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2015 Guia de Peixes – Espécies Exóticas e Nativas Encontradas na Bacia do Rio São Francisco Autoras: Estefania Lays Isis Bruna
24/06/2015
ÍNDÍCE 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.
Introdução................................................................3 Localização...............................................................4 Curimatã–pacu (Prochilodus argenteus)..................5 Pintado (Pseudoplatystoma corruscans).................9 Barrigudinho (Phalloceros caudimaculatus)..........12 Pacamã (Lophiosilurus alexandri)..........................15 Piau (Leporinus obtusidens)...................................17 Pirá (Conorhynchos conirostris).............................20 Piaba (Hemigrammus marginatus).......................22 Tucunaré (Cichla spp)............................................25 Traíra (Hoplias malabaricus).................................29 Sarapó (Gymnotus carapo)....................................33 Dourado (Salminus brasiliensis).............................36 Carpa (Cyprinus carpio).........................................41 Bagre-africano (Clarias Gariepinus)......................45 Matrinxã (Brycon orthotaenia).............................50 Pacu (Myleus micans)...........................................55 Corvina (Argyrosomus regius)..............................58 Lambari (Astyanax bimaculatus).........................61 Mussum (Synbranchus marmoratus)...................64 Piau-Verdadeiro (Leporinus obtusidens ).............66 Pirambeba (Serrasalmus brandti)........................69
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Íntrodução A bacia hidrográfica do rio São Francisco é formada pelo Rio São Francisco (principal curso d'água) e seus afluentes. Esta bacia estende-se pelas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Ela é de extrema importância, pois é a principal fonte de água doce da região Nordeste do Brasil. Está presente nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal. O principal rio é o São Francisco (conhecido como "Velho Chico"), que nasce na Serra da Canastra e desagua no Oceano Atlântico, ele percorre 2.700 km. Os principais rios que formam a bacia são o rio São Francisco que é o mais importante, e os seus afluentes: rio Grande, rio Corrente, rio Paracatú, rio Paraopeba, rio Abaeté, rio das Velhas e rio Jequitaí. A bacia utiliza de recursos hídricos como a pesca, irrigação e geração de energia elétrica através de usinas hidrelétricas. A quantidade de água recebida pela chuva gera em média 1.030 milímetros.
Os Biomas presentes são:
Caatinga (na região nordeste da Bahia); Cerrado (entre o sudoeste de Minas Gerais e norte da Bahia); Mata Atlântica (na região da Serra da Canastra); O Rio São Francisco contém inúmeras espécies de peixes em sua fauna, eles possuem importância ambiental, social e econômica, tanto nas
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próprias comunidades ribeirinhas, seja em todo o território nacional. O nosso objetivo é relatar informações sobre algumas espécies de peixes encontradas na bacia do Rio São Francisco afim de que possam conhece lós e entende lós melhor. Fonte: Francisco José de Souza Reis. José Fernando Bibiano Melo. Peixes Nativos do Rio São. Francisco Adaptados para. Cultivo. Embrapa Semiárido. Petrolina, PE.
Locãlizãção
Google Imagens, 2015 4
Curimãtã–pãcu (Prochilodus argenteus)
Figura 1. Curimatã–pacu (Prochilodus argenteus Agassiz,1829).
Pertencente
à
Characiformes;
classe família
Actinopterygii;
ordem
Prochilodontidae;
gênero
Prochilodus. Nomes populares: Curimbatá, curimatá-pacu, zulega e curimatã-pacu. Distribuição Geográfica: Região Norte, Centro-Oeste, Nordeste, além dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
É uma espécie endêmica do Rio São Francisco.
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Espécie de grande importância na pesca artesanal continental
brasileira,
essa
família
chegou
a
representar 20% de todo o pescado capturado nas águas interiores do Brasil, na década de 1980.
Apresenta corpo alto, com altura de 2,3 a 2,9 no comprimento; cabeça de 3,2 a 4,1 em comprimento. As fêmeas crescem mais que os machos, podendo atingir peso acima dos 15 kg, sendo a maior espécie de curimatã encontrada (BRITSKI et al., 1986).
O período reprodutivo ocorre no período de chuvas mais intensas, sendo uma espécie de piracema.
O período de desova ocorre de dezembro a março, em condições normais, podendo ocorrer variações de acordo com as condições climáticas. Nesse período, acumulam se em grandes cardumes e os machos, quando preparados, emitem “roncos” - sons -. Não tem cuidado parental com a sua prole. As fêmeas desovam uma vez por ano, podendo produzir de 200 mil a 2 milhões de ovos, a depender do tamanho das mesmas. Os ovos são de coloração cinza, com diâmetro médio de 1,6 mm e soltos - livres -. A primeira maturação sexual pode ocorrer a partir de 200 g de peso corpóreo, na época das chuvas (BRITSKI et al., 1986).
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Uma parte do estômago é modificada em forma de moela, fato que é considerado uma adaptação ao tipo de alimentação. São peixes iliófagos - detritívoros -, ou seja, se alimentam de microorganismos e detritos que ficam próximo ao fundo dos rios, lagos e lagoas (BRITSKI et al., 1986).
O Curimatã-pacu habita tanto fundo de lagos como margens de rios.
Desenvolvimento de pesquisas em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vem sendo realizadas buscando a conservação de peixes migratórios de água doce. Os estudos envolvem a caracterização genética das espécies e, associados a dados de comportamento e ecologia, orientam quanto às
intervenções
necessárias
para
garantir
a
preservação de populações saudáveis nas bacias hidrográficas. O projeto visa à manutenção do estoque pesqueiro das populações nativas, determinando a necessidade
ou
não
de
um
mecanismo
de
transposição de peixes na UHE.
Devido às inúmeras espécies de peixes e aves predadoras que se alimentam dessa espécie, o curimatã pode ser considerado a sardinha dos rios brasileiros. As quantidades em que são encontrados
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em alguns rios, principalmente na época da piracema, impressiona até as pessoas acostumadas com sua presença, tamanha a abundância deles nos rios.
BRITSKI, H. A.; Y.; SATO, Y.; ROSA, A. B. S. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias: com chaves de identificação para os peixes da Bacia do São Francisco. 2. ed. Brasília, DF: Câmara dos Deputados: Codevasf, 1686. 182 p. Fonte: Francisco José de Souza Reis. José Fernando Bibiano Melo. Peixes Nativos do Rio São. Francisco Adaptados para. Cultivo. Embrapa Semiárido. Petrolina, PE.
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Pintãdo (Pseudoplatystoma corruscans)
Figura 2. Pintado – (Pseudoplatystoma corruscans Spix & Agassiz).
Pertencente
à
ordem
Siluriforme,
família
Actinopterygii,
Pimelodidae,
ordem
subfamília
Sorubiminae e gênero Pseudoplatystoma.
Nomes
populares:
Pintado
Surubim-Caparari,
Brutelo, Caparari e Moleque.
Distribuição geográfica: Sua espécie é distribuída em
várias
Bacias
brasileiras,
com
maior
importância no Pantanal e na Bacia do Rio São
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Francisco
(Estados
de
Pernambuco,
Bahia,
Alagoas, Sergipe, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul).
É uma das espécies de maior importância comercial e cultural em toda a região do Vale do São Francisco, não só entre pescadores e a população ribeirinha, mas, também, entre as cidades ao entorno desta região.
É um peixe de couro, com coloração acinzentada e diversas pintas pretas cilíndricas pelo corpo. Já seu ventre tem uma coloração esbranquiçada. Seu corpo é alongado e roliço. Sua cabeça é grande e achatada, com dimensão entre 1/4 a 1/3 do
tamanho
do
corpo.
Apresenta
longos
barbilhões. Possui ferrões junto às nadadeiras laterais e dorsal. É apreciado por sua carne muito saborosa. Pode alcançar pesos próximos a 80 kg e quase 2 m de comprimento.
É um peixe que realiza migrações de desova. Sabe-se que a desova é total e que o ápice do período de desova coincide com o período de maior índice pluviométrico, bem como maior turbidez da água. Já se consegue a reprodução
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em laboratório, o que permite o desenvolvimento da espécie em piscicultura.
É
um
peixe
carnívoro,
alimentando-se
principalmente da tuvira, minhocuçu e pequenos peixes.
Pode
ser
utilizado
no
controle
de
população de tilápias em açudes e tanques.
Habita calhas dos rios, embaixo de malhas de aguapés e camalotes e em bocas de corrichos. Tem o hábito noturno.
Não é considerada uma espécie ameaçada de extinção, mas medidas conservacionistas devem ser implementadas visando a manutenção de sua viabilidade populacional a longo prazo nesta bacia.
Fonte: Francisco José de Souza Reis. José Fernando Bibiano Melo. Peixes Nativos do Rio São. Francisco Adaptados para. Cultivo. Embrapa Semiárido. Petrolina, PE.
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Barrigudinho(Phalloceros caudimaculatus)
Figura 3. Barrigudinho- (Phalloceros caudimaculatus)
Pertence a espécie Cyprinodontiformes, Família Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus.
Nomes populares: Barrigudinho, Guppy, Lebiste, Bandeirinha, Sarapintado, Peixe-Arco-Íris, GuaruGuaru ou Bobó.
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Distribuição geográfica: Sua espécie é distribuída em toda a América do Sul, mais especificamente encontrado na Região Sudeste do Brasil.
É um peixe de escamas. A espécie originária dos demais Guppies possui uma coloração dourada, não muito atrativa. Em compensação, suas variedades possuem uma gama enorme de cores, sendo, por isso, bastante requisitados pelos aquariófilos.
O comprimento do seu corpo vai de 3 a 7cm. Geralmente, a sua nadadeira caudal possui o mesmo comprimento do corpo.
Em São Paulo, pesquisadores estão utilizando o Barrigudinho no combate à dengue, já que é um peixe que se alimenta da larva do mosquito transmissor da doença.
É
uma
espécie
ovovivípara,
o
embrião
desenvolve-se no ovo alojado dentro do corpo da mãe. O embrião fica assim protegido e utiliza o material nutritivo existente dentro do ovo. Os ovos eclodem no oviduto materno sem que exista ligação alguma entre a progenitora e o embrião. Estes
tem
um
tempo
de
gestação
de,
aproximadamente, 28 dias. As fêmeas têm a
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particularidade
de
conseguirem
armazenar
esperma, o que pode proporcionar até 3 ou 4 gestações, mesmo sem machos. Uma fêmea adulta produz uma quantidade média de 30 a 60 alevins, embora esses valores possam ir aos 100 ou mais, em boas condições de reprodução.
O
Phalloceros
caudimaculatus
é
um
peixe
omnívoro, alimentando-se preferencialmente de larvas
de
mosquito
e
drosófilas,
além
de
microvermes.
O Barrigudinho habita a superfície de riachos e lagos de água doce, em busca de alimentos.
Casatti, Lilian, Francisco Langeani, and Ricardo MC Castro. "Peixes de riacho do Parque Estadual Morro do Diabo, bacia do alto rio Paraná, SP." Biota Neotropica 1.1 (2001): 1-15. Fonte:
http://www.cpt.com.br/artigos/peixes-de-agua-
doce-do-brasil-barrigudinho-phalloceroscaudimaculatus
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Pacamã (Lophiosilurus alexandri)
Figura 4: Pacamã (Lophiosilurus alexandri Steindachner, 1877)
Pertencente à Classe Actinopterygii; Ordem Siluriformes;
família
Pseudopimelodide;
Gênero Lophiosilurus
Nomes populares: pocomã, pacamão, niquim ou ainda, linguadodo-são-francisco.
Desova em fundos de areia formando ninhos, sendo assim classificado como psamófila. Desovam ovos adesivos e possuem cuidado parental, onde, normalmente, o macho cuida
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da massa de ovos e, posteriormente, das larvas recém-eclodidas. As fêmeas desovam várias vezes.
Peixe carnívoro, aceita com certa facilidade o alimento inerte, a substituição do alimento vivo ocorre sem maiores problemas.
O interesse comercial por essa espécie de peixe é grande na região do Submédio do Vale do São Francisco.
Apresenta alto valor de mercado por sua carne sem espinhos intramusculares e pelo sabor apreciado pelo consumidor.
Fonte: Francisco José de Souza Reis. José Fernando Bibiano Melo. Peixes Nativos do Rio São. Francisco Adaptados para. Cultivo. Embrapa Semiárido. Petrolina, PE. Luz, Ronald Kennedy, and JCE dos SANTOS. "Densidade de estocagem e salinidade da água na larvicultura do pacamã." Pesquisa Agropecuária Brasileira 43.7 (2008): 903-909.
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Piãu (Leporinus obtusidens)
Figura 5. Piau (Leporinus obtusidens Valenciennes, 1836)
Pertence
à
classe
Actinopterygii;
ordem
Characiforme;
família
Anastomidae;
gênero
Leporinus.
Nomes populares: piapara, piau-verdadeiro ou simplesmente piau.
Distribuição: Rios Amazonas e Paraguai, Peru e Guianas.
Distingue-se de todos os outros Characiformes pela presença de uma série exclusiva de apenas três ou quatro dentes, ou uma combinação de
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ambos, em cada pré-maxilar e dentário, dispostos como degraus de uma escada.
O corpo é alongado, coberto por escamas prateadas; nadadeiras peitorais, ventrais e anal, amareladas. Focinho um tanto proeminente e boca subinferior. Corpo com faixas transversais e três máculas no flanco; essas são, geralmente, muito
apagadas
ou
mesmo
ausentes,
principalmente em indivíduos de porte maior.
Podem atingir porte acima de 8 kg de peso corporal, sendo o peixe de maior tamanho dentre as espécies de piaus na bacia do Rio São Francisco.
A espécie é migradora, de reprodução periódica. Em cativeiro, desova somente por meio de indução com hormônio - hipofisação -. Possui hábito alimentar onívoro e na natureza alimentase principalmente de vegetal - algas filamentosas e restos de culturas submersas – molusco e insetos. A captura registra comprimentos de 22 cm a 40 cm.
É muito procurada pelo sabor de sua carne tornando-se uma espécie promissora para ser explorada comercialmente.
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Remansos dos rios, beirados com vegetação, lagoas
e
pequenos
afluentes
próximos
a
galhadas.
Fonte: Francisco José de Souza Reis. José Fernando Bibiano Melo. Peixes Nativos do Rio São. Francisco Adaptados para. Cultivo. Embrapa Semiárido. Petrolina, PE.
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Pirã (Conorhynchos conirostris)
Figura 6. Pirá Conorhynchos conirostris (Valenciennes, 1840)
Pertence a Ordem: Siluriformes; Familia: Pimelodidae; Gênero:
Conorhynchos;
Espécie:
Conorhynchos
conirostris.
Nomes populares: Pirá,Pirá-tamanduá
Distribuição geográfica: Rio São Francisco, no Brasil.
O pirá-tamanduá tem uma coloração azul-brilhante e um focinho comprido e cônico (que lembra o do tamanduá, daí o seu nome popular).
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Além disso, não tem dentes no palato e na mandíbula e pode atingir 1 metro de comprimento e 13 kg de peso.
A fêmea pode produzir, em cada desova, de 0,5 a 1 milhão de ovos.
Encontra-se ameaçado de extinção em diversas regiões (à montante da barragem de Três Marias e à jusante da barragem de Sobradinho).
Como é endêmico do São Francisco, o pirá-tamanduá terminou por se tornar o símbolo deste rio.
É tão específico desta região do Brasil que ganhou até uma citação no Anexo I da Instrução Normativa no 5, do Ibama, que tornou sua captura e comercialização proibidas.
Em razão da excelência de sua carne branca e sem espinhos, é muito procurado pela pesca comercial e de subsistência.
Brasil-Sato, Mde C., and M. D. Santos. "Metazoan parasites of Conorhynchos conirostris (Valenciennes, 1840), an endemic siluriform fish of the São Francisco Basin, Brazil." Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária 14.2 (2005): 160-166.
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Piãbã (Hemigrammus marginatus)
Figura 7. Piaba (Hemigrammus marginatus)
Pertence
a
Curimatidae;
Ordem:
Characiformes;
Família:
Gênero:
Hemigrammus;
Espécie:
Hemigrammus marginatus.
Nomes populares: Piaba, lambari, bandeirinha-dorabo-amarelo e bandeirinha-do-rabo-vermelho.
Distribuição geográfica: Bacias dos rios da Prata, São Francisco, Guaporé e costeiras do estado da Bahia.
A do corpo está contida de 2,8 a 3,3 e o comprimento da cabeça de 3,6 a 3,8 vezes no comprimento. O
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diâmetro do olho está contido 2 vezes e a distância interorbital 2,8 vezes no comprimento da cabeça. Apresentam o corpo alongado com a linha lateral incompleta contendo de 5 a 14 escamas perfuradas, a linha longitudinal com 29 a 34 escamas e a linha transversal com 5 escamas acima e 3 a 4 abaixo. O pré-maxilar apresenta de 3 a 4 dentes na série externa e 5 na interna, e o maxilar com 2 ou 3, raramente 4 dentes. Manchas umeral e caudal ausentes. Apresentam uma faixa escura nos flancos, às vezes estendendo-se até a ponta dos raios caudais medianos. A ponta dos lobos da caudal possui uma faixa escura, às vezes apagada. O número total de raios das nadadeiras é: P. 13, D. 11 e A. 19-25. Comprimento: 42mm.
Está na maioria dos Tetras esta espécie não tem diferenças marcantes entre os sexos, a fêmea é um pouco maior e mais arredondada do que o macho.
Britski, Heraldo A., José Luís O. Birindelli, and Julio Cesar Garavello. "A new species of Leporinus Agassiz, 1829 from the upper Rio Paraná basin (Characiformes, Anostomidae) with redescription of L. elongatus Valenciennes, 1850 and L. obtusidens
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(Valenciennes, 1837)." Papéis Avulsos de Zoologia (São Paulo) 52.37 (2012): 441-475.
Serra, Jane Piton. "Análise filogenética e revisão taxonômica de Hasemania Ellis, 1911 (Characiformes, Characidae)." (2003): 148-f.
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Tucunãré (Cichla mirinae)
Figura 8. Tucunaré (Cichla mirinae)
Pertence a Ordem: Perciformes; Subordem: Labroidei; Família: Cichilodae; Gênero: Cichla; Espécie: Cichla mirinae .
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Nomes
populares:
Tucunaré
(tucunaré-açu;
tucunaré-paca, tucunaré-pinima; tucunaré-pitanga; tucunaré-vermelho).
Distribuição
geográfica:
Araguaia-Tocantins,
mas
Bacia foi
amazônica introduzido
e nos
reservatórios da bacia do Prata, em algumas áreas do Pantanal, no rio São Francisco e nos açudes do Nordeste.
Existem pelo menos 14 espécies de tucunarés na Amazônia, sendo cinco espécies descritas: Cichla ocellaris, C. temensis, C. monoculus, C. orinocensis e C. intermedia.
Peixes de escamas; corpo alongado e um pouco comprimido.
O tamanho (exemplares adultos
podem medir 30cm ou mais de 1m de comprimento total), o colorido (pode ser amarelado, esverdeado, avermelhado, azulado, quase preto etc.), e a forma e número de manchas (podem ser grandes, pretas e
verticais;
ou
pintas
brancas
distribuídas
regularmente pelo corpo e nadadeiras etc) variam bastante de espécie para espécie. Todos os tucunarés apresentam uma mancha redonda (ocelo) no pedúnculo caudal.
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Espécies sedentárias (não realizam migrações), que vivem em lagos/lagoas (entram na mata inundada durante a cheia) e na boca e beira dos rios.
Formam casais e se reproduzem em ambientes lênticos, onde constroem ninhos e cuidam da prole. Têm hábitos diurnos.
Nos primeiros 30 dias de vida, as larvas do tucunaré se alimentam de plâncton. A partir do segundo mês de vida, a espécie começa comer alimentos vivos maiores como larvas de insetos, por exemplo. Quando os alevinos de tucunaré chegam ao terceiro mês de vida, já se alimentam de pequenos peixinhos e camarões. A partir do quinto ou sexto mês de vida, os peixes alimentam-se exclusivamente de peixes vivos. São as únicas espécies de peixes da Amazônia que perseguem a presa, ou seja, após iniciar o ataque, não desistem até conseguir captura-las, o que os torna um dos peixes mais esportivos do Brasil. Quase todos os outros peixes predadores desistem após a primeira ou segunda tentativa
malsucedida.
Todas
as
espécies
são
importantes comercialmente e na pesca esportiva. Ovíparos, na época da reprodução costuma espantar vorazmente os predadores que se aproximam. Nessa época,
é
comum
que
os
machos
apresentem
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protuberância de cor escura entre a cabeça e a nadadeira dorsal, semelhante ao cupim de um touro, que desaparece logo após a fêmea desovar. Essa saliência nada mais é do que uma reserva de gordura acumulada para os períodos que antecedem a desova, quando tomará conta dos filhotes e dificilmente se alimentará.
Prefere águas mais quentes, com temperaturas entre 24 a 28 graus, mais claras até águas amareladas, ricas em material orgânico, mas rejeitam águas avermelhadas ou excessivamente turvas.
DE MENEZES SAMPAIO, Ana Maria Barreto; KUBITZA, Fernando; CYRINO, José Eurico Possebon. Relação energia: proteína na nutrição do tucunaré. Scientia Agrícola, v. 57, n. 2, p. 213-219, 2000.
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Traíra (Hoplias malabaricus)
Figura 9. Traíra Hoplias malabaricus
Pertence a Super Classe: Pisces; Classe: Osteíctes; Sub
Ordem:
Characiformes;
Família:
Erythrinidae;
Gênero: Hoplias; Espécie: Hoplias malabaricus.
Nomes populares: Traíra, Lobó e Tararira
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Distribuição geográfica: É encontrada em todas as bacias hidrográficas da América do sul, com exceção da área transandina e dos rios da Patagônia. Esta espécie tem corpo alongado e cilíndrico, coberto por escamas ciclóides, e uma cabeça alargada, com boca ampla. Sua nadadeira caudal é arredondada e apresenta pontos escuros. Seu corpo tem coloração marrom dourado, eventualmente com manchas escuras, mas este é um caráter que pode variar de acordo com a idade. Sua mandíbula é maior que a maxila e apresenta dentes fortes, cônicos e de tamanhos diversos. O palato (céu da boca) tem duas fileiras de dentículos cônicos em forma de “V”. Quando adulto, Hoplias malabaricus chega a alcançar até 50 cm de comprimento e atinge massa de aproximadamente 1kg. A traíra é um peixe bem adaptado a ambientes lênticos, isto
é,
de
água
parada,
embora
também
seja
encontrada em rios de pequeno e grande porte. É também uma espécie com baixa necessidade de oxigênio para respiração, o que lhe permite sobreviver em ambientes pouco oxigenados, sendo este um dos fatores que explicam sua grande capacidade de dispersão.
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Na fase larval alimenta-se de plâncton (planctófaga) e quando adulta é essencialmente uma predadora de peixes (ictiófaga), com baixa voracidade e grande resistência a períodos de jejum. Tem atividade noturna, e é uma caçadora de espreita, fato que lhe rende a fama de “preguiçosa” entre pescadores. Entre suas presas na fase adulta estão lambaris, peixe-rei e cará, bem
como inúmeros outros peixes de pequeno
tamanho, que são engolidos inteiros. Os dentes têm principalmente o papel de impedir que a presa escape. Porém, quando capturada, a traíra pode morder, causando ferimentos com seus dentes afiados. O nome “traíra”, aliás, significa “que arranca a pele” em tupiguarani.
Crustáceos
e
insetos
também
fazem
parte
da
alimentação da traíra, que assim como outros peixes possuem habilidade de mudar de dieta e de hábitos alimentares em resposta à variações sazonais e diárias na disponibilidade de alimento.
Hoplias
malabaricus
não
realiza
piracema.
Sua
atividade reprodutiva é acentuada nos meses de setembro e outubro, apesar de desovar várias vezes ao longo do ano (considerada uma adaptação de peixes
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neotropicais que reduz a competição pelo local de desova e alimento para as larvas). Esta traíra é uma espécie territorial, e as fêmeas constroem ninhos em águas com vegetação submersa, depositando seus ovos em pequenas depressões com cerca de 20 cm de profundidade. Após fertilizá-los, o macho cuida dos ovos por alguns dias até que as larvas eclodam e evadam para a vegetação submersa.
A fecundidade média de uma população estudada de Hoplias malabaricus foi estimada em 7.875 ovócitos vitelinados (maduros e em maturação) a serem postos durante o período reprodutivo.
Azevedo, P. de, and A. L. Gomes. "Contribuição ao estudo da biologia da traíra Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)." Boletim de Indústria Animal 5.4 (1943): 15-64. Barbieri,
Geraldo.
crescimento
de
1794)(Osteichthyes,
"Dinâmica Hoplias
da
reprodução
malabaricus
Erythrinidae)
da
e
(Bloch,
represa
do
Monjolinho, São Carlos/SP." Revista Brasileira de Zoologia 6.2 (1989): 225-233.
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Sãrãpo (Gymnotus carapo)
Figura 10. Sarapó Gymnotus carapo
Pertence
a
Ordem:
Gymnotiformes;
Gymnotidae; Gênero: Gymnotus;
Família:
Espécie: Gymnotus
carapo. Nomes populares: Sarapó, Tuvira, Carapó e Ituí.
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Distribuição geográfica: Sua espécie é distribuída no Pantanal do Mato Grosso e na Bacia do São Francisco O peixe Sarapó é um peixe com escamas ausentes ou quase imperceptíveis. Possui coloração pardacenta e nadadeira anal muito longa, estendendo-se por quase toda a face ventral. Tem o corpo afilado posteriormente e seu orifício anal é localizado sob a cabeça. É noctívago e produz descargas elétricas de pouca intensidade. O sistema elétrico do Sarapó permite a ele detectar obstáculos e presas, sendo utilizado para comunicação entre indivíduos da mesma espécie. Pode atingir 80 cm de comprimento. Esta
espécie
possui
respiração
aérea
facultativa
(acessória). Para isso, utiliza a bexiga natatória, bastante vascularizada, como órgão de respiração aérea o que possibilita a manutenção da vida em ambientes com pouca disponibilidade de oxigênio. O Sarapó é um peixe que habita águas com vegetação abundante. É um peixe carnívoro, alimentando-se de insetos aquáticos. O período de desova do Sarapó acontece nos meses mais quentes entre folhas, musgos ou raízes de plantas flutuantes.
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Barbosa, Josテゥ Milton, and Emerson Carlos Soares. "PERFIL DA ICTIOFAU A DA BACIA DO Sテグ FRA CISCO: ESTUDO PRELIMI AR." Rev. Bras. Enga. Pesca 4 (2009): 1.
Fonte: www.cpt.com.br , 2015
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Dourãdo (Salminus brasiliens)
Figura 11. Dourado (Salminus brasiliensis, Cuvier, 1816)
Pertence a Super Classe: Pisces; Classe: Osteichtyes; Sub Ordem: Actinopterygii; Ordem: Characoidea; Subordem: Characidae (Incertae Sedis); Gênero: Salminus (Agassiz, 1829); Espécie: Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816).
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Nomes populares: Dourado, dourado branco, pirajú, pirajuba, tabarana.
Distribuição geográfica: Salminus brasiliensis, incluindo os
sinônimos
Salminus
maxillosus
e
Salminus
brevidens, é a espécie mais conhecida e habita a porção sul da América do Sul; e Salminus hilarii, mais conhecida no Brasil como tabarana, é encontrada nos rios São Francisco, Paraná, Tocantins, Amazonas e Orinoco. Salminus franciscanus (nova espécie), é endêmica da bacia do Rio São Francisco. Esta espécie de peixe é considerada como um dos maiores atrativos da pesca esportiva. Juntamente com a criação de pesque-pagues, a procura por peixes esportivos, especialmente o durado, impulsionou as pisciculturas e aquiculturas para reprodução desta espécie que, além do seu alto valor no mercado pelo sabor de sua carne ganha destaque como peixe para consumo e como peixe ornamental. Notam-se exemplares mais comumente de 40 cm a 50 cm, com o peso de 0,5 kg a 1,5 Kg, e ainda de 57 cm a 70 cm até de 3,5 Kg e, em menor abundância, os de 80 cm a 1 m. Há relatos de dourados com 1,40 m com peso aproximado de 30 kg. Fêmeas de dourado têm crescimento acentuado e somente na época de
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reprodução é possível notar um dimorfismo sexual que é transitório, onde o macho apresenta na nadadeira anal um leve enrugamento, perceptível ao tato. O seu aspecto imponente revela escamas cor de ouro pálido atravessadas por um traço entre marrom carregado e negro,
caracterizando
um
aspecto
inconfundível.
Salminus franciscanus, se distingue das demais por possuir diferenças anatômicas em relação aos dentes (um dente da série externa do dentário bem maior que os
demais
dentes),
nadadeira
caudal
(um
prolongamento mediano da nadadeira caudal bem desenvolvido) e faixa pós-orbital escura ausente. O
dourado
passa
por
um
processo
migratório,
conhecido como piracema, para a reprodução no início da estação chuvosa e sobre o aumento do fotoperíodo e temperatura. O peixe se reproduz em períodos das cheias, coincidentemente com os meses mais quentes, de outubro a março e os cardumes de dourados reúnem-se nos trechos altos dos rios esperando o aumento do nível da água, pois após o aquecimento da água o seu nível é o único requisito limítrofe à continuidade do movimento
migratório
ascendente.
A
capacidade
reprodutiva nos machos inicia-se a partir do segundo
38
ano
de
vida,
quando
os
indivíduos
apresentam
tamanhos aproximados de 24 a 26 cm e nas fêmeas inicia-se no terceiro ano de vida, quando o comprimento varia entre 30 a 38 cm. Larvas e juvenis de dourado são reconhecidos como animais carnívoros generalistas, ou seja, predam uma ampla gama de alimentos de origem animal. Neste grupo se destacam além de larvas de peixes de outras espécies, organismos
larvas do
de
inseto,
zooplâncton
microcrustáceos, como
cladóceros
e e
copépodos, entre outros. O dourado adulto é uma espécie ictiófaga ou piscívora por excelência, ou seja, se alimenta exclusivamente de peixes e possui cavidade bucofaringeana anatomicamente adaptada à predação. O dourado é um predador visual de intensa locomoção, ou seja, necessita de incidência de luz no ambiente para visualizar e atacar à presa. Na ausência de luz, foi documentado que os dourados podem detectar presas por meio do uso dos receptores mecânicos localizados na linha lateral e desenvolvem um comportamento atípico de espera. Barragens podem levar ao desaparecimento da espécie ao longo tempo, mesmo alguns estudos apontando a
39
adaptações desses peixes para contornar condições adversas a reprodução em barragens. Além da migração rio acima o dourado realiza migrações tróficas rio abaixo. Sua alimentação é intensificada nos meses chuvosos. O dourado chega a representar 3,2% do pescado.
Dairiki, J.K.; Baldessin Junior, I.; Pena, S.V.; Cyrino, J.E.P. Manual Técnico de Extensão (1) - LZT- ESALQ – USP. DOURADO Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816). Setor de Piscicultura – Departamento de Zootecnia Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade
de
São
Paulo.
Disponível
em:
<http://www.zootecnia.esalq.usp.br/piscicultura/dourado. pdf> Acesso em: 17 de junho de 2015. FREITAS, L. A. C. M. de. Diversidade genética em Dourados (Salminus brasiliensis, Curvier, 1816), uma espécie de grande interesse comercial no Pantanal Mato-grossense. São Carlos, SP. Disponível em: < http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_b usca/arquivo.php?codArquivo=3603> Acesso em: 17 de junho de 2015.
40
Cãrpã (Cyprinus carpio)
Figura 12. Carpa (Cyprinus carpio, LINNAEUS, 1758)
Pertence a Super Classe: Pisces; Classe: Osteichtyes; Sub Ordem: Actinopterygii; Ordem: Cypriniformes ; Gênero: Cyprinus Linnaeus, 1758 ; Espécie: Cyprinus carpio- Linnaeus, 1758.
Nome popular: Carpa comum
41
Distribuição geográfica: Bulgária, República Checa, China,
Eslováquia
sendo
esta
uma
espécie
estabelecida em diversos países.
De origem asiática, a carpa é criada na China há mais de 2.000 anos. Em 1258, já se faziam referências a essa espécie na França. Ela marcou o início da piscicultura na Europa, a partir da Idade Média, em criações desenvolvidas nos conventos, pelos monges, que necessitavam de peixes frescos nos dias de abstinência. Em 1877, veio para a América, sendo aclimatada nos Estados Unidos. No Brasil. Onde se adaptou com grande facilidade, foi introduzida no estado de São Paulo, em 1904.
Apesar da variedade de cores encontradas, em seu estado selvagem apresenta cor esverdeada para marrom, um peixe de corpo robusto e comprido lateralmente, podendo chegar a 1,10 metros, porém comumente encontrada entre 40 á 80 cm.
Só pode ser identificado quando alcança a media de 25cm ou 2 anos de vida. No período reprodutivo os machos apresentam tubérculos no opérculo. Estimula as fêmeas no processo de acasalamento com esbarrões em seu abdômen. Já as fêmeas
42
apresentam inchaço em seu abdômen, bastante grande comprado ao macho.
Os machos alcança a maturidade sexual entre 3 e 5 anos de vida, já as fêmeas entre 4 a 6 anos. São animais ovíparos, normalmente colocam seus ovos em plantas e troncos, podendo chegar a mil ovos. Desovam em margens de rios e lagos com forte presença de vegetação aquática, suas larvas nadam livremente após cinco dias.
Animal onívoro, podendo se alimentar de plantas, insetos, vermes, peixe que caibam em sua boca também
podem
virar
alimento,
aceitando
com
facilidade rações e alimentos industrializados.
A carpa é considerada um excelente peixe para a piscicultura devido a alguns fatores que explicam o sucesso da sua distribuição em todo o planeta, tais como, tolerância a baixos níveis de oxigênio dissolvido na
água,
reprodução
facilmente
em
cativeiros,
tolerância a variações de temperatura, deste 4°C até 35°C, é uma espécie onívora eu aceita converter os mais variados tipos de alimentos de origem vegetal ou animal e consegue adapta-se bem a sistemas de produção baseados na reciclagem de subprodutos agropecuários.
43
Espécie
introduzida em
todo mundo devido
a
interesses econômicos e alimentícios, também muito apreciada em pesca devido a sua força e tamanho.
Apesar de ser um peixe bastante robusto, pode apresentar sensibilidade ao cloro.
OLIVEIRA, SOARES,
J.C.F.; H.A.;
BARNABE, FREITAS,
V.H.;
E.A.N.;
SILVEIRA,
W.F.;
KAVAMOTO,
E.T.
Características seminais da carpa Cyprinus carpio, Linnaeus, 1758. Braz. J. vet. Res. anim. Sei., São Paulo, v.28, n.1, p.817, 1991. ECHEVENGUÁ, M. M. Rio Grande, RS. Avaliação da qualidade da carne da carpa Cyprinus carpio de diferentes sistemas de cultivo na Região Sul do Brasil. Setembro, 2006. Disponível
em:
http://www.argo.furg.br/bdtd/tde_arquivos/8/TDE-2008-0306T143658Z-73/Publico/Echevengua.pdf Acesso em: 17 de junho de 2015
44
Bãgré-ãfricãno (Clarias Gariepinus)
Figura 13 . Bagre-africano (Clarias Gariepinus - Burchell, 1822)
Pertence a Superclasse: Peixes; Classe: Actinopterygii; SubClasse: Teleostei; Ordem: Siluriformes ; Gênero: Clarias; Espécie: Clarias gariepinus - Burchell, 1822.
Nome Popular: Bagre-africano
Distribuição geográfica: Peixe de couro e ocorre naturalmente no continente africano e também em
45
partes da Ásia como Israel, Síria e sul da Turquia, sendo uma das 32 espécies reconhecidas atualmente para o gênero Clarias.
Habita águas calmas de lagos, rios, riachos e planícies alagadas que podem sofrer longos períodos de estiagem.
Possui
adaptações,
tais
como,
pseudopulmões
(órgãos arborescentes), corpo muito alongado e grande capacidade de produção de muco, as quais possibilitam que a espécie percorra longos trajetos fora d´água.
Hábito
alimentar
carnívoro,
mas
apresenta
plasticidade na dieta, alimentando-se de um grande espectro
de
itens
como
plâncton,
artrópodos,
moluscos, vegetais, peixes, répteis, anfíbios, e aceita bem o arraçoamento (com farinha de carne ou peixe,
vísceras
de
frangos
ou
restos
de
matadouro).
É extremamente resistente e chega a ganhar uma média de 2,5 kg/ano.
Tem carne avermelhada e com pouca gordura, com bom rendimento de filé.
46
Atinge a maturidade sexual com nove meses de idade, mas sua reprodução tem que ser induzida.
O processo de maturação gonadal é influenciado por alterações na temperatura da água e no fotoperíodo, mas é o aumento no nível das águas o principal estímulo para a desova.
É uma espécie de grande importância comercial tanto para a pesca artesanal, nos seus países de origem, quanto em criadouros nos diversos países onde foi introduzida, sendo que, dentre todos os bagres, os clariídeos foram considerados o segundo grupo comercialmente mais importante no mundo.
Na década de 90, C. gariepinus foi introduzida para cultivo em tanques na Europa, Ásia e América Latina incluindo o Brasil. No estado do Paraná, seu cultivo foi amplamente difundido para fins de piscicultura. No entanto, a carne de Clarias não foi bem aceita no mercado brasileiro, levando os criadores a buscarem formas alternativas de obter lucro, como os pesquepagues.
Com
indiscriminado
isso, da
ocorreu
construção
de
um
aumento
tanques,
sem
nenhum tipo de aparato de contenção e próximos aos
47
leitos de rios, levando à contaminação dos mesmos e colocando em risco a fauna e/ou flora nativas.
A introdução de espécies de peixes resistentes a condições ambientais adversas (como baixas taxas de oxigênio), tolerantes a doenças, predadores de topo e generalistas como é o caso de C. gariepinus, são candidatas fortes a se tornarem invasoras.
O único estado brasileiro a impedir por vias legais a presença do Clarias foi o Rio Grande do Sul. Lá, a FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental, órgão ligado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, publicou em 1º de dezembro de 1993, a portaria nº 18, que resolve proibir a introdução em ambientes naturais ou artificiais, cultivo, comercialização e o transporte de bagres africanos (peixes da Família Clariidea). E determinou que os produtores gaúchos que atualmente possuem o Clarias em viveiros, comercializem
seus
estoques
ainda
existentes,
tomando precauções no que diz respeito a fugas para ambientes naturais.
O IBAMA proíbe seu cultivo - e também o do bagre do canal (catfish) em boa parte do território brasileiro. Para cultivar esta espécie, portanto, é fundamental
48
consultar o Instituto na região em que se pretende implantar o cativeiro.
UMBRIA, S. C. ALIMENTAÇÃO E REPRODUÇÃO DO BAGRE AFRICANO Clarias gariepinus (BURCHELL, 1822) NA BACIA DO RIO GUARAGUAÇU, PARANAGUÁ, PARANÁ, BRASIL.
Curitiba,
2008.
Disponível
em:
<
file:///C:/Users/Cliente/Downloads/tese%20Simone%20Camar go%20Umbria%20versao%20final.pdf> Acesso em: 17 de junho de 2015. MILI, P. S. M. & TEIXEIRA, R. L. Notas ecológicas do bagreafricano, Clarias gariepinus
(Burchell, 1822) (Teleostei,
Clariidae), de um córrego do Sudeste do Brasil. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 19:45-51. Março de 2006. Disponível em:
<
http://inma.gov.br/boletim/arquivos/19/Boletim_19_Artigo3.pdf > Acesso em: 17 de junho de 2015.
49
Mãtrinxã (Brycon orthotaenia)
Figura 14. Matrinxã (Brycon orthotaenia (Günther, 1864)
Pertence a Família: Characidae; Ordem: Characiformes; Gênero: Brycon; Espécie: Brycon orthotaenia (Günther, 1864)
Nomes populares: Matrinxã, Marinchã, Matrinxã-dosão-francisco.
Distribuição geográfica: No médio Rio São Francisco, no Brasil, mais especificamente em Minas Gerais.
50
Dentre as espécies nativas em risco de ambiental, está a matrinxã, que é bastante apreciada em diversos estados brasileiros, pois é uma espécie que se
desenvolve
com
índices
satisfatórios
de
crecimento, peso e conversão alimentar em sistemas de cultivo e apresenta bons níveis de qualidade da carne.
Caracteriza-se por apresentar o corpo coberto por escamas,
pigmentação
mais
escura
no
dorso,
ligeiramente alaranjada, parte ventral esbranquiçada, flancos levemente prateados e nadadeira caudal e anal, de coloração avermelhada, com uma mancha negra que se inicia ao nível da nadadeira anal e segue ao final da nadadeira caudal.
É um animal de crescimento rápido e pode alcançar de 0,7 a 1Kg em um ano de cultivo. Pode atingir tamanho máximo de 7 Kg em vida livre.
Tem hábito alimentar onívoro, predominantemente herbívoro, alimenta-se de frutos, sementes, insetos, crustáceos e pequenos peixes.
É uma espécie migradora reprodutiva, caracterizada por um período reprodutivo curto, ocorre durante a estação chuvosa, de outubro a janeiro, quando se
51
observam altas frequências de fêmeas e machos em estados avançado de maturação gonodal.
Liberam ovos não adesivos na coluna de água. Sua desova é total, ou seja, a fêmea libera todos os ovócitos maduros de uma única vez. Considerando-se a ausência de cuidados parentais, possui alta taxa de fecundidade para compensar a grande mortandade das larvas.
A matrinxã encontra-se ameaçada em diversas regiões da bacia do São Francisco, em virtude do desmatamento
ciliar,
construção
de
barragens,
poluição industrial e doméstica, garimpo, pesca predatória
e
àdestruição
de
várzeas
e
lagos
marginais.
É uma espécie muito apreciada na pesca esportiva, or seu
comportamento
agressivo
e,
na
produção
econômica, por seu valor comercial, mesmo sendo sensível ao manejo.
Embora a matrinxã seja considerada um peixe da Bacia Amazônica, há uma, de nome científico Brycon orthotaenia, endêmica do Rio São Francisco.
Ao todo, existem cinco espécies já listadas desta família: a Brycon amazonicus, mais comum na Amazônia central; a Brycon melanopterus, conhecida como jatuarana;
52
a Brycon falcatus, comum nas bacias dos rios Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira e Negro; a Brycon gouldingi, endêmica da bacia do Tocantins, e a Brycon sp, espécie ainda não batizada cientificamente, encontrada apenas nos rios Juruena, Teles Pires e na bacia do Tapajós.
No caso da Brycon orthotaenia, ela pertence ao mesmo grupo do dourado, piranha, pacu, lambaris e muitos outros peixes. A matrinxã-do-são-francisco foi batizada cientificamente pelo ictiólogo alemão, radicado na Inglaterra, Albert Günther, em 1864.
Uma característica desta espécie é ter a cabeça arredondada.
LAGO, A. A. Densidade de estocagem de matrinxã Brycon orthotaenia na fase de recria,em tanques-rede instalados em um braço do reservatório de Três Marias. Lavras: UFLA. 2010. Disponível
em:
<
http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/2190/1/DISSERTA%C3%87% C3%83O_Densidades%20de%20estocagem%20de%20matrinx %C3%A3%20Brycon%20orthotaenia%20na%20fase%20de%20r ecria%20em%20tanquesrede%20instalados%20em%20um%20bra%C3%A7o%20do%20r eservat%C3%B3rio%20de%20Tr%C3%AAs%20Marias.pdf> Acesso em: 17 de junho de 2015.
53
MATTOS, B. O. COSTA, A.C. C. RILKE, R. S. L. FREITAS, T. F. PIMENTA, M. E. S. G. FREATO, T. A. Desempenho produtivo de Brycon orthotaenia em tanques-rede sob diferentes densidades de estocagem. ISSN 0103-8478. Ciência
Rural,
Santa
Maria,
Online.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/pdf/cr/2013nahead/a15613cr20120704.pdf . Acesso em: 17 de junho e 2015.
GONÇALVES, T. L., BAZZOLI, N. e BRITO, M. F. G. GAMETOGENESIS
AND
REPRODUCTION
OF
THE
MATRINXÃ Brycon orthotaenia (GÜNTHER, 1864) (PISCES: CHARACIDAE) IN THE SÃO FRANCISCO RIVER, MINAS GERAIS, BRAZIL. Braz. J. Biol., 66(2A): 513-522, 2006. Disponível
em:
http://www.sfrancisco.bio.br/arquivos/Goncalves%20TL001.pdf . Acesso em; 17 de junho de 2015.
54
Pãcu (Myleus micans)
Figura 15. Pacu (Myleus micans - Lütken, 1875)
Pertence a Família: Serrasalmidae; Ordem: Characiformes; Gênero: Myleus; Espécie: Myleus micans ( Lütken, 1875).
Nomes populares: Pacu, pacamão, pacu-prata, pacu-cddo-são-francisco ou pacu-azul.
55
Distribuição geográfica: É peixe endêmico da bacia do São Francisco.
Vive em rios de água doce. Pode ser encontrado ainda em lagos e florestas inundadas, pedrais e corredeiras.
Essencialmente herbívoro (que se alimenta de vegetais), é chamado de comedor de sementes. Durante as estações seca e chuvosa, macrófitas aquáticas e algas filamentosas são os principais alimentos.
Pode atingir porte acima dos 3 Kg de peso corporal. Myleus
micans
é
considerado
peixe
comercial,
constando da tabela de peixes cujos tamanhos de captura são controlados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
A exemplo dos demais membros desta família, tem corpo alto e comprido, nadadeira dorsal longa, espinhos na quilha ventral e escamas pequenas e prateadas. Mas é nas barbatanas que apresenta seu grande diferencial frente aos demais: elas são mais avermelhadas, diferentemente dos encontrados na bacia do Prata, em tons amarelos.
Embora não exista padrão entre as estratégias e táticas reprodutivas, a espécie apresenta profundas modificações das células germinativas primordiais desde a maturação inicial até o momento da desova, que é total. Os pais não
56
tomam conta dos filhotes, ou seja, não apresentam cuidado parental.
Atualmente a produção de alevinos de pacu vem sendo pesquisada com o intuito da utilização em futuros programas
de
repovoamento
da
bacia
do
São
Francisco.
ANDRADE, M. C. Revisão Taxonômica de Tometes Valenciennes, 1850 (Characiformes : Serrasalmidae) das drenagens do Escudo das Guianas. Dissertação de Mestrado
Belém,
2013.
Disponível
em:
<
http://www3.ufpa.br/ppgeap/images/stories/PPGEAP_Di ssertacao_%20Marcelo_%20Andrade-21-02-2013.pdf> Acesso em: 17 de junho de 2015. SATO, M. C. B.; SANTOS, M. D. HELMINTOS DE Myleus micans (LÜTKEN, 1875) (CHARACIFORMES: SERRASALMINAE) DO RIO SÃO FRANCISCO,
57
Corvinã (Plagioscion squamosissimus)
Figura 16. Corvina (Argyrosomus regius)
Pertencente
à
classe
Actinopterygii;
ordem
Perciformes; Subordem Percoide; família Sciaenida;
Nomes populares: Corvina, Cruvina, Pescada-Branca e Pescada-do-Piau.
Distribuição geográfica: nos rios Parnaíba, Trombetas, Negro e Amazonas.
Essa espécie atualmente vem sendo introduzida no Sudeste por empresas do setor hidrelétrico, nas
58
Bacias do rio Paraná, no Prata e do São Francisco e açudes no Nordeste.
O Corvina apresenta escamas, com coloração prata azulada, boca obliqua.
Possui grande número de dentes recurvados e pontiagudos, na faringe e a parte anterior dos arcos branquiais
apresenta
projeções
afiadas
com
a
margem interna denteada.
Importante papel na pesca profissional e esportiva.
É capaz de produzir sons bem audíveis por meio de músculos associados à bexiga aérea, que age como câmara de ressonância.
Pode alcançar mais de 50 cm e atingir até 4,5 kg.
O período reprodutivo ocorre no período das chuvas mais intensas, sendo uma espécie de piracema.
O período de desova do peixe Corvina acontece durante todo o ano, com pico de desova nos meses de setembro a outubro.
É um peixe piscívoro, alimentando-se de outros peixes menores,
camarões,
moluscos
e
pequenos
artrópodes.
Valor comercial promissor, por ser de fácil reprodução em cativeiro, boa adaptabilidade ao cultivo em jaula e muito apreciado em restaurantes.
59
ALVES, C. B. M. Transposição do São Francisco: as incoerências e os peixes. JornaldoBiólogo InformativodoConselhoRegionaldeBiologia - 4ª Região, Belo Horizonte, p. 6-7, 2005. ALVES, C.B.M.; POMPEU, P.S. Peixes do rio das Velhas: passado e presente
60
Lãmbãri (Astyanax bimaculatus) .
Figura 17. Lambari (Astyanax bimaculatus)
Pertencente Characiforme;;
à
classe
Actinopterygii;
ordem
família
Characidae;
gênero
Astyanax;
Nomes populares: Lambari, Piaba.
Distribuição geográfica: é distribuída por todo o Brasil.
Os Lambaris habitam rios, riachos, lagoas e represas, mesmo onde há ocupação humana.
Esses peixes apresentam porte pequeno, chegando ao máximo de 200 mm de comprimento.
61
É um peixe omnívoro e detritívoro, alimentando-se de frutos, sementes e insetos terrestres, vegetais aquáticos, escamas, ovócitos e outros peixes. Até mesmo detritos e sedimentos são consumidos pelo Lambari.
Peixe de escamas, com coloração prateada, e nadadeiras variando entre amarela, vermelha e o preta.
Seu
corpo
é
alongado
e
um
pouco
comprimido.
Período de reprodução ocorre entre setembro e março. O Lambari não sobe os rios para desovar. A fecundação é externa e não há cuidado parental. Estudos com reprodução induzida estimaram uma média de 1.038 ovos por indivíduo.
São sensíveis a mudanças em seu ambiente natural,
tornando-se
bons
bioindicadores
de
alterações ambientais (principalmente em nível celular)
São importantes na cadeira alimentar, fazendo parte da dieta de diversos vertebrados, como mamíferos aquáticos, diversas aves, até alguns anfíbios e répteis.
O lambari é uma espécie com potencial para a piscicultura.
62
Recebem atenção especial devido sua rusticidade, rápido crescimento, hábito alimentar onívoro, carne saborosa e também por ser utilizado como isca viva na pesca.
Período reprodutivo de dezembro a janeiro. Fecundação externa e sem cuidado com a prole.
A pigmentação larval é inicialmente concentrada na cabeça e ao longo do intestino, intensificando-se posteriormente na região ventral.
A boca é terminal, sem mudanças ao longo do desenvolvimento.
Apresentam o corpo pigmentado na região dorsal, ao longo da linha lateral.
A altura do corpo está contida de 2,8 a 3,3 e o comprimento da cabeça de 3,6 a 3,8 vezes no comprimento.
O pré-maxilar apresenta de 3 a 4 dentes na série externa e 5 na interna, e o maxilar com 2 ou 3, raramente 4 dentes.
Apresentam uma faixa escura nos flancos, às vezes estendendo-se até a ponta dos raios caudais medianos.
Fonte:http://livros.nupelia.uem.br/ovoslarvas/pdf/06_he migrammus.P
63
Mussum (Synbranchus marmoratus)
Figura 18. Mussum (Synbranchus marmoratus), Pierson Hill's, 2007
.
Pertence
à
classe
Actinopterygii;
Ordem
Synbranchiformes; família Synbranchidae;
Nomes populares: Enguia-do-Pântano, Mussum e Cobra-d’água
Distribuição geográfica: Sua espécie é distribuída em todo o Brasil.
O Mussum é um peixe que habita lagos, córregos, brejos, pântanos e rios, podendo sobreviver a longos períodos enterrado na lama.
64
É um peixe carnívoro, com hábitos noturnos, alimentando-se de presas vivas, principalmente crustáceos, moluscos e pequenos peixes, mas também insetos, minhocas e materiais vegetais.
Durante o período de reprodução, põe seus ovos em tocas, que servem de ninhos. Cada ninho pode conter até 30 ovos e larvas em diferentes estágios de crescimento, indícios de que este peixe produz múltiplas
ninhadas,
ao
longo
da
estação
reprodutiva. É o macho quem protege a prole.
O peixe Mussum possui o corpo sem escamas e uma só abertura branquial localizada sob a cabeça. Sua forma corporal lembra uma cobra. Seus olhos são pequenos situados bem à frente da cabeça.
Sua coloração vai do cinza-escuro ao castanho, com manchinhas mais escuras esparsas pela cabeça e pelo corpo. Não apresenta nadadeiras peitorais nem pélvicas, e as nadadeiras dorsal e anal continuam com a caudal.
Pode atingir mais de 1 m de comprimento. Casatti, Lilian, Francisco Langeani, and Ricardo MC Castro. "Peixes de riacho do Parque Estadual Morro do Diabo, bacia do alto rio Paraná, SP." Biota Neotropica 1.1 (2001): 1-15.
65
Piãu-Vérdãdéiro (Leporinus obtusidens)
Figura 19. Piau-Verdadeiro (Leporinus obtusidens )
Pertence
a
Characiformes;
Superordem: Família:
Ostariophysi; Anastomidae;
Ordem: Gênero:
Leporinus; Espécie: Leporinus obtusidens
Nomes populares: Piapara, Piau-verdadeiro.
Distribuição geográfica: Bacias dos rios Paraná, Prata e São Francisco: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
66
Peixe de escamas; corpo alongado, um pouco alto e fusiforme. Coloração prateada, com três manchas pretas
nas
laterais
do
corpo,
e
nadadeiras
amareladas.
A piapara alcança em média 40cm de comprimento total e 1,5kg, sendo que os indivíduos maiores chegam a 80cm e 6kg.
Provávelmente influenciado por diferentes ofertas de alimentação. No rio de La Plata por exemplo pesa uma média de 2kg, atingindo um máximo de 5kg. No curso superior do rio Paraná alcança os 4,5kg e no curso médio do mesmo rio chega a atingir os 7kg, com excepcionais desenvolvimentos que chegam aos 9kg. Porém em Santa Fé (capital) e em Rosario (Argentina) é frequente encontrar-se com formidáveis exemplares que alcançam os 10kg!!
Esta espécie pertence à família Anostomidae, que possui uma grande diversidade de gêneros e espécies com representantes em todas as bacias hidrográficas brasileiras,
conhecidos
como
aracus
(bacia
amazônica), piaus (bacia Araguaia-Tocantins, Paraná e São Francisco), piavuçu, piava etc.
Vive nos rios, em poços profundos e nas margens, na boca de lagoas e corixos.
67
Espécie onívora alimenta-se de vegetais e insetos, adultos e larvas. A grande maioria dos anostomídeos é
onívora,
alimentando-se
preferencialmente
de
invertebrados e frutos.
Na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul a Piava é de grande importância, sendo muito apreciada por consumidores locais e de regiões adjacentes, devido à alta qualidade da carne, pelo seu tamanho e sabor.
Não corre risco de extinção aqui no Brasil.
A piapara é um peixe nervoso e como tal a sua luta depois de fisgado é uma corrida constante com nervosas cabeçadas e saltos espetaculares que deixam o coração na boca.
Oyakawa, Osvaldo Takeshi, et al Naércio Aquino Menezes. "Checklist dos peixes de água doce do Estado de São Paulo, Brasil." Biota Neotropica 11.1a (2011): 1-13.
68
Pirãmbébã (Serrasalmus branditi)
Figura 20. Pirambeba (Serrasalmus brandti)
Pertence
a
Classe
Actinopterygii;
ordem
Characiforme; subfamília Serrasalminae.
Nomes populares: Pirambeba, piranha branca.
Distribuição geográfica: Rio São Francisco e rio das Velhas.
Chega a medir até 30 cm de comprimento. A maioria desses
peixes
são
predominantemente
de
cor
dourada, embora alguns espécime pode ser quase
69
completamente
prata
ou
têm
tonalidades
acastanhadas.
Alimentam-se de insetos e peixes.
As espécies da subfamília Serrasalminae são únicas dentre os Characiformes por possuírem dentes e mandíbula bem adaptados para arrancar pedaços de carne de peixes maiores, ou, mesmo de mamíferos.
Seu período reprodutivo ocorre durante todo o ano, não existe registro acerca do comportamento durante a desova
http://www.sfrancisco.bio.br/arquivos/Teles%20MEO001.pdf Revta
Bras
Zool.
16
(Supl.
2):
19
-26,
1999
http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v16s2/v16supl2a03.pdf http://www.piranhainfo.com/default.php?lang=en&id=s_brandtii
70
Estefania Sousa; Lays Cruz; Isis Ribeiro; Bruna Nascimento. Camila Palhares Teixeira UNIFEMM- Centro Universitรกrio de Sete Lagoas Issuu.com/biologia1
Bacia do Rio Sรฃo Francisco
71