I Antologia de Escritores e Leitores Piranhenses e Convidadados | 2018

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© copyright 2018 by F. M. Fernandes Título: I Encontro de escritores e leitores Piranhenses e convidados Revisão: de responsabilidade de cada autor Orelhas: Maria Isadora Melo Foto da Capa: Felipe Idalino Vieira do Nascimento Contracapa: Tinho Santana Projeto Editorial Lumia Escritório de Design Rua Manoel Francisco de Lima, 135, 1º andar sala 02, Centro Nossa Senhora da Glória – SE | Tel. (79) 9 9605-0697 Diagramação e Capa: Rubens Ferreira Impressão: Infographics Todos os direitos desta edição ficam reservados aos autores e à organização. Proibida a reprodução total e ou parcial, por qualquer meio ou processo, com finalidade de comercialização ou aproveitamento de lucro ou vantagens, com observância da lei de regência. Poderá ser reproduzido texto entre aspas, desde que haja clara menção do nome do autor, título da obra, edição e paginação. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Printed in Brazil / Impresso no Brasil

FERNANDES, F. M. (org.) F363e I Encontro de escritores e leitores Piranhenses e convidados / Organizado por F. M. Fernandes. Nossa Senhora da Glória : Lumia – Escritório de Design, 2018. 96 p. Apresenta biografia resumida dos autores.

1. Literatura 2. Antologia 3. Prosa 4. Poesia I. Título

Ficha catalográfica elaborada por Domingas Santana CRB-5/1880

CDU 82-1


2018

ANTOLOGIA Org.: F. M. Fernandes


Apresentacão Em pleno sertão nordestino, a oeste do estado de alagoas, as margens do Velho Chico, eis a cidadezinha chamada Piranhas, marcada pelas histórias do cangaço e de um povo guerreiro. É também neste cenário, modelado pelo rio da integração que surge a I Antologia Piranhense, registrando textos com temas diversos de escritores veteranos e iniciantes que sentiram pela primeira vez o gostinho de publicar em uma obra. Espelhado no Encontro Canindeense, o Encontro Piranhense, consolidará a pluralidade literária de nossos conterrâneos e de uma diversidade de escritores de outros estados em prol da disseminação e miscigenação da alma literária, através de cordéis, contos, crônicas e histórias inesquecíveis para encantar aos mais diversos gostos literários, nesse voo pelas letras. Essa antologia traz consigo mais de sessenta textos escritos por pessoas de várias idades movidos pelo amor a escrita. Permita que cada texto fale contigo! F. M. Fernandes Licenciada em Geografia pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL; Escritora romancista com duas obras publicadas: Assim Será (2016) e Enquanto eu... Te amava (2017); Idealizadora do I Encontro de Escritores e Leitores Piranhenses e convidados



Sumário PREFÁCIO 08 PROSA Angella Reis Carlos Geografia Cida Quelé Emanuel Varela Eunice Guimarães Gisela Pfau Inês Brito Jany M. Kelvia Vital Lícia Maciel Marcelino Brito Marcello Fausto Massilon Silva Mayanne Milla Nívea Alves Vieira Santos

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POESIAS Alex Xela Lima 38 Auri Lopes 39 Aurora Maria 41 Bandeira 42 Biel Souza 43 Carla Cristina de Oliveira Gomes 44 Ceiça Viana 45 Charles Cordel 46 Claúdio Dortas 48 Cléberton Barboza 49 Corrêia Só 50 Fátima 51 Felipe Vieira 52 Flaviana Costa 53


F. M. Fernandes 54 Helena Alves 55 Jania Souza 56 Jarina S. Farias 57 John Gessinger 58 Josefa C. da Silva 59 Karla Lídia 60 Laércio 61 Leunira Batista 62 Liu Poetisa 63 Lourdinha 64 Lucinha 65 Luis Guilherme Libório 67 Marcello Moura 68 Matheus Alves 69 Mayara Ferreira 70 Oliveira Caruso 71 O Matemático 72 Pamelianze 73 Patrícia Celestino 74 Prof. Jardel 75 Quinho Caleidoscópio 77 Quitéria Ferreira 78 Rafael Emílio 80 Reginaldo 81 Romero Crispim 82 Rosilda Pinheiro 83 Silmaria 84 Sol Pinheiro 85 Suzy Figueira 86 Thiago Sotthero 87 Tinho Santana 88 Vânia Bandeira 89 Vem-Vem 90 Vérv Rooh 91 Wellington Basílio 93 Wellison Ribeiro 94


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Prefácio As belas águas do Velho Chico traz vida à cidade de Piranhas, carinhosamente tratada por Lapinha do Sertão alagoano. Um lugar repleto de encantos e histórias que despertam valiosas inspirações. Tantas que culminaram no 1º Encontro de Escritores e Leitores Piranhenses e Convidados, um verdadeiro deleite literário sertanejo. As dezenas de histórias contadas aqui em forma de prosa, poesia e cordel, compõem mais uma Antologia desse projeto literário que está cada vez mais alcançando e fincando raízes em várias cidades espalhadas no nordeste brasileiro. Cumprindo a missão de deixar um pouco da arte por onde passar. Histórias de pessoas sonhadoras, guerreiras e, sobretudo, poetas. Amantes da literatura, que mostram da maneira mais genuína como a poesia pode registrar no tempo momentos bons e fantasias profusas. Sente-se, respire fundo e deixe-se levar por essas páginas para um lugar quentinho, cheio de paixão e sentimentos profundos que irão acalentar seu coração. Deixe-se viajar! Gabriel Veras, 23 anos, professor de Geografia do Estado da Bahia, formado pela Universidade Federal de Alagoas. Nordestino e do mundo!

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Prosa Coautores Piranhenses & Convidados



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Angella Reis

Angela Márcia Reis dos Santos é colunista do Portal Revista Vozes, dos Bastidores e do Blog Universo Interior - A lua no dia. Membro da Academia Cristinapolitana de Letras e Humanidades – ACLH. Graduanda em Letras, formada em Direito e especialista em Direito Processual e Civil. Escritora e leitora voraz de autores como Gabriel Garcia Marques, Dostoiévski, Clarice Lispector, Lya Luft, Hilda Hist etc, com diversos textos (crônicas, poesias, contos e artigos jurídicos) publicados em diversos sites e revistas.

Atravessemos De repente a gente acorda e decide dar um novo rumo à nossa vida. Em busca daquele projeto tão sonhado e que fora alimentado há anos, aparentemente esquecido, ou adiado em razão de determinadas circunstâncias. Chega um momento que tudo parece fora de lugar, que não mais se encaixa, como se tivesse faltando um pedaço; ou se enquadra, como uma fotografia velha num ambiente arrojado. O tempo passa, o mundo se transforma. A gente muda ou sente a necessidade de mudança. Todo dia é novo. É a vida em movimento, nos pedindo abre alas. Então, decidimos abandonar as roupas usadas, sentir outros ares, redescobrir-se, se vestir do novo que virá. E seguimos na contradança dos passos, engrenados por desejos, indo ao encontro de nós mesmos, em busca de respostas para nossas inquietações. É obvio que ninguém tem a fórmula certa, uma bússola que indique qual o melhor caminho ou a escolha perfeita. Talvez, tomar aquele percurso, pegar àquela estrada, não seja a decisão mais acertada, mas se não nos movermos nunca saberemos aonde chegar. Adentraremos tão somente no campo da imaginação, presos ao nada, aquém das realizações, frustrados por não termos a coragem suficiente para ir além. Às vezes nos acovardamos. Tememos dar o primeiro passo para o desconhecido. É muito fácil e cômodo viver àquilo a que estamos habituados, sem os riscos, sem as mudanças que nos assustam. A palavra de ordem é travessia. Afinal, a vida é uma passagem, um bilhete premiado que nos permite viagens no tempo e no espaço. Um caminho, um trecho onde atravessaremos pontes, rios, mares; percorreremos estradas e labirintos infindáveis. A vida não para. Ela segue, o tempo passa, e é da natureza ir em frente, não estacionar no tempo, porque nada é permanente, tudo é passageiro. Somos passageiros etéreos dentro do temporário. É preciso enfrentamento, não fugir, seguir adiante, estar preparado e sempre pronto para o próximo salto. Vencer o medo. Esse medo que nos paralisa, que nos impede de alçar voo, de viver a fundo, nos satisfazendo com a superfície, com o que é possível de ser alcançado. Esteja aberto, deixe-se levar, conduzir em passos de (mu)danças, através delas nos trasladamos. Atravessemos.

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Carlos Geografia

Antônio Carlos Vieira Pós-graduado em Didática do Ensino Superior pela faculdade Pio Décimo e graduado em Licenciatura Plena – Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Proprietário do site www.carlosgeografia. com.br.

Soltando os negros e libertando os animais É muito comum assistirmos nos diversos programas, principalmente de televisão, sobre ecologia, vermos animais serem libertos para manutenção da espécie. Em alguns desses programas passam os procedimentos e critérios para se soltarem esses animais em seu ambiente natural. A grande maioria desses animais são apreendidos entre pessoas que: criam os animais sem os devidos tratos (às vezes sem autorização dos órgãos competentes), vendedores inescrupulosos e até mesmo entre traficantes internacionais. Grande parte desses animais, quando da apreensão, estão em estado de saúde debilitados devidos aos maus tratos. Antes de serem libertos, esses animais passam por um processo de recuperação alimentar e dos órgãos (casos tenham algum problema físico). Durante a recuperação da saúde, esses animais são treinados para aprenderem a viver quando forem colocadas de volta ao seu ambiente natural. Para eles serem soltos é necessário se observar alguns critérios dos locais onde serão libertos, tais como: disponibilidade de água e alimentos. Geralmente são soltos em reservas florestais onde sejam proibidos a caça e recaptura dos mesmos. Sempre que assisto esses programas de TVs, me lembro do caso da Abolição do Escravos Negros do Brasil e as condições em que foram libertos (ou soltos). Antes de serem libertos eram tidos como animais para execução de trabalhos, na agricultura, mineração, trabalhos domésticos e apanhavam como um outro animal qualquer para execução de tais serviços. Quando da aprovação da Lei da Abolição da Escravatura, os negros não foram libertos de imediato. Muitas fazendas e minas ainda mantiveram por um bom tempo esses brasileiros trabalhando como escravos e para soltarem os negros exigiram e receberam indenizações para tal. O mais interessante é que enquanto se discutia e se aprovava a Lei de Abolição do Escravos, existia uma outra Lei sendo discutida “ A Lei das Terras” que foi aprovada pouco tempo depois após a aprovação da lei de abolição da escravidão. A Lei das Terras foi

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criada para permitir o acesso as terras, consideradas dos Estado, por intermédio de compra destas terras em leilões. Na prática dificultou o acesso as pessoas que não tinham recursos financeiros para tal aquisição por intermédio da compra. Os negros foram soltos sem terem direito de acesso as escolas, sem nenhuma profissão para defenderem o pão nosso do dia a dia, não receberam indenização alguma pelos trabalhos forçados e não puderam ter acesso a um pedaço de Terra para retirarem o seu sustento. É claro que a pessoa pode imaginar que o tratamento dados aos escravos negros e “índios” serem muito piores que os dados aos animais silvestres, atualmente, foram feitas de maneira inconsciente. Só que não foi tão inconsciente assim! Ao soltar os negros nunca se pensou em aproveitá-los como mão de obra, tanto é que foi liberado, nesta mesma época, a imigração em massa de italianos e posteriormente de alemães. Como os donos de terras, que também controlavam o Estado, não queriam os negros (agora homens livres) e os imigrantes, que chegavam, tendo acesso as terras para produzirem e se tornarem concorrentes, foi aprovada a Lei das Terras restringindo o acesso a terra de milhares de pessoas (negros e imigrantes). Quando ficou restrito o acesso das terras aos imigrantes e os negros, ficou garantida não só a falta de concorrência na produção como também aumentou a oferta de mão de obra mais abundante e consequentemente mais barata.

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Cida Quelé

Maria Aparecida de Lima, pernambucana apenas de coração, que nasceu em 22/02/1968, por acaso, numa cidade do interior de São Paulo: Boa Esperança do Sul. É a primogênita dos quatro filhos do Sr. Manoel Quelé e de Dona Bernadete Tenório. Cursou Letras na UPE, em Garanhuns-PE e tornou-se professora da rede pública estadual há quase 25 anos. Leitora inveterada desde sempre e por isso se atreve a escrever contos e crônicas em alguns momentos. Casou-se com o grande amor de sua vida e tiveram dois filhos, que herdaram dela o gosto pela leitura e escrita. Tem dois sobrinhos e uma sobrinha também leitores e o seu gato chama-se Drummond Quelé. Apesar de gostar de escrever há muito tempo, esta é a primeira vez que se inscreve para participar de uma Antologia.

Dias de Chuva Lá fora chove, aqui dentro também. Lágrimas chovem dos meus olhos, tal qual no dia em que lhe vi pela primeira vez. Lembro-me que naquela manhã acordei sentindo algo novo e indecifrável, um certo tipo de angústia que se apodera das pessoas quando não encontram saída para suas vidas ou quando simplesmente não conseguem resolver os seus problemas. Algo assim indefinível, indecífrável, inconcebível. Como poderia estar assim, se há poucas horas havia ido dormir sentindome tão bem? Será que os nossos problemas que estão escondidos tão profundamente em nossa alma (que nem ao menos os conhecemos) emergem durante o sono? Não sei, sei apenas que acordei assim naquela manhã em que te conheci. Saí de casa, sem destino, a minha bike e eu, pedalando e chorando. Tão confusa estava que não lhe vi. Você, tão certo que eu desviaria, ficou parado a tempo de perceber as minhas lágrimas, que escorriam abundantes, antes que virássemos um emaranhado de pernas, braços, pneus, pedais. Pior que o susto foi a vergonha de ser flagrada chorando compulsivamente, qual um bebê faminto. Olhei nos seus olhos, vi um misto de carinho, compreensão e curiosidade. Minhas lágrimas secaram, minha tristeza começou a se esvair. Sorri, meio tímida, meio envergonhada e você retribuiu. A partir daquele dia ficamos amigos, conversávamos, sorríamos, passeávamos de bicicleta. Enfim tínhamos alguém pra desabafar, alguém que nos entendia e nos consolava. Eu tinha a você e você a mim. Aos poucos a nossa amizade foi se solidificando e comecei a sentir coisas estranhas que não deveria sentir por um amigo: um friozinho na barriga quando lhe avistava, uma sensação de desejo quando você me abraçava ou tocava-me casualmente. Fiquei com medo de lhe falar o que sentia e estragar nossa amizade. Fui guardando os meus sentimentos, sem saber que o mesmo lhe acontecia. Até que um dia enquanto dançávamos, você me roubou um beijou.

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Com aquele beijo começávamos uma nova fase no nosso relacionamento: novas descobertas, novas sensações. Tudo tão lindo, tão natural – você era o amigo confiável, o namorado carinhoso, o companheiro de todas as horas – que não conseguia me imaginar um dia sequer sem lhe ver, sem falar com você; achava que não sobreviveria, que eu morreria ou o nosso amor. Quanto engano! Você foi morar longe de mim, ficávamos tanto tempo sem nos vermos, mas nada do que eu sentia por você morreu. A minha vida mudou muito durante esse período de separação. A nossa vida mudou. Amadurecemos, tornamo-nos mais confiantes, mais audaciosos, mais seguros. Crescemos interiormente e o que estava fadado a ser mais um namoro em nossas vidas, transformou-se na nossa história de amor. Passamos quase quatro anos nos vendo em esporádicos finais de semana. Cartas. Telefonemas. Telegramas. Saudades. Medos. Desejos reprimidos. Natais e aniversários sozinhos e distantes. Tudo passou. E que alegria senti quando você voltou pra ficar. Para sempre comigo. Numa cerimônia simples, casamo-nos, e tudo saiu tal qual planejamos. Poucas pessoas testemunaram aquele momento importante em nossa história. Durante quinze dias tivemos o mar como cenário da nossa paixão consumada e vivemos aqueles dias como se fôssemos os únicos sobreviventes de um naufrágio. Ficamos egoístas. Só nosso amor importava. Tínhamos medo da rotina e dos problemas domésticos que estragam tantos casamentos, mas fomos controlando nossos medos. Tivemos dificuldades, é claro, mas conseguimos superá-las. A vida a dois é estimulante e aprendemos muitas coisas nesses quase dois anos de vida em comum. Dias de chuva sempre me fazem lembrar a nossa história e eu choro, de felicidade, porque fomos fortes e persistentes em nosso amor. Através das lágrimas, olho para você enquanto dorme, sereno, tranquilo, com um sorriso estampado no rosto. Amanhã lhe mostrarei os meus “escritos noturnos” para que você sinta o que eu senti nesse momento em que a chuva desaba mansamente lá fora e que você dorme, tentadoramente despido, aqui dentro, em nosso quarto. Ou talvez não lhe mostre ainda. Estão previstas mais chuvas para amanhã, mesmo assim sairemos para um longo passeio de bicicleta.

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Emanuel Varela

Carlos Emanuel da Silva. Pesquisador, músico e militar alagoano. Natural de Taquarana. Há 12 anos trabalha no Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas. É Casado com Cristhiane Melo, com quem tem um filho — José Emanuel.

Abril em Taquarana Desde a mais tenra idade, o mês de abril sempre foi especial — uma ocasião bastante esperada durante o ano todo. Três eram os acontecimentos que despertavam em mim tamanha expectativa: o meu natalício, os banhos de chuva de outono e a festa da padroeira. Meu aniversário sempre foi um momento discreto, porém, feliz. Resumia-se em um bolinho em família e na cantoria do “Parabéns a você” Essa simplicidade se dava por conta de uma regra familiar estabelecida entre meus pais, qual seja: dar a um filho mais novo somente aquilo que um filho mais velho recebeu. Como sou o quarto filho, e meus irmãos mais velhos (Valéria, André e Alessandra) não ganharam festas pomposas de aniversário, eu e Iara (irmã mais nova) também não ganhamos. E assim, com felicidade e discrição, vivi — e ainda vivo — o 20 de abril. Quanto aos banhos de chuva, recordo as correrias pelas ruas da cidade acompanhado dos amigos, pulando de um lado para o outro, dando barrigada nas calçadas lisas, vestidos apenas com cueca. É bem verdade que a precipitação não era forte, mas correndo nos telhados formavam maravilhosas cachoeiras. A praça Padre Cícero oferecia duas ótimas e disputadas biqueiras: uma na padaria do Sr. Zé Dindinha, outra na padaria Rosa e Silva. Era ali o local do festeiro. Atualmente, os banhos de chuva rarearam, e, por consequência, as duchas de biqueira. Para completar minha felicidade de abril, a festa da padroeira era o ponto mais alto do mês. Aguardava com desejo intenso a chegada dos parques de diversões. Quando os brinquedos cá chegavam, gostava de acompanhar suas montagens, principalmente a roda gigante. Quão fascinante era sua instalação! Naquela época — de inocência infantil — a festa apresentava-se para mim mais como um momento de brincadeira e diversão. A religiosidade ficava por conta dos adultos. Hoje, amadurecido, extraordinário é o sentimento ao ver a Santa Cruz desfilar imponente por nossas ruas, acompanhada de uma multidão

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que sabe aonde quer chegar. O significado de festejar o mês de abril mudou. Todavia, a expectativa para sua chegada continua a mesma — aniversário é vida que se renova; chuva é benção para a terra; a festa da Padroeira é celebração da vida de nossa comunidade. Por fim, eis que meu filho nasceu no mês de abril. Agora, são quatro os motivos para esperar e viver intensamente esta parte do ano.

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Eunice Guimarães

Maria Eunice Guimarães Santos Garcia, nome literário Eunice Guimarães. Nascida em Japoatã/SE, em 26/03/1964. Residente em Aracaju. Graduada em Enfermagem (UFSE), Pós graduada em Direito Previdenciário (Gama Filho). Servidora Pública Federal (INSS), escritora e poetisas com diversas participações em antologias poéticas. Acadêmica da ALV – Academia Literária de Vida, Acadêmica Correspondente da ALMAS- Academia de Letras, Música e Artes de Salvador e AECALB- Academia Evangélica de Ciências, Artes e Letras do Brasil, Comendadora da Embaixada da Poesia, Membro do Café Poético Sergipano, do Sarau de Mulheres e Poemas do Brasil. Participante do Recanto das Letras. Com publicações nas revistas eisFLUÊNCIAS, CRITICARTES e Barbante.

O Vestido Novo Natal, festa tão esperada por todas as crianças. Um dos poucos momentos onde era armado um parquinho na pequena cidade. Um parque composto por barcos, carrossel, cadeirinhas giratórias e pescarias. Nessa época, também acontecia a “guerra das cabacinhas” entre os moradores da cidade. Porém, o ponto chave dessa festa era o desfile involuntário das crianças no final da tarde, as quais, sentindo puro prazer, vestiam suas roupas novas e dirigiam-se à praça ou à casa dos parentes para exibirem esse presente. Vale ressaltar que, ter roupa nova era algo tão raro! Muitas vezes, eram compradas depois de verdadeiros sacrifícios realizados pelos pais, para que seus filhos tivessem um traje novo no natal. Por esse motivo, vestir roupas novas era um acontecimento especial na vida da maioria das crianças! E foi em uma festa de natal, que a garota Linda, uma menina branquinha como leite, com cabelos castanhos claros, ganhou um belo vestido. Ele era feito de tecido organza cristal, cor rosa bebê, com pregas horizontais, as quais davam forma ao corpete. Tinha um cinto de fitas brancas e tons de rosas e um belo arremate de flores coloridas, que marcava a cintura do vestido. A saia era rodada, com uma anágua para dar volume. Era um vestido de sonhos. Parecia que tinha saído de um conto de fadas! Já era esperado que, a menina dessa história estivesse ansiosa pelo momento de estrear o seu vestido novo. Chegou então o momento tão esperado: a tarde do dia de natal! Linda, juntamente com as suas irmãs e amigas, foram ao ritual do banho e de colocar o vestido novo, bem como os outros acessórios que formavam o conjunto, como: os novos sapatos brancos, meias bordadas ou com bolinhas penduradas nas laterais, mini bolsinha, etc. Mesmo com idades variadas, elas se vestiam iguais (Era costume, na época, os irmãos usarem modelos iguais e às vezes, só mudarem as cores.) Assim fizeram. Colocaram seus vestidos novos e acessórios e saíram de mãos dadas a desfilarem pela cidadezinha. Ficaram verdadeiras princesinhas! O primeiro local onde passaram foi na casa de um de seus tios, para chamar a prima delas. Depois, começaram o passeio tão

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esperado. Seguiram, mas, logo essa alegria se transformou em dor! Apesar de já ficar subentendido que não se deviam molhar as crianças, com cabacinhas ou água, no momento dos desfiles e que isso só poderia acontecer ao anoitecer, quando elas regressassem aos seus lares, para trocarem suas roupas novas por outra de uso diário, a fim de poderem participar da guerra das cabacinhas, não foi isso que aconteceu! Um menino peralta, que participava da guerra das cabacinhas, esperou que Linda, suas irmãs e prima se aproximassem do local onde ele estava escondido, para atirar uma cabacinha e acertar em cheio, o vestido novo de Linda. E assim o fez! Atirou a cabacinha nas costas de Linda, fazendo com que seu vestido novo ficasse encharcado. Aquele momento era como se o mundo tivesse parado! Todos os que passavam, paravam e lamentavam o ocorrido. As irmãs e prima de Linda choravam. A bela menina, protagonista dessa história, por alguns instantes, ficara sem ação! A cor sumiu de suas faces e uma dor profunda tomava conta dela. O seu Vestido Novo tinha sido maculado! Entretanto, logo após esse estado de choque e, em fração de segundos, a menina reagiu. Parecia que tinha criado asas! Ela conseguiu chegar ao local onde se encontrava o menino que a molhou, tomou a bacia onde ele depositava as cabacinhas (a qual continha água) e a virou sobre o garoto, dando um banho no mesmo. Em seguida, o segurou pela camisa com tanta força, que foi preciso que uma pessoa adulta o tirasse das mãos de Linda, antes que ela desse uns safanões no menino. Nesse momento, a mãe de Linda chegou, pois ficou sabendo do ocorrido. Essa última, pegou na mão da filha que tinha o vestido molhado e a confortou, dizendo que seu Vestido Novo continuava novo e belo. Apenas estava um pouco molhado, mas que ela daria um jeito nele, e logo a filha estaria desfilando com ele pela cidade. E aconselhou a Linda que ela deveria perdoar o garoto peralta, pois ele estava arrependido do que tinha feito. Linda assim o fez. A mãe de Linda deixou o vestido dela, novo outra vez, seco e belo. Mães fazem milagres! Promessa cumprida. Pouco tempo depois, a bela Linda, juntamente com suas irmãs, prima e amigas, estavam a passear outra vez, pelas ruas e praças da cidadezinha, sem mais nenhum transtorno. Os Vestidos Novos tinham o dom de transformar as simples meninas, em meninas princesas!

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Gisela Pfau

Gisela Pfau de Carvalho, nasceu em Porto Alegre – RS e vive em Maceió – AL desde 1990. Graduada em Administração. Membro da equipe técnica de instalação do Memorial Pontes de Miranda – TRT-AL, Memorial Desembargador Hélio Cabral MP-AL, de revitalização do Museu Darras Noya, em Santana do Ipanema. Pesquisadora do ABC das Alagoas – Dicionário Biobibliográfico Histórico e Geográfico do Estado de Alagoas, de autoria do Prof. Francisco Reynaldo Amorim de Barros.

ABC das Alagoas Estou como pesquisadora do Abc das Alagoas – Dicionário Biobibliográfico, Histórico e Geográfico do Estado de Alagoas, e não estou aqui para advogar em causa própria. Quero registrar a relevância de um homem e sua obra. Francisco Reynaldo Amorim de Barros, ao se aposentar decidiu seu tempo ocupar, para nossa felicidade resolveu a cultura de Alagoas registrar. Brindou-nos com um Dicionário que revela o trabalho de escritores, poetas, artistas, músicos, mestres do patrimônio, governantes, políticos, e a história de municípios, as serras, os rios, instituições, entre outros não menos importantes registros das Alagoas. Dos nascidos aqui interessa tudo que publicaram e produziram no mundo e dos não nascidos aqui, o legado que deixam nas Alagoas, ao contribuírem com a cultura local. E porque um homem dedicaria mais de duas décadas de pesquisa por uma terra onde não nasceu? “- É o cumprimento de um compromisso meu para comigo, de ordem sentimental e afetiva de filho de alagoanos nascido em São Paulo.” - diz o autor. O autor, após seu nascimento por dois anos vive entre São Paulo e Maceió, quando passa a morar na capital alagoana, com largos tempos da infância divididos entre Capela, Viçosa, União dos Palmares e Pilar. É isso que moveu este homem. E Piranhas? Segundo pesquisas do autor, no ABC, registra: “em um riacho, um caboclo pescou uma grande piranha. Preparou e salgou o peixe, levando-o para sua casa. Lá chegando, verificou ter-se esquecido do cutelo. E disse ao filho, “Vá ao porto da piranha e traga o meu cutelo. Essa versão foi passando por gerações, e seria a razão de o lugar ter ficado com a denominação de Piranhas. Foi elevada à categoria de vila, em 03/06/1887, pela Lei 996, tendo sido instalada em 14/12/1887. Em 16/04/1891, foi emancipada”. .... “Em 1939, passa a chamar-se Floriano Peixoto, porém, em 1949, voltou ao seu nome original de Piranhas”. E a contribuição dos Piranhenses?

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Vai muito além desses registros que aqui vou citar. O primeiro periódico foi – A Locomotiva –, surgiu em 01/06/1880, inicialmente quinzenal e de propriedade da Sociedade Clube Literário Democrático do São Francisco e, depois, de José Seixas. A história do município se preserva, desde 12/10/1982 no Museu do Sertão, com uma iconografia do Cangaço, peças ligadas à Ferrovia Paulo Afonso e navegação a vapor, costumes da população ribeirinha retratados em peças. O escritor, professor e juiz federal, Rosmar Antonni Rodrigues Cavalcanti de Alencar, (e sua genitora, a médica, poetisa e compositora, Rosiane Rodrigues Cavalcanti, são filhos ilustres de Piranhas. Da mesma forma: os políticos Inácio Loiola (que já foi vereador, prefeito, Secretário de Estado e, hoje, é Deputado Estadual); Washington Luiz (é Desembargador do TJ-AL, advogou e, foi Deputado Estadual e Secretário de Estado); o saudoso Maestro Egildo (que, além de maestro, foi artesão, flautista, luthier) e, também, o saudoso Luiz Gonzaga da Silva (professor, violonista, compositor, marceneiro e alfaiate). É bom lembrar que o Jararaca, cantor de emboladas, violinista, humorista e compositor, que fez dupla com Ratinho, iniciou sua carreira artística em Piranhas, em 1915. Mas, a música como se observa vem da banda municipal, que teve início em 1956, e reativada, posteriormente, em 1989 levando no nome de seu fundador e mestre, Banda de Música Mestre Elísio, que nos dias atuais é dirigida pelo Willamy Franciel dos Santos Isidoro. Que esta Antologia de Piranhas, nos traga novos escritores e poetas, que serão incorporados ao ABC, com suas biografias

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Inês Brito

Inês Alves de Brito, é Professora e amante das letras, ama escrever poesias, é artista plástica, suas artes são pintadas com a alma, é artesã. Graduada pela faculdade VALE DO ACARAU-UVA. Pós Graduada em Gestão e Educação pela UNIVERSIDADE PIO-DÉCIMO. Mestranda pela UNIVERSIDADE INTERMERICANA. Ocupa a cadeira de número 04 (quatro) como Membro fundador da Academia Canindeense de Letras e Artes – ACLAS.

O que é o amor O amor tem seus segredos suas angustias e dor. Tento entender de tudo mais só não entendo o amor. Da raiva eu peço desculpas, paro repenso o que ouvi. Com pouco tempo esqueço pois de raiva nunca sofri. Da mágoa eu nem me lembro porém tal sentimento nunca sentir não sei se a mágoa existe e se existe nunca vi. Ao respeito eu me rendo acho lindo e dou valor, respeitar é preciso sem olhar raça e cor. Tudo isso eu estou falando é so pra entender o amor. A alegria? ah! Essa eu admiro a onde eu estou ele está, ela me acompanha sempre em qualquer lugar, com ela o tempo passa rápido você nem lembra da dor. Mas ainda não entendi a onde estar o amor. Se dizem que é verdadeiro eu posso acreditar pois o amor quando é grande ja mais pode acabar. O amor para ser grande tem que se ter cuidado, pois o amor é um cristal que a qualquer momento é quebrado.

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Jany M.

Jany Monteiro, nascida em Piranhas-AL. Escritora amadora desde criança, atualmente está expandindo seus textos via internet no perfil @adaptandoo Nordestina, seu sonho é levar cultura alagoana diante de seu país. Contato: jany01sm@gmail.com

Você sabe o quanto significa, ser você? Eu tentei dormi pra ver se a dor passava mas fui surpreendida quando acordei. Inútil foi saber que ela só aumentou. E que uma manhã de segunda-feira é triste quando não tem mais motivo pra continuar o resto da semana. Sobrevivente sou eu após sofrer um ataque sentimentalista. Realista foi a dor que não mediu esforços para deixar a verdade sobre tal fato. Guerra faz você um guerreiro e a dor se sentir um fraco. Diga quem acordou bem apois dormi com um coração magoado. A dor é inevitável mas sara se você estiver interessado. Reconciliação com o coração é mais do que um abraço apertado de um parente distante. É uma confirmação para seguir a diante. E eu, que a sorte nunca usei Me senti sortudo por avançar essa fase e vencer.

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Kelvia Vital

Kelvia dos Santos Vital - Natural de Arapiraca, residente em Santana do Ipanema - Alagoas. Professora da rede municipal de ensino, tem sido reconhecida pela participação efetiva em atividades lítero-culturais. Descobrindo-se escritora, vem desde 2016, publicando seus textos em antologias por todo Brasil. Recebeu o Prêmio Nordeste de Literatura da Literarte e o Prêmio Canindé de Literatura. É Membro Correspondente da Academia Canindeense de Letras e Artes – ACLAS, Vice-Presidenta da União Sertaneja de Escritores – USESC/AL e uma das idealizadoras da Antologia e do Encontro Santanense de Escritores, Leitores e Fotógrafos.

Assustadora Ah! Então eu te assusto? Realmente! Assusto esse teu machismo quando decido viver como quero. Aterro tuas ideologias conservadoras que reproduzem um comportamento animalesco. Atemorizo tuas verdades extremistas que limitam as minhas verdades. Alvoroço tua alma hipócrita que se mostra podre diante da áurea leve que me envolve. Abalo a carniça da tua estrutura intelectual que se dissolve mediante meu bom senso. Espanto os vermes que comem tua mente desativada da realidade. Surpreendo tua vida medíocre com a simplicidade da minha. Amedronto teu jeito de agir quando se mostra superior, mas não passa de um Zé Ninguém. Assombro teu caráter mesquinho ao pensar somente em seus desejos covardes. Apavoro tua boca fedida... de quem comeu os próprios restos mortais. Sobressalto- me! Não por ser assustadoramente polida de caráter satisfatório. Mas, por não querer ser como você: oco de amor próprio e entupido de orgulho.

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Lícia Maciel

Lícia Cibelle Maciel Carvalho nasceu no dia 27 de setembro de 1992 na cidade de Santana do Ipanema-AL. É graduanda do curso de Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. É colunista no Site Giro102, membro correspondente da Academia de Letras do Amplo Sertão Sergipano – ALAS e da Academia de Letras do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul- ALB. Atualmente ocupa o cargo de secretária da União Sertaneja de Escritores do Estado de Alagoas-USESC/AL, é uma das idealizadoras do Encontro de Escritores e Leitores em Santana do Ipanema e da Antologia Santanense. Contato: liciacibelle@hotmail.com

Tem gente Quando Deus coloca pessoas em nossa vida, sempre tem um propósito envolvido. Talvez você possa aprender ou ensinar, ser consolado ou enxugar as lágrimas, ser namorado ou apenas amigo. Seja lá qual for o motivo, é sempre bom saber que temos alguém que nos quer bem e sem pedir nada em troca oferece o seu melhor. São nos pequenos detalhes que encontramos a mudança de nossos dias! Você pode ter tido um dia horrível, mas de repente vem alguém e com um simples “oi tudo bem” transforma seu choro em sorriso. E tudo muda num passe de mágica! Tem gente que chega de mansinho assim como a brisa leve de uma manhã de domingo à toa, como o orvalho da manhã, como um fim de tarde, como uma conversa boa. Essas são uma das melhores coisas da vida, a doce leveza da espontaneidade! Esse alguém não precisa ser igual a nós, basta nos dar os melhores “bom dias”, os melhores abraços e consequentemente as melhores lembranças... Obrigada por ter me dado a oportunidade de te encontrar, irei fazer valer cada segundo ao teu lado, e, que seja eterno enquanto durar.

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Marcelino Brito

Marcelino Carvalho de Brito, administrador de empresas, gestor de recursos humanos, escritor, contista e poeta! Nasceu no dia 17 de abril de 1963 no povoado da Ipojuca, cidade de Arcoverde, Sertão do Estado de Pernambuco. Membro da Academia Maceioense de Letras, desde 05 de abril de 2018.

Quem me Conduz, Sou Eu! Sou eu na imensidão do Mar, aquele pingo d’água que impulsiona as ondas a chegarem à praia! Sou eu quem dita às regras nas noites e manhãs da minha andante vida! Sou eu quem conduz os pensamentos da minha imaginária mente! Sou eu quem decide qual amigo permitir, que siga ao meu lado em minhas decisões! Sou eu quem conduz meus passos, sem empecilhos e desequilíbrios emocionais! Sou eu quem me permite olhar meu passado com a certeza do dever cumprido! Sou eu quem decidiu ter a certeza do respeitar a mim mesmo, sem as incertezas induzidas por opiniões alheias! Sou eu quem assumiu em ter a tolerância de dar o perdão! Sou eu dono dos meus atos, sem a inconsequência arbitrária de toda uma vida, pautada e ordenada em decência! Sou eu quem decide o pulsar cadenciado do meu coração, movido à emoção daquele que de mim depende! Sou eu, somente eu, que conquistarei meu destino dentro do Plano Divino, abençoado por um Pai que aprendi a chamar de “Meu Deus”.

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Sou eu quem sabe que a decisão está em minhas mãos, de um livre arbítrio que me equilibra a caminhar a passos vagarosos, e sempre, em busca de um SER conduzido ao húmus sólido e seguro de uma vida que não deixa a certeza sem saber, quem lhe conduz, sou eu! Sou eu quem pensa e decide o que sou, pois, acredito no que sou e no que posso ser! Motivado por uma Fé de luz, que ilumina minha vida e meu SER, “JESUS”!

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Marcello Fausto

Marcello André Fausto Souza Data de nascimento: 16 de Setembro de 1965; Profissão: Professor da Rede Pública Estadual e Municipal Formação Acadêmica: Bacharelado em História e Pós Graduação em GeoHistória pelo CESMAC; Membro da Loja Maçônica Benfeitora da Ordem “Amor à Verdade” em Santana do Ipanema; Vice-Presidente da Academia Santanense de Letras, artes e ciências - ocupa a cadeira nº 13 José Lucena de Albuquerque Maranhão; Produtor e Roteirista de curta metragem para o cinema. Obras publicadas:: “Lampião em Alagoas”, “Negros em Santana”. Participação nas antologias “escritores Canindeenses”, “Escritores Santanenses”, “A sombra do Umbuzeiro”. Curtas metragens: “Uma saga Caeté” “O mar de Corisco”.

Uma noite nossa Hoje a noite é nossa e de mais ninguém ! De um só sôpro apagamos a luz do bairro ! Até os vaga-lumes que tinham convites, embaciaram! Agora só como testemunha de nossa cópula, a inóspita lua. Sem a vergonha que tínhamos em demasia, mandamos embora, para junto do ocaso. Somente a cumplicidade nos resta! Nossos corpos já cheiram a ambrósia! O pólen de nossas entranhas já incensa os quatro cantos de nosso ninho. Transpiramo-nos, como se fôssemos viajantes do deserto em busca de um tesouro no meio das dunas! Nossas bocas já secas, poucas palavras proferimos! O tempo já não nos deixa dialogar, Temos muito medo que é sol nos veja! Mesmo que a noite nos guarde, o arrebol conspira com os poucos objetos que se encontram em nosso quarto. Emparedados numa guerra de suor e saliva, encaixamo-nos como se fôssemos figuras geométricas de um brinquedo infantil. A temperatura dos nossos abdomes sobe numa inconstante volúpia. Acontece o inesperado, o prazer que sentimos é tão grande, que nos faz insanos, até o ponto de imploramos que nossas almas saiam de nossos corpos para apagar a luz da lua. Já não queremos mais cúmplices, não queremos mais o não permitido. Rolamos na cama com nossas bocas coladas, quase morremos sufocados! transcedentados, caímos no chão como asteroides que rompem atmosfera e

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caem na superfície terrestre. Entre gemidos e sussurros, somente um vocábulo sobressai no meio da luta, num mesmo tom, no mesmo instante e na mesma afinação de um coral de ópera: eu te amo! Estamos chegando perto do fim! A noite que era longa já quer ir embora! Por fim, a nossa guerra acaba, nossos corpos já estão em paz e felizes de tanto amor! Entre os mortos e exaustos, estávamos nós, estendidos no chão num quarto quase vazio, já vestidos e recebendo os primeiros raios do dia.

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Massilon Silva

Massilon Ferreira da Silva, alagoano de Pão de Açúcar, residente em Aracaju, escritor e poeta, membro da Academia Sergipana de Cordel, cadeira 18 e Academia de Letras de Pão de Açúcar, cadeira 19.

A vidente da praça da Sé O mês era dezembro e eu estava em São Paulo, de passagem para o Rio de Janeiro, onde assistiria a queima de fogos de Copacabana, na minha opinião “o maior espetáculo da terra”, muito embora a expressão seja utilizada para designar a suntuosidade dos desfiles da Sapucaí, também na capital fluminense. Na capital paulista visitei um velho conhecido com quem combinei de almoçar naquele dia. Meu amigo trabalha em um prédio de escritórios localizado numa rua próxima à Praça da Sé, onde fui esperá-lo, ali chegando por volta de onze horas de uma bela manhã de sol. Naquele logradouro, pessoas de várias idades, sexos, condições sociais, iam e vinham em todas as direções, por vezes parando outras vezes apertando o passo, cada uma tentando chegar a ou vindo de algum lugar. Misturavam-se num autêntico frenesi, estudantes, profissionais liberais, militares, religiosos, mendigos e turistas, estes que, assim como eu, apenas olhavam, sem ser parte daquela mistura heterogênea de cores e raças no seu vai-e-vem cotidiano. Enquanto aguardava a chegada do meu amigo fiquei passeando pela praça, demorei um pouco numa banca de revistas antigas e voltei a caminhar sem nada pra fazer. Em um dado momento avistei uma aglomeração ao redor de uma mulher que, devidamente instalada em um banco da praça exercia seu ofício de advinhar o futuro das pessoas pela simples leitura da mão. Além de atender aos consulentes que de forma voluntária a procuravam, conclamava os passantes para uma providencial consulta, ocasião em que desfiava suas predições, sempre de forma remunerada. Pois bem. Ao primeiro convite não atendi por razões óbvias. Um ateu convicto, intelectual de mesa de bar e quase comunista acreditando em profecias e coisas do tipo seria a última coisa a fazer. O tempo foi passando e dando lugar para que a vidente me chamasse por mais outras vezes e eu, sem outra coisa a fazer, finalmente resolvi saber o que o futuro me reservava. Afinal não passaria de simples e desinteressada consulta, sem maiores consequências. Nada tinha a temer, pois com certeza as

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possíveis revelações não se pareceriam nem de longe com aquelas narradas por Machado de Assis em A Cartomante. Ali, como todos sabem, desenrola-se o drama vivido por Vilela, Rita e Camilo, cujo triângulo amoroso termina em tragédia, mas este definitivamente não era o meu caso. Nada a temer. Raciocinei assim: aqui estou no centro de uma das maiores cidades do mundo, em meio a milhões de pessoas, a uma distância incrível do meu lugar, portanto um ilustre desconhecido, ninguém será testemunha, então não custa nada ver minha sorte. Por sorte minha (com perdão do trocadilho) ao me aproximar do banco/consultório da quiromante uma pessoa passou à minha frente posicionando-se para imediato atendimento. Perdi a vez. Logo em seguida meu amigo chegou, fomos almoçar e eu escapei. Infelizmente, para a simpática advinha, fui um consulente a menos. Fui ao Rio, vi de perto a queima de fogos e voltei a Aracaju. Dias depois, ao subir as escadas do fórum da Justiça Federal dei de cara com uma amiga que trabalhava na prefeitura de Malhador, pequena ciidade do interior de Sergipe. Suas primeiras palavras foram para dizer que tinha me visto em São Paulo no mês de dezembro. Passando em meio aquela multidão barulhenta chamei por seu nome mas você não ouviu, disse-me ela. Para me certificar da veracidade de suas palavras perguntei a hora e o lugar. Resposta: dia 28, por volta de meio dia, na Praça da Sé. Quase morri só de imaginar minha cara, no caso de ter sido apanhado em flagrante de um delito que por sorte não cometi. Conclusão: Por pouco não me pegaram com a mão na massa, isto é, na vidente.

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Mayanne Milla

Mayanne Milla dos Santos Vital - 10 anos, nascida em Santana do Ipanema, mas atualmente mora e estuda no município de Delmiro Gouveia – Alagoas. É uma pequena apaixonada por leitura e vem produzindo textos diversos, porém se dedica mais à escrita de fábulas. Participou de diversas antologias nos estados de Sergipe e Alagoas. Além de ser selecionada, também, para compor a “III e IV Antologia Literária da Loja Maçônica Cotinguiba”, em Aracaju- SE. Suas participações só demonstram que o universo das letras vem ganhando mais uma estrela literária. Autora do livro infantil: A Joaninha sem pintinhas (em produção).

O urso e a formiga Era uma vez um ursinho que estava com um delicioso pote de mel e muito ansioso para comê-lo. Bem de longe, ele ouviu seu amigo leão pedindo ajuda e então foi ver o que estava acontecendo. Deixou seu pote de mel ali perto, debaixo de uma árvore e correu. Uma formiga que estava passando, viu aquele pote bem grande de mel, mas não sabia que era do ursinho, pegou e levou para o formigueiro. Quando o ursinho voltou, viu que o pote não estava mais ali e ficou muito triste. Ele saiu procurando...procurando, até perguntar para a tartaruga. Ela disse que tinha visto uma formiga com um pote de mel indo para o formigueiro e o ursinho foi até lá. O urso achou o formigueiro e falou para ela: - Por favor, Dona Formiga, devolva meu mel! Ela não devolveu e fugiu para outro formigueiro. O ursinho saiu andando. Andou, andou até encontrar migalhas bem pequenas pelo caminho e as seguiu. Acabou indo para outro formigueiro e lá estava a formiga. De novo ela não quis devolver. Foi assim que o ursinho teve uma ideia e disse para ela: - Dona Formiga, se você me devolver eu lhe dou um pote de mel para seu tamanho! E a formiga concordou. Devolveu o pote ao ursinho. Ele colocou um pouquinho do mel, os dois comeram juntos e também dividiram para todos os amigos.

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Nívea Alves

Nívia Alves Tenório, é natural de Santana do Ipanema–AL, onde reside até os dias atuais, nasceu em 18-10-1996. Nívea, é graduanda em Serviço Social. Escreve desde 2010 e em 2015 deu início as publicações de suas obras em seu blogger: Amor Entre Linhas, onde escreve poemas, contos e crônicas. Contato: niveaalves214@hotmail.com / (82) 99631-5946

No momento em que eu partir No momento em que eu parti, nunca foi minha intenção te ferir. Não foi fácil te deixar, por favor, me entenda, nunca deixei de te amar. No momento em que eu parti te deixei meu coração e fiquei com a solidão, minha vida não teve brilho, as lágrimas foram minhas companhias, no momento em que parti pensei no melhor para você, te deixar feliz, te deixar viver. No momento em que eu parti meus pensamentos sempre me levaram a você, a saudade machucou e as lágrimas mais uma vez ameaçavam cair. Eu pensei em sua felicidade, eu pensei em seu sorriso, eu me torturei o tempo todo lembrando de que partir foi o meu erro, deveria ter ficado e te abraçado, deveria ter dito o quanto eu te amo, mas fui covarde demais. Um dia irei voltar, não te peço que me espere, eu posso demorar, mas eu peço que acredite que partir era minha única opção, não planejei, mas, por favor, me compreenda, se te magoei foi tentando fazer o certo, mas o certo ficou incerto e minha covardia é grande demais para eu encarar–te e dizer–te que partir foi o meu maior erro e se caso um dia ainda me amar, eu encontrarei um jeito de te encontrar.

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Vieira Santos

Paulo Vieira Santos, Escrivão Judicial lotado na Secretaria Judicial da 1ª Var Cível da Comarca de Estância, autor da Letra do Hino Oficial de Cristinápolis/SE, Membro Efetivo da Academia Cristinapolitana de Letras e Humanidades - ACLH, coautor do livro da Antologia do 2º Encontro de Escritores Monte Alegrenses e Convidades, também. coautor do livro da 5ª Antologia de encontros de Escritores e Leitores Canindeenses e Convidados, autor do livro acadêmino “Juizado Especial Cível - Os acordos judiciais e seus efeitos sociais na Comarca de Cristinápolis, no período de 1996/2006”, Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Civil e Processial Civil.

O valor da sobrevivência Um programa global de televisão, numa manhã de domingo, logo após a Santa Missa, recorrendo a várias entrevistas, fez brilhante trabalho de reflexão sobre “o que aconteceria depois da morte com as pessoas?”; debatido o tema com a maioria dos convidados que estavam ali representado algumas entidade religiosas no Brasil, já que este País é muito grande, com mistificações diversas, várias raças nacionais e estrangeiras e vasta diversidade de religiões, cada um com sua doutrina e conceituçõ religiosa, defenderam seus pontos de vista; enquanto, para algumas, apenas a carne é que morre, já que o espírito ficaria num espaço (entre a vida e a morte), para outras, os bons estariam sentados na presença de Deus, e os maus numa outra dimensão totalmente diferente da nossa, em ambos os casos aguardando o julgamento final. O tema trouxe grande curiosidade para os telespectadores, por ser atualíssimo e esperançoso, já que o homem procura ser a prórpia semmelhança de Deis, um ser imortal em busca da eternidade; esquecendo muitas vezes de rezar e pedir ao Pai Celestil sua salvação; bem como, de grande importância para a ciência, devido os vários conhceitos filosóficos que alimentam cada vez mais os conhecimentos científicos; pois, ninguém retornou da prefalada morte declarada pela medicina científica moderna, com todas as paradas dos membros vitais para a sobrevivência do ser humano, para os dizer como que é por lá. A vida na sociedade contemporânea tem pouco valor, já que o sistema capitalista de sobrevivência (onde manda quem pode e sobrevive quem tem juízo de obediência) deixa o homem refém de si mesmo, sem direito a escolha, pois na natureza sobrevivm os mais fortes; todavia, fazendo uma semelhnça entre o valor da sobrevivência e o direito dos poderosos, chega-se a uma conclusão de que a vida para os menos fvorecidos tem pouca significância em relaçõ aos demais crimes para a sociedade. Um novo fenômeno estaria acontecendo, onde o certo é o que se conceitua como errdo e vice versa; a vida sempre teve valor espcial em relação aos demais bens personalíssimos, pois sem sua existência não teria significdo lgum; chegria ao ser único, já que uns matando outros, apenas um sobreviveri; não é o que parece que esteja ocorrendo, vida perdeu seu valor, o homem não respeit mais o seu próximo; a religiõ ficou em desuso; os pais são apenas patrocidadores; os princípios são para os formadores do direito, já que o povo não tem respaldo nem valor, apenas existe, e vida continua como se nada existisse.

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Poesia Coautores Piranhenses & Convidados



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Alex Xela Lima

Alex Xela Lima é o pseudônimo de Alexsandro de Lima Pereira. Xela, formado em Letras (Inglês-Português), é escritor e professor das redes municipal e estadual de ensino na Bahia, leciona língua inglesa e língua portuguesa, e é Superintendente de Educação Cristã. Natural de Paulo Afonso-BA, é, ainda, praticante de mountain bike e amante dos quelônios. Explica o escrever como uma “nobre doença divina”. Escreve para que o leitor sinta, reflita e para que deseje conhecer mais. Define-se como “Só pó. Pó de Poesia”. Possui um livro de poesias publicado, Cinquenta Tons de Poesia, e vários textos em diversas Antologias poéticas e sites.

Novidade I Vi Vida Nova Novidade Nova Idade Ida Vida Vivida Ida vinda Vinda e finda

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Auri Lopes

Raimunda Aurinelia Lopes de Moura. Sou pedagoga com especialização em Educação Infantil. Me chamam Auri Lopes, e eu prontamente atendo. Rsrs. Vivo na periferia de Fortaleza, Ceará, onde os teimosos quase sempre vencem. Sou poetisa desde vidas passadas. Encantada com o ofício, novamente o abraço nesta existência. Sou mãe de Artur, Alan, Rebeca, Sofia e Luiz Mário e meio de Nayara com meu parceiro Antônio Lopes, temos orgulho do “trabalho” que estamos fazendo. Essas páginas ficarão para a posteridade! Um dia, espero que pequenas mãos de meus netos, a começar por Maria Laura, bisnetos, tataranetos, por elas passem, tateando a arte e buscando dentro de si o que melhor nos conecte. Essa é minha terceira antologia, mas tem para mim um gostinho especial. Homenageio aqui minha mãe, D. Neném, que rogo a Deus novamente encontrar. Temos agora só o bater apressado do coração de nosso pai, José Saraiva, mas em cada um de nós a senhora está perpetuada! Amor rumo ao infinito!

A Arte de Gerar Há anos atrás Em teu ventre contida Pulsava uma vida Louca e voraz Querendo que em paz Chegasse sua hora Para pular fora Daquele espremido E em um gemido A vontade aflora

Saciaste minha fome Minha frauda trocou À mim batizou E deste-me um nome. O tempo não consome O que é valioso E hoje orgulhoso Bate em meu peito Com todo direito Um coração saudoso.

Depois de nascer Aquela menina De incerta sina Como deve ser Viria à querer Teu seio sugar E a fome matar Com o teu auxílio Buscando exílio Em teu leve ninar.

Sei que não resiste À este areal O teu corporal O que acho triste Pois nada existe Que tivesse laço Maior que o abraço Que quero te dar Para apaziguar Este meu cansaço

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Cansaço tão grande Que tenho no peito Que em desembesto Ligeiro se expande E fica tão grande Tão insuportável Torná-lo estável É tarefa difícil Parte do ofício Mais admirável. Mãe hoje é dia Do meu aniversário Rezarei um rosário Em Ave Maria Em tua companhia Queria estar Para apaziguar Toda minha vida E o sangrar da ferida Que não quer sarar. Estar separada É muito difícil. Mas à este ofício Estou predestinada. A nossa jornada Rompeu por aqui O que há de vir Quem sabe é Deus Que cuida dos seus Sem nada exigir.

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Aurora Maria

Maria de Fatima Aragão Soares, filha de Cícero Zacarias Soares e Cícera Zacarias Soares, dois humildes camponeses do Sertão sergipano. Natural de Poço Redondo, cidade onde reside. É amante da literatura, ama escrever poesias e fotografar a beleza da natureza. É estudante, cursando o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Professor Justiniano de Melo e Silva.

Estrada da vida Na estrada dessa vida agora sim eu aprendi a caminhar, Depois de muitos tombos, Depois de muitas desilusões, Ilusões criadas da minha imaginação As quais, somente eu as destruireis, Depois de muitos acertos e desacertos. Apreendi que ninguém é digno daquilo que não correu atrás para conquistar. Que, para chegar ao jardim de flores É necessário passar pelo deserto de espinhos Que é pra quando chegar ao jardim Conversar com as mais belas flores do campo. E o vento soprar em ti trazendo A brisa de uma manhã de primavera Com o perfume do lírio do campo, E essa sensação adentrar em tua alma. Saberes: o que passou e viveu para chegar aonde chegou, é para aprender a valorizar o que conquistou. Saber que deserto nenhum é pra vida toda, tudo passa... Que besta é aquele que vivi do passado, Se perguntando como seria se não tivesse passado O que passou, ou feito o que fez. Aprendi que não há tempestade que não passa e vento que não se acalma na estrada dessa vida.

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Bandeira

Antônio Marcos Bandeira. Pós-Graduado em Gestão e Coordenação Escolar. Graduado em Licenciatura Especifica em Português. Professor de Artes, Língua Portuguesa. Método CIS- Federação Brasileira de Coaching- Flórida Christian University Formação para Formadores Deficiência Visual- ACEC-Associação dos Cegos do Ceará. Representante Brasil Suiça em Cultura Popular com Textos em Cordel:Publicados na Revista Varal do Brasil- Suíça-Estados Unidos- Jornal Vida Brasil. Participou da FLI7- Festa Literária Sete de Setembro e Congresso Brasileiro de Educação. I Ceará em Letras-UFC. IV Congresso de Escritores Poetas e Autores do Estado do Ceará Poeta/Cordelista- Dentre os mais de 70 cordéis escritos tem um, publicado no Livro de Geografia do Projeto Pitanguá: Editora Moderna- São Paulo/SP. Poeta- Participou do Concurso Literário: Viagens Poéticas do Espaço Cultural Templo da Poesia 1.Texto publicado na V Antologia dos Autores, Poetas e Convidados Canindeenses em Canindé de São Francisco Sergipe-Julho-2018 2. Cordelistas Contemporâneos lançada em 01 de Junho de 2017 em Recife, e, esta inscrita no Guness Book World Records. Professor, ator e diretor de teatro. Mestrando em Literatura-(Ouvinte do curso) I LITERARIII Feira Brasileira do Cordel- Agosto- 2018 VII RECITATA- Festival Recifense A Letra e a Voz- Ficou em 5° Colocando dentre os 69 participantes do País. Bienais Internacional do Livro do Ceará.

Teus 0lhos À Minha amada:Maria de Lourdes Fernandes Teus olhos amor! É beleza de mar! De encantamento!!! De amor e amar!

Teus olhos, baixinha É sinceridade É cheiro de rosa É amizade

Teus olhos querida É cumplicidade. Deus te deu-me Felicidade!!!

Teus olhos minha linda São minha luz Amo você Teu amor me conduz.

Teus olhos minha vida É minha coragem! Teus olhos amada É minha viagem Teus olhos minha flor É alegria Festa, desejo És minha poesia

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Biel Souza

Sou Gabriel de Souza Aragão, filho de Maria de Lourdes Castro de Souza e Josevan Gomes de Aragão. Resido no pacatp município de Poço Redondo. Adoro viajar, ler poemas. Comecei a gostar da escrita través do meu primo que me incentivou a escrever, peguei o gosto da escria e me aprofundei mais nela criando os meus primeiros poemas. Estudo no Colégio Professor Justiniano de Melo e Silva, e foi nesta instituição que conheci pessoas que também me incentivaram a continuar escrevendo. Moro com minha mãe, minha irmã e meu padrasto em uma casa simples no bairro da cidade.

Mundo de falhas Eu vivo em um mundo cheio de falhas Em um mundo cheio de desgraças Em um mundo sem compreensão Onde ninguém ajuda o cidadão De cidade a cidade, De estado a estado, Discutem-se os mesmos problemas Mas sem nenhum resultado. Falta emprego! Falta educação! E os políticos falam que as mudanças virão, Mas de onde vem e para onde irá...? Essas mudanças que nesse mundo Cheio de falhas não há de chegar!!!!

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Carla Cristina de Oliveira Gomes

Carla Cristina de Oliveira Gomes, nasceu em Aracaju, SE no dia 27 de janeiro de 1976; é filha de João Bartolomeu Gomes e de Maria Elza de Oliveira Gomes; solteira; formada em Pedagogia com Habilitação em Administração Escolar e Pós-Graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional.( Faculdade Pio Décimo). Servidora Pública. Atualmente, exerce a função de Pedagoga e Psicopedagoga nas redes de ensino Pública e Particular. Acredita que a família é o centro de tudo. E que o Amor, a Humildade e a Fé abrem todas as portas. Escritora e Poetisa. Tem seus poemas publicados em Antologias Literárias de Sergipe, 3º Encontro Sergipano de Escritores Seleta, Antologia Poética Poete-se, 1ª Antologia dos Escritores Aracajuanos e Convidados, I Antologia Poética de Sergipe 1ª Encontro Sertanejo de Escritores, 3º Encontro de Escritores Canindeenses e Convidados, Revista Virtual Poemas do Brasil, Antologia Virtual e Internacional LOGOS-FÊNIX, Antologia Poética Recite-se, I Antologia Poética do Sarau Sergipano de Mulheres, 4ª Encontro Sergipano de Escritores Seleta, Revista eisFluência e Criticartes.

Alma Que Chora Alma Que Chora Estou aqui Se escondendo no medo Coração estagnado Sem perdi clemência Momentos lembrados Alma que chora Sem estar a teu lado Se escondendo no medo De não mais te encontrar Refém de meu coração A minha dor se mistura a multidão Perdida em meu desespero De não te encontrar Aguardando com paciência Por onde quer que eu vá Esperança vazia Por não te encontrar Alma que chora Mudará minha sorte Tocarás em minha mão Dirá que não fui esquecida Em seu coração.

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Ceiça Viana

Maria da Conceição Silva Viana, filha de Mirian Silva Viana e José Viana filho, natural de Neópolis – SE, brasileira, solteira, mãe de Laryssa Emmanoele Viana da Silva e José Emmanoel da Silva Júnior, licenciada em Letras, Português e Inglês, especialista em Didática do Ensino Superior, Direito Educacional e Mestra em Ciência da Educação - Interdisciplinaridade e Subjetividade pela UNASUR. Professora de Educação Básica, atualmente trabalho como Coordenadora do Departamento de Ações e Gestão Educacional – DAGE e Coordenadora Municipal do Programa Novo Mais Educação, Programa Mais Alfabetização, Prestação de Contas dos Programas Educacionais das Unidades Municipais de Ensino da Secretaria Municipal de Educação de Canindé de São Francisco, estado de Sergipe e Coordenadora Municipal do Fórum Municipal de Educação – FME, como também, Professora de Educação Básica da Rede Municipal de Ensino do município de Olho D´água do Casado, estado de Alagoas e Coordenadora de Programas Educacionais e Prestação de Contas das Unidades Executoras das Unidades de Ensino. Produzi textos poéticos nos livros de Escritores Canindeensses e Convidados nos anos de 2015, 2016 e 2017. E livro Encontro Sergipano 2017. Membro fundador e efetivo da Academia Canindeense de Letras e Artes – ACLAS. Inspirada pelas letras, tenho por paixão a escrita através de prosas, poemas, artigos e os mais variados textos dedicados a experiência da vida humana, a natureza e a Deus.

Encantada Natureza A natureza apresenta A magia da vida Trazendo algo inusitado Que nos deixa surpreendida Buscando eu vou o universo Criado por nosso Divino Pai Pra nos conceder bênçãos De amor, carinho e paz. O encanto das estrelas Ilumina o nosso olhar E o brilho que o sol irradia Facilita o ato de amar Amar é tão somente Um sentimento muito lindo Mostrando que a natureza é capaz De evidenciar que somos bem vindos.

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Charles Cordel

Charles Cesar dos Santos, nascido em Paulo Afonso – BA, no dia 12 de Setembro de 1972, filho de José Pereira dos Santos e Nerci Maria dos Santos. Reside em Santana do Ipanema-AL, desde os 08 anos de idade. Formando em Pedagogia pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL; Curso Técnico em Secretaria Escolar, pelo Instituto Federal de Alagoas – IFAL. CORDELISTA, participou de quatro antologias: IV e V Encontro Canideenses de Escritores e Leitores e Convidados com o texto em cordel “SECA”/ “NO SERTÃO DA POESIA”, I e II Encontro Santanenses de Escritores e Leitores e Convidados com o texto em cordel “A CHUVA NO SERTÃO”/ “AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO”. Ministrou aulas de cordel (por dois anos),onde despertou em crianças e adolescentes o gosto pela leitura e a arte de poetizar. Apresentou seu 1º livreto de Cordel “O NASCIMENTO DE JESUS” em Setembro de 2017 na Bienal do Livro em Maceió, onde foi convidado a fazer parte da Academia Alagoana de Literatura de Cordel. CONTATOS: E-mail:charlescesar2011@gmail.com Fone: (82) 98189-2047 / 9 9992-7807

Ser professor (a)” Ser professor é conquista É viver muita emoções É semear boa semente Entre muitos corações É a profissão que forma Todas outras profissões. (01)

Suas sementes plantadas Elas não ficam a toas Sempre atinge uma área Em gente de “mentes boas” E quase sempre é mudanças Na vida de muitas pessoas. (04)

Precisa de um professor Para um país erguido É o professor que faz Um povo evoluído É quem ver potencial Em muitos casos “perdidos”. (02)

Pesquise, trabalhe e lute Conquiste o seu valor Trabalhe com seriedade Com boa dose de amor E sempre será importante A profissão de professor.

A força de um professor Nunca vai sair de cena Trabalhar só por dinheiro! Assim você se condena Ame sua profissão Porque vai valer a pena. (03)

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ANTOLOGIA

Acróstico B om seria ver na prática R espeito amor e verdade A traindo sentimento S orriso e fraternidade I nspirando as emoções L ibertando a humanidade.

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Claúdio Dortas

O Poeta e Escritor Cláudio Dortas Araújo, é natural da Cidade Itabuna, do Estado da Bahia, reside na Cidade Berço da Cultura do Estado de Sergipe, estância, onde nasceu o 1º Jornal O Recopilador Sergipano. É Autor dos Livros de Poesia: Horizontes de Liberdade e Fé (1999), Estrada de Infinito e de Paz (2001), Alumbramentos D’Alma (2010). – Belvedere de Nostalgia e Amores (2017) – Relíquias Dum Poeta (2018) – Colaborador da Imprensa Escrita do Estado de Sergipe e Além Fronteiras (1982/2018) – Sócio e Fundador do Clube dos Poetas Estanciano, Entidade Utilidade Publicas Municipal e estadual, Leis: 819/1991, e 8.092/2016, Fundado em: 24 de fevereiro de 1991 – É Membro da Academia de Letras do Brasil/Suiça. Núcleo de Sergipe (Cadeira nº. 02) – É Membro da ANLPPB (Academia Nacional de Letras Portal do Poeta Brasileiro), Cadeira nº. 41.

Despojamento E deixei... Sem perceber ou mesmo querer Você entrar sem pretensão em meu viver. Naquele instante em que quis estar desapegado, Queria só meditar e assim dessa forma me encontrar. Mas sensível ao absurdo, vi os teus olhos De um jeito que jamais contemplei em outros, A cor da tua pele, teu sorriso sincero, Teus trejeitos ímpares... Como me situar agora, como te decifrar!? Eu apenas sinto, que você sente, Da mesma forma que... eu existo! E quando te contemplo, só me dá vontade De me perder em teu abraço e... eu sinto Que você sentes o mesmo. Impressão!? Mas estás livre para omitir que sentes disforme. Porém, o importante é que quero estar Dentro do espaço, que ocupas, que te satisfaz E completa-me muito mais... tendo por nome: Amor!...

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Cléberton Barboza

Cléberton Luiz Gomes Barboza Graduado em História pela Universidade Federal de Alaoas (UFAL) Campus Sertão, o autor tem escritos e interesses voltados nas áresas de Filosofia e História das Ideias. Trabalha no momento na composição de um livro de aforismos intitulado “Reflexões Marginais”.

As Rosas E você as vê como belas E você se embeleza delas Mas as rosas não choram nem sorriem Apenas existem diante dos seus olhos E você sabe o que vai sentir Mas não sabe o que quer encontrar E as rosas não amam nem odeiam Apenas existem diante dos seus olhos E é você que as torna belas É você que as ama, chora e sorri Mas você jamais existirá entre elas Enquanto elas terão vida Diante dos seus olhos.

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Corrêia Só

Ciro Feliciano Corrêia, baiano de Itamaraju, membro da ACLAS – Academia canindeense de Letras e Artes, iniciando na arte de escrever por insistência de amigos, com textos publicados em outras antologias, trabalhos maçônicos, artigos científicos, e trabalhando com tolerância em novas a serem publicados.

Encontro Não, não posso acreditar Viagem longa, mochila nas costas “Pé na estrada” avante Observando as curvas, aclive e declives Na negritude do asfalto Sei o que quero e onde encontrar Este momento será sublime Um abraço infinito Um sussurro voluptuoso Um leve beijo na face Aquele olhar ativo e penetrante Um semblante que expressa ternura E, finalmente, aquele belo sorriso Se isto não for um momento feliz, O que será?

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Fátima

Érika de Fátima nasceu em Santana do Ipanema, Alagoas, no dia 27 de janeiro de 2000. Recentemente, foi aprovada no curso de medicina na Universidade Federal de Alagoas. Acredita que as palavras não só expressam os sentimentos de quem escreve, mas também revelam a essência do leitor.

Não ame pelas beiradas Não ame como amam os hipócritas que não sabem como é, de fato, amar Não ame pelas beiradas Saciando fracionadamente tua vontade de amar Ame, ao contrário, em excesso Jogue-se nas mais profundas águas do amor E se deixe banhar pelas ondas emocionais que elas podem te proporcionar Ame até quem não sabe amar Porque assim é o amor despretensioso E a ele só cabe Amar.

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Felipe Vieira

Felipe Idalino Vieira do Nascimento é graduando de Licenciatura em História, Pela Universidade Federal de Alagoas – Campus do Sertão, amante da fotografia e trilhas é leitor eclético. Essa poesia cordelada traz à tona a indignação em saber que a planta que é um dos símbolos dos sertões, o umbuzeiro, está na lista das espécies da flora ameaçada de extinção.

Umbu vencido Essa notícia me doeu o coração Saber que essa fruta que acalanta no verão está na lista, ameaçada de extinção Viajante que por Piranhas nas alagoas passou Ave Lallemant disse que dessa fruta provou em 1859 o fato de passou Na passagem do explorador um dos registros mais antigos se encontrou do consumo do umbu nos momentos de necessidade para matar a sede, fome e saciedade. Agora, agoniza sem pés para brotar, assistindo sua queda nas fazendas e terras que insistem em desmatar.

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Flaviana Costa

Flaviana da Costa Lourenço, natural de Santana do Ipanema-AL, filha de uma agricultora e seu pai caminhoneiro, nascida no dia 25 de setembro no ano de 1989. Dentre sete irmãos, foi a única a concluir os estudos. Casou muito jovem, mas dedicou-se a sua formação na área da educação. Em 2009 formou-se como professora no “antigo magistério”, logo em seguida ingressou no nível superior, nos cursos de Licenciatura em Pedagogia pela (UNEAL), e Licenciatura em Matemática pelo (IFPE). É pós-graduada em Psicopedagogia pelo (Instituto Pró Saber - BA). Atuou como professora na rede municipal, estadual e particular de ensino. Trabalhou com turmas de jovens e adultos. É escritora e poetisa, desde criança é apaixonada pelo universo da literatura. Após superar uma depressão que quase a levou a morte, e ver sua amiga e colega tirarem suas próprias vidas. Usou toda sua inspiração para escrever sua própria história, com o objetivo de ajudar jovens a superar a depressão. Usa a arte da poesia e escrita para passar mensagens de superação. Seu trabalho já estar sendo reconhecido em outros estados. Através de pessoas que levam consigo um pouco de sua história.

Sexo frágil Mulher não é sexo frágil Isso venho a discordar, Mulher tem mais pulso Para os desafios enfrentar, Somos guerreiras por natureza E temos a beleza para completar.

Mulheres têm seus momentos Homens aprendam a respeitar, Quando estiverem na fase difícil É de rasteirinha que vão andar, Mas quando superar os obstáculos Em cima do salto, que irão desfilar.

Sabemos cuidadosamente Como da rotina organizar, Acordamos bem cedinho Para a batalha iniciar, Trabalhamos e temos os filhos E uma casa para arrumar.

Não existe mulher de sexo frágil Os homens não sabem valorizar, As habilidades que a mulher tem E com todo carinho dela cuidar, E fica dando uma de machão Querendo tudo ultrapassar, Mas a mulher tem um jeitinho De saber com os homens lidar.

Tem aquelas independentes Que gostam de estudar, Mesmo com toda rotina Sabem como se organizar, Mulher é tão encantada O homem não sabe enxergar, Mas te digo meu camarada Afasta-se, quando a TPM chegar.

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F. M. Fernandes

Fabrine Dayane Morais Fernandes, natural da cidade de Piranhas – Al é poetisa e escritora romancista com duas obras já publicadas: Assim Será (2016) e a Trilogia Enquanto eu... Te amava (2017) que está com a continuação prevista para ser lançada respectivamente 2018 e 2019. Formada em Licenciatura Plena em Geografia, pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, conclui o curso com louvor, apresentando uma pesquisa sobre o uso da literatura no ensino da geografia, mostrando a riqueza literária como fonte de aprendizado interdisciplinar dentro da educação básica. Participou como ouvinte do IV Encontro de Escritores e Leitores Canindeenses e Convidados e também do V Encontro de Escritores e Leitores Canindeenses e Convidados como escritora, publicando o texto “Carta de amor a um esquecido” e por fim participou da II Antologia do Encontro Santanense de Escritores, com o poema “O que há em você?”. Contato: fabrine_morais@hotmail.com.

Desgovernada Tentei me segurar, mas não consegui, É que uma urgência me invadiu e eu precisava te falar: Falar que sinto falta do teu abraço apertado, Do teu beijo apaixonado E do teu corpo quente a me aquecer. Acho que deve ser errado me sentir assim, tão ligada a você... Te quero como o ar que respiro, Sem você me sinto sufocar. Me responde, por que te preciso? Com você eu não consigo ir devagar Me sinto desgovernada quando se trata de sentimentos! Já não sei o que fazer, Só peço que o tempo passe, para que eu volte logo a te ver.

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Helena Alves

Maria Helena Alves dos Santos. Filha de Vadilene Alves e Edezio Gerônimo. Natural de Paulo Afonso, mas canindeense de coração. Estudante de Pedagogia pela universidade do estado da Bahia, leitora apaixonada, uma aspirante a poesia confessa, costuma dividir seu talento entre frases, pensamentos, poesias e romances.

Sem avisar No mesmo instante em que te olhei senti meu coração descontrolar. Senti medo! Medo do que podia ser. Seria um sentimento momentâneo? Por tempos tomei cuidado para não me apaixonar. Fugia de tudo que em mim sentimentos pudesse despertar, Criei bloqueios. Eu era a trevosinha que viveria sempre só, Mas ao te ver (...) Que loucura! Eu quis me aproximar, E assim sem avisar simplesmente aconteceu. E eu que sempre fugia de tudo, hoje me encontro presa no teu abraço, Presa em ti.

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Jania Souza

Jania Souza é poeta brasileira, natural de Natal, capital do Rio Grande do Norte, escritora, artista plástica, ativista cultural, sócia de entidades culturais nacionais e internacionais, publica literatura infantil, infantojuvenil e adulta com treze livros solos e participação em coletâneas, jornais, revistas, sites e prêmios, pode ser encontrada em: www.janiasouzaspvarncultural.blogspot.com

Digressão Pensar e escrever Ações muitas vezes antagônicas Embora em sua índole Devam ser harmônicas Como a sinfonia dos pássaros Que dispensam regência dos maiores gênios. Mergulho nessa dicotomia em busca Da farta pescaria da inspiração Transcrita pelas tarrafas desobedientes Nas mãos do indomável pensamento

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Jarina S. Farias

Jarina Soares Farias, filha de José Oliveira Farias (In memoriam) e Espedita Soares Farias (In memoriam), nasceu no dia 23 de janeiro de 1961 em Santana do Ipanema, divorciada, mãe de cinco filhos: Rondinelli e Ronney (gêmeos), Rondney, Rumenigge e Carla. Graduada em Geografia pela Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim-FABEJA, e em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas-UFAL. Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade São Luiz de França e em Estratégias Didáticas na Educação Básica, com uso das TIC, pela Universidade Federal de Alagoas-UFAL. Autora do texto “SER MÃE” na I Antologia de Escritores Santanenses e Convidados de Santana do Ipanema-AL, e do texto “SAUDADES DE MIM” na V Antologia Encontro de Escritores e Leitores Canindeenses e Convidados. Autora do artigo acadêmico “OS PROFESSORES E A UTILIZAÇÃO DAS TIC EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SANTANA DO IPANEMA” no livro Estratégias Didátcas e as TIC: ressignificando as práticas na sala de aula

Ela Mulher, doce menina Olhar apaixonante Coração colorido Sorriso marcante Face com traços de amor Sonhos magnificantes Desenha seus caminhos Recua na incerteza Tem passos tenebrosos É presa a seus medos Recomponhe-se com a fé Desdenha os desafios da vida Tem atitudes corajosas A ansiedade te apavora Seu anjo a encoraja Estrela que ilumina a noite Meteoro que explode no universo Menina que chora Mulher que é forte Filha que é mãe Mãe que é filha Flor que desabrocha Pétala que cai Música esplêndida Melodia suave Perfume esvoaçante Sentimentos que dói

Alegria que fascina Razão da minha essência Lábios que me ama Poesia do meu coração Bela, és tu Carla, filha minha!

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John Gessinger

João Batista dos Santos. Professor de História formado pela UFS, pós graduação em ensino de História e ensino superior, mestrando em História, poeta, cordelista, amante das letras, artes e cultura.

O menino que voava Eu era alto, muito alto Tão alto quanto o céu Mas nunca gostei dos afagos do sol E por isso usava o chapéu. Sentia o vento nas asas Voava e voava por um longo tempo De dia e de noite Nunca se tinha contratempo. Um dia choveu, E agora como voar? A chuva esfriava, o sonho aquecia E a viagem não podia parar. Mae chamava, pai gritava, irmão me bravejava E eu só voava O céu, o universo, o infinito era tudo real E o tempo, o que era o tempo quando voava? Viajei muito tempo Até que um dia acabou Quando pai ofegante O cajueiro cortou. Eu deixei de ser alto Não podia mais voar No cair do cajueiro Cortaram também meu sonhar

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Josefa C. da Silva

Josefa Cassimiro da Silva, professora dos anos iniciais do ensino fundamental, gosto de escrever sobre algo que me chame atenção no cotidiano. Possui licenciatura em pedagogia pela universidade estadual de alagoas (UNEAL) e pós graduada em Educação do Campo pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). De Palmeira dos Índios, após Emancipação Politica passo a residir no Município de Estrela de Alagoas.

Gente é gente Gente é gente diferente? Gente é tudo igual Gente como eu e você Sente, rir, chora é leal Erra, acerta faz acontecer Gente é gente se inquieta Mas também espera Quando o impossibilita Não (ou) se desespera Gente é gente semelhante Etnia, classe social Não importa é da mesma semente Gente é gente tudo igual.

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Karla Lídia

Karla Lídia de Omena Matos é uma terapeuta ocupacional, bombeira e escritora alagoana. Casada. É mãe do pequeno Ivan, felicidade de sua vida. Considera-se uma pessoa com a sensibilidade aguçada, daí a facilidade com a escrita. Busca encarar os obstáculos de maneira otimista. Ama a vida e procura aproveitar tudo o que ela tem a lhe oferecer.

E esse coração? E esse coração que palpita? Mesmo quando não se agita, Como nunca experimentara. Um mar de ressaca em calmaria. Uma emoção rara. E esse coração que acelera? Como o da mãe, na espera Como o da criança, no medo Cedo ou tarde. Tarde ou cedo. Dúvida. Aflição. Felicidade. Na reforma de sua intimidade, Um mergulho no interior... ... de suas tristezas ... de suas belezas ... de sua frieza ... do seu calor. Todo seu calor! E esse coração que aperta? Um aperto que chega a doer. Uma dor danada de doída. Incógnita desta vida, de tantas que já passei. Sendo alma e tendo corpo. De ambos cuidarei.

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Laércio

Luís Laércio Gerônimo Pereira, nasceu em 05/01/1976, na cidade de Pão de Açúcar-AL. É graduando em História, pela Universidade Tiradentes-UNIT e graduando em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe-UFS. É escritor e poeta; em março de 2018, ingressou na Academia de Letras de Pão de AçúcarALEPA, onde ocupa a cadeira de número 04.

O sertão e seus encantos Distante dos grandes centros, Do tumulto e agitação Eis que existe um rebento, Um cantinho, um torrão, Concentra todo tipo de gente, Do fanático ao descrente É assim o meu sertão. Apesar de ser latente, a seca é símbolo de adaptação, o sol é sensivelmente mais quente, e queima a pele do peão; a chuva se torna ausente, castigando a semente, sufocando a plantação. Retratado por poetas, de nome e de tradição; Graciliano Ramos expressa, a tormenta e a sujeição; em “Vidas Secas”, empresta, a situação funesta, lá do povo do sertão. O sertão também produz, mitologia e religião; vigários que ao pé da cruz, celebraram a tradição, mantendo a fé em Jesus; valei-me meu “Padim Ciço! Abença, Frei Damião! É viva a lenda do nêgo d’agua, no rio da integração, o lobisomem a caipora, assombram a imaginação, fogo corredor e mula-sem-cabeça, são lendas que se respeitam, mantendo a superstição. A cultura no sertão, é algo que se reflete, “Conselheiro” de Canudos, Lampião cabra da peste; religião e cangaço, se emendam estreitando os laços, dessa gente do Nordeste O cancioneiro no Nordeste, apela pra os autos de fé, Zé Dantas, Humberto Teixeira, Suassuna e patativa do Assaré; essa grande inspiração, junto ao rei do Baião, enaltece o meu Nordeste.

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Leunira Batista

Leunira Batista Santos Sousa nasceu em Nossa Senhora da Glória, SE, Brasil, onde ainda hoje reside. Escritora, poetisa e jornalista. Graduada em letras Português/ Espanhol pela UNIT. De Professora/Educadora a Auditora Fiscal Tributária da SEFAZ- SE, aposentada. Coautora do livro Nossa Senhora Da Glória e Sua História (1978), marco dos 50 anos de Emancipação política. Autora do livro O Espelho da Felicidade (2014). Participou de 40 Antologias com poesias e de 14 Revistas com poesias e artigos. Membro Fundador da Academia Literária do Amplo Sertão Sergipano (ALAS), cadeira n° 3, Patrono Marcelo Déda Chagas. Membro Efetivo da Academia Gloriense de Letras (AGL), cadeira n° 16, Patrona Maria Helena de Andrade Pereira.

Batente de Inspiração Alinhei pensamentos Fiz rimas com fervor Em banco de arreia Que o mar ofertou Como prenda de amor. Olhos lacrimejados Agarrados ao passado Extravasou o olhar embaçado Libertou confrontos Limitou conflitos Ah! Atitude deu sabor ao saber. A maestria explícita Quebra a pedra implícita E balança a rede da vida. O que desafia a ideia patenteada É o batente da saída e da chegada.

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Liu Poetisa

Nileildes Rodrigues da Silva Santos ou Liu poetisa, 42 anos, casada. Mãe de dois filhos. Sergipana natural da cidade de Japaratuba, descobriu a magia da poesia ainda menina quando escreveu seus primeiros versos. Apenas de 2016 para cá se faz presente em 25 Antologias renomadas por todo o País e participa ativamente de vários concursos literários. Costuma sempre dizer que: O poeta repassa para o papel apenas o que é ditado pela voz do coração

Rio majestoso Oh, grandioso velho Chico De encantos e beleza Em tuas curvas sinuosas Nos damos conta da sua grandeza... Rio majestoso, fabuloso Do sertanejo, maior riqueza És a mais pura tradução singela Das convulsões da natureza. Suas águas matam a sede do sertão Por onde passam, não há pobreza A vida corre em ti rio amado Levando as tristezas na correnteza. És navegação, irrigação e plantação Cinco Estados agraciados com certeza. Nascente na Serra da Canastra em Minas Seu peixe é o alimento na mesa. Teus paredões rochosos guardam mistérios, Em sintonia a lua e o sol te beija És a alegria o ano inteiro Dessa gente sertaneja.

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Lourdinha

Maria de Lourdes Fernandes. Graduanda em Licenciatura Especifica Pedagogia. Acadêmica da ALASAC-Academia de Letras e Artes da SAC- Sociedade de Assistência aos Cegos do Estado do Ceará. Curso: Método CIS- Federação Brasileira de Coaching. III Feira Brasileira do Cordel- Agosto- 2018. Curso: Formação para Formadores Deficiência Visual através da ACEC-Associação dos Cegos do Ceará. Texto Publicado no XXIX Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra na Suíça. Antologia: Um Dedo de Prosa e Outro de Poesia. IV Congresso de Escritores, Poetas e Autores do Estado do Ceará. Participou da FLI7- Festa Literária Sete de Setembro e Congresso Brasileiro de Educação. I Ceará em Letras-UFC. Participação em Semanas Acadêmicas na Universidade a qual está cursando pedagogia. Texto publicado na V Antologia dos Autores, Poetas e Convidados Canindeenses em Canindé de São Francisco SergipeJulho-2018, I LITERAR- Evento de Literatura.

Lágrimas Lágrimas que caem Dos meus olhos Sem a minha permissão E escorrem pelo meu rosto Involuntariamente e quente Caem ao chão Lágrimas que teimam em cair Por sentirem saudades E por não verem mais As luzes dos meus olhos Estao apagando Isto me causa dor Agora, com passos lentos E ouvidos atentos Minha bengala à frente Me mostra os obstáculos Tenho que ser forte As lágrimas teimam em voltar Minhas netas estão crescendo Não as conheço, não consigo vê-las As lágrimas caem copiosamente Ao lembrá-las Lágrimas, parem de cair Pois minha vida Tenho que prosseguir.

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Lucinha

Lúcia de Fátima Alvez de Lima, natural de Santana do Ipanema, de familia humilde, sempre lutou pelos seus sonhos e teve forças para alcançar seus objetivos. Graduada em Educação Física, leciona na rede municipal de ensino. Encontra no papel e na caneta formas e maneiras de ser, ter e sonhar. Escrevendo realiza, faz acontecer. Escrever é sua paixão, teve seu primeiro texto publicado na I Antologia do Encontro de Escritores e Leitores Santanenses e Convidados.

Encontrando o amor na dor. Na portaria encontrei o amor Sempre busquei, sempre tive uma busca constante. Nunca parei de procurar, Nunca desisti de encontrar! Só não esperava encontrar o amor no momento de dor. Sempre busquei em festas, bares, baladas, em meio a multidões. Jamais esperaria te encontrar em uma portaria, pois foi bem ali onde tudo começou. Portaria essa que me veio a esperança de sorrisos, de tardes de domingos, almoço em família, curtidas com amigos momentos eu e você você e eu. Daquele momento em diante tudo mudou. Meus dias já não eram mais os mesmos, meus pensamentos já tinham direção, meus pensamentos já tinham destino, minha vida tinha direção. Sem falar no coração! Ah! Esse foi o primeiro a acelerar e demostrar que já tinha um habitante pra ali ficar. Dias lindos sonhei com você: dias de chuva, de sol, de prazer.

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Você se tornou sorriso, você trouxe rumo, colocou uma vida na direção. Hoje vivo a constante saudade daquele rapaz que me trouxe calor, alegria, beijos ardentes e uma enorme vontade de ser sua até a próxima eternidade. Seja o que tiver de ser, o que tiver de ser será! Te esperarei, te compreenderei, seja daqui a uma hora, meia hora, um minuto... sei lá! Eu te esperarei! Não na portaria, mas com as portas do meu coração abertas para você entrar! Eu te esperarei! Você chegou de repente e já fez muita coisa mudar. Quem diria que eu por você iria esperar? Respeitando seu tempo, sua história, seu passado, seu momento... Mas nada disso vai mudar meu modo de agir, pensar. Já decidi: É você que quero! Então é por você que irei lutar!

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Luis Guilherme Libório

Luis Guilherme dos Santos Silva de 22 anos, nasceu na terra da garoa, São PauloSP, entre a primavera e o verão de 1995. Viveu com a tia, os pais e avós paternos, até mudar-se para Pernambuco em 2002 Lá Luis teve maior contato com a leitura e escrita através da famosa e regional Literatura de Cordel. Foi quando, no ensino fundamental, através de saraus poéticos apresentados por sua então professora Katyuscia Carvalho, teve mais contato com a poesia, hoje sua maior paixão. Atualmente, reside em Arcoverde-PE onde trabalha, estuda e, dedica-se à poesia.

Assim fui No quarto: (encaixotados aos pés da cama) meus livros guardam se gre dos um fio de memória escapado com a nostalgia da minha terra Que carrego comigo sob as unhas das mãos herança de quando fui dança; fui chuva fui fogo quando fui & devolvido à terra (recusa de iemanjá) Faço-me pó Segredos jogados ao ar

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Marcello Moura

Natural de Nossa Senhora das Dores e residente em Nossa Senhora da Glória há mais de duas décadas, é professor de línguas, poeta e escritor, apaixonado pelas letras e pelo alcance das palavras e o que elas representam no universo literário. Tem poesias e prosas publicadas em seletas antologias desde 2016. Em dezembro de 2017 lançou sua primeira obra poética “As cores de mim, na essência do eu”.

Acentos, sinais, encontros e palavras Quero o seu hiato Em meio a minha saúde. Quero o seu acento Antes que o sentido mude. Quero seu substantivo, herói, Ser a sua heroína. Entorpecer-me de ti, amor, Sem ser a sua ruína. Quero ser o seu tritongo, Uau! Um tanto uou! Proferir belas palavras, Viver-te de tanto amor. Quero a sua doçura, Cedilha, uma loucura. Morrer-te de bem querer, Um hífen que dá prazer.

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Matheus Alves

O jovem, Matheus. É natural de Nossa Senhora da Glória, e reside no Povoado São Mateus, Gararu, Sergipe. O jovem é escritor, poeta e um ótimo leitor. Escreve desde 2016, quando participou da Olímpiada de Língua Portuguesa. Depois disso, não parou de escrever, participou de vários eventos e antologias, como “Um mar de expressões, de um sertão de glória e literatura” do EGEL 2017, também o segundo “Encontro de Escritores Monte-Alegreenses & Convidados” do II EEMAC e o “Encontro de Escritores Canindeenses & Convidados. No ano de 2018 o jovem foi aprovado em 2 concursos, são eles: IV Concurso da Loja Maçonica Contiguiba e o III Concurso do Centro de Excelência 28 de Janeiro. E foi selecionado para a seleta de escritores da Editora Infographics. Matheus, pretende escrever até o resto da sua vida.

O agricultor Irei falar “pra” vocês Um pouco do agricultor, Que trabalha dia e noite “Pra” ganhar um tal valor.

Tem alguns que não aguentam Acaba a paciência, Mudam-se para cidade Pra melhorar a vivência.

Cuida do sítio, Dos animais e da flor, Cuida de todos Com muito amor.

A seca avança Por todo nosso sertão, O agricultor continua Cuidando da plantação.

O agricultor É o mestre da plantação, O médico das flores Que planta o milho e o feijão.

Assim, é a vida Do belo agricultor, Que trabalha dia e noite “Pra” ganhar um certo valor.

O seu trabalho é duro Sem folga “pra” descansar, Tem apenas poucos minutos Para que retorne a trabalhar.

E agora eu termino Esta nobre poesia, Que fala do agricultor E da sua correria.

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Mayara Ferreira

Mayara Ferreira de Oliveira nasceu no dia 25 de janeiro de 2002, no interior de Alagoas. Natural de Coité do Noia-AL. Estudante do 3° ano do Ensino Médio na Escola Estadual Álvaro Paes. Em 2017, participou do Sarau Literário do II Encontro Estudantil - Alagoas 200 anos de História, com o poema autoral “Alagoas, Estrela Radiosa”. Além disso, no mesmo ano, participou da Bienal do Livro, em Maceió, tendo a oportunidade de recitar um de seus poemas com o poeta Braúlio Bessa. Ainda no início de 2018, criou o perfil @poemar_, no instagram, onde publica algumas de suas diversas obras. Embora seja muito ligada aos poemas, tem como principal objetivo graduar-se em Medicina Veterinária. Contato: Mayaraferreira25mf@hotmail.com

Esbarramos e tropeçamos Somos todos viajantes Em busca do caminho certo a seguir Por vezes, propostos A seguir caminhos opostos E acabamos estacionados aqui Onde é difícil segurar uma máscara Mas essa passa a ser a nossa única alternativa Onde a tentativa É de ser alguém que não coincide com quem realmente somos Esbarramos E tropeçamos Onde é difícil esconder o que se passa em nosso interior E é difícil ser riso Quando há mil e um motivos Para ser o contrário disso Mais uma vez, Esbarramos E tropeçamos Onde a sensação de que tudo já construído Corre o risco de cair E o nosso corpo Já nos impede de seguir Desfecho dado Passos traçados Acabamos aqui.

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Oliveira Caruso

Paulo Roberto de Oliveira Caruso é carioca nascido a 19 de julho de 1975. Filho de Eunice de Oliveira Caruso e Paulo Roberto Moreira Caruso; esposo de Mônica Line Ferreira de Souza Marques Caruso e irmão de Fabiana Conceição de Oliveira Caruso. Servidor público do estado do Rio de Janeiro, advogado, administrador e estudante de Letras da UFF. Presidente da Academia Brasileira de Trova, Diretor Cultural e Financeiro da Academia de Letras e Artes de Paranapuã e membro de outras Academias no Brasil e no exterior. Membro ademais de grupos virtuais literários no whatsapp. Desde 15 de setembro de 2008 vem participando ininterruptamente da cena literária brasileira e lusófona em geral, sendo que: lançou 49 concursos literários e antologias (virtuais e impressas); participou de 89 antologias impressas e 160 antologias virtuais; prefaciou e apresentou 20 obras alheias após convidado; realizou 121 entrevistas virtuais com literatos que também buscam seu lugar à sombra no Brasil 40 graus e no exterior; desenvolveu artesanalmente 27 livretos de poemas, sendo que 1.859 exemplares já foram distribuídos; obteve 248 prêmios em concursos literários e realizou mais de 700 indicações de colegas a academias, prêmios, editoras e grupos virtuais de literatura. Em suma, usa a literatura como válvula de escape da situação éticomoral-social-econômica brasileira.

Soneto decassílabo de languidez contigo Passando a mão por teus lindos cabelos, eu sonho dar-te então amplos gracejos: o intenso rompimento dos teus selos que tens em castidade, mesmo em beijos! O mais fundo segredo dos teus pelos procuro decifrar sem falsos pejos, pois és mulher modelo dos modelos, prima donna de meus mores desejos! A languidez que exalas calmamente me contagia, faz-me delirar, levando-me a gozar, regozijar! Do alto de cada monte imponente eu vejo nos teus olhos o horizonte que induz minha felícia em rica fonte!

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O Matemático

Jadson Miguel da Silva Santos, nasceu dia 29 de Setembro de 1999, é um jovem de Taquarana cidade pequena no interior de Alagoas. Cursa licenciatura em matemática na Universidade estadual de Alagoas, mesmo sendo apaixonado pelos números e por cabelos cacheados, dedica parte de seu tempo para escrever sobre acontecimentos de seu cotidiano, relatando os sentimentos bobos do dia a dia ...

Soneto do Silêncio Silêncio por vezes apenas paz no espirito Silêncio por dias só o que precisamos Silêncio por hora o que tenho Silêncio por hoje, ontem e amanhã Silêncio meu, dela, nosso Silêncio por vezes de orgulho, Silêncio por dias de carência ou indecisão Silêncio talvez simplesmente pela falta de palavras certas Silêncio que machuca mais que qualquer palavra já dita Silêncio simplesmente silêncio Silêncio talvez a carta mais ofensiva por ti já escrita Silêncio aquele oi que nunca foi dito, Silêncio simplesmente folhas secas levadas pelo vento Silêncio palavras que morrem pelo caminho do coração até a boca...

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Pamelianze

Glaúcia Pamela de Jesus Silva, é Natural de Nossa Senhora da Gloria (SE), filha de D.Eulina e Zé de Rosa, mãe de Hivys e Pérola. Graduada e Licenciada em Letras Português/Espanhol pela Universidade Tiradentes. Pós- Graduada em Gestão e Educação pela Faculdade Pio Décimo. É Poetisa, Gestora - SEED. Membro Fundador da ALAS, cadeira n°2. Membro Efetivo da AGL. Participou de distintas Antologias.

Coração de criança é o segredo E é na simplicidade deste chão pueril, cheio de história, Que deito e tenho os melhores sonhos... E é neste chão pueril, cheio de memória Que vagueiam em meus pensamentos Os melhores sentimentos de minha trajetória, O grande DOM que um ser pode carregar dentro de si, Mesclados a versos, poesias, saudade e glória... São sonhos e sentimentos que vem De uma alma pura e ainda distante Da maldade do mundo e da cobiça também, A alma de uma criança, que consigo carrega o desejo De ser feliz num balanço que vaaai e veeem, E esse desejo desmedido, nada mais é que: Ser feliz e ver o outro feliz também. Eis o segredo: é em uma casinha, com singela varanda Que existe um gosto único de felicidade, O mais sincero abraço, o amor e a confiança, A valorização de brincar em chão batido, Caçar borboletas, andar a cavalo nas ondas da esperança, E desfrutar da calmaria de um rio, ao som das águas que revelam Quão cheio de significado é manter vivo teu coração de criança.

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Patrícia Celestino

Patrícia da Silva Celestino, nascida no agreste sergipano na cidade de Itabaiana, professora da rede pública da cidade de Itabaiana e Areia Branca. Pedagoga, pós graduada nas áreas de psicopedagogia clínica e institucional, tecnologia da educação e gestão escolar. As palavras escritas com emoção sempre tiveram grande espaço em minha vida, escrevo para sentir a emoção de passar emoção, mas sempre de forma despretensiosa e voluntária.

Sem tempo O mundo é só por uns instantes Nossa vida um breve passar… Que é dada com muito carinho Só devemos dela cuidar. O tempo é nosso grande inimigo Por mais que corrermos, nunca vamos alcançar Pois ele parece um menino Que brinca com o nosso destino E nos leva da vida lembrar… Mas, em breve Talvez, muito breve! Desse mundo devemos partir Oh! Senhor tempo, nos daí nova chance De atuar o que já aprendi.

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Prof. Jardel

Jardel Britto Ferreira, nascido em Paulo Afonso – BA, em 09/09/1978, filho de José Ferreira Cunha e Neusa Britto Petruskas, solteiro, Professor de Língua Portuguesa, Espanhol e do Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio, residente e domiciliado na Rua João Francisco Soares, Nº 169, Bairro Centro, município de Olho D’Água do Casado – AL, cursou o Ensino Superior com Licenciatura Plena em Letras: Português/Espanhol pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, tendo concluído no curso em 2003, atuou como Orientador Acadêmico do Curso de Pedagogia da UFAL no Pólo Xingó até Agosto/2005. Foi Bolsista/Pesquisador no PET/Letras/MEC/Sesu/UFAL no período de Janeiro/2000 a janeiro/2003. É Professor da Educação Básica (Fundamental I) no município de Canindé de São Francisco – SE, em Regime de Cooperação Técnica (Permuta), com lotação na Escola Municipal Manoel Messias Cordeiro e Professor de Língua Portuguesa (Ensino Fundamental II) no município de Olho D’Água do Casado – AL, em Regime de Cooperação Técnica ( Permuta), com lotação na Escola Municipal de Educação Básica Antenor Serpa e Professor de Língua Portuguesa na escola estadual João Francisco Soares, no município de Olho D’Água do Casado – AL, em Regime de Cooperação Técnica ( Permuta). No período de Abril/2008 a Dezembro/2008 foi Secretário Municipal de Educação de Olho D’Água do Casado – AL. Entre 2013 a 2016 exerceu, pela segunda vez, a função de Diretor Gera da Escola Estadual João Francisco Soares em Olho D’Água do Casado – AL. Em 2017 exerceu pela segunda vez, a função de Secretário Municipal de Educação de Olho D’Água do Casado – AL pelo período de Janeiro/2017 a Julho/2017. Atualmente, exerce a função de Coordenador Pedagógico Municipal da Educação de Jovens e Adultos – EJA na Secretária Municipal de Educação – SEMED de Olho D’Água do Casado – AL e Coordenador Municipal responsável pelo monitoramento das Bibliotecas escolares e Biblioteca do SESI, atuando, também, frente à organização dos Conselhos Municipais: CACS/FUNDEB, CME e CAE. Durante sua jornada como aluno, pesquisador e professor, destaca-se como poeta, historiador e pesquisador das memórias locais, além de um exímio incentivador da cultura oral e escrita, tendo publicado alguns textos individuais e coletivamente.

A fonte Fazei eclodir a todo momento A fonte do amor, alegria do tempo, A fonte que ontem serviu para sustento, Fazei-a que hoje seja monumento! Oh! fonte tão linda! Conte-me os mistérios... Que trazes no doce das águas que bebo, Que bebem os gados, que sugam as plantas. Tuas águas são puras, penhor da mudança. Fazei eclodir a todo momento A rosa do amor, alegria do tempo, A fonte que ontem serviu para sustento, Fazei-a que hoje seja monumento! Que sejas um marco imperando ao vento, Atração para um povo que a namora há tempo,

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Sois nascente de água cristalina presente, Queres ser a rainha de um oásis pra gente. E agora, oh! fonte inebriante!... Da Matinha, nossa mãe constante!... Envolvei-nos em tuas belezas, matas e riquezas! Já dizia Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá (...)” Eu canto tua formosura, Oh! Fonte dos Olhos d’Água! Que meu canto seja o poema Nas doces asas de um pássaro Voando nas sendas do tempo.

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Quinho Caleidoscópio

Marcos Pereira dos Santos – Brasileiro. Natural da cidade de Ponta Grossa/PR. Pós-doutor (PhD) em Ensino Religioso pelo Seminário Internacional de Teologia Gospel (SITG) – Ituiutaba/MG. Duque Paladino, Marquês e Comendador. Escritor, trovador, poeta, cronista, ensaísta, articulista, antologista, haicaísta ao estilo oriental, palestrante e pesquisador da área educacional. Membro fundador, titular, efetivo e correspondente imortal de várias Academias de Ciências, Letras e Artes em nível (inter)nacional. Membro integrante do Portal Movimiento Poetas del Mundo, em Valparaíso (Chile). No campo literário, é (re)conhecido pelo pseudônimo de “Quinho Caleidoscópio” ou “Quinho Calidoscópio”. Professor universitário em Ponta Grossa/PR. E-mail: mestrepedagogo@yahoo.com.br

Acróstico às grandes virtudes de uma pessoa mui especial Prudência, ponderação, paciência, perseverança e perdão. Empatia, humildade, bom humor. Determinação, dedicação, doação e abnegação. Resiliência, resignação, respeito, retidão. Oráculo de ternura e temperança. Néctar de doçura, misericórdia, gratidão. Entendimento, ética e esperança. Lume da paz, pureza, polidez. Sabedoria, senso de justiça, simpatia e simplicidade. Oásis de consolo, compreensão, caridade. Naco de amor, tolerância, sinceridade e compaixão. Força, fortaleza, fidelidade, honestidade, boa-fé. Esclarecimento, bondade e generosidade. Luz do conhecimento, coragem, bom caráter. Intripidez, inspiração, boa índole e integridade. Zelo para com os mais necessitados, anjo da vida. És tudo isso, de verdade! Uno!!! Excelso!!! Incomparável!!! E muito mais além disso (...)! De coração!!! Eis, portanto, minha singela e sincera homenagem ... Para você, “Pedrinho”, meu único e estimado amigo. A quem considero, inclusive, como meu verdadeiro irmão. Adoro e amo você, anjinho lindo!

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Quitéria Ferreira

Quitéria Ferreira da Silva, natural de Santana do Ipanema – AL, nascida aos 03 de janeiro de 1992. É graduada em pedagogia, pela Universidade Estadual de Alagoas e cursa pós graduação em lato sensu , Metodologia do Ensino de Ciências, também pela Universidade Estadual de Alagoas. Trabalha pela prefeitura de Ouro Branco – AL, como agente administrativo.

Uma história que ouvi Ouvi uma triste história De uma sofrida senhora Que um namorado arrumou No namoro era tudo lindo Mas após o casamento muita coisa mudou E daí pra frente tudo se complicou O homem era muito ruim A mulher não ajudava Queria mantê-la presa Visitar seus pais ele não a deixava Ela sofria muito com isso Mas, por amor tudo suportava Ir a igreja ele não a permitia Era muito bruto e a maltratava A situação foi piorando E ela cada vez mais triste ficava A alegria foi acabando E ela muito mudava A mãe dela ajudava como podia Mas o homem era muito ruim e a ajuda não queria Nos filhos, ele muito batia E a mãe cuidadosa os socorria Mas com sua ignorância ele repetia E a mãe com muito amor sempre os protegia As condições financeiras eram precárias As vezes ela deixava de se alimentar Mas para os filhos não deixava a comida faltar Não comprava nada pra ela, coitada Pois o dinheiro, não dava para luxar Só dava para o básico, então tinha que economizar

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Passou fome, sono e sofrimento Mas seus filhos era seu maior acalento Cuidava deles com todo carinho Trabalhando todos os dia, para adquirir o sustento Tentando diminuir as dificuldades E comprar o essencial: alimento As filhas se casaram e mal podia as visitar Pois a ignorância do esposo estava em primeiro lugar Mas, quando tinha a oportunidade, rapidinho ia lá Para com muito amor Filho e neto poder abraçar Expressando muito carinho e uma forma linda de amar Os filhos foram crescendo e o mundo a vislumbrar Os mais velhos viajaram, para um emprego encontrar E os mais novos esperavam a maior idade chegar Para partir ao encontro dos irmãos e também poder trabalhar E a mãe em casa ficava sempre a esperar Seu filhos virem visitá-la, para com muito amor os abraçar Os estudos terminou, mas só ela sabe o que estava a se passar Pois o marido era muito ignorante E não queria vê-la estudar Seu material prometia sempre queimar Pois dizia que o lugar de mulher casada Era em casa sempre estar Ela chegou a desistir e a escola deixou de frequentar Mas com ajuda dos filhos e professores Finalmente chegou a terminar Concluiu o ensino médio E o salário veio a aumentar Assim as condições financeiras, começaram a melhorar Todo dia pede a Deus Em forma de oração Que proteja os seus filhos De toda a maldição Livrando-os do caminho do mal E que os conceda a proteção Finalizo esse cordel Fazendo uma homenagem A essa guerreira senhora Persistente e de coragem Desejando-lhe tudo de bom Através dessa mensagem

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Rafael Emílio

Rafael Emílio Lima Alves, filho de Emílio Alves e Maria Aparecida, nasceu em 29 de junho de 2001, em Garanhuns-PE, cidade na qual reside e estuda atualmente no 3º ano do Ensino Médio, do Colégio Quinze de Novembro. Leitor voraz, habituou-se a criar textos diversos desde que se alfabetizou: cordéis, contos, poesias, crônicas e outros gêneros solicitados pelos seus professores. Sozinho estuda e toca gaita, flauta, saxofone, ukulelê. Já criou e escreveu em blogs e produziu vídeos para um vlog seu, demonstrando uma desenvoltura que não condiz com a sua timidez. Um jovem, cujas aptidões artísticas estão sempre aparecendo.

Século XXI Corrija a roupa da vítima Mas não o caráter do estuprador Julgue o outro por sexualidade Mas nunca pela cor Negue uma mulher e vire homossexual Negue um homem e vire homofóbico Não olhe ao redor e seja atropelado Olhe demais e seja o paranoico Ame ou odeie não tem meio termo Ou é agora ou é eterno Se tirar notas baixas é fracassado Se não for Cristão vai para o inferno Coloque um negro interpretando um branco As pessoas defenderão a integração Mas coloque um branco fazendo um negro E essas mesmas pessoas te dirão “não” Dê um pão para o cidadão E atire uma pedra no irracional Coloque seu filho em uma cruz E os seus bens num pedestal As pessoas defendem sua expressão E anulam a dos outros por discordarem Disseminando ódio em seus caracteres E julgando os outros por não se amarem Ser anoréxico é ser bonito Ser gordo é ser diabético Tenha dinheiro e seja o rei Tenha alma e seja patético

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Reginaldo

REGINALDO BARROS DOS SANTOS, nascido em Pariconha - AL,em 28/02/1975, filho de Severina Barros dos Santos e Severino Alves dos Santos, solteiro, Pedagogo, residente e domiciliado na Rua Epitácio Pereira Alves, 171, Bairro Torre, município de Canindé de São Francisco -SE, cursou o Ensino Superior em Pedagogia na UFAL no Pólo Xingó, finalizando no ano de 2006. É Professor efetivo da Educação Básica no município de Canindé de São Francisco-SE, no momento, Diretor da Escola Municipal Agrovila desde 2017 e em anos anteriores, as seguintes funções: Professor de Ensino Médio no Colégio Delmiro de Miranda Brito, ano de 2001, Professor de Ensino Médio na Escola Estadual Francisca Rosa da Costa, 2003 e 2004, Professor de Ensino Fundamental II na UNEX, 2005 e 2006, como Coordenador Pedagógico na Escola Municipal Antônio Duarte Dutra em 2007 e 2008 e 2009 exerceu a função de Professor em regência na mesma escola, 2009 e 2010 como Coordenador Pedagógico na Escola Municipal Maria Preta, Coordenador Pedagógico na Escola Municipal Palmira Lisboa, Manoel Messias Cordeiro em 2010. Professor regente na Escola Municipal Santa Luzia e Escola Municipal Agrovila 2013 e 2014. Diretor da Escola Municipal Dr. Augusto do Prado Franco e na Escola Municipal Maria Preta em 2015, Diretor da Escola Municipal Domingos Gerônimo dos Santos em 2016. Atuando, também, como Presidente do FUNDEB. Durante sua jornada como educador, elabora e executa Projetos da Cultura Popular nas Escolas, bem como nas comunidades locais.

A dor do silêncio A dor do silêncio é como uma noite fria na solidão... Como dói saber que você está ao meu lado e não poder tocar. Só senti o som de seu coração no meu silêncio de dor. Dói saber que posso ouvir sua voz e me silenciar. Dói a incerteza do seu amor ao me tocar Como posso me calar diante de tanto amor. Amor que transborda em torno do meu silêncio e da minha dor. Amor que grita mesmo quando quero calar Amor que fala dentro do meu coração a me contentar. Nas madrugadas frias dos pensamentos certos e momentos incertos. O amor é a certeza da dor. Dói saber que você existe e não posso te amar. Mas a noite cálida. Posso te ver e sentir. Vida que te quero viva dentro de mim.

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Romero Crispim

Romero Crispim da Silva é natural de Recife -Pernambuco, mas, escolheu Aracaju - Sergipe para morar. É apaixonado por essa cidade, seu povo e sua cultura. Desde menino já gostava de escrever histórias, rabiscos que com o corre-corre da vida adulta foi ficando na gaveta. Em 2017 voltou a escrever e publicou seu primeiro livro, a história da Estrela Madá, a estrela que virou gente. Participou da Antologia do 5º Encontro de Escritores Canindeenses e convidados e Ultimamente tem orgnizado seu livro de poesias e está escrevendo um novo livro infato juvenil.

Um trem para o país dos fracos A minha razão sempre diz que meu coração Não sabe avançar só retrocede! Talvez de fato seja pura verdade. Novamente preso a migalhas de amor, O que ofereces é o que sobra de tua atenção e afeto. Peso e afundo, enquanto te vejo leve a flutuar, É insustentável pra mim tanta leveza... Tanta incerteza... Tantos hiatos e nebrinas cobrindo a verdade sobre nós. De fato, já é hora de voltar para o país dos fracos, Dos que abdicaram do desejo de amar. Pura verdade... Meu coração ao seu lado não avança, retrocede! Talvez de fato não tenha sido eu feito para amor. O trem que pego agora é o da desesperança Da agonia desacerbada, As lagrimas que chegam nessa última hora São murchas e desconectadas como meus Desencontros amorosos nessa vida cansada. Quando penso que cheguei ao paraíso, Subitamente sou transportado ao inferno De mais uma paixão vazia... É chegada a hora, embarco, sem beijos, Nem acenos e sem deixar saudades.

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Rosilda Pinheiro

Rosilda da Souza Tavares Pinheiro, professora aposentada, graduada em teologia e em pedagogia, com especialização em psicopedagogia institucional e clínica, pela faculdade Pio Décimo, Aracaju/SE. Teve participação no projeto palavra é arte, do escritor Roberto Martins. Teve seus primeiros textos publicados numa coletânea em Jardinópolis/SP palavra é arte 2015. Participou da lV e V antologia Canindeenses e dos 50 poemas essências Canindeenses e convidados. Participou também do projeto Acessibilidade e respeito sem preconceito em Teresina-Pi. Tem 500 textos publicados no site Recanto das Letras.

À Piranhas Não nasci em Piranhas, ela me perfilhou! Vim de muito longe, hoje aqui estou. Piranhas cidade bela, abraço que me obteve... solo das minhas paixões! Parte da minha vida... Amizades tantas!...Inlustres... povo com muito amor. Tanta gente grande!... em parte...belos doutores!... Falo, canto e digo; Piranhas cidade pequena, cheia de muita alegria, e máster em sabedoria! É valido dizer ainda; piranhas cidade histórica, paisagem mais bela já vista, às margens do Velho Chico!...

PIRANHAS P rincesa valiosa I gual não conheço R adiante e perfeita A colhedora sincera N atural do nordeste H á de ser sempre abençoada A lagoana S ertaneja

Depois de tudo que disse, um belo acróstico dedico, a essa pitoresca cidade.

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Silmaria

Silvia Maria Silva, natural de Santana do Ipanema-AL, filha de Cícero Bernardo Silva e Maria do Carmo Tavares Silva. Pedagoga graduada pela Universidade Estadual de Alagoas- UNEAL(Campus II- Santana do Ipanema- AL) Especialista em Direitos Humanos e Diversidade pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL. Professora concursada das séries iniciais pela prefeitura de Santana do IpanemaAL.

Filhos, bênçãos de Deus Tenho orgulho de ser mãe Amados filhos meus Vocês são presentes Que o bom Deus me deu

Nem lembro do que passei Esqueci de toda dor No lugar dela ficou Muita paz e muito amor

Lembro com emoção De cada gravidez Sentir seus movimentos As batidas do coração.

Acompanhar o crescimento Curtir cada sorriso Os primeiros passos dados Cada um deles elogiados.

Nove meses de espera Para ver cada rostinho E quando chega o grande dia Ah! Meu Deus que agonia!

As primeiras palavrinhas E também as traquinagens Batendo palminhas Eram mesmo umas gracinhas.

Vê-los nascer saudavéis Nada mais gratificante Já esqueci a agonia Só vocês são importantes

O tempo passa rápido Já cresceram meus bebês Dois homens e uma moça Grandes amores meus.

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Sol Pinheiro

Solange da Gama Pinheiro (Sol Pinheiro) -Natural de Cristinápolis/SE. Teóloga, Professora de História, Especialista em Educ. e Patrimônio Cultural em Sergipe. Com produção de textos históricos e biográficos. Poesias publicadas em Antologias e no site Recanto das Letras. É Membro Fundadora da Academia Cristinapolitana de Letras e Humanidades-ACLH, ocupante da Cadeira de Nº 01, e da Academia de Letras do Brasil Suíça-Núcleo Sergipe ocupante da Cadeira de nº 04. Homenageada com os Troféus “Falcão de Ouro” na IV Bienal do Livro de Itabaiana, “Amigos de Glória e das Letras” em N.S. da Glória/SE em 2017, recebeu a Comenda oficial da “Ordem do Mérito Os sertões” pela ALBS em Santa Catarina/2018.

Palavras escondidas no tempo Você olhava para mim Quase me interrogando Mas sem nada dizer... E em cada passo realizado Fazia-nos o caminho perder. O nascer do sol a cada amanhã Com seus raios sobre nós a arder Num agir quase irreal Sonhos e mistérios a viver Era um devaneio constante E tudo aquilo pra quê?! Assim era o nosso mundo, Pois era o que parecia, Nós dois tão apenas querer, Depois de todo aquele vendaval A chance de um novo florescer.

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Suzy Figueira

Suzy Gracielly de Sousa Figueira. Mestre em Ensino de Ciências, atuando nas disciplinas da área de ensino e aprendizagem, ciências, biologia e química. Especialista em neuropsicopedagogia, atua na Escola Arco Iris no Atendimento Educacional Especializado (AEE). Graduação em Ciências Biológicas e Administração. Coordenadora do Colégio de Educação Básica Módulo Saber na cidade de Piranhas AL. Se dedica a pesquisas sobre Aprendizagem Significativa, neurociências e ensino e educação.

Acróstico P arece uma cidade surreal I ncrível para os que não assinam como cidade natal R ainha, lapinha do sertão A mam os que pisam seu chão N enhum visitante há de esquecer H istórias que os nascidos e adotados contarão A os que viram o amanhecer S erá sempre um prazer, recebe-los de coração

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Thiago Sotthero Cícero Thiago Sotero da Silva. Nascido 15 de novembro de 1988, Nascido em Santana do Ipanema, Natural do Município de Maravilha-Alagoas. Sertanejo por natureza, estudante do curso de Técnico em Agropecuária-IFAL, também discente do Curso Superior de Pedagogia, escreve desde que se conhece por gente, motivado pelo seu primeiro amor, usa escrita para desabafar. “Escreve e delatar todas as suas aspirações, e criar um mundo cheios de invenções, história, e emoções”

Menina Mulher ou Mulher Menina Apenas um encontro, Não quero, Alguns segundos e minutos? Muito menos!

Menina Mulher, Há se tu soubesse, O que teu sorriso aflora, Sorriria outras vezes.

Uma Noite seria pouco, Alguns beijos, Não seria suficiente, Quero é me Deleitar.

Mulher menina, Sem jeito fico, Ao te ver me olhar, Jeito meigo fico à suspirar.

Sentir teu cheiro, Que encarcerou meu olfato, Unir tua boca a minha, Desejo desordenado.

Vens aos meus braços, Neles faças repousos, Descanse sobre meu peito, Vigiarei teu sono e proteger-te-ei.

Olhos verdes claros, Brilha feito lua que me alumia, Enche-me de vida, Todos os dias.

Menina Mulher, Ou Mulher menina, Doçura de menina, Encantamento de Mulher.

Impulsionar emoção ao te ver, Realçar noites com alegria, Desperta satisfação, Faz um dia vira ano inteiro.

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Tinho Santana

Evanilson Oliveira de Santana é poeta, escritor, cordelista, Jornalista DRT2052/SE, um amante das letras e das artes. É Graduado em Administração pela Universidade Tiradentes, especialista em Gestão, Supervisão e Orientação Educacional pela Faculdade Cândido Mendes; licenciando em Letras/Português pelo IFAL; está cursando uma especialização em Gestão de Empreendimentos Turísticos pela UFS. Autor do Livro Versos Sertanejos e do Cordel Uma Canindé de Sonhos. Participou de diversas antologias como: I, II, III, IV e V Encontro dos Escritores Sergipanos, I,II, III, IV e V Encontro dos Escritores Canindeenses (idealizador) I Encontro Aracajuano de Escritores, Encontro de Escritores Montealegreses, I e II Encontro de Escritores Sertanejos, Antologia Poemas do Brasil, Escritos do José (organizador), Abrindo ALAS I e II, EGEL, I Antologia Poética de Sergipe, Retalhos da Alice (idealizador) entre outras, editor chefe da Revista Sertão na Mídia e também é imortal fundador da Academia Literária do Amplo Sertão Sergipano – ALAS e Presidente fundador da Academia Canindeense de Letras e Artes – ACLAS. Contatos: (79) 9 9603-5842 e-mail: tinhosantana.adm@ hotmail.com.

Sonho meu Acordei na madrugada... os sussurros ao pé do ouvido já não existem; as carícias, os desejos, os corpos se entrelaçando. A pureza do seu corpo, nu, leve, solto. Com cheiro de uva malbec transpirado por essa pele macia, boca de veludo, lábios carnudos: um pecado. Pura ilusão de uma mente apaixonada. O que era realidade já não é mais; invenções. É, Não podia ser verdade. Só eu queria; só eu sentia; só eu amava. Paixão de um único ser criada por sua foto, sua fala, seu jeito. Não podia ser outra coisa, a não ser aquilo: o sonho meu

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Vânia Bandeira

Maria Vânia Bandeira de Matos, casada, filha de Francisco Bandeira Sobrinho e Josefa de Matos Bandeira (ambos in memoriam) 8ª de uma família de 17 irmãos, nasceu em Fortaleza-CE, de registro maranhense, criou-se as margens do Rio Tapajós desde os três anos de idade em Itaituba-PA, não retornando desde os dezesseis anos, maior desejo voltar e gravar um documentário sobre a família Bandeira, estudou Bacharel em Serviço Social pela Universidade Tiradentes, trabalha na LBV, ocupou diversos cargos, em Belém-PA, Recife-PE, ManausAM, Teresina-PI, São Luiz-MA, em 1997 fixou residência em Sergipe, atualmente assessora de comunicação no centro Comunitário de Assistência Social, autora dos textos “Os Monstros do Caminho”, com participação na I Antologia de Escritores Santanenses e Convidados, Revista LiteraLivre e na II Antologia Aracajuana de escritores e convidados, com o conto Júlia, a garota do cais, e Ladeada no III Encontro Sertanejo de escritores e leitores. Mãe de Luana e Malu Bandeira.

Por onde andas? Quanta saudade guardada em meu peito Te deixando pra trás Recordo a cada instante A sua melodia com suas cordas gritantes Meus ouvidos afloravam Como eu te amava, te queria muito Deixar-te partir foi dor de outrora Meu velho amigo, alegrou-me tanto Parceiro querido que me fazia forte todas as horas Não sei onde andas Em que mãos estás agora Eu te esperava no terminal da cidade Ansiosa e aflita pra ver sua forma Com sua melodia me tranquilizava Enchia meu peito de tanta emoção Quanta alegria meu velho amigo Nós dois juntos treinando afinação Eu sinto saudades meu Violino Recordo ao ouvir aquela canção

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Vem-Vem

José Rodrigues Sobrinho, Vem-Vem do Nordeste, Amante da música e da poesia tendo como profissão repente, (Versos de Improvisos), com 10 CDs e Discos LPs gravados e vendidos para todo Brasil e em Belos lugares que fui reconhecido. Este amante do Repente é casado com a Srª, Josefa de Jesus, Pai de 04. sou Filho de pai Pernambucano, Mãe Paraibana, Natural da cidade de Frei Paulo Sergipe, 65 anos, sendo 40 de repentista reconhecido em todo Brasil e em outros Países como: Portugal entre outros, tendo como grau de escolaridade nível Médio. Com várias apresentações de reconhecimento pelo meu trabalho em canais como: SBT, GLOBO, RECORD.

A academia Fazer parte da Academia é privilégio pra gente. Eu me senti no espaço, quando vi na minha frente tantos títulos e diploma e eu fiz parte da soma de um povo inteligente. Assumir a 18ª cadeira da academia, só vai quem tem competência só indica quem confia por isso muito obrigado me sinto elogiado com nossa categoria. Confesso fiquei surpreso quando o convite aceitei fiquei sonhando acordado eu não dormi mais sonhei. Na hora a oportunidade fui vendo a realidade que eu vi e realizei . Com meia cinco de idade eu mim senti infantil flutuei sem esta voando nossa ACLAS vale mil, Deus pega na mão da gente e essa estrela reluzente ira brilhar no Brasil. Me honro em ser acadêmico a base é em Canindé cultura e arte é um tema a segurança é a fé, quem batalha sempre ganha só se faz uma montanha plantando o primeiro PÉ

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Vérv Rooh

Sou Veronice Rodrigues da Silva, santanense, professora e uma apaixonada pelo mundo literário. Escrever é algo que gosto e que me faz muito bem, é através da escrita que exponho aquilo que minha voz muitas vezes não me permite falar, que expresso visões e sentimentos que não tenho facilidade de demonstrar, ou seja, é um mundo onde sou livre pra imaginar e dizer o que penso, no qual o papel e a caneta vem sendo ótimos confidentes.

Mãe Você talvez não lembre Quando suas fraldas ela trocava, Quando ela te colocava nos braços E dizia que te amava, Quando ela dizia que Deus ia brigar Quando você aprontava. Você talvez não lembre Mas ela sempre esteve lá, Era ela que saia correndo Ao ouvir você chorar, Ela que assoprava seu machucado E dizia que logo, logo ia sarar. Você talvez não lembre O quanto ela te amava antes mesmo de você nascer, O quanto ela trabalhou Para te dar o que comer, Quantas vezes ela ficou sem dormir Ao te ver adoecer. Você talvez não lembre O quanto ela ficou feliz ao te ver andar, O quanto ela se emocionou Ao te ouvir falar mama, A forma que ela cantava Pra poder te acalmar.

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| I Encontro de Escritores e Leitores Piranhenses e Convidados

Você deve não lembrar Mas por você ela virava uma fera, Você pode até ter muitos amigos, Tido amores ou paixões singelas, Mas jamais alguém no mundo Vai te amar mais do que ela. Lembra da tua mãe Dessa rainha e conselheira, Primeira amiga e modelo De tantas partes se fez inteira, Se uma palavra a definisse Essa seria guerreira. Então cuide bem da tua mãe Pois foi Deus quem te deu esse presente, Não deixe pra valorizá-la Depois que ela estiver ausente, Porque anjos como esses Não costumam durar para sempre.

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I Encontro de Escritores e Leitores Piranhenses e Convidados |

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Wellington Basílio

Wellington de Oliveira dos Santos é um militar, professor e escritor alagoano. Natural de Traipu, revelou seu talento literário escrevendo versos para saraus e exposições literárias. Há muito reside em Maceió, cidade que o acolheu ainda na adolescência. Desde 2000 tem feito participações em alguns trabalhos, a saber: “ Vivendo... Traipu” (Torres, 2000); Sarau Letras e Cordas, promovido pela Casa da Memória História e Arte de Traipu (2001); e Coletânea Literária Alagoas em Cena, pela SECULT-AL (2002). Em 2005, licencia-se em Língua Portuguesa e Literatura pela Universidade Federal de Alagoas. Um ano depois, entra para os quadros do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas. Desde 2011, é considerado um Patrimônio Vivo de sua cidade de origem, na publicação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), Resgate Cultural. Em 2013, foi tema de Sarau Literário de uma escola municipal de Maceió. Dentro da Bienal do livro de 2015, lança seu primeiro livro, Ytara-Ipu, pela editora Viva. Em 2016, foi homenageado pela 5° GERE, em Arapiraca, representando Traipu. Desde então, tem recebido homenagens em diversas escolas traipuenses. Atualmente, trabalha em seu mais novo livro, que será lançado em 2019, na Bienal. Seus poemas revelam percepções acerca da vida, da beleza e do amor.

O clamor de Opará Pulsa em mim A certeza do meu amor Por ti. No leito das águas límpidas, navegáveis Alimentei o meu ninho, Cresci enchendo os olhos Nas farturas presenteadas pelo rio... Velejei, Joguei tarrafa, pesquei E me abençoei no banho Do teu líquido. Namorei o teu olhar, Vi o sol refletir o lazer Nas croas do prazer, A noite acender E a lua espelhar o amor. Importante Rio Da integração nacional Quase que imortal, O São Francisco, hoje, Pulsa a dor, Sofrimento e horror, Morte encaminhada, Marcada pela falta de respeito e dignidade, Veste-se

Num cartão-postal assoreado, Deserto da maldade humana. Pulsa, em quase Três mil quilômetros De extensão até a foz O grito de socorro Expelido no murmúrio Da sua voz, Entre maus- tratos e cansaços, Fracas forças Em salgadas veias esparsas. - Velho Chico clama atenção! Pulsa uma repulsa, Tiranos homens Que disfarçam o pranto, Desmatam, desviam E sujam um tanto. Fragilizado, sinto seu pulsar, Ainda há vida, Quisera Nhamandu Salvar Opará e seus afluentes Para seu ninho, História e lendas Junto ao povo Ribeirinho.

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Wellison Ribeiro

Wellison Ribeiro da Silva. Nascido em Piranhas interior do estado de Alagoas. É professor de biologia, poeta, escreve além de poesias, contos e cordel, vive no povoado Piau no município de Piranhas. contato: (82) 99699-4684

Sou como passarinho Eu sou como um passarinho Que segue a onda do vento, E tem direção calcada Na força do pensamento. Assim como o passarinho Busca sempre um bom lugar Para construir seu ninho Onde possa descansar. Se o passarinho é forte Na imensidão do espaço, Porque eu não poço ter força Cravada nesse meu braço? Assim como o passarinho Cuida bem de seus filhotes Vivo aqui no meu lugar Tentando ser sempre forte. Vou ser igual ao passarinho Que faz jus a suas asas Ele constrói o seu ninho Eu construo a minha casa. Da forma que o passarinho Batendo as suas asas Cuida sempre do seu ninho Eu cuido da minha casa.

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