Revista John Wayne

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ISSN 1 808-4796

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ano 1 nยบ 06 R$ 19,90 www.revistashowtime.com.br DEV-50

JOHN WAYNE O REI DO VELHO OESTE

E MAIS: ARTIGO

JOHN WAYNE E JOHN FORD

HISTร RIA TEX WILLER

ESPECIAL IMAGENS DO VELHO OESTE



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índice

3 EDITORIAL 4 ARTIGO

Bate-papo com o leitor

John Wayne e John Ford

8 HISTÓRIA

Tex Willer: O Spaghetti Western em Quadrinhos

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ESPECIAL Imagens do Velho Oeste

DESTAQUE

John Wayne: A Ferro e Fogo e O Torneio da Morte

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editorial

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udo tem um começo. Os contos de fadas, os filmes e até mesmo as carreiras mais bem-sucedidas. Nesse ponto é curioso notar que até mesmo para os maiores astros do cinema, o início não foi um mar de rosas. O próprio John Wayne penou na década de 20 como um faz-tudo da Fox. Antes de começar a atuar ele chegou a ser babá de gansos nos sets de filmagem. O próprio John Ford, um dos diretores mais reputados e aclamados da história do cinema, teve de ralar: serviu drinques em coquetéis chiques dos magnatas do cinema, foi dublê, assistente de direção até, enfim, conseguir a dirigir seus próprios filmes.

faroeste nas décadas seguintes. Essa edição reedita as nostálgicas sessões duplas de cinema, muito populares nos Estados Unidos, em que duas atrações eram exibidas na seqüência. Esse programa reúne A Ferro e Fogo (1934) e Torneio da Morte (1934). Os filmes mostram um John Wayne muito diferente daquele imortalizado pela parceria com o diretor John Ford e por, essa mesma razão, tem uma importância singular. Boa diversão!

Os filmes que ilustram essa edição da Coleção John Wayne Vol.4 já fazem parte de um período mais promissor na carreira do ator. Depois de ralar na Fox em papéis secundários e como dublê, Wayne resolveu tentar a sorte em estúdios menores. Nesse período ele atuou em diversas produções de baixo orçamento do estúdio Monogram, por exemplo. Os filmes dessa fase mostram um jovem John Wayne ainda em construção de sua identidade como ator e desenvolvimento do caubói que se tornaria o personagem mais importante do

expediente Diretor Francisco Marciano Editor Responsável Alexandre M. Monteiro Editora Executiva Roberta M. Lança Editor de Arte Belmiro Simões Produção Editorial Aspen Editora Ltda. Coordenador de Produção Leandro Moran Editoração Eletrônica Adriano Sales, Anderson Cavalheiro, Cristian Lança, Carlos Amaral e Wagner Cavalieri Tratamento de imagens Ricardo Canhoto

Colaboradores Bruce Sixx, Carlos Primati, Cíntia Cristina da Silva, Luciana Pelliciari e Sergio Martorelli Jornalista Responsável Laerte Brasil - Mtb 40573 Impressão Fotofacto - Fone: (0**11) 6919-1817 Distribuição exclusiva para todo o país: Fernando Chinaglia Distribuidora S/A R. Teodoro da Silva, 907 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (0**21) 2195-3200. Revista Digital SHOWTIME WESTERN (ISSN 1808-4796) é uma publicação mensal da Aspen Editora Ltda.- Rua Cel. Bento José de Carvalho, 144 - CEP 03516-010 - Vila Matilde São Paulo - SP. Ano 1 - nº 06 - Novembro/2005. © Todos os direitos reservados.

As opiniões nos artigos assinados não são necessariamente as da revista, podendo até mesmo ser contrárias à mesma. Cartas à Revista Digital SHOWTIME WESTERN ou seus editores supõemse para publicação total ou parcial. Dúvidas, reclamações e sugestões: SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente Tel: (0**11) 6651-6334 e-mail: sac@revistashowtime.com.br Site: www.revistashowtime.com.br

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John Wayne & John Ford

PARCERIA CERTEIRA por Cíntia Cristina da Silva

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fotos: divulgação / reprodução


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jovem Marion Michael Morrison tinha acabado de arrumar um emprego na produtora Fox quando conheceu o cineasta John Ford. Antes mesmo de adotar o pseudônimo com o qual entraria para a história do cinema, John Wayne já havia desempenhado uma série de funções nos filmes de Ford. Era uma espécie de faz-tudo do estúdio. Não seria exagero afirmar que o exjogador de futebol americano poderia continuar assim por muito tempo, não fosse o olhar certeiro de John Ford. Foi o diretor quem indicou o novato para atuar em A Grande Jornada (1930), filme realizado por seu colega Raoul Walsh. Walsh queria Gary Cooper para o papel principal, mas quando o astro recusou o convite, seguiu o conselho do amigo e deu uma olhada no “filho da mãe que tinha aparência de homem”. Pouco depois de ser lançado, já se reconhecia a importância do filme como um dos mais importantes da história do faroeste. Ainda assim, A Granda Jornada e seu astro não chamaram a atenção do público. Poucos anos depois, John Wayne resolveu tentar melhor sorte em estúdios mais modestos. No período de 1933 a 1939, atuou em dezenas de faroestes de estúdios famosos por produzirem filmes de baixo orçamento, como Monogram e Republic. Produzidos

para serem exibidos em sessões duplas na matinê, eram filmes destinados à família e, portanto, primavam pela leveza. Uma dificuldade ali, um bandido para desmascarar acolá e uma mocinha para salvar eram os temas mais freqüentes. Nessa época, os caubóis cantantes eram uma verdadeira sensação (mais tarde, Roy Rogers assumiria o trono dos heróis musicais) e nem John Wayne escapou de se ver cantarolando pela telona. Em Na Pista do Traidor (filme também lançado como O Cavaleiro do Destino, de 1933), ele interpreta Singin’ Sandy Saunders. Como o próprio nome diz, Sandy gostava de, vez ou outra, soltar o vozeirão. Contudo, a voz que ouvimos no cinema é de outro ator. Wayne, ao que tudo indica não era lá um rouxinol…

de 1894. No início da década de 1910, pegou um trem para seguir seu irmão até Hollywood. Francis Ford tinha começado a atuar em 1907 e alguns anos mais tarde tornou-se diretor na Universal. Assim que pôde, contratou o irmão, que então adotou o nome Jack Ford, como terceiro assistente de direção. Foi assim que John Ford começou sua brilhante carreira cinematográfi ca. Em 1915, chegou a atuar como figurante no clássico O Nascimento de uma Nação, de D.W.

Depois de passar quase uma década labutando em produções muito similares e de pouca repercussão, Wayne recebeu o convite que mudaria para sempre sua carreira e a história do cinema americano: atuar em No Tempo das Diligências (1939), dirigido por seu velho conhecido John Ford. Antes das considerações sobre a importância de No Tempo das Diligências, vamos a algumas palavrinhas sobre John Ford. Um dos diretores mais influentes e premiados da história do cinema americano, Ford foi um personagem peculiar. Ao ser indagado pelo cineasta francês JeanLuc Godard o que o tinha levado para Hollywood, não hesitou e respondeu à queima-roupa: “Um trem”. De origem irlandesa, Sean Aloysius O’Fearna nasceu em Cape Elizabeth, no Maine, no primeiro dia de fevereiro SHOWTIME WESTERN

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o seriado Lucille, the Waitress (1914) já tinha sido dirigido por ele. Griffith. Para localizá-lo não tem como errar: Ford é o fanático da Klu Klux Klan que usa óculos. Desde muito cedo, Ford teve sérios problemas na visão. Tentou alistar-se para o serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial, mas foi recusado em virtude do problema que o levaria a ficar cego de um olho. Além de trabalhar como assistente de direção e ator, serviu bebidas em festas do estúdio e, conta-se, foi graças a uma dessas noitadas de arromba que conseguiu sua primeira chance como diretor. No dia seguinte a um regabofe daqueles, Francis era esperado para dirigir um faroeste. Ele, de ressaca, não apareceu. O produtor, desesperado, com dezenas de caubóis prontos para entrar em cena, pediu a John que assumisse a produção e que fizesse alguma coisa. Ford fez. Mandou que alguns caubóis caíssem do cavalo, incendiou cenários e impressionou o produtor durante as filmagens. A partir daí, começou a ser conhecido como um diretor talentoso que, além de tudo, sabia se impor, no grito. Oficialmente, O Furacão (1917) marca sua estréia na direção, ainda que outras fontes dêem conta de que 6 SHOWTIME WESTERN

Na década de 20, dirigiu uma porção de faroestes com astros do gênero, como Tom Mix, Buck Jones e George O’Brien. Em 1935, ganhou seu primeiro Oscar com O Delator, filme que tem como pano de fundo a Revolução Irlandesa. Nesse período, Ford já era reconhecido como grande cineasta e diretor de personalidade difícil, que desejava de seu elenco e equipe uma obediência quase militar. Tamanha austeridade parecia dar certo: o público adorava lotar as salas de projeção para ver a simplicidade e beleza de seus filmes. O próprio diretor parecia desdenhar de seu ofício quando afirmava que qualquer pessoa podia dirigir um filme, desde que soubesse o fundamental: “Dirigir não é um mistério, não é uma arte. O principal sobre direção é: fotografe os olhos dos atores”, disse em entrevista. Curiosamente foram seus filmes, em especial No Tempo das Diligências, que ajudaram a forjar o estilo do faroeste, resultando numa mudança na idéia de que este era um gênero “menor” da indústria cinematográfica. No Tempo das Diligências narra a difícil travessia de uma carruagem comercial em direção ao Oeste, em meio aos perigosos ataques de indígenas e outras intempéries.

Além do perigo constante, os personagens mais distintos precisam conviver e se esforçar para chegar a seus destinos. Há a prostituta Dallas (Claire Trevor), o pistoleiro Ringo Kid (John Wayne), um jogador (John Carradine), um banqueiro e até uma mulher grávida (Louise Platt). Novamente o escolhido para o papel de Ringo tinha sido Gary Cooper, mas diante da impossibilidade dele assumir o compromisso, Ford lembrouse de Wayne. Segundo reza a lenda, o diretor passou boa parte das filmagens a atanazar o ator, dizendo que ele deveria ter esperado por Cooper. Outra anedota dá conta de que ao dizer ao diretor que fotos: divulgação / reprodução


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Diligências fez de mim um astro e serei grato a Ford para sempre. Mas não penso que ele tivesse realmente algum respeito por mim como ator até que fiz Rio Vermelho (1949, dirigido por Howard Hawks)”, disse em entrevista. Se ambos ainda tinham qualquer dúvida sobre a habilidade de Wayne em atuar, Rastros de Ódio (1956) acabaria de vez com o menor resquício e possibilidade de tal suspeita persistir. O soldado confederado Ethan Edwards (Wayne) retorna para casa e descobre que a família de seu irmão havia sido morta num ataque indígena e que a sua sobrinha Debbie (Natalie Wood) tinha sido seqüestrada pelos vilões. Imediatamente, resolve ir atrás dos responsáveis pela carnificina, resgatar Debbie e se vingar dos peles-vermelhas. Rastros de Ódio é considerado um dos faroestes mais perfeitos da história do cinema. O próprio Wayne considerava este o melhor filme de sua carreira e o durão Ethan o melhor personagem que já tinha tido o prazer de encarnar.

não sabia como expressar seu interesse romântico por Dallas, Ford o mandou franzir a testa e levantar a sobrancelha. Mais tarde teria dito que Wayne passou os últimos quarenta anos da carreira usando o artifício! Apesar da aparente falta de confiança do diretor, Ford voltou a trabalhar com o “Duke” em grandes faroestes, como Sangue de Herói (1948), Legião Invencível (1948) e Rio Grande (1950). Antes disso, tinha escalado o ator no excepcional A Longa Viagem de Volta (1940). O próprio Wayne parecia intimidado e incerto de seu talento diante do diretor. “No Tempo das

Em 1962, a dupla Wayne-Ford voltou a se reunir para criar um dos melhores filmes dessa prolífica parceria. O Homem Que Matou o Facínora traz Liberty Valence (brilhantemente interpretado por Lee Marvin), um dos vilões mais detestáveis do cinema.

Valence é tão odioso quanto é temido numa cidadezinha. Com o péssimo hábito de surrar inocentes com um chicote com cabo de prata, roubar velhinhas e espinafrar os mais fracos, leva uma vida fácil até a chegada de Ransom Stoddard (James Stewart) à cidade. John Wayne vive Tom Doniphon um homem pacato, cuja principal preocupação, aparentemente, é terminar de construir sua casa. O encontro com John Ford deu um novo significado à carreira de John Wayne. Os filmes que os dois fizeram juntos têm complexidade, estão muito além do corre-corre e disputa entre mocinhos e bandidos. Os personagens vividos pelo ator nos filmes de seu grande mestre tinham nuances psicológicas que exigiam um nível superior de interpretação. É por isso que, por mais óbvio que possa parecer, a carreira de John Wayne é dividida em antes e depois de John Ford. SHOWTIME WESTERN

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etembro 1948. A era fascista e a guerra haviam recémterminado e, na Itália, as pessoas acordavam daquele longo pesadelo com um desejo de reconstrução. Após anos sob uma ideologia que mostrava a América como uma tentação maléfica de democracia e liberdade, os italianos puderam voltar ao sonho americano encarnado nos filmes, nos livros, nos quadrinhos e nos heróis, especialmente os do Velho Oeste. Talvez a Europa se assemelhasse um pouco ao Oeste, com tudo o que havia para ser reconstruído. Outro motivo p a r a o r e n a s c i m e n t o d o

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O Spaghet

g ê n e r o na Itália do pós-guerra pode ser atribuído à intolerância da América contra as proibições e a autoridade, um sentimento que invadia a Itália pós-fascista. Num pequeno apartamento na via Saffi, em Milão, Tea Bonelli havia montado sua pequena editora especializada em quadrinhos. Dividia o apartamento com seu filho Sergio e com o desenhista Aurelio Galleppini. G.L. Bonelli, que havia começado a escrever contos e roteiros de quadrinhos nos anos 30, foi um dos primeiros editores italianos a retornar às HQ depois da guerra. Em 1946 publicava a revista Cowboys, editada por Fernando de

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ti Western em Quadrinhos

Leo, e dois anos depois já criava as tiras western I Tre Bill, Yuma Kid, Hondo e Rio Kid. Em setembro de 1948, enviou às bancas o primeiro número de um novo personagem destinado a se tornar um clássico, provavelmente o gibi western mais longevo de todos os tempos. O primeiro número da “Collana del Tex” (Coleção do Tex) era intitulado “O Tótem Misterioso”. Tex aparece como um fora-da-lei de astúcia e pontaria infalível, mas aos poucos o personagem demonstra que age seguindo um ideal de justiça e passa a ser chamado de “o justiceiro solitário” e de “o melhor atirador do oeste”. Pela

sua bravura, coragem e determinação obstinada na luta contra as injustiças, não demorou muito e Tex foi chamado para adentrar nas fileiras dos rangers do Texas, a convite do próprio comandante das tropas de Austin, Mr. Herbert Marshall – ocasião em que Tex conhece Kit Carson. Esse homem, mais velho, nem de longe se assemelha ao verdadeiro explorador americano, mas é sobretudo um tributo dos autores a um outro famoso artista italiano, Rino Albertarelli, que havia ilustrado a HQ “Kit Carson” nos anos 30. Carson torna-se o melhor amigo de Tex: seu cinismo e seu humor sempre compensam a seriedade e as atitudes um pouco paternalistas de Tex.

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H história

Numa aventura, Tex é salvo da morte pela índia Lilyth, ou Lírio Branco, que viria a se tornar sua esposa e, na verdade, a única mulher a quem o ranger realmente amou. Dessa união nasceu uma criança, chamada entre os índios de Pequeno Falcão (Kit Willer). Mas Lilyth logo morre com varíola, numa epidemia causada por cobertas infectadas levadas à reserva por alguns bandidos ansiosos para livrar-se de Tex. Esse acontecimento levará a uma longa série de aventuras dominadas pelos temas da vingança, da dor e da amizade. Nesse período Tex se aproxima de Tiger Jack (no Brasil, Jack Tigre), um índio silencioso e misterioso, cuja trágica história será revelada apenas depois de

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vários anos. E s t a b e l e c e - s e um forte relacionamento entre Tex e os Navajos, que fazem dele seu chefe honorário com o nome de Águia da Noite. Graças a esse pacto de sangue, Tex tornou-se anos mais tarde Chefe dos Navajos, pois Lilyth era a filha de Flecha Vermelha, o grande chefe de todas as tribos navajos. Tex é o representante sincero que os índios podem contar sempre, quer seja no trato com os “casacas-azuis”, com os órgãos governamentais ou para ajudar a dissipar qualquer ameaça à paz. Empossado agente indígena dos navajos do Arizona, as ações de Tex beneficiam também todas as tribos indígenas norte-americanas. Em

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muitas ocasiões o vemos deslocandose aos mais remotos confins dos Estados Unidos sempre firme na luta contra os exploradores que aproveitam-se dos indígenas, quer para apossar-se de suas terras, quer para traficar armas ou álcool. Amante da vida livre na pradaria, sempre que pode Tex recusa a oportunidade de viajar nos trens do velho oeste para estar na sela de seu cavalo. Muitos “amigos de quatro patas” já foram selados por Tex, porém nenhum deles igualou-se àquele que respondia pelo nome de Dinamite, o companheiro fiel desde o tempo das aventuras como fora-da-lei. Aliás, Dinamite sempre deu mostras de ter “tutano”, como Tex gostava de dizer, chegando até mesmo a salvar a vida de seu dono em algumas situações. Freqüentemente Tex, Kit e Tiger se afastam das limitações da vida do Velho Oeste e acabam num mundo de

magia. Nos álbuns de Tex o cenário se combina com horror, fantasia, intriga policial, suspense, viagens à nascente metrópole californiana ou à civilização desaparecida. Com isso, não são explorados apenas os diversos locais da narrativa, mas também outros aspectos da América são integrados na série. Ainda que os heróis obedeçam às clássicas regras da invencibilidade, Mantegazza e Salvarani delineiam o esquema fundamental das missões de Tex frente a inimigos típicos: “Diante de um crime (ou de um mistério), Tex decide se envolver, freqüentemente convidado por uma figura externa; os Maus fazem de tudo para eliminá-lo; ele se livra e surra um bandoleiro até fazê-lo ‘cantar’; depois, chega ao Grande Chefe dos Maus e o elimina”. G.L. Bonelli havia criado o herói como queria que fosse: um homem corajoso e generoso que não tolera a arrogância, o poder, a mentira e os

soldados. Um homem que condena todo ato de violência gratuita mas que não teme nada e ninguém. Exemplo de dinamismo e de energia, como um concentrado de imagens do Oeste extraídas de filmes e da literatura, mas também dos heróis de London, Dumas, Hugo, Verne e Salgari, Tex é um híbrido que nasceu espontaneamente da imaginação de Bonelli e Galleppini, depois redefinido pelo filho de Bonelli, Sergio, por Claudio Nizzi e por diversos outros artistas. G.L. Bonelli amava a ação e as intrigas, Sergio tinha uma inclinação pelo fantástico, Nizzi voltou ao modelo original e tornou o herói ainda mais invencível e as histórias mais realistas. Para saber mais, visite o site www.texbr.com.

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E especial

IMAGENS DO Com o sucesso dos posters de antigos westerns que publicamos algumas edições atrás, eis mais uma pequena seleção de cartazes do tempo em que se amarrava cavalo com linguiça! Divirtam-se!

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destaque

Coleção John Wayne Vol.4 A Ferro e Fogo e O Torneio daMorte por Bruce Sixx

Dando prosseguimento à coleção de raridades de John Wayne na década de 30, temos aqui mais dois exemplares da fase do jovem “Duke” na Lone Star. Então um aspirante a astro e dedicado protagonista de B-westerns, John Wayne ajudou a popularizar o gênero numa variedade de filmes de baixo orçamento, que antecederam sua fase de glória em companhia do cineasta John Ford. Mas essa é outra história; o que nos interessa aqui é a dobradinha formada por “A Ferro e Fogo” e “O Torneio da Morte”, ambos lançados originalmente em 1934. O caubói aparece no papel de Randy Bowers em “A Ferro e Fogo”, vivendo uma situação bastante recorrente em sua carreira nas telas: a do inocente acusado de um crime que não cometeu. Ele conta apenas com a ajuda de uma moça que acredita em sua inocência e o ajuda a sair da prisão. Randy parte, então, em busca dos verdadeiros culpados, cujo esconderijo localiza-se atrás de uma cachoeira. Com a determinação e a coragem típicas de um verdadeiro herói, ele enfrenta com bravura os

A FERRO E FOGO (Randy Rides Alone, EUA, 1934)

Direção - Harry L. Fraser. Com John Wayne, Alberta Vaughn, George “Gabby” Hayes, Yakima Canutt, Earl Dwire e Arthur Artego. Tempo - 54 minutos.

O TORNEIO DA MORTE (The Man from Utah, EUA, 1934)

Direção - Robert N. Bradbury. Com John Wayne, Polly Ann Young, Anita Compillo, Edward Peil, George “Gabby” Hayes e Yakima Canutt. Tempo - 53 minutos.

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foras-da-lei, até levá-los à justiça e provar sua inocência. O cidadão incorruptível é também o tema do segundo filme desta dose dupla de faroeste B. Ele volta a encarnar um agente federal em “O Torneio da Morte”, encarregado de investigar as mortes misteriosas de astros de rodeio pouco antes de uma importante competição. A maior curiosidade em torno deste filme é a rara oportunidade de se ver o machão John Wayne numa de suas contribuições à moda dos caubóis cantores. Logo na cena de abertura, Duke cavalga solitário, cantando e dedilhando seu violão. Bem, na verdade, é óbvio que ele está apenas fazendo mímica, enquanto um cantor não identificado solta a voz. Não deixa de ser engraçado o óbvio constrangimento de Wayne, que sequer consegue fingir que está arranhando o violão… Porém, não demora para que ele esteja empunhando um objeto que lhe era bem mais familiar: o revólver! Deixe a fantasia tomar conta de suas horas de lazer e reviva os grandes momentos das matinês de antigamente!


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