidas pelo organismo, não são consideradas nutrientes.
Será que APRENDI? 1.
Explica por palavras tuas a afirmação seguinte: «Todos os seres vivos necessitam de nutrientes.»
2. Qual é a diferença entre nutrição e alimentação? 3. Explica o que são nutrientes essenciais. 129
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5.2 Quais são as funções dos nutrientes? Nutrientes
Função
Plástica e reguladora
Representa cerca de 60% a 80% da massa do nosso corpo. É responsável pelo transporte das substâncias através das membranas celulares, regula a temperatura do corpo e é o meio onde se realizam as reacções químicas do metabolismo. Está presente na maioria dos alimentos, principalmente no leite, na fruta e nos legumes.
Plástica e reguladora
Nutrientes inorgânicos, constituem cerca de 4% a 5% do total do peso corporal. São geralmente ingeridos em forma de sais — compostos formados por elementos como o carbono, o fósforo, o cloro, etc. — ligados a elementos como o ferro, o sódio, o potássio, o cálcio, etc. A maioria tem funções reguladoras indispensáveis ao bom funcionamento do organismo, como o sódio e o magnésio; outros têm funções plásticas, como o cálcio, que é importante para o crescimento e resistência dos ossos, dos dentes, etc. Estão presentes em abundância na fruta e nos legumes.
Essencialmente energética
Fornecem energia para as nossas necessidades energéticas imediatas. Podem ser compostos simples, como a glucose e a sacarose, vulgarmente denominados açúcares, ou formar grandes moléculas, como a celulose e o amido. Estão presentes na maioria dos alimentos de origem vegetal: cereais, fruta e legumes. O leite é o único alimento de origem animal que possui glúcidos — a lactose. O amido é uma reserva de energia das plantas, presente em grandes quantidades em alimentos como a batata, a cenoura e a abóbora.
Plástica e energética
A maioria dos lípidos que ingerimos são triglicéridos, que se decompõem em ácidos gordos e glicerol, sendo sob esta forma que são absorvidos no intestino delgado. Têm uma função plástica: são constituintes da membrana celular (fosfolípidos) e do tecido adiposo, que protege os órgãos e o organismo das variações de temperatura do exterior. O tecido adiposo também actua como reserva energética: em caso de necessidade, o organismo transforma os lípidos em energia. Podem ser de origem vegetal, como os obtidos a partir do azeite, ou de origem animal, como os lípidos presentes na manteiga e na banha.
Essencialmente plástica
As proteínas que ingerimos decompõem-se em aminoácidos, que o organismo utiliza para construir novas proteínas, que desempenham várias funções: formam a matéria das células de todo o corpo, transportam o oxigénio no sangue e participam nas defesas do organismo contra as infecções. As proteínas podem ser utilizadas também como fonte alternativa de energia. As proteínas de origem animal encontram-se principalmente na carne, nos ovos, no peixe e no leite. As proteínas de origem vegetal estão presentes nos cereais e nas leguminosas (feijão, favas, etc.).
Reguladora
A palavra «vitamina» significa «amiga da vida». As vitaminas são fundamentais para o funcionamento do organismo, intervindo em muitas das reacções químicas essenciais. Como a maioria das vitaminas não é sintetizada pelo organismo, só as podemos obter através da ingestão dos alimentos que as contêm, como os legumes frescos e a fruta. As vitaminas A, D, E e K só se dissolvem em lípidos; por isso, podem ser obtidas a partir de legumes cozinhados. Outras dissolvem-se na água (como a vitamina C e todas as do complexo B); por isso, só podem ser obtidas através da ingestão de legumes e fruta crua.
Água
Minerais
Glúcidos ou glícidos
Lípidos ou gorduras
Proteínas
Vitaminas
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Descrição
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Os glúcidos, os lípidos e as proteínas são os principais nutrientes orgânicos, que, durante o processo de digestão, são desdobrados nos seus componentes, com o auxílio de substâncias, geralmente proteínas, denominadas enzimasT (4). Depois de serem desdobrados nos seus componentes, estes são absorvidos pelo organismo e podem ser utilizados de forma a construírem novas substâncias — função plástica — ou para fornecerem energia — função energética. Para libertarem energia, os nutrientes têm de chegar às células onde sofrem reacções de oxidação, ou seja, reacções que necessitam do consumo de oxigénio para produzir energia, libertando dióxido de carbono e água. A principal reacção de oxidação ocorre nas mitocôndrias e denomina-se respiração celularT (5).
Alimentação e digestão
T
EnzimasT Substâncias que participam em reacções químicas, acelerando-as. Na digestão, actuam no desdobramento dos nutrientes nos seus componentes, de modo que possam ser absorvidos pelo organismo. Respiração celularT Conjunto de reacções químicas de oxidação que ocorrem nas células e que levam à obtenção de energia a partir dos nutrientes.
E
S
A energia obtida a partir destes nutrientes é medida em quilocalorias (kcal). No entanto, nem todos estes nutrientes fornecem a mesma quantidade de energia. Os lípidos têm mais energia do que os glúcidos e as proteínas. No entanto, a obtenção de energia a partir dos glúcidos é mais rápida. E
E
S
+
P1 P2
I
CO2
Nutrientes
Energia
I
H2O
I
5
I
I
O2
RESPIRAÇÃO CELULAR. Conjunto de reacções químicas que ocorrem nas mitocôndrias de todas as células e que permitem a obtenção de energia.
A água, os minerais e as vitaminas não fornecem energia, nem são digeridos, sendo absorvidos na sua forma original no intestino delgado. Estes nutrientes são essenciais para formar novas substâncias, construir novas células e regular o funcionamento do organismo. A água deve ser ingerida em grandes quantidades, pois representa cerca de 60% a 80% da massa corporal. Relativamente às vitaminas e aos sais minerais, estes são necessários em pequenas quantidades.
4
ENZIMAS. As enzimas (E) são fundamentais em determinadas reacções: no processo da digestão desdobram os nutrientes (S) em compostos mais simples (P). Cada enzima é específica para determinado nutriente.
ENERGIA FORNECIDA POR GRAMA DE NUTRIENTES ORGÂNICOS Quantidade de Nutriente energia fornecida Lípidos
9 kcal/g
Glúcidos
4 kcal/g
Proteínas
4 kcal/g
Será que APRENDI? 1. Quais são os principais nutrientes de origem exclusivamente orgânica? 2. Explica o que entendes por função plástica de um nutriente. 3. Refere os nutrientes que fornecem energia. 3.1 Como é que se obtém energia a partir desses nutrientes?
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5.3 O que é o metabolismo celular?
T
Metabolismo celularT Conjunto de reacções químicas que ocorrem nas células.
Os nutrientes orgânicos libertam energia através da respiração celular. No Homem, a energia resultante da respiração celular permite manter a temperatura corporal, é utilizada noutras reacções e participa nos processos de produção de novas substâncias, de novas células e de novos tecidos, assegurando o funcionamento do organismo. No interior das células, ocorrem, assim, várias reacções químicas, que se designam por metabolismo celularT e cuja única fonte de energia é a contida nas substâncias dos nutrientes orgânicos. Quando estas reacções «quebram» substâncias complexas, tornando-as mais simples, e libertam a energia, denominam-se reacções catabólicas ou catabolismo (6). Se as reacções consomem energia e formam novas substâncias mais complexas, a partir de substâncias simples, denominam-se reacções anabólicas ou anabolismo (7).
Substâncias simples Energia Núcleo
Substância complexa
Substância complexa Energia Núcleo
Substâncias simples
6
REACÇÕES CATABÓLICAS. Decompõem as substâncias complexas libertando energia, como, por exemplo, a respiração celular, que decompõe glucose e obtém dióxido de carbono, água e energia.
7
REACÇÕES ANABÓLICAS. Formam novas substâncias complexas consumindo energia, como, por exemplo, a formação de proteínas a partir de aminoácidos.
Para assegurar o metabolismo celular, é necessário que os nutrientes e o oxigénio cheguem a todas as células do nosso corpo. Do metabolismo celular resultam várias substâncias, designadamente água, dióxido de carbono e outros produtos tóxicos que são removidos das células e transportados através da corrente sanguínea. Os gases são posteriormente expelidos no ar expirado, sendo as restantes substâncias excretadas pela urina. Assim, os processos de nutrição envolvem vários sistemas do nosso corpo, que funcionam de uma forma integrada (8). 132
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Alimentação e digestão
Sistema digestivo Água e alimentos
Sistema circulatório
Sistema respiratório Ar inspirado
Nutrientes Ar expirado
Oxigénio
Fezes
Dióxido de carbono e água
Sistema urinário Água e outros produtos de excreção
Nutrientes e oxigénio
Dióxido de carbono e outros produtos de excreção
Células
Urina
8
NUTRIÇÃO. Para o processo da nutrição contribuem os diferentes sistemas.
O sistema digestivo transforma os alimentos em nutrientes e estes nos seus constituintes mais simples, permitindo a sua absorção pelo intestino delgado. Os alimentos não digeridos e os nutrientes não absorvidos são libertados nas fezes. O sistema respiratório retira o oxigénio do ar, transportando-o até ao sangue, do qual retira o dióxido de carbono e a água resultantes do metabolismo celular. O sistema circulatório transporta os nutrientes e o oxigénio até às células, onde recebe os produtos resultantes do metabolismo: água, dióxido de carbono e outras substâncias tóxicas que deverão ser eliminadas pela urina e pelo ar expirado. O sistema urinário, através dos rins, filtra o sangue, retirando-lhe parte da água e dos produtos de excreção, que expele para o exterior através da urina.
No processo da nutrição intervêm os sistemas digestivo, respiratório, circulatório e excretor.
Será que APRENDI? 1. Dá um exemplo de uma reacção catabólica. 2. Por que razão se diz que os vários sistemas funcionam de uma forma integrada? 133
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5.4 Como funciona o sistema digestivo? Faringe — responsável pela fase involuntária da deglutição, o movimento que conduz o bolo alimentar para o esófago.
Boca ou cavidade oral — possui os dentes e a língua e é o local onde se forma o bolo alimentar.
Glândulas salivares — produzem a saliva, que possui a amílase, a enzima responsável pela digestão do amido.
Esófago — empurra o bolo alimentar até ao estômago, através de movimentos peristálticos.
Estômago — produz o suco gástrico, secreção rica em ácido clorídrico e várias enzimas, que, juntamente com os movimentos peristálticos, originam o quimo.
Fígado — glândula anexa ao tubo digestivo que produz a bílis e possui a vesícula biliar.
Vesícula biliar — armazena a bílis, que emulsiona as gorduras, facilitando a acção das enzimas.
Pâncreas — glândula anexa ao tubo digestivo que produz o suco pancreático, que possui várias enzimas indispensáveis à digestão.
Intestino delgado — recebe a bílis e o suco pancreático e produz o suco intestinal, que possui enzimas que completam a digestão do quimo, transformando-o em quilo. Possui vilosidades intestinais através das quais são absorvidos os nutrientes e a água.
Intestino grosso — absorve água, alguns sais minerais e vitaminas. Armazena as fezes e desloca-as até ao ânus.
9
Ânus — parte terminal do intestino grosso por onde se dá a defecação — expulsão das fezes.
SISTEMA DIGESTIVO.
O sistema digestivo é constituído pelo tubo digestivo e por três glândulas anexas. O tubo digestivo tem cerca de 9 metros de comprimento e é composto por vários órgãos: boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. SISTEMA DIGESTIVO • O tubo digestivo é composto por: boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. • As glândulas anexas são as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas.
134
As glândulas anexas ao tubo digestivo são as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. Estas glândulas produzem secreções (sucos) ricas em enzimas e outras substâncias que facilitam o processo de digestão, lubrificando, liquidificando e decompondo os alimentos. No entanto, não são apenas estas glândulas que segregam substâncias que intervêm na digestão dos alimentos. O estômago e o intestino delgado também produzem sucos digestivos: o suco gástrico e o suco intestinal.
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Alimentação e digestão
O sistema digestivo tem por função principal reduzir os alimentos e os nutrientes às suas formas mais simples, para que possam ser absorvidos pelo organismo e, assim, chegar a todas as células através do sistema circulatório. As transformações que ocorrem ao longo do tubo digestivo podem ser físicas ou químicas. As transformações físicas (ou mecânicas) consistem na diminuição da dimensão dos pedaços de alimentos sem que haja alterações químicas na sua composição. Resultam dos movimentos dos órgãos que trituram os alimentos em pedaços mais pequenos, misturando-os. As transformações químicas consistem na alteração da composição química dos alimentos através de reacções químicas iniciadas por acção das enzimas digestivas, produzidas pelas glândulas anexas e por outros órgãos, como o estômago e o intestino delgado. Estas transformações ocorrem através de vários processos (10):
I I
I
Ingestão Mastigação
I
Digestão
Propulsão
I
I
I
I
• Ingestão — introdução dos alimentos líquidos ou sólidos no tubo digestivo. • Mastigação — fraccionamento dos alimentos, por acção dos dentes, com o auxílio da língua, e o seu envolvimento em saliva. • Propulsão — deslocação dos diferentes produtos de digestão, desde a boca até ao ânus, através da contracção e relaxamento do tubo digestivo. O acto de engolir realiza-se intencionalmente, mas os restantes movimentos acontecem involuntariamente, através de movimentos peristálticos. • Secreção — produção de sucos pelas glândulas anexas, pelo estômago e pelo intestino delgado. Estas secreções possuem enzimas digestivas e outras substâncias, como a água, para lubrificar e liquefazer os produtos da digestão. • Digestão — ocorre por dois processos, químico e físico, e corresponde ao desdobramento dos alimentos em moléculas mais pequenas, os nutrientes, de modo a poderem ser absorvidos pelo intestino delgado. A digestão começa na boca, com a acção química das enzimas da saliva e da acção mecânica da mastigação, e termina no intestino delgado. • Absorção — passagem dos nutrientes para o sangue e para a linfa de modo a poderem chegar a todas as células. A maioria das substâncias é absorvida no intestino delgado, embora outras, como a água, os sais minerais e algumas vitaminas, sejam absorvidas no intestino grosso e o álcool e alguns medicamentos possam ser absorvidos no estômago. • Defecação — processo de remoção das substâncias que não foram digeridas — as fezes. Ocorre no intestino grosso através do ânus.
Secreção
Absorção
Defecação
10
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTIVO.
Será que APRENDI? 1. Refere a principal função do sistema digestivo. 2. Refere as diferentes secreções digestivas e indica o órgão responsável pela produção de cada uma. 3. Identifica os processos que ocorrem no tubo digestivo que correspondem a transformações mecânicas e os que correspondem a transformações químicas.
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5.4 ... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Compreender a acção da saliva sobre o amido.
Material • • • • • • • • •
2 tubos de ensaio. Pipeta. Pinça de madeira. Vareta de vidro. Banho-maria (1) ou estufa. Amido em pó. Bolacha Maria. Batata. Lamparina.
• • • • • • • • •
5 vidros de relógio. Conta-gotas. Suporte de tubos de ensaio. 1 copo ou gobelé de 200 mL com 100 mL de água. Termómetro. Pão branco. Acúcar. Lugol. Fósforos.
Procedimento
1. Coloca um pedaço de cada um dos diferentes alimentos nos vidros de relógio (A).
[A]
[B]
2. Com o conta-gotas, coloca duas gotas de lugol em cada um dos alimentos (B). Regista os resultados.
3. Dissolve 5 g de amido dentro do copo com 100 mL de água.
4. Segura o copo com a pinça de madeira. Mexe com a vareta, enquanto aqueces a mistura, até ferver e o amido ficar cozido.
5. Com a pipeta, deita 5 mL da mistura de amido
[C]
cozido em cada um dos tubos de ensaio.
6. Num dos tubos deita um pouco de saliva e agita. Marca-o com a letra S. 7. Coloca ambos os tubos em banho-maria a 37 ºC ou dentro da estufa à mesma temperatura durante cerca de 30 minutos.
8. Com o conta-gotas, coloca uma gota de lugol em cada um dos tubos e regista as cores obtidas (C).
Discussão
1. 2. 3. 4.
Descreve o que aconteceu quando juntaste lugol ao amido e aos restantes alimentos. O que podes concluir quanto à presença de amido nos alimentos testados? Justifica a diferença de cores existente nos dois tubos de ensaio. Tendo em conta os resultados obtidos, refere alguns alimentos cuja digestão possa começar na boca. Justifica as tuas escolhas.
Nota:
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(1)
fogão eléctrico e tina pirex com água.
S
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Os alimentos são introduzidos no organismo pela boca — ingestãoT — e podem estar no estado sólido ou líquido. A boca, através da acção dos dentes e da língua, exerce uma acção mecânica de trituração dos alimentos. Por outro lado, as glândulas salivares produzem uma secreção, a saliva, com a qual envolvem os alimentos — ensalivação. A saliva é composta por enzimas que actuam sobre o amido — a ptialina ou amílase salivar (11) —, decompondo-o em glúcidos mais simples e dando, assim, início à transformação química dos alimentos.
Alimentação e digestão
T
IngestãoT Acto de introduzir alimentos no tubo digestivo através da boca. MastigaçãoT Trituração e ensalivação dos alimentos que leva à formação do bolo alimentar. Bolo alimentarT Produto da digestão realizada na boca.
O conjunto de processos físicos e químicos que ocorrem na boca denomina-se mastigaçãoT e dele resulta a formação do bolo alimentarT (12).
Amílase
E
E 11
E
ACÇÃO DA AMÍLASE. A amílase é uma enzima que fracciona as moléculas de amido, formando moléculas mais pequenas.
Glândulas salivares
Dentes
Faringe
Língua Epiglote
Bolo alimentar
Esófago
12 Laringe
FORMAÇÃO DO BOLO ALIMENTAR. O bolo alimentar forma-se na boca através da acção mecânica dos dentes e da língua e da acção química da saliva.
Será que APRENDI? 1. Identifica os processos mecânicos e químicos que ocorrem na boca. 2. Qual é a importância dos processos que ocorrem na boca para a digestão? 3. O que é a amílase? 137
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5.4 T
DeglutiçãoT Acto voluntário de engolir o bolo alimentar. PropulsãoT Deslocação dos alimentos e nutrientes através de movimentos peristálticos e movimentos de massa ao longo do tubo digestivo.
Após a mastigação dos alimentos, estes são engolidos, ou seja, são obrigados a atravessar a faringe e a passar para o esófago. O acto de engolir denomina-se deglutiçãoT (13A) e é um acto voluntário. Durante a deglutição, a epiglote fecha para não deixar o bolo alimentar passar para a laringe e obstruir as vias respiratórias (13B). A propulsãoT (deslocação) do bolo alimentar através do esófago não é voluntária e ocorre por contracções e distensões dos músculos deste órgão — os movimentos peristálticos. Estes movimentos empurram o bolo alimentar até à cárdia (esfíncter de entrada no estômago), que abre para o deixar entrar no estômago (14).
[A]
[B]
[C]
Bolo alimentar
Epiglote aberta
Esófago Músculos distendidos
Cárdia — válvula de entrada no estômago
Músculos contraídos
Epiglote fecha para que o bolo alimentar não vá para a laringe Movimentos peristálticos empurram o bolo alimentar através do esófago Bolo alimentar
Cárdia abre para que o bolo alimentar entre no estômago
Bolo alimentar Estômago Músculos distendidos
14
MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS DO ESTÔMAGO.
Suco gástrico
13
TRAJECTO DO BOLO ALIMENTAR. Depois de ocorrer a deglutição, o bolo alimentar segue o seu trajecto até ao estômago, impulsionado pelos movimentos peristálticos — contracções involuntárias que ocorrem em diferentes órgãos do tubo digestivo.
Os movimentos peristálticos consistem numa sucessão de contracções e distensões dos músculos, que geram uma «onda» que vai empurrando os alimentos.
Será que APRENDI? 1. Refere a função da epiglote. 2. Descreve a propulsão ao longo do tubo digestivo.
138
Estes movimentos não acontecem apenas no esófago (14). Todos os restantes órgãos do tubo digestivo possuem músculos idênticos que realizam este tipo de movimento e são responsáveis pela progressão dos nutrientes até à sua absorção. No intestino grosso, a propulsão é realizada por contracções maiores das paredes do intestino, denominadas movimentos de massa.
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Alimentação e digestão
... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Esófago
Objectivo Bolo alimentar
• Conhecer a morfologia do estômago.
Parede interna do estômago
Material • • • •
Cárdia
Estômago de porco bem lavado. Tabuleiro. Bisturi. 2 pinças.
Piloro
Procedimento
1. Coloca o estômago no tabuleiro. 2. Com o auxílio do bisturi, abre o estômago conforme observas na figura.
3. Com as pinças, segura a parte que cortaste e observa tudo com muita atenção.
Parede externa do estômago
Quimo Duodeno
Discussão
1. Identifica a cárdia e o piloro. 2. Que diferenças encontras entre as paredes interiores e exteriores do estômago? 3. Compara as paredes do estômago com as do esófago e as do duodeno. O que concluis?
O suco gástricoT, produzido pelas paredes do estômago, contém muco, enzimas e ácido clorídrico, que exercem acções químicas: • O muco protege as paredes da acção do ácido clorídico. • As enzimas gástricas (15) são, essencialmente, a protéase pepsina (inicia a digestão das proteínas) e as lípases, que iniciam a digestão de alguns lípidos. • O ácido clorídrico baixa o pH do estômago para cerca de 1 a 3, facilitando a acção das enzimas e eliminando a maioria das bactérias que existem nos alimentos. Por outro lado, as paredes do estômago realizam acções mecânicas — os movimentos peristálticos (14) — que obrigam o bolo alimentar a misturar-se com os sucos, facilitando a sua acção.
T
Suco gástricoT Suco produzido no estômago composto por muco protector, ácido e enzimas (protéases e lípases).
Desta dupla acção resulta uma mistura semilíquida e espessa, denominada quimo. O quimo sai do estômago para o intestino delgado através de um esfíncter que se denomina piloro.
Protéases
Será que APRENDI? 1.
Onde e como se forma o quimo?
Proteínas
15
Lípases Glicerol Ácidos gordos
ACÇÃO DAS ENZIMAS GÁSTRICAS.
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5.4 T
BílisT Secreção produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. É lançada no duodeno para emulsionar os lípidos (dividir as gorduras). Suco pancreáticoT Suco produzido pelo pâncreas, que contém essencialmente enzimas que actuam sobre o amido, as proteínas e os lípidos.
O intestino delgado (16) é o órgão mais comprido do nosso corpo (cerca de seis metros) e está dividido em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo. O processo de digestão do quimo começa no duodeno (17), que forma os primeiros 25 cm do intestino delgado, logo a seguir ao piloro. Assim que entra no duodeno, o quimo, composto por glúcidos, proteínas e lípidos parcialmente digeridos, recebe as secreções produzidas pelo fígado — a bílisT — e pelo pâncreas — o suco pancreáticoT.
Fígado
Duodeno Jejuno
Pâncreas
Vesícula biliar Íleo — está ligado ao intestino grosso
16
INTESTINO DELGADO.
Estômago Duodeno
17
DUODENO. Recebe a bílis e o suco pancreático.
A bílis é produzida pelo fígado e fica armazenada na vesícula biliar até ser lançada no duodeno, quando o quimo está presente. Ao contrário dos restantes sucos, a bílis não tem enzimas, mas sim um efeito emulsionante sobre os lípidos (idêntico ao de um detergente), dividindo as gorduras em gotas lipídicas mais pequenas e facilitando a acção das lípases que, desta forma, decompõem estas moléculas mais facilmente. O suco pancreático possui vários tipos de enzimas, que actuam sobre diferentes tipos de nutrientes, como, por exemplo: • amílase pancreática — actua sobre o amido que poderá não ter sido decomposto na boca; • tripsina — protéase que actua sobre as proteínas, dividindo-as em aminoácidos; • lípase pancreática — actua sobre os lípidos, dividindo-os em ácidos gordos e glicerol.
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No intestino delgado o quimo vai sofrer ainda a acção das secreções produzidas pelas paredes do intestino — o suco intestinalT ou entérico, composto essencialmente pelas seguintes enzimas: • maltase, lactase e sacarase, que decompõem os glúcidos até à sua forma mais simples, denominada glucose; • peptidases, que decompõem as proteínas mais simples em aminoácidos.
Alimentação e digestão
T
Suco intestinalT Suco produzido no jejuno, que completa o processo de digestão. QuiloT Produto final da digestão constituído pelos nutrientes na sua forma mais simples.
O jejuno forma cerca de dois quintos do intestino delgado e, através dos movimentos peristálticos e de outras contracções, age também de uma forma mecânica sobre o quimo, misturando-o com os sucos e produzindo o quiloT — produto final da digestão. O quilo é composto unicamente pelos nutrientes resultantes da digestão dos alimentos e por água (18). A água do quilo não é apenas aquela que ingerimos, mas também a resultante da digestão dos alimentos e a produzida pelos vários sucos ao longo do tubo digestivo. Sucos digestivos Nutrientes
Suco gástrico
Saliva
Conteúdo do intestino delgado Suco pancreático + suco intestinal
Amido Amílase
Glúcidos
Glucose
Amílase
Oses
Fibras (celulose)
Fibras
Ácidos gordos
Lípidos Lípase Lípase
Proteínas
Glicerol
Aminoácidos Tripsina
Vitaminas
Água
Será que APRENDI? 1.
Pepsina
Vitaminas
Água
Observa com atenção o esquema da figura 18 e responde às questões. 1.1 Identifica os nutrientes que não sofrem digestão. Justifica a tua resposta. 1.2 Refere o produto final da digestão dos glúcidos. 1.3 Menciona o local onde se inicia a digestão dos lípidos e das proteínas.
Sais minerais
18
Sais minerais
DIGESTÃO. Transformação dos vários nutrientes contidos nos alimentos até às suas formas mais simples, de modo a poderem ser absorvidos.
1.4 Identifica os produtos finais da digestão dos lípidos e das proteínas.
2. Qual é o papel da bílis? 3. Refere a importância do pâncreas. 4. Qual será o destino do quilo? 141
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5.4 T
AbsorçãoT Passagem dos nutrientes, na sua forma mais simples, do intestino delgado para o sistema circulatório e linfático, de acordo com a sua composição.
Terminada a digestão, os nutrientes atingem o tamanho molecular que lhes permite atravessar as paredes do intestino delgado e passar para o sistema circulatório ou sistema linfático, de modo a poderem atingir todas as células do nosso corpo. A este processo chama-se absorçãoT. A absorção começa ainda no duodeno, mas dá-se fundamentalmente no jejuno, que não tem assim apenas por função terminar o processo da digestão. Para aumentar a área de absorção, nestas duas zonas, as paredes internas do intestino delgado possuem numerosas pregas — pregas intestinais (19) —, que, por sua vez, possuem numerosas saliências digitiformes — as vilosidades intestinais (20 e 21).
19
PREGAS INTESTINAIS. As pregas intestinais são dobras da parede do intestino delgado.
20
VILOSIDADES INTESTINAIS. As vilosidades intestinais são saliências, com forma de dedo, que revestem as pregas intestinais.
Por sua vez, as células superficiais (epiteliais) das vilosidades intestinais possuem pequenas vilosidades — microvilosidades (21) —, que aumentam ainda mais a superfície de contacto entre estas células e os nutrientes que as mesmas vão absorver. Capilares sanguíneos
Vilosidade intestinal
Microvilosidades
Intestino delgado
Pregas intestinais
21
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Célula do epitélio da vilosidade intestinal Vaso quilífero
PREGAS, VILOSIDADES E MICROVILOSIDADES INTESTINAIS. Permitem aumentar a área de contacto entre os nutrientes e as paredes do intestino delgado, sem aumentar o seu comprimento, facilitando a absorção dos nutrientes.
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Dentro das vilosidades existe uma rede de capilares sanguíneos e um vaso linfático (quilífero), que recolhem selectivamente os nutrientes (22): • Vasos sanguíneos — recolhem os aminoácidos, os glúcidos mais simples (oses), alguns ácidos gordos, as vitaminas hidrossolúveis e os sais minerais. Estes nutrientes são transportados pelo sistema circulatório para o fígado. • Vaso linfático — recolhe os ácidos gordos, o glicerol e as vitaminas lipossolúveis. Os nutrientes recolhidos são transportados através do sistema linfático até ao sistema circulatório. Na zona terminal do intestino delgado — o íleo, que forma a maior parte do intestino delgado, com cerca de 3,5 metros de comprimento —, ainda ocorre absorção, embora existam menos vilosidades.
Alimentação e digestão
T
DefecaçãoT Expulsão das fezes através do ânus.
Glucose
Ácidos gordos
Sais minerais
Glicerol
Após a absorção dos nutrientes, as substâncias não digeridas passam do íleo para a primeira parte do intestino grosso (23) — o cego. É no intestino grosso que se dá a absorção da água e dos sais que não foram absorvidos no intestino delgado e é onde as substâncias não digeridas sofrem a acção das bactérias intestinais (24). Estas bactérias têm três funções fundamentais: • decompor as substâncias não digeridas; • digerir algumas fibras vegetais; • produzir a vitamina K e algumas vitaminas do complexo B.
Aminoácidos Vitaminas lipossolúveis
22
Vitaminas hidrossolúveis
ABSORÇÃO SELECTIVA DOS NUTRIENTES NAS VILOSIDADES.
Da acção conjunta das bactérias e dos movimentos peristálticos resultam as fezes, que são expulsas pelo ânus num processo denominado defecaçãoT.
Cólon ascendente
Cólon descendente
• O intestino grosso absorve a água, algumas vitaminas e sais minerais restantes, e forma as fezes. • As bactérias intestinais decompõem as substâncias não digeridas, digerem algumas fibras e produzem a vitamina k e algumas vitaminas do complexo B.
Cólon transverso
Será que APRENDI? Cego
1.
Fezes
Apêndice Recto
Bactérias intestinais
Ânus
23
INTESTINO GROSSO. Local onde ocorre a absorção de alguns minerais, vitaminas e água, e a formação das fezes a partir das substâncias não digeridas.
Enumera os processos que ocorrem no intestino delgado.
2. Descreve a função das pregas, vilosidades e microvilosidades intestinais.
24
BACTÉRIAS INTESTINAIS. Indispensáveis para a formação das fezes e produção de algumas vitaminas.
3. Refere a forma como se dá a absorção dos nutrientes.
4. O que acontece aos produtos que não são absorvidos no intestino delgado?
5. Comenta a afirmação: «As bactérias intestinais são imprescindíveis.»
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5.5 Quais são as doenças mais frequentes do sistema digestivo? Analiso… 1. Observa a imagem, lê com atenção o texto e responde às questões que se seguem.
A
hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser provocada por bactérias, por vírus, entre os quais estão os seis tipos diferentes de vírus da hepatite (A, B, C, D, E e G), e também pelo consumo de produtos tóxicos como o álcool, medicamentos e algumas plantas. Existem ainda as hepatites auto-imunes, resultantes de uma perturbação do sistema imunitário, que, sem que se saiba porquê, começa a desenvolver auto-anticorpos que atacam as células do fígado, em vez de as protegerem.
FÍGADO. Além de produzir a bílis, que emulsiona as gorduras, o fígado armazena e transforma os nutrientes em novas substâncias essenciais para o organismo. O fígado filtra ainda o sangue, retirando-lhe algumas substâncias e mesmo bactérias que podem ser tóxicas para o organismo.
Os vírus da hepatite podem ser transmitidos pela água e pelos alimentos contaminados com matérias fecais (A e E), pelo contacto com sangue contaminado (B, C, D e G) e por via sexual (B, C e D). Os vírus têm períodos de incubação diferentes e, em muitos casos, os doentes não apresentam sintomas. As hepatites A e E não se tornam crónicas, enquanto a passagem à situação de cronicidade é bastante elevada na hepatite C e comum nas hepatites B, D e G, embora esta última doença não apresente muita gravidade. A investigação científica tem percorrido um bom caminho na luta contra a doença, tendo já conseguido elaborar vacinas contra as hepatites A e B (que permitiram reduzir consideravelmente a sua propagação) e descobrir substâncias (como os interferões) que podem travar a multiplicação do vírus e constituir uma esperança de prolongamento da vida para muitos doentes. Estes tratamentos, contudo, são dispendiosos e nem sempre estão disponíveis nos países menos desenvolvidos, que são as zonas mais afectadas. http://www.roche.pt/hepatites/hepatite.cfm, consultado em 01/09/07 (adaptado) 1.1 Refere as principais funções do fígado. 1.2 O que se entende por hepatite? 1.3 Justifica, com frases retiradas do texto, a afirmação seguinte: «As hepatites nem sempre têm origem numa infecção por microrganismos.» 1.4 Considerando o que compreendeste sobre as hepatites de origem viral, refere: a) b) c) d)
o número de hepatites existentes; o modo de transmissão dos vírus para cada uma das hepatites; o que são os interferões; a tua opinião sobre a frase: «Todas as hepatites podem ser evitadas tomando as vacinas adequadas.»
1.5 Apresenta argumentos que justifiquem o facto de a maior incidência de hepatite se registar nos países de menor desenvolvimento.
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A maioria das doenças do sistema digestivoT tem origem na falta de higiene individual, na falta de higiene na conservação e manipulação dos alimentos, numa alimentação desequilibrada e em hábitos de vida pouco saudáveis, como o consumo excessivo de álcool, de medicamentos, de aditivos alimentares, etc. O stress pode ser também a causa de problemas a nível do aparelho digestivo.
Alimentação e digestão
T
Doenças do sistema digestivoT Resultam frequentemente de hábitos de vida pouco saudáveis, alimentação desequilibrada e falta de higiene.
São exemplos dessas doenças: • • • •
25
a cárie dentária (25); as intoxicações alimentares; a obstipação (26); as úlceras pépticas (27).
CÁRIE DENTÁRIA. Doença causada essencialmente por uma bactéria, Streptococus mutans, que se desenvolve na presença de glúcidos e produz ácidos que destroem as partes duras dos dentes. É evitável com a redução do consumo de alimentos e bebidas açucaradas, lavagem frequente dos dentes e visitas regulares ao dentista.
26
OBSTIPAÇÃO. Doença conhecida por «prisão de ventre» e que dificulta a defecação. É causada por uma excessiva absorção de água no intestino grosso, dando origem a fezes muito secas e duras. Esta doença é geralmente causada por uma dieta pobre em fibras, por stress ou por um consumo excessivo de alguns medicamentos.
A maioria das doenças do sistema digestivo é evitável se se mantiver hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercício físico, higiene individual, uma alimentação equilibrada e regular, e sem situações de stress.
27
ÚLCERA PÉPTICA. Ferida nas paredes internas do tubo digestivo, que surge frequentemente no duodeno, no esófago e no estômago. São geralmente causadas por uma bactéria, Helicobacter pylori, e desenvolve-se quando se alteram os mecanismos de defesa que protegem o tubo digestivo da acidez do suco gástrico. Alguns medicamentos provocam a erosão das paredes do estômago, facilitando o desenvolvimento de úlceras. O stress é outra causa comum do desenvolvimento das úlceras pépticas.
Será que APRENDI? 1. Refere a importância da higiene oral para evitar as cáries dentárias. 2. Em que medida é que a acidez do suco gástrico pode facilitar o desenvolvimento de úlceras?
3. Explica como se pode evitar a obstipação. 145
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5.6 O que é uma alimentação saudável? Analiso… 1. Observa com atenção o gráfico e a tabela que se seguem e responde às questões. [A] Energia (kcal/kg) 160 140 120 100
100
90
90
80
80
64
55
53
50
62,5
Aleitantes
61
62
60
Grávidas
69
70
48 19 a 39 anos
0
15 a 18 anos
10
7 a 10 anos
20
4 a 6 anos
1 a 3 anos
30
11 a 14 anos
40
Necessidades energéticas diárias segundo a idade, o sexo e o estado fisiológico.
[B] CONSUMO ENERGÉTICO
ACTIVIDADE
CONSUMO ENERGÉTICO
Dormir
0,016
Assistir às aulas
0,031
Estar deitado
0,022
Comer
0,025
Andar de bicicleta
0,150
Estar sentado
0,028
Ver televisão
0,021
Jogar ténis
0,166
Estar de pé
0,030
Actividades domésticas
0,057
Nadar
0,105
Caminhar
0,058
Descer escadas
0,095
Jogar basquete
0,142
Caminhar depressa
0,065
Subir escadas
0,250
Jogar futebol
0,135
Correr
0,151
ACTIVIDADE
ACTIVIDADE
CONSUMO ENERGÉTICO
Consumo energético para diferentes actividades (em kcal por kg de peso por minuto).
1.1 Considerando o gráfico, refere: a) b) c) d)
a altura da vida em que temos mais necessidades energéticas; o estado fisiológico em que as mulheres adultas têm maiores necessidades energéticas; possíveis justificações para as respostas das alíneas anteriores; três factores que possam influenciar as necessidades alimentares.
1.2 Considerando a tabela: a) b) c) d) e)
146
indica duas actividades que não exijam grande dispêndio de energia; refere a actividade que requer maior dispêndio de energia; constrói no teu caderno um gráfico de barras com os dados da tabela B; estabelece uma relação entre o tipo de actividade e o consumo energético; sugere uma dieta alimentar para um futebolista e outra para alguém que trabalhe sentado à secretária.
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Mesmo durante o sono é consumida energia para a manutenção dos processos vitais, como a temperatura constante do corpo, a respiração, o funcionamento do coração, do cérebro, do fígado, etc. Chama-se taxa de metabolismo basal (TMB) à quantidade de calorias que o nosso corpo consome durante um dia, em repouso absoluto e a uma temperatura constante. A taxa de metabolismo basal depende de vários factores, nomeadamente a idade, o sexo, o estado de saúde e o estado fisiológico do indivíduo (gravidez, amamentação, etc.). No entanto, as necessidades de energia dependem também das actividades praticadas e do esforço físico desenvolvido diariamente (28 e 29). O clima influencia também as necessidades energéticas e o tipo de alimentação. As pessoas que habitam em climas frios têm necessidade de consumir maior quantidade de alimentos energéticos, para poderem manter a temperatura do corpo, do que as de climas quentes. Na preparação da alimentação individual ou para terceiros, devem ter-se em atenção os diferentes factores que permitem manter uma dieta equilibrada.
28
ADOLESCENTE ACTIVO. Os adolescentes devem consumir alimentos com nutrientes energéticos, de modo a assegurar o fornecimento ao organismo de matéria e energia que permitam o seu crescimento saudável. O consumo de alimentos energéticos deve aumentar se o jovem tem grande actividade física ou praticar desporto regularmente.
29
Alimentação e digestão
T
Necessidades energéticasT Quantidade de energia necessária para o desenvolvimento saudável de um indivíduo. Depende do clima, do sexo, da idade, do estado fisiológico e da actividade física do indivíduo.
Sexo
Cálculo da TMB
Homem
TMB = 66 + [13,7 x peso (kg)] + [5 x altura (cm)] – [6,8 x idade (anos)]
Mulher
TMB = 65,5 + [9,6 x peso (kg)] + [1,8 x altura (cm)] – [4,7 x idade (anos)]
ADULTOS SEDENTÁRIOS. Os adultos com um estilo de vida sedentário devem ingerir pequenas quantidades de alimentos energéticos e fazer uma dieta equilibrada.
Com a ingestão de muitos nutrientes energéticos e a ausência de exercício físico, existe acumulação desses nutrientes no organismo sob a forma de gordura ou de tecido adiposo, o que pode criar vários problemas de saúde. Por outro lado, se forem ingeridos menos nutrientes do que os necessários, existe perda de peso e de massa corporal, pois o organismo vai buscar energia aos nutrientes de reserva.
Será que APRENDI? 1.
Calcula a tua TMB. 1.1 O que representa esse valor?
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5.6 Analiso… 1. Observa com atenção a tabela, que representa a composição de alguns alimentos, e responde às questões. 1.1 Indica os alimentos mais ricos em: a) glúcidos. b) lípidos. c) proteínas.
COMPOSIÇÃO DE ALGUNS ALIMENTOS POR CADA 100 g COMESTÍVEIS Glúcidos
Lípidos
Protéinas
g
g
g
A mg
B1 mg
PP mg
C mg
Ca mg
Fe mg
Leite de vaca
4,9
3,5
3,3
700
87
0,4
2
126
0,1
Iogurte
4,3
3,2
3,2
200
60
0,1
vest.
125
0,3
1.3 Que alimentos sugeres para uma pessoa que tenha uma actividade física intensa? Justifica a tua resposta.
Carne de frango
0,2
6,8
19,6
vest.
180
4,5
n. a.
20
2,0
Carne de vaca
0,3
9,8
21,7
n. a.
240
4,2
n. a.
12
1,3
Carapau
0,1
2,3
19,5
n. a.
180
2,5
vest
30
0,7
Pescada
0,1
0,4
17,4
n. a.
119
1,3
vest
32
0,6
1.4 Selecciona quatro alimentos que constituam boas fontes de vitamina A.
Ovo
0,6
11,6
12,0
1100
110
0,1
n. a.
45
2,6
Azeite
—
100
—
vest.
—
—
—
—
—
Manteiga
0,5
84,7
0,3
1316
—
—
—
12
0,2
Arroz
78,1
0,4
6,7
n. a.
212
2,0
n. a.
13
1,2
Pão de trigo de 1.ª
59,9
0,4
6,4
n. a.
187
0,9
n. a.
24
1,2
Ervilha
41,6
1,2
20,8
n. a.
882
1,0
n. a.
105
6,6
Feijão-branco
50,0
1,4
21,0
n. a.
347
1,2
n. a.
177
6,1
Açúcar branco
99,3
n. a.
vest.
n. a.
n. a.
n. a.
n. a.
15
1,1
Alface
0,8
0,2
1,8
688
57
1,1
4
70
1,5
Cebola
3,8
0,2
0,9
n. a.
23
0,6
8
31
0,5
Batata
20,0
vest.
2,5
n. a.
100
1,4
14
9
0,2
Banana
20,5
0,3
1,7
n. a.
60
0,7
4
9
0,4
Laranja
10,2
0,4
0,9
1220
102
0,5
58
34
0,3
1.2 Diz qual dos alimentos representados é mais energético. Justifica a tua resposta.
Alimentos
1.5 O cálcio é um mineral importante para a constituição dos ossos e dentes. Indica dois alimentos que devem fazer parte da dieta de uma pessoa em recuperação de um problema ósseo. 1.6 Refere os três alimentos mais ricos em minerais.
Vitaminas
Minerais
n.a — não apresenta vest. — vestígios
T
Dieta equilibradaT Dieta composta por uma grande variedade de alimentos e em quantidade suficiente para assegurar as necessidades energéticas do organismo.
148
Ao entrarem através da alimentação no organismo, os nutrientes passam a fazer parte dele. Para conceber uma dieta equilibrada T , é importante conhecer a composição e o valor energético dos diferentes alimentos, para os podermos dosear na medida das nossas necessidades.
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Assim, é muito importante manter actividade física regular e ter uma dieta equilibrada. Uma grande variedade de alimentos proporciona a quantidade de nutrientes e energia necessários ao normal funcionamento do corpo e às actividades desenvolvidas. Nos últimos anos surgiram várias campanhas de educação alimentar, que se destinam a ajudar as populações a conhecerem a composição dos alimentos, orientando as suas escolhas e combinações alimentares. A nova roda dos alimentos portuguesa ( 30 ) e a pirâmide alimentar ( 31 ) são dois desses modelos. Gorduras e óleos — 1 a 3 porções Fruta — 3 a 5 porções
Lacticínios — 2 a 3 porções
Carnes, peixe e ovos — 1,5 a 4,5 porções
30
Leguminosas — 1 a 2 porções
Hortícolas — 3 a 5 porções
Gorduras animais, gorduras vegetais e doces — ricos em lípidos e glúcidos.
Cereais, seus derivados e tubérculos — 4 a 11 porções
Carne, peixe, ovos e leguminosas — ricos em proteínas.
Leite e derivados — ricos em lípidos e proteínas.
Fruta — rica em água, glúcidos, vitaminas e minerais.
RODA DOS ALIMENTOS PORTUGUESA. Forma de agrupar os alimentos associada ao prato utilizado nas refeições. É composta por sete grupos de alimentos, com diferentes dimensões, que indicam as proporções diárias recomendadas. A água está no centro, pois faz parte de todos os alimentos, devendo ser ingerida diariamente em abundância.
31 Legumes — ricos em glúcidos complexos, como fibras, e ainda em vitaminas e minerais.
Cereais e derivados — ricos em glúcidos complexos, como a celulose e o amido.
Tubérculos — ricos em glúcidos, como o amido.
PIRÂMIDE ALIMENTAR. Esquema dos alimentos que devem fazer parte da alimentação. Os alimentos estão agrupados de acordo com as suas características nutricionais, para que possam ser regularmente substituídos dentro de cada grupo. A disposição dos grupos da base para o topo bem como a área ocupada por cada tipo de alimento representam a frequência e a quantidade com que devem entrar na nossa alimentação.
Será que APRENDI? 1. Observa as figuras 30 e 31 e responde às questões que se seguem. 1.1 Identifica o objectivo de ambas as figuras. 1.2 Que diferenças encontras entre elas?
2. Discute com o teu professor os motivos por que a água não está representada na pirâmide alimentar. 149
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5.7 T
ObesidadeT Estado resultante da ingestão de excesso de alimentos calóricos. SubnutriçãoT Estado resultante da falta de alimentação ou de uma alimentação pobre em nutrientes essenciais.
5 Quais são as consequências dos desequilíbrios alimentares? A obesidadeT (32) é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afectar a saúde. O excesso de gordura resulta da ingestão de uma quantidade de energia superior à quantidade de energia despendida. Esta doença constitui um importante factor de risco para o aparecimento, desenvolvimento e agravamento de outras doenças, como a diabetes e as doenças cardiovasculares. A obesidade é uma doença com grande incidência nos países de maior desenvolvimento — atinge homens e mulheres de todas as etnias e de todas as idades, reduz a qualidade de vida, tem consequências graves para a saúde e leva frequentemente à morte.
32
OBESIDADE. É um desequilíbrio alimentar resultante de uma dieta hiperenergética. Está na origem de doenças cardiovasculares, que são a primeira causa de morte nos países ocidentais.
33
SUBNUTRIÇÃO. Todos os anos, a fome mata seis milhões de crianças em todo o Mundo. A subnutrição enfraquece todo o organismo, tornando-o mais fágil perante os diferentes agentes causadores de doença.
A escassez alimentar ou a alimentação pobre em determinados nutrientes essenciais são a causa da subnutriçãoT (33), que está na origem de várias doenças e que conduz, inclusive, à morte.
34
150
BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME. É uma instituição que luta contra o desperdício de produtos alimentares, encaminhando-os para distribuição gratuita às pessoas com menos recursos económicos.
Segundo dados da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO — Food and Agriculture Organization), em 2006, 854 milhões de pessoas em todo o Mundo continuavam subnutridas por não terem acesso a condições que lhes permitissem ter uma alimentação equilibrada, mais de 800 milhões de pessoas dormiam com fome todos os dias e cerca de 18 milhões continuavam a morrer por causas relacionadas com a fome. Em 1992, abriu em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome. Actualmente, esta entidade ajuda mais de 200 000 pessoas a ultrapassarem as carências alimentares, através da recolha e distribuição gratuita de alimentos por todo o País (34).
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5.8 O que são distúrbios alimentares? Os distúrbios alimentares são doenças psiquiátricas com implicações físicas e emocionais graves, que têm, geralmente, origem na conjugação de diferentes factores socioculturais, biológicos, psicológicos e familiares. Os distúrbios alimentares mais frequentes são a anorexia (35) e a bulimia (36) e afectam principalmente as mulheres jovens dos países de maior desenvolvimento, onde existe uma pressão cultural para a magreza, que pode levar as jovens a tomar a decisão de iniciar uma dieta. A dieta não é a origem do distúrbio alimentar, mas não existem distúrbios alimentares sem dieta.
35
ANOREXIA. Predomina na adolescência; as jovens apresentam baixos níveis de auto-estima e são, geralmente, muito inseguras. O controlo do apetite e do peso são percepcionados como vitórias pessoais, perdendo estas jovens a noção do tamanho e da forma do corpo.
36
ADOLESCENTE BULÍMICA. As jovens, geralmente da faixa etária dos 20 anos, apresentam insatisfação com a sua imagem. São perfeccionistas, tímidas e têm grandes dificuldades de relacionamento. Intervalam uma dieta muito rigorosa com episódios de empanturramento seguidos de vómito.
No caso da anorexia, apesar de a perda excessiva de peso parecer alarmante, a anoréctica dificilmente admite esse facto e continua a controlar a ingestão de alimentos, achando que está demasiado gorda e pondo em risco a própria vida. As pessoas com bulimia apresentam uma preocupação exagerada com o peso e as formas do corpo. Como tal, seguem uma dieta muito rigorosa, mas apresentam grande atracção pela comida, que ingerem em grandes quantidades quando perdem o controlo. Para compensar a ingestão de alimentos por si proibidos, induzem o vómito ou recorrem à utilização de laxantes. Após a ocorrência destes episódios, sentem-se frequentemente culpadas e envergonhadas dos seus comportamentos, mas tentam escondê-los, o que afecta a sua vida social. Os distúrbios alimentares afectam grandemente o desempenho académico e profissional e, se não forem tratados, podem levar à morte do doente. Sempre que se pense que alguém possa estar a sofrer de uma destas doenças, deve-se aconselhá-lo a procurar ajuda junto do médico de família e alertar os pais e os professores, agindo de forma a não perder a sua confiança.
Será que APRENDI? 1. Na tua opinião, como é que a anorexia e a bulimia podem ter origem em factores socioculturais.
2. Como podes ajudar alguém que sofra de um distúrbio alimentar?
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5.9 Como se manipulam e conservam os alimentos?
T
Manipulação de alimentosT Conjunto de processos de transformação dos alimentos desde o produtor até ao consumidor.
Muitos dos alimentos ingeridos, como o pão, as massas, o queijo, os iogurtes, etc., resultam da transformação de alguns produtos naturais. Ao conjunto de processos utilizados para realizar essas transformações chamamos manipulação de alimentosT (37). Actualmente, a maioria da população vive em ambientes urbanos, longe dos locais onde se produzem os alimentos. Para evitar a sua deterioração, por microrganismos e pelas condições atmosféricas, é necessário recorrer a processos de conservação que permitam que os alimentos se mantenham em boas condições até chegarem ao consumidor.
37
Produção e colheita do trigo
Fabrico de farinha
Armazenamento
Consumo
Comércio
Distribuição
Produção de pão
CADEIA DE MANIPULAÇÃO ALIMENTAR PARA O FABRICO DE PÃO. O pão chega ao consumidor após um longo processo, que começa na sementeira do cereal (o trigo) e termina na distribuição e venda.
As principais técnicas de conservação de alimentos são: • Conservação pelo frio. A maioria dos microrganismos não sobrevive ou não se reproduz com facilidade a baixas temperaturas; assim, a utilização do frio atrasa a deterioração dos alimentos. Pode aplicar-se esta técnica por refrigeração (38) e/ou por congelação (39). • Conservação pelo calor. O calor em excesso mata os microrganismos. No entanto, este processo não é duradouro, pois quando o alimento volta à temperatura ambiente fica de novo sujeito a deterioração. Existem muitos processos de conservação pelo calor, entre os quais a cozedura e a pasteurização (40). • Desidratação. Consiste na eliminação da água dos alimentos, evitando o desenvolvimento de microrganismos (41). • Utilização de aditivos alimentares. Tradicionalmente são usados produtos como o sal, o açúcar e o vinagre. No entanto, actualmente, com a produção industrial de alimentos, são utilizados aditivos que, embora sejam eficazes na conservação, quando consumidos em excesso, são prejudiciais à saúde. A maioria dos aditivos altera a cor, o sabor e o cheiro dos alimentos. Para serem reconhecidos, são identificados nos rótulos das embalagens por um código de três ou quatro números precedidos da letra E. O primeiro número indica o tipo de aditivo. 152
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38
REFRIGERAÇÃO. Consiste na conservação dos alimentos a baixas temperaturas, entre os 0 ˚C e os 5 ˚C. É o processo utilizado quando se guardam os alimentos no frigorífico.
39
Alimentação e digestão
CONGELAÇÃO. Consiste na conservação dos alimentos a temperaturas inferiores a 0 ˚C. É o processo utilizado quando se conservam os alimentos no congelador.
TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS • Refrigeração. • Congelação. • Cozedura. • Pasteurização. • Desidratação. • Adição de substâncias.
40
LEITE PASTEURIZADO. A pasteurização consiste no aquecimento dos alimentos a temperaturas superiores a 100 ˚C durante pouco tempo, seguido de um arrefecimento rápido. Utiliza-se para o leite e para a maioria dos produtos lácteos.
41
ALIMENTOS DESIDRATADOS. Para consumir estes alimentos, é geralmente necessário juntar água ou leite para os hidratar e devolver parte da composição e textura originais.
EXEMPLOS DE ADITIVOS ALIMENTARES Tipo de aditivo
Acção
Código
Corantes
Conferem cor aos alimentos, tornando-os mais atractivos.
E1…
Será que APRENDI?
Conservantes
Atrasam o desenvolvimento dos microrganismos.
E2…
1. Refere um exemplo de um alimento
Antioxidantes
Evitam que os alimentos se alterem por reacção com o oxigénio do ar.
E3…
manipulado diferente do apresentado na imagem 37.
Estabilizantes
Mantêm o aspecto e a textura dos alimentos.
E4…
Potenciadores do sabor
Realçam o sabor dos alimentos.
E5… e E6…
Edulcorantes
Tornam os alimentos mais doces.
E9…
2. Analisa um rótulo de um alimento embalado que possuas em casa e identifica os aditivos alimentares que possui, consultando a tabela do anexo II.
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Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente I 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Sabes o que é uma endoscopia digestiva alta? 1.2 As biopsias são recolhas de tecidos feitas durante uma intervenção cirúrgica? 1.3 É um endoscópio um equipamento que permite apenas visualizar o interior do tubo digestivo?
2. Lê com atenção o texto que se segue. endoscopia digestiva alta é um exame que consiste na introdução, através da boca, de um instrumento flexível de pequeno diâmetro que vai permitir observar o interior do esófago, do estômago e do duodeno, identificando inflamações, úlceras, a causa de uma hemorragia e tumores. O endoscópio é um tubo flexível com uma lente e uma fonte de luz, que permite ao médico olhar através do endoscópio ou de um monitor. O endoscópio contém canais que Endoscopia digestiva alta. Realiza-se com o doente deitado sobre permitem a lavagem, a insuflação de o seu lado esquerdo. Administra-se um spray anestésico na garganta e coloca-se um bocal de plástico entre os dentes do doente ar para melhor visualização e a inser- e o endoscópio. O doente respira pelo nariz enquanto engole ção de pinças ou ansas para realizar o endoscópio. outros procedimentos. zação do exame, pode retirar, com uma Se o médico encontrar alguma lesão durante a reali endoscópio, amostras para biopsia (fragmenpinça que introduz através de um dos canais do tos de uma úlcera, tumor, etc.). paredes internas da zona do tubo digestivo As biopsias são pequenas amostras dos tecidos das s pequenas amostras é absolutamente indoque está a ser observada. O processo de extracção desta laboratório, para serem observadas e analisadas. lor. As amostras são seguidamente enviadas para o
A
em 08/09/07 (adaptado) http://www.medicoassistente.com, consultado
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Que tipo de doenças podem ser diagnosticadas através de uma endoscopia digestiva alta? 3.3 Para que serve uma biopsia? 3.4 Descreve o que aprendeste sobre os procedimentos a ter com o doente durante este tipo de endoscopia.
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II 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Sabes o que é uma colonoscopia? 1.2 Podem os hábitos alimentares dar origem a doenças do cólon? 1.3 Algumas doenças do sistema digestivo, como o cancro do cólon, podem ter origem hereditária?
2. Lê com atenção o texto que se segue. ão do recto e intestino grosso até ao colonoscopia é uma técnica que permite a observaç em endoscopia. O interior do intescego. É realizada por um médico com treino especial itir que o exame seja bem-sucedido. tino tem de estar limpo, sem fezes, para perm exame e à não visualização de algumas lesões, Um intestino sujo pode levar à interrupção do como, por exemplo, os pólipos. res de risco. Podem ser causados por uma Os pólipos são muito comuns e constituem facto dieta pobre em fibras, o tabagismo e a idade dieta rica em gorduras e/ou carnes vermelhas, uma mais de 50 anos e afectam ambos os sexos). (90% dos casos de pólipos ocorrem em doentes com o pequeno (5 mm) crescer e se transforDemora aproximadamente dez anos para um pólip do cólon são mais frequentes em familiares de mar num pólipo maligno. Os pólipos e o cancro factores genéticos sejam importantes no seu doentes com o mesmo problema, o que sugere que desenvolvimento. ou uma lesão passível de sangrar ou em sangraSe, durante o exame, o médico encontra um pólipo ns tipos de pólipos, os adenomas, têm potencial mento, procede de imediato ao seu tratamento. Algu ou inflamatórios, não possuem esse potencial. maligno, enquanto outros, os pólipos hiperplásicos
A
em 08/09/07 (adaptado) http://www.medicoassistente.com, consultado
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião. 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Justifica a afirmação seguinte: «As pessoas com mais de 50 anos devem realizar colonoscopias frequentemente.» 3.3 Todos os pólipos dão origem a cancro do cólon? Justifica a tua resposta com frases do texto.
SOU UM CIDADÃO RESPONSÁVEL 1. Junta-te aos teus colegas e formem grupos de dois ou três elementos, aos quais distribuirão um distrito. 1.1 Cada grupo deverá realizar uma recolha de receitas tradicionais portuguesas do distrito correspondente, recorrendo a entrevistas a pessoas idosas ou a pesquisas em obras literárias ou outras fontes. 1.2 Com o auxílio de uma tabela de valores nutricionais, que poderão encontrar na Internet, façam acompanhar cada receita do seu valor nutricional. Divulguem no site da escola as vossas receitas e… bom proveito!
2. Divide a turma em grupos. Cada grupo pesquisa sobre uma doença do sistema digestivo: as formas de prevenção, os sintomas, as técnicas de diagnóstico e a cura, apresentando à turma o seu trabalho.
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... Ideias-chave P Ao conjunto dos processos realizados para obter matéria e energia dá-se o nome de nutrição. Na nutrição intervêm os sistemas digestivo, respiratório, circulatório e excretor.
P Os alimentos são substâncias que fornecem um ou mais nutrientes. P Os nutrientes são compostos orgânicos (glúcidos, lípidos, proteínas e vitaminas) ou inorgânicos (água e minerais) que regulam o organismo, lhe fornecem matéria e/ou energia. Os nutrientes essenciais são necessários ao organismo e não podem ser sintetizados por ele.
P As enzimas são substâncias que permitem o desdobramento dos nutrientes orgânicos. P Ao conjunto das reacções químicas que ocorrem nas células e que levam à obtenção de energia a partir dos nutrientes dá-se o nome de respiração celular. O conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem nas células denomina-se metabolismo celular.
P O sistema digestivo é composto pelo tubo digestivo — boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso — e por glândulas anexas — glândulas salivares, fígado e pâncreas.
P No sistema digestivo ocorrem os seguintes processos: • Ingestão — acto de introduzir alimentos no tubo digestivo através da boca. • Mastigação — trituração e ensalivação dos alimentos, que forma o bolo alimentar. • Deglutição — acto voluntário de engolir o bolo alimentar. • Propulsão — deslocação dos alimentos e nutrientes através de movimentos peristálticos e movimentos de massa ao longo do tubo digestivo. • Secreção — produção de sucos — a saliva, o suco gástrico, a bílis, o suco pancreático e o suco intestinal — que actuam quimicamente sobre os alimentos e nutrientes. • Digestão — redução dos alimentos e dos nutrientes às suas formas mais simples, permitindo que sejam absorvidos e cheguem a todas as células. • Absorção — passagem dos nutrientes do intestino delgado para o sistema circulatório e linfático.
P O bolo alimentar é o produto da digestão realizada na boca; o quimo é o produto da digestão no estômago; o quilo é o produto final da digestão.
P As necessidades energéticas dependem do sexo, da idade, do estado de saúde, do estado fisiológico, da actividade física do indivíduo e do clima.
P Algumas doenças do sistema digestivo podem ser prevenidas através de hábitos de vida saudáveis, como o exercício físico e uma alimentação equilibrada.
P Os desequilíbrios alimentares podem levar à subnutrição e à obesidade. Os distúrbios alimentares mais graves, como a anorexia e a bulimia, afectam sobretudo as adolescentes e as mulheres jovens.
P A maioria dos alimentos, antes de chegar ao consumidor, sofre processos de manipulação e de conservação.
... DESCOBRE POR TI MESMO • Era Uma Vez a Vida, «A Digestão», Planeta Agostini.
• VANCLEAVE, J. — O Corpo Humano para Jovens, Edições Dom Quixote, 1997. • ARNOLD, N. — Digestão Nojenta, Publicações Europa-América, 2000. • NAIK, A. — Comer, Tudo o que Precisas de Saber, Gradiva. http://www.cientic.com/tema_sistemas_pp1.html — Fisiologia e morfologia do sistema digestivo. http://lazer.hsw.uol.com.br/alimentacao.htm — Informações sobre a alimentação. http://www.fct.unl.pt/gapa/canais/aluno/dificuladades-psicologicas-anorexia-e-bulimia — Informação sobre distúrbios alimentares.
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unidade 5
Alimentação e digestão
... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização de alguns dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática.
I I
C
I I I
I Glúcidos
G
I
P
I
Fígado
possui
I
I
Glândulas salivares
Vesícula biliar
armazena
I I
N
O Protéases
I
M
I
Intestino grosso I
Intestino delgado
I
I
H
absorvidos no
segregam
que são
Vitaminas
decompõe um dos
formado por
Glândulas anexas
podem ser
I
Nutrientes
I
I
K
formados por
I
I I I I
Esófago
I
Faringe
I
formado por
J
I
I
L
F
I
dos
SISTEMA DIGESTIVO
I
Digestão
E
D
I
realiza a
Sais minerais
I
Exercício fisíco
I
têm funções
I I
I
Dieta equilibrada
Construtoras
I
evitáveis com
A
I
pode sofrer de
B
I
I
Tenta completá-lo substituindo as letras presentes nas caixas vazias pelos termos que o tornam lógico.
Lípases
Q
decompõem decompõem
emulsiona
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Actividades 1. Relaciona os termos do quadro com os conceitos da chave. Termos
Chave
Batata
Vitamina B
Leite
A — Alimento
Água
Bife
Glucose
B — Nutriente orgânico
Magnésio
Azeite
Cálcio
Mel
Sacarose
Aminoácido
C — Nutriente inorgânico
2. O quadro que se segue representa a evolução da digestão dos alimentos até aos nutrientes finais. Analisa-o e responde às questões. 2.1 Define digestão.
Constituição dos alimentos
2.2 Identifica a zona do tubo digestivo onde se inicia a digestão. Justifica a tua resposta.
Digestão Nutrientes Estômago Duodeno resultantes
Boca
Glúcidos complexos
2.3 Identifica o local onde se inicia a digestão dos lípidos e das proteínas.
Lípidos
2.4 Identifica os nutrientes resultantes da digestão dos glúcidos, dos lípidos e das proteínas.
Proteínas
3. Sabendo que os nutrientes podem ter uma ou mais funções no organismo, responde às questões. 3.1 Explica o significado de ter uma função energética. 3.2 Identifica os nutrientes que têm maior valor energético. 3.3 Apresenta dois exemplos de nutrientes com uma função plástica. 3.4 Refere a função ou as funções da água. 3.5 Distingue nutriente orgânico de nutriente inorgânico. Dá dois exemplos de cada um.
4. Considera a reacção química seguinte e responde às questões. Nutrientes + Oxigénio
Água + Dióxido de carbono + Energia
4.1 Que nome se dá a este processo de obtenção de energia por parte das células? 4.2 Identifica os reagentes que possibilitam esta reacção química. 4.3 Como chegam às células os reagentes que possibilitam a realização deste processo? 4.4 Refere os sistemas envolvidos para que este processo aconteça.
5. Completa o texto que se segue com os termos que o tornem correcto. A
No sistema digestivo ocorrem vários processos. A ingestão dos B
, onde sofrem a acção
química da processo da o
I
E G
F
.
e a acção
, dando assim início ao
. Uma vez realizada a deglutição, o K
D
dos dentes e da
, propulsionado pelos movimentos
válvula denominada 158
, formando o
C
dá-se pela
J
H
percorre
, e entra no estômago pela
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unidade 5
Alimentação e digestão
2
6. Observa a figura, que representa o sistema digestivo, e responde às questões.
1
3
6.1 Faz a legenda da figura. 6.2 Menciona os órgãos que fazem parte do tubo digestivo.
4
6.3 Refere os órgãos do sistema digestivo que produzem as secreções que transformam quimicamente os alimentos. 6.4 Identifica as secreções que entram no intestino delgado, referindo as suas funções.
5 7
6
6.5 Como se chama o produto final da digestão no intestino delgado?
8
6.6 Identifica o local do tubo digestivo onde se dá a absorção.
9
6.7 Identifica o órgão do sistema digestivo onde se formam as fezes. 10
7.
Observa a figura e responde às questões. 7.1 O que representa? 7.2 Descreve a sua função.
1 2
7.3 Os vasos 1 e 2 são diferentes. Identifica as suas funções.
8. A roda dos alimentos é um esquema gráfico utilizado nas campanhas de educação alimentar. 8.1 Explica o que representa. 8.2 Por que razão inclui a água? 8.3 Identifica os alimentos que devemos comer em menor quantidade. 8.4 Explica a afirmação seguinte: «Somos aquilo que comemos.»
9. Lê com atenção o texto que se segue e responde às questões.
E
STIMA-SE que uma em cada 100 pessoas possa sofrer de anorexia, calculando-se que todos os anos apareçam 2500 novos casos. O drama desta realidade é de tal forma evidente que, em certos países europeus, a sociedade já começou a mobilizar-se contra a doença, considerada um fenómeno social que assola a camada mais jovem. Os dados confirmam que a imensa maioria dos indivíduos anorécticos pertence ao sexo feminino (dez mulheres por cada homem); cerca de 92% dos pacientes de anorexia e bulimia são jovens entre os 15 e os 29 anos e 92,8% são mulheres. A anorexia nervosa atinge 0,3% das estudantes do ensino secundário.
http://www.pcd.pt/noticias, consultado em 5/09/07 (adaptado)
9.1 Classifica o tipo de doenças a que pertencem a anorexia e a bulimia. 9.2 Descreve a forma como se manifestam estas doenças. 9.3 Segundo o texto, qual é a percentagem de pessoas que sofre de anorexia? 9.4 Qual é o tipo de pessoas mais atingidas por esta doença? 9.5 Na tua opinião, como é possível evitar o aumento do número de casos destas doenças?
10. Refere como se pode prevenir a maioria das doenças do sistema digestivo. 11.
Descreve um dos processos de conservação de alimentos que estudaste. 159
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u n i d a d e
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Sistema cardiorrespiratório
[A]
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas. A — O oxigénio inspirado serve para… a) … efectuar a fotossíntese. b) … fazer circular o sangue. c) … ser usado na respiração celular e no consumo de energia. d) … ser usado na respiração celular para produção de energia. B — Após a digestão, os nutrientes passam para… a) … o sistema respiratório. b) … o sistema neuro-hormonal. c) … o sistema circulatório. d) … o sistema excretor.
160
C — Para realizar as trocas gasosas, o sistema respiratório está dependente do… a) … sistema digestivo. b) … sistema circulatório. c) … sistema neuro-hormonal. d) … sistema excretor. D — Os problemas de coração afectam… a) … as pessoas obesas. b) … as pessoas magras. c) … as pessoas jovens. d) … as pessoas adultas. e) … todas as pessoas referidas anteriormente.
E — As doenças cardíacas afectam… a) … sobretudo os homens. b) … sobretudo as mulheres. c) … tanto os homens como as mulheres. d) … apenas os homens. F — O valor do colesterol é… a) … superior nas pessoas magras. b) … superior nas pessoas obesas. c) … superior nas pessoas idosas. d) … independente do peso, da idade e do sexo.
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[B]
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente as imagens destas duas páginas e responde às questões que se seguem. 1.1 Identifica alguns dos órgãos que estão representados na imagem A. 1.1.1 A que sistemas pertencem esses órgãos? 1.1.2 Refere o que sabes sobre as funções dos órgãos representados. 1.2 Sabendo que a imagem B representa alguns constituintes do sangue, refere: a) como se designam as células vermelhas; b) como se designam as células de cor branca; c) as células mais abundantes na figura; d) se as células representadas poderão, ou não, constituir um tecido, justificando a tua resposta.
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6.1 T
Sistema cardiorrespiratórioT Composto pelos sistemas respiratório e circulatório. SangueT Fluido de cor vermelha constituído por plasma e elementos figurados.
6 Para que serve o sistema cardiorrespiratório? Existem seres que não possuem tecidos ou órgãos e, por essa razão, não têm sistemas. Alguns seres microscópicos (1) são tão simples, que as células em contacto com o meio externo, ou muito perto dele, podem efectuar as trocas de substâncias directamente com o meio.
1
AMEBA. A ameba é um organismo unicelular, que está em contacto com o meio, onde procura alimento e oxigénio e para onde expele as substâncias tóxicas provenientes do seu metabolismo.
No Homem, as células, por não estarem todas próximas do meio externo, não podem trocar directamente substâncias com o exterior, daí a existência de vários sistemas, como o sistema cardiorrespiratórioT, composto pelos sistemas respiratório e circulatório. O sistema respiratório tem como função assegurar as trocas de oxigénio e de dióxido de carbono com o exterior.
O sistema respiratório assegura a entrada do oxigénio no organismo e a eliminação para o exterior do dióxido de carbono produzido nas células. Por seu lado, o sistema circulatório possui o sangueT, que circula dentro de vasos e que assegura diversas funções, tais como: • O transporte de oxigénio, nutrientes e hormonas para as células e o transporte do dióxido de carbono e de outros produtos tóxicos resultantes do metabolismo das células para sistemas que os expulsam para o exterior; • A defesa contra organismos patogénicos; • O controlo das hemorragias, uma vez que tem mecanismos que permitem controlar a perda de sangue em caso de lesões nos vasos sanguíneos — a coagulação; • A regulação térmica (aquecendo ou arrefecendo o corpo), do pH e da quantidade de água, de acordo com a situação.
FUNÇÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO E DO SANGUE • Transporte. • Defesa. • Controlo das hemorragias. • Regulação térmica, hídrica e de pH.
Será que APRENDI? 1. 162
Refere as funções do sistema cardiorrespiratório.
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6.2 Qual é a composição do sangue? ... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Observar elementos do sangue humano ao microscópio óptico composto (MOC).
Material • Preparações definitivas de sangue. • Microscópio óptico composto.
Procedimento
1. Coloca a preparação na platina e, utilizando a objectiva de menor ampliação, foca-a (com os parafusos macro e micrométrico) e observa-a.
2. Passa para uma objectiva de maior ampliação. 3. Tenta identificar as várias células sanguíneas. 4. Faz um esquema legendado da observação.
O sangue é um fluido viscoso, de cor vermelha, que circula por todo o corpo no interior dos vasos sanguíneos. Quando centrifugado, o sangue apresenta duas grandes fracções: uma no topo, o plasmaT, e outra no fundo, os elementos figuradosT (2). Leucócitos 3 7000-10 000/mm Plasma 55%
T
PlasmaT Parte líquida do sangue onde se encontram os elementos figurados, nutrientes, hormonas, gases e produtos tóxicos. Elementos figuradosT Constituintes celulares do sangue: leucócitos, hemácias e plaquetas.
Hemácias 3 4 500 000/mm Elementos figurados 45%
2
Plaquetas 3 150 000-300 000/mm
COMPOSIÇÃO DO SANGUE. O sangue pode ser dividido em duas grandes fracções: o plasma, que constitui cerca de 55% do seu volume, e os elementos figurados — hemácias, leucócitos e plaquetas —, a que correspondem os restantes 45%.
O plasma é o componente líquido e não celular do sangue, tem uma cor amarelada e é constituído por cerca de 90% de água. Os restantes 10% são compostos por proteínas (cerca de 7%), glúcidos, lípidos, sais minerais, vitaminas, hormonas, gases e produtos tóxicos provenientes do metabolismo celular, como, por exemplo, o ácido úrico e o dióxido de carbono. O plasma transporta todas estas substâncias e os elementos figurados, tendo ainda um papel fundamental na coagulação do sangue.
Será que APRENDI? 1. Diferencia sangue de plasma. 2. Qual é a função do plasma? 163
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6.2
6
T
HemáciasT Células de forma bicôncava, anucleadas e de cor vermelha que transportam o oxigénio. LeucócitosT Células com núcleo responsáveis pela defesa do organismo. PlaquetasT Fragmentos celulares que participam na coagulação do sangue.
Os elementos figurados correspondem a três tipos principais de constintuintes celulares com diferentes morfologias e funções: • as hemácias; • os leucócitos; • as plaquetas. As hemáciasT, glóbulos vermelhos ou eritrócitos (3), são células muito pequenas, sem núcleo, produzidas na medula vermelha dos ossos (4). Apresentam uma forma bicôncava e contêm um pigmento vermelho, a hemoglobina, que possui ferro, permitindo que estas células transportem o oxigénio dos pulmões aos tecidos e façam o retorno com dióxido de carbono.
[A]
[B]
Lesão
Leucócitos
Vaso sanguíneo Plaquetas
Hemácias Hemácias
Plaquetas
3
Medula óssea
Fibrina
SANGUE NUM VASO SANGUÍNEO. As hemácias, a vermelho, são as células mais numerosas do sangue, existindo entre 4,5 e 5,5 milhões de células por mm3. Os leucócitos, a branco, são as células menos numerosas do sangue, existindo entre 7000 e 10 000 por mm3, e constituem a primeira linha de defesa do organismo [A]. As plaquetas junto de uma zona danificada de um vaso sanguíneo efectuam a coagulação do sangue induzindo a formação de fibrina [B]. Existem entre 150 000 e 300 000 por mm3.
Os leucócitosT, ou glóbulos brancos, são maiores do que as hemácias e possuem um núcleo bem visível. Existem vários tipos de leucócitos, mas todos desempenham funções de defesa do organismo. Têm origem na medula vermelha dos ossos, mas alguns são formados noutros órgãos, como o baço, o timo ou os gânglios linfáticos. As plaquetasT são fragmentos celulares originados na medula vermelha dos ossos e são fundamentais para a coagulação do sangue.
Será que APRENDI? 4
164
FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS FIGURADOS (HEMÁCIAS, PLAQUETAS E LEUCÓCITOS) NA MEDULA ÓSSEA.
1. Explica a função de cada um dos elementos figurados do sangue. 2. Identifica os elementos que não se formam apenas na medula óssea.
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6.3 Por onde circula o sangue? O sangue é bombeado pelo coração e circula no interior de vasos sanguíneos. Este conjunto forma o sistema circulatório ou cardiovascular (5). Os vasos sanguíneos (6) que transportam o sangue proveniente do coração são as artérias. Das artérias o sangue passa para uns vasos mais pequenos, as arteríolas, e destas para os vasos capilares, que irrigam os tecidos. Quando retorna das células, o sangue passa dos vasos capilares para outros de maior dimensão, as vénulas, e destas para as veias, que o devolvem ao coração.
Veia Vénula
5 Vasos capilares Arteríola
Artéria
6
VASOS SANGUÍNEOS. As artérias dividem-se em vasos mais pequenos, as arteríolas, e estas em vasos capilares. Os capilares agrupam-se em vénulas e estas em veias, que transportam o sangue de volta ao coração.
REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO. O coração e a extensa rede de vasos sanguíneos permitem a circulação do sangue por todo o corpo.
As artérias (7) têm paredes grossas e flexíveis, para resistirem à pressão efectuada pelo bombear do sangue do coração. As veias possuem paredes mais finas e válvulas (8), que permitem que o sangue circule apenas num sentido, ou seja, impedem a inversão do sentido de circulação. Por exemplo, o sangue que está nas pernas sobe pelas veias até ao coração, o que se deve, em grande parte, às contracções musculares, e é facilitado pelas válvulas que evitam o retorno, fazendo com que o sangue que sobe não torne a descer.
VASOS SANGUÍNEOS • Artérias. • Arteríolas. • Veias. • Vénulas. • Vasos capilares.
Artéria Válvula
Será que APRENDI? 1. Veia
7
ARTÉRIAS E VEIAS AO MICROSCÓPIO ÓPTICO. A artéria tem uma parede mais espessa, enquanto a veia tem uma parede mais fina.
Refere duas diferenças entre artérias e veias. 1.1 Explica as razões dessas diferenças.
8
VEIA. As válvulas presentes nas veias impedem o refluxo (retorno) do sangue.
2. Explica a afirmação: «O sangue circula em circuito fechado.»
165
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6.4 T
CoraçãoT Órgão muscular com quatro cavidades: duas aurículas, que recebem o sangue, e dois ventrículos, que impulsionam o sangue para a corrente sanguínea.
Como funciona o coração? O coraçãoT (9) é, maioritariamente, constituído por um músculo, o miocárdio. Tem o tamanho aproximado de um punho e situa-se na caixa torácica entre os dois pulmões, com a extremidade levemente inclinada para o lado esquerdo. O coração está ligado a veias e artérias e é o órgão responsável pela distribuição e recolha de sangue dos vasos sanguíneos.
Veia cava superior — traz o sangue da parte superior do corpo de volta ao coração. Artéria pulmonar — leva o sangue do ventrículo direito para os pulmões.
Artéria aorta — leva o sangue que sai do ventrículo esquerdo. Ramifica-se noutras artérias, para que o sangue atinja todo o corpo.
Veias pulmonares — trazem o sangue dos pulmões para a aurícula esquerda.
Aurícula direita — cavidade superior direita ligada às veias cavas. Válvulas auriculoventriculares — impedem o refluxo de sangue dos ventrículos para as aurículas.
Aurícula esquerda — cavidade superior esquerda ligada às veias pulmonares.
Ventrículo direito — cavidade inferior direita. Recebe o sangue da aurícula direita e envia-o para as artérias pulmonares.
Válvulas semilunares — impedem o refluxo de sangue das artérias para o respectivo ventrículo.
Ventrículo esquerdo — cavidade inferior esquerda. Recebe o sangue da aurícula esquerda e envia-o para a artéria aorta.
Septo cardíaco — divide o coração em dois lados: direito e esquerdo. Veia cava inferior — traz, de volta ao coração, o sangue proveniente da parte inferior do corpo.
9
Será que APRENDI? 1.
Identifica a função das várias válvulas no coração.
2. Refere a função das artérias coronárias.
166
CONSTITUIÇÃO DO CORAÇÃO. O coração está dividido em dois lados independentes, separados pelo septo cardíaco, e quatro cavidades. O sangue entra, através das veias, nas aurículas, passando para os ventrículos, que o bombeiam para as artérias.
O coração está revestido por uma membrana exterior — o pericárdio — e uma membrana interior — o endocárdio. Como é um músculo, necessita de grandes quantidades de nutrientes e de oxigénio para obter energia, sendo, por isso, irrigado pelas artérias coronárias. As artérias coronárias são muito importantes e qualquer bloqueio das mesmas pode causar um enfarte do miocárdio, vulgarmente designado por ataque cardíaco.
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Sistema cardiorrespiratório
... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Observar a estrutura do coração.
Material • Coração de porco. • Bisturi. • Luvas descartáveis.
• Tabuleiro. • Tesoura.
• Pinça. • Sonda ou palhinhas.
Procedimento
1. Coloca o coração no tabuleiro em posição ventral.
[A]
[B]
[C]
[D]
2. Com a sonda ou as palhinhas, faz uma primeira exploração, para identificares as aurículas, os ventrículos, as veias e as artérias [A].
3. Identifica a artéria pulmonar e introduz a sonda até chegar ao ventrículo direito.
4. Com a tesoura, corta o coração ao longo da artéria pulmonar até ao ventrículo direito [B].
5. Observa o seu interior, bem como as membranas da válvula semilunar da artéria pulmonar.
6. Localiza a veia cava superior e, seguindo o mesmo procedimento, corta-a até à aurícula direita [C].
7. Insere a sonda na artéria aorta e, com a tesoura, faz uma incisão até ao ventrículo esquerdo [D].
Discussão
1. Faz um esquema do interior do coração e redige a legenda.
2. Qual é o ventrículo de maior dimensão?
3. Como estão separados os dois lados do coração?
4. Em que estrutura tem o miocárdio maior espessura?
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6.4 Analiso… 1. A figura que se segue representa as várias fases do ciclo cardíaco. Observa-a atentamente e responde às questões.
Artéria aorta
Veias pulmonares
Veias pulmonares
Veia cava superior
Válvulas semilunares
Válvulas auriculoventriculares
Aurícula direita Válvulas auriculoventriculares
Veia cava inferior
Sístole auricular Duração: 0,15 s
Diástole Duração: 0,40 s Artéria aorta Artéria pulmonar
Válvulas semilunares Válvulas auriculoventriculares
Sístole ventricular Duração: 0,30 s
1.1 Identifica os locais de entrada e de saída do sangue no coração. 1.2 Refere as fases em que se pode dividir o ciclo cardíaco. 1.3 Indica a duração do ciclo cardíaco. 1.4 Para as várias fases, refere: a) em que sentido circula o sangue; b) o que ocorre nas diferentes cavidades; c) o estado das válvulas do coração. 1.5 Depois de teres recolhido as informações anteriores, refere: a) a fase em que a força que o sangue exerce sobre as artérias é maior, justificando a tua resposta; b) o estado das válvulas auriculoventriculares durante a sístole ventricular, justificando a tua resposta.
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Para bombear o sangue do coração para o corpo e de retorno ao coração, este órgão contrai-se — sístole — e relaxa — diástole. Estes movimentos são rítmicos e involuntários, ou seja, acontecem independentemente da nossa vontade. O ciclo cardíacoT consiste em duas sístoles (contracções) e uma diástole (relaxamento).
Sistema cardiorrespiratório
T
Ciclo cardíacoT Movimento rítmico do coração constituído por duas sístoles (auricular e ventricular) e uma diástole. Pressão arterialT Força que o sangue exerce sobre as artérias.
• Sístole auricular — as aurículas cheias de sangue contraem-se simultaneamente, as válvulas auriculoventriculares abrem e as semilunares fecham. O sangue passa das aurículas para os ventrículos. • Sístole ventricular — as válvulas auriculoventriculares encontram-se fechadas. Os ventrículos contraem-se e as válvulas semilunares abrem-se (10). O sangue é bombeado para as artérias pulmonar e aorta para chegar aos vários órgãos. Nesta altura, a pressão que o sangue exerce sobre as artérias — pressão arterialT — é máxima. • Diástole — as aurículas e os ventrículos relaxam, aumentando o seu volume, permitindo que o sangue entre pelas veias cavas e pulmonares para as aurículas direita e esquerda, respectivamente, e destas para os ventrículos. Nesta fase, as válvulas auriculoventriculares encontram-se abertas e as semilunares fechadas, impedindo que o sangue flua para as artérias. A pressão arterial é mínima nesta altura. O enchimento completo dos ventrículos só ocorre na sístole auricular. Estes movimentos provocam um ruído, que pode ser ouvido com maior nitidez usando o estetoscópio (11). Os sons correspondem ao fecho das válvulas e não à contracção ou distensão do miocárdio. [A]
[B]
11 10
VÁLVULAS SEMILUNARES. Quando o ventrículo se contrai, a pressão aumenta, o que faz abrir as válvulas semilunares [A]. Quando o sangue sai e o ventrículo relaxa, a pressão diminui e a válvula fecha, não deixando haver refluxo de sangue [B].
ESTETOSCÓPIO. Para ouvirem os ruídos do coração, os profissionais de saúde utilizam o estetoscópio, que amplia esses ruídos, tornando-os mais perceptíveis. O primeiro som, mais alto e mais longo, corresponde ao fecho das válvulas auriculoventriculares e o segundo som corresponde ao fecho das válvulas semilunares.
Será que APRENDI? 1.
Descreve o que ocorre no ciclo cardíaco. 1.1 Relaciona o ciclo cardíaco com a pressão arterial.
2. A que movimentos estão associados os termos «sístole» e «diástole»? 3. Refere a origem dos ruídos cardíacos. 169
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6.4 ... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Estudar o ritmo cardíaco e a pressão arterial.
Material • Caderno. • Cronómetro/relógio com indicador de segundos.
• Lápis. • Esfigmomanómetro.
Procedimento
[A]
1. Transcreve a tabela abaixo para o teu caderno. 2. Solicita a um colega que se mantenha sentado durante cinco minutos e escreve o seu nome na tabela.
3. Coloca o cronómetro a zeros. 4. Coloca os dedos indicador e médio no pulso ou na carótida [A]. 5. Quando sentires a pulsação, põe o cronómetro em funcionamento e conta as pulsações durante 15 segundos.
6. Regista o valor na tabela. 7. Multiplica o número de pulsações obtido por quatro, de modo a calculares
[B]
as pulsações por minuto.
8. Coloca a braçadeira do esfigmomanómetro na zona do cotovelo, de forma que a área do sensor fique situada sobre a prega interior deste [B].(1)
9. Carrega no botão, dando início à medição. 10. Consulta os resultados e regista a pressão máxima e a mínima. 11. Repete todos os procedimentos de 3 a 10 depois de o mesmo colega fazer um esforço físico (por exemplo, flexões, corrida, etc.).
12. Repete este procedimento com várias pessoas. Discussão
PRESSÃO ARTERIAL (mm Hg) Antes do exercício
Nome
N.˚ de pulsações (15 s)
Pulsações/ /min
Após o exercício N.˚ de pulsações (15 s)
Pulsações/ /min
Antes do exercício Máxima
Mínima
Após o exercício Máxima
1. Quais foram os valores máximos e mínimos de pulsações registados? 2. Após a conclusão do exercício físico, como variou o número de pulsações por minuto? A que se deve essa variação?
3. Quais foram os valores máximos e mínimos registados para a tensão arterial? 3.1 Após o exercício físico, o que verificaste em relação à tensão arterial? O que podes concluir? Nota: (1) O procedimento deve ser adequado ao equipamento disponível na escola e às instruções que o acompanham.
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Mínima
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Sistema cardiorrespiratório
T
Ritmo cardíacoT Número de ciclos cardíacos por minuto. Pressão sistólicaT Pressão arterial máxima que ocorre durante a sístole ventricular. Pressão diastólicaT Pressão arterial mínima que ocorre durante a diástole.
Quando o coração se contrai, obriga o sangue a avançar nos vasos sanguíneos, que se contraem ao mesmo ritmo, sendo, por isso, possível sentir a «pulsação» nas artérias do pescoço, nas carótidas, ou no pulso. Cada ciclo cardíaco corresponde a uma pulsação. O ritmo cardíacoT corresponde ao número de ciclos cardíacos por minuto e determina-se calculando as pulsações por minuto. Este ritmo é mais elevado em esforço físico do que em repouso, porque é necessário produzir mais energia e porque se produzem mais produtos metabólicos que têm de ser eliminados quando se está em esforço. O coração «bate» mais depressa, transportando mais nutrientes às células musculares, que, assim, obtêm maiores quantidades de energia em menos tempo. Como o coração é controlado pelo sistema nervoso, em situações de alterações emocionais ou de susto, por exemplo, o coração pode acelerar os seus batimentos, aumentando, nestas situações, o ritmo cardíaco de forma involuntária. A pressão arterial, pressão que o sangue exerce sobre as artérias, mede-se em duas fases do ciclo cardíaco: na fase em que é mais elevada, na sístole ventricular, designada por pressão sistólicaT ou máxima; e na fase em que regista o seu valor mais baixo, na diástole, designada por pressão diastólicaT ou mínima (12).
100
Pressão sistólica
Pressão diastólica 80
Veia cava
Veias de grande calibre
Veias de pequeno calibre
Vénulas
Capilares
Arteríolas
20
Artérias de pequeno calibre
40
Artérias de grande calibre
60
Artéria aorta
Pressão arterial, circulação sistémica (mm Hg)
120
0 Distância do ventrículo esquerdo
12
PRESSÃO ARTERIAL. A pressão arterial é mais elevada durante a sístole ventricular e mais baixa durante a fase de diástole, não sendo igual em todos os vasos sanguíneos. É maior nas artérias mais próximas do coração e menor nos vasos mais afastados; é ainda superior nos vasos de maior calibre.
O controlo efectuado pelo sistema nervoso sobre o coração permite que o aumento do fluxo de sangue, quando estamos sujeitos a esforços, não altere significativamente os valores da pressão arterial. O aumento da pressão arterial para além de determinados valores é um factor de risco de acidentes vasculares cerebrais e de ataques cardíacos.
Será que APRENDI? 1.
Dá dois exemplos de situações em que pode haver alteração do ritmo cardíaco.
2. Refere como varia a pressão arterial: a) com a distância ao coração; b) com o ciclo cardíaco.
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6.5 Como é que o sangue circula? Analiso… 1.
A imagem seguinte representa esquematicamente a circulação sanguínea. Observa-a e responde às questões. Capilares da cabeça e membros superiores
Artéria Veia Artéria aorta
Artéria pulmonar
Veia cava superior
Coração
Aurícula esquerda
Aurícula direita
Ventrículo esquerdo Pulmão direito Ventrículo direito
Capilares
Veia cava inferior Artérias Veia Capilares Capilares
Rim esquerdo Rim direito
Capilares dos membros inferiores
1.1 Que cores são utilizadas no lado esquerdo e no lado direito do coração? 1.2 Descreve o percurso do sangue que sai do ventrículo esquerdo até voltar a entrar no coração. 1.2.1 Neste percurso, refere as transformações que o sangue sofre. 1.3 Descreve o percurso do sangue do ventrículo direito até ao seu retorno ao coração. 1.4 Dos dois percursos que descreveste, qual é o mais longo? 1.5 Justifica a diferença na espessura do miocárdio nos dois lados do coração.
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Circulação sistémica A circulação sistémicaT (13) inicia-se quando o ventrículo esquerdo se contrai e impulsiona o sangue rico em oxigénio com alta pressão através da artéria aorta. A artéria aorta divide-se em artérias mais pequenas, que se dividem em arteríolas, que, por sua vez, se dividem em vasos capilares. Estes vasos, que irrigam os vários órgãos e tecidos, como têm paredes muito finas, permitem difundir o oxigénio e os nutrientes para as células e recebem o dióxido de carbono e as substâncias tóxicas provenientes do metabolismo.
Sistema cardiorrespiratório
T
Circulação sistémicaT Circulação que se faz a partir do ventrículo esquerdo e que distribui oxigénio e nutrientes pelo organismo e recebe as substâncias tóxicas. Circulação pulmonarT Circulação que se faz a partir do ventrículo direito que transforma o sangue venoso em arterial ao levá-lo aos pulmões e o devolve ao coração.
O sangue arterial, rico em oxigénio, transforma-se, assim, em sangue venoso, sangue rico em dióxido de carbono. Os vasos capilares reúnem-se, posteriormente, em vénulas e estas em veias, que se juntam em duas veias principais, a veia cava inferior e a veia cava superior, que entram na aurícula direita. Completa-se, assim, a circulação sistémica.
Circulação pulmonar A circulação pulmonarT destina-se a oxigenar o sangue venoso que voltou ao coração depois de terminada a circulação sistémica. Esta circulação inicia-se quando o ventrículo direito se contrai e impulsiona o sangue venoso através da artéria pulmonar. Esta artéria divide-se em duas artérias ainda de grande calibre, que irão para os pulmões esquerdo e direito. Nos pulmões, estas artérias dividem-se em arteríolas e finalmente em capilares sanguíneos. Aqui o sangue recebe o oxigénio dos pulmões e liberta o dióxido de carbono de que é portador, passando assim de sangue venoso a arterial. Estes capilares juntam-se em vénulas que, por sua vez, se reúnem nas veias pulmonares, que entram pela aurícula esquerda no coração. No coração circula, assim, sangue arterial do lado esquerdo e sangue venoso do lado direito. Após a passagem do sangue arterial para o ventrículo esquerdo, este pode iniciar de novo a circulação sistémica. Em média, uma célula sanguínea demora cerca de trinta segundos a completar as duas circulações. Embora estes dois processos sejam estudados em separado (por uma questão de facilidade de estudo), eles dão-se simultaneamente, havendo sempre sangue em circulação sistémica e circulação pulmonar.
13
REPRESENTAÇÃO DA CIRCULAÇÃO SISTÉMICA. A vermelho está representado o sangue arterial, que é distribuído pelos vários órgãos; a azul, o sangue venoso, depois de receber os produtos tóxicos, nomeadamente o CO2.
Será que APRENDI? 1.
Faz um esquema com todos os trajectos do sangue: a) na circulação sistémica; b) na circulação pulmonar.
2. Refere a função da circulação sistémica. 3. Refere a função da circulação pulmonar. 173
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6.6 Como é constituído o sistema respiratório? O sistema respiratório (14) está intimamente ligado ao sistema circulatório, pois permite a troca de gases entre o sangue e o exterior. O sistema respiratório está dividido em vias respiratórias e pulmões. São vias respiratórias as fossas nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. As vias respiratórias conduzem, aquecem, filtram e humedecem o ar inspirado. Nos pulmões dão-se as trocas gasosas: o sangue liberta o dióxido de carbono proveniente das células de todo o corpo e recebe oxigénio do ar inspirado.
Faringe Fossas nasais
Laringe Traqueia
Bronquíolos Pulmão Brônquios
Lobos pulmonares Diafragma
14
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SISTEMA RESPIRATÓRIO. Constituído por vias respiratórias e pulmões, permite as trocas gasosas entre o sangue e o ar inspirado.
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Sistema cardiorrespiratório
As fossas nasais (15) são duas cavidades por onde entra o ar, que é aquecido, filtrado e humedecido. São revestidas por uma mucosa com cílios, que produz uma substância viscosa que humedece a cavidade e retém as partículas, posteriormente expulsas pelos movimentos dos cílios que as transportam para o exterior. A faringe (16) é um órgão comum ao sistema digestivo, uma vez que permite tanto a passagem de ar como do bolo alimentar. A laringe (16) é um canal situado entre a faringe e a traqueia, que possui à entrada a epiglote, que se fecha, impedindo a passagem de alimentos. Neste órgão encontram-se as cordas vocais, que vibram, produzindo os sons que possibilitam a fala. A traqueia (17) é constituída por anéis cartilagíneos em forma de C, revestidos por uma mucosa e cílios, que conduzem o ar até aos pulmões. Realiza também a tarefa de humedecer, aquecer e filtrar o ar. Mucosa com cílios
Mucosa com cílios
Anel traqueal
Faringe
Laringe
15
FOSSAS NASAIS.
16
FARINGE E LARINGE.
17
TRAQUEIA.
Os brônquios resultam da divisão da traqueia e são duas estruturas tubulares, que no interior do pulmão originam, por ramificação, os bronquíolos, que terminam nos alvéolos pulmonares (18). Estas estruturas apresentam a forma de sacos com paredes muito finas, onde existem muitos capilares. É nestas estruturas que se efectuam as trocas gasosas.
18
ALVÉOLOS PULMONARES.
[A]
Costelas
Costelas flutuantes
Coluna vertebral
[B]terno Traqueia
O diafragma é o músculo responsável pela compressão e distensão dos pulmões e que permite a inspiração e a expiração. Este músculo separa a cavidade abdominal da cavidade torácica (19). CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO • Vias respiratórias: — fossas nasais; — faringe; — traqueia; — brônquios; • Pulmões.
T Coste
Os pulmões são dois órgãos elásticos, de aspecto esponjoso. O pulmão do lado direito está dividido em três lobos e é maior do que o do lado esquerdo, que, por ter de albergar o coração, é mais pequeno e apenas possui dois lobos. Possuem ainda uma membrana, a pleura, constituída por dois folhetos, que diminuem o atrito durante os movimentos respiratórios. Os pulmões e grande parte do sistema respiratório estão no interior da caixa torácica, que os protege e ajuda na ventilação pulmonar, vulgarmente designada por respiração.
Esterno
Pulmão
Costelas
— laringe; — bronquíolos.
Laringe
Diafragma Coração
19
CAIXA TORÁCICA.
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6.7 Como funciona o sistema respiratório? ... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Observar e compreender o mecanismo da ventilação pulmonar.
Material • • • •
Tesoura. Garrafa de plástico de 1,5 L (ou mais). Três balões redondos. Saco de lixo de plástico.
• • • •
Fita-cola. Elástico. Rolha de cortiça furada. Ligador em y.
Procedimento
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Com cuidado, corta o fundo da garrafa. Passa o braço mais longo do ligador através do orifício da rolha de cortiça. Coloca um balão em cada uma das extremidades livres do ligador. Através da abertura inferior da garrafa, tapa o gargalo da garrafa, com a rolha. Corta o terceiro balão ao meio. Prende o balão à volta da garrafa e segura-o com o elástico. Segura a garrafa com uma mão e, com a outra, desloca para cima e para baixo a superfície do balão. Vê o que acontece aos outros dois balões. [A]
[B]
[C]
Discussão
1. 2. 3. 4.
176
Descreve o que acontece quando deslocas o saco de plástico para baixo. Descreve o que acontece quando deslocas o saco de plástico para cima. O que simulam os vários materiais que usaste na experiência? Qual é o papel do diafragma na respiração pulmonar?
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A ventilação pulmonarT — entrada e saída de ar dos pulmões — é provocada pela variação da pressão pulmonar. Neste processo intervêm vários órgãos do sistema respiratório. Existem dois movimentos na ventilação pulmonar: inspiração e expiração. Na inspiração, o diafragma contrai-se, deslocando-se para baixo, os músculos intercostais contraem-se, afastando as costelas umas das outras, fazendo com que o peito se desloque para a frente e aumentando o volume da caixa torácica. Com este movimento a pressão no interior diminui, o que obriga o ar, rico em oxigénio, a entrar nos pulmões (20).
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T
Ventilação pulmonarT Processo pelo qual o ar circula do meio exterior para os pulmões e vice-versa. Hematose pulmonarT Trocas gasosas entre o ar e o sangue, ao nível dos alvéolos pulmonares, que transformam sangue venoso em arterial.
A expiração é o movimento resultante do relaxamento dos músculos intercostais, que faz o peito recuar. O diafragma desloca-se para cima no sentido dos pulmões. Com estes dois movimentos, o volume da caixa torácica diminui, fazendo aumentar a pressão interior, forçando, assim, o ar pobre em oxigénio e rico em dióxido de carbono a sair para a atmosfera pelas vias respiratórias (21). Nos alvéolos pulmonares, ocorre a troca do dióxido de carbono do sangue para o alvéolo e a passagem do oxigénio do alvéolo para a corrente sanguínea, passando o sangue de venoso a arterial — hematose pulmonarT (22).
Alvéolo Alvéolo
ArAr
CO O2 2
Capilar Capilar
Diafragma contraído
20
INSPIRAÇÃO. Com a diminuição da pressão interior, o ar entra para os pulmões.
Diafragma relaxado
21
EXPIRAÇÃO. Com o aumento da pressão interior, o ar sai para a atmosfera.
22
HEMATOSE PULMONAR. Durante a inspiração, nos alvéolos pulmonares, o oxigénio passa para os capilares sanguíneos, enquanto o dióxido de carbono passa para os alvéolos pulmonares, sendo, posteriormente, expulso durante a expiração.
Será que APRENDI? 1. Explica o processo que permite a entrada de ar nos pulmões. 2. Explica o processo que provoca a saída de ar dos pulmões. 3. Descreve o fenómeno da hematose pulmonar. 177
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6.8 Quais são as doenças do sistema circulatório? Analiso… Observa as figuras seguintes e responde às questões.
Açores
Açores
Madeira Madeira
33,3-54,1
74,8-86,6
54,2-75,0
86,7-98,5
75,1-95,9
98,6-110,4
96,0-116,9
110,5-122,4
Mortalidade por doenças isquémicas do coração (vulgo ataque cardíaco) por região por cada 100 000 habitantes.
Mortalidade por acidentes vasculares cerebrais (AVC) por região por cada 100 000 habitantes.
Distribuição percentual dos óbitos por algumas causas de morte, em Portugal, 2004. Algumas doenças infecciosas e parasitárias
Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais Causas externas Doenças do aparelho respiratório Tumores (neoplasias) Doenças do aparelho circulatório 0
5
10
15
20
25
30
35 %
Fonte: Direcção-Geral de Saúde (2004)
Doenças do aparelho digestivo
1.1 Qual é a percentagem de mortes provocadas por doenças cardiovasculares (do sistema circulatório)? 1.2 Identifica as zonas de Portugal onde morrem mais pessoas de ataques cardíacos. 1.3 Refere as doenças cardiovasculares representadas que provocam maior mortalidade. 1.4 Efectua uma pesquisa e procura identificar os factores de risco para as doenças cardiovasculares.
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Fonte: Direcção-Geral de Saúde (2006)
1.
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As doenças do sistema circulatório (ou doenças cardiovasculares) afectam o coração e os vasos sanguíneos, ou o sangue que neles circula. Algumas doenças são a ateroscleroseT e a hipertensão arterialT — que estão na origem de enfartes e de acidentes vasculares cerebrais. Com o envelhecimento, as artérias tendem a ficar menos elásticas e mais espessas. Este facto é agravado pela deposição de gordura nas paredes das artérias, que ficam com menor diâmetro — aterosclerose (23).
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T
AteroscleroseT Doença que consiste na diminuição da secção das artérias por deposição de lípidos. Hipertensão arterialT Doença que consiste no aumento da pressão arterial para valores superiores aos adequados.
Parede da artéria
Placa aterosclerótica
23
PLACA ATEROSCLERÓTICA. O diâmetro da artéria e, consequentemente, o fluxo de sangue, está reduzido devido à placa de gordura depositada no interior da artéria.
O envelhecimento das artérias em conjunto com a aterosclerose provocam muitas vezes a formação de coágulos que se podem libertar e alojar-se num vaso de um órgão vital. Quando o coágulo se aloja numa artéria coronária, provoca um enfarte do miocárdio (ou ataque cardíaco) por insuficiência de irrigação do coração. Se o coágulo se alojar no cérebro, provoca um acidente vascular cerebral (AVC) por insuficiência de irrigação do cérebro. A hipertensão arterial consiste no aumento da pressão sistólica e diastólica para valores superiores a 140 mm Hg e 90 mm Hg, respectivamente. A hipertensão aumenta o desgaste do coração e das artérias e está na base de muitos acidentes vasculares cerebrais. Está comprovado que uma pressão sistólica superior a 160 mm Hg ou uma diastólica superior a 95 mm Hg triplicam o risco de acidente vascular cerebral, duplicando também o risco de doença coronária (do coração). A hipertensão arterial pode ser provocada pela aterosclerose, mas também por outras causas. É uma doença que, na maioria dos casos, não apresenta sintomas significativos e, por isso, é extremamente perigosa. Em Portugal, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas sejam hipertensas. Destas, talvez apenas metade saiba que tem a doença. É necessário, por isso, monitorizar a pressão arterial regularmente.
Será que APRENDI? 1. Define doenças cardiovasculares. 2. Refere os efeitos do envelhecimento das artérias.
3. Dá um exemplo de uma doença provocada por hipertensão arterial.
4. Quais são os sintomas da hipertensão arterial?
5. Descreve as possíveis consequências da doença ilustrada na figura 23.
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6.8 PREVENÇÃO DAS DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO • Seguir uma dieta equilibrada. • Controlar o peso. • Monitorizar a pressão arterial. • Fazer exercício. • Consumir sal moderadamente. • Não fumar.
24
6 É possível prevenir as doenças do sistema circulatório (doenças cardiovasculares) se evitarmos ter comportamentos de risco: • • • • • •
dietas ricas em gordura; consumo excessivo de alimentos, que pode provocar a obesidade (24); consumo excessivo de sal, que provoca a hipertensão; sedentarismo; consumo de tabaco; consumo excessivo de álcool.
OBESIDADE. A obesidade abdominal duplica o risco de ataque cardíaco.
25
DIETA EQUILIBRADA. Uma dieta equilibrada reduz em cerca de 30% o risco de ataque cardíaco e é favorável a uma diminuição do colesterol.
Uma dieta equilibrada (25) diminui significativamente o risco de doenças cardiovasculares. As dietas ricas em gordura aumentam o colesterol (este não deve ser superior a 190/dL, nos adultos) e o risco de aterosclerose. O exercício físico (26) diminui o risco de contrair doenças cardiovasculares, pois activa a circulação, reduz o stress e evita a depressão, que são factores que predispõem para as doenças cardiovasculares. O exercício físico deve ser efectuado de acordo com a idade e a condição física de cada indivíduo. Os locais com fumo devem ser evitados, pois o risco do consumo de tabaco é partilhado também pelos fumadores passivos. Cerca de um em cada cinco casos de morte por doença cardiovascular está associado ao tabagismo. É necessário, também, consultar o médico de família com alguma frequência e monitorizar a tensão arterial. 26
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EXERCÍCIO FÍSICO. O exercício físico praticado regularmente e de acordo com as condições físicas de cada indivíduo diminui o risco de doenças cardiovasculares.
A Organização Mundial de Saúde afirma que é possível reduzir a morte prematura provocada por doenças cardiovasculares no Mundo em pelo menos 80%, tendo apenas em conta estes três factores: seguir uma dieta equilibrada, praticar exercício físico e não fumar. Está nas mãos de cada um fazer esta opção de vida.
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6.9 Quais são as doenças do sistema respiratório? As doenças do sistema respiratório têm um grande impacto no sistema cardiovascular, uma vez que uma má ventilação pulmonar tem consequências no transporte de oxigénio efectuado pelo sangue. Várias são as doenças do sistema respiratório, das quais se destacam a asma, a pneumonia e o cancro do pulmão.
O hábito de fumar é altamente prejudicial ao sistema respiratório.
A asma (27) é uma doença respiratória crónica que pode ter uma origem alérgica (pólen, ácaros, fumo, fungos, etc.), infecciosa ou resultar de exercício físico intenso. Uma crise de asma dá-se quando os brônquios sofrem um estreitamento. A pneumonia (28) é uma doença infecciosa dos pulmões provocada por microrganismos. Uma infecção grave provoca uma hipersecreção de muco, que afecta os pulmões e impede a normal ventilação pulmonar. Os indivíduos com pneumonia têm febres altas (40 ºC), dificuldades respiratórias, tosse e expectoração. O cancro do pulmão (29) é um tumor que, em 90% dos casos, surge nos brônquios e depois se espalha pelo resto do pulmão e outros órgãos. Tosse persistente, presença de sangue na expectoração e dispneia (dificuldade em respirar) são alguns dos sintomas desta doença. Das doenças cancerosas, o cancro do pulmão é o que causa mais mortes. O hábito de fumar é responsável por 90% dos casos de cancro do pulmão. [A]
[B]
27
DIMINUIÇÃO DO DIÂMETRO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS. Os brônquios [A], quando inflamados, diminuem o seu diâmetro [B], provocando dificuldades respiratórias. Sibilos e dificuldade em respirar são alguns dos sintomas.
28
PNEUMONIA. Raio X de um indivíduo com o pulmão direito infectado por pneumonia. A bactéria Chlamydia pneumoniae é uma das bactérias que provoca a pneumonia.
29
CANCRO DO PULMÃO. O raio X detectou a presença de um cancro no pulmão esquerdo.
Para prevenir algumas das doenças respiratórias, é importante: • não fumar; • cobrir a boca e o nariz, sempre que se espirra ou tosse; • evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; • manter boas condições ambientais e um adequado sistema de ventilação nos espaços interiores.
Será que APRENDI? 1.
Explica como deverás proceder para evitar a maioria das doenças do sistema cardiorrespiratório.
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6.10 T
LinfaT Líquido formado por plasma e glóbulos brancos. Pode circular entre as células (linfa intersticial) ou nos vasos linfáticos (linfa circulante).
O que é o sistema linfático? O plasma e os leucócitos conseguem atravessar as paredes dos vasos capilares sanguíneos, banham as células dos diferentes tecidos e formam a linfaT intersticial. Parte do plasma e dos leucócitos retornam aos vasos capilares sanguíneos e outra parte é recolhida pelos vasos capilares linfáticos, formando a linfa circulante (30).
Capilar sanguíneo
Vaso linfático Leucócitos
30
FORMAÇÃO DA LINFA. Os leucócitos e o plasma que saem dos capilares sanguíneos formam a linfa que se encontra nos espaços intercelulares. Estes constituintes podem voltar ao capilar sanguíneo, seguindo na circulação sanguínea, ou ser absorvidos por vasos linfáticos.
A linfa e o sistema linfático (composto por uma rede de vasos e órgãos linfáticos) têm várias funções, nomeadamente: • equilíbrio hídrico — drenagem do excesso de linfa intersticial presente nos tecidos; • absorção de lípidos, vitaminas e outras substâncias — recebem os lípidos e as vitaminas lipossolúveis absorvidos no intestino delgado e transportam-nos para o sangue; • defesa — os microrganismos, algumas células cancerosas e outros corpos estranhos são filtrados nos gânglios linfáticos. Por outro lado, os leucócitos presentes na linfa conseguem eliminar microrganismos e substâncias estranhas através de um processo denominado fagocitose (31). A produção de anticorpos, moléculas especificas de defesa, estão também a cargo deste sistema.
I
I
FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO • Equilíbrio hídrico. • Absorção de substâncias. • Defesa.
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31
DEFESA. Os leucócitos da linfa podem eliminar microrganismos através da fagocitose, impedindo que estes ataquem as células.
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Sistema cardiorrespiratório
O sistema linfático é constituído pelos órgãos linfáticos, entre os quais se destacam os gânglios linfáticos, o timo, o baço e os vasos linfáticos que transportam a linfa (32).
Timo — local de maturação de um tipo específico de glóbulos brancos — os linfócitos.
Vasos linfáticos — vasos semelhantes às veias, que possuem válvulas e que fazem o transporte de linfa desde as células até à corrente sanguínea.
32
Gânglios linfáticos — filtram a linfa e eliminam substâncias e microrganismos, evitando que cheguem ao sangue.
Baço — destrói as hemácias desgastadas e é local de armazenamento de células sanguíneas. É o local de produção dos linfócitos e dos anticorpos.
SISTEMA LINFÁTICO. A circulação da linfa ocorre unidireccionalmente, devido às válvulas existentes nos vasos linfáticos.
Será que APRENDI? 1. Distingue sangue de linfa. 2. Refere as funções do sistema linfático. 3. Por que razão durante uma infecção os gânglios linfáticos aumentam de volume?
CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO • Vasos linfáticos. • Gânglios linfáticos. • Timo. • Baço.
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Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente I 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Sabes o que é um transplante cardíaco? 1.2 Os corações artificiais são para toda a vida? 1.3 É fácil encontrar corações para transplantes?
2. Lê com atenção o texto que se segue. do não é possível simples, recorrer a medicação ou a outras cirurgias mais coração o ra-se Reti efectua-se um transplante cardíaco. esteja que e desd de uma pessoa que tenha morrido recentemente, em boas condições para o paciente. do coração era Coração artificial — pesa cerca Quando ainda há poucas décadas o transplante de um quilo e é feito em titânio dos receptores de e plástico. impensável, agora é uma realidade. Cerca de 95% cícios físicos e reatransplantes de coração conseguem efectuar exer melhor do que antes do transplante. Mais de lizar as suas actividades diárias substancialmente voltam a trabalhar. Os dados mostram que 70% 70% dos receptores de corações transplantados r até cinco anos após o transplante. a 80% dos doentes transplantados conseguem vive dador compatível. Corações para transplante Nestes transplantes, é necessário encontrar um m tempo até que se obtenha um órgão com são difíceis de encontrar e, por isso, demora algu com doença cardíaca terminal morrem antes de todas as condições exigidas. Muitos dos doentes encontrarem um órgão compatível. para quem está à espera de um transplante. O coração artif icial é uma esperança acrescida ja e pode acrescentar às pessoas em que é O coração artif icial é do tamanho de uma toran oas que até agora o receberam viveram mais implantado mais uns meses de vida: as catorze pess sobreviveu dezassete meses e outro dez meses. cinco meses, em média. No entanto, um paciente ora se considere que o sucesso deste órgão é Apenas um dos pacientes teve alta hospitalar. Emb da Medicina, que não se sabe onde nos podelimitado, é um progresso da tecnologia ao serviço rá fazer chegar no futuro. M casos terminais de doença cardíaca, quan
E
Público, 7/09/2008 (adaptado)
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Justifica a frase seguinte: «Embora se considere que o sucesso deste órgão é limitado, é um progresso da tecnologia ao serviço da Medicina, que não se sabe onde nos poderá fazer chegar no futuro.» 3.3 Qual é a taxa de sobrevivência de indivíduos com transplante de coração? 3.3.1 Tendo em conta essa taxa de sobrevivência, consideras que vale a pena fazer o transplante? Justifica a tua resposta.
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unidade 6
Sistema cardiorrespiratório
II 1. Antes de leres o texto, responde às questões com «sim» ou «não». 1.1 Sabes o que é uma angioplastia? 1.2 Existem tratamentos para as artérias coronárias entupidas? 1.3 O corpo humano rejeita sempre objectos estranhos que fiquem no seu interior?
2. Lê com atenção o texto que se segue. angioplastia é um procedimento cirúrgico cujo objectivo é desobstruir ou alargar um vaso sanguíneo, restabelecendo o fluxo sanguíneo. Este procedimento consiste, essencialmente, na introdução de um pequeno tubo denominado cateter, no fim do qual existe um dispositivo que permite tratar a artéria. O cateter é inserido na artéria ou na veia, geralmente fazendo uma incisão numa área da virilha onde foi injectado um anes- O cateter pode levar um balão, que permite desobstruir a artéria, e um tubo metálico (stent), tésico local. que mantém a artéria desobstruída. Um pequeno balão é introduzido vazio até à artéria obstruída e depois é cheio de ar, o sangue volte a circular. De seguida, o aumentando a secção da artéria e permitindo que o deixar no local onde a artéria estava balão é esvaziado e removido. Por vezes é necessári obstrução da artéria – o stent. obstruída um tubo de metal que previne a futura agem de não exigir uma grande Este modo de tratar a doença coronária tem a vant bons resultados na desobstrução de cirurgia, que aumenta os riscos, e tem obtido erismo — é também utilizada no artérias coronárias e outras. Esta técnica — o catat diagnóstico das doenças coronárias.
A
/07 (adaptado) http://heartdisease.about.com, consultado em 09/09
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião? 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Refere as vantagens da angioplastia.
SOU UM CIDADÃO RESPONSÁVEL 1. Complementa o que aprendeste ao longo desta unidade, realizando uma pequena pesquisa sobre intervenções no sistema cardiovascular (por exemplo, bypass, pacemaker, etc.).
2. Compara essas técnicas com as que foram descritas nestes textos. 185
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... Ideias-chave P O sistema cardiorrespiratório é constituído pelos sistemas circulatório e respiratório. P O sistema circulatório assegura: • • • •
o a o a
transporte de oxigénio, nutrientes, hormonas e produtos tóxicos; defesa do organismo; controlo das hemorragias; regulação térmica, hídrica e do pH do sangue.
P O sistema circulatório é constituído pelo coração, artérias, arteríolas, vasos capilares, vénulas e veias, pelos quais o sangue circula.
P O sangue é constituído por plasma e elementos figurados, como as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. • O plasma é o componente líquido, constituído por cerca de 90% de água, proteínas, glúcidos, lípidos, sais minerais, vitaminas, gases e produtos tóxicos provenientes do metabolismo celular. • As hemácias transportam oxigénio (dióxido de carbono), os leucócitos participam na defesa do organismo e as plaquetas são indispensáveis à coagulação do sangue.
P O coração é um órgão musculoso, responsável pela impulsão do sangue para todo o corpo. Possui quatro cavidades: duas aurículas e dois ventrículos.
P Um ciclo cardíaco corresponde a duas sístoles (uma auricular e uma ventricular) e a uma diástole.
P O número de ciclos cardíacos por minuto determina o ritmo cardíaco. P A circulação sistémica assegura a distribuição de nutrientes e oxigénio pelas células e leva o dióxido de carbono e outros produtos de excreção de volta ao coração. O sangue passa, assim, de arterial a venoso.
P A circulação pulmonar permite que ocorra a hematose pulmonar, o oxigénio passa para o sangue, e o dióxido de carbono, presente no sangue, para os alvéolos pulmonares. O sangue venoso transforma-se em sangue arterial.
P O sistema respiratório é constituído pelos pulmões e pelas vias respiratórias. P As vias respiratórias são as fossas nasais, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os bronquíolos.
P P P P
As vias respiratórias aquecem, filtram e humedecem o ar. Na inspiração, o diafragma e os músculos intercostais contraem-se, fazendo o ar entrar. A expiração dá-se quando o diafragma e os músculos intercostais relaxam, fazendo o ar sair. A linfa é formada a partir do plasma e dos leucócitos que saem das paredes dos capilares sanguíneos para os espaços intersticiais.
P O sistema linfático assegura a defesa do organismo, o transporte de substâncias e o equilíbrio hídrico.
... DESCOBRE POR TI MESMO • Era Uma Vez a Vida, «O Coração», «A respiração», «O Sistema Linfático», Planeta Agostini. • VAN CLEAVE, J. — Corpo Humano para Jovens, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1997. • Vários — Enciclopédia da Ciência — O Corpo Humano, Porto Editora, 2004. • • • •
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http://saude.hsw.uol.com.br/coracao.htm — Funcionamento do coração. http://saude.hsw.uol.com.br/pulmoes.htm — Funcionamento do sistema respiratório. http://cardiologia.browser.pt/PrimeiraPagina.aspx — Fundação Portuguesa de Cardiologia. http://saude.hsw.uol.com.br/sangue.htm — Constituição e funções do sangue.
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unidade 6
Sistema cardiorrespiratório
... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática.
F
função de
Hemácias
transportam
I
Coagulação Oxigénio
J Bronquíolos
Alvéolos pulmonares
I
onde passa o
Ar
para os
onde ocorre a
I
I I I I
Traqueia
obtido através da
L
I
que possuem
H
I
K
I
I
constituído por
Faringe
I
constituído por
Sistémica
Fossas nasais
I
I
Sistema respiratório
E
que pode ser
Circulação
Vias respiratórias
I
dá origem à
divide-se em
I
I
função de
Sangue
I
I
Artérias
I
I
G
Leucócitos
I
I
Vasos capilares
I
Substâncias tóxicas
transporta
D
constituído por
onde circula
Nutrientes
I
Vénulas
constituído por
I
I
I I
Veias
I
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
Sistema circulatório
C
I
bombeia
I
constituída por
B
I
transportam
I
Vasos linfáticos
I
A
constituído por
I
I
SISTEMA LINFÁTICO
I
Tenta completá-lo substituindo as letras presentes nas caixas vazias pelos termos que o tornam lógico.
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Actividades 1. Observa a figura e responde às questões. 1.1 Faz a legenda da figura. 1
1.2 Associa a legenda da figura às funções:
2
A — Defesa. B — Coagulação do sangue. C — Transporte de substâncias.
3
D — Transporte de oxigénio. 1.3 Identifica outra função do sangue que não esteja na questão anterior. 1.4 Refere a composição do elemento indicado pelo número 4.
4
1.5 Onde são formadas as estruturas assinaladas pelo número 1? 1.6 Menciona os elementos que dão origem à linfa. 1.7 Distingue linfa de sangue.
2. A figura ao lado representa o coração. Responde às questões. 2.1 Faz a legenda da figura. 2.2 Identifica a função da estrutura 8.
1 11 2
2.3 Explica por que razão o miocárdio é mais espesso do lado esquerdo do coração. 2.4 Qual é a função das estruturas 3 e 6?
4 10
3
2.5 Qual é a função das artérias coronárias? 5
3. Sabendo que o ciclo cardíaco corresponde a um conjunto de movimentos cíclicos do coração, responde às questões.
6
3.1 Explica em que consiste uma diástole e uma sístole. 3.2 Indica qual é o estado das válvulas do coração em situação de sístole ventricular.
9
3.3 Relaciona a pressão arterial com o ciclo cardíaco. 3.4 Qual é o impacto da hipertensão arterial na saúde cardiovascular?
8
4. Descreve o percurso do sangue durante: a) a circulação sistémica; b) a circulação pulmonar.
5. Explica o papel da circulação sistémica. 6. Por que razão se pode dizer que os sistemas respiratório e circulatório estão relacionados entre si?
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7
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7.
Sistema cardiorrespiratório
As imagens mostram um esquema da ventilação pulmonar. Observa-as e responde às questões que se seguem.
[A]
[B]
1 1
2 3
4
7.1 Faz a legenda das imagens. 7.2 Faz corresponder cada uma das imagens à inspiração e à expiração. Justifica a tua escolha. 7.3 Qual é o papel da pressão na entrada e saída de ar dos pulmões?
8. O que entendes por hematose pulmonar? 8.1 Em que situação da ventilação pulmonar se dá este processo?
9. Refere dois órgãos que pertencem às vias respiratórias. 9.1 Quais são as transformações que o ar sofre ao passar nas vias respiratórias?
10. Observa as figuras e responde às questões. [A]
[B]
[C]
[D]
[E]
10.1 Constrói uma legenda para cada uma das imagens. 10.2 Como se chama a doença representada na figura C? 10.2.1 Que consequências pode ter esta doença no sistema circulatório? 10.3 As figuras D e E são factores de risco para o sistema cardiorrespiratório. Dá um exemplo de doenças deste sistema que os comportamentos referidos poderão potenciar. 10.4 Por que razão é necessário ter sempre em consideração o procedimento efectuado na figura A, para a saúde do sistema cardiovascular?
11. Comenta a frase seguinte: «O sistema linfático é um sistema de defesa do organismo.» 189
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u n i d a d e
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Sistema excretor
[A]
[B]
O que eu já sei! 1. Completa as frases escolhendo as opções correctas. A — Os rins são órgãos que filtram... a) … o ar. b) … as fezes. c) … o sangue. d) … a água. B — O CO2 é um gás produzido... a) … nas células, pela respiração celular, e é tóxico. b) … nas células, pela respiração celular, mas não é tóxico. c) … nos alvéolos pulmonares. d) … apenas pelos pulmões.
190
C — O suor é salgado porque... a) … o sal é importante para a pele. b) … o sal protege os pêlos. c) … possui sais dissolvidos. d) … o sal é prejudicial à saúde. D — O suor... a) … liberta água e substâncias tóxicas. b) … baixa a temperatura corporal. c) … liberta água, substâncias tóxicas e baixa a temperatura corporal. d) … não é útil, produzindo apenas odor corporal.
E — Do metabolismo celular resultam... a) … unicamente substâncias úteis ao organismo. b) … substâncias úteis e tóxicas. c) … unicamente substâncias tóxicas ao organismo. d) … as fezes, que são tóxicas. F — a) … b) … c) …
Excretar significa... expelir. expulsar. retirar de determinado local no organismo. d) Todas as opções anteriores.
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[C]
Observo, penso, descubro e... aprendo! 1. Observa atentamente as imagens presentes nestas páginas e responde às questões. 1.1 Considerando os órgãos apresentados na imagem A, refere: a) a sua designação; b) a sua principal função; c) o sistema a que pertencem. 1.2 Sabendo que a jovem da imagem B está a soprar, refere: a) o local de onde vem o ar que a jovem sopra; b) as diferenças na composição entre o ar inspirado e o ar expirado; 1.2.1 Explica a afirmação seguinte: «É importante ventilar as salas de aula e todos os locais fechados frequentados por pessoas.» 1.3 A imagem C mostra uma pessoa a transpirar. Que situações dão origem à produção de suor? 1.3.1 Explica o que entendes por suor.
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7.1 T
ExcreçãoT Processo de eliminação dos resíduos tóxicos provenientes do metabolismo.
O que é a excreção? As células, no seu metabolismo, produzem substâncias utéis e substâncias tóxicas. Estas últimas têm de ser removidas das células para o exterior do organismo. A este processo dá-se o nome de excreçãoT. A excreção é um processo diferente da defecação (produção de fezes), uma vez que as substâncias presentes nas fezes nunca fizeram parte do funcionamento do corpo, são antes partes não digeridas dos alimentos e bactérias presentes no tracto intestinal. As substâncias a eliminar passam das células para o sangue e são excretadas pelos órgãos excretores: • a pele (1), através das glândulas sudoríparas, excreta o suor, que é uma mistura de água, com uma pequena quantidade de sais e ureia; • os pulmões (2) expelem os gases resultantes do metabolismo celular presentes no sangue; • os rins (3) filtram o sangue e produzem a urina (4) — mistura de água, sais minerais e ureia.
Glândula sudorípara
1
PELE. Possui glândulas sudoríparas que excretam suor e que permite a libertação de substâncias tóxicas e a redução da temperatura corporal.
2
PULMÕES. Eliminam os gases presentes no sangue.
3
RINS. São os principais órgãos de excreção, assegurando a filtração do sangue e a eliminação da maioria das substâncias tóxicas, através da urina.
Os rins são os principais órgãos de excreção e fazem parte do sistema urinário (5). Este sistema tem como funções principais:
ÓRGÃOS EXCRETORES • Rins. • Pele (glândulas sudoríparas). • Pulmões.
192
• a excreção de substâncias tóxicas provenientes do metabolismo como a ureia, a creatinina e o ácido úrico; • a manutenção do equilíbrio entre os sais presentes em circulação, principalmente o cloreto de sódio (NaCñ) e a água, que é crucial para a manutenção da pressão arterial; • a manutenção do pH do sangue no valor de 7,4; • o controlo dos níveis de cálcio no sangue através da regulação da activação da vitamina D.
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Solutos
Sistema excretor
100
4
50
Água 95%
mL (mililitros)
URINA. É um líquido amarelo, transparente, com pH 6, aproximadamente. É uma mistura de água (95%) e de solutos (5%), como a ureia, o sódio, o potássio, a creatinina e o ácido úrico. A urina é o resultado da filtração do sangue pelos rins.
O sistema urinário é constituído pelos rins e pelas vias urinárias: ureteres, bexiga e uretra. Rins — órgãos-par em forma de feijão, de cor castanho-avermelhada, que se localizam na parte posterior da cavidade abdominal. A cada rim chega uma artéria renal que transporta o sangue com substâncias tóxicas. De cada rim sai também uma veia renal com o sangue depurado.
Veia cava inferior
Veias renais
Artérias renais
Bexiga — bolsa muscular e elástica situada na cavidade pélvica. Acumula a urina até que seja expelida para o exterior. A urina chega à bexiga através dos ureteres e sai deste órgão pela uretra.
5
Músculo bexiga Músculoda da bexiga
Artéria aorta
Urina Urina
Ureteres — orgãos de forma tubular que fazem a ligação entre os rins e a bexiga, transportando a urina formada nos rins para a bexiga.
Esfíncter — músculo que impede a passagem permanente de urina para o exterior. Uretra — canal que se estende da bexiga até ao exterior, sendo maior nos homens (de 15 cm a 20 cm) e menor nas mulheres (cerca de 4 cm). Nos homens também é via de expulsão de sémen.
MORFOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO.
Será que APRENDI? 1. Identifica os órgãos envolvidos na excreção. 2. Onde é produzido o suor? 2.1 Qual é a sua composição?
3. Quais são as principais funções do sistema urinário?
SISTEMA URINÁRIO • Rins. • Vias urinárias: Ureteres; Bexiga; Uretra.
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7.1 T
NefrónioT Estrutura funcional do rim responsável pela filtração do sangue e formação da urina.
No interior do rim (6) podem distinguir-se três grandes zonas: zona cortical, zona medular e o bacinete. Nas zonas medular e cortical encontra-se a estrutura funcional do rim — o nefrónioT. São os nefrónios os responsáveis pelas funções de filtração e secreção dos rins que dão origem à urina. Cada rim possui cerca de 1,3 milhões de nefrónios, cuja maioria mede cerca de 50 mm a 55 mm. Os rins estão envolvidos por uma camada de gordura, a cápsula adiposa, que envolve a cápsula renal e que tem como função protegê-los de choques mecânicos.
Cápsula renal — invólucro fibroso que reveste o rim.
[B]
Zona medular
Zona cortical
[A]
Zona cortical — região exterior do rim.
Artéria renal
Veia renal
Bacinete — zona em forma de funil que comunica com o uréter.
Zona medular — região interna do rim.
Pirâmide de Malpighi — estruturas triangulares vermelho-escuras. Nefrónios — estruturas funcionais do rim situadas na zona cortical e medular, filtram o sangue e formam a urina.
Uréter
6
MORFOLOGIA DO RIM. Corte longitudinal [A]; pormenor da zona cortical [B].
ESTRUTURA DO RIM • Cápsula renal. • Zona medular — onde estão localizadas as pirâmides de Malpighi e parte dos nefrónios. • Zona cortical — onde se situa parte dos nefrónios. • Bacinete — liga o rim ao uréter.
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... ACTIVIDADE EXPERIMENTAL Objectivo • Observar a estrutura macroscópica de um rim.
Material • Rim de porco (de preferência com uréter). • Pinça. • Sonda. • Régua. • Tesoura.
• • • •
Tabuleiro. Bisturi. Agulha de dissecação. Luvas descartáveis.
Procedimento
1. Coloca o rim no tabuleiro na posição indicada
[A]
na imagem. Mede o seu comprimento e a sua espessura [A].
2. Observa o aspecto exterior do rim e desenha-o no teu caderno diário.
3. Identifica o uréter e os vasos sanguíneos. 4. Faz um corte longitudinal no rim, aproximadamente a meio, de modo que as duas metades se separem [B].
5. Observa as estruturas interiores do rim. 6. Faz um esquema do interior do rim e pinta-o de acordo com as cores que observas.
[B]
Discussão
1. Quantas zonas é possível distinguir no interior do rim? Justifica a tua resposta.
2. Compara o rim que dissecaste com o esquema da figura 6 da página 194. 2.1 Identifica as várias estruturas do rim. 2.2 Legenda o esquema que fizeste. 2.3 Quais são as estruturas responsáveis pela formação da urina? 2.4 Associa a forma do bacinete à sua função.
3. Compara o interior com o exterior do rim. Que diferenças encontras?
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7.2 Como se forma a urina? O sangue entra no rim pela artéria renal e é distribuído pelos diferentes nefrónios. Os nefrónios são (7) constituídos por:
ESTRUTURA DO NEFRÓNIO • Cápsula glomerular ou de Bowman. • Glomérulo de Malpighi. • Túbulo renal: — Túbulo contornado proximal; — Ansa de Henle; — Túbulo contornado distal. • Tubo colector.
• cápsula glomerular ou de Bowman (no seu interior encontra-se o glomérulo de Malpighi); • túbulo renal, que se divide em: — túbulo contornado proximal; — ansa (ou alça) de Henle; — túbulo contornado distal. Cada túbulo contornado distal está ligado a um tubo colector, que vai desembocar, juntamente com os outros, no bacinete. A urina forma-se no nefrónio em três fases fundamentais: • Filtração — passagem de substâncias provenientes do plasma da artéria renal, que saem dos vasos capilares sanguíneos do glomérulo para o interior da cápsula de Bowman e são em seguida transportadas ao longo do túbulo renal. • Reabsorção — passagem de algumas substâncias que sofreram filtração, como a água, glucose, aminoácidos e alguns sais, do túbulo renal para os capilares que o rodeiam, voltando à circulação sanguínea. • Secreção — passagem das substâncias tóxicas que não sofreram filtração directamente do plasma para o túbulo renal para serem eliminadas (8).
Cápsula glomerular ou de Bowman
Reabsorção
Filtração
I
I
I
I
I
Glomérulo de Malpighi (rede de capilares sanguíneos em forma de novelo)
Túbulo contornado distal
Túbulo contornado proximal
I
Artéria renal (transporta o sangue para o rim)
I
I
Tubo colector
7
196
P. tóxicos Sangue Nutrientes Água
Capilares sanguíneos I
Veia renal (transporta o sangue do rim já depurado)
I
NEFRÓNIO E FORMAÇÃO DA URINA.
Ansa de Henle
Secreção
8
PROCESSOS DE FILTRAÇÃO, REABSORÇÃO E SECREÇÃO.
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Cerca de vinte por cento do sangue é filtrado sob pressão através dos vasos capilares glomerulares. Pelas paredes destes vasos só conseguem passar moléculas de pequenas dimensões, como a água, alguns compostos azotados e os nutrientes. Não conseguem passar, devido ao seu tamanho, os elementos figurados e as proteínas do plasma. O resultado da filtração do sangue designa-se por filtrado glomerular e é constituído pelas moléculas que atravessaram as paredes dos vasos capilares.
Sistema excretor
FISIOLOGIA RENAL • Filtração. • Reabsorção. • Secreção.
Como a passagem do filtrado se deve, fundamentalmente, à pressão do sangue exercida no glomérulo, muitas das substâncias que passam para a cápsula de Bowman são necessárias ao nosso organismo e, por essa razão, ao longo do túbulo renal e do tubo colector, elas vão sendo reabsorvidas para a rede de capilares sanguíneos que rodeiam o nefrónio e devolvidas ao sangue. No caso dos diabéticos, como existe demasiada glucose no sangue, a reabsorção não é total e este nutriente aparece na urina. Determinadas substâncias, nomeadamente os medicamentos ingeridos, não são filtradas no glomérulo e são secretadas para o túbulo renal, juntando-se à urina. No tubo colector, a urina tem como componentes as substâncias filtradas no glomérulo, não reabsorvidas ao longo do nefrónio, e as substâncias secretadas para o túbulo renal. A urina desloca-se do tubo colector para o bacinete, que a encaminha para o uréter, que a transportará para a bexiga.
Será que APRENDI? 1.
A tabela seguinte apresenta a relação entre as substâncias presentes no plasma, no filtrado glomerular e na urina. Analisa-a atentamente e responde às questões seguintes. Substância
Plasma
Filtrado
Urina
180
180
1,4
3900 a 5000
6 a 11
0
Glucose (mg/100 mL)
100
100
0
Ureia (mg/100 mL)
26
26
1820
Ácido úrico (mg/100 mL)
3
3
42
Creatinina (mg/100 mL)
1,1
1,1
196
Água (L) Aminoácidos (mg/100 mL)
1.1 Refere o local do nefrónio onde se dá a filtração do sangue. 1.2 Identifica a zona do nefrónio onde se dá a reabsorção das substâncias. 1.3 Qual é a quantidade de água filtrada pelos rins? 1.3.1 Qual é a quantidade de água excretada na urina? 1.3.2 Apresenta uma justificação para a diferença de valores que encontraste nas questões anteriores. 1.4 Indica a concentração de glucose presente na urina. 1.4.1 Apresenta uma justificação para esse valor. 1.5 Apresenta uma razão para o facto de a ureia, o ácido úrico e a creatinina apresentarem maiores concentrações na urina do que no filtrado e no plasma.
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7.3
7 Como é controlada a produção de urina? A quantidade de água presente no sangue pode ser detectada por receptores existentes no hipotálamo, sendo regulada a quantidade excretada ou reabsorvida pela acção da hormona vasopressina ou hormona antidiurética. Quando a quantidade de água no sangue é inferior ao normal ou a concentração de sais no sangue é muito elevada, estimula a hipófise a libertar a hormona vasopressina, que actua no nefrónio, sobre o túbulo contornado distal e sobre o tubo colector, aumentando a sua permeabilidade às moléculas de água, permitindo aumentar a reabsorção de água para o sangue. A urina produzida contém menor quantidade de água e é mais concentrada, o que lhe confere uma cor mais escura. Quando a quantidade de água em circulação é superior, ou a quantidade de sais é inferior, o hipotálamo não estimula a hipófise a libertar a hormona vasopressina, tornando o túbulo contornado distal e o tubo colector menos permeáveis à água. A urina é produzida em maior quantidade e, sendo mais diluída, apresenta uma tonalidade mais clara. No sistema neuro-hormonal, existe um «centro da sede» que detecta o aumento da concentração de sais no sangue, provocando a sensação de sede e a consequente diluição dos sais, depois da ingestão de água (9).
Menor quantidade de água em circulação I
Hipotálamo I
Hipófise I
Secreção de vasopressina
I
Aumento da reabsorção de água no rim
I
I
Diminuição da excreção da urina (maior concentração de sais)
Diluição dos sais presentes em circulação no plasma sanguíneo
Será que APRENDI? 9
198
BEBER ÁGUA. Quando se bebe água em abundância, a concentração de sais no sangue é menor, permitindo que a produção de urina seja mais diluída.
1. De que forma intervém o sistema neuro-hormonal no funcionamento do rim? 2. Por que razão varia a cor da urina? 3. Faz um esquema que represente o que acontece quando a concentração de sais no sangue é baixa.
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7.4 Que doenças afectam o sistema urinário? Várias doenças podem afectar o sistema urinário. Entre elas, encontram-se a litíase renalT, a pielonefriteT e a cistiteT. A litíase renal (10), conhecida por «pedra no rim», dá-se devido à formação de sais minerais como o oxalato de cálcio ou o ácido úrico. Os cálculos (pedras) podem acumular-se nos bacinetes e mover-se ao longo das vias urinárias, provocando uma situação muito dolorosa — cólica renal —, bem como algumas hemorragias e, por vezes, bloqueios das vias urinárias. Existem diversas razões para a formação destes cálculos, mas a ingestão de pouca água e de alguns alimentos contribuem para o aparecimento e agravamento desta patologia. O tratamento desta situação pode passar apenas pela ingestão de muitos líquidos, embora nas situações mais graves possam ser necessários meios tecnológicos avançados (11) para destruir ou retirar os cálculos.
10
CÁLCULOS RENAIS. Detecção de cálculos renais, observados no rim direito, com o auxílio de raios X.
11
T
Litíase renalT Formação de cálculos nos rins, a partir de substâncias que estão normalmente dissolvidas na urina. Pode manifestar-se por dores (cólicas renais). PielonefriteT Infecção renal provocada por bactérias. Pode conduzir a insuficiência renal permanente. CistiteT Infecção na bexiga, relativamente frequente, provocada por bactérias.
TRATAMENTO. Por vezes, a gravidade das situações pode exigir a intervenção de equipamentos que emitem ultra-sons, fragmentando os cálculos que são depois eliminados pelas vias urinárias.
A pielonefrite é provocada por uma bactéria que vive no intestino grosso, a Escherichia coli. As infecções começam geralmente na zona genital e atingem a bexiga. Os sintomas são calafrios, febre, dor na parte inferior das costas, náuseas e vómitos. Em casos extremos, esta infecção pode causar uma insuficiência renal crónica. A cistite é uma doença da bexiga urinária provocada pelas bactérias Escherichia coli e Proteus mirabilis (12). É mais frequente nas mulheres do que nos homens devido à proximidade entre o ânus e a uretra. São infecções relativamente frequentes e causam ardor ao urinar. Ambas as infecções são tratadas com antibióticos.
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PROTEUS MIRABILIS. Bactéria comum no tracto intestinal, que provoca frequentemente infecções nas vias urinárias.
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7.5 Como prevenir as doenças do sistema excretor? É possível prevenir algumas doenças do sistema excretor se se optar por seguir alguns hábitos saudáveis: • Beber água em abundância — cerca de 1,5 L a 2 L de água por dia. Beber muita água permite manter o bom funcionamento dos rins, diluindo os produtos tóxicos e eliminando bactérias através da urina. Quando se bebe pouca água, há tendência para as células desidratarem, e os rins excretam urina concentrada com mais produtos tóxicos. • Não reter a urina — urinar várias vezes por dia permite manter o sistema urinário saudável. • Manter a higiene dos órgãos genitais — depois de urinar, estes órgãos devem ser limpos de modo a evitar condições favoráveis ao desenvolvimento de organismos patogénicos. • Preferir roupas interiores de algodão — as mulheres devem evitar roupas justas e roupa interior de nylon ou de tecido sintético que impeçam a transpiração, devendo, antes, optar por roupa interior de algodão. • Ter uma alimentação equilibrada — não comer carne em excesso e, principalmente, carnes jovens como, por exemplo, leitão ou frango, evitar também mariscos e carne de caça, pois todos estes alimentos possuem quantidades apreciáveis de ácido úrico reponsáveis pelo aparecimento de cálculos renais. Deve optar-se por comer mais legumes, saladas e fruta (13). • Manter a higiene da pele – a pele tem poros por onde é excretado o suor que retira do organismo a ureia e o cloreto de sódio, entre outros. Um banho diário com água e sabão permite manter os poros livres e abertos (14).
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS DO SISTEMA EXCRETOR • Beber 1,5 L a 2 L de água por dia. • Não reter a urina. • Manter a higiene dos órgãos genitais. • Preferir roupas interiores de algodão. • Ter uma alimentação equilibrada. • Manter a higiene da pele.
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14 13
ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA.
HIGIENE. Manter a pele limpa é importante para manter os poros abertos.
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Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente 1. Antes de leres o texto, responde às questões seguintes com «sim» ou «não». 1.1 Sabes o que é a hemodiálise? 1.2 Há poucas pessoas a fazerem hemodiálise em Portugal? 1.3 O rim artificial é colocado no interior do paciente para substituir o rim doente?
2. Lê com atenção o texto que se segue. professor Martins Prata, director do Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, afirmou: «Sabemos que em Janeiro ide 2007 existiam 102 clínicas de diálise no cont de nente e que estavam em tratamento perto 9000 doentes, no total, dos quais apenas 5% HEMODIÁLISE. Esta máquina, designada por faziam diálise peritoneal.» Após a análise dos rim artificial, destina-se a efectuar a função o renal que esta paciente não consegue fazer. dados recolhidos, percebeu-se ainda que a regiã Esta operação repete-se por períodos com maior número de doentes em tratamento, regulares até haver a oportunidade de um por milhão de habitantes, é a de Lisboa e Vale do transplante renal. Tejo. hemodiálise (usa um filtro exterior) Existem dois tratamentos de diálise diferentes: a o peritoneu, que se situa na cavidade e a diálise peritoneal (usa uma membrana natural, a distinta, mas têm um objectivo abdominal). São técnicas que se aplicam de form no organismo quando os rins deixam comum: eliminar as toxinas e o excesso de líquido tratados por hemodiálise é significatide funcionar. Em Portugal, o número de doentes «uma das grandes vantagens da diálise vamente superior, isto quando se reconhece que peritoneal é a liberdade do doente». só é feita em hospitais do Estado. A diálise peritoneal, ao contrário da hemodiálise, r a diálise peritoneal no sistema privaIsto porque «o Estado não tem contrato para paga têm condições para proporcionar este do. No entanto, muitos hospitais públicos não s apropriadas e de prof issionais de tratamento, principalmente pela falta de instalaçõe saúde em número suficiente».
O
=sp&numero=59&artigo=, http://www.jasfarma.com/artigo.php?publicacao consultado em 13/10/2007 (adaptado)
3. Após a leitura do texto, responde às questões. 3.1 Volta a responder às questões do ponto 1. 3.1.1 Em que questões mudaste de opinião. 3.1.2 Transcreve para o teu caderno as frases do texto que te fizeram mudar de opinião. 3.2 Qual é a diferença entre a hemodiálise e diálise peritoneal? 3.3 Qual é a técnica mais utilizada em Portugal? 3.3.1 Que razão é apontada para esta diferença? 3.4 O que aconteceria às pessoas com insuficiência renal se estas tecnologias não existissem?
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... Ideias-chave P A excreção é a eliminação de substâncias provenientes do metabolismo celular. P Os órgãos envolvidos na excreção são: • os rins, que produzem urina; • os pulmões, que excretam dióxido de carbono; • a pele (glândulas sudoríparas), que produz suor.
P O sistema urinário é um dos mais importantes componentes do sistema excretor e é constituído pelos rins e vias urinárias: ureteres, bexiga e uretra.
P O sistema urinário assegura: • • • • •
a o a a o
excreção de produtos metabólicos, como a ureia, a creatinina e o ácido úrico; equilíbrio entre os sais e a água; manutenção da pressão arterial; manutenção do pH do sangue; controlo dos níveis de cálcio no sangue.
P A unidade funcional do rim é o nefrónio. P O nefrónio tem como funções filtrar o sangue, reabsorver substâncias necessárias ao funcionamento do organismo e secretar substâncias tóxicas para a urina.
P O hipotálamo detecta a quantidade de água ou a concentração de sais no sangue e induz a maior ou menor absorção de água pelos rins.
P A urina escura reflecte uma grande concentração de sais, resultante de uma maior retenção de água no sangue.
P A urina clara reflecte uma pequena concentração de sais, resultante de uma menor retenção de água no sangue.
P Algumas das doenças que afectam o sistema urinário são a litíase renal, a pielonefrite e a cistite.
P As doenças do sistema urinário podem ser evitadas: • bebendo água em abundância; • não retendo a urina; • mantendo a higiene dos órgãos genitais; • usando roupa interior de algodão; • seguindo uma alimentação equilibrada, com menos carne e mais vegetais.
... DESCOBRE POR TI MESMO • Era Uma Vez a Vida, «Os Rins», Planeta Agostini. • VÁRIOS — Atlas Visual da Ciência, «Corpo Humano I», volume 15, Buenos Aires, Editorial Sol 90, 2007.
• http://hsw.uol.com.br/rins.htm — Funcionamento dos rins. • http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=3713&iLingua=1 — Doenças do sistema urinário. • http://saude.hsw.uol.com.br./suor.html — Produção de suor.
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Sistema excretor
... Organizo as minhas ideias O esquema que se segue representa uma possível organização dos conhecimentos que adquiriste durante a exploração desta unidade temática. Tenta completá-lo substituindo as letras presentes nas caixas vazias pelos termos que o tornam lógico.
SISTEMA EXCRETOR elimina I
A resultantes do I
Metabolismo celular
através de
I
I
I
B
C
Pele
que excretam
que possuem
que possui
I
I
I
Dióxido de carbono
Nefrónios
D
que formam a
que produzem
I
I
E
Suor
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Actividades 1. Observa as figuras e responde às questões seguintes. [A]
[B]
2
1
[C] 3 5 4
6 7
1.1 Para que serve a excreção? 1.2 Associa cada uma das figuras às diferentes formas de excreção. 1.3 Refere os produtos de excreção que cada sistema/órgão elimina. 1.4 Constrói a legenda da figura C. 1.5 Qual é a unidade funcional dos rins? Justifica a tua resposta.
2. Observa a figura, que representa um nefrónio, e responde às questões. I
II
III
2.1 Faz a legenda da figura. 2.2 Alguns mamíferos que vivem no deserto, como, por exemplo, o rato-do-deserto, apresentam a porção identificada com III muito longa. Tendo em conta a função desta estrutura, apresenta uma explicação para este facto.
3. Sabendo que, na tabela seguinte, uma das amostras corresponde à urina e a outra corresponde ao plasma sanguíneo, responde às questões.
Água Amónia Ureia Sais Ácido úrico Proteínas Glucose
Amostra 1
Amostra 2
95 0,004 20 1,55 0,05 0 0
90 0,0001 0,2 0,76 0,0004 8,2 0,1
3.1 Qual das amostras é de urina? Justifica a tua resposta. 3.2 Apresenta uma razão para não haver proteínas na amostra 1. 3.3 Se houvesse glucose na amostra 1, o que podias concluir sobre a saúde do indivíduo? 204
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4. Observa a figura, que representa um nefrónio, e responde às questões seguintes.
A
D
E B
C
4.1 Onde ocorre a filtração do sangue? 4.2 Apresenta um exemplo de componentes do sangue que não passam na filtração para a cápsula glomerular ou de Bowman. Justifica a tua resposta. 4.3 Que processos se dão ao longo do nefrónio? 4.3.1 Explica qual é a necessidade da reabsorção?
5. Observa o gráfico, que representa o resultado de uma experiência durante a qual um indivíduo bebeu um litro de água e, noutro momento, transpirou abundantemente. Responde às questões. 5.1 Faz corresponder, justificando, as letras A e B do gráfico às situações: a) transpiração abundante; b) ingestão de 1 litro de água. 5.2 Que relação existe entre: a) a quantidade de água ingerida e o volume de urina formado;
Vol. de urina formada (mL)
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A
b) a produção de suor e a produção de urina.
B
Tempo (min)
5.3 Imagina que o indivíduo a que se refere a experiência era insuficiente renal. Nesse caso, os resultados seriam os mesmos? Justifica a tua resposta. 5.3.1 De que forma o insuficiente renal consegue ultrapassar esta dificuldade?
6. Considera o que sabes sobre doenças do sistema urinário e responde às questões. 6.1 Dá um exemplo de uma doença que afecte o sistema urinário. 6.1.1 Explica em que consiste. 6.2 Enumera três práticas que evitem doenças do sistema urinário.
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Área de
PROJECTO
Jogo sobre o corpo humano Objectivos • Organizar um jogo de tabuleiro de perguntas e respostas sobre o corpo humano e a saúde. • Trabalhar em equipa. • Desenvolver competências de expressão oral. • Desenvolver competências de expressão escrita. • Desenvolver competências de selecção e compreensão do texto informativo. • Desenvolver competências nas TIC.
1.a FASE F O R M A Ç Ã O D E G R U P O S E DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO • Constituição dos grupos com o auxílio do professor e de acordo com o trabalho que se pretende fazer. • Definição dos critérios de avaliação (podem consultar a página 33).
2.a FASE P L A N I F I C A Ç Ã O D O T R A B A L H O • Formulação das questões sobre vários temas e respectivas respostas. — Podem organizar as perguntas em seis classes: — transmissão de vida; — sistema neuro-hormonal; — sistema cardiorrespiratório; — sistema excretor; — alimentação e digestão; — tecnologia aplicada à saúde. — Façam uma pesquisa prévia sobre as fontes de informação que poderão utilizar. Sugere-se a utilização de enciclopédias e o recurso à Internet e ao manual. — Distribuam os vários temas pelos vários grupos para não existirem questões repetidas. • Construção do tabuleiro e das peças. — Apresentem um projecto de tabuleiro e não se esqueçam de incluir: — um esboço do tabuleiro; — as cores correspondentes a cada classe de questões.
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• Elaboração das regras do jogo. — Consultem as regras de jogos existentes ou elaborem as regras de raiz. • Elaboração da maqueta ou esboço dos cartões das perguntas e respostas: — Utilizem um programa de edição de texto e de imagem para desenhar os cartões; — Cada cartão deverá ter uma pergunta para cada classe; — As respostas a cada pergunta deverão estar no verso do respectivo cartão. • Marcação de datas para cumprirem as várias etapas do trabalho. Utilizem uma agenda para marcarem os vossos compromissos.
3.a FASE E X E C U Ç Ã O • Questões — cada grupo deverá elaborar 50 questões sobre a classe que lhe foi atribuída, bem como as respectivas respostas. Será importante questionar a morfologia e fisiologia de cada um dos sistemas e as doenças a eles associadas. Na classe «Tecnologia aplicada à saúde», poderão elaborar questões sobre médicos ou cientistas que efectuaram descobertas importantes, desenvolveram técnicas ou contribuíram de forma excepcional para a cura ou a detecção de doenças. • Tabuleiro e peças — o grupo responsável deverá aferir com os restantes grupos a forma e o conteúdo do tabuleiro do jogo. • Regras do jogo — o grupo responsável deverá aferir as regras elaboradas com os restantes grupos. • Grupo dos cartões — os modelos de cartões devem ser numerados e colocados numa pasta de um servidor (computador a que todos tenham acesso), permitindo que cada grupo preencha os espaços nos cartões reservados à sua classe de perguntas (por exemplo, uma pergunta sobre o sistema cardiorrespiratório). • Os modelos de cartões devem ser preenchidos alternadamente em cada grupo (por exemplo: Cartão 1 – 10 vai primeiro para o grupo 1, depois, para o grupo 2, etc.). • Uma vez terminada a construção do tabuleiro e das peças, imprimam os cartões e testem o jogo.
4.a FASE A V A L I A Ç Ã O • Procedam à vossa auto-avaliação e à avaliação dos restantes membros do grupo (consultem a tabela da página 33). 207
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[ANEXOS] ... ANEXO I: Identificação de nutrientes IDENTIFICAÇÃO DE NUTRIENTES Nutriente pesquisado
Procedimento
Características
Junta-se uma pequena porção de sulfato de cobre anidro.
O sulfato de cobre anidro torna-se azul em contacto com a água.
Cloretos
Juntam-se umas gotas de solução de nitrato de prata.
Os cloretos podem ser identificados pela formação de um precipitado branco de cloreto de prata.
Sais de cálcio
Adicionam-se umas gotas de solução de oxalato de amónio.
A presença de cálcio pode ser detectada pela formação de um precipitado branco de oxalato de cálcio.
Amido
Colocam-se umas gotas de lugol.
O amido pode ser detectado porque o lugol, de cor acastanhada, se torna azul-arroxeado.
Glucose
Junta-se licor de Fehling e aquece-se à chama de uma lamparina até à ebulição.
A glucose, assim como outros glúcidos (a maltose, por exemplo), reage com o licor de Fehling a quente, formando um precipitado cor de tijolo.
Lípidos
Juntam-se água e algumas gotas de solução de sudão III.
Os lípidos podem ser detectados devido à formação de uma película de gotas de gordura de cor avermelhada à superfície da água.
Proteínas
Reacção do biureto: juntam-se umas gotas de solução de hidróxido de sódio e algumas gotas de solução de sulfato de cobre e agita-se.
As proteínas podem ser detectadas pela formação de flocos azuis de hidróxido de cobre e pela cor violeta.
Vitamina C
Adiciona-se gradualmente a um tubo com água iodada o alimento com vitamina C.
A água iodada perde a coloração em presença da vitamina C.
Água
Minerais
Substâncias orgânicas
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... ANEXO II: Características de alguns aditivos CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS ADITIVOS Aditivo
Utilização
Perigos
Nitritos de potássio (E249) e de sódio (E251), nitratos de sódio (E251) e de potássio (E252).
Produtos de charcutaria, conservas de carne, pastas de fígado e queijos.
Combinam-se com aminas e originam nitrosaminas cancerígenas. Oxidam o ferro da hemoglobina, causando cianose e cefaleias. Provocam alergias.
Benzoato de sódio (E211).
Confeitaria, pastilhas elásticas, patês e camarões cozidos.
Está implicado em numerosos casos de alergias: eritemas, urticárias, etc.
Anidrido sulfuroso (E220).
Cerveja, salsichas, gomas e gelatinas.
Provoca alergias, sobretudo nos asmáticos. Destrói a vitamina B1. Perturba o trânsito intestinal.
BHA (E320) e BHT (E321).
Leite em pó, gomas, molhos, sopas, flocos de batata e pastilhas elásticas.
Em doses elevadas, provocam hipertrofia da tiróide ou do fígado. Provocam hemorragias devido à diminuição de absorção da vitamina K. Podem provocar problemas de pele e dificuldades respiratórias nos trabalhadores da indústria alimentar e da restauração.
Gomas (de E412 a E418) e carragenatos (E407).
Todos os alimentos processados com excepção do mel, da manteiga, dos iogurtes naturais e do açúcar. Produtos à base de carne, como hambúrgueres, salsichas e patês.
Alergias, principalmente nos profissionais de alimentação. Originam perturbações gastrointestinais e, em doses elevadas, favorecem o aparecimento de cancro do cólon.
Eritrosina (E127).
Corante vermelho.
Agente mutagénico. Em doses elevadas, provoca tumores na tiróide e perturbações neurofisiológicas.
Tartrazina (E102).
Bebidas aromatizadas, gelados, sobremesas, confeitaria, fruta em conserva, molhos, mostarda, gomas, cogumelos e ervilhas em conserva.
Provoca alergias, sobretudo em pessoas já alérgicas à aspirina.
Bixina (E160).
Corante amarelo-alaranjado. Margarinas, queijos, cereais de pequeno-almoço e gomas.
Responsável por alergias. Antagonista da vitamina A.
Edulcorantes
Sacarina (E954).
Bebidas light, confeitaria, gelados, gomas e cereais de pequeno-almoço.
Fenómenos de fotossensibilização. Possibilidade de reacção cruzada com as sulfamidas.
Intensificadores de sabor
Glutamato monossódico (E621).
Em quase todos os alimentos processados: pizas, refeições congeladas, etc.
Neurotóxico para os indivíduos sensíveis: perda de sensibilidade facial e secura da boca.
Conservantes
Antioxidadantes
Espessantes e gelificantes
Corantes
ADITIVOS COM POTENCIALIDADES TÓXICAS Tipos de aditivos Corantes
Designação E102* a E104; E107; E109; E111; E120* a E122; E127*; E128; E133; E150 a E155; E171; E173; E180; E181.
Conservantes
E210 a E216; E220 a E227; E230 a E233; E236*; E237*; E238*; E240*; E241*; E310 a E312; E321; E338 a E341.
Aromatizantes
E575; E620 a E622; E627; E631; E900; E450 a; E450 b; E450 c; E470 a E472. * Aditivos de elevada toxicidade.
ADITIVOS COM POTENCIALIDADES CANCERÍGENAS Tipos de aditivos Corantes
Designação E102; E110; E120; E123; E124; E126; E127; E130; E131; E142.
Conservantes
E210; E211; E227 a E229; E239; E249 a E252; E320; E330.
Aromatizantes
H5810; H5813; H5815.
Espessantes/ /estabilizantes
E407; E450. Guia de Aditivos, Conservantes e Corantes na Alimentação (adaptado)
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[GLOSSÁRIO] sexual — Privação UAbstinência voluntária da actividade sexual. Acto reflexo — Resposta automática e involuntária a um estímulo. Albinismo — Alteração genética da cor da pele que se traduz por uma ausência de pigmentação. Alelos — Modalidades alternativas do mesmo gene em cromossomas homólogos. Alimentação equilibrada — Dieta alimentar que assegura ao organismo a quantidade e o equilíbrio dos vários nutrientes, de acordo com as necessidades individuais. Aminoácidos essenciais — Aminoácidos necessários ao bom desenvolvimento, que têm de ser obtidos pela alimentação, uma vez que o organismo não tem capacidade de os sintetizar. Amoníaco — Substância química resultante do metabolismo dos aminoácidos e que confere um cheiro característico à urina. Anabolismo — Reacções metabólicas em que ocorre a síntese de substâncias complexas a partir de substâncias simples, com consumo de energia. Antibiótico — Substância química, de origem natural ou artificial, que combate agentes infecciosos, como as bactérias. Anticorpos — Proteínas produzidas pelo sistema imunitário (linfócitos B) em defesa contra um agente agressor. Antigénio — Qualquer substância, reconhecida como estranha, que induz o sistema imunitário a produzir uma substância específica — os anticorpos —, desencadeando uma reacção de defesa.
— Organismos procariontes UBactérias e unicelulares, com organização celular pouco complexa, desprovidos de núcleo. Podem ser ou não coloniais e, embora possam ser benéficos, muitos são patogénicos (causam doenças). Batimentos cardíacos — Movimentos alternados e cíclicos de contracção e relaxamento do músculo cardíaco. Bílis — Secreção produzida pelo fígado, armazenada na vesícula biliar. Actua no duodeno, ajudando a desdobrar os lípidos, de modo que as enzimas do suco pancreático possam actuar mais facilmente. Biomoléculas — Moléculas com carbono, de estrutura complexa, constituintes dos seres vivos. Blastocisto — Esfera de células embrionárias, resultante de modificações da mórula e correspondente ao estado embrionário em que ocorre a nidação. Bolbo raquidiano — Zona cónica do tronco encefálico que faz a transição entre o encéfalo e a espinal medula.
polinucleotídica — Sequência UCadeia de nucleótidos que entram na constituição do ADN. Carências calórico-proteicas — Situação nutricional do organismo em que faltam os nutrientes energéticos e as proteínas. Cariótipo — Conjunto dos cromossomas existentes nas células somáticas de uma espécie e onde está armazenada toda a sua informação genética. Catabolismo — Reacções de degradação de compostos orgânicos complexos em substâncias simples com libertação de energia.
Arco reflexo — Percurso efectuado pelo impulso nervoso, desde o órgão receptor até ao órgão efector, passando pelo centro nervoso (espinal medula ou encéfalo).
Catalisação — Aceleração de uma reacção química por acção de um catalisador, como, por exemplo, uma enzima.
Artérias — Vasos sanguíneos que levam o sangue para fora do coração.
Célula — Unidade estrutural e funcional constituinte dos seres vivos.
Ateroma — Depósito de gordura localizado sob o revestimento interno de uma artéria.
Célula eucariótica — Célula que apresenta um núcleo e organitos individualizados por membrana.
Avitaminoses — Doenças provocadas pela carência de determinadas vitaminas no organismo.
Célula procariótica — Célula que não apresenta organitos individualizados e cujo material genético está no citoplasma.
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Chumbo — Metal pesado tóxico utilizado em pilhas, gasolina, tintas especiais, canalizações, etc. Símbolo químico: Pb. Ciclo cardíaco — Sequência de acontecimentos cardíacos, que englobam a sístole auricular, a sístole ventricular e a diástole. Cílios — Prolongamentos filamentosos de certas células, dotados de movimentos sincronizados. Circulação pulmonar — Percurso do sangue desde a sua saída pela artéria pulmonar até ao seu retorno ao coração pelas veias pulmonares. Circulação sistémica — Percurso do sangue desde a sua saída do coração através da artéria aorta até à sua entrada no coração pelas veias cavas. Clonagem — Processo pelo qual se obtém um clone ou um conjunto de indivíduos geneticamente idênticos. Clone — Grupo de células descendentes de uma só célula inicial e geneticamente idênticas. Congénito — Característica de que o indivíduo já é portador à nascença. Contracepção — Adopção de meios contraceptivos que ajudam o casal a não ter filhos quando não os deseja. Córtex cerebral — Superfície externa do cérebro constituída por substância cinzenta (corresponde aos corpos celulares). Creatinina — Molécula derivada do metabolismo muscular, eliminada exclusivamente pelos rins. Elevados níveis de creatinina no sangue alertam para um possível mau funcionamento dos rins. Cromossoma — Unidade morfológica e fisiológica de cromatina que contém informação genética.
imunitária — Incapacidade UDeficiência de o sistema imunitário proteger satisfatoriamente o organismo de infecções e doenças. Dendrites — Ramificações dos corpos celulares dos neurónios. Depressão — Estado mental que se manifesta por fadiga, desencorajamento e tendência para o pessimismo, sendo, por vezes, acompanhado de ansiedade.
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Dieta — Regime alimentar. Difusão — Deslocação gradual e espontânea de substâncias das zonas onde estão mais concentradas para as zonas onde estão menos concentradas. Digestão — Processo pelo qual os alimentos ingeridos são transformados em moléculas mais simples que podem ser absorvidas e utilizadas pelas células do organismo. Dimorfismo sexual — Conjunto de características físicas que permitem distinguir indivíduos femininos de indivíduos masculinos. Doenças cardiovasculares — Doenças associadas ao sistema cardiovascular. Doenças crónicas — Doenças de longa duração. Doenças (ou infecções) oportunistas — Doenças ou infecções que afectam os indivíduos devido à diminuição da capacidade de defesa do seu sistema imunitário. Doenças sexualmente transmissíveis (DST) — Doenças transmitidas por via sexual. Quando são de origem infecciosa, designam-se por infecções sexualmente transmissíveis (IST).
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Enzimas — Moléculas de natureza proteica que actuam como biocatalisadores, isto é, facilitam as reacções químicas em que intervêm. Cada enzima actua sobre uma única substância (chamada substrato) ou sobre um grupo de substâncias. Epidemia — Doença que surge de forma súbita e se desenvolve rapidamente, atingindo um grande número de pessoas numa dada localidade ou região. Epiderme — Camada mais superficial da pele. Esfíncter — Músculo de fibras circulares que envolve um orifício e que assegura o seu fecho. Esperma — Líquido viscoso que contém os espermatozóides e as secreções das vesículas seminais, da próstata e das glândulas de Cooper. Espermatogénese — Conjunto de fenómenos que ocorrem nos tubos seminíferos durante a formação dos espermatozóides. Espermatozóide — Gâmeta masculino. Espinal medula — Longo cordão nervoso, situado no interior da coluna vertebral.
Drogas duras — Drogas muito perigosas, psicológica e fisicamente viciantes, como as opiáceas e a cocaína. Estas drogas danificam o organismo e causam graves sintomas de abstinência.
Estrogénio — Hormona, produzida no ovário, que regula o ciclo uterino e é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas.
Drogas leves — Drogas psicologicamente viciantes, não sendo, por isso, seguro o seu consumo, mesmo que esporádico, pois pode ter efeitos a longo prazo. Não causam grandes sintomas de abstinência.
Excreção — Eliminação de substâncias residuais ou tóxicas do organismo.
U
— Célula com capacidade para UFagócito englobar um microrganismo ou corpo
estranho, absorvendo-o, e depois destruí-lo.
Embolia — Obstrução total de um vaso sanguíneo devido a um coágulo sanguíneo ou corpo estranho.
Fagocitose — Processo que ocorre em alguns leucócitos para destruir os agentes agressores.
Embrião — Organismo durante as fases iniciais de desenvolvimento. No homem, compreende as fases da nidação à oitava semana de desenvolvimento.
Fecundação — União do gâmeta masculino com o gâmeta feminino.
Enfarte — Morte de uma área de tecido causada pela falta de fornecimento de sangue (isquemia). Engenharia Genética — Técnica que permite a intervenção no genoma de um organismo, construindo novos genomas por recombinação de segmentos de genoma de um mesmo ou de diferentes cromossomas.
Fenótipo — Caracteres que um indivíduo manifesta, resultantes do seu genótipo e da relação deste com o ambiente.
Fungos — Organismos pluricelulares, com organização celular complexa e desprovidos de clorofila, que se alimentam por absorção. São decompositores, parasitas ou simbiontes.
— Célula reprodutora que, UGâmeta conjugando-se com outra proveniente do sexo oposto, dá origem ao ovo.
Gene — Unidade biológica da hereditariedade que é formada por um segmento de ADN, situado num determinado cromossoma e que contém a informação para uma determinada característica. Genética — Ramo da Biologia que estuda a transmissão de características hereditárias. Genoma — Conjunto de genes que constitui a informação genética característica de uma espécie. Genótipo — Constituição genética de um indivíduo relativamente a uma ou mais características. Gestação — Vulgarmente conhecida por gravidez, corresponde ao período de tempo entre a fecundação e o parto. Glândulas anexas (ao tubo digestivo) — Conjunto de órgãos, constituídos por células secretoras, que lançam as suas secreções para o tubo digestivo. Glândulas digestivas — Glândulas exócrinas que produzem os sucos digestivos. Glândulas endócrinas — Glândulas que lançam as suas secreções (as hormonas) directamente no sangue. Glúcidos — Grupo de nutrientes orgânicos, constituídos por carbono, oxigénio e hidrogénio, vulgarmente conhecidos por açúcares, com uma função essencialmente energética. Gónadas — Órgãos reprodutores que produzem as células sexuais ou gâmetas.
— Troca de gases entre UHematose os alvéolos e o sangue (hematose
pulmonar) e entre o sangue e as células (hematose celular).
Fibras celulósicas — Polissacarídeos de origem vegetal que não sofrem digestão ou absorção, e têm uma função reguladora do trânsito intestinal.
Hemodiálise — Filtração artificial de substâncias tóxicas existentes no sangue e que substitui a função renal.
Fisiologia — Ramo da Biologia que estuda o funcionamento das células, dos tecidos, dos órgãos e dos sistemas dos organismos.
Hemofilia — Doença hereditária caracterizada pela deficiência no organismo de substâncias necessárias à coagulação do sangue.
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[GLOSSÁRIO] Hereditariedade — Transmissão da informação genética das características dos progenitores (pais) para os descendentes (filhos). Hiperfunção — Funcionamento acima dos valores normais. Hipofunção — Funcionamento abaixo dos valores normais. Homeostasia — Manutenção das características do meio interno mais ou menos constantes. Estado de equilíbrio celular. Hormonas — Substâncias químicas produzidas pelas glândulas endócrinas. Actuam como mensageiras químicas, para células ou tecidos sobre os quais vão actuar.
nervoso — Corrente eléctrica UImpulso de baixa intensidade que percorre os neurónios. Imunidade — Todas as propriedades de um organismo que oferecem resistência à agressão por um agente infeccioso ou estranho. Infertilidade — Incapacidade de produzir descendentes.
Mercúrio — Metal pesado, volátil e extremamente tóxico. Apresenta-se líquido à temperatura ambiente e é utilizado em termómetros. O envenenamento agudo provocado pelo metal caracteriza-se por estados de palidez, dores no estômago, delírio, coma e morte. A toxicidade do produto depende da sua forma e do modo como é absorvido. Símbolo químico: Hg. Metabolismo celular — Conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem dentro das células. Micção — Expulsão da urina da bexiga, saindo para o exterior através da uretra. Mielina — Substância lipídica, abundante nas células que envolvem alguns axónios. Tem uma função isoladora, ao impedir que o impulso nervoso saia da fibra que o conduz, ajudando a acelerar a sua transmissão. Miocárdio — Músculo responsável pelo funcionamento do coração. Molécula — Partícula de matéria resultante da união de dois ou mais átomos. Morfologia — Estudo da forma e da estrutura dos seres vivos.
Inflamação — Resposta do organismo a uma lesão que se traduz por um conjunto de sinais característicos: vermelhidão, edema, calor local e dor.
Mórula — Esfera de células embrionárias resultante de divisões do ovo, que se assemelha a uma amora.
Interferão – Proteína produzida pelas células em resposta a agressões por agentes externos. É utilizada no tratamento de diferentes doenças.
Muco — Líquido viscoso produzido pelas membranas mucosas e que actua como uma barreira protectora contra agentes estranhos.
Isquemia — Paragem ou insuficiência no fornecimento de sangue a um tecido ou órgão.
Mutação — Alteração brusca no genótipo de um indivíduo. Pode ocorrer nos genes (mutação génica) ou nos cromossomas (mutação cromossómica).
— Doença caracterizada ULeucemia pela proliferação anormal e intensa dos leucócitos.
Lípidos — Grupo de nutrientes orgânicos, constituídos por carbono, oxigénio e hidrogénio, vulgarmente denominados gorduras, com uma função essencialmente energética.
orgânica — Produtos que UMatéria fazem parte da constituição dos seres vivos, dos materiais originados por eles (por exemplos, dejectos) e dos materiais derivados de organismos mortos. Menopausa — Fim dos ciclos ováricos.
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UNefrónio — Unidade funcional do rim.
Neurónio — Célula nervosa especializada na transmissão do impulso nervoso. Nidação — Implantação e fixação do blastocisto na parede uterina. Nucleótidos — Unidades básicas que entram na constituição do ADN. Cada nucleótido é constituído por um grupo fosfato, um açúcar (uma pentose) e uma base azotada. Nutrientes — Substâncias orgânicas ou inorgânicas, com funções variadas (energéticas, plásticas ou reguladoras), e que constituem os alimentos.
Nutrientes inorgânicos — Compostos químicos, normalmente sem carbono, que fazem parte da matéria não-viva. Nutrientes orgânicos — Compostos químicos com carbono, de estrutura complexa e que são característicos dos seres vivos.
geneticamente UOrganismos modificados (OGM) — Organismos
cujo material genético (ADN) foi alterado para uma forma que não ocorre naturalmente. Órgão — Conjunto de vários tecidos organizados para o desempenho de uma dada função. Ovulação — Libertação pelo ovário de um óvulo, que é recolhido pela trompa de Falópio.
— Pequeno aparelho que UPacemaker fornece um impulso eléctrico artificial ao coração, de modo a estimular a sua contracção rítmica. Pandemia — Epidemia que se estende a quase todos os habitantes de uma região e que pode afectar uma região muito extensa (por exemplo, vários continentes). Patogénico — Agente que provoca doença. Placenta — Órgão que permite a troca de substâncias entre as circulações materna e fetal. O feto recebe nutrientes, oxigénio e hormonas e expulsa dióxido de carbono e os produtos resultantes do metabolismo. Polidactilia — Anomalia genética que se traduz no aparecimento de um número excessivo de dedos nas mãos ou nos pés. Polução nocturna — Ejaculação espontânea durante o sono e que está geralmente ligada a um sonho erótico. Proteínas — Compostos orgânicos, constituídos por carbono, oxigénio, hidrogénio e azoto, com uma função essencialmente plástica. Protozoários — Seres eucariontes e unicelulares. Puberdade — Período inicial da adolescência, que se caracteriza fundamentalmente por um processo de maturação física e sexual. Ocorrem importantes alterações do organismo a nível físico e psicológico.
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(Kcal) — Unidade de UQuilocaloria medida da energia contida nos alimentos. Equivale a 1000 calorias.
URadiação — Processo de transferência de energia de um lugar para outro.
Respiração celular — Conjunto de reacções celulares de catabolismo, na presença de oxigénio, em que parte da energia das biomoléculas é usada para produzir energia utilizável nos processos vitais.
pública — Protecção da saúde USaúde e prevenção de doenças na população, mediante aplicação de acções diversas. Secreção — Produção de substâncias úteis por parte de uma célula. Sedentarismo — Hábitos de vida caracterizados por pouca actividade física, que se devem evitar por favorecerem certas doenças, como a obesidade e as doenças cardiovasculares. Sémen — O mesmo que esperma. Sida — Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Corresponde à infecção provocada pelo vírus VIH (vírus da imunodeficiência humana), que causa a destruição do sistema imunitário humano.
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Toxinas — Substâncias venenosas para o organismo resultantes da actividade celular ou produzidas por agentes estranhos, como bactérias e vírus. Trombose — Obstrução parcial de um vaso sanguíneo devido à formação de um coágulo ou trombo.
— Ferida aberta, mais ou menos UÚlcera profunda, que se pode formar, por exemplo, nas membranas mucosas internas do corpo. Ureia — Produto tóxico resultante do metabolismo das proteínas que é excretado principalmente através da urina.
— Microrganismos muito simples UVírus que se servem de células hospedeiras para se reproduzirem e que podem originar doenças.
— Doença dos olhos que UXeroftalmia afecta a córnea e está relacionada com a falta de vitamina A.
— O mesmo que ovo. Célula UZigoto resultante da união de dois gâmetas por fecundação. É a primeira célula de um indivíduo.
Sinapse — Zona de conexão funcional entre as ramificações terminais do axónio de um neurónio e as dendrites de outro neurónio, de células musculares ou de glândulas, permitindo a comunicação entre as duas. Síndrome — Conjunto de sintomas e sinais que ocorrem juntos e que caracterizam uma determinada doença. Sistema — Conjunto de órgãos que desempenham uma função comum. Somático — Referente ao corpo.
— Doença provocada pelo UTabagismo consumo exagerado de tabaco, que atinge o sistema nervoso central e, posteriormente, todo o organismo, sobretudo devido à acção da nicotina presente no tabaco. Tecidos — Conjunto de células semelhantes que se agrupam para o desempenho de funções específicas. Tóxico — Que envenena.
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Atlas de anatomia Sistema esquelético Vista lateral esquerda
Vista frontal
Parietal Occipital
Crânio Frontal Temporal Mandíbula
Vértebras cervicais (7)
Clavícula Costelas verdadeiras (7)
Esterno Omoplata
Costelas falsas (3)
Vértebras torácicas (12)
Costelas flutuantes (2)
Coxal
Úmero Cúbito
Vértebras lombares (5)
Rádio
Íleo Púbis Ísquio
Coxal Sacro Cóccix
Carpo Metacarpo Falanges
Fémur
Rótula Perónio Tíbia
Tarso Metatarso Falanges
Tecido ósseo
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Tecido cartilaginoso
Ilíaco
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Sistema esquelético Crânio (corte sagital mediano)
Coluna vertebral Vista anterior
Frontal
Vista lateral direita Atlas
Parietal
Atlas
Sela turca
Áxis Etmóide
Vértebras cervicais
Occipital
Esfenóide
Apófise transversa
Temporal Abóbada palatina Apófise estilóide
Vértebra
Crânio (vista inferior) Alvéolos dentários Abóbada palatina
Apófise espinhosa
Apófise transversal
Orifício carotídeo Arco zigomático Canal auditivo
Vértebras torácicas
Vértebras torácicas
Mandíbula
Vértebras lombares
Vértebras lombares
Disco intervertebral
Apófise pterigóide
Apófise mastóide
Apófise estilóide
Buraco occipital
Côndilo occipital
Clavícula
Áxis
Vértebras cervicais
Sacro Sacro Cóccix
Cóccix
Articulação da anca
Articulação do ombro
Músculo supra-espinhoso
Articulação do joelho
Quadricípite femoral
Coxal Meniscos
Fémur
Fémur Úmero
Cartilagem articular
Omoplata
Tíbia Músculo deltóide
Ligamento da cabeça do fémur
Cápsula articular Perónio
Atlas de anatomia
Rótula
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Atlas de anatomia
Sistema muscular Vista anterior
Vista posterior
Esternocleidomastóideo Orbicular do olho Masséter
Deltóides
Zigomático Orbicular da boca
Infra-espinhoso
Esternocleidomastóideo Tricípite braquial
Trapézio Deltóides Pequeno peitoral
Grande peitoral
Braquial anterior
Bicípite braquial
Tricípite braquial
Grande oblíquo do abdómen
Flexor dos dedos
Palmar curto
Grande recto do abdómen Bainha do músculo recto do abdómen
Gémeo interno
Rombóide maior Redondo maior
Extensores dos dedos
Serreado menor Pequeno glúteo
Adutor longo do polegar
Grande glúteo Vasto lateral
Vasto externo
Semitendinoso
Semimembranoso
Tensor de fáscia lata Recto femoral Adutor médio Vasto externo
Sartório
Sartório Vasto interno
Gémeo externo
Tibial anterior Gémeo interno
Gémeo interno
Solear Extensor comum do dedos
Solear
Solear Tendão dos músculos dos gémeos Tendão de Aquiles
Ligamento anterior do tarso
Tecido muscular estriado
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Angular da omoplata
Supinador
Adutor curto do polegar
Peroneal longo
Tendões do extensor comum dos dedos
Esplénio da cabeça
Palmar longo Cubital
Pequeno oblíquo do abdómen
Bicípite braquial
Complexo maior
Tecido muscular liso
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Sistema neuro-hormonal Sistema nervoso Nervos cranianos (12 pares)
Circunvoluções Encéfalo Espinal medula
Sistema nervoso central
Cérebro Corpo caloso
Nervos raquidianos (31 pares)
Sistema nervoso periférico
Encéfalo
Hipotálamo Cerebelo
Hipófise Bolbo raquidiano Espinal medula
Substância branca
Espinal medula Substância cinzenta
Canal do líquido cefalorraquidiano
Vértebras Nervos espinais Hipófise e hipotálamo Hipófise e hipotálamo
Tiróide e paratiróides
Hipotálamo
Hipófise e hipotálamo Supra-renais
Tiróide e paratiróides
Hipófise
Supra-renais Pâncreas
Tiróide e paratiróides Pâncreas Ovários
Testículos Tiróide Paratiróides
Traqueia Supra-renais
Ovários Corpo amarelo
Pâncreas Veia porta
Testículos Artéria mesentérica
Epidídimo
Supra-renal Trompa de Falópio
Ovário
Pâncreas Testículo
Túbulos seminíferos
Atlas de anatomia
Óvulo
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Atlas de anatomia
Órgãos dos sentidos Órgãos anexos
Globo ocular
Sobrancelha
Humor vítreo Córnea Nervo óptico
Cristalino
Pestanas
Pálpebras
Carúncula lacrimal
Órgão olfactivo Bolbo olfactivo
Humor aquoso Pupila
Coróides Íris Retina
Esclerótica
Terminações nervosas da mucosa olfactiva
Mucosa pituitária
Língua Amígdala
Fossa nasal direita
Epiglote
Superfície da língua
Botão gustativo Poro apical
Papilas caliciformes
Sulco central
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Papilas fungiformes
Papila caliciforme
Botões gustativos
Fibra nervosa gustativa
Célula sensorial
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Ouvido interno
Órgão auditivo Ouvido externo
Ouvido médio
Ouvido interno
Canais semicirculares
Nervo auditivo
Caracol Ouvido médio Estribo Bigorna
Martelo Tímpano Pavilhão auditivo
Canal auditivo externo
Trompa de Eustáquio
Corpúsculo de Krause
Órgão do tacto Terminações livres
Glândula sudorípara
Terminações livres
Pêlos
Corpúsculo de Meissner Epiderme
Derme
Corpúsculo de Vater-Pacini
Hipoderme
Corpúsculo de Vater-Pacini
Corpúsculo de Ruffini Corpúsculo de Krause
Corpúsculo de Meissner
Atlas de anatomia
Corpúsculo de Ruffini
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Atlas de anatomia
Sistema digestivo
Dimensão e tempos de permanência dos alimentos nos diferentes órgãos
Parótida Cavidade bucal
Glândulas salivares
Sublingual
Faringe
Submaxilar
Glândulas salivares
Dentes
Epiglote
Língua Faringe
Fígado
Esófago (12 a 15 s; 25 cm)
Vesícula biliar
Fígado
Estômago (2 a 8 h; 2,5 L)
Esófago Vesícula biliar
Intestino delgado (7 a 8 h; 6 m)
Intestino delgado
Pâncreas
Estômago Pâncreas
Cólon ascendente
Cólon transverso
Intestino grosso (15 h; 1,5 m)
Cólon descendente
Cego
Ânus
Apêndice
Recto
Dentição infantil
Dentição adulta Incisivos
Incisivos
Superfície intestinal
Canino Molares
Canino
Pré-molares Molares
Vilosidade intestinal
Dente
Dentes
Vaso quilífero
Esmalte Dentina Incisivo
Cimento
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Coroa
Pré-molar Vasos e nervos
Canino
Pregas intestinais
Molar
Orifício apical
Raiz Gengiva Vasos sanguíneos
Microvilosidades
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Sistema circulatório Veias
Artérias
Sistema linfático
Carótida
Jugular
Amígdalas
Subclávia
Axilar
Timo
Gânglios linfáticos
Aorta
Vasos linfáticos
Cava superior Pulmonar
Baço
Pulmonar Axilar
Cava inferior
Placas de Peyer do intestino
Fígado Aorta descendente
Ilíaca Ilíaca Medula óssea
Femoral Femoral Tibial Safena Peronial
Artéria aorta
Coração
Artéria pulmonar
Artéria pulmonar Aurícula esquerda
Válvula venosa
Endotélio
Músculo liso Músculo liso
Tecido conjuntivo
Rede de capilares
Tecido conjuntivo Veias pulmonares
Válvula semilunar (sigmóidea aórtica)
Aurícula direita
Veia Artéria
Válvula auriculoventricular (mitral)
Endotélio
Tecido muscular cardíaco
Válvula auriculoventricular (tricúspide)
Ventrículo esquerdo Septo cardíaco (interventricular)
Válvula semilunar (sigmóidea pulmonar)
Ventrículo direito Veia cava inferior
Capilar
Atlas de anatomia
Veia cava superior
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Atlas de anatomia
Sistema respiratório Alvéolo
Vesícula pulmonar
Língua Epiglote
Arteríola pulmonar Cavidade nasal Cavidade bucal
Brônquio
Laringe
Interior do alvéolo
Traqueia Lóbulo superior Pulmão direito Lóbulo médio
Parede do alvéolo
Lóbulo superior
Lóbulo inferior Lóbulo inferior
Pulmão esquerdo
Rede capilar alveolar
Alvéolos pulmonares Glóbulo vermelho
Diafragma
Sistema urinário
Cápsula renal
Pirâmide de Malpighi
Artéria renal
Cápsula supra-renal
Artéria renal
Veia renal
Rim direito
Rim esquerdo
Veia renal
Bacinete
Artéria ilíaca
Artéria renal
Uréter
Medula renal
Nefrónio
Veia ilíaca
Cápsula de Bowman Glomérulo
Bexiga
Uretra
Uréter Arteríola eferente
Veia renal
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Parede do capilar
Rim esquerdo
Artéria aorta abdominal
Veia cava inferior
Capilares alveolares
Tubo colector
Ansa de Henle
Córtex renal
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Sistema reprodutor FEMININO Vista frontal
Trompa de Falópio
Vista lateral
Ovário
Útero
Colo uterino
Vagina Clítoris Ovários Pequenos lábios
Óvulo
Grandes lábios Formação do corpo amarelo
Folículo em maturação
MASCULINO Vista frontal
Testículo
Vista lateral Vesícula seminal
Epidídimo
Canal deferente Próstata
Corpos cavernosos Uretra Epidídimo
Glande
Testículo
Prepúcio Escroto
Túbulos seminíferos
Atlas de anatomia
Testículo
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[p. 115] Hipertiroidismo [p. 120] Prof. Egas Moniz [p. 142] Pregas e vilosidades intestinais [p. 143] Bactérias intestinais [p. 145] Cárie dentária [p. 149] Pirâmide dos alimentos [p. 160] Sistema cardiorrespiratório [p. 165] Artéria e veia [p. 180] Obesidade abdominal [p. 181] Cancro do pulmão [p. 189] Artéria com aterosclerose [p. 199] Cálculos renais Equipamento de ultra-sons [p. 201] Hemodiálise
Corbis/VMI [p. 17] [p. 21] [p. 25] [p. 36] [p. 55] [p. 72] [p. 83] [p. 86] [p. 87]
Adolescente numa consulta Criança subnutrida Jovens na praia Crianças abraçadas Recém-nascido Amamentação Grupo de jovens Testes de daltonismo Arroz dourado Representação de clonagem humana
http://www.idt.pt http://lazer.hsw.uol.com.br/alimentacao.htm
http://saude.hsw.uol.com.br http://cardiologia.browser.pt/PrimeiraPagina.aspx http://alea-estp.ine.pt/Html/actual/pdf/actualidades_29.pdf http://www.spg.pt http://www.saudepublica.web.pt
[p. 96] Bailarinos [p. 115] Gigantismo e nanismo [p. 127] Criança subnutrida Família em condições de pobreza [p. 150] Casal de obesos Pessoas subnutridas [p. 151] Adolescente bulímica [p. 200] Rapariga no duche
[p. 129] [p. 144] [p. 153] [p. 161] [p. 164] [p. 190]
Jovem a comer maçã Fígado Frigorífico Sangue Vaso sanguíneo Rim com uréter Jovem a fazer bolas de sabão
Reuters Dorling Kindersley [p. 97]
Representação do sistema nervoso
[p. 21] [p. 111] [p. 117] [p. 120]
Grávida numa consulta Christopher Reeve Consumo de cannabis Prof. António Damásio
Gettyimages Vaso sanguíneo Caminhada Criança a ser vacinada Estudantes numa palestra Casal abraçado Dois bebés Mulheres árabes Grupo de jovens na praia [p. 75] Paramécia em divisão [p. 94] Ginasta [p. 96] Homem em desequilíbrio [p. 98] Travagem brusca [p. 117] Heroína [p. 123] Família reunida na cozinha Criança obesa [Capa] [p. 6] [p. 16] [p. 17] [p. 37] [p. 38] [p. 39]
AGÊNCIAS REPRESENTADAS NO ARQUIVO SANTILLANA A. G. E. Fotostock Agencia EFE
[AGRADECIMENTOS] Banco Alimentar Contra a Fome Professor Orlando Luís Professor Rui Gomes