São Paulo, 07 de novembro de 2007 – Edição 525 – www.bites.com.br
Experiência passada Após participar da implantação da portabilidade numérica na Espanha, a Everis define estratégia para atuar nesse projeto no Brasil
E
m 1998 quando o mercado de telecomunicações brasileiro foi aberto para o- capital privado, a consultoria espanhola Everis não tinha escritório no País e estava envolvida em outro projeto. Ela era uma das companhias contratadas para ajudar as operadoras espanholas, em especial a Telefônica, na implantação da portabilidade numérica. Foi uma das primeiras experiências de colocar nas mãos de cada usuário de telefonia fixa e móvel o direito de levar seu número para qualquer companhia telefônica. Diante dessa experiência, o presidente da Everis no Brasil, Jorge Najera Fernandez, acha que sua empresa possui uma vantagem competitiva estratégica diante dos seus concorrentes no Brasil. Como a portabilidade está definida e deve entrar em
funcionamento no próximo ano, a Everis quer repetir por aqui o êxito anterior. “O desenho da portabilidade brasileira é muito parecido com o modelo espanhol”, afirma o executivo. Nesse modelo haverá uma entidade que centralizará todos os pedidos de transferência de números de uma operadora para a outra. Fernandez diz que o aprendizado no mercado espanhol ajudará a Everis em orientar da melhor forma seus clientes no Brasil. “Sabemos onde já aconteceram os erros e os acertos”, afirma o executivo. No histórico levantado pela Everis, que aos poucos está sendo apresentados para alguns clientes mais qualificados, os primeiros momentos da portabilidade aumentaram a infidelidade dos clientes. Isso aconteceu de maneira quase generalizada na Espanha e no restante da Europa.
“Em média a rotatividade dos clientes dobra nos primeiros três anos”, diz o presidente da Everis. Uma das descobertas da Everis, por exemplo, é que o principal problema dessa mudança na relação entre a operadora e o cliente não é tecnológica, mas de modelo de negócio. “A guerra será pela fidelização do consumidor e isso implica numa mudança de postura das operadoras”, afirma Fernandez. Nas contas preliminares dos analistas da Everis acredita-se que nos primeiros momentos da portabilidade no Brasil cerca de 1 milhão de clientes trocarão de companhia telefônica a cada mês, o que deve chegar a 10% do universo total de usuários de telefonia fixa e móvel. “E quem vai pagar a conta será o próprio consumidor que terá de desembolsar para ter a sua portabilidade”, afirma Fernandez. Mas, na sua avaliação as operadoras irão deflagrar uma guerra de preços que irá beneficiar o cliente nesse vai-e-vem telefônico.