Ed i ç ã o 6 3 6 26| M A R| 2009

00010100111011011000101001110110110001010011101101100010100111011011000101001110

A rede rural A Internet é um caminho sem volta nas regiões metropolitanas brasileiras e, agora, é possível afirmar também que esse fenômeno está presente na zona rural. O Comitê Gestor da Internet (CGI.br) divulgou hoje a quarta edição da pesquisa sobre os hábitos de uso do internauta e da penetração da rede nos lares do País. Hoje, 18% das residências têm acesso à rede. São quase 10 milhões de casas. O estudo é o retrato mais amplo sobre a rede nacional e uma das suas maiores qualidades é a metodologia empregada, que segue os padrões internacionais. Assim é possível comparar os resultados locais com outras nações, como os países integrantes da OECD, a organização de pesquisa que reúne os 30 países mais ricos do mundo, em especial os europeus e os Estados Unidos. A pesquisa do CGI.br ocorreu entre setembro e novembro do ano passado e foram feitas 21.520 entrevistas. Os números trazem algumas surpresas e muitas confirmações. As Lanhouses, por exemplo, continuam sendo os locais preferidos de navegação. Do total de usuários, 48% entram na internet nesses pontos que pode cobrar R$ 1 por hora. A surpresa fica por conta da zona rural. No interior do País, onde existe um apagão de conectividade, 58% dos internautas entram na rede com pelas lanhouses. Na zona urbana a taxa é de 47%. Os dados do estudo são impactantes porque provam que a internet brasileira ainda está na sua infância e que, realmente, os mais ricos lideram essa revolução.

A penetração da internet entre os brasileiros da classe A é de 89%, mas eles representam apenas 3% da população. Na classe C essa mesma taxa é de 38% e esses brasileiros são 54% da população.

Outro dado interessante (a pesquisa completa por ser vista aqui) é a manutenção da hegemonia da televisão nos domicílios –em 2005 as TVs estavam

presentes em 96% das casas e em 2008 esse percentual subiu para 98%. Do outro lado é fácil identificar quem mais está perdendo espaço como bem tecnológico. Há quatro anos 54% das residências tinham telefones fixos. Hoje essa taxa é de 40%. No mesmo período, a penetração dos celulares saltou de 61% para 76%. E outro dado também chama atenção nesse intervalo de tempo. Os notebooks já são utilizados em 3% das casas brasileiras.

Essa pesquisa, que também tem uma versão para o mundo das empresas, também procurou mapear algumas preferências dos brasileiros quando estão na internet. Dos internautas domiciliares 77% utilizam a rede para mandar e receber emails. Um dado que comprova a realidade, mas as respostas seguintes chamam atenção. Dos usuários domésticos 70% participam de redes digitais de relacionamento, como Orkut e Facebook, 61% utilizam serviços de comunicação instantânea, como o Messenger, 17% usam softwares como o Skype e outros 17% leem blogs. Apenas 15% participam de fóruns e listas de discussão.